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domingo, 27 de outubro de 2013

Lifeline - By Biah M. Salvatore








Prólogo



POV



Mais um dia completamente normal no consultório. Eu sou neurologista e clínica geral. Já vi de tudo nessa vida que levo na medicina... eu faço cirurgias de todos os tipos, e existem muitas doenças que as pessoas querem que façamos o possível e impossível para curar. Ser médico é algo muito complicado, você tem que ter garra e ser forte para seguir essa profissão. Existem parentes do paciente que, se a pessoa vem a falecer na mesa de cirurgia, culpam você pela morte, diz que você não ligava para ele e chegam a jogar praga. Uma mentira é essa! A maioria dos médicos ligam para os seus pacientes. É, pelo menos eu ligo.



*FlashBack*



-Toc, toc Dra. Hastings.


-Oi Valerie! – eu me levantei da cadeira e fui cumprimentar minha melhor amiga e paciente. – sente.


-Obrigada. – ela sorriu e se sentou.


-Então, vamos lá... fez os exames que pedi?


-Sim, e aqui estão os resultados. – ela me entregou os papéis e eu analisei. – eu dei uma espiada...


-Então você já viu o que é né?


-Sim.


Eu suspirei e me levantei indo até o quadro de raio-x. Coloquei o exame no painel e expliquei a ela.


-O tumor está bem centralizado aqui. – apontei para o meio da cabeça. – é um grande risco você continuar com esse tumor, pode ter efeitos colaterais nada agradáveis.


-E tem solução para isso? – ela perguntou e eu suspirei apagando a luz do painel. Voltei a me sentar e olhei para ela.


-Cirurgia. – seu olhar caiu e ela suspirou assentindo.


-Como seria?


-O processo de uma cirurgia de tumor cerebral é simples, mas muito arriscado. Antes da cirurgia, vamos ter que raspar seu cabelo... você toma anestesia geral, apaga e só acorda no quarto. Mas repito, é muito arriscado.


-Vou pensar .


-Valerie, não faça isso. A cirurgia é muito arriscada!


-Eu prefiro me arriscar a continuar com isso.


-Mas você acabou de descobrir.


-Na verdade não. Quando eu tinha 15 anos, fui a um neurologista e ele me disse. Eu só queria... saber se ele poderia sumir, algo assim.


-Sinto muito Val. – ela sorriu amigável e pegou minha mão. – eu faria qualquer coisa, você sabe.


-Então considere que eu vou fazer a cirurgia.


-Menos isso...


-Confia em mim! Eu sou forte. – o sorriso dela aumentou e me fez sorrir.


-Okay...



*FlashBackOff*



Eu realmente me preocupo com meus pacientes. Estou acompanhando o tumor de Valerie tem 6 meses. A cada duas semanas ela vem se consultar... ele não aumenta – graças a Deus – mas não faz menção de diminuir... Valerie está certa a fazer a cirurgia, e toda vez que ela se consulta eu tento a convencer o contrário, já que quando estamos na vida normal, onde não sou a Dra. Hastings, não comentamos nada sobre isso, somos apenas duas amigas-irmãs vivendo felizmente.



-Hello sister!



-Hey Valerie. – ela entrou sorridente e me cumprimentou. – como vai a minha paciente preferida?



-Feliz, Edward veio hoje.



-Cadê ele? – perguntei engolindo em seco. Eu tinha uma história com Edward Masen antes dele se casar com Valerie. Ela sabe, mas nós três ignoramos isso, convivemos bem. Mas como uma digna mulher, ele nunca saiu da minha cabeça.



-Vindo, encontrou o Dr. McCarty e ta conversando.



-Ah, Emmett. – eu sorri e ela assentiu.



-Uhhh, será que Emmett McCarty vai cair na armadilha de uma loira de olhos verdes?



-Ah claro. – revirei os olhos. – Emmett é legal.



-Sim! Ele é legal, bonito, charmoso, um verdadeiro Deus me acuda!



-Vem cá Valerie Masen... você tem marido.



-Olhar não arranca pedaço. – ela disse dando de ombros e eu ri. – vamos lá, você está solteira tem 2 anos! Merece alguém legal, e Emmett é.



-Vou pensar na causa.



-Yes! – eu ri dela e nesse momento Edward entrou.



-Oi .



-Oi Edward, sente-se e vamos começar a consulta.



-Sim Dra. – Ele disse. Eu ri e me ajeitei na cadeira.



-Ok, Valerie alguma mudança fisicamente, mentalmente desde o mês passado?



-Não, nada. – ela respondeu.



-continua com os medicamentos?



-Sim, todos os dias.



-Dores de cabeça, enxaqueca?



-De vez em quando.



-Edward, tem notado algo diferente algo nela? Rotina, jeito...



-Não, ela está na mesma de sempre. Se cuidando.



-Acho bom. – disse e nós três rimos. – ok, de perguntas minhas acho que só. Edward, Valerie, querem dizer ou perguntar alguma coisa?



-Eu conversei com ele sobre a cirurgia. – Val disse. – demorou a tentar, mas eu pensei muito e contei a ele.



-Eu achei desnecessário isso... mas Valerie é Valerie...



-Eu decidi fazer. – ela soltou de primeira e eu larguei minha caneta. – ...



-Valerie não posso deixar! Como sua amiga não posso.



-E como médica? – ela perguntou. – o que seu lado médica diz?



-Não queira escutar meu lado Dra. – murmurei e ela negou.



-Diz para seguir em frente?



-Odeio esse lado por isso. – comentei e ela sorriu.



-Eu também tentei convence-la, . – Edward disse. – mas não deu muito certo.



-Eu não posso. Não posso assinar uma autorização para você fazer uma cirurgia que eu sei que é arriscada.



-Pense como uma evolução. Pelo menos não é você quem vai realizar a cirurgia.



-Não sei o que faria se fosse...



-Assina uma autorização? – suspirei e ela me olhou com aqueles olhos azuis brilhantes.



-Eu não devia. – eu disse pegando o papel da minha gaveta e preenchendo.



-Edward você pode ser o responsável por ela? Preciso de dois, eu assino também.



-Claro, pode ser. – ele disse e assinou o papel.



-Agora é esperar para que o Dr. Chefe assine.



Capítulo 1. Tears in Heaven



-Dra. Hastings?



-Oi Emmett, entre. E pode me chamar de .



-Ok, . – ele sorriu e eu assenti.



-Do que se trata?



-Valerie. Hoje é a cirurgia dela.



-Sim, acabei de vê-la, ela está se preparando. – disse indicando o cabelo que ela estaria raspando no momento. – ela até que aceitou bem.



-Imagino, ela é uma ótima pessoa. Mas eu vim aqui para tomar outro rumo nesse assunto, a pedido do chefe.



-Pois diga. – indiquei a cadeira e ele se sentou me olhando junto de um suspiro.



-Dr. Reed, que era que deveria fazer a cirurgia de Valerie, não compareceu hoje ao hospital, sendo assim, cairia para a Dra. Alice, mas ela também está com a agenda muito cheia, e a única que restou foi...



-eu. – ele concordou e eu neguei. – não posso. Não mesmo.



- você é a única que sobrou, não podemos fazer mais nada.



-Podem sim! Adiar.



-Estamos em Outubro, e a agenda de cirurgias está lotada até o ano que vem.



-Pai do céu... – passei as mãos pelos cabelos e quando vi Emmett estava agachado ao meu lado. – não posso fazer isso, Emmett. Você sabe o quanto a cirurgia de um tumor cerebral é arriscada.



-Eu sei, mas...



-Você também sabe que Valerie pode vir a falecer, e longe de mim querer ser a culpada disso.



-! Você não vai ser a culpada. Eu, Edward, Valerie confiamos em você.



-Mas eu não confio em mim.



-Tem que confiar. Você é uma médica excelente, e eu vou estar ao seu lado na hora.



-Vai?



-Claro, eu pedi ao chefe se ele permitia e ele concedeu.



Eu suspirei e ele me deu um abraço.



-Você consegue . Valerie não vai partir, eu sei que você não vai permitir. Confio em você.



-Tudo bem, eu vou falar com ela.



-Mesmo?



-Sim... – eu me levantei e saí da minha sala indo para o quarto de Valerie.



-Hey sister!



-Oi Val. Você parece ótima.



-Eu to horrível! – ela disse, mas ria.



-Está linda. – Edward elogiou.



-Eu vim aqui falar que... bom, Dr. Reed não veio hoje, e eu entrei no lugar dele.



-Você que vai fazer a cirurgia? – Val perguntou e eu concordei.



-Tentei negar, mas não tem outro neurocirurgião aqui sem ser eu ou Alice, e ela está com a agenda lotada.



-E você? – ela perguntou.



-Minha próxima cirurgia é só amanhã, consultas eu tenho hoje, mas posso remarcar.



Valerie me puxou para um abraço e uma lagrima caiu dos meus olhos.



-Eu acredito em você.



-Obrigada. – eu disse e me soltei. – eu vou... pedir para prepararem a sala e logo pedirei para que te anestesiem e te levem para lá, ok?



-Ta.



Eu saí do quarto dela e fui para a minha sala. Disquei para a recepcionista e pedi para ela desmarcar todas as minhas consultas para as próximas 4 horas.



-Emmett? – chamei batendo na porta dele.



-Oi, , entre.



-Ah, não sabia que estava com paciente. – eu disse vendo que ele estava com uma mulher. – posso voltar depois.



-Não, eu já terminei com Violet. – ele disse se virando para ela. – só tome os remédios que eu indiquei e faça muito repouso. Se alimente e se os sintomas voltarem, você retorna ao hospital.



-Ok, obrigada Dr. – Violet saiu da sala me deixando a sós com ele.



-A cirurgia começa em 20 minutos.



-Vamos nos preparar. – ele disse e saímos da sua sala.



(...)



-?



-Diga. – respondi a Valerie. – o que foi? Está sentindo algo?



-Não... to com sono, mas... você me promete que vai me tirar daqui bem?



-É claro. Vou fazer de tudo. – ela assentiu e eu ia sair do seu lado para pegar minhas coisas quando senti um aperto fraco no meu pulso.



-, eu amo você.



-Eu também te amo, sister. Você vai ficar bem.



-Se eu não sair daqui...



-Val, você vai sair.



-Escute. Se eu não sair, diga ao Edward que eu o amo, e que não o quero ver deprimido no canto.



-Tudo bem, eu digo. – me inclinei para receber um ultimo abraço dela.



Valerie estava começando a pegar o efeito da anestesia, comecei a ver que seus olhos pesavam, e depois de uns 10 minutos comecei com os check ups para ver se ela estava bem.



-Muito bem Valerie, você está me ouvindo? – perguntei.



-Si..sim.



-Valerie, quantos dedos tem aqui? – perguntei colocando 4 na frente dela.



-Acho que... dois, três...



-Quase lá. Quatro. – eu disse rindo e ela sorriu com os olhos revirando.



-Quantos anos você tem?



-vinte e quatro.



-Qual seu nome completo? – perguntei.



-Valerie... Marin... – e ela dormiu.



- quase lá, Valerie Marin Masen. – eu disse e o pessoal na sala riu. – ok, chequem se ela ta mesmo anestesiada, eu vou colocar as luvas.



Minhas mãos tremiam muito, mas tentei de alguma maneira me acalmar. Eu precisava estar concentrada. Coloquei minhas luvas e voltei para a mesa onde todos estavam em volta.



-Pressão? - perguntei.



-Normal.



-Coração?



-Regulado.



-E o seu? – Emmett me perguntou ao meu lado.



-Acelerado. – disse suspirando e peguei o bisturi iniciando o processo.



(...)



A cirurgia estava ocorrendo muito bem. Já estávamos a umas 3 horas ali e o tempo parecia passar como o vento. Eu já estava quase eliminando o tumor, estava quase no fim, quando...



-O coração dela! – Emmett disse.



-O que?! Não! NÃO! – Disse desesperada. – Valerie!



-Desfibrilador, agora! – Emmett ordenou a alguém, eu tentava de alguma forma reanima-la enquanto eles ativavam o aparelho, e assim que ativaram, peguei-o das mãos da enfermeira. Ativei finalmente e descarreguei na região do coração. – Vamos lá, Valerie!!



-...



-Carga 20, Stacey. – pedi sem dar atenção ao Emmett.



-Carregado, Dra. – descarreguei novamente e nada dela reagir.



-Quarenta! – pedi e descarreguei. Nada.



-Segura aqui. – entreguei o desfibrilador para alguém ao meu lado e comecei com a massagem cardíaca. – Valerie, reaja! Não nos deixe, por favor...



-, precisamos encerrar.



-NÃO! – Eu disse a Emmett. – eu prometi que não a deixaria ir. Eu prometi!



-Mas ...



-Não posso, não posso... – a cada pressão que eu aplicava em seu peito, era uma lagrima que escorria. Eu não podia ter feito isso, eu não matei ela! – Valerie...



- venha aqui. – Emmett pegou nos meus braços e me tirou ali de perto. – Sinto muito mesmo...



Foi o estopim. Desabei em lágrimas e ele me abraçou.



-Eu matei ela...



-Não, não, nunca diga isso! Você fez o possível e impossível para salva-la.



-Eu prometi, Emmett, eu prometi a ela!



-Eu sei... eu sei que é difícil, mas precisamos encerrar o processo.



-Tudo bem. – eu respirei fundo e voltamos para a mesa de cirurgia.



Ao longo disso, eu não consegui fazer absolutamente nada, e também nenhum dos enfermeiros ou médicos ali presente reclamaram, tomei coragem para assim que terminasse ali, conseguisse dar a notícia a Edward. E era o que eu estava fazendo. Saí da sala e já tinha o avistado sentado em um banco com as mãos entre os cabelos. Preocupado.



-Edward? – chamei e ele se levantou rapidamente.



-... o que houve? Ela está bem?



-Ela... Edward eu... – não consegui terminar a frase. Abaixei a cabeça e as lagrimas vieram com tudo. Apenas senti ele me abraçando, o que me fez chorar mais ainda. – me desculpe! Eu nunca vou me perdoar.



-Sh, shh... você fez o que pode. – a voz dele estava embragada, provavelmente segurava as lagrimas. – não te culpo.



-Eu matei Valerie.



-Não diga isso! Você não a matou, Valerie sabia que era arriscado, mas insistiu. Você foi corajosa.



-Ela disse que te ama, e que não te quer deprimido pelos cantos. – disse quando ele me soltou.



Ele sorriu torto apesar de tudo e assentiu.



-Eu a amo, ... muito.



-Eu também, Ed... eu também. – ele me abraçou novamente.

N/Beta: E ai povo??? O que acharam da primeira fic interativa da minha sistah??? Eu acho que ela merece um comentário :D... Espero que vocês a recebam bem!!!!

Capitulo 2

-... acorda.
-Mais cinco minutos, mãe.
-Que mãe, menina? Ta me estranhando?
-Alice... o que faz aqui? - perguntei me sentando na cama. - Aliás, como você entrou?
-Chave extra de baixo do extintor se incêndio, lembra?
-Ah sim... - me deitei novamente. - o que quer?
-Edward me ligou, querendo falar contigo.
-E por que o seu irmão não me ligou? - perguntei e ela deu de ombros.
-Não foi por falta de tentativa.
-Sério? - peguei meu celular na cômoda e vi as 3 chamadas perdidas de Edward. - Eu sou uma pessoa terrível.
Joguei o cobertor de lado e fui para o banheiro ligando o chuveiro e fui tirando a roupa.
-Ele disse o que queria?
-Hoje é o velório da Valerie. - assim que Alice disse isso minhas mãos cairam ao lado do corpo e eu sentei no vaso. - Edward te quer lá mais cedo... para ajuda-lo, sabe.
-Eu não me lembrava que era hoje.
-Anda se ocupando muito com o hospital. Qual foi a ultima vez que voltou para casa na hora normal? Sem plantão?
-Não faça pergunta difícil.
-Hoje, sem plantão. É sábado e você não vai ver a cor daquele hospital. Me promete? - Assenti e ela me abraçou. - Agora tome banho que eu vou separar sua roupa.
-Ok.
(...)
-Alice, ! Que bom que chegaram.
-Oi Esme, como vai? - eu lhe dei um abraço.
-Indo, querida, mas estou bem...- eu assenti.
-Er... Edward...
-Está na sala. Entre. - ela me deu passagem e se ocupou de receber sua filha. Edward e Alice são irmãos, Alice gostava de Valerie, mas já havia me dito que acha que era eu quem seria sua cunhada. Eu dizia 'besteira' mas no fundo sempre tinha um 'quem me dera'
-Hey Ed.
-... que bom que chegou.
-Como você ta?
-Sentindo como se tivessem tirado metade de mim. E você? - me sentei aí seu lado no sofá e me servi de bebida.
-Na mesma... – Ele sorriu aquele lindo sorriso torto e eu pigarreei. – Sei que já deve ter ouvido isso, mas... meus pêsames.
-Agradeço os sentimentos. – eu encostei no sofá, com a bebida na mão. Senti logo Edward apoiando a cabeça em meu ombro. Sua mão caiu sobre a minha e eu sorri de leve. Ele me olhou e também sorria.
-Não faça isso.
-O que? - ele perguntou.
-Sorrir como se eu fosse a pessoa mais especial.
-Você se tornou uma delas.
-Você devia me odiar.
-, eu não te odeio, você fez o que pode.
-Obrigada. - ficamos em silencio e eu olhei em volta. Até que capturei um par de olhos negros como a noite voltados pra mim.
-Jacob aqui? - perguntei.
-Ele é primo de primeiro grau da Valerie... esses dois não se desgrudavam.
-O que não desgruda é o olhar mortal dele pra mim.
-ele ta te incomodando?
-Não... deixa ele.
-Tem certeza? eu posso mandar ele parar.
-Não, não se ocupe com bobagens. Fique relaxado.
-Olha o que você me pede... – sem querer soltei uma risada. – Obrigado por estar aqui.
Eu assenti e ele me abraçou longamente. Estava de olhos fechados, e quando os abri levei um susto enorme vendo uma imagem de Valerie na minha frente. O susto foi tanto que me senti tonta.
-? o que foi?
Eu balancei a cabeça e olhei novamente para o local, onde nada encontrei.
-Nada... pensei ter visto algo. – eu disse apenas e dei um pequeno sorriso.
E aquilo ficou na minha cabeça o tempo inteiro.
Durante o funeral lágrimas rolaram, ao meio de soluços, sentimentos fortes, eu jurei mais uma vez ter visto a imagem de Valerie entre as arvores.
-Alice? Alice você está vendo alguém ali do lado da árvore? – perguntei sem tirar os olhos da figura que estava um pouco longe – mas idêntica a Valerie -, vestida de branco.
-Quem? Não vejo nada, . – me virei para ela ao meu lado que me olhava com uma sobrancelha arqueada. – você deve estar cansada.
Me voltei de novo para as árvores e nada encontrei.
-É, deve ser...

1 mês se passou...
-Dra. Hastings, Lucy Gilbert é a próxima.
-Pode mandar entrar. – eu disse sem tirar os olhos dos papéis que analisava. Eu estava de plantão novamente, como clínica geral eu sou bastante escalada no pronto socorro, e era onde estava hoje.
-Boa noite Dra. – levantei o rosto e tomei um susto enorme. Ela era idêntica a Valerie! A semelhança era incrível. E era a primeira vez que se consultava aqui, nunca a tinha visto. – Dra? O que foi?
Balancei a cabeça, fechei os olhos e quando reabri e tirei os óculos, notei que realmente era impressão. O que ta acontecendo comigo?
-Nada, sinto muito... boa noite, queira se sentar. – indiquei a cadeira e coloquei os óculos de volta. – muito bem, Lucy... me diga, o que a traz aqui?
-Bom, eu estava com minhas amigas em uma festa e desmaiei de repente. Só acordei no meio do caminho pra cá...
-Você comeu algo antes da festa?
-Uma barra de cereal, um copo d’agua e só.
-Deixe-me ver... pode ter sido por falta de alimento, recomendo comer algo quando sair daqui. Agora se importa se eu lhe fizer umas perguntas?
-Claro...
-Sua menstruação está regulada?
-Sim, ela vem todo mês.
-Você anda sentindo fome excessiva, sono?
-De um mês pra cá, sim.
-Quantos anos você tem, Lucy?
-tenho 19.
-Hum... a data da sua ultima menstruação?
-Ah eu acho que... – ela levantou o rosto aos poucos me olhando de olhos arregalados. – oh meu Deus!
-Qual foi sua ultima relação sexual?
-Um mês e meio atrás. Eu não creio...
-Posso te receitar um exame de gravidez. Quer fazer aqui no hospital ou na farmácia?
-Qual o melhor? Mais rápido? – Ela perguntou e parecia desesperada.
-Melhor é do hospital, só que demora uns dois dias... mais rápido é da farmácia, mas não é muito confiável. – ela assentiu e pegou o celular.
-Obrigada Dra. eu voltarei para fazer o exame, mas por hoje eu ficarei com o da farmácia.
-Ok, como quiser.
-Obrigada novamente.
-Por nada, e parabéns. – eu disse e ela assentiu sorrindo, saindo da minha sala.
-Tão novinha... – comentei baixinho e me concentrei nas minhas coisas.
(...)
1:35 da manhã e acabei de chegar em casa. Amo medicina, mas de vez em quando acaba comigo. Andava pelo corredor procurando a chave na bolsa quando me deparei com Edward sentado na porta da minha casa.
-Edward? O que faz aqui?
-Até que enfim chegou... não sabia que ficaria de plantão hoje.
-Pois é, foi de ultima hora. – disse sorrindo. – mas sério, o que foi?
-Pensei em passar aqui, ver como estava. Já tem um tempo que não nos falamos.
-Eu ando me ocupando bastante, sinto muito. – ele assentiu e eu peguei a chave de casa. – vamos entrar. Está frio aqui fora.
-Ok.
Abri a casa e entramos. Coloquei minha bolsa no sofá, onde ele se sentou.
-Eu vou tomar um banho, volto em 20 minutos.
-Fique a vontade, a casa é sua. – ele disse rindo e eu ri junto.
-Poxa, que gentil. – comentei enquanto ia para o quarto, onde separei um short e uma blusa para depois entrar no banho onde levei um tempo para sair.
Não sei exatamente a razão, mas me senti na obrigação de passar um bom perfume e pentear o cabelo da melhor forma. Até coloquei uma blusa melhor.
-Vamos aonde? – ele perguntou quando entrei na sala.
-Ficar aqui.
-Na verdade eu estou com fome...
-Se gostar de pizza gelada. – ele riu e pegou as chaves do carro.
-Vamos dar um pulo no mercado. – ele me puxou pela mão para fora de casa. Só deu tempo de pegar minha bolsa e as chaves.
-Okay, o que quer comprar? – perguntei ao entrar no carro.
-Algumas besteiras, só quero ficar relaxado e com você. – eu sorri e corei. – droga!
-O que foi?
-Eu nem perguntei se estava cansada, se queria dormir... desculpe.
-Não! Edward relaxa, eu to bem, vamos lá.
-Tem certeza?
-Absoluta.
-Ok...
Ele saiu com carro e paramos no mercado, onde compramos itens para duas pizzas. Diz ele que sabia muito bem fazer uma, que era mestre. Duvidei, mas ele aceitou o desafio. Faríamos uma salgada e outra, doce.
-Okay, mestre cuca, pode começar. – ele sorriu e pegou as coisas para a massa. Sim, ele faria uma massa caseira.
Eu me sentei em cima da mesa e fiquei o observando.
-Aprenda com o mestre, dona .
-Argh! Já disse que não gosto do meu nome.
-, presta atenção. – eu revirei os olhos e ele riu. – sabe fazer a massa né? pode ir fazendo a da outra?
-Claro. – eu fui ao lado dele e aprontei uma enquanto ele fazia outra. E claro, ele teve que dar uma de pizzaiolo e jogar a bendita pra cima, mas não obteve sucesso quando foi pegar, a massa caiu no chão.
-Assim, eu não quero comer uma pizza com pó. – eu disse olhando a massa no chão.
-Sorte que trouxemos a mais.
(...)
-Está boa. – eu disse. – meus parabéns.
-Tirando a parte que você fez a massa, temperou a pizza e eu só decorei e coloquei no forno, é, obrigado.
Eu ri e fiquei olhando para ele. Como pude ser trouxa em larga-lo no passado? Como pude deixa-lo escapar? Um homem tão fiel, gentil, cavalheiro... eu sou muito idiota.
-O que foi, ?
-Nada, estou pensando. Quer vinho?
-Hum, um vinho ia bem. – eu assenti e me levantei indo até o armário. Peguei as taças e nos servi.
-Um pequeno brinde? – ele perguntou erguendo a taça e eu fiz o mesmo.
-Vamos brindar o que?
-Hum... a essa noite, que está sendo magnifica e a nós.
-A nós? – perguntei.
-Sim. – ele respondeu com aquele sorriso torto. – a nós.
-A nós.
(...)
POV – Edward
Depois das pizzas, a chamei para ver um filme. Estava passando muito romance na TV, eis que vimos uma série chamada Beauty and the Beast. Ela disse que era uma série magnífica, um romance policial e que eu precisava conhecer, então concordei em deixar por ali mesmo.
Quando eu estava começando a me interessar pela série, olhei para que já estava dormindo encostada no meu ombro. Sorri olhando aquele rosto angelical que ela tinha, tão inocente, mas ao mesmo tempo tão sexy... essa mulher vai me endoidar algum dia.
Com cuidado peguei ela no colo e levei até o quarto dela, a colocando na cama.
-Boa noite, . – dei um beijo na sua testa.
-Hum... Edward? – ela segurou minha mão. – não vai...
-Eu preciso ir pra casa.
-Não, dorme aqui. – pediu ainda sonolenta.
-...
-Deita. Por favor.
Suspirei e fiz o que ela pediu. Deitei ao seu lado na cama e ela nos cobriu, se aproximou deitando a cabeça no meu peito.
-Obrigada por ficar.
-Eu que agradeço pela noite. -É SÉRIO?
-Alice, fala baixo. – eu disse. – estamos no hospital.
-Hospital, não uma biblioteca! E o fato de que você dormiu com o meu irmão é fantástico!
-Eu não dormi com o Edward.
-Dormiu sim. Vocês estavam juntos em uma cama. E acordaram de conchinha, awn.
-Alice...
-Ta, ta, eu paro.
-Oi gente. – Emmett entrou na minha sala. – atrapalho?
-Não, pode entrar. – eu disse sorrindo e ele se sentou na outra cadeira a minha frente.
-E aí, o que me contam? – ele perguntou.
-Nada demais, dormi pouco essa noite.
-Hummmmmmmmmmmmmmmmmmmmm.... – Alice disse e eu revirei os olhos.
-Envolve homens? – Emmett perguntou rindo.
-Claro que não.
-Claro que sim!
-Alice!
-! Seja franca.
-Edward dormiu na minha casa, só isso.
-Edward Masen? Seu irmão? – Emmett perguntou a Alice que assentiu. – nossa que interessante.
-Não é interessante, eu e Edward somos apenas amigos. Só isso! – disse diretamente para Alice que revirou os olhos.
-Ah, então não teria problema eu te chamar para almoçar?
-Eu? – perguntei abobada. Não, minha tia!
-É eu vim aqui para isso, na verdade...
-Almoço? Hoje?
-É hoje. – ele disse sorrindo. – o que acha?
-Pode ser claro! Eu saio 12:30.
-Okay, eu te espero aqui. – ele disse e saiu da minha sala.
-Ta, você vai trair meu irmão?
-Não vou trair ninguém, pois não tenho nada. Sou uma mulher solteira que pode sair com quem bem entendo.
-Você me irrita! – Alice disse.
-Você me ama, fadinha.
-Dra. Hastings, a Srta. Marin está aguardando. – a enfermeira veio avisar e eu assenti.
-Obrigada Rachel, pode mandar entrar. – eu disse e fitei Alice. – conversamos depois, Dra. Masen.
Ela me fuzilou com os olhos e saiu da minha sala.
-Bom dia Dra. Hastings.
-Oi Audrey, como passou a semana?
(...)
-Toc, toc, vamos?
-Oi Emm, vamos sim. – tirei meu jaleco e peguei minha bolsa.
POV – Alice
, ... porque tão complicada? Eu tinha acabado de vê-la saindo com Emmett e peguei meu celular.
-Alô?
-Eddie! Oi maninho.
-Oi Allie, o que foi?
-Ah, sabe a ? Eu acho que ela ta saindo com outro cara.
-E o que eu tenho a ver com isso?
-Eu vou ser mega direta porque odeio enrolação. Olha, eu sei que ela gosta de você, vocês dormiram juntos ontem, não transaram, EU SEI! Mas dormiram, é claro que você gosta dela também. O que eu to dizendo, é que eu quero que você levante a bunda desse sofá e venha até o The Marines que é onde eles estão e impeça de algo acontecer entre esses dois.
-Alice, Alice, com quem ela ta?
-Com o Emmett! – ele ficou em silêncio e eu sei que tinha fisgado ele de jeito.
-To indo. – ele desligou e eu comemorei. Claro que a fadinha aqui não ia ficar de fora, então peguei minha bolsa e fui para o restaurante.
-Olá madame, mesa para um?
-Para dois, meu irmão vai chegar em alguns minutos.
-Sim senhorita.
-Ah, você pode arranjar perto da mesa daquele casal? Ou pelo menos em um lugar que dê para espiar. – o maître me olhou com uma cara estranha, mas assentiu.
-Claro, tem uma ali no canto, perto da janela.
-Perfeita. – eu disse e ele me guiou até a mesa.
-Quando decidir o seu pedido estaremos a disposição.
-Obrigada. – agradeci e levantei o Menu escondendo meu rosto. Mas espiava, e via que eles riam e que ele até pegou na mão dela. Vinho... Edward se apressa!
Fiquei uns minutos ali e tinha até pedido batata frita. Pra verem como eu tava tensa, pedi coisa com gordura!
-Alice? O que faz aqui?
-Acha mesmo que eu ficaria de fora?
-Cadê a ? – ele perguntou se sentando e eu indiquei com a cabeça. – McCarty.
-Não faça besteira.
-Ok eu vou tentar... – ele disse e me olhou. – batata frita?
-To tensa, vai logo!
POV – Edward
Como ela pode? Certo que não tenho nada com ela, mas quando Alice falou ‘Emmett’ meu sangue subiu. Agora ele quer pegar a MINHA ? Ele que sonhe nas noites dele.
-. – disse quando cheguei ao lado da mesa.
-Edward? O que faz aqui? – ela perguntou tirando a mão de baixo da dele.
-Vim te tirar daqui.
-O que? – os dois perguntaram. – isso mesmo, eu vim tirar a de perto de você, McCarty.
-Por que faria isso, Masen?
-Tenho motivos óbvios. Vem . – peguei-a pelo braço e a levantei da cadeira.
-O que? Não. Edward, que isso?
-, eu posso te carregar. – olhei nos olhos dela. – vai por mim, não vai querer isso.
Tornei a puxa-la e tirei de dentro daquele restaurante. Levei para direto para o hospital.
-O que pensa que está fazendo? – ela perguntou enfurecida assim que chegamos a sala dela.
-Te tirando dos braços daquele homem.
-O que tem de errado com ele?
-Ele... , ele não é para você! – eu disse e ela me olhou de braços cruzados.
-Desde quando decide o que é bom pra mim?
-Desde que me apaixonei por você novamente! – ela ficou em silêncio e descruzou os braços.
-Edward, não brinca comigo!
-Eu não to brincando.
-Ah, aposto que está.
-Acha que eu to brincando com isso? – perguntei me aproximando dela. Quando vi, ela estava contra a parede e eu pedia permissão para beija-la. Mas não aconteceu, ela me empurrou com força e ficou me olhando. Seu olhar era indecifrável. Raiva? Arrependimento?
-O que você fez?
-O que eu ia fazer, não é?
-É errado. Encerramos esse assunto 7 anos atrás. – ela disse abrindo os braços.
-Pra mim não. você se tornou uma mulher fantástica, não digo que me arrependi de ter me casado com Valerie, mas você... foi a mulher, a garota que nunca saiu da minha cabeça, o que passamos foi único, você deve se lembrar. TEM que lembrar.
-Eu me lembro, e lembro também como acabou aquilo. Você começou a gostar da Valerie.
-Sim, mas agora ela não está aqui.
-Edward, você não pode ignorar o fato de que Valerie...
-eu sei disso.
-janta comigo. – pedi de impulso e ela me olhou assustada.
-O que?
-Um jantar, apenas isso...
-Acho melhor sermos apenas amigos.
-É só um encontro inofensivo. – ele argumentou.
-Edward, por favor, eu preciso de tempo, Valerie ainda é muito presente. – ele suspirou e assentiu.
-Tudo bem, tome seu tempo. – saí da sala dela e fui direto pra casa.
POV –
O que ele queria fazer? Aliás, o que EU fiz? Não era o que eu queria? Que ele fosse meu... mas não da pra evitar, olho pra ele, para aquele sorriso, Valerie me vem a cabeça, e isso me faz afastar.
-?
-Alice, sai daqui.
-Me conta o que houve. – ela disse entrando na minha sala. – por favor, eu sou sua amiga.
-Edward apareceu no restaurante, não sei o que deu nele, me arrastou pra fora direto pra cá. Eu discuti com ele e quando vi... ele quase me beijou.
-Só isso?
-Ele me chamou para jantar com ele, mas eu não sei, é que Valerie ainda é...
-lise), presta atenção! Valerie se foi, Edward está aí, solteiro! Viúvo, eu sei, mas olha, ele já tentou te beijar, já provou que gosta de você.
-Alice, por favor. Eu preciso pensar.
-Tudo bem, eu vou te deixar aqui, qualquer coisa você sabe minha sala.
O resto do dia se passou rastejando. Paciente atrás de paciente, problema atrás de problema. A minha sorte foi que não me pediram para ficar no plantão, então voltei pra casa mais cedo do que esperava. Alice me chamou para comer algo, mas dispensei. Do jeito que a fadinha é, ‘por acaso’ o Edward por aparecer por lá. Então resolvi chegar em casa, tomar banho e ir direto para a cama.
Sol, clareira, flores, árvores... que lugar é esse? E porque estou com roupa toda branca? Não estou no hospital...
-. – aquela voz... me virei lentamente e vi Valerie de pé do outro lado daquele campo. Ela também estava de branco.
-Valerie! – fui correndo até ela e a abracei. – Valerie, que bom te ver! Que lugar é esse?
-É um sonho seu. – ela disse. Estava séria...
-Eu não morri né?
-Não, ainda não...
-Ah mas é tão bom te ver! – eu a soltei e a fitei sorrindo. – O que foi?
-Edward. É ele! Então é ele por quem você sempre esteve apaixonada.
-Eu não...
-Como pôde ?
-Eu sinto muito, Valerie!
-Pensei que fosse minha amiga. Eu juro que pensei!
-Eu sou sua amiga. – Ou era. Pensei.
-Não, você não é! Amiga que é amiga não rouba o homem dos outros.
-Não roubei nada de você, não é possível que mesmo depois de vinte anos de amizade você não me conheça.
-Conheço o suficiente, . E sei o que quer. Estou mais presente do que imagina, então tome cuidado com as suas escolhas.
-Você não pode me ameaçar, isso é um sonho, não é real.
-Ah, é real sim! Eu to aqui, eu to em todo lugar.
Ela abriu os braços e o ambiente mudou para o hospital. Olhei para os lados, era minha sala. Vi alguém entrando e levei um susto. Eu? Edward? OMG é hoje a tarde.
-Como você faz isso? – perguntei para Valerie mas ela mandou eu me calar.
-O que pensa que está fazendo? – eu perguntei me soltando dele. Eu estava revendo aquela cena...
-Te tirando dos braços daquele homem.
-O que tem de errado com ele?
-Ele... , ele não é para você!
-Desde quando decide o que é bom pra mim?
-Desde que me apaixonei por você novamente!
-Isso, . – Valerie disse e eu me virei para ela. – isso, eu vi tudo, eu vejo tudo.
O ambiente mudou novamente, dessa vez era minha casa novamente, só que estávamos eu e ele no sofá. Eu estava dormindo no ombro dele, enquanto Edward me olhava com ternura. Ele me levou para a cama e eu pedi para que ele ficasse. Ele velou meu sono por muito tempo, aí adormeceu.
-TRAIDORA!
-Valerie! Nada aconteceu! Você viu. – me defendi.
-Mas teria acontecido se você não estivesse dormindo.
-Valerie...
-Sai da minha frente! EU TE ODEIO!
Acordei assustada e ofegando. Eu estava suando... foi um sonho, um sonho, um sonho!
Levantei da cama e lavei o rosto no banheiro. Não pode ser real... mas as palavras dela estão tão fixas na minha cabeça... ah meu pai, me ajude!
CAPÍTULO 4. Brand New Me
POV Emmett
Eu precisava aliviar a mente, precisava muito livrar . Com aquele idiota do Masen a rodeando, não será nada fácil consegui-la...
-Dr. McCarty, você pode ir pra ala pediátrica?
-Com que propósito?
-Temos uma médica nova, queria que você apresentasse o lugar a ela. Pode fazer isso?
-Pode ser. – me levantei e saí da sala rumo à ala de pediatria. Diferenciava pelas paredes rosa claro, azul, coloridas e alguns bichinhos desenhados por ai.
-Oi Hayley, você sabe onde esta a nova doutora? E o nome dela? – perguntei a recepcionista que assentiu sorrindo.
-Ela está na sala 235, nome dela é Rosana Grey. Foi transferida de Santa Monica pra cá.
-Ok, obrigada. - fui rumo a sala e bati na porta.
-Entre. – a voz dela era suave, bem calma. Entrei na sala e ela me fitou sorrindo.
-Dra. Rosana Grey?
-Sim?
-Sou Emmett McCarty, cardiologista. Me pediram para vir aqui lhe apresentar o lugar.
-Ahh claro. Disseram-me que vinha uma mulher, mas tudo bem.
-Espero que não seja problema.
-Não, claro que não.
-Então vamos. Vou te apresentar os médicos, as salas, todas as alas.
-Então vamos. – ela sorriu e fomos andando por aí.
O hospital era um tanto grande, mas não pareceu tanto enquanto conversávamos. Soube que ela era filha de um influente médico na Santa Monica, mas veio pra NY porque não queria mais viver nas asas dos pais. Arranjou um apartamento aqui e estava feliz. Descobri também, como quem não quer nada que não tem namorado.
-Emmett!
-, oi. - ela sorriu e trocou olhares entre eu e Nannah (ela deixou que eu a chamasse assim) -Ah lise), Rosana, Rosana lise). Nannah, é neurocirurgiã. , Nannah é pediatra. Veio hoje pra cá. As duas são clinicas gerais também.
-Ah, seja bem vinda. Espero que goste de trabalhar aqui. Vamos nos ver em dia de plantão. – elas se cumprimentaram. - qualquer coisa, minha sala é a 113. Você vai gostar daqui.
-Vou me lembrar. Obrigada.
-Depois eu queria conversar com você...
-Eu passo na sua sala.
-Obrigada. – ela assentiu e se virou para Nannah. – seja bem vinda novamente.
-Obrigada. – Nannah respondeu e saiu andando por aí.
-Bom, já vimos tudo... e olha, já é hora do almoço. – eu disse.
-Ah, eu tenho que encontrar minha mãe. Obrigada Emmett.
-Por nada...
-Hey, quer vir? – ela perguntou.
-O que?
-Almoçar. Comigo. A não ser que você tenha algo, com aquela ...
-? Não! – eu ri. – Eu e não temos nada.
-Então... aceita?
-Eu fiquei de almoçar com uma amiga, mas quem sabe um jantar? – propus e ela sorriu.
-Claro, porque não. Já sabe onde moro, me pega as 21:00?
-Marcado. – ela me deu um beijo no rosto e saiu andando para a ala pediátrica.
(...)
POV Nannah
-filha? Nannah? Rosana! – minha mãe chamou minha atenção.
-Oi? Oi mãe, desculpe.
-O que está acontecendo? Eu to falando tem 10 minutos. E você só está olhando para o prato, brincando com a comida. E esse sorriso no rosto?
-Ah, não é nada, não...
-Conte para a mamãe. – ela pediu e eu sorri.
-É que eu conheci alguém... – eu mal falei e o sorriso dela foi de orelha a orelha. – calma, mãe... é o Emmett. Ele é cardiologista, me apresentou o hospital hoje. Conversei bastante com ele. Ele é alto, forte, tem olhos claros, é legal, bonito...
-E você está gamada.
-Um pouco... – dei de ombros. – vamos jantar hoje.
-Ahhh que maravilha! Me conte tudo depois. Ou melhor, amanhã. Minha filinha pode se dar bem hoje.
-Mãe! – eu corei. – por favor, sem começar com os assuntos da minha vida sexual.
-Ora, mas é importante saber! Você usa camisinha né? Você sabe que pode pegar uma DST.
-Nora Grey, mamãe, eu sou médica, eu sei.
-Ta, ta... – ela disse e apertou minha bochecha. – digo isso porque te amo.
-Eu sei disso. Vamos comer, eu preciso voltar para o hospital em 40 minutos.
(...)
20:30
Será que eu estava muito apressada? Pronta 30 minutos antes... não, não, antes adiantada do que atrasada.
Andei pelo meu apartamento todo umas 3 vezes, me olhei no espelho 5, arrumei o vestido 7, bebi uns 10 copos de agua, tirando o banheiro que fui umas 15... ok, exagero, nem to nervosa. Imagina.
Nesse momento eu estava sentada no sofá ansiosa. É, confesso... e não, não é o meu primeiro encontro. É inexplicável, não sei de onde veio a força para chamar ele para sair na hora. Eu surtei e só notei depois. Sabe lá, piriguete interior subiu a cabeça e não quis descer. Ainda tinha 20 minutos até ele chegar. Liguei a TV e estava passando uma das minhas séries preferidas, Once Upon a Time. Me acalmei apreciando belezas que tinham nessa série, até que o interfone tocou.
-Srta. Grey? Sr. McCarty está aqui lhe aguardando.
-Obrigada Tim, diga a ele que estou descendo. – pedi e desliguei pegando minha bolsa.
-Olly, Olly? – chamei minha companhia diária que veio correndo até minhas pernas. – mamãe vai demorar pra voltar. Tem comida no seu cantinho, não faz xixi na casa!
Ele latiu como se entendesse e eu saí de casa. Olly era um shih-tzu preto e branco, pequenino. Ganhei da minha mãe quando me mudei pra NY, segundo ela, uma distração para não me sentir sozinha.
Fiquei pensando em tudo enquanto descia o elevador, olhei no espelho que tinha ali na minha frente e dos lados. É eu estava apresentável.
Assim que fui para fora do prédio, eu o avistei. Diria que a passagem direto para o inferno. Se de jaleco, roupa toda branca o homem já é uma coisa gostosa, imagina de calça jeans escura, blusa branca que definia muito bem o que ele tinha de melhor, e uma jaqueta de couro por cima. Ai o calor que subiu não é brincadeira!
-Uau, você está linda. – ele elogiou.
-Igualmente.
-Senhorita. – ele abriu a porta do carro pra mim e eu sorri entrando. Tentei me manter normal dentro do carro. Deu certo. Até ele entrar. O perfume que já estava bom se concentrou mais ainda.
Ok, o que acontece comigo?
-Pa-para onde vamos? – perguntei.
-Um restaurante que eu gosto, e acho que você também vai, é o melhor de NY.
(...)
-Foi um jantar maravilhoso. – falei quando ele parou na porta do meu prédio.
-A sua companhia que tornou tudo tão agradável. – ele sorriu formando aquelas covinhas charmosas – Boa noite, Dra. Grey.
Emmett se inclinou pra frente, pra me beijar, mas eu virei meu rosto.
-Desculpe – falei – Você vai me achar boba, mas eu... tenho uma regra. Só beijo no terceiro encontro.
Ele sorriu de novo e pegou minha mão.
-Então terei que marcar mais um encontro com você. – ele deu um beijo na minha mão – Tenha bons sonhos, Nannah.
-Boa noite Emm. Abri a porta do carro e saí para o vento frio da noite.
Harry abriu a porta do prédio pra mim assim que me aproximei. Antes de entrar eu dei uma ultima olhada pra trás. Emmett acenou e deu partida no carro.
(...)
-Eu não acredito que você não o beijou! – minha mãe reclamou. Eu mal tinha pisado no apartamento e meu celular tocou, era ela.
-Mãe, foi nosso primeiro encontro, ok? Eu não ia me agarrar com ele tão rápido, o que ele ia pensar? Que eu sou uma oferecida.
-E se ele não marcar mais nenhum encontro?
-Então significa que ele só queria se divertir comigo. – falei – E isso não é o que eu quero pra minha vida.
-Filha, já te avisei, o príncipe encantado não vai aparecer num cavalo branco, com armadura reluzente e espada empunhada pronto pra te salvar.
-Nem eu estou esperando isso, mãe, mas eu já estou beirando os trinta, não quero mais um gatinho pra curtir a noite e pronto... quero alguém pra acordar comigo, me trazer café da manhã na cama me esperar em casa no final do dia...
-Ou seja, você quer um príncipe encantado, e eles não existem.
-Pfff... não vou discutir mais com a senhora. – falei desistindo – Olha só, já está tarde e eu tenho que acordar cedo amanhã. Boa noite mãezinha.
-Eu não quero pegar no seu pé, filha, só não quero que você fique sozinha.
-Eu sei mamãe e te amo por isso, mas agora boa noite.
-Boa noite filha.
Desliguei o celular e o deixei na mesa de cabeceira. Minha mãe tinha razão no que dizia respeito a príncipes encantados não existirem, mas não era por isso que eu ia virar a peguete das baladas.
Olly apareceu no quarto se enrolando entre minhas pernas.
-Hey garoto, sentiu saudades da mamãe? – peguei ele e o coloquei em cima da cama, ele se aconchegou nos travesseiros. Eu fui até o closet e peguei um pijama. Tirei o vestido e o coloquei num cabide, deixei os saltos no lugar e depois de vestir meu pijama fui ao banheiro e retirei minha maquiagem, depois de escovar os dentes eu me joguei na cama.
(...)
O despertador tocou no mesmo momento que Olly começou a lamber meu rosto.
- Hmmm bom dia pra você também. – falei me levantando, ele logo pulou da cama e correu pra fora do quarto.
Eu fui pro banheiro, um banho era o melhor pra me despertar e dar o ânimo que precisava. De banho tomado vesti um conjunto de calcinha e sutiã brancos de renda, peguei um jeans branco e uma camiseta de mangas compridas e uma jaqueta. Calcei uma sapatilha confortável, catei minha bolsa e meu jaleco e sai. Deixei comida e água pra Olly, meu café da manhã seria no hospital mesmo, eu não podia me atrasar muito, pois ainda teria que enfrentar o metrô. Eu tinha que tomar vergonha na cara e comprar logo um carro.
- Mamãe tá saindo bebê. – falei acariciando o pelo de Olly – se comporta ai viu.
Tranquei a porta do apartamento e peguei o elevador, me despedi de Harry e sai para a manhã fria de NY, mas qual não foi a minha surpresa ao encontrar Emmett escorado no carro dele e segurando dois copos de café.
- Bom dia. – ele falou com aquele sorriso de covinhas – Eu trouxe café... para um segundo encontro.
- Bom dia. – falei aceitando o copo.
- Carona?
- Tenho a opção de não aceitar? – perguntei sorrindo.
- Não. – ele abriu a porta do carona me permitindo passar – Eu não sabia de como você gostava do seu café, então, baseado no que você disse sobre a sobremesa ontem, eu pedi um chocolate com menta.
- Está ótimo. – falei dando um gole no café – Acertou em cheio. Tudo o que eu precisava pra começar o dia.
- Tem muito trabalho te esperando?
- Mais ou menos. – falei – Tenho algumas consultas, mas o que está me preocupando mais é um pequeno paciente. Recém nascido, a mãe tinha dezesseis anos e estava escondendo a gravidez dos pais, pra isso ela apertava a barriga, acabou que o bebê nasceu no sexto mês de gestação.
- Tão jovem. – ele murmurou.
- Sim, e as probabilidades dele vingar são muito poucas. Ele pesa 560 gramas apenas, caberia tranquilamente na palma da sua mão. Mas eu vou fazer o possível pra ele ficar bem.
- Eu sei que vai. – ele sorriu.
Minutos depois Emmett estacionou no hospital e nós dois nos separamos na recepção.
- Se precisar de mim, estarei no meu consultório. – ele falou antes de sair andando pelo corredor que levava à ala oeste, eu me virei sorrindo para a ala leste.
(...)
- Pronta para o almoço? – Emmett perguntou colocando a cabeça pra dentro da minha sala.
- Na verdade eu estava pensando em pedir à Claire que me trouxesse um sanduiche e um suco da cantina.
- Mas não vou mesmo deixar isso acontecer. – ele entrou na sala e me puxou pela mão, me fazendo levantar da cadeira – A gente almoça na cantina, mas vamos comer comida que dê força e não apenas um sanduiche.
- Ok, Dr. MCarty. – eu ri tirando o jaleco e o deixando na minha cadeira – Vamos lá.
- E como está o seu pequeno paciente? – ele perguntou enquanto caminhávamos pelos corredores.
- Eu fui até a CTI Neonatal mais cedo e ele estava na mesma. – suspirei cansada, eu realmente sentia muito pelo bebê – a respiração dele está fraquinha, mesmo com os aparelhos, e isso faz o coração dele bater com dificuldade.
- Tem algo que eu possa fazer pra ajudar?
- A menos que você saiba alguma forma de mantê-lo como se ainda estivesse no útero materno, acho que não.
- Sinto muito.
- É... eu também, mas infelizmente eu encontro muitas vezes com coisas assim nessa profissão que escolhi.
- Então vamos mudar o assunto. O que você vai querer comer?
- O que me sugere, Dr. Cardiologista?
- Qualquer coisa que escolher aqui estará aceitavelmente saudável, eu ajudei a Nutricionista a escolher o cardápio.
- Hmm... então vejamos, vou ficar com uma salada, arroz e um peixe grelhado.
- Boa escolha. Vou acompanhar você nela. Nós pegamos o que escolhemos e nos sentamos numa mesa mais afastada e conversamos muito enquanto comíamos, eu descobri mais sobre ele e contei mais sobre mim, nem mesmo notamos o tempo passar.
- Eu tenho que voltar. – falei – Tenho um paciente em vinte minutos.
- Eu te acompanho até a sua sala. – ele se levantou e puxou minha cadeira para que eu me levantasse também.
(...)
- Está entregue. – ele falou quando paramos na porta do meu consultório – Tenha uma boa tarde.
- Obrigada, boa tarde pra você também. – falei antes de entrar e fechar a porta.
Me sentei na minha cadeira com um sorriso bobo no rosto, mas mal eu tinha me sentado a porta se abriu e Emmett passou por ela.
- Esqueci de falar uma coisa. – ele veio se aproximando e parou ao lado da minha cadeira, a girando pra que eu ficasse de frente pra ele, então com as duas mãos apoiadas nos braços da minha cadeira, ele se inclinou pra frente e sussurrou a poucos centímetros do meu rosto – Esse foi nosso terceiro encontro.
E antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ele me beijou. -É SÉRIO?
-Alice, fala baixo. – eu disse. – estamos no hospital.
-Hospital, não uma biblioteca! E o fato de que você dormiu com o meu irmão é fantástico!
-Eu não dormi com o Edward.
-Dormiu sim. Vocês estavam juntos em uma cama. E acordaram de conchinha, awn.
-Alice...
-Ta, ta, eu paro.
-Oi gente. – Emmett entrou na minha sala. – atrapalho?
-Não, pode entrar. – eu disse sorrindo e ele se sentou na outra cadeira a minha frente.
-E aí, o que me contam? – ele perguntou.
-Nada demais, dormi pouco essa noite.
-Hummmmmmmmmmmmmmmmmmmmm.... – Alice disse e eu revirei os olhos.
-Envolve homens? – Emmett perguntou rindo.
-Claro que não.
-Claro que sim!
-Alice!
-! Seja franca.
-Edward dormiu na minha casa, só isso.
-Edward Masen? Seu irmão? – Emmett perguntou a Alice que assentiu. – nossa que interessante.
-Não é interessante, eu e Edward somos apenas amigos. Só isso! – disse diretamente para Alice que revirou os olhos.
-Ah, então não teria problema eu te chamar para almoçar?
-Eu? – perguntei abobada. Não, minha tia!
-É eu vim aqui para isso, na verdade...
-Almoço? Hoje?
-É hoje. – ele disse sorrindo. – o que acha?
-Pode ser claro! Eu saio 12:30.
-Okay, eu te espero aqui. – ele disse e saiu da minha sala.
-Ta, você vai trair meu irmão?
-Não vou trair ninguém, pois não tenho nada. Sou uma mulher solteira que pode sair com quem bem entendo.
-Você me irrita! – Alice disse.
-Você me ama, fadinha.
-Dra. Hastings, a Srta. Marin está aguardando. – a enfermeira veio avisar e eu assenti.
-Obrigada Rachel, pode mandar entrar. – eu disse e fitei Alice. – conversamos depois, Dra. Masen.
Ela me fuzilou com os olhos e saiu da minha sala.
-Bom dia Dra. Hastings.
-Oi Audrey, como passou a semana?
(...)
-Toc, toc, vamos?
-Oi Emm, vamos sim. – tirei meu jaleco e peguei minha bolsa.
POV – Alice
, ... porque tão complicada? Eu tinha acabado de vê-la saindo com Emmett e peguei meu celular.
-Alô?
-Eddie! Oi maninho.
-Oi Allie, o que foi?
-Ah, sabe a ? Eu acho que ela ta saindo com outro cara.
-E o que eu tenho a ver com isso?
-Eu vou ser mega direta porque odeio enrolação. Olha, eu sei que ela gosta de você, vocês dormiram juntos ontem, não transaram, EU SEI! Mas dormiram, é claro que você gosta dela também. O que eu to dizendo, é que eu quero que você levante a bunda desse sofá e venha até o The Marines que é onde eles estão e impeça de algo acontecer entre esses dois.
-Alice, Alice, com quem ela ta?
-Com o Emmett! – ele ficou em silêncio e eu sei que tinha fisgado ele de jeito.
-To indo. – ele desligou e eu comemorei. Claro que a fadinha aqui não ia ficar de fora, então peguei minha bolsa e fui para o restaurante.
-Olá madame, mesa para um?
-Para dois, meu irmão vai chegar em alguns minutos.
-Sim senhorita.
-Ah, você pode arranjar perto da mesa daquele casal? Ou pelo menos em um lugar que dê para espiar. – o maître me olhou com uma cara estranha, mas assentiu.
-Claro, tem uma ali no canto, perto da janela.
-Perfeita. – eu disse e ele me guiou até a mesa.
-Quando decidir o seu pedido estaremos a disposição.
-Obrigada. – agradeci e levantei o Menu escondendo meu rosto. Mas espiava, e via que eles riam e que ele até pegou na mão dela. Vinho... Edward se apressa!
Fiquei uns minutos ali e tinha até pedido batata frita. Pra verem como eu tava tensa, pedi coisa com gordura!
-Alice? O que faz aqui?
-Acha mesmo que eu ficaria de fora?
-Cadê a ? – ele perguntou se sentando e eu indiquei com a cabeça. – McCarty.
-Não faça besteira.
-Ok eu vou tentar... – ele disse e me olhou. – batata frita?
-To tensa, vai logo!
POV – Edward
Como ela pode? Certo que não tenho nada com ela, mas quando Alice falou ‘Emmett’ meu sangue subiu. Agora ele quer pegar a MINHA ? Ele que sonhe nas noites dele.
-. – disse quando cheguei ao lado da mesa.
-Edward? O que faz aqui? – ela perguntou tirando a mão de baixo da dele.
-Vim te tirar daqui.
-O que? – os dois perguntaram. – isso mesmo, eu vim tirar a de perto de você, McCarty.
-Por que faria isso, Masen?
-Tenho motivos óbvios. Vem . – peguei-a pelo braço e a levantei da cadeira.
-O que? Não. Edward, que isso?
-, eu posso te carregar. – olhei nos olhos dela. – vai por mim, não vai querer isso.
Tornei a puxa-la e tirei de dentro daquele restaurante. Levei para direto para o hospital.
-O que pensa que está fazendo? – ela perguntou enfurecida assim que chegamos a sala dela.
-Te tirando dos braços daquele homem.
-O que tem de errado com ele?
-Ele... , ele não é para você! – eu disse e ela me olhou de braços cruzados.
-Desde quando decide o que é bom pra mim?
-Desde que me apaixonei por você novamente! – ela ficou em silêncio e descruzou os braços.
-Edward, não brinca comigo!
-Eu não to brincando.
-Ah, aposto que está.
-Acha que eu to brincando com isso? – perguntei me aproximando dela. Quando vi, ela estava contra a parede e eu pedia permissão para beija-la. Mas não aconteceu, ela me empurrou com força e ficou me olhando. Seu olhar era indecifrável. Raiva? Arrependimento?
-O que você fez?
-O que eu ia fazer, não é?
-É errado. Encerramos esse assunto 7 anos atrás. – ela disse abrindo os braços.
-Pra mim não. você se tornou uma mulher fantástica, não digo que me arrependi de ter me casado com Valerie, mas você... foi a mulher, a garota que nunca saiu da minha cabeça, o que passamos foi único, você deve se lembrar. TEM que lembrar.
-Eu me lembro, e lembro também como acabou aquilo. Você começou a gostar da Valerie.
-Sim, mas agora ela não está aqui.
-Edward, você não pode ignorar o fato de que Valerie...
-eu sei disso.
-janta comigo. – pedi de impulso e ela me olhou assustada.
-O que?
-Um jantar, apenas isso...
-Acho melhor sermos apenas amigos.
-É só um encontro inofensivo. – ele argumentou.
-Edward, por favor, eu preciso de tempo, Valerie ainda é muito presente. – ele suspirou e assentiu.
-Tudo bem, tome seu tempo. – saí da sala dela e fui direto pra casa.
POV –
O que ele queria fazer? Aliás, o que EU fiz? Não era o que eu queria? Que ele fosse meu... mas não da pra evitar, olho pra ele, para aquele sorriso, Valerie me vem a cabeça, e isso me faz afastar.
-?
-Alice, sai daqui.
-Me conta o que houve. – ela disse entrando na minha sala. – por favor, eu sou sua amiga.
-Edward apareceu no restaurante, não sei o que deu nele, me arrastou pra fora direto pra cá. Eu discuti com ele e quando vi... ele quase me beijou.
-Só isso?
-Ele me chamou para jantar com ele, mas eu não sei, é que Valerie ainda é...
-lise), presta atenção! Valerie se foi, Edward está aí, solteiro! Viúvo, eu sei, mas olha, ele já tentou te beijar, já provou que gosta de você.
-Alice, por favor. Eu preciso pensar.
-Tudo bem, eu vou te deixar aqui, qualquer coisa você sabe minha sala.
O resto do dia se passou rastejando. Paciente atrás de paciente, problema atrás de problema. A minha sorte foi que não me pediram para ficar no plantão, então voltei pra casa mais cedo do que esperava. Alice me chamou para comer algo, mas dispensei. Do jeito que a fadinha é, ‘por acaso’ o Edward por aparecer por lá. Então resolvi chegar em casa, tomar banho e ir direto para a cama.
Sol, clareira, flores, árvores... que lugar é esse? E porque estou com roupa toda branca? Não estou no hospital...
-. – aquela voz... me virei lentamente e vi Valerie de pé do outro lado daquele campo. Ela também estava de branco.
-Valerie! – fui correndo até ela e a abracei. – Valerie, que bom te ver! Que lugar é esse?
-É um sonho seu. – ela disse. Estava séria...
-Eu não morri né?
-Não, ainda não...
-Ah mas é tão bom te ver! – eu a soltei e a fitei sorrindo. – O que foi?
-Edward. É ele! Então é ele por quem você sempre esteve apaixonada.
-Eu não...
-Como pôde ?
-Eu sinto muito, Valerie!
-Pensei que fosse minha amiga. Eu juro que pensei!
-Eu sou sua amiga. – Ou era. Pensei.
-Não, você não é! Amiga que é amiga não rouba o homem dos outros.
-Não roubei nada de você, não é possível que mesmo depois de vinte anos de amizade você não me conheça.
-Conheço o suficiente, . E sei o que quer. Estou mais presente do que imagina, então tome cuidado com as suas escolhas.
-Você não pode me ameaçar, isso é um sonho, não é real.
-Ah, é real sim! Eu to aqui, eu to em todo lugar.
Ela abriu os braços e o ambiente mudou para o hospital. Olhei para os lados, era minha sala. Vi alguém entrando e levei um susto. Eu? Edward? OMG é hoje a tarde.
-Como você faz isso? – perguntei para Valerie mas ela mandou eu me calar.
-O que pensa que está fazendo? – eu perguntei me soltando dele. Eu estava revendo aquela cena...
-Te tirando dos braços daquele homem.
-O que tem de errado com ele?
-Ele... , ele não é para você!
-Desde quando decide o que é bom pra mim?
-Desde que me apaixonei por você novamente!
-Isso, . – Valerie disse e eu me virei para ela. – isso, eu vi tudo, eu vejo tudo.
O ambiente mudou novamente, dessa vez era minha casa novamente, só que estávamos eu e ele no sofá. Eu estava dormindo no ombro dele, enquanto Edward me olhava com ternura. Ele me levou para a cama e eu pedi para que ele ficasse. Ele velou meu sono por muito tempo, aí adormeceu.
-TRAIDORA!
-Valerie! Nada aconteceu! Você viu. – me defendi.
-Mas teria acontecido se você não estivesse dormindo.
-Valerie...
-Sai da minha frente! EU TE ODEIO!
Acordei assustada e ofegando. Eu estava suando... foi um sonho, um sonho, um sonho!
Levantei da cama e lavei o rosto no banheiro. Não pode ser real... mas as palavras dela estão tão fixas na minha cabeça... ah meu pai, me ajude!
CAPÍTULO 4. Brand New Me
POV Emmett
Eu precisava aliviar a mente, precisava muito livrar . Com aquele idiota do Masen a rodeando, não será nada fácil consegui-la...
-Dr. McCarty, você pode ir pra ala pediátrica?
-Com que propósito?
-Temos uma médica nova, queria que você apresentasse o lugar a ela. Pode fazer isso?
-Pode ser. – me levantei e saí da sala rumo à ala de pediatria. Diferenciava pelas paredes rosa claro, azul, coloridas e alguns bichinhos desenhados por ai.
-Oi Hayley, você sabe onde esta a nova doutora? E o nome dela? – perguntei a recepcionista que assentiu sorrindo.
-Ela está na sala 235, nome dela é Rosana Grey. Foi transferida de Santa Monica pra cá.
-Ok, obrigada. - fui rumo a sala e bati na porta.
-Entre. – a voz dela era suave, bem calma. Entrei na sala e ela me fitou sorrindo.
-Dra. Rosana Grey?
-Sim?
-Sou Emmett McCarty, cardiologista. Me pediram para vir aqui lhe apresentar o lugar.
-Ahh claro. Disseram-me que vinha uma mulher, mas tudo bem.
-Espero que não seja problema.
-Não, claro que não.
-Então vamos. Vou te apresentar os médicos, as salas, todas as alas.
-Então vamos. – ela sorriu e fomos andando por aí.
O hospital era um tanto grande, mas não pareceu tanto enquanto conversávamos. Soube que ela era filha de um influente médico na Santa Monica, mas veio pra NY porque não queria mais viver nas asas dos pais. Arranjou um apartamento aqui e estava feliz. Descobri também, como quem não quer nada que não tem namorado.
-Emmett!
-, oi. - ela sorriu e trocou olhares entre eu e Nannah (ela deixou que eu a chamasse assim) -Ah lise), Rosana, Rosana lise). Nannah, é neurocirurgiã. , Nannah é pediatra. Veio hoje pra cá. As duas são clinicas gerais também.
-Ah, seja bem vinda. Espero que goste de trabalhar aqui. Vamos nos ver em dia de plantão. – elas se cumprimentaram. - qualquer coisa, minha sala é a 113. Você vai gostar daqui.
-Vou me lembrar. Obrigada.
-Depois eu queria conversar com você...
-Eu passo na sua sala.
-Obrigada. – ela assentiu e se virou para Nannah. – seja bem vinda novamente.
-Obrigada. – Nannah respondeu e saiu andando por aí.
-Bom, já vimos tudo... e olha, já é hora do almoço. – eu disse.
-Ah, eu tenho que encontrar minha mãe. Obrigada Emmett.
-Por nada...
-Hey, quer vir? – ela perguntou.
-O que?
-Almoçar. Comigo. A não ser que você tenha algo, com aquela ...
-? Não! – eu ri. – Eu e não temos nada.
-Então... aceita?
-Eu fiquei de almoçar com uma amiga, mas quem sabe um jantar? – propus e ela sorriu.
-Claro, porque não. Já sabe onde moro, me pega as 21:00?
-Marcado. – ela me deu um beijo no rosto e saiu andando para a ala pediátrica.
(...)
POV Nannah
-filha? Nannah? Rosana! – minha mãe chamou minha atenção.
-Oi? Oi mãe, desculpe.
-O que está acontecendo? Eu to falando tem 10 minutos. E você só está olhando para o prato, brincando com a comida. E esse sorriso no rosto?
-Ah, não é nada, não...
-Conte para a mamãe. – ela pediu e eu sorri.
-É que eu conheci alguém... – eu mal falei e o sorriso dela foi de orelha a orelha. – calma, mãe... é o Emmett. Ele é cardiologista, me apresentou o hospital hoje. Conversei bastante com ele. Ele é alto, forte, tem olhos claros, é legal, bonito...
-E você está gamada.
-Um pouco... – dei de ombros. – vamos jantar hoje.
-Ahhh que maravilha! Me conte tudo depois. Ou melhor, amanhã. Minha filinha pode se dar bem hoje.
-Mãe! – eu corei. – por favor, sem começar com os assuntos da minha vida sexual.
-Ora, mas é importante saber! Você usa camisinha né? Você sabe que pode pegar uma DST.
-Nora Grey, mamãe, eu sou médica, eu sei.
-Ta, ta... – ela disse e apertou minha bochecha. – digo isso porque te amo.
-Eu sei disso. Vamos comer, eu preciso voltar para o hospital em 40 minutos.
(...)
20:30
Será que eu estava muito apressada? Pronta 30 minutos antes... não, não, antes adiantada do que atrasada.
Andei pelo meu apartamento todo umas 3 vezes, me olhei no espelho 5, arrumei o vestido 7, bebi uns 10 copos de agua, tirando o banheiro que fui umas 15... ok, exagero, nem to nervosa. Imagina.
Nesse momento eu estava sentada no sofá ansiosa. É, confesso... e não, não é o meu primeiro encontro. É inexplicável, não sei de onde veio a força para chamar ele para sair na hora. Eu surtei e só notei depois. Sabe lá, piriguete interior subiu a cabeça e não quis descer. Ainda tinha 20 minutos até ele chegar. Liguei a TV e estava passando uma das minhas séries preferidas, Once Upon a Time. Me acalmei apreciando belezas que tinham nessa série, até que o interfone tocou.
-Srta. Grey? Sr. McCarty está aqui lhe aguardando.
-Obrigada Tim, diga a ele que estou descendo. – pedi e desliguei pegando minha bolsa.
-Olly, Olly? – chamei minha companhia diária que veio correndo até minhas pernas. – mamãe vai demorar pra voltar. Tem comida no seu cantinho, não faz xixi na casa!
Ele latiu como se entendesse e eu saí de casa. Olly era um shih-tzu preto e branco, pequenino. Ganhei da minha mãe quando me mudei pra NY, segundo ela, uma distração para não me sentir sozinha.
Fiquei pensando em tudo enquanto descia o elevador, olhei no espelho que tinha ali na minha frente e dos lados. É eu estava apresentável.
Assim que fui para fora do prédio, eu o avistei. Diria que a passagem direto para o inferno. Se de jaleco, roupa toda branca o homem já é uma coisa gostosa, imagina de calça jeans escura, blusa branca que definia muito bem o que ele tinha de melhor, e uma jaqueta de couro por cima. Ai o calor que subiu não é brincadeira!
-Uau, você está linda. – ele elogiou.
-Igualmente.
-Senhorita. – ele abriu a porta do carro pra mim e eu sorri entrando. Tentei me manter normal dentro do carro. Deu certo. Até ele entrar. O perfume que já estava bom se concentrou mais ainda.
Ok, o que acontece comigo?
-Pa-para onde vamos? – perguntei.
-Um restaurante que eu gosto, e acho que você também vai, é o melhor de NY.
(...)
-Foi um jantar maravilhoso. – falei quando ele parou na porta do meu prédio.
-A sua companhia que tornou tudo tão agradável. – ele sorriu formando aquelas covinhas charmosas – Boa noite, Dra. Grey.
Emmett se inclinou pra frente, pra me beijar, mas eu virei meu rosto.
-Desculpe – falei – Você vai me achar boba, mas eu... tenho uma regra. Só beijo no terceiro encontro.
Ele sorriu de novo e pegou minha mão.
-Então terei que marcar mais um encontro com você. – ele deu um beijo na minha mão – Tenha bons sonhos, Nannah.
-Boa noite Emm. Abri a porta do carro e saí para o vento frio da noite.
Harry abriu a porta do prédio pra mim assim que me aproximei. Antes de entrar eu dei uma ultima olhada pra trás. Emmett acenou e deu partida no carro.
(...)
-Eu não acredito que você não o beijou! – minha mãe reclamou. Eu mal tinha pisado no apartamento e meu celular tocou, era ela.
-Mãe, foi nosso primeiro encontro, ok? Eu não ia me agarrar com ele tão rápido, o que ele ia pensar? Que eu sou uma oferecida.
-E se ele não marcar mais nenhum encontro?
-Então significa que ele só queria se divertir comigo. – falei – E isso não é o que eu quero pra minha vida.
-Filha, já te avisei, o príncipe encantado não vai aparecer num cavalo branco, com armadura reluzente e espada empunhada pronto pra te salvar.
-Nem eu estou esperando isso, mãe, mas eu já estou beirando os trinta, não quero mais um gatinho pra curtir a noite e pronto... quero alguém pra acordar comigo, me trazer café da manhã na cama me esperar em casa no final do dia...
-Ou seja, você quer um príncipe encantado, e eles não existem.
-Pfff... não vou discutir mais com a senhora. – falei desistindo – Olha só, já está tarde e eu tenho que acordar cedo amanhã. Boa noite mãezinha.
-Eu não quero pegar no seu pé, filha, só não quero que você fique sozinha.
-Eu sei mamãe e te amo por isso, mas agora boa noite.
-Boa noite filha.
Desliguei o celular e o deixei na mesa de cabeceira. Minha mãe tinha razão no que dizia respeito a príncipes encantados não existirem, mas não era por isso que eu ia virar a peguete das baladas.
Olly apareceu no quarto se enrolando entre minhas pernas.
-Hey garoto, sentiu saudades da mamãe? – peguei ele e o coloquei em cima da cama, ele se aconchegou nos travesseiros. Eu fui até o closet e peguei um pijama. Tirei o vestido e o coloquei num cabide, deixei os saltos no lugar e depois de vestir meu pijama fui ao banheiro e retirei minha maquiagem, depois de escovar os dentes eu me joguei na cama.
(...)
O despertador tocou no mesmo momento que Olly começou a lamber meu rosto.
- Hmmm bom dia pra você também. – falei me levantando, ele logo pulou da cama e correu pra fora do quarto.
Eu fui pro banheiro, um banho era o melhor pra me despertar e dar o ânimo que precisava. De banho tomado vesti um conjunto de calcinha e sutiã brancos de renda, peguei um jeans branco e uma camiseta de mangas compridas e uma jaqueta. Calcei uma sapatilha confortável, catei minha bolsa e meu jaleco e sai. Deixei comida e água pra Olly, meu café da manhã seria no hospital mesmo, eu não podia me atrasar muito, pois ainda teria que enfrentar o metrô. Eu tinha que tomar vergonha na cara e comprar logo um carro.
- Mamãe tá saindo bebê. – falei acariciando o pelo de Olly – se comporta ai viu.
Tranquei a porta do apartamento e peguei o elevador, me despedi de Harry e sai para a manhã fria de NY, mas qual não foi a minha surpresa ao encontrar Emmett escorado no carro dele e segurando dois copos de café.
- Bom dia. – ele falou com aquele sorriso de covinhas – Eu trouxe café... para um segundo encontro.
- Bom dia. – falei aceitando o copo.
- Carona?
- Tenho a opção de não aceitar? – perguntei sorrindo.
- Não. – ele abriu a porta do carona me permitindo passar – Eu não sabia de como você gostava do seu café, então, baseado no que você disse sobre a sobremesa ontem, eu pedi um chocolate com menta.
- Está ótimo. – falei dando um gole no café – Acertou em cheio. Tudo o que eu precisava pra começar o dia.
- Tem muito trabalho te esperando?
- Mais ou menos. – falei – Tenho algumas consultas, mas o que está me preocupando mais é um pequeno paciente. Recém nascido, a mãe tinha dezesseis anos e estava escondendo a gravidez dos pais, pra isso ela apertava a barriga, acabou que o bebê nasceu no sexto mês de gestação.
- Tão jovem. – ele murmurou.
- Sim, e as probabilidades dele vingar são muito poucas. Ele pesa 560 gramas apenas, caberia tranquilamente na palma da sua mão. Mas eu vou fazer o possível pra ele ficar bem.
- Eu sei que vai. – ele sorriu.
Minutos depois Emmett estacionou no hospital e nós dois nos separamos na recepção.
- Se precisar de mim, estarei no meu consultório. – ele falou antes de sair andando pelo corredor que levava à ala oeste, eu me virei sorrindo para a ala leste.
(...)
- Pronta para o almoço? – Emmett perguntou colocando a cabeça pra dentro da minha sala.
- Na verdade eu estava pensando em pedir à Claire que me trouxesse um sanduiche e um suco da cantina.
- Mas não vou mesmo deixar isso acontecer. – ele entrou na sala e me puxou pela mão, me fazendo levantar da cadeira – A gente almoça na cantina, mas vamos comer comida que dê força e não apenas um sanduiche.
- Ok, Dr. MCarty. – eu ri tirando o jaleco e o deixando na minha cadeira – Vamos lá.
- E como está o seu pequeno paciente? – ele perguntou enquanto caminhávamos pelos corredores.
- Eu fui até a CTI Neonatal mais cedo e ele estava na mesma. – suspirei cansada, eu realmente sentia muito pelo bebê – a respiração dele está fraquinha, mesmo com os aparelhos, e isso faz o coração dele bater com dificuldade.
- Tem algo que eu possa fazer pra ajudar?
- A menos que você saiba alguma forma de mantê-lo como se ainda estivesse no útero materno, acho que não.
- Sinto muito.
- É... eu também, mas infelizmente eu encontro muitas vezes com coisas assim nessa profissão que escolhi.
- Então vamos mudar o assunto. O que você vai querer comer?
- O que me sugere, Dr. Cardiologista?
- Qualquer coisa que escolher aqui estará aceitavelmente saudável, eu ajudei a Nutricionista a escolher o cardápio.
- Hmm... então vejamos, vou ficar com uma salada, arroz e um peixe grelhado.
- Boa escolha. Vou acompanhar você nela. Nós pegamos o que escolhemos e nos sentamos numa mesa mais afastada e conversamos muito enquanto comíamos, eu descobri mais sobre ele e contei mais sobre mim, nem mesmo notamos o tempo passar.
- Eu tenho que voltar. – falei – Tenho um paciente em vinte minutos.
- Eu te acompanho até a sua sala. – ele se levantou e puxou minha cadeira para que eu me levantasse também.
(...)
- Está entregue. – ele falou quando paramos na porta do meu consultório – Tenha uma boa tarde.
- Obrigada, boa tarde pra você também. – falei antes de entrar e fechar a porta.
Me sentei na minha cadeira com um sorriso bobo no rosto, mas mal eu tinha me sentado a porta se abriu e Emmett passou por ela.
- Esqueci de falar uma coisa. – ele veio se aproximando e parou ao lado da minha cadeira, a girando pra que eu ficasse de frente pra ele, então com as duas mãos apoiadas nos braços da minha cadeira, ele se inclinou pra frente e sussurrou a poucos centímetros do meu rosto – Esse foi nosso terceiro encontro.
E antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ele me beijou.