Capitulo 1 – I’M A WEREWOLF
Seattle - Washington (Julho de 2006)
Eu adorava a vida que tinha, nunca desejei nada diferente, talvez, quem sabe, ter conhecido minha mãe. Meu nome é Mariah Lahote Rodrigues, eu sei um nome gigantesco pra uma garota de 1,67, mas meus pais escolheram esse nome pra não entrarem numa briga que, segundo meu pai, durou os nove meses de gestação da minha mãe. Mamãe queria me batizar como , um nome que ela viu em algum lugar, e meu pai queria que eu me chamasse Mariah, o mesmo nome da mãe dele, então dessa discussão saiu meu nome enorme.
Meu pai, Renato Rodrigues, é brasileiro, apesar de pela aparência parecer mais um europeu. Ele é branco – e quando digo branco é bem branco mesmo – de cabelos claros, olhos verdes e um sorriso a ‘la’ George Clooney. Ele se mudou para os Estados Unidos quando tinha 19 anos para estudar história na Western em Seattle. Uma vez no verão decidiu se aventurar com os amigos em La Push, uma pequena reserva perto de Forks. Lá ele conheceu uma das nativas, Drina Lahote, por quem ele se apaixonou perdidamente. Eles se encontravam diversas vezes, e mesmo com o fim do verão eles continuaram se vendo, às vezes Drina ia até Seattle, às vezes meu pai viajava até La Push e às vezes eles se encontravam no meio do caminho, em Port Angeles. E foi assim por quase dois anos.
Um dia os pais de Drina descobriram e não ficaram muito satisfeitos com a idéia de a filha namorar um estrangeiro ‘branco’, Drina resolveu então fugir de casa e viver com meu pai, meu pai sempre confessa que levou o maior susto, afinal ele era um adolescente, mas quando Drina contou que estava esperando um filho dele, tudo mudou, ele e Drina se casaram e alguns meses depois eu nasci.
Hoje eu estou com 17 anos, estudo na West Seattle High School, nunca fui CDF, mas também não era desleixada, só que por algum motivo que desconheço, nos últimos meses não tenho conseguido me concentrar. As aulas pra mim são um saco, tediosas e repetitivas, sem contar que a mínima provocação de quem quer que seja, eu explodo. Cheguei a pensar que fosse apenas TPM, só que já me sentia assim a um bom tempo e nada da minha menstruação chegar, o que também era estranho, pois a mesma nunca atrasou um único dia.
- ? Você sabe a resposta? – ouvi uma voz distante falar – ?
Assustei quando o Sr. Martins, professor de espanhol me chamou gritando.
- Eita... pra que gritar? – perguntei baixo com tapando o ouvido.
- Tal vez porque estaba en la luna mientras yo le explicaba la conjugación del verbo escuchar en el futuro*. – ele respondeu em español.
(*Talvez porque estava na lua enquanto eu explicava a conjugação do verbo escutar no futuro)
- Me desculpe – pedi – estava distraída.
- En español, por favor.
- Lo siento, estaba distraída. – respondi mecanicamente, já sentindo o sangue esquentar por ver todos na sala me olhando com olhar de zombaria.
De todas as aulas eu tinha que me distrair na aula de Hoaquim Martins, a pessoa que mais me perseguia, e sinceramente não fazia idéia de qual o motivo de tal ato, mas que de uns tempos pra ca isso vem me irritando bastante, ah isso é a maior verdade.
- Estoy esperando señorita Lahote. – ele continuou me encarando e nesse momento ouvi algumas risadinhas no meu lado direito. Olhei pela visão periférica e vi Stacey Marroni rindo com sua fiéis escudeiras vadias.
- Esperando o que professor? – Perguntei ignorando as hienas.
- A tradução correta da frase no quadro. – olhei para o quadro na mina frente e comecei a ler a frase, mas mina visão se embaçou, quando comecei a ouvir os comentários de Stacey. Ela parecia estar falando bem ao lado do meu ouvido, apesar de estar a quatro cadeiras de distancia de mim.
Comecei a sentir a raiva encher as minhas veias, eu queria muito me levantar e arrebentar os dentes dela pra que ela nunca mais risse desse jeito irritante. Respirei fundo, uma,duas, três vezes.
- , está tudo bem? – Anne perguntou do meu lado estendendo a mão pra tocar no meu braço – Você está tremendo, OMG e você está quente, muito quente. Professor? – ela falou se virando para o Sr. Martins – Eu acho que ela não esta bem.
- O que você está sentindo ? – Sr. Martins perguntou com a expressão preocupada, mas o tom de voz dele era de quem estava duvidando que eu realmente tivesse qualquer coisa.
- Nada – falei entre-dentes as risadinhas de Stacey ainda soavam no meu ouvido – Eu estou bem. Mas não sei a tradução da frase.
- Ok – ele deu de ombros – quem pode me responder?...
Ouvi a voz de alguém respondendo, mas não me prendi em saber quem era, eu estava distante, sentindo tudo dentro de mim se revirar, como se eu estivesse me virando do avesso. Meu coração batia acelerado, o sangue corria rápido e quente pelas minhas veias. A sala começava a rodar, mas eu me mantinha firme, não podia dar o gostinho à Stacey ou meus outros colegas nem ao professor de me ver fraca. Mal o sinal tocou eu sai da sala em disparada, só existia uma pessoa que podia me ajudar agora.
Entrei na sala do meu pai quase derrubando a porta, ele ia me xingar por isso, mas acho que minha cara não devia estar muito boa, pois ele arregalou os olhos, desistiu de me recriminar e veio correndo pro meu lado.
- Filha, o que houve? – ele perguntou apavorado.
- Eu não sei pai, eu to estranha. – sussurrei.
- Estranha como ?
- Estranha pai, ta acontecendo um monte de coisas comigo que eu não sei explicar. Eu não consigo me concentrar em nada, eu me irrito facilmente e agora eu to com muita, mas muita raiva da Stacey, uma raiva tão grande que eu sinto como se fosse explodir.
- Você está quente e tremendo – ele falou me fazendo sentar numa cadeira.
- Eu to com medo pai – murmurei – e se eu estiver doente?
- Calma, princesa, o pai ta aqui. – ele me abraçou – Eu vou ficar com você, ok? – Fiz que sim com a cabeça. – vou juntar minhas coisas e nós vamos pra casa.
- Ta, eu vou no banheiro enquanto isso... – falei já saindo da sala.
Evitei olhar qualquer um no caminho até o banheiro, eu não precisava de mais um motivo pra ficar nervosa. Abri a porta do banheiro e entrei de uma vez, mas me arrependi no exato momento que meus olhos deram de cara com Satcey inclinada na direção do espelho, enquanto retocava o batom.
- Ora, ora, ora, se não é a esquisitinha... – ela falou assim que me virei para sair – o que foi florzinha, está passando mal? Quer ajuda pra ir até a enfermaria? – ela fingiu solidariedade.
- Eu só queria que você sumisse da minha frente – falei entre dentes caminhando de volta pra porta.
- Por que você não desaparece, esquisita? Você acha mesmo que essa escola é lugar pra você? Uma desengonçada, magricela... você acha que alguém aqui além daquela sua amiguinha, tão esquisita quanto você, vai te dar a menor atenção? Você acha que por acaso você vai ser rainha do baile ou algo do tipo?
Cada palavra que ela dizia me fazia ficar ainda mais irritada, eu não dava a mínima por não ter o estereotipo das garotas daqui, isso nunca me incomodou, mas o que me irritava era Stacey sempre querer ser mais, e pra ser assim ela sempre pisava nos outros sem um pingo de dó.
- Eu vou sair daqui, por que eu quero muito estragar esse seu nariz de 100 mil dólares, mas isso ia dar muita dor de cabeça pro meu pai, e sinceramente ele não merece.
- Há, há,há, você acha mesmo que conseguiria quebrar uma unha minha? Não me faça rir!
Meu sangue esquentou e eu senti que ia bater nela, ao mesmo tempo que eu avancei um passo na direção de Stacey, algo no meu subconsciente gritou para que eu não fizesse isso, que o melhor era seguir pra casa com meu pai. Me agarrei a essa voz e sai do banheiro.
- ! O que aconteceu?
- Me tira daqui pai, agora – pedi já sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
- Vem vamos embora – ele passou o braço pelo meu ombro e me levou pra casa.
...
Cheguei em casa e subi direto pro meu quarto, eu precisava de um banho urgente. As palavras de Satcey ecoavam na minha cabeça o tempo todo, me impedindo de ficar calma. Terminei o banho que deve ter demorado umas duas horas, e vesti uma roupa qualquer que vi no armário. Apesar de estarmos no começo do inverno, eu não senti o menor frio.
- Vou levar você num médico – meu pai falou.
- Não quero sair – reclamei – quero ficar aqui.
- O que você está sentindo de verdade filha, não me esconde nada.
- Eu não to escondendo pai, eu to nervosa, tremendo, com febre e agora meu corpo todo dói, como se meus ossos não coubessem em mim.
- Espera – meu pai falou se levantando – febre, tremedeira, raiva, ossos crescendo...
Ele correu até a mesinha onde ele trabalhava e abriu uma gaveta que ficava sempre trancada, tirando de lá um monte de papel, como um livro ainda não encadernado.
- O que isso? – perguntei.
- Minhas pesquisas, as que fazia quando conheci sua mãe.
- Pesquisas sobre o povo dela? – me ajeitei o melhor que pude no sofá pra ver os papeis que estavam na mão dele – Você acha que eu posso ter algo hereditário?
- Mais ou menos... olha filha pode parecer meio absurdo, mas eu acho que algumas lendas do povo da sua mãe são reais. – ele folheava os papéis como se fosse um cientista buscando a cura do câncer.
- Que lendas, pai? Aquelas que você me contava quando eu era pequena?
- Quase isso, eu te contava histórias que criei baseadas nas lendas, mas eu deixei muita coisa de lado nessas histórias, filha.
Ele folheou mais alguns papéis até que seu rosto se iluminou e ele abriu um sorriso enorme.
- Aqui, encontrei a lenda...
- Tá então acha a solução pra isso também, porque sinceramente pai, ta doendo demais.
- Calma filha, nós já vamos entender tudo. – ele passou os olhos pela página lendo algumas coisas, então seus olhos arregalaram e a boca abriu.
- OMG, tem algo ruim ai, não tem? – perguntei morrendo de medo da resposta.
- Escuta isso... – ele sussurrou – Conta-se nas tribos quileutes algumas lendas passadas de pai pra filho, lendas que remetem à origem do povo quileute. Dentre essas lendas está a que dizem ser a mais importante de todas, a lenda dos guerreiros. Dizem os antigos que para defender o povo dos inimigos, os guerreiros iam até o topo das montanhas, onde seus espíritos saíam de seus corpos e assim podiam proteger a tribo. Certa vez o chefe dos guerreiros teve seu corpo roubado por um dos seus melhores soldados. O espírito do chefe ficou perdido, vagando pela tribo sem que ninguém pudesse vê-lo, e de onde ele estava ele podia ver como seu soldado tomava o poder. Desesperado para encontrar uma solução para salvar sua tribo da tirania do soldado, o chefe guerreiro viu como única saída dividir espaço no corpo de um lobo enorme. O lobo o aceitou e juntos eles conseguiram derrotar o soldado traidor. E foi assim que surgiram os descendentes guerreiros, que quando atingiam certa idade ganhavam o espírito lobo/guerreiro dentro deles.
As pesquisas conseguiram levantar algumas hipóteses de que essa lenda talvez fosse mais real do que qualquer um poderia imaginar, jovens chegaram a sentir os sintomas, febre sempre alta, sem razão aparente, crescimento e ‘encorpamento’ exagerados e repentinos, instinto de proteção, sentimentos aflorados, principalmente a raiva...
- Perai, perai, perai... – falei interrompendo meu pai – o senhor não ta querendo insinuar que eu vou virar um lobo peludo, ta?
- São muitas coincidências, filha...
- Qual é pai? Isso é uma lenda... algo que não existe... tipo o Saci-Pererê e a Iara no Brasil.
- Sua mãe acreditava nisso, , foi ela quem me ajudou nessas pesquisas, ela conseguiu as informações pra mim.
- Por que ela te amava, e queria te ver feliz. Eu me recuso a acreditar que vou virar um lobo.... qual é eu nem tenho tamanho pra guardar um lobo dentro de mim!
- Eu vou levar você até La Push, seus avós vão saber o que fazer. – ele se levantou deixando os papéis no sofá e subindo as escadas – vou encontrar o telefone deles e avisar que estamos indo pra lá amanhã.
- Eu não vou a lugar nenhum – gritei – eu vou ficar aqui e esperar essa porcaria de febre e essas tremedeiras acabarem.
- Você vai a onde eu quiser, mocinha. Eu ainda sou seu pai, você ainda é menor de idade. – dito isso ele sumiu escada acima. Eu fiquei parada no meio da sala sem saber o que fazer da minha tão fudida vida.
Sem nem pensar direito peguei as chaves no aparador perto da porta e sai. Se ele queria me levar pra essa tribo onde minha mãe viveu, ele ia ter que me achar primeiro.
Fui a passos firmes para o carro, a raiva aumentando, o calor aumentando, as tremedeiras aumentando e as minhas forças diminuindo, eu sentia que ia sucumbir ao que quer que estivesse acontecendo comigo antes mesmo de chegar ao carro.
Um fogo começou a tomar conta do meu corpo, se concentrando na minha coluna. Meus ossos todos doíam como se estivessem sendo esticados, meus músculos pareciam estar virando pó, era como se eu estivesse deixando de existir.
- Pai! – gritei quando minha visão começou a ficar nublada.
Não demorou e meu pai estava do meu lado. Algo dentro de mim parecia que ia explodir transformando meu corpo em mil pedacinhos. Droga, não ia ser legal meu pai assistir a isso e ainda ter que limpar a sujeira amanhã.
Olhei ao redor e vi que estava na porta de casa, se acontecesse algo aqui, tipo eu explodir e um lobo aparecer em meu lugar – é eu tava começando a cogitar a hipótese do meu pai – os vizinhos iam ver, e depois o que eles poderiam falar? Me soltei do meu pai e dei a volta pela lateral da casa, indo parar no quintal dos fundos que era margeado pela floresta.
O calor aumentou consideravelmente e eu decidi parar de lutar contra ele, deixar acontecer parecia ser a melhor opção, quem sabe eu tinha a sorte disso tudo acabar. Assim que deixei o calor me dominar, a tremedeira aumentou muito e eu comecei a afastar do meu pai, algo dentro de mim dizia que era mais seguro deixá-lo longe.
No tempo de duas respirações, tudo aconteceu meu corpo parecia em chamas, meus ossos pareciam que iam se soltar de mim, meu coração batia tão acelerado que eu pensei que ele iria perfurar meu peito, então tudo explodiu, ou talvez fosse apenas eu.
Capitulo 2 – WHEN I SEE YOUR FACE...
Eu devia estar terrível, a cara do meu pai não era das melhores... na verdade eu nem conseguia decifrar a cara dele... sei lá tinha medo, admiração, susto, respeito, amor. Eu queria olhar pra baixo e ver como eu estava, mas eu estava morrendo de medo.
‘Fala alguma coisa, pai’ tentei dizer, mas o som que saiu da minha boca foi um latido... Latido? Olhei pra baixo e dei de cara com um par de patas brancas. ‘What?’ Pensei. Olhei pra trás e vi um traseiro e um rabo branco. ‘Eu tenho um rabo? Que. Grande. Merda!’
‘Quem ta ai?’ uma voz grossa falou na minha cabeça.
‘Eu é que pergunto quem ta ai, afinal a cabeça é minha’ respondi mal humorada.
‘Porra, mais uma transformação, onde você está?’ a voz falou.
‘Como assim mais uma? Tem mais alguém que virou lobo? Quem é você?’
‘Meu nome é Paul, e sim tem mais gente que virou lobo. Agora me fala onde você está, você vai precisar de ajuda.’
‘Ah com certeza eu vou precisar de ajuda... Eu to no 62, na Riversdale Street...’
‘Você não está em La Push?’ Paul perguntou assustado.
‘Não, estou em Seattle’.
‘Eu preciso falar com Sam, e com os conselheiros... Como você foi parar em Seattle?’
‘Eu moro aqui, desde que nasci...’
‘Mas como você pode ter se transformado? Só os quileutes podem se transformar...’
‘Er... minha mãe era quileute’ falei ‘então acho que em parte sou quileute também.’
‘Quem é sua mãe?’
‘Drina Lahote.’
‘Lahote?’
‘Sim, por quê?’
‘Eu sou um Lahote...’
‘Oh...’ foi só o que eu consegui dizer.
‘Escuta, eu vou falar com Sam e nós vamos ai te buscar... você tem que vir pra cá, precisa conversar com os conselheiros... precisa de treinamento e precisa estar entre nós, onde é mais seguro.’
‘Totalmente de acordo, mas tipo assim eu vou ser loba pro resto da vida? Não vou mais poder ir à escola, não vou poder dormir na minha cama nem vestir meus jeans tão amados e adorados?’
‘Claro que pode,” ele riu “você ainda é humana’.
‘Ah que noticia boa, e como é que eu volto ao normal?’
‘Se concentra na sua forma humana, deixa o calor que tomou sua coluna quando você se transformou fazer o caminho de volta. Sinta a humanidade dentro de você.
‘Ok, vou tentar...’
‘62 na Riversdale Street, certo?
‘Isso ai... até mais Paul...’
‘Até logo...’
‘’.
‘Até logo . Ah e fique em casa, Seattle não está muito segura.’
‘E eu não sei?’ falei me lembrando dos inúmeros assassinatos que o serial killer estava cometendo.
‘Não é simplesmente um serial killer, é algo bem mais grave... mas você vai entender quando chegar aqui. Então fique em casa e espere que nós vamos ai te buscar.’
‘Ta certo, mas pra onde vocês me levarem, vão ter que levar meu pai também...’
‘Ok vou passar isso pra Sam. Até mais.’
A voz de Paul sumiu, e eu fiz exatamente o que ele mandou, busquei sentir a humanidade dentro de mim, quando abri os olhos, não é que eu estava de volta sobre duas pernas! Ta certo que foram preciso algumas muitas tentativas, mas no fim deu certo, só tinha um problema, eu estava nua no meio do quintal e meu pai estava boquiaberto na minha frente.
- Pai, acho que vou precisar de uma roupa, né?
- Claro, claro. – ele tirou a camisa xadrez que vestia por cima de outra camiseta e me entregou – Meu Deus, isso foi incrível.
- Foi assustador, isso sim. E eu nem sei o que faria pra voltar a ser eu se Paul não tivesse me ajudado. – meu pai me olhou com as sobrancelhas arqueadas e uma expressão de quem estava avaliando se eu não estava ficando louca – desculpa, deixa-me explicar, têm outros como eu em La Push.
- Então as lendas são reais mesmo – ele estava maravilhado.
- É parece que são. E ao que parece os lobos podem conversar por pensamentos, ou talvez eu consiga conversar com Paul porque somos parentes – devaneei, me esquecendo do meu pai.
- Parentes? – ele perguntou me trazendo de volta.
- É Paul também é um Lahote... e ele está vindo com um tal de Sam me buscar...
- Mas nós podemos ir até lá...
- Ele falou que era melhor ficar em casa e esperar, porque ao que parece o perigo aqui em Seattle não é só um serial killer...
- O que é então?
- Sei lá, ele não falou. Mas a gente pode deixar isso pra amanhã, né? Eu preciso de um banho, e de comida, estou morta de fome.
- Vai lá – meu pai me deu um beijo na testa, engraçado que quando ele se aproximou nossas alturas não eram tão diferentes, o que era estranho, pois eu era bem baixinha. Pra alcançar meu pai eu tinha que ficar na ponta dos pés e agora nós tínhamos a mesma altura.
Olhei pra baixo pra dar uma checada no que tinha acontecido com minhas pernas e quase cai pra trás quando as vi. Subi as escadas correndo, tranquei a porta do meu quarto e fui até o closet que tinha um espelho de corpo inteiro.
- OMG, essas pernas não são minhas... Desde quando eu tenho pernas tão perfeitas? – virei de lado – E desde quando eu tenho bunda e... – tirei a blusa do meu pai -...seios? Essa não sou eu... onde eu fui parar?
De tudo o que eu via naquele reflexo, apenas os olhos castanhos como os da minha mãe e a pele clara como a do meu pai, eram meus, mas o restante parecia uma nova pessoa. Meus 1,67 de altura foram substituídos por algo em torno de 1,85 e meu corpo estava cheio de curvas... eu estava linda. Esse pensamento fez um sorriso surgir no meu rosto. Bem que a Stacey podia me ver agora...
Me lembrei de um boato correndo pela escola, de que hoje teria uma festa na casa de Jordan, o capitão do time de futebol da escola. Todos estavam convidados, mas como era uma festa na casa de um dos populares, isso implicava que os nerds e afins não podiam ir. Foda-se eu iria.
Aproveitei que estava no closet e escolhi uma roupa para ir à festa, eu queria algo que deixasse bem à mostra as minhas novas curvas, mas é claro que eu não podia ir de mini saia nem nada do tipo, se ninguém sabia da veracidade das lendas e elas eram verdadeiras, isso significa que quem sabia disso deixava em segredo, ou seja, eu não podia contar pra ninguém então eu devia pelo menos fingir sentir frio... Olhei todas as roupas no meu closet e me deparei com um problema. Todas as peças ali eram pequenas.
Escolhi um vestido que eu quase não usei, era preto com uma alça só e bem justo. Antes ele dava uns dois dedos acima do meu joelho, agora ele ficava uns dois dedos abaixo da minha bunda. Mas era o melhor que eu podia fazer. Deixei ele separado num cantinho do closet, os sapatos seria bem difícil dar um jeito, uma vez que meu numero havia aumentado consideravelmente. A sorte é que uma das tentativas frustradas do meu pai de namorar foi uma loira magrela e alta, e antes de ir embora pra nunca mais voltar, ela havia deixado pra trás um par de summer boots preta, então nem tudo estava perdido.
Corri até o banheiro e tomei um longo banho quente, apesar da temperatura não fazer nenhuma diferença – tenho certeza que mesmo se eu colocasse na água gelada o banho ainda seria relaxante – mas eu não trocava um banho quente por nada. Sequei meus cabelos deixando alguns cachos nas pontas e vesti um blusão que costumava usar pra dormir, ele havia ficado bem mais curto, mas ainda dava pra tampar o que era importante. Vesti junto uma calcinha tipo short e desci pra comer o que tivesse na cozinha, a fome estava me devorando – literalmente.
- Vou ter que comprar roupas novas – falei me sentando à mesa onde meu pai me serviu um pedaço generoso de lasanha – as minhas antigas estão todas curtas e apertadas.
- Sem problemas, nós passamos num shopping antes de ir pra La Push – ele respondeu se sentando na minha frente – Você é uma loba linda.
- Você achou mesmo? – perguntei – eu fiquei meio assustada na hora, sei lá ter patas e rabo não é muito interessante...
- Ainda com fome? – ele perguntou quando coloquei o ultimo pedaço de lasanha na boca. Fiz que não com a cabeça – Você reparou que comeu toda a lasanha?
- Eu acabei de me transformar em uma loba gigante e peluda, tenho direito de estar com fome. – reclamei. Meu pai levantou as mãos se rendendo e sorriu.
- Eu vou me deitar, você se importa de ficar sozinha? Posso continuar fazendo companhia se quiser.
- Não – falei – eu também vou me deitar, estou bem cansada.
Nós dois subimos as escadas. Eu deitei na minha cama e fiquei de lá escutando o que meu pai fazia no quarto dele. Ouvi a porta se abrir e fechar, ele andou pelo quarto, trocou de roupa, tirou as almofadas da cama e jogou no chão puxou as cobertas e se deitou. Mais um tempo, alguns movimentos e eu ouvi os roncos que indicavam que ele já estava em sono pesado.
Levantei devagar e fui até o closet, onde vesti o vestido que havia separado colocando um sobretudo por cima e me calcei. Fui até o banheiro e fiz uma maquiagem rápida, ajeitei os cabelos e sai do quarto. Desci as escadas bem devagar pra não correr o risco do meu pai acordar. Peguei as chaves do carro no aparador da entrada e fui em direção ao carro parado na frente da casa.
Abri a porta do carro e me inclinei para sentar no banco do motorista quando uma voz rouca soou atrás de mim.
- Aonde você pensa que vai? – me virei e dei de cara com um homem alto, de pele avermelhada, cabelos curtos e olhos negros.
O mundo parecia ter parado no instante em que meu olhar encontrou aquele par orbes negras como a noite. Algo estranho parecia acontecer dentro de mim, algo ainda maior que ter me transformado em loba. Um calor mais forte que o da transformação tomou conta do meu corpo, começando nos dedos dos pés e das mãos, inundando cada célula minha até tomar conta do meu coração.
Tudo se desfez naquele momento, de repente não existia mais meu pai, casa, carro, festa ou lobos. Nesse momento só existia ele. Aquele ser estranho que me fazia sentir uma sensação que eu nunca antes havia sentido, a sensação de lar, de pertencer a algum lugar. Eu me sentia como se antes eu fosse uma peça perdida de um quebra cabeças e que agora, depois de ser encontrada, voltava para seu lugar de direito.
Minha vida mudou. Eu mudei. Eu não era mais eu. Aquele homem estranho tinha tomado meu ar, meu coração e minha alma. Ele se aproximou de mim e eu literalmente me perdi nos olhos dele. E naquele momento, tudo o que me prendia nesse mundo se soltou de mim, eu me senti flutuar em direção a um único ponto. O ponto que me segurava na Terra, o centro do meu universo. O motor que regeria minha vida.
Ele podia me pedir qualquer coisa que eu faria sem pestanejar, eu sabia disso, eu sentia isso. Assim como eu sentia que qualquer coisa que o magoasse também me magoaria, qualquer dor que ele sentisse eu também sentiria. As nossas almas pareciam estar ligadas uma na outra, independente do que acontecesse, independente de onde estivéssemos, nós seriamos sempre um só.
Capitulo 3 – JAKE
Continuei parada com a porta do carro aberta parecia já ter passado uma eternidade, quando na verdade tudo aconteceu em segundos.
- Eu perguntei aonde é que você pensa que vai? – ele falou de novo, senti vontade de suspirar quando ouvi a voz dele.
- Eu... eu... – gaguejei, ok eu estava parecendo uma imbecil, mas não tinha outra maneira de ficar na frente dele – eu ia à uma festa – falei.
- Festa? – ele arqueou uma sobrancelha – Você acabou de se transformar e agora ia a uma festa?
Tomei um susto quando ele disse aquelas palavras, como ele sabia o que tinha acontecido comigo? Será que esse era Paul? Mas a voz dele na minha cabeça era diferente.
- Você é o Paul? – ele fez que não com a cabeça, ainda com as sobrancelhas arqueadas – então como você sabe sobre mim?
- Meu nome é Jacob Black, eu também sou lobo – ele falou relaxando um pouco mais a expressão. – Você é a , certo?
- Ah sim – falei – muito prazer Jacob, mas eu tenho que ir agora – tudo bem que era bem difícil deixar ele pra trás, mas eu tinha que ir à essa festa, tinha que mostrar pra Stacey quem era a esquisita... se bem que eu não precisava deixar Jacob pra trás... – hey, quer vir comigo? – perguntei. Seria bem mais divertido se além de aparecer na frente de Stacey totalmente mudada, pra melhor óbvio, eu aparecesse com um deus grego desses.
- Não, não quero ir – que pena, pensei – e você também não vai.
Eu ia mandar ele tomar num certo lugar, ia entrar no carro e seguir para a minha festa, mas algo no tom de voz dele me fez ficar parada.
- Vamos entrar. – ele falou fechando a porta do carro e me pegando pelo braço. Eu o segui sem tentar resistir. – achei que Paul tivesse te avisado que Seattle não está segura.
- É ele falou, mas eu achei que pudesse ir numa festa, afinal eu sou uma loba grande e peluda agora, pelo menos eu posso botar medo nas pessoas...
- Você não pode entrar em fase na frente de ninguém – ele falou me olhando sério – além de colocar nosso segredo à mostra para todos, você pode machucar alguém caso esteja perto demais.
- Eu não estava planejando me transformar na frente de ninguém – me defendi – eu só queria ver o pessoal...
- Você está instável, , qualquer faísca vai ser um motivo pra você entrar em fase... o que tem de tão importante nessa festa?
- Nada de importante... – ia dar uma desculpa qualquer, pois em hipótese alguma eu ia falar pro Jacob gostosão que eu queria mostrar pra patricinha vadia da escola que eu agora sou mais gostosa que ela, mas meu pai me fez o favor de descer as escadas e jogar meu plano ralo abaixo.
- O que está acontecendo aqui embaixo? – ele parou no pé da escada invertendo olhares entre Jacob e eu.
- Pai esse é Jacob Black, ele também é um lobo.
- Prazer Jacob, eu sou Renato Rodrigues.
- O prazer é meu senhor Rodrigues. – Jacob apertou a mão do meu pai.
- , que roupa é essa? – meu pai perguntou me olhando de cima abaixo.
- Ela estava indo numa festa – Jacob me dedurou.
- Festa? – papai arqueou uma sobrancelha – Por acaso não é a tal festa que vai ter na casa do Jordan é?
- É... talvez seja, essa sim...
- O que você ia fazer lá, minha filha, queria o que armar mais briga com a Stacey?
- Quem é Satcey? – Jacob perguntou.
- Ninguém – respondi.
- Uma colega de escola que vive implicando com – meu pai falou em seguida depois se voltou pra mim – Lembra o que aconteceu hoje?
- O que aconteceu? – Mais uma vez Jacob perguntou. Ok esse garoto era bem gato, mas muito curioso.
- Nada – falei, mas meu pai fez o favor de contar tudo pra Jacob.
- Você queria ir numa festa onde a garota que desencadeou sua transformação está? – Jacob me olhou cético – Ou seja, você queria arrumar uma confusão... das grandes!
- Ta bom gente, chega de drama... Desculpa minha intenção não era aparecer na festa e causar confusão, eu só queria ir lá e esfregar na cara lavada da megera que eu não sou tão esquisita quanto ela insiste em dizer... – falei tudo de uma vez, a merda já tava feita mesmo, assumir que eu queria era me gabar pra Stacey não ia fazer diferença nenhuma – mas tudo bem o Senhor Salvador da Pátria Black já me impediu e salvou a festa do Jordan... viva...
Me joguei no sofá cansada da discussão e com meus braços começando a tremer, meu pai saiu pra cozinha dizendo algo como preparar um chá... senti mãos quentes segurando as minhas.
- Respira fundo e pensa em coisas que te deixam calma – Jacob falou. Eu continuei com a cabeça no encosto do sofá e os olhos fechados.
Os tremores não passavam mesmo que eu me esforçasse muito, mas sempre que eu tentava me controlar e pensar em coisas agradáveis a cara nojenta de Stacey aparecia na minha mente rindo de mim e eu me lembrava que a chance de rir dela pela primeira vez tinha passado.
- Não adianta, você vai se transformar – Jacob falou e eu senti ele me levantando no colo, depois eu senti o vento batendo no meu rosto e os meus pés sendo colocados no chão.
Abri os olhos e tudo que eu via na minha frente estava embaçado e tremendo, na verdade eu é que estava tremendo. O calor voltou a subir pela minha espinha, droga eu ia virar loba de novo, e eu não queria isso.
- Não resista , é muito pior. Não dá pra lutar contra a transformação... deixa acontecer. – Jacob falava de longe.
Por mais que eu lutasse contra, Jacob tinha razão, não dava pra lutar contra a transformação. Um ‘bum’ e eu era peluda e tinha quatro patas de novo.
- Uau – Jacob falou agora mais perto – você é linda.
Meu coração acelerou com aquelas palavras, eu não precisava de mais nada pra me sentir calma, só dele ali, me olhando com olhos tão admirados e sorrindo.
O que foi isso? – Alguém falou na minha cabeça.
Ah qual é mais gente conversando na minha cabeça? – reclamei soltando um ganido que fez Jacob rir.
- Tem mais alguém ai com você, né? – ele perguntou e eu fiz que sim com minha cabeça grande.
Quem ta ai?
O lobo mau – falei e ri em seguida.
Ah é a garota nova que o Jake foi buscar – outra voz falou. – Oi eu sou Seth.
Oi Seth, sou . – respondi.
Cara ta todo mundo aqui doido preparando tudo pra quando você chegar... – Seth falou animado.
Nossa, eu nem sou tão celebridade assim – brinquei.
Não é? Os pais do Paul tão faltando por um ovo esperando você...
Por que? Perguntei.
Ah, pergunta o Jake que ele vai saber te falar melhor...
Então ta bom, vou perguntar a ele... até mais Seth... e até mais outra voz que não se apresentou – brinquei.
Sou Jared. – a outra voz falou e riu.
Então oi Jared e até mais... – refiz o que Paul tinha me ensinado mais cedo e com menos tentativas consegui voltar a ter duas pernas, o problema era que mais uma vez eu estava sem roupa.
- Ops – Jacob falou rindo e virando de costas pra mim.
- Pai! – Gritei e logo meu pai voltou com um roupão na mão – Olha esse negócio de ficar explodindo minhas roupas não é legal. Será possível que toda vez que eu voltar a ser gente eu vou ficar pelada na frente de alguém?
- Não – Jacob falou se virando pra mim de novo – você vai aprender a se controlar, e quando isso acontecer vai poder tirar a roupa antes de se transformar, e vai fazer isso num lugar onde ninguém mais vai ver...
- Ô que noticia boa... já chega de ficar sem roupa na frente do meu pai...
- Vamos entrar, fiz um chá pra você, . – meu pai falou indo na frente.
- Eu prefiro um cheeseburguer e um refrigerante. – falei.
- Ta com fome né? – Jacob falou rindo.
- Muita, nem parece que eu comi uma lasanha inteira há pouco tempo.
- É assim mesmo...
Entramos e eu me joguei numa das cadeiras da cozinha, meu pai colocou uma xícara de chá na minha frente.
- Fala sério, pai. Eu odeio chá.
- Toma, vai ajudar você a se acalmar. – Jacob falou naquele tom que não dá pra não fazer o que ele manda. – Depois você ataca a geladeira.
Bufei e comecei a tomar o chá que não tinha gosto de nada.
- Eu vou voltar pra cama – meu pai falou de repente – posso confiar que você não vai fugir de novo?
- Pode pai – falei – Mesmo que eu quisesse, aposto que o guarda-costas aqui não vai deixar.
- Eu tomo conta dela – Jacob falou.
- Ótimo. Estou confiando minha única filha a você Sr. Black. – papai falou sério, como se eu fosse alguma peça de cristal que pode quebrar. Caramba eu sou uma loba agora, isso deve servir pra alguma coisa.
Meu pai foi dormir e Jacob ficou passeando pela cozinha, olhando algumas fotos que estavam presas na geladeira.
- Essa é você? – ele perguntou mostrando uma foto da minha turma que tinha sido tirada há umas duas semanas num acampamento.
- Essa mesmo.
- Nossa você mudou bastante... – ele continuou olhando a foto – Deixa eu adivinhar, essa aqui é a tal Stacey... – ele mostrou a perua na sua roupa super cara comprada na Sax da Quinta Avenida em uma das suas muitas viagens a NY com o papaizinho dela.
- A própria. – falei torcendo o nariz.
- Qual a implicância com ela? – ele se sentou na minha frente.
-Não ta óbvio ali na foto? – apontei pra geladeira – Ela é a popular, a rainha do baile, a princesa da West Seattle, e eu? Bom eu era a esquisita... a magricela...
- Então a implicância é só porque vocês são diferentes?
- Sei lá, Jacob... ela não gosta de mim e eu aprendi a não gostar dela, ponto.
- Você queria então aparecer na festa e mostrar pra ela que não é mais “esquisita”... – ele fez aspas com as mãos. Eu fiz que sim com a cabeça – Mas se você era como na foto hoje de manhã e aparece agora na frente dela, muito mais alta, com mais corpo... você não acha que isso vai parecer estranho?
- Eu não pensei nisso – falei sorrindo um pouco – então obrigada por me impedir de sair...
- Eu não te impedi de sair , eu só te impedi de fazer besteira. Se você quiser sair, fique a vontade, só procure não ir a lugares e encontrar pessoas que vão te deixar irritada.
- Anotado.
Ficamos em silencio um tempo, Jacob encarando as mãos e eu brincando com a xícara de chá, da qual eu tinha bebido um único gole.
- Me fala mais sobre ser lobo. – pedi.
- O que você quer saber?
- Tudo. Mas começa me falando quem é lobo em La Push. Eu conheci o Paul, o Seth e o Jared por pensamentos, e você, claro.
- Tem ainda o Sam, que é o alpha, o Embry, o Quil e a Leah.
- Leah? Então eu não sou a única garota?
- Não. A Leah ta doida pra te conhecer, pra ela é um alivio ter mais uma mulher no bando.
- Eu imagino, não deve ser nada legal ter um monte de garotos na sua cabeça. – nós rimos – Por falar nisso, como é esse negócio de ouvir os pensamentos um do outro?
- Na forma de lobo, esse é nosso meio de comunicação, então tudo o que você pensa na forma de lobo é compartilhado com quem mais estiver em fase.
- Isso é chato. – fiz careta, não ia ser legal ter todo mundo xeretando minha cabeça.
- Mas tem alguns truques pra você esconder seus pensamentos... tipo você se esforçar pra ficar pensando em outra coisa. Ficar cantando uma musica por exemplo, ou pensar num filme, num jogo que você assistiu...
- E a questão do alpha?
- O Sam é o líder do bando, ele dá as ordens, escala as rondas, e cuida dos treinamentos. Geralmente o Sam não gosta de usar o poder de alpha dele, mas se ele achar que é necessário ele vai usar esse poder, e ai é impossível você não acatar. Não dá pra contornar uma injunção.
- Injunção seria...
- Uma ordem alpha.
- Ah sim... e como foi que escolheram o Sam pra ser alpha?
- Ele foi o primeiro do bando a se transformar, além disso, Levy Uley, o bisavô do Sam, foi o terceiro na linha de comando do ultimo bando de La Push.
- E quem foi o primeiro?
- Ephraim Black. – arqueei uma sobrancelha.
- Black como você?
- Meu bisavô, por parte de pai.
- Então você devia ser o alpha.
- Sim. E não só por isso, mas também porque Quill Ateara, o segundo na linha de comando, era meu bisavô por parte de mãe, mas eu não quis o posto de alpha. Eu nem queria ser lobo!
- Eu entendo, é estranho a beça ser peludo... – nós rimos.
- Mas tem as coisas boas também.
- Como o quê? – perguntei.
- Como a velocidade, você se sente poderoso quando está correndo. E ainda tem a chance de acabar com alguns sanguessugas que aparecem no caminho...
- Sanguessugas? Por que algo me diz que você não esta falando daquelas criaturas nojentas que vivem em pântanos?
- Porque eu não estou falando delas. – ele riu – Eu to falando do inimigo natural dos lobos. Os vampiros.
- Pode parar por ai... – falei largando a xícara de lado – Tudo bem que eu sou uma loba branca e peluda, mas daí a acreditar que existem vampiros é demais.
- Pois pode acreditar, eles existem. E estão mais perto de você que você imagina. São vampiros que estão causando todas essas mortes aqui em Seattle. E por isso você se transformou, a presença deles desencadeou a sua febre.
- O.M.G – falei pausado – quer dizer que todo dia eu e meu pai saímos de casa correndo o risco de um vampiro aparecer na nossa frente?
- Durante o dia não tem tanto perigo assim...
- Claro, no sol eles viram pó.
- Não. Eles não viram pó no sol, não dormem em caixões e nem tem problema nenhum com alho, crucifixos ou água benta. – ele sorriu mais uma vez – Da mesma forma, ninguém vai matar a gente com uma bala de prata, quer dizer, a gente morre com uma bala de prata, se o tiro for no coração ou na cabeça, assim como também morre com uma bala comum de revolver.
- Então qual o problema deles com o sol? – perguntei com um súbito interesse pelo assunto.
- Eles brilham. Segundo Bella – senti uma pontada de tristeza na voz dele quando falou da tal Bella.
- Essa Bella é vampira? – perguntei, afinal qual o outro motivo pra ela saber que os vampiros brilham no sol?
- Não ela é humana – agora ele ficou sério – e o motivo pra que os vampiros estejam em Seattle.
- Como assim?
- É uma história longa, vou tentar resumir pra você. – ele se ajeitou melhor na cadeira e eu me levantei indo até a geladeira, se a história ia ser longa eu ia ouvi-la de boca cheia. Meu estomago parecia colado nas costas.
- Há um ano Bella se mudou pra Forks, - Jacob continuou - o pai dela é muito amigo do meu pai, então foi assim que eu me aproximei dela. Bom ela conheceu e se apaixonou por um garoto na escola, Edward, só que ela não sabia quem ele era de verdade. Quando ela descobriu, ela o aceitou e os dois começaram a namorar. Edward é um vampiro.
- E ela uma humana? Como eles conseguiram? – perguntei enquanto tirava da geladeira ingredientes para fazer um sanduíche.
- Edward e a família dele não se alimentam de sangue humano, só de sangue animal, então ele conseguiu resistir ao sangue de Bella. – fiz sinal que tinha entendido e que ele continuasse – então, apesar de resistir ao sangue dela, Edward colocou Bella em perigo várias vezes. A primeira foi logo que os dois se conheceram, um outro vampiro perseguiu Bella e quase a matou. Depois foi num aniversário que fizeram pra ela na casa dele, ela cortou o dedo e o irmão dele quase a atacou. Por causa disso Edward resolveu ir embora e deixou Bella pra trás. Ela ficou mal, muito mal.
- E o que aconteceu depois? – o incitei a continuar, primeiro porque a história estava boa, segundo porque eu adorava ouvir a voz dele.
- Nós nos aproximamos. Bella veio atrás de mim um dia pedindo que eu consertasse duas motos pra ela, depois eu comecei a ensiná-la a pilotar a moto... a gente ficou muito amigo... mas ai veio a minha transformação e eu tive que me afastar dela...
- Por que?
- Ordens do Sam. Ele não queria correr o risco de Bella descobrir nosso segredo. Mas acabou que ela descobriu. – ele sorriu mais uma vez, mas não foi um sorriso que chegou aos seus olhos, ele parecia triste com as lembranças – eu já tinha contado pra Bella umas lendas da tribo, antes de me transformar e saber que as lendas eram bem reais. Ai ela ligou uma coisa na outra e acabou descobrindo sobre os lobos.
Voltei a me sentar colocando na nossa frente um prato com alguns sanduíches e uma jarra de suco. Jacob continuava narrando a história da tal Bella.
- Um tempo depois que Edward foi embora, Bella teve a idéia idiota de se aventurar pulando de um penhasco em La Push, coisa que todo adolescente lá faz, só que uma das irmãs do Edward, que é vidente, viu e achou que Bella estava se suicidando. Por um baita acaso do destino, no mesmo dia um amigo do meu pai, e um dos membros do conselho faleceu, Harry Clearwater, ele é pai da Leah e do Seth, Edward ligou pra casa da Bella procurando o Charlie, pai dela, e eu que atendi o telefone e falei que Charlie estava num funeral, só que eu não falei que era o funeral do Harry.
- Edward achou que era da Bella. – emendei.
- Exatamente. Então ele resolveu que devia se matar também. Como não é fácil pra um vampiro fazer isso ele foi até a Itália, onde tem o que parece ser uma ‘monarquia’ dos vampiros, sei lá, eu não me atei a isso. O caso é que a vidente apareceu e falou pra Bella que Edward ia se matar e Bella decidiu que devia ir junto... nós nos afastamos desde então.
- E onde entram os vampiros que estão aqui em Seattle?
- A mulher do vampiro que perseguiu Bella quer se vingar, então ela criou um exercito de vampiros para fazer o serviço pra ela...
- Uau, que história... e em qual parte entra que você é apaixonado por essa Bella? – perguntei. Jacob me olhou de olhos arregalados – Qual é Jacob, dá pra ver na sua cara que você gosta dela e que não ta nem um pouco feliz em vê-la com o tal Edward.
- Não é vê-la com ele que me irrita, é saber que ela quer ser uma deles e que ele está disposto a fazer isso por ela.
- Ela quer virar uma vampira? – perguntei um pouco alto. – Desculpa, eu me assustei com a informação.
Silêncio.
- Se importa de mudar de assunto? – perguntei buscando uma forma de tirar a dor dos olhos dele.
- Sobre o que quer falar?
- Seth me falou que os pais de Paul estão muito ansiosos pela minha chegada, por quê?
- Sua mãe era a irmã mais nova de Eli, pai de Paul, ele ficou arrasado quando sua mãe fugiu, mas os pais dele não o deixaram procurar por ela. Então ele está ansioso em revê-la. – certo essa informação doeu a beça. Como é que eu ia dizer aos meus tios que eles não iam rever minha mãe. – ? Qual o problema?
- Eles não vão rever minha mãe, Jacob.
- Por que?
- Ela morreu depois que eu nasci, por causa de algumas complicações no parto. – engoli o bolo que se formou na minha garganta.
- Eu sinto muito, – ele esticou a mão e tocou a minha que estava em cima da mesa. Aquele toque parecia ser tudo o que eu precisava naquele momento, eu senti como se algo me prendesse ainda mais a Jacob – eu sei como é perder a mãe.
- Obrigada. Mas então, além dos meus tios, quem mais eu vou conhecer? – contornei o assunto antes que as lágrimas chegassem aos meus olhos.
- Os lideres do conselho que são meu pai, o Sr. Ateara e Sue Clearwater, a esposa do Harry. Além dos outros lobos e seus imprintings.
- Impritings?
- Outra coisa de lobo... Um imprintig é a forma que o lobo tem de encontrar a parceira, ou parceiro ideal no primeiro olhar.
- Tipo alma gêmea? – perguntei.
- Mais que isso. É como se uma força maior que te puxasse para um único ponto, pra uma única pessoa. Você seria qualquer coisa, faria qualquer coisa por ela. Tudo mais vira apenas um pano de fundo, nada mais tem importância pra você além dela. Seu único objetivo passa a ser a felicidade incondicional dela.
Eu tive que engolir seco porque Jacob descreveu o que eu sentia naquele exato momento.
- Uau, intenso isso... mas tipo e se a pessoa por quem o lobo tem um imprinting não quiser um relacionamento?
- O imprinting não é algo pelo qual você pode lutar contra, ou ficar longe e não se refere apenas à um relacionamento homem e mulher assim logo de cara. Pode ser algo mais demorado, entende? – fiz que não com a cabeça – O lobo que passa por isso é qualquer coisa que seu objeto de imprinting precisa, seja um amigo, um companheiro, amante, um irmão...
- Sim, mas digamos que o objeto do imprinting gosta de outra pessoa...
- Um dia ela se rende... um dia ela vê que aquele lobo é exatamente o que ele quer na vida.
- Todo lobo tem um imprinting? – na verdade o que eu queria perguntar era ‘Você tem um imprinting?’.
- Não. No nosso bando só Sam, Jared e Quil sofreram imprinting. – me controlei para não soltar um suspiro de alivio por saber que ele não tinha imprinting.
Fizemos uma pausa longa na conversa, era difícil absorver toda essa informação, principalmente a parte do imprinting.
- Essa história de imprinting parece ser linda... – falei – Tipo quem não quer saber que tem uma pessoa que viveria e morreria por você?
- Eu. – Jacob falou sério – Eu não quero isso... não quero ser obrigado a amar alguém.
- Obrigado? – perguntei.
- É como eu te disse, não se pode lutar contra o imprinting. Seus genes te falam que você está feliz por ter aquela pessoa, mas isso não significa que você esteja realmente feliz...
Senti meu coração pesado pelas palavras dele, se o que aconteceu comigo foi um imprinting como eu imagino que seja, Jacob não vai aceitar, ele não quer um imprinting, o melhor é eu ficar quieta no meu canto e não deixar ninguém saber disso, eu ainda podia ser amiga dele no final das contas.
- Tem uma coisa em ser lobo que talvez você goste... – Jacob falou.
- O quê?
- Não envelhecer...
- Oi? Tipo nunca? – perguntei assustada, tipo não é sempre que a gente descobre que vai ter 16 anos pelo resto da vida...
- Não exatamente – ele falou – você vai voltar a envelhecer, quando ficar um bom tempo sem se transformar...
- Então se eu desistir de ser loba, eu volto a envelhecer...
- Não bem desistir... É preciso prática pra não entrar em fase... enquanto você for jovem, você não vai conseguir se controlar...
- Ou seja, eu sempre vou explodir em loba quando estiver nervosa demais...
- Mais ou menos isso. – ele falou.
- Mas as pessoas não vão estranhar por me ver com cara de adolescente pro resto da vida?
- Já se olhou no espelho? – ele perguntou.
- Ah já, com certeza eu me olhei... e foi exatamente pelo que vi que eu quis ir correndo me exibir para a Stacey...
- Sim, mas você prestou atenção no seu rosto? – ele se aproximou mais – Deixa eu te mostrar uma coisa. - Jacob se inclinou e pegou o celular do meu pai que estava na bancada e voltou a olhar pra mim. Sem me avisar ele tirou uma foto minha.
- Hey! – reclamei – Porque não me avisou que ia tirar uma foto?
Ele nem deu papo pro que eu falei e foi até a geladeira, pegando a foto que ele tinha visto minutos antes.
- Olha só – ele colocou as duas fotos na minha frente, sobre a mesa – veja a diferença. Nessa foto aqui, - ele mostrou a que tinha pego na geladeira – você tem aparência de adolescente de uns 15 ou 16 anos... mas nessa daqui, você aparenta ter mais de vinte.
- Isso é legal... – murmurei. Fiquei olhando as duas fotos, as diferenças eram bem nítidas.
oOo
Jacob e eu ficamos quase a madrugada inteira conversando e vendo TV. Era bom ficar perto dele, na verdade eu sentia uma necessidade física desse contato. Vez ou outra eu deixava que minhas mãos ou minha perna se encostassem nele, apenas pra satisfazer a minha loba interior que gritava pedindo por ele.
Eu sei que eu podia contar pra ele, afinal Jake – como ele queria que eu o chamasse agora – era livre, mas tinha aquela vozinha na minha cabeça que ficava me lembrando o quanto os olhos dele brilhavam quando ele falava de Bella. Bom como eu quero ser pra ele o que ele precisar que eu seja, no momento nós somos apenas amigos. E esse status que eu acabava de ganhar deu a Jake a liberdade de falar sobre tudo comigo. Ele me contou sobre as irmãs dele, e sobre como e viver sem a mãe e como é cuidar do pai e pra minha tristeza, confessou seu amor por Bella.
- Ok – falei me levantando – Se eu vou pra La Push amanhã, eu tenho que arrumar minhas coisas, e o senhor vai me ajudar.
- Claro, claro. – ele se levantou desanimado do sofá e eu o arrastei escada acima pela mão, mas parei no meio do caminho quando lembrei que precisaria de caixas. Voltei a descer as escadas ainda puxando Jake e fui até o porão.
- Você vai na frente. – falei o colocando na porta aberta que dava para o porão.
- A casa é sua, você que devia ir na frente – ele riu e começou a descer as escadas.
- Mas ai deve ter ratos, ou baratas, ou sei lá que outro tipo de bicho. Eu não quero me arriscar. – falei o seguindo, praticamente grudada nas costas dele.
- Você é uma loba que tem medo de ratos. – ele riu – Eles tem mais medo de você sabia?
- Tá, como se eles soubessem que eu sou uma loba. – zombei.
- Eles sentem, boba, chama-se instinto animal. – Jake terminou descer as escadas e acendeu a lâmpada que pendia do teto – Viu, sem ratos... – Desci as escadas parando atrás dele – Ah exceto aquele grandão ali. – ele apontou pra frente, eu nem se quer olhei pra onde ele mostra, só pulei nas costas dele e comecei a gritar.
- Mata, mata, mata, por favor. – pedi, mas Jake estava se dobrando de rir – Não tem rato nenhum, né? – falei descendo das costas dele.
- Você é muito medrosa. – ele falou entre risadas.
- Vai ter troco Black – falei tentando acalmar meu coração que ainda batia acelerado. Peguei uma meia dúzia de caixas médias e umas quatro grandes e joguei todas em cima dele – Você carrega.
- Hey, você é forte agora, pode carregar um pouquinho de peso. – ele falou ainda rindo.
- Mas você me trollou, agora vai carregar o peso sozinho. – peguei uma fita adesiva numa das prateleiras do porão e subi as escadas.
- Peso? Pufff, não tem peso nenhum numas caixinhas de papelão desmontadas. – ele passou por mim, que segurava a porta aberta pra ele.
- Ah não tem peso? – falei depois de trancar a porta e pulei nas costas dele – E agora?
- Levinho ainda. – ele riu e subiu as escadas que davam para o meu quarto.
- Upa, upa cavalinho. – falei rindo.
- Qual é o seu quarto folgada. – ele brincou.
- Ultima porta à esquerda. – A porta estava aberta, Jake deixou as caixas no chão e eu pulei de suas costas. – Valeu pela carona.
- Disponha. – ele riu e começou a montar uma das caixas.
- Vou vestir uma roupa e já volto. – falei pegando um short de malha e uma camisa no closet e correndo até o banheiro. O short ficou curto, mas pelo menos tinha entrado, e a camisa era mais folgada antes, então agora tinha ficado justinha, mas ainda estava legal.
Voltei pro quarto onde encontrei todas as caixas montadas.
- Por onde começo? – Jake perguntou andando pelo quarto.
- Pelos livros. – falei – Mas MUITO cuidado com meus filhos.
- Você gosta de ler, hein? – ele falou começando a tirar os livros das prateleiras e os colocando numa das caixas.
- Amo ler. – falei – Influência do meu pai eu acho, ele também gosta bastante de ler, nós só não temos gostos parecidos.
- Já sei de onde você tirou a ideia dos vampiros queimarem ao sol, e do alho e dos cruxifixos também. – ele riu segurando alguns dos meus exemplares de Anne Rice.
- Ela escreve bem – falei em minha defesa – Não são vampiros tão legais como Bran Stoker, mas eu gosto.
- São seus preferidos?
- Não. – falei indo para o lado dele – Esses são os meus preferidos. Peguei os meus três livros favoritos e coloquei na mão dele.
- Persuasão, Orgulho e Preconceito e Razão e Sensibilidade. – ele falou lendo as capas.
- Mas dos três, o meu preferido é Persuasão. – falei.
- Alguma razão especial? – ele colocou os livros com cuidado dentro da caixa.
- A principio eu li porque, segundo meu pai, era o livro favorito da minha mãe. Mas depois que terminei de ler, eu simplesmente me apaixonei pela história.
- Conta o quê? – ele perguntou retoricamente.
- Jake, não me faça uma pergunta dessa se não estiver preparado para me ouvir por pelo menos duas horas. – ele riu.
- Eu realmente quero saber a história do livro, , quem sabe me interesso e pego emprestado com você.
- É sério isso? – perguntei o encarando.
- Porque o espanto? Por acaso eu pareço o tipo que não lê?
- Não é isso, é que... ah deixa pra lá. – desconversei, nem eu mesma sabia o porque do meu espanto nele querer ler Persuasão. Na verdade eu ficava encantada sempre que conseguia convencer alguém a ler esse livro.
- Vai me contar a história ou não? – ele me olhou risonho.
- Claro. – falei – Bom a história é sobre Anne Elliot e Frederick Wentworth, eles se amavam, mas Anne foi persuadida a ficar longe dele, porque ele era pobre. O tempo passa, Anne nunca encontra um outro amor, porque ela ainda ama Frederick. A família dela está perdendo tudo, porque o pai dela apostava em jogos e perdeu boa parte do dinheiro. A casa onde Anne viveu toda a vida dela vai ser alugada pela família do Almirante Croft e isso mexe muito com ela porque Frederick é irmão da mulher do Almirante, ou seja, Anne sabe que ele vai voltar. Quando Frederick reencontra Anne, ele a trata com indiferença, pois ele se lembra que ela dispensou ele quando eles estavam noivos.
- Por que ela fez isso? – ele perguntou interrompendo minha história.
- Ela foi persuadida pela família dela, porque ele não tinha muito dinheiro, era de uma família mais humilde. – continuei – Então... quando volta, Frederick fica ignorando a Anne, e até se interessa em casar com a sobrinha dela. Ela fica triste, mas sabe que ela meio que merece isso... a madrinha dela convence que ela deve se casar com um primo dela, pra salvar a família. Quando Frederick fica sabendo ele escreve uma carta se declarando e Anne acaba lendo. É a minha parte favorita do livro.
"Já não consigo escutar em silêncio. Tenho de lhe falar pelos meios ao meu alcance. Anne transpassa-me a alma. Sinto-me entre a agonia e a esperança. Não me diga que é demasiado tarde, que sentimentos tão preciosos morreram para sempre.
Declaro-me novamente a si com um coração que é ainda mais seu do que quando o despedaçou há oito anos e meio.
Não diga que o homem esquece mais depressa que a mulher, que o amor dele morre mais cedo. Eu não amei ninguém, se não a ti. Posso ter sido injusto, posso ter sido fraco e rancoroso, mas nunca inconstante. Vim a Bath unicamente por sua causa. Os meus pensamentos e planos são todos para si.
Não reparou nisso? Não percebeu dos meus desejos? Se eu tivesse conseguido ler os seus sentimentos, como creio que deve ter decifrado os meus, não teria esperado estes dez dias. Mal consigo escrever. A todo o momento estou a ouvir uma coisa que me emociona. Anne baixa a voz, mas eu consigo ouvir os tons dessa voz, mesmo quando os outros não conseguem.
Criatura demasiada boa, demasiada pura! Faz-nos, de fato, justiça, ao acreditar que os homens são capazes de um verdadeiro afeto e uma verdadeira constância. Tenho de ir, inseguro quanto ao meu futuro. Uma palavra, um olhar será o suficiente para decidir se irei à casa do seu pai esta noite, ou nunca.”
- Uau, realmente é sua parte favorita – ele riu depois que eu recitei toda a carta de Frederick, que eu já sabia de cor.
- Eu disse que me pedir para contar a história era me ouvir por horas. – falei.
- Mas os dois ficam juntos? – ele perguntou curioso.
- Leia e você descobre. – eu ri da cara dele. – É sério. Eu te empresto assim que chegarmos em La Push.
- Vou cobrar. – ele voltou a guardar os livros.
Ficamos entre brincadeiras e risos, e quando percebemos já não tinha mais nada no meu quarto, além da minha cama e dos móveis vazios.
- Vamos pra sala? – Jake perguntou.
- Não está cansado? Pode dormir na minha cama se quiser. – falei – Prometo não fugir.
- Eu sei que você não vai a lugar nenhum. – ele falou sério depois riu – Não estou com sono, então posso te ajudar a arrumar as coisas.
- Não vou negar a ajuda, mas temos que pegar mais caixas.
- Eu não tenho nada contra o porão, senhora ‘tenho medo de ratos’. – ele falou antes de me jogar no ombro e descer as escadas.
- Hey, me põe no chão. – pedi batendo nas costas dele.
Jake me desceu quando estávamos na porta que dava para o porão. Descemos as escadas e pegamos todas as caixas que tinha lá, dessa vez eu o ajudei a levar as caixas para a sala.
Fiquei arrumando as coisas na mesa do meu pai, enquanto Jake guardava o que estava na estante da T.V. Não demorou muito pra tudo estar embalado na sala também.
- Cozinha? – ele me olhou de sobrancelhas arqueadas.
- Você é prestativo garoto. – passei por ele rindo e fui pra cozinha – Mas antes de arrumar as coisas aqui, preciso comer. Meu estomago está conversando com as minhas costas.
Ele riu alto e me ajudou a preparar alguns sanduiches.
Já passava das cinco da manhã quando terminamos de embalar as coisas da cozinha, deixando de fora só a comida da geladeira e o que seria necessário para preparar o café da manhã.
- Acabamos? – ele perguntou.
- Falta só o quarto do meu pai, mas ele está dormindo lá. – falei.
- Você consegue não fazer barulho? Por que podemos conversar baixo o suficiente pra ele não acordar e ainda nos escutarmos com facilidade.
- Então vamos arrumar tudo lá também, assim vamos mais cedo pra La Push.
- Tanta ansiedade pra ir embora. To começando a achar que você não gosta daqui. – ele riu.
- Eu gosto de Seattle – falei pegando algumas caixas e seguindo pro quarto do meu pai – Mas com tudo o que aconteceu, aqui parece não ser mais, o meu lugar, e eu tenho esperança de que seja tudo melhor em La Push.
- E vai ser – ele falou me fazendo parar e olhar pra ele – Lá você vai estar em casa, com sua nova família, seus novos irmãos.
Não consegui dizer nada, tinha tanto carinho nas palavras dele que eu fiquei sem ação. Continuei subindo as escadas e entrei devagar no quarto do meu pai. Pelos roncos ele estava em sono pesado.
- Guarda as coisas desses armários ai – apontei para o lado direito do quarto – eu vou guardar as roupas dele.
Guardamos tudo, eu deixei uma muda de roupa para ele usar quando acordasse, mas caso ele não quisesse usar a roupa que separei, ou quisesse pegar outra coisa, deixei as caixas abertas num canto do quarto.
- , - Jake me chamou quando já estávamos na sala – Você ficou estranha, eu falei alguma coisa que você não gostou?
- Não. – falei me sentando no sofá – É que isso é tudo novo sabe, tudo diferente, eu estava acostumada a ser só eu e meu pai, e agora eu fico sabendo que tenho um tio, uma tia, um primo... e você me fala que eu vou estar em casa em La Push...
- Isso é bom ou ruim?
- É bom... eu acho. – eu tentei sorrir, mas acho que saiu uma careta.
- Vem cá menina boba. – ele me puxou e me abraçou apertado. Escondi meu rosto em seu peitoral, sentindo o perfume amadeirado dele, sentindo todos os meus medos sumirem – Melhorou? – ele riu me afastando um pouco.
- Sim – falei limpando uma lágrima fujona. – Temos que dormir – falei me jogando no sofá.
- Eu não estou com sono. – ele se sentou do meu lado – Mas você pode dormir se quiser.
- Também não tô com sono. – peguei o controle remoto e liguei a TV zapeando pelos canais, até que parei em um onde passava The Big Bang Theory.
- Esses caras são hilários. – Jake falou, eu deixei o controle de lado e me estiquei, colocando os pés na mesa de centro, ele fez o mesmo.
Ficamos assistindo o seriado e acabamos pegando no sono. Acordei mais tarde com meu pai me cutucando.
- Bom dia. – ele sorriu me esticando uma caneca de café.
Tentei me levantar para pegar a caneca, mas meu pescoço e minhas costas estavam duros.
- Ownt. – reclamei massageando os ombros. Jake deu um pulo quando eu reclamei de dor, meu pai riu e colocou a caneca na mesa de centro. Eu não me segurei e comecei a rir também voltando a me recostar no sofá.
- Caramba mulher, você me deu um susto. – ele se sentou de novo esfregando o rosto.
- Foi mal. – falei pegando o café, minhas costas doíam menos depois de ter me espreguiçado. Jake riu e pegou uma caneca de café que meu pai tinha trazido pra ele também – Eu estava toda rígida por ter dormido sentada.
- Eu já to tão acostumado a dormir quando e como dá que nem sinto mais. – ele deu um gole no café.
- Vocês dois arrumaram tudo? – meu pai perguntou indicando as caixas espalhadas pela sala.
- Sobrou o porão pra você. – falei terminando de tomar meu café – E você vai arrumar lá enquanto vamos até o shopping, ou seja, passa o cartão velhote. – brinquei.
- Shopping? – Jake me olhou de sobrancelhas arqueadas.
- É shopping, eu preciso de roupas, se vocês dois não perceberam eu cresci uns bons centímetros. – falei – O Jake pode até não ter percebido, mas você eu sei que percebeu pai, eu não tinha bunda antes e magicamente ela surgiu atrás de mim, o que significa que minhas roupas não me servem mais.
- Tá, tá não precisa ficar se explicando em detalhes. Vai se trocar, se ainda tiver alguma roupa que te serve e eu te dou o cartão. – dei um beijo na bochecha dele e corri na direção das escadas – Jacob, nem pensa em conferir o que surgiu magicamente atrás da minha filha. – Ouvi ele falar e fui obrigada a rir, será que Jake estava reparando em mim?
Vesti um vestido que tinha encontrado enquanto arrumava minhas coisas, era um que eu não usava a tempos, nem mesmo me lembrava que tinha. Era preto e branco de alcinhas, com um decote generoso, pelo menos agora que eu tinha o que colocar nele, ficava no meio das minhas coxas, mas não muito curto. Calcei a mesma sandália que tinha usado na noite anterior e que por sorte tinha tirado antes de me transformar. Peguei uma bolsa pequena e voltei pra sala.
- Tudo isso pra ir ao shopping? – meu pai perguntou me olhando de cima abaixo.
- O vestido era o único que não ficava curto demais, e a sandália é a única que me serve, agora que o numero do meu sapato aumentou, ainda bem que aquela magrela candidata a modelo da Victoria’s Secret esqueceu ela aqui.
- Você está linda. – ele sorriu e me deu um beijo na testa, me entregando o cartão em seguida – Não abuse.
- Sim senhor. – dei um beijo na bochecha dele e puxei Jake pela mão.
- Eu vou pro porão... – papai falou desanimado.
Antes de sair peguei as chaves do carro no aparador e joguei pra Jake.
- Você dirige? – perguntei. Ele assentiu entrando do lado do motorista e abrindo a porta pra mim.
O shopping ficava bem perto da minha casa, então chegamos rápido. Entrei na primeira loja que vi, eu queria fazer todas as compras logo, antes que eu desse o azar de encontrar alguém conhecido.
Peguei algumas camisetas, dois números acima do que eu costumava usar, alguns jeans skinny, calças de malha, que seriam melhores pra ficar em casa e dormir e roupas initmas.
- Pode abusar dos shorts – Jake falou se escorando na parede ao lado da arara onde eu escolhia alguns shorts jeans.
- Por que? – perguntei.
- São melhores pra quando você estiver em ronda. – ele falou baixo – Você vai ter que amarrar suas roupas na perna quando for se transformar, e o short ocupa menos espaço.
- Entendi – peguei mais alguns shorts e algumas saias, afinal de contas eu agora tinha pernas pra mostrar. Sorri com meu pensamento.
- Não vai experimentar? – ele olhou enquanto eu levava tudo pro caixa.
- Não – falei – Eu sei que vão servir. Além do mais, quero ir embora logo, antes que apareça alguém que eu conheço.
- Bem lembrado. – ele sorriu e me acompanhou.
Paguei tudo e fui a uma loja de sapatos.
- Alguma sugestão para o que é melhor na hora da ronda? – perguntei quando entramos na loja.
- Não. Você vai estar descalça. A menos que tenha que se transformar depressa. – ele falou baixo – Não tem como prender sapatos na perna.
- Realmente. – eu ri. Escolhi dois pares de tênis, uma sandália de salto muito linda que tinha me feito apaixonar por ela assim que a vi e uma rasteirinha.
Na loja de sapatos nós demoramos um pouco mais, já que dependíamos da lerdeza da vendedora para pegar o meu numero. Quando estava tudo pronto e pago, nós saímos.
- Eu to morrendo de fome. – falei – e sinceramente não sei se consigo esperar até chegar em casa.
- Uma pausa pra comer então? – puxei Jake pela mão antes mesmo que ele terminasse de falar.
Sentamos na praça de alimentação, eu deixei as sacolas no chão e peguei o cardápio.
- Caramba eu podia comer um elefante sozinha agora. – falei – Pareço um urso que acabou de sair da hibernação.
Jake riu. Pedimos um cheeseburguer, uma poção de batata frita e um refrigerante cada um. A garçonete, que por acaso ficou babando em cima de Jake, trouxe os pedidos mais rápido que o normal.
- Suspeito que ela passou você na frente de um monte de gente. – falei dando a primeira mordida no meu cheeseburguer – E agora ela deve estar escorada no balcão suspirando por você.
Agucei minha audição e foi exatamente o que eu ouvi, um suspiro, mas não só da garçonete que nos atendeu, e sim de pelo menos metade das mulheres presentes ali. Isso porque a outra metade ainda não tinha reparado em Jake.
Segurei pra não deixar transparecer um sentimento que surgia no meu peito. Algo que eu nunca tinha sentido antes, era uma mistura de frustração e vontade de levantar e socar cada uma das piriguetes que estavam babando nele...
Espera... eu estava com ciúmes? Tomei um gole longo do meu refrigerante pra refrescar as ideias.
- Tudo bem? – Jake perguntou. Eu fingi um sorriso e fiz que sim com a cabeça.
Terminamos de comer e eu paguei a conta. Jake ainda me olhava como se eu fosse uma bomba prestes a explodir. Peguei rápido as sacolas pra sair dali, ou eu realmente ia bater em alguém.
- ? Esquisita é você? – a voz chegou ao meu ouvido me fazendo estremecer.
Por favor Deus, que não seja ela e sim uma ilusão minha. Fingi que não tinha escutado, mas a criatura botou as patas nojentas no meu braço e me virou pra ela.
- Não pode ser você. Se for você é mais esquisita que eu imaginava! – Stacey me olhava como se eu fosse um extraterrestre.
- Desculpa, mas você deve estar me confundindo com alguém. – menti.
- Não, não to confundindo não. – ela falou ainda me avaliando – É você, eu não sei como, porque você nunca conseguiria esse corpão, mas é você...
- Minha filha, você é normal? – continuei interpretando – Você sempre para as pessoas na rua e fica ofendendo elas? Eu não sou quem você está pensando, então se me der licença.
- Eu tenho certeza que é você. – ela continuou insistindo – O corpo mudou, você está mais alta, mas o olhar estranho é o mesmo... e você gato, quem é? – ela se virou pra Jake.
- Um amigo, que não faz ideia de quem é você. – ele também mentiu, claro que ele sabia que era Stacey.
- Você pode me conhecer se quiser... – ela falou tentando ser sexy, mas só conseguindo se parecer com uma vadia.
- Me desculpe, senhorita. – Jake falou todo educado – Mas eu e minha namorada temos que ir embora.
Minha namorada? Eu sabia que era só parte da interpretação, mas ouvir aquilo dele fez borboletas dançarem no meu estomago.
- Namorada? – ela me olhou com cara de nojo – Tem coisa muito melhor que a esquisita. – ela se aproximou dele, colocando aquela mão cheia de unhas postiças no peitoral de Jake. Eu ia bater em alguém agora.
- Nós realmente precisamos ir. – Jake se afastou dela e me puxou pela mão.
Só quando ele tomou as sacolas de mim foi que eu percebi que estava tremendo.
- Se acalma . – ele pediu quando chegamos no carro – Por favor se acalma porque não tem onde esconder uma loba enorme nesse estacionamento.
- Eu não consigo. – sussurrei – Eu quero voltar lá e bater nela, é a única coisa que eu tenho na cabeça.
- Você tem que se acalmar, pensa em outra coisa, esquece essa garota.
Me lembrei de quando ele me abraçou na noite anterior, o cheiro dele tinha me acalmado.
- Me abraça – pedi. Jake me olhou por um segundo, depois me puxou pros braços dele.
Escondi meu rosto no pescoço dele e inspirei fundo, puxando pra dentro dos pulmões o máximo do cheiro dele que eu conseguia. Senti os tremores diminuindo aos poucos, a raiva que eu sentia por Stacey sumindo devagar.
- Melhor? – Jake perguntou sem me soltar.
- Sim. – me afastei do abraço dele – Obrigada.
- Disponha, ele riu. – e abriu a porta do carro pra mim, dando a volta e entrando do lado do motorista em seguida. – Aquela menina tem problemas sérios.
Eu ri.
- Obrigada por não ter me deixado ir na festa ontem. – falei – As coisas teriam sido feias lá. Porque não seria só uma Stacey, mas sim a gangue de peruas dela toda.
- Confia em mim, 80% das vezes eu estou certo. – ele riu dando partida.
- Você é tão convencido Jake. – falei – Não vou te agradecer mais.
Capitulo 4 – LA PUSH
- Quer ir correndo? – Jake perguntou quando estávamos saindo. Meu pai tinha ligado para Sam e ficou sabendo que já tínhamos uma casa em La Push, era onde minha mãe vivia antes de fugir, a casa dos meus avós. Jake e eu o ajudamos a colocar as caixas na caminhonete dele e estávamos prontos para partir.
- Correndo? – perguntei o encarando sem entender.
- Na forma de lobo, . Vai ser legal, bom pra você ir se acostumando. – pensei por um minuto.
- Pai você sabe ir sozinho para La Push? – perguntei, meu pai riu da minha cara e me deu um beijo na testa.
- Eu ia e voltava várias vezes pra ver sua mãe. Acredito que o caminho não tenha mudado tanto, mas por via das duvidas, eu tenho GPS no carro.
- Ok. – ri e dei um beijo estalado na bochecha dele, tirei a sandália e entreguei meu pai, pra ele guardar no carro.
- Cuidado os dois. – meu pai alertou – e cuida da minha princesinha, Jacob.
- Pode deixar senhor. – Jake riu e me puxou para o meio da floresta que tinha na parte de tras da nossa casa.
Andamos por vários metros floresta adentro. Até que Jake parou.
- Se esconde atrás daquela arvore e prende seu vestido aqui. – ele se abaixou e colocou uma tornozeleira de elástico na minha perna.
- Não sei me transformar sem estar com raiva – falei.
- Então pense em algo que vai te deixar com raiva. – ele me virou e me empurrou de leve em direção à arvore.
- Não me espia. – brinquei me escondendo e tirando o vestido. O enrolei prendendo na perna, na altura da panturrilha – Ok pensar em algo que me deixe com raiva. Fácil é só lembrar da cara de lambisgóia da Stacey.
- Lembra dela te chamando de esquisita. – Jake falou de onde estava, eu podia ouvi-lo como se ele estivesse do meu lado.
Comecei a me lembrar das coisas que Stacey dizia, a forma como ela sempre me tratou, mas o que me fez ficar com mais raiva foi a forma como ela olhou pra Jake. Aquela mão nojenta tocando o peitoral dele. Senti o calor subindo pela minha coluna e o tremor começar. Uma imagem surgiu na minha mente, não tinha acontecido, mas eu vi como se fosse real, era Stacey beijando Jake. Aquilo me fez ver vermelho e explodir na forma de lobo.
? – ouvi a voz de Paul na minha cabeça. Hora de mudar o rumo dos meus pensamentos.
Oi Paul. – falei.
Quando você vem pra La Push?
Estamos a caminho. – foi Jake quem respondeu, aparecendo na minha frente em sua forma de lobo. Um enorme lobo cor de caramelo.
To me sentindo um poodle perto de você. – falei passando por ele.
Jake e Paul riram na minha cabeça.
Você é baixinha mesmo. – Jake brincou. – E ai, vamos apostar uma corrida?
Pra que lado fica La Push – perguntei.
Me segue e você descobre. – Jake desembestou numa corrida, me deixando pra trás.
Coloquei toda a minha força nas minhas patas e acelerei minha corrida, passando na frente dele. Eu era muito rápida, e correr era maravilhoso, achei que fosse sentir medo de bater em uma árvore, mas era tão natural correr que eu me desviava delas com facilidade.
Me distraí por um segundo e Jake passou na minha frente, ladrando uma risada. Voltei a me concentrar e esbarrei nele quando o alcancei, fazendo ele perder o ritmo da corrida e tropeçar nas próprias patas. Foi minha vez de rir.
Vai ter troco tampinha. – ele me zoou. Quase me ultrapassando de novo.
O vento mudou a direção e trouxe um cheiro horrível na nossa direção. Era doce demais, enjoativo e parecia ser ácido, ardia meu nariz.
Fica atrás de mim. – Jake falou depois de parar de correr e se colocar protetoramente na minha frente – Paul, vocês conseguem chegar aqui a tempo?
Já estou a caminho, Quill foi avisar Sam e os outros. Não deixa eles chegarem perto da . – tinha muito carinho na forma como ele se referiu a mim. – Você é parte da minha família, . É minha prima. A única que tenho na verdade.
Deixem o momento ternurinha pra depois. – Jake reclamou – fica atenta.
Atenta a que? Eu nem sei do que vocês estão falando!
O cheiro que você está sentindo – Jake explicou – São vampiros. Pelos menos dois.
Vampiros? – eu não sabia se sentia medo ou se ficava animada por estar em ação pela primeira vez.
Primeiro, você não está em ação. – Jake reclamou de novo – Você ainda não foi treinada, não tente nada, por favor. E segundo, eles podem ser recém criados, são muito fortes. Aconteça o que acontecer, não deixe eles se aproximarem. Se a coisa ficar feia, corre. O máximo que puder.
Não vou deixar você sozinho. – falei.
Não estou perguntando sua opinião. – ele virou o focinho na minha direção, me olhando sério, ou pelo menos o correspondente a isso para um cachorro – Você vai correr.
Merda. Tava lá, aquele tom que eu não conseguia não obedecer.
Tá eu corro. – falei mudando o rumo dos meus pensamentos, de novo – corro que nem um chiwawa medroso.
Você tá mais pra um York Shire. – Paul brincou eu o mandei pra puta que pariu por pensamento – Mais algum sinal de aproximação deles Jake?
Não. Parece que eles mudaram de direção. – Jake voltou a se virar pra mim – Vamos embora. Muito rápido.
Espera – falei antes de começar a correr de novo – Meu pai está sozinho na estrada. Eles podem fazer algum mal pra ele?
Eles não iriam tão perto da rodovia. – Jake murmurou – iriam?
Eu não sei Jake, por isso estou te perguntando.
Foi uma pergunta retórica. Vamos correr mais na margem da floresta, de onde dê pra ver seu pai.
Ok.
Eu encontro vocês no caminho. – Paul pensou.
Demorou um pouco pra encontrarmos o carro do meu pai. Jake e eu já tínhamos corrido uns bons quilômetros e tivemos que esperar até meu pai nos alcançar. Quando ele estava perto, nós voltamos a correr, mantendo o carro ao alcance de nossa visão.
Encontramos Paul na altura de Port Angeles, ele era um lobo grande como Jake, mas acinzentado.
Algumas horas depois estávamos em La Push. Fui recebida na fronteira por mais três lobos, Seth, Quill e Embry. Segundo eles Sam estava me esperando na minha nova casa, ele tinha recebido meu pai e seguia pra casa com ele.
Me escondi de trás de uma árvore para voltar à minha forma humana. Foi mais fácil dessa vez que das outras, já que dessa vez eu me concentrei na lembrança do cheiro de Jake, que me acalmava. Óbvio que eu não contaria isso pra ninguém. Vesti minha roupa rápido, Jake e os outros garotos já estavam em suas formas humanas me esperando.
Todos eles eram muito parecidos, a mesma pele vermelha, os cabelos e os olhos escuros e todos eram muito músculos, físicos dignos de capa de revista de esportes.
- Oi, oficialmente, prima. – um deles, que pela voz eu reconheci ser Paul se aproximou.
Eu tive que ficar na ponta dos pés para abraça-lo, ele era tão alto quanto Jake.
- Oi Paul.
- Você é a cara da sua mãe. – ele falou depois de me soltar.
- Acho que isso foi um elogio. – brinquei. E me virei para os outros. – Quem é Seth, quem é Quill e quem é Embry?
- Eu sou Seth. – o menor deles se aproximou e me deu um abraço apertado. Ele era bem espontâneo, como eu já tinha percebido pelos pensamentos dele.
- E eu sou Embry – ele empurrou Seth pro lado – Muito prazer em te conhecer.
Embry deu um beijo demorado no meu rosto, fazendo Paul o tirar de perto de mim com um empurrão.
- Nem vem com essas asas de urubu pra cima da minha prima. – Paul falou sério, Embry riu – Não to brincando. Fica longe dela ou eu te arrebento.
- Você deve ser Quill – falei.
- Oi. – ele apenas sorriu e acenou de longe. Me lembrei de Jake falando que ele tinha um imprinting, talvez fosse por isso que ele não estava tão empolgado como Seth e Embry. Era isso ou medo de Paul mesmo.
- Vamos . – Jake passou o braço pelo meu ombro – Seu pai ta te esperando.
Fomos pelo centro da reserva, mesmo eu estando descalça. Todo mundo por quem eu passava cochichava algo com alguém do lado, eu estava ficando sem graça.
- A reserva inteira está sabendo sobre você. – Paul falou caminhando ao meu lado – Meu pai contou pra meio mundo que você ia chegar.
Caminhamos mais um pouco, até que nos aproximamos de uma casinha azul. O carro do meu pai estava na porta.
- Ah que bom que chegaram. – uma garota muito linda de cabelos escuros cortados na altura dos ombro e pele dourada falou saindo de dentro da casa – Estão precisando de mais braços...
- Vamos ajudar. – Paul falou empurrando Embry pra dentro da casa. Seth, Quill e Jake o seguiram. Usei toda a minha força pra não olhar pra Jake. Eu sabia que ia ficar parada feito uma idiota reparando em como os músculos dele comportavam à medida que ele se movia, e sabia que meus olhos traidores iam parar exatamente na bunda dele.
- Eu sou Leah. – a garota falou chamando minha atenção.
- A outra loba – sussurrei – Oi. Eu quero muito conversar com você.
- Eu imagino que você deve estar cheia de duvidas. – ela riu – Mas vamos ter muito tempo pra conversar.
Eu to louco o a Leah tá rindo? Ouvi Embry sussurrar, Leah foi até ele e deu um tapa na cabeça dele.
- Eu escuto muito bem idiota. – ela falou séria – E bato melhor ainda.
- ? – ouvi meu nome ser chamado e me virei. Tinha um casal parado atrás de mim. a mulher tinha a pele morena e o cabelo muito liso, os olhos grandes e escuros. O homem era alto, tinha o cabelo escuro também, mas os olhos castanhos. Eu sabia quem eles eram, pois Paul era a mistura exata dos dois.
- Você deve ser o meu tio. – falei. Ele abriu um sorriso imenso e se aproximou me abraçando apertado.
Ficamos um bom tempo abraçados, eu suspeitava que ele estava chorando, mas quando ele se afastou não haviam lágrimas nos olhos dele.
- Você é tão parecida com Drina. É como se minha irmã tivesse partido ontem e está voltando agora. – ele falou emocionado – Tão linda como a sua mãe.
- Obrigada, tio. – falei – E obrigada por me receber aqui também.
- Como eu não receberia? Você é minha sobrinha, meu sangue, minha família. Aqui é seu lugar.
- É eu sinto isso. – falei.
- Finalmente você trouxe minha filha, Jacob. – meu pai falou saindo da casa.
- Você é o Renato. – meu tio falou apertando a mão do meu pai.
- Sim sou eu. – meu pai falou sem jeito – Antes de qualquer coisa, me desculpe por ter levado Drina daqui.
- Você não a levou, ela decidiu ir... ela foi atrás da felicidade dela e é isso que importa, mas onde ela está? Eu quero ver minha irmã.
- Você não sabe? – meu pai perguntou espantado.
- Não sei o que? – meu tio falou.
- Drina morreu quando dava a luz à . – a tristeza tomou conta da voz do meu pai – Eu escrevi contando. Eu tentei ligar para avisar a vocês, mas ninguém atendia o telefone. Eu sinto muito, Eli.
- Tudo bem. – meu tio limpou algumas lágrimas – Provavelmente meu pai escondeu isso de mim, pra ele Drina morreu no dia que foi embora. Pelo menos minha irmã deixou um tesouro pra nos fazer lembrar dela.
- é mais parecida com a mãe que você imagina. – meu pai falou orgulhoso.
- Vocês estão deixando a menina sem jeito – a mãe de Paul falou se aproximando de mim – Oi querida, eu sou Miah, esposa de Eli.
- Olá – falei.
- Vamos entrar. – ela entrelaçou o braço no meu e me levou pra dentro de casa.
Tinha algumas pessoas lá dentro.
- , essas são Sue, mãe do Seth e da Leah – Jake falou apresentando quem estava na casa – Emily, a noiva de Sam. Kim, namorada do Jared, que é aquele ali – ele apontou um garoto tão forte e alto como eles parado ao lado de Kim – e Claire, nossa mascotinha.
Quill deu um soco no braço de Jake e pegou Claire no colo. Ela devia ser filha dele, porque só um pai teria tanto cuidado ao segurar uma criança.
- Eu estava brincando! – Jake reclamou passando a mão no braço – Claire é sobrinha de Emily e protegida do Quill. Eu te explico depois. – ele sussurrou no meu ouvido.
- Oi todo mundo – falei para as pessoas que ele tinha me apresentado.
- Então essa é nossa nova guerreira. – uma voz grossa falou, eu me virei vendo um senhor numa cadeira de rodas – Nossa Eli, eu estou vendo sua irmã na minha frente.
- Esse é meu pai, . Billy Black.
- Como vai senhor Black. – falei apertando a mão dele.
- Muito bem querida. – ele sorriu, o mesmo sorriso de Jake. Ele se virou para o meu pai – Você é o pai dessa menina linda.
- Sou sim. Muito prazer, Renato. – Billy apertou a mão do meu pai.
- Vamos comer. – Emily falou saindo da cozinha com uma travessa de comida e colocando na mesa. O cheiro estava maravilhoso. Sue veio atrás dela com outra vasilha e logo depois Leah, Kim e Miah. Era bastante comida, mas considerando que das dezessete pessoas ali dentro, oito eram lobos, era comida suficiente.
oOo
Todos já tinham comido e estavam conversando agora, meu pai estava contando algumas coisas sobre minha mãe para meus tios, Billy e Sue. Quill tinha saído com Claire, Jared estava na varanda atracado com Kim, Sam e Emily estava sentados na mesa, ouvindo as histórias do meu pai. Eu tinha aproveitado pra tomar um banho e me trocar, vesti um short jeans e uma camiseta e calcei um all star, voltei pra sala e me sentei numa cadeira perto da janela.
- Te deixaram sozinha – Embry falou sentando do meu lado – E uma garota bonita não pode ficar sozinha.
- Todas caem nos seus galanteios, Embry? – perguntei rindo.
- Quase todas, algumas só precisam olhar pra mim. – ele piscou.
- Usando seus genes lupinos para atrair as mulheres? – brinquei.
- Você devia tentar – ele riu – é tiro e queda.
- Não estou interessada em garotos... – ele arqueou as sobrancelhas – Agora, porque eu gosto de garotos. – completei e ele riu.
- Você me deu um susto. – foi a vez dele brincar.
- Ta amolando a menina ai, Embry? – Leah perguntou se sentando do meu outro lado – não liga muito pro que ele fala não , esse cão ai só ladra, mas não morde.
- Vai ver se eu estou na esquina Leah. – Embry reclamou, Leah pos língua pra ele.
- Hey vocês dois parem de encher minha prima. – Paul também apareceu reclamando –Vem , vamos conhecer a reserva.
Ele me levou pela mão para fora da casa até a praia. Leah e Embry saíram junto com nós dois, e lá eu encontrei todos os outros garotos-lobos.
Ficamos ali conversando por horas, até que eu me senti vencida pelo sono.
- Você deve estar cansada. – Jake falou se sentando ao meu lado na areia – Não dormimos praticamente nada ontem.
- Não dormiram? – Paul falou sério, intercalando olhares entre nós dois – E o que vocês ficaram fazendo pra não ter dormido nada?
- Arrumando a mudança. – expliquei.
- praticamente me explorou enquanto ficava tremendo de medo de um ratinho... – Jake fez graça e eu bati nele.
- Seu mentiroso! – falei – Não tinha rato nenhum e você ficou lá deitado babando no meu sofá enquanto eu arrumava tudo.
- Olha só o que ela diz! Na hora de me fazer guardar a tonelada e meia de bagunça do seu quarto você não falava assim!
- Quem vê vocês dois assim pensa que são amigos de longa data. – Leah comentou nos olhando com um olhar esquisito.
- Fazer o que se eu sou tão gente boa que já conquistei a novata. – Jake se gabou fazendo todo mundo rir.
- Hahaha, cheio de graça ele... olha o papo tá legal, mas eu preciso mesmo dormir. – me levantei tirando a areia do short.
- Amanhã começam seus treinamentos. – Paul falou se levantando também. E você também vai precisar cortar o cabelo...
- Oi? Não, não, não... ninguém me falou dessa parte. Cortar meu cabelo? – falei num tom quase histérico.
- É preciso , pra facilitar a transformação. O cabelo comprido deixa o pelo da sua loba mais comprido também e acaba atrapalhando seu desempenho...
- E ainda tem a tatoo... – Seth falou – Quem vai levar ela pra fazer?
- Eu levo. – Paul falou – Antes do treinamento.
- Você tem que trabalhar. – Leah o lembrou.
- Eu levo então. – Jake se ofereceu – Não tenho nada pra fazer...
- O quê? Você não vai pajear a sonsa? – Leah falou fazendo Jake fechar a cara.
- Passo na sua casa às nove. – Jake falou pra mim ignorando o comentário de Leah.
- Ok. Não tem outra opção mesmo... – resmunguei. Eu teria que cortar meu cabelo. O meu lindo cabelo.
Segui pra casa acompanhada por Jake e Paul, mas não dei conversa pra ninguém, eu estava chateada porque teria que cortar meu cabelo.
CAPITULO 5 – DIA DE TREINAMENTO
- Bom dia! – Jake falou assim que abri a porta – Opss... pelo seu bico o dia parece que não vai ser tão bom.
- Eu vou ter que cortar meu cabelo. – falei passando por ele.
- , é só o cabelo! – ele riu – Sabe ele cresce de novo...
- E eu vou ter que cortá-lo de novo, suponho. – falei ainda emburrada.
- É provavelmente. Mas olha, se serve de consolo, eu acho que você vai ficar bem mais bonita de cabelo curto. – eu o olhei descrente – É sério, vai destacar mais seu rosto.
- Vamos logo. – falei não deixando transparecer o quanto eu tinha ficado mexida com o comentário dele.
- Quer cortar o cabelo primeiro ou fazer a tatuagem? – ele perguntou me alcançando.
- Que tatuagem vou ter que fazer? – perguntei parando. Ele parou ao meu lado e subiu a manga direita da camisa, revelando uma tatuagem em forma de círculo com alguns desenhos tribais dentro – Uau, que linda.
- É o símbolo da matilha. – ele falou enquanto eu corria o dedo pelo desenho – Consegue ver dois lobos desenhados ai?
- Sim. É incrível. – falei – Mas deve doer à beça.
- Dói um pouco – ele riu consertando a manga da blusa e nós voltamos a caminhar – Mas como você se regenera rápido, genética de lobos, a dor também passa rápido.
- Bom, então eu vejo que cortar meu cabelo vai doer mais. – resmunguei – Vamos logo para essa parte.
- Você é tão dramática. – ele riu passando o braço pelos meus ombros – Vamos na casa da Emily, ela que vai cortar seu cabelo.
oOo
O corte até que não tinha ficado de todo ruim. Tudo bem que eu preferia milhões de vezes meu cabelo comprido, mas se era preciso cortar...
- Emily me disse que você também reclamou na hora de cortar o cabelo. – falei quando estávamos indo até o estúdio onde eu faria a tattoo – Você tinha o cabelo comprido?
- Tinha. – ele riu, eu pude perceber as bochechas dele ficando vermelhas – Eu deixava o cabelo crescer desde que era moleque, era meio que costume da maioria dos garotos, mas ano passado, quando eu me transformei pela primeira vez, tive que cortar.
- Mas você gostava de ter cabelo comprido? – fiz uma careta – Acho que você fica melhor de cabelos curtos...
- Bella gostava – ele falou andando com as mãos no bolso e olhando para os pés – ela sempre gostou do meu cabelo comprido.
Algo dentro de mim se agitou quando ele tocou no nome da humana apaixonada pelo vampiro por quem ele era apaixonado. Me incomodava os sentimentos que transpassavam a voz dele ao falar dela.
- Jake, se você gosta mesmo dessa Bella, porque você não luta por ela? – perguntei. Podia parecer idiotice minha ficar empurrando ele pra ela, mas se era isso que o deixaria feliz, eu ficaria feliz por vê-lo bem.
- Mais do que eu luto? – ele me olhou de lado – Eu tento, , tento de todas as formas, mas o sanguessuga está com as garras afundadas nela, ele a enfeitiçou...
- Então o irrite. – falei – Provoque, faça ele sentir ciúmes... eu sei que ele é vampiro e tudo mais, mas tenho certeza que ele não se sente tão seguro assim do amor dela...
- Você não os viu ainda, você não sabe como Bella é com ele. Parece que ela vai deixar de respirar se ele não estiver por perto, chega a ser doentio.
- Então convença-a de que você é melhor que ele.
- Eu já tentei, mas ela não me escutou, preferiu ir correndo atrás dele na Itália.
- Um gelo. – falei – Dê um gelo nela.
- Já dei.
- E...
- Ela me ligava o tempo todo e fica querendo saber sobre mim...
- Ou seja, ela se importa com você... e sente alguma coisa. – falei constatando algo que doía dentro de mim.
- Você acha mesmo? – tinha uma ponta de esperança na voz dele, era algo que machucava e ao mesmo tempo me deixava feliz, pois era exatamente o que ele queria, então eu tinha que me contentar. Grande merda esse imprinting.
- Jake, aprende uma coisa sobre as mulheres, nós sempre queremos de volta algo que perdemos. Pensa bem, se essa Bella perde você, que é alguém que ela tem certeza que gosta dela, ela vai fazer de tudo pra ter você de volta. E quando isso acontecer, por favor, se imponha. Não vá virar um cachorrinho adestrado dela.
Ele ficou me olhando por um minuto depois riu e passou o braço pelo meu ombro e nós voltamos a caminhar.
- É bom ter você como amiga tampinha. – ele falou. Amiga... eu tinha que me contentar com isso, pelo menos eu poderia ficar perto dele.
oOo
- Ficou bem legal. – Paul falou avaliando a tattoo que eu tinha acabado de adquirir.
- O cabelo também ficou lindo. – Leah falou e eu sorri a agradecendo.
- Você conseguiu a proeza de ficar ainda mais linda, . – Embry falou galanteador fazendo todo mundo rir e Paul fechar a cara pra ele.
- Então, vamos começar a treinar a novata ou não? – Jared falou.
Os meninos me explicaram algumas coisas e disseram que o restante era instinto e que eu ia aprendendo com o tempo também. Eu sentia falta de Jake, ele estava com Bella, era a vez dele ficar com ela enquanto o vampiro namorado dela se alimentava.
- Foco ! – Paul gritou depois que Embry me derrubou pela terceira vez – Se você não se concentrar não vai conseguir aprender nada.
- Ok, ok, desculpa. – falei voltando a me colocar em posição de ataque. Embry avançou mais uma vez e era tão claro o que ele faria que eu me desviei facilmente e ele caiu de cara no chão.
- Viu, quando você está atenta você sabe o que fazer. – Paul falou, eu ia retrucar, mas Embry me pegou por trás, me derrubando no chão. A sorte é que eu consegui me virar de frente pra ele antes de cair, caso contrário eu teria batido com a cara no chão e provavelmente agora estaria com o nariz sangrando.
- Não foi tão rápida dessa vez novata. – Embry falou rindo e me deu um beijo no canto da boca.
- Eu podia ter batido o rosto no chão, Embry. E estaria com o nariz machucado agora. – reclamei me levantando.
- Os frios não vão te dar colher de chá, . – ele falou agora um pouco mais sério – Eles não sabem se você é uma novata ou uma loba experiente, eles vão simplesmente te atacar e você vai ter que se defender. Aprenda a prestar atenção e nunca comemorar uma vitória, a menos que o seu inimigo esteja em pedaços no chão.
Ele deu as costas pra mim e eu sorri dando impulso e pulando nas costas dele, o derrubando de barriga no chão. Eu me sentei nas costas dele e com as minhas pernas eu prendi as dele e segurei seu braço esquerdo acima da cabeça e o direito dobrado pra trás, preso nas costas, de forma que ele estava impossibilitado de se mexer.
- Tsc tsc tsc, não devia ter dado as costas para um inimigo que não estava em pedaços, honey. – falei rindo – Então, você se rende?
- Ok você venceu! – ele falou abafado por causa do rosto imprensado contra a grama. Eu dei um beijo na bochecha dele e me levantei.
- Essa garota definitivamente é uma Lahote. – Paul brincou.
Ficamos mais um tempo treinando até que Sam apareceu e nos dispensou. Voltei pra casa sozinha, eu precisava desse tempo pra mim, o difícil foi convencer Paul.
Entrei em casa direto para a cozinha, eu estava faminta. Me pai não estava lá e tinha um bilhete dele na geladeira avisando que ele tinha ido até o escritório do conselho, Sue o estava ajudando a conseguir uma vaga como professor de história na escola da reserva.
Por falar em escola, eu sabia que meu pai também estava me matriculando lá, e que na próxima semana eu começaria a frequentar as aulas. Por sorte eu teria Jake, Embry, Quill, Jared e Kim como companhia, então eu sabia que não seria uma esquisita como na minha antiga escola em Seattle.
Pensar em Seattle me fez lembrar de Anne, ela era minha única amiga lá e eu fui embora sem nem me despedir. Avaliei a decisão de ligar para ela por alguns minutos, até que peguei o telefone e disquei o numero dela. Ela atendeu no terceiro toque.
- Oi Anne. – falei assim que ouvi a voz dela.
- ? É você?
- Sim, como vai amiga?
- Meu Deus aonde você se meteu garota? Eu fui na sua casa ontem e estava tudo vazio...
- Eu devia ter te avisado, mas aconteceu tudo tão rápido... eu tive que me mudar.
- Mudar? Pra onde?
- La Push. – falei – o lugar onde minha mãe nasceu.
- Por que você está ai?
- Lembra que eu não estava me sentindo muito bem na escola? – ela confirmou com um aham – pois é era um problema... genético e eu tenho um tio aqui que era o único que podia me ajudar...
- Mas você está bem, não é? – ela falou parecendo assustada – Digo, você não corre nenhum risco.
- Não, eu estou bem agora... – suspirei, eu estaria melhor se pudesse contar pra Jake o que sinto.
- Hey, um suspiro... o que aconteceu? Tem homem no meio, quem é?
- Você me conhece mesmo. – eu ri.
- Então comece a contar. – ela também riu.
Agucei minha audição pra saber se tinha alguém por perto e depois subi pro meu quarto, seria melhor conversar com Anne lá.
- É um garoto daqui de La Push. – comecei a contar – Eu o conheci anteontem, quando ele foi me buscar ai em Seattle... ele é incrível Anne, além de lindo ele é gentil, carinhoso, amigo.
- Oh gosh, você está apaixonada! E já falou com ele sobre isso?
- Ele gosta de outra garota e me vê só como amiga...
- Ownt! Mas você não vai desistir né? – ela perguntou.
- Vou deixar o tempo correr... ver no que vai dar. Por enquanto acho que é suficiente ser amiga dele. – falei.
- Ok. , eu vou ter que desligar. – Anne falou num muxoxo – Tem que ir ao supermercado com minha mãe.
- Tudo bem – respondi – Foi bom conversar com você amiga.
- Sim, foi maravilhoso, nós vamos nos falar de novo, né?
- Claro que sim. E quando eu puder vou ai te ver.
- Então até breve.
- Até.
Desliguei o telefone e o coloquei na mesa de cabeceira, indo para o banheiro. Eu precisava de um banho estava suja de terra e suada.
Tirei a roupa, a deixei no cesto do banheiro e entrei debaixo do chuveiro. A água estava quente, era relaxante. Apesar de não fazer muita diferença pra mim água fria, afinal eu não sentia frio, eu não dispensava um banho quente, dava pra sentir os nós dos meus músculos se desfazendo enquanto o calor da água os relaxava.
Terminei o banho muitos minutos depois, no banheiro mesmo eu penteei e sequei meu cabelo. Fui pro quarto enrolada na toalha e quase tive um treco quando encontrei Jake sentado na minha cama, com as costas contra a cabeceira.
Ele estava bravo, as sobrancelhas estavam franzidas, quase se encontrando, os olhos negros sérios e as mãos dele tremiam um pouco.
- Jake? Tá tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – perguntei correndo pra perto dele sem nem me importar em estar só de toalha.
- Não, não está nada bem. – ele falou com os dentes cerrados – Eu... beijei Bella.
Aquilo me atingiu como um tapa na cara, mas eu não conseguia entender porque ele tinha ficado com raiva.
- Mas você não devia estar... feliz? – perguntei.
- Ela não gostou, e me deu um soco, e machucou a mão.
- Ela te bateu? – eu não sabia se ria da imbecil por tentar machucar um transmorfo muito mais forte que ela ou se me lamentava pela expressão de derrota no rosto de Jake.
- Eu estraguei tudo . Bella agora está com raiva de mim e não quer me ver nem pintado na frente dela. – ele choramingou.
- Então ela é uma idiota sem tamanho. – falei – Quem não iria querer você por perto Jake?
- Eu não devia ter beijado ela.
- Se você não tivesse beijado ia estar lamentando por ter perdido a chance. – falei e ele e riu.
- Eu vou pra casa – Jake falou se levantando – Vou parar de amolar você.
- Vai pra casa ficar curtindo dor de cotovelo? Nem pensar. – empurrei ele de volta pra cama – Espera ai, eu vou me trocar e nós vamos sair pra dar uma volta.
Peguei uma calça skinny, uma blusa colada e uma camisa xadrez e corri no banheiro para me trocar, voltei no quarto e calcei um par de all star.
- Prontinho. – peguei ele pela mão – Vamos passear.
oOo
Jake e eu caminhamos muito pela reserva e acabamos parando na praia.
- Você deixou alguém em Seattle? – ele perguntou do nada. Eu o olhei sem entender. – Namorado, . Você tinha namorado em Seattle?
- Não. – falei rápido demais – ninguém se interessava pela esquisita.
- Bobagem. – ele falou – Você era linda, mesmo antes de ser loba.
- Obrigada. Eu acho – eu ri.
- Bom, tem gente interessado em você agora... – ele me olhou risonho. Meu peito se agitou e parecia que borboletas estavam voando no meu estômago.
- Em... mim? – perguntei tentando controlar o tremor na minha voz. Minha mente trabalhava em velocidade máxima imaginando mil e uma formas que Jake falaria que gosta de mim... ‘cansei de lutar por quem não me quer e vou ficar com você’ ou ‘Bella não merece meus esforços eu quero dar uma chance pra você’...
- Sim. Eu vejo como Embry te olha. – Jake falou jogando um balde de água fria na minha imaginação.
- Embry? – perguntei não conseguindo esconder a decepção na minha voz.
- É. Se Paul não fosse seu primo eu me arriscaria a dizer que ele também está interessado... o Seth também parece gostar de você, mas acho que ele é mais uma paixonite adolescente, ele é novo demais.
Fiquei em silencio, eu não sabia o que dizer, na verdade eu não conseguia dizer nada.
- ? Algum problema? – Jake perguntou me avaliando.
- Ahãm? Não, não problema nenhum – menti – Eu só acho que ainda é muito cedo pra eu pensar nessas coisas... sei lá, eu acabei de conhecer todo mundo...
- Verdade. – ele riu – Você ainda não teve tempo de ver como Embry é mulherengo.
- Eu percebi sim – nós rimos – Ele é galanteador demais.
- Quer voltar pra casa? – Jake perguntou depois que eu bocejei.
Eu queria dizer que não, queria ficar aqui perto dele. Droga eu estava dependente demais de Jacob.
- Sim, vamos pra casa. – me levantei e tirei a areia da roupa, Jake se levantou também e passou o braço pela minha cintura.
Por que ele fazia isso? Por que ele tinha que ser tão carinhoso e ficar tão próximo, isso só fazia ser pior o fato de não poder tê-lo.
Caminhamos até a minha casa em silêncio, só as nossas respirações eram ouvidas. Eu queria me virar pra ele e dizer o que eu sentia, mas me faltava coragem pra isso.
- Entregue – Jake falou assim que paramos na porta da minha casa – Amanhã vou estar no treinamento.
- Até amanhã então. – falei e me virei para entrar, mas ele me puxou e me deu um abraço apertado.
- Boa noite, tampinha. – ele falou no meu ouvido antes de me soltar.
- É... tá bom... vamos tomar sorvete logo. – ele me levou para a direção da sorveteria.
CAPITULO 8 – RUN AWAY - Bom dia! – Jake falou assim que abri a porta – Opss... pelo seu bico o dia parece que não vai ser tão bom.
- Eu vou ter que cortar meu cabelo. – falei passando por ele.
- , é só o cabelo! – ele riu – Sabe ele cresce de novo...
- E eu vou ter que cortá-lo de novo, suponho. – falei ainda emburrada.
- É provavelmente. Mas olha, se serve de consolo, eu acho que você vai ficar bem mais bonita de cabelo curto. – eu o olhei descrente – É sério, vai destacar mais seu rosto.
- Vamos logo. – falei não deixando transparecer o quanto eu tinha ficado mexida com o comentário dele.
- Quer cortar o cabelo primeiro ou fazer a tatuagem? – ele perguntou me alcançando.
- Que tatuagem vou ter que fazer? – perguntei parando. Ele parou ao meu lado e subiu a manga direita da camisa, revelando uma tatuagem em forma de círculo com alguns desenhos tribais dentro – Uau, que linda.
- É o símbolo da matilha. – ele falou enquanto eu corria o dedo pelo desenho – Consegue ver dois lobos desenhados ai?
- Sim. É incrível. – falei – Mas deve doer à beça.
- Dói um pouco – ele riu consertando a manga da blusa e nós voltamos a caminhar – Mas como você se regenera rápido, genética de lobos, a dor também passa rápido.
- Bom, então eu vejo que cortar meu cabelo vai doer mais. – resmunguei – Vamos logo para essa parte.
- Você é tão dramática. – ele riu passando o braço pelos meus ombros – Vamos na casa da Emily, ela que vai cortar seu cabelo.
oOo
O corte até que não tinha ficado de todo ruim. Tudo bem que eu preferia milhões de vezes meu cabelo comprido, mas se era preciso cortar...
- Emily me disse que você também reclamou na hora de cortar o cabelo. – falei quando estávamos indo até o estúdio onde eu faria a tattoo – Você tinha o cabelo comprido?
- Tinha. – ele riu, eu pude perceber as bochechas dele ficando vermelhas – Eu deixava o cabelo crescer desde que era moleque, era meio que costume da maioria dos garotos, mas ano passado, quando eu me transformei pela primeira vez, tive que cortar.
- Mas você gostava de ter cabelo comprido? – fiz uma careta – Acho que você fica melhor de cabelos curtos...
- Bella gostava – ele falou andando com as mãos no bolso e olhando para os pés – ela sempre gostou do meu cabelo comprido.
Algo dentro de mim se agitou quando ele tocou no nome da humana apaixonada pelo vampiro por quem ele era apaixonado. Me incomodava os sentimentos que transpassavam a voz dele ao falar dela.
- Jake, se você gosta mesmo dessa Bella, porque você não luta por ela? – perguntei. Podia parecer idiotice minha ficar empurrando ele pra ela, mas se era isso que o deixaria feliz, eu ficaria feliz por vê-lo bem.
- Mais do que eu luto? – ele me olhou de lado – Eu tento, , tento de todas as formas, mas o sanguessuga está com as garras afundadas nela, ele a enfeitiçou...
- Então o irrite. – falei – Provoque, faça ele sentir ciúmes... eu sei que ele é vampiro e tudo mais, mas tenho certeza que ele não se sente tão seguro assim do amor dela...
- Você não os viu ainda, você não sabe como Bella é com ele. Parece que ela vai deixar de respirar se ele não estiver por perto, chega a ser doentio.
- Então convença-a de que você é melhor que ele.
- Eu já tentei, mas ela não me escutou, preferiu ir correndo atrás dele na Itália.
- Um gelo. – falei – Dê um gelo nela.
- Já dei.
- E...
- Ela me ligava o tempo todo e fica querendo saber sobre mim...
- Ou seja, ela se importa com você... e sente alguma coisa. – falei constatando algo que doía dentro de mim.
- Você acha mesmo? – tinha uma ponta de esperança na voz dele, era algo que machucava e ao mesmo tempo me deixava feliz, pois era exatamente o que ele queria, então eu tinha que me contentar. Grande merda esse imprinting.
- Jake, aprende uma coisa sobre as mulheres, nós sempre queremos de volta algo que perdemos. Pensa bem, se essa Bella perde você, que é alguém que ela tem certeza que gosta dela, ela vai fazer de tudo pra ter você de volta. E quando isso acontecer, por favor, se imponha. Não vá virar um cachorrinho adestrado dela.
Ele ficou me olhando por um minuto depois riu e passou o braço pelo meu ombro e nós voltamos a caminhar.
- É bom ter você como amiga tampinha. – ele falou. Amiga... eu tinha que me contentar com isso, pelo menos eu poderia ficar perto dele.
oOo
- Ficou bem legal. – Paul falou avaliando a tattoo que eu tinha acabado de adquirir.
- O cabelo também ficou lindo. – Leah falou e eu sorri a agradecendo.
- Você conseguiu a proeza de ficar ainda mais linda, . – Embry falou galanteador fazendo todo mundo rir e Paul fechar a cara pra ele.
- Então, vamos começar a treinar a novata ou não? – Jared falou.
Os meninos me explicaram algumas coisas e disseram que o restante era instinto e que eu ia aprendendo com o tempo também. Eu sentia falta de Jake, ele estava com Bella, era a vez dele ficar com ela enquanto o vampiro namorado dela se alimentava.
- Foco ! – Paul gritou depois que Embry me derrubou pela terceira vez – Se você não se concentrar não vai conseguir aprender nada.
- Ok, ok, desculpa. – falei voltando a me colocar em posição de ataque. Embry avançou mais uma vez e era tão claro o que ele faria que eu me desviei facilmente e ele caiu de cara no chão.
- Viu, quando você está atenta você sabe o que fazer. – Paul falou, eu ia retrucar, mas Embry me pegou por trás, me derrubando no chão. A sorte é que eu consegui me virar de frente pra ele antes de cair, caso contrário eu teria batido com a cara no chão e provavelmente agora estaria com o nariz sangrando.
- Não foi tão rápida dessa vez novata. – Embry falou rindo e me deu um beijo no canto da boca.
- Eu podia ter batido o rosto no chão, Embry. E estaria com o nariz machucado agora. – reclamei me levantando.
- Os frios não vão te dar colher de chá, . – ele falou agora um pouco mais sério – Eles não sabem se você é uma novata ou uma loba experiente, eles vão simplesmente te atacar e você vai ter que se defender. Aprenda a prestar atenção e nunca comemorar uma vitória, a menos que o seu inimigo esteja em pedaços no chão.
Ele deu as costas pra mim e eu sorri dando impulso e pulando nas costas dele, o derrubando de barriga no chão. Eu me sentei nas costas dele e com as minhas pernas eu prendi as dele e segurei seu braço esquerdo acima da cabeça e o direito dobrado pra trás, preso nas costas, de forma que ele estava impossibilitado de se mexer.
- Tsc tsc tsc, não devia ter dado as costas para um inimigo que não estava em pedaços, honey. – falei rindo – Então, você se rende?
- Ok você venceu! – ele falou abafado por causa do rosto imprensado contra a grama. Eu dei um beijo na bochecha dele e me levantei.
- Essa garota definitivamente é uma Lahote. – Paul brincou.
Ficamos mais um tempo treinando até que Sam apareceu e nos dispensou. Voltei pra casa sozinha, eu precisava desse tempo pra mim, o difícil foi convencer Paul.
Entrei em casa direto para a cozinha, eu estava faminta. Me pai não estava lá e tinha um bilhete dele na geladeira avisando que ele tinha ido até o escritório do conselho, Sue o estava ajudando a conseguir uma vaga como professor de história na escola da reserva.
Por falar em escola, eu sabia que meu pai também estava me matriculando lá, e que na próxima semana eu começaria a frequentar as aulas. Por sorte eu teria Jake, Embry, Quill, Jared e Kim como companhia, então eu sabia que não seria uma esquisita como na minha antiga escola em Seattle.
Pensar em Seattle me fez lembrar de Anne, ela era minha única amiga lá e eu fui embora sem nem me despedir. Avaliei a decisão de ligar para ela por alguns minutos, até que peguei o telefone e disquei o numero dela. Ela atendeu no terceiro toque.
- Oi Anne. – falei assim que ouvi a voz dela.
- ? É você?
- Sim, como vai amiga?
- Meu Deus aonde você se meteu garota? Eu fui na sua casa ontem e estava tudo vazio...
- Eu devia ter te avisado, mas aconteceu tudo tão rápido... eu tive que me mudar.
- Mudar? Pra onde?
- La Push. – falei – o lugar onde minha mãe nasceu.
- Por que você está ai?
- Lembra que eu não estava me sentindo muito bem na escola? – ela confirmou com um aham – pois é era um problema... genético e eu tenho um tio aqui que era o único que podia me ajudar...
- Mas você está bem, não é? – ela falou parecendo assustada – Digo, você não corre nenhum risco.
- Não, eu estou bem agora... – suspirei, eu estaria melhor se pudesse contar pra Jake o que sinto.
- Hey, um suspiro... o que aconteceu? Tem homem no meio, quem é?
- Você me conhece mesmo. – eu ri.
- Então comece a contar. – ela também riu.
Agucei minha audição pra saber se tinha alguém por perto e depois subi pro meu quarto, seria melhor conversar com Anne lá.
- É um garoto daqui de La Push. – comecei a contar – Eu o conheci anteontem, quando ele foi me buscar ai em Seattle... ele é incrível Anne, além de lindo ele é gentil, carinhoso, amigo.
- Oh gosh, você está apaixonada! E já falou com ele sobre isso?
- Ele gosta de outra garota e me vê só como amiga...
- Ownt! Mas você não vai desistir né? – ela perguntou.
- Vou deixar o tempo correr... ver no que vai dar. Por enquanto acho que é suficiente ser amiga dele. – falei.
- Ok. , eu vou ter que desligar. – Anne falou num muxoxo – Tem que ir ao supermercado com minha mãe.
- Tudo bem – respondi – Foi bom conversar com você amiga.
- Sim, foi maravilhoso, nós vamos nos falar de novo, né?
- Claro que sim. E quando eu puder vou ai te ver.
- Então até breve.
- Até.
Desliguei o telefone e o coloquei na mesa de cabeceira, indo para o banheiro. Eu precisava de um banho estava suja de terra e suada.
Tirei a roupa, a deixei no cesto do banheiro e entrei debaixo do chuveiro. A água estava quente, era relaxante. Apesar de não fazer muita diferença pra mim água fria, afinal eu não sentia frio, eu não dispensava um banho quente, dava pra sentir os nós dos meus músculos se desfazendo enquanto o calor da água os relaxava.
Terminei o banho muitos minutos depois, no banheiro mesmo eu penteei e sequei meu cabelo. Fui pro quarto enrolada na toalha e quase tive um treco quando encontrei Jake sentado na minha cama, com as costas contra a cabeceira.
Ele estava bravo, as sobrancelhas estavam franzidas, quase se encontrando, os olhos negros sérios e as mãos dele tremiam um pouco.
- Jake? Tá tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – perguntei correndo pra perto dele sem nem me importar em estar só de toalha.
- Não, não está nada bem. – ele falou com os dentes cerrados – Eu... beijei Bella.
Aquilo me atingiu como um tapa na cara, mas eu não conseguia entender porque ele tinha ficado com raiva.
- Mas você não devia estar... feliz? – perguntei.
- Ela não gostou, e me deu um soco, e machucou a mão.
- Ela te bateu? – eu não sabia se ria da imbecil por tentar machucar um transmorfo muito mais forte que ela ou se me lamentava pela expressão de derrota no rosto de Jake.
- Eu estraguei tudo . Bella agora está com raiva de mim e não quer me ver nem pintado na frente dela. – ele choramingou.
- Então ela é uma idiota sem tamanho. – falei – Quem não iria querer você por perto Jake?
- Eu não devia ter beijado ela.
- Se você não tivesse beijado ia estar lamentando por ter perdido a chance. – falei e ele e riu.
- Eu vou pra casa – Jake falou se levantando – Vou parar de amolar você.
- Vai pra casa ficar curtindo dor de cotovelo? Nem pensar. – empurrei ele de volta pra cama – Espera ai, eu vou me trocar e nós vamos sair pra dar uma volta.
Peguei uma calça skinny, uma blusa colada e uma camisa xadrez e corri no banheiro para me trocar, voltei no quarto e calcei um par de all star.
- Prontinho. – peguei ele pela mão – Vamos passear.
oOo
Jake e eu caminhamos muito pela reserva e acabamos parando na praia.
- Você deixou alguém em Seattle? – ele perguntou do nada. Eu o olhei sem entender. – Namorado, . Você tinha namorado em Seattle?
- Não. – falei rápido demais – ninguém se interessava pela esquisita.
- Bobagem. – ele falou – Você era linda, mesmo antes de ser loba.
- Obrigada. Eu acho – eu ri.
- Bom, tem gente interessado em você agora... – ele me olhou risonho. Meu peito se agitou e parecia que borboletas estavam voando no meu estômago.
- Em... mim? – perguntei tentando controlar o tremor na minha voz. Minha mente trabalhava em velocidade máxima imaginando mil e uma formas que Jake falaria que gosta de mim... ‘cansei de lutar por quem não me quer e vou ficar com você’ ou ‘Bella não merece meus esforços eu quero dar uma chance pra você’...
- Sim. Eu vejo como Embry te olha. – Jake falou jogando um balde de água fria na minha imaginação.
- Embry? – perguntei não conseguindo esconder a decepção na minha voz.
- É. Se Paul não fosse seu primo eu me arriscaria a dizer que ele também está interessado... o Seth também parece gostar de você, mas acho que ele é mais uma paixonite adolescente, ele é novo demais.
Fiquei em silencio, eu não sabia o que dizer, na verdade eu não conseguia dizer nada.
- ? Algum problema? – Jake perguntou me avaliando.
- Ahãm? Não, não problema nenhum – menti – Eu só acho que ainda é muito cedo pra eu pensar nessas coisas... sei lá, eu acabei de conhecer todo mundo...
- Verdade. – ele riu – Você ainda não teve tempo de ver como Embry é mulherengo.
- Eu percebi sim – nós rimos – Ele é galanteador demais.
- Quer voltar pra casa? – Jake perguntou depois que eu bocejei.
Eu queria dizer que não, queria ficar aqui perto dele. Droga eu estava dependente demais de Jacob.
- Sim, vamos pra casa. – me levantei e tirei a areia da roupa, Jake se levantou também e passou o braço pela minha cintura.
Por que ele fazia isso? Por que ele tinha que ser tão carinhoso e ficar tão próximo, isso só fazia ser pior o fato de não poder tê-lo.
Caminhamos até a minha casa em silêncio, só as nossas respirações eram ouvidas. Eu queria me virar pra ele e dizer o que eu sentia, mas me faltava coragem pra isso.
- Entregue – Jake falou assim que paramos na porta da minha casa – Amanhã vou estar no treinamento.
- Até amanhã então. – falei e me virei para entrar, mas ele me puxou e me deu um abraço apertado.
- Boa noite, tampinha. – ele falou no meu ouvido antes de me soltar.
CAPITULO 6 – TREINANDO COM OS CULLEN/BELLA SWAN
Hoje eu treinava com Jake. Ele era melhor lutador que Embry, ou seja, era mais difícil derruba-lo.
- Presta atenção, . – Sam reclamou, hoje era ele e não Paul quem estava me avaliando, o que era bem mais chato, pois com Sam não tinha brincadeiras nem gracinhas, era tudo sério demais.
- Não é difícil, (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=68349102&.locale=pt-br). – Jake falou depois que eu bufei em frustração por não conseguir derrubá-lo – Se você se concentrar, vai conseguir prever meus movimentos. Olha só.
Ele saiu da posição de ataque e se aproximou de mim.
- Jake, volte pro seu lugar. – Sam reclamou, mas Jake continuou vindo na minha direção – Jacob, não mandei relaxar, volta pro seu lugar agora.
- Calma Sam. – Jake reclamou parando ao meu lado – Me deixa tentar do meu jeito, se não der certo a gente volta a tentar do seu, ok?
- O meu jeito deu certo com todos os outros, então vai dar certo com , é só ela ficar mais atenta.
- Tá, tá, mas ainda assim vou tentar do meu jeito. – Jake falou e virou as costas para Sam – Embry, você e Quill podem demonstrar uma luta pra ?
Os dois se posicionaram no lugar onde eu e Jake estávamos antes, Jake me puxou pra trás, me afastando de onde seria a briga.
- Presta atenção nos movimentos deles. Olha como Embry observa o que Quill vai fazer e repara que sempre antes de avançar, Quill dá um passo pra trás.
- Como se ele quisesse tomar impulso. – falei.
- Isso. – ele sorriu – Todos na hora de lutar tem algo assim. Sempre tem uma espécie de sinal antes de um movimento, você só precisa prestar atenção.
- Mas não dá pra ficar parada reparando enquanto o vampiro ou quem quer que seja o inimigo vai me atacar. – falei.
- Não é ficar parada. É usar todos os seus sentidos aguçados pra ver as coisas. – ele me olhou por um minuto depois se virou pra Sam – Acho que precisa treinar os sentidos antes de treinar luta.
- Você acha demais. – Sam reclamou – Mas vai em frente, treina os sentidos dela. Eu encontro vocês aqui no final da tarde, vamos redistribuir as rondas.
Sam saiu e levou Embry e Quill com ele. Ficamos só Jake e eu na clareira.
- Você escuta melhor, vê melhor e tem um instinto natural. – Jake falou parando atrás de mim – Você só precisa aprender a percebê-los, com o tempo eles farão parte de você, vai ser tão natural usá-los como é respirar.
- Ok. Então vamos treinar. – falei respirando fundo pra me concentrar.
- Certo, presta atenção ao seu redor, o que você está vendo?
- Arvores – falei o óbvio, só tinha verde na nossa frente.
- Veja além delas, . Concentre-se.
Eu me concentrei, demorou um pouco, mas quando eu estava suficientemente concentrada eu pude ver as coisas ali na clareira.
Dava pra perceber cada grão de poeira voando no ar, brilhando quanto tocavam um feixe de luz. Dava pra ver pequenos arco íris se formando quando a luz escassa atravessava as gotas ainda suspensas da chuva que caíra pela madrugada. Na grama, formigas pequenas trabalhavam carregando pedaços de folhas, ainda dava pra ver cada gotinha de chuva que ficara presa nas folhas das árvores.
- Caramba... eu tenho super visão. – falei baixo fazendo Jake rir.
- Agora escute os sons à sua volta. – ele falou no meu ouvido. Eu fechei os olhos e me concentrei, agora era mais fácil, pois eu sabia o que procurar.
A principio eu ouvia apenas minha respiração e a de Jake, e os nossos corações batendo, o meu mais acelerado que o dele, devido à proximidade e às mãos de Jake segurando meus ombros. Depois eu consegui ouvir o som da água do rio Sol Duc correndo rápida, os passos leves e ritmados de um cervo, não... dois cervos. O bater de asas de uma águia, as folhas das árvores sendo tocadas pelo vento e o som do próprio vento.
Senti as mãos de Jake se afastando de mim e mais rápido que eu pude processar, eu ouvi o avançar rápido de passos. Eles vinham da minha direita e eu apenas tive tempo de me abaixar e me jogar pra frente. O que quer que fosse passou literalmente voando a centímetros de mim.
Olhei para o lugar onde a ‘coisa’ tinha aterrissado e vi Jake se levantando rindo.
- Enlouqueceu? – perguntei me levantando também.
- Viu só, quando você usa seus sentidos você consegue se defender. – ele voltou a caminhar para perto de mim.
Eu ia retrucar, mas ouvi novamente passos rápidos, dessa vez vindo das minhas costas. Não tinha como ser Jake, pois ele estava na minha frente. Eu dei um único passo pra trás e quando senti que ‘meu inimigo’ estava próximo, eu estiquei o braço o fazendo cair pra trás num baque surdo.
- Aw. – Embry reclamou massageando o lugar onde ele bateu no chão. Antes que eu pudesse pedir desculpas a ele, ou comemorar por ter derrubado mais um, Jake me atacou por trás, me derrubando no chão.
Consegui me desvencilhar do aperto de Jake e me levantei, me colocando em posição de ataque. Rápido ele e Embry já estavam de pé.
- Me colocando em desvantagem. – falei – Dois homens enormes contra uma mulher?
- Você pode encarar um dia cinco vampiros contra você sozinha... vai arregar? – Embry perguntou com um sorrisinho de canto.
- Só em seus sonhos, baby. – falei – Eu derrubo os dois, de novo.
- É o que você pensa, gata. – Embry me mandou um beijinho, ele estava tentando me distrair pra Jake me atacar, mas eu estava atenta aos movimentos dos dois – Quando eu acabar, quando você estiver no chão, eu te dou um beijinho como consolo...
- Pena que não vou te prometer o mesmo, quando vocês estiverem no chão. – falei.
Eu sabia que Embry ia avançar pelo movimento que ele fez com os pés, assim quando ele chegou perto o suficiente, segurei uma das mãos dele e coloquei toda minha força para jogá-lo no chão. Jake avançou na mesma hora, de forma que eu não consegui ser tão rápida, eu me sentia um pouco desconfortável em lutar com ele, mas saber que ele não se machucaria fazia ficar mais fácil.
Ele segurou meus ombros e tentou me virar de costas pra ele, mas eu consegui, passando meus braços entre os dele, segurar seus ombros e empurrá-lo pra trás com um chute na barriga. Ele caiu em cima de Embry, que estava se levantando pra me atacar de novo.
- Olha só, os dois no chão. – falei rindo enquanto Embry tirava Jake de cima dele e se contorcia reclamando de dor. Jake também fez algumas caretas passando a mão na barriga, mas depois se sentou rindo.
- Você luta muito bem, . – Jake falou – Onde aprendeu os golpes que usou?
- Eu assistia as aulas de luta dos garotos na minha antiga escola. – falei – E eu disse que derrubaria os dois.
- Você foi bem gata. – Embry se levantou ainda reclamando de dor – Vou ganhar um beijinho de consolo?
- Nem pagando. – falei.
- Isso me deixa feliz, pois eu sei que você vai se sair bem caso encontre um inimigo. – Jake falou.
- Obrigada. – eu ri – Mas agora se me dão licença, eu vou pra casa, pois estou faminta.
oOo
- Então se as rondas estão divididas, já podemos ir, né? – Jake perguntou. Ele parecia meio impaciente.
- Pode Jacob, pode ir. – Sam falou. – , Leah e Jared farão ronda agora. Vocês dois – ele falou para Leah e Jared – Ajudem a novata.
- Certo. – Jared respondeu, Leah se limitou a fazer uma careta e sair andando.
Jake, Quill e Embry saíram rápido, eles pareciam estar com pressa.
- Qual o seu problema com Sam? – perguntei pra Leah quando ficamos sozinhas, Jared tinha ido se esconder atrás de uma árvore para se transformar.
- Ele era meu namorado. – Leah falou triste – Até virar lobo e ter um imprinting pela minha prima.
- Emily? – ela assentiu – E ele deixou você?
- Não tinha outra forma, não dá pra lutar contra um imprinting. Emily até que tentou se afastar dele. Mas ele foi atrás dela... foi quando ela conseguiu a cicatriz. Ela estava perto demais quando Sam se transformou. Ela acabou vendo que não dava pra ficar longe dele, por que de uma forma ou de outra, o objeto do imprinting acaba se rendendo.
Leah não sabia, mas aquilo que ela acabava de dizer acendia uma esperança dentro de mim. Talvez um dia, Jake se rendesse ao imprinting e ficasse comigo.
- Deve ser difícil ter que vê-lo todo dia e perceber que ele não é seu. – falei.
- Dói mais a pena estampada nos pensamentos dos lobos. Todo mundo fica com dó de mim. tudo bem que eu ainda não superei, que eu ainda gosto dele, mas eu to tentando sabe, só que fica difícil me convencer que eu vou conseguir quando todo mundo fica estampando na cara “coitadinha da Leah, perdeu o namorado pra prima e agora tem que ficar vendo os dois...”
- Bom, agora você tem uma amiga pra te ajudar a se distrair. – falei tentando animá-la.
- Obrigada . Eu sabia que ia ser legal ter você por perto. – ela sorriu e correu pra se transformar. Eu fiz
o mesmo.
OoO
Tinha uma meia hora que Sam se reuniu com o bando todo, e nós já estávamos aqui de novo.
- Conta direito Jake. – Sam pediu.
- Eu estava na casa dos Cullen – ele falou – é a festa de formatura e lá estava cheio de humanos, então nós tínhamos que garantir que eles não pegariam ninguém pra fazer de lanchinho...
- Ah tá essa é a nova forma de dizer que você foi lá pra babar pela sonsa. – Leah murmurou e Sam a calou com um único olhar.
- Continuando. Enquanto nós estávamos lá a vidente viu que os vampiros que estão em Seattle estão vindo pra cá. Por Bella.
- E você disse aos Cullen que nós estávamos na briga. – Sam falou.
- É claro. Nós não vamos ficar aqui enquanto vampiros invadem a cidade, nós vamos lá garantir que todos eles morram. – Jake falou sério – Eles marcaram uma reunião para amanhã.
- Certo. Então voltem todos pra casa. Vocês precisam descansar para estar aqui bem cedo. – Sam ordenou naquele tom que ninguém ousaria discutir – Paul e Jared ficam na ronda comigo.
- Mas a ronda não era eu e Jared? – Leah perguntou.
- Sim, mas eu estou liberando vocês duas. Vocês precisam descansar.
- Ok, não sou eu que vou reclamar. – Leah saiu andando na direção da casa dela e Seth a seguiu.
Eu segui sozinha pra casa, mas minutos depois senti o braço de Jake se apoiando no meu ombro.
- Você vai participar da sua primeira batalha. – ele falou andando ao meu lado.
- Sei não, algo me diz que Sam vai me deixar aqui na reserva... sou a novata, lembra?
- Mas você luta bem, eu vou conversar com ele. A menos que você não queria ir.
- Claro que eu quero ir! – praticamente gritei – Quero participar da ação, quero ser loba.
- Amanhã eu converso com ele. – Paramos na porta da minha casa – Posso passar aqui pra nós irmos juntos pra reunião com os Cullen?
- Claro que pode. – eu sorri.
- Então até amanhã, baixinha. – ele me deu um beijo no rosto.
- Até amanhã, Jake.
Acordei cedo, na verdade eu quase não dormi. Minha cabeça ficou martelando sobre um fato que eu demorei a perceber. Hoje nós nos reuniríamos com os Cullen, ou seja, hoje eu conheceria Bella, o ‘amor’ de Jake.
Bufei frustrada e me levantei, eu ia precisar de toda a minha força e concentração pra não deixar transparecer o quanto conhecer Bella me irritaria e me deixaria com ciúmes. Se alguém percebesse era óbvio que descobriria que eu sinto algo além de amizade por Jake.
Dava pra eu estar mais fodida? Acho que não.
Tomei um banho rápido e vesti um short e uma camisa justa. Ia calçar um par de all star, mas como íamos nos transformar, decidi por ficar descalça mesmo. Desci as escadas encontrando meu pai na cozinha, lendo o jornal enquanto tomava café.
- Bom dia gatinha. – ele falou sem tirar os olhos do jornal.
- Ele chama de gatinha uma loba de quase dois metros. – eu ri. Ia me sentar quando bateram na porta e meu pai me olhou com aquela cara de você atende.
- Bom dia, gatinha. – Jake falou assim que eu abri a porta. Ele provavelmente tinha ouvido minha conversa com meu pai e agora estava tirando uma com a minha cara.
- Bom dia. – falei voltando pra cozinha ele me seguiu.
- Bom dia Jake. – meu pai cumprimentou deixando o jornal na mesa e se levantando.
- Bom dia Renato. – eu me sentei e Jake ocupou a cadeira na minha frente.
- Billy já acordou? – meu pai perguntou da porta da cozinha.
- Aquele lá acorda com as galinhas. – Jake riu – Ele estava preparando algumas coisas pra pescar, eu acho.
- Ele me convidou pra ir junto, acho que o chefe de polícia também vai. Vocês dois vão ficar aqui?
- Não. Temos uma reunião com Sam. – falei.
- Ok. Divirtam-se então.
Meu pai saiu de casa me deixando só com Jake.
- Acho que meu pai e Charlie encontraram um substituto pro Harry. – Jake murmurou.
- Quem é Harry?
- O pai da Leah e do Seth, que morreu ano passado...
- Ah tá. Ele pescava com seu pai?
- Sempre. Era um bom pescador.
Eu comecei a rir e Jake me olhou sem entender.
- O que foi?
- Você disse que eles conseguiram meu pai como substituto de um bom pescador... – falei entre risadas – O único peixe pra quem meu pai foi apresentado foi a sardinha enlatada.
- Ele acaba aprendendo.
- Ou seu pai joga ele do barco e o usa como isca. – brinquei e depois mudei de assunto – Não vai tomar café?
Ele fez que não com a cabeça e ficou só me observando comer. Terminei meu café rápido, porque estava meio incomodo ter Jake me observando tanto, depois subi depressa e escovei os dentes. Jake já estava na varanda quando eu voltei.
- Vamos?
- Vamos. – ele passou, como sempre, o braço pelo meu ombro e nós seguimos caminhando até a clareira onde nos reuníamos. Todos os outros lobos já estavam lá.
- Chegou quem faltava. – Paul falou tirando Jake de perto de mim e me dando um abraço.
- Então vamos logo, os Cullen já devem estar esperando. – Sam falou – Todos na forma de lobo, eu não confio neles.
Procurei uma árvore e me escondi atrás dela. Amarrei minhas roupas na minha perna e deixei o calor já familiar tomar conta da minha coluna.
Os nove lobos seguiram até onde Jake tinha combinado com os Cullen. Eu me concentrava em uma musica de 30 seconds to Mars, cantando-a seguidas vezes, era isso ou deixar todo mundo ver o quanto os pensamentos do Jake – todos focados em Bella– estavam me irritando.
- essa música é irritante. – Jared reclamou em pensamentos.
- Então para de fuçar minha cabeça. – falei e os outros riram dele.
Estávamos bem perto do local onde nos reuniríamos com os vampiros, e antes que chegássemos lá o vento trouxe o cheiro enjoativo dos vampiros, mas dessa vez muito mais concentrado.
- Eles estão em maior numero que os que cruzaram nosso caminho aquele dia. – Jake mencionou em pensamentos.
- Eca. – falei – Como a tal Bella consegue ficar perto deles?
- Ela não acha o cheiro deles ruim, assim como o nosso também não a incomoda. Mas fica feliz, nosso cheiro incomoda bastante os sanguessugas.
- Foco pessoal. – Sam pediu cortando nossa conversa mental.
Nos aproximamos do lugar onde os vampiros e Bella estavam. Eram sete vampiros, dava pra perceber pela pele pálida devido à ausência de sangue, e uma beleza tão grande que chegava a ser enjoativa. Tipo aquelas pessoas que exageram na hora de se arrumar.
Bella se destacava entre eles, humana, frágil e a única com bochechas rosadas, apesar de ser tão pálida como os sete vampiros. Os olhos dela corriam pela fileira que formávamos, obviamente procurando Jake.
- Bem vindos. – um dos vampiros, um loiro com rosto gentil falou.
- Obrigado. – Sam pensou, o que ele disse sendo repetido em voz alta por outro vampiro, um de cabelos acobreados que por estar tão protetoramente perto de Bella, eu imaginei ser o tal Edward.
- Ele mesmo, o leitor de mentes. – Leah pensou.
- Nós vamos observar e escutar, mas nada mais. Isso é o máximo que vocês podem pedir do nosso auto-controle. – Sam pensou sendo mais uma vez ‘traduzido’ por Edward.
- Isso é mais do que suficiente – o loiro voltou a falar, ele parecia ser o líder daquele bando.
- E é. – Leah mais uma vez respondeu aos meus pensamentos – Esse é o Carlisle, o ‘pai’ da família Cullen.
-Meu filho,Jasper – ele apontou um outro loiro que tinha uma cara de quem estava sentindo dor - tem experiência nessa área. Ele irá nos ensinar como eles lutam, comoeles devem ser derrotados. Eu tenho certeza de que vocês podemcontinuar com o seu próprio estilo de caça.
- Eles são diferentes de vocês? – Sam perguntou.
- Eles são todos muito novos, têm apenasmeses nessa vida. Crianças, de certa forma. Eles não terão habilidadese nem estratégia, apenas força bruta. Essa noite o número deles é devinte. Dez pra nós, dez pra vocês - não deve ser difícil. Os númerospodem cair. Os novos brigam entre sí.
Os lobos se agitaram, os pensamentos eram muito parecidos, todos ansiosos por matar sanguessugas, alguns até brincavam que podiam acabar com mais de dez, que seria fácil.
- Nós podemos ter mais alguns na nossa metade. – Paul pensou presunçoso e Edward falou em voz alta para os demais.
- Vamos ver como as coisas vão. – Carlisle falou.
- Vocês sabem como e quando eles virão? – Sam perguntou.
- Eles virão pelas montanhas daqui a quatro dias, no fim da manhã.Enquanto eles se aproximam, Alice nos ajudará a interceptar o caminhodeles.
- Obrigado pela informação, nós vamos observar. – Sam falou e nós ficamos à margem da clareira onde eles começavam a treinar.
O vampiro loiro com cara de dor, Jasper, como Carlisle o tinha apresentado, começou a dar algumas informações e ensinar como lidar com os vampiros, que eles tinham dito ser chamados ‘recém-criados’.
Procurei por Jake e o encontrei ao lado de Bella, ela estava conversando com ele e afagando o pelo da cabeça dele. Pff... ele tinha se tornado o cachorrinho dela.
Desviei minha atenção dos dois e me foquei em aprender tudo que o loiro com cara de dor ensinava, eu queria ser útil nessa batalha, então devia prestar bastante atenção.
Jasper estava lutando com um vampiro grandão, quem visse os dois diria claramente que o grandão venceria a luta, mas Jasper o derrubou muito rápido. Eu não precisava ouvir a explicação dele pra saber o motivo, o grandão tinha partido pra cima de Jasper com muita vontade de lutar, e isso se tornou a desvantagem dele.
Depois Jasper lutou com a vampira baixinha que parecia ser parceira dele. Ela era muito boa, parecia antever todos os movimentos de Jasper e acabou o vencendo muito facilmente.
- Ela é vidente. – Sam explicou - ela pode ver as decisões dele, então sabe como se defender.
- Pelo menos não vamos ter que lutar contra ela. – pensei.
- Hoje não. – Sam falou recebendo um olhar significativo de Edward.
- Amanhã estaremos treinando aqui de novo, sintam-se a vontade para observar.
- Nós estaremos. – Sam pensou em resposta e Edward traduziu – Eu acho que o bando deveria estar familiarizado com o cheiro de cada um de vocês, para que não haja enganos na hora da batalha.
- Claro – Carlisle falou e os sete vampiros se colocaram em fila.
Se eu tinha entendido direito, nós teríamos que cheirar um por um?
- Isso mesmo, . – Sam em respondeu.
- Ah fala sério, chefe. – reclamei – Já é ruim suficiente sentir o cheiro deles daqui.
- Shiu. – Sam me repreendeu no tom de alpha, e eu fui obrigada a ficar quieta.
Sam seguiu na ponta da fila, aproximando o nariz de Carlisle e passando para o próximo, depois dele foi a vez de Paul, e depois Jared, Leah, Embry, Quill, Seth ladrou um choramingo quando deixaram ele sozinho entre Carlisle e Jasper, eu me aproximei dando ‘apoio’.
De longe o cheiro deles era ruim, de perto era pior. Mas como meu alpha queria eu senti o cheiro de um por um, gravando aquele fedor na minha memória.
Todos seguiram para a floresta depois de gravar o cheiro dos vampiros, exceto Jake que ainda ficou discutindo com o leitor de mentes onde Bella ficaria.
“Esconde ela no fundo do mar.” Pensei e recebi olhares reprovadores de Jake e Edward. “Ok, desculpa.” Pensei de novo e sai depressa dali.
- Posso me destransformar? – perguntei quando já estávamos em La Push, mas ainda dentro da floresta.
- Pode. – Sam assentiu e eu corri para a primeira árvore que encontrei, voltando à minha forma humana e vestindo rápido.
Pronto. Meus pensamentos eram meus de novo, agora eu podia pensar o quanto Jake é idiota por se fazer cachorrinho daquela sonsa. Era óbvio só de olhar pra eles dois que ela o estava fazendo de idiota. Ela gostava do vampiro, mas queria Jake ali por perto para reafirmar que ela mesmo com aquela cara de nada podia ter dois homens lindos aos pés dela. E o bocó do Jacob estava caindo na dela!
- Hey onde é o fogo? – meu pai perguntou assim que entrei em casa quase arrancando a porta.
- Em lugar nenhum – falei abrindo a geladeira, pegando uma garrafa de água e enchendo um copo – Só o tal treinamento com os vampiros que foi um saco.
- E como eles são? Os vampiros? – os olhos do meu pai ganharam um brilho de fascínio.
- Branquelos, frios e fedorentos. Ah e arrogantes também. – coloquei o copo na pia e a garrafa de volta na geladeira.
- Só isso? Filha me dê detalhes, você tem noção do quanto isso é incrível para um historiador? Do como me encanta saber que criaturas como você e vampiros existem!
- Pai, eu não fiquei observando a cara de cada um deles. Eu fui lá pra ver as estratégias de luta deles. – falei revirando os olhos, ele ainda ia me amolar muito – Bom pelo que eu entendi no pouco que me foi contado, dois deles tem poderes.
- Poderes? – os olhos dele se arregalaram
- Sim. Tem um que lê pensamentos, ele até serviu de interprete de Sam, porque nós ficamos em forma de lobo o tempo todo. E outra vê o futuro.
- Uma vidente?
- Ela luta muito bem, pai. Você precisava ver. Tipo olhando pra ela pela primeira vez, ela é toda delicadinha, parece uma boneca de porcelana, mas lutando, o vampiro que estava com ela não conseguiu alcança-la nem uma única vez. – ele se sentou pra ouvir meu relato – O que lê pensamentos também luta muito bem, mas ele é muito seguro de si, acho que isso não vai ser muito legal. Ele parece ser o tipo de pessoa que acha que está a um passo à frente, mas depois percebe que na verdade está dois passos atrás.
- E os outros? Billy me disse que eles são sete.
- Sim tem o líder deles, Carlisle eu acho, ele parece mais humano que os outros, tem o que estava liderando o treinamento, Jasper, acho que ele já enfrentou vampiros como os que estão vindo pra cá, então tinha mais experiência. E tem ainda mais duas mulheres, que eu não sei o nome, elas ficaram mais afastadas, e um grandão, que parece ser o mais engraçado deles.
- Nenhum deles de poder?
- Que eu saiba não.
- E o treinamento foi proveitoso?
- Sim foi. – falei desanimada, lembrando do quanto Jake babava pela sonsa.
- Não parece. – ele me olhou com aquele olhar que via até minha alma – Mas eu acho que você não quer me contar agora.
- O senhor me conhece mesmo... – sorri.
- Quando é a batalha?
- Daqui quatro dias. – falei – Pai me promete que você não vai sair da reserva. Eles não vão entrar aqui. Primeiro porque eles querem a garota humana do vampiro que lê mentes, e segundo porque nós não vamos deixar eles entrarem.
- Fica tranquila. Eu não vou sair de casa até você voltar e me dizer que está tudo bem. – ele sorriu segurando minha mão.
- Vou tomar um banho e arrumar minhas coisas no meu quarto – dei um beijo na testa dele e subi.
Jake estava sentado tranquilamente na minha cama quando eu entrei. Meu exemplar de Persuasão nas mãos dele e ele tinha um sorriso tranquilo no rosto.
- As pessoas comuns batem na porta e esperam ser convidadas para entrar. – falei pegando uma roupa no meu armário.
- Eu não sou comum. – ele falou sorrindo. Não você é um capacho idiota. Pensei.
- Se meu pai entrasse aqui ao invés de mim, ele não ia gostar de te ver. – falei ainda procurando uma roupa, de costas pra ele.
- Eu saberia se fosse seu pai. – ele falou, a voz um pouco mais séria – Algum problema ?
- Não. – falei.
- Então porque você não está me olhando?
- Eu estou ocupada, procurando uma roupa, Jake. – menti. Eu não o estava olhando porque não queria ver que aquele sorriso estava ali por causa de Bella.
- Besteira. – ele falou e eu o ouvi levantar, ele estava se aproximando de mim – O que aconteceu?
Senti a mão quente dele se fechar no meu braço e ele me virou, mas eu não o olhei nos olhos, fiquei encarando o peitoral dele, eu sei que era infantil isso eu só não estava preparada para ver a felicidade dele.
- Olha pra mim. – ele pediu levantando meu queixo – O que aconteceu? Porque você parece tão triste?
- Não é triste, é só... cansada. – menti de novo – Sei lá essa vida é muito diferente da que eu levava antes e eu ainda não me acostumei.
- Quer ficar em casa hoje? Eu cubro a sua ronda. – ele falou tentando me animar.
- Não, obrigada, eu não vou contrariar o alpha, vai que ele me tira da batalha, eu não vou deixar a diversão só pra vocês não. – forcei um sorriso, rezando pra que não saísse uma careta.
- Ok, e o que você acha de tomar um sorvete comigo mais tarde? Eu passo aqui depois do almoço. – ele queria ficar comigo. Tudo bem que era como amigo, mas ainda assim eu teria Jake por perto.
- Porque você não fica pro almoço? – sugeri – Meu pai não vai se importar, desde que você saia pela janela e volte a entrar pela porta, é claro.
- Vou em casa tomar um banho e volto.
- Faça isso mesmo, você tá fedendo vampiro. – fiz uma careta. Ele riu.
- Olha quem fala.
Ele pulou a janela e eu senti meu peito afundar pela falta, mas ele logo estaria aqui, era o que eu dizia para a minha mente.
Tomei um banho longo, demorei mais que o comum lavando meus cabelos. Do banheiro pude ouvi meu pai reclamar umas duas vezes por eu estar gastando água demais. Terminei o banho rindo dele.
Sequei o cabelo e vesti um vestido florido de algodão e calcei um par de rasteirinhas.
- Então o que temos pro almoço? – perguntei entrando na cozinha.
- Achei que você tinha descido pelo ralo junto da água. – ele murmurou sem me olhar, com a cabeça ainda enfiada nos armários.
- Credo que reclamão – falei abrindo a geladeira em busca de algo para preparar no almoço – Eu estava fedendo a vampiro, merecia um banho que me limpasse de verdade.
- Pelo menos valeu a pena o gasto de água. – ele falou me fazendo o olhar – Você está mais alegre, e cheirosa também.
- Uhmmm obrigada. – eu ri – Er... Jake vem almoçar.
- Jake? Tudo bem. É algum motivo... especial? – ele me olhava com olhos em fenda.
- Especial? Não... – falei – Por que seria?
- Sei lá, vocês dois vivem grudados, ele sempre consegue te fazer sorrir, eu imaginei que talvez vocês dois estivessem... ficando, namorando...
- Não! – praticamente gritei – Jake é meu... amigo. Além do mais ele gosta de outra garota.
Era impressão minha ou minha voz tinha soado meio melancólica? Observei meu pai pela minha visão lateral, ele parecia não ter percebido nada, o que era bom, pois evitaria questionamentos.
- Jake só vem almoçar aqui, por que eu o convidei... nada demais.
- Ok então, sem problemas. A gente coloca mais água no feijão. – ele falou e riu.
- Então vamos fazer o quê? – perguntei.
- A chefe de cozinha da família é você. – ele sorriu – O que você sugere?
- Marcarrão ao molho bolonhesa?
- Perfeito! Vou colocar o macarrão pra cozinhar e você prepara o molho. – ele pegou um pacote de espaguete no armário enquanto a panela se enchia de água na pia.
Tirei da geladeira a cebola, os tomates a carne e tudo mais que precisava para fazer o molho.
- Ô de casa? – Jake falou entrando.
- Na cozinha! – meu pai e eu respondemos juntos.
- O cheiro bom me pegou lá em casa. – Jake falou rindo.
- , cozinha bem. – meu pai falou todo orgulhoso – Você vai provar da comida dela hoje e nunca mais vai querer saber de outra. O homem que se casar com minha filha vai ser um homem de sorte.
- Pai! – reclamei sentindo minhas bochechas se esquentarem.
- Esse cara vai ser de sorte por ter uma garota linda e carinhosa também. – Jake falou se sentando, meu coração perdeu uma batida e voltou a martelar acelerado no peito.
- Ok, chegou os dois. Fim do momento vamos deixar a envergonhada. – falei colocando o macarrão numa travessa de vidro e colocando o molho por cima – Caso contrário, eu fico com o macarrão só pra mim.
- Você faria uma maldade dessas com seu pai? – meu pai perguntou se fazendo de vítima.
- Se o senhor não parar de me constranger, sim, eu vou. – falei o olhando com olhos em fenda.
- Certo, hora de parar Renato. – Jake falou sério – eu estou faminto e ela não vai liberar o macarrão.
Meu pai riu e fez um movimento fingindo trancar a boca. Eu tive que rir dos dois, coloquei a travessa no centro da mesa e peguei no armário pratos para nós três. Meu pai tirou uma jarra de suco da geladeira e Jake pegou copos.
Nós três almoçamos rindo muito, Jake era um palhaço quando queria, ou seja, quando ele não estava sendo o cachorrinho de estimação da sonsa Swan. Ok, sem pensar na Bella agora, era melhor assim.
- Eu tenho que sair – meu pai falou se levantando.
- Fugindo da louça hein, sr. Rodrigues. – falei colocando os pratos na pia, meu pai me deu um risinho e saiu da cozinha rápido.
- Eu te ajudo. – Jake se levantou – Você lava eu seco e guardo.
- Fechado.
oOo
- Então, vamos para o sorvete agora? – Jake perguntou depois de guardar o ultimo prato.
- Vamos. – enxuguei as mãos e nós saímos.
oOo
- Então – perguntei quando já estávamos no centro da reserva – O que você ficou conversando com os Cullen depois que saímos?
- Edward e eu estávamos discutindo uma forma de manter Bella segura durante a batalha.
- E vocês conseguiram?
- Sim. – ele parecia incomodado em falar sobre esse assunto comigo – Eu queria mesmo conversar com você. – Oh-ow, algo me dizia que eu não ia gostar disso – Edward vai deixar Bella em um acampamento nas montanhas, mas eu não acho seguro deixar ela sozinha, então eu pensei que talvez você pudesse ficar lá com ela. Você seria capaz de protege-la e manter contato com o bando e como Edward lê pensamentos, ele estaria em contato com ela também.
- Espera um pouco. – pedi parando de caminhar – Você quer que eu deixe de participar da batalha para ficar de babá da Bella?
- Não é ser babá. – ele falou sério – É manter ela segura e se manter segura também. Eu não quero que você se machuque, e se você ficar afastada dos vampiros junto com Bella, as duas vão estar protegidas.
- E onde fica aquela história de que eu sou boa lutadora e me sairia bem na batalha?
- Você luta bem, mas os vampiros são... perigosos. Se um deles conseguir te morder, você morre.
- O mesmo vale pra você, e pra Paul, pro Embry, pra Leah... todos estão em perigo.
- Por favor. – ele pediu – Eu só confiaria Bella a você.
Eu queria socar alguma coisa agora. Queria muito, mas a única coisa que eu tinha na minha frente era a cara lavada de Jake. Como ele me pedia isso? O pior eram os olhos negros dele, que nesse momento estavam iguais aos do gato de botas, me encarando e me impedindo de dizer um NÃO bem grande na fuça dele.
- Ok, Jake. Eu fico de babá da sua Bella. – falei contrariada, eu não entendia qual o meu problema, porque eu tinha que fazer o que ele queria mesmo que fosse algo que eu não queria.
- Obrigado, tampinha. – ele me abraçou de lado e abriu aquele sorriso lindo de sol. Ai estava a resposta. Era por esse sorriso que eu fazia as coisas que ele queria, mesmo que fosse algo que me irritasse ao extremo.
- É... tá bom... vamos tomar sorvete logo. – ele me levou para a direção da sorveteria.
CAPITULO 7 – A BATALHA
Acordei cedo, pra variar, dessa vez eu que passaria na casa de Jake, eu não fazia ideia do lugar para onde ele e Edward levariam Bella. Cheguei rápido na casinha vermelha e bati na porta, sendo atendida por Billy.
- Oi Billy – cumprimentei.
- Oi , como vai? – ele me respondeu com um sorriso no rosto.
- Bem. Jake já acordou?
- Ele não... dormiu em casa. – Billy falou parecendo sem jeito e abaixou a voz – Ele foi acampar com Bella.
- Ele ficou lá com ela? – minha voz saiu trêmula, eu pigarreei e voltei a falar – Mas ele pelo menos disse onde era?
- Não.
- Ok, vou ver se alguém no bando sabe. Obrigada Billy. – falei descendo as escadas, mas parei e me voltei pra Billy – Ah, será que você pode ficar de olho no meu pai pra mim? Eu não quero ficar me preocupando com ele, com medo dele sair se aventurando por ai...
- Pode deixar, vou ligar pra ele vir assistir ao jogo comigo e com Charlie. – ele sorriu e se despediu, fechando a porta em seguida.
Corri até a floresta e tirei minha roupa detrás de uma árvore, as amarrando na perna em seguida. Deixei o calor agora familiar tomar conta de mim e logo eu corria sobre quatro patas.
- Alguém ai sabe onde Jake se enfiou? – perguntei pra quem estivesse em forma de lobo – Ele quer que eu tome conta da Bella, mas não me falou pra onde ir.
- Ele deixou recado ontem pra você uivar quando estivesse em fase e ele te mostraria pra onde você deve ir. – Quill me respondeu, ele estava correndo no limite norte da reserva, correndo de volta para a casa de Sam onde todos, exceto eu e Jake, se reuniriam.
- Obrigada Quill. – falei, levantei o focinho pro céu e uivei, não o uivo que dávamos quando tinha algum perigo, caso contrário eu estaria alarmando todo mundo. – Eu me sinto ridícula fazendo isso. – pensei.
- Você fica uma gracinha. – Jake me zoou – Consegue chegar aqui?
Ele me mostrou a paisagem de onde estava, eu sabia onde era, já tinha corrido até lá com Leah uma vez.
- Sim, estarei ai em cinco minutos. – comecei a correr, mas uma lembrança na mente de Jake me fez perder o passo e eu acabei tropeçando nas minhas próprias patas – Você dormiu com ela? – perguntei com a voz esganiçada, a cena era de Jake e Bella deitados de conchinha e o pior, a sensação que emanava dos pensamentos dele, a alegria, a satisfação que ele sentia por estar daquela forma com ela.
Me apressei em mudar o rumo dos meus pensamentos antes que ele os percebesse.
- Não necessariamente dormi com ela... – ele falou satisfeito – Ela estava com frio e quanto a isso o sanguessuga não tinha muito o que fazer.
- Ele aceitou te ver agarrado assim com ela e não falou nada? – perguntei ainda incrédula com a aceitação do Edward em ser corno.
- Como eu disse – Jake falou feliz – Ele não tinha muito o que fazer a esse respeito. Eu sou mais quente.
- Tá, ok. Não preciso de detalhes Jake. – falei quando percebi um desvio sutil dos pensamentos dele para a forma como foi excitante ficar daquele jeito com Bella. – estou chegando ai.
- Certo, vou descer pra conversar com Sam. Te encontro no caminho. – ele começou a correr na direção contrária da minha e nós nos encontramos quando faltavam poucos metros pra eu alcançar o acampamento. Nós dois estávamos sozinhos em nossos pensamentos, o resto do bando estava reunido com Sam.
Pouco depois senti os pensamentos – perturbadoramente irritantes e todos direcionados à como Bella cheira bem, como nossos corpos se encaixam perfeitamente, como somos ideais um pro outro – me abandonarem, eu estava sozinha e agora podia odiar essa imbecil Swan com todas as forças que eu tinha.
Cheguei no acampamento e a ouvi ressonando. Podia morrer durante o sono. Um rosnado baixo saiu de dentro da tenda. Ah o vampiro corno estava ai? Se ele queria xeretar minha cabeça ia ter que suportar o meu ódio eterno pela namoradinha egoísta dele.
- Chega. – ele murmurou de dentro da tenda.
- Não é nem o começo, baby. – pensei e comecei a mentalizar diversas formas de botar essa songa no lugar dela.
- Você está ultrapassando os limites, cadelinha. – o sanguessuga falou tentando me botar medo, ele ia precisar se esforçar mais pra ter resultado.
Ele saiu da barraca me olhando com os olhos – antes dourados – escuros. Devagar ele foi se colocando em posição de ataque.
- Nem pense em fazer qualquer coisa com ela. – ele murmurou entredentes.
- Relaxa, corno manso. – falei – Eu não posso, infelizmente, fazer nada contra a sua namoradinha. Isso machucaria Jake, porque ele ainda é imbecil o suficiente pra se iludir achando que algum dia Isabella vai trocar você por ele, e eu nunca faria nada para magoar Jake.
Ele saiu da porta da barraca e caminhou até perto das árvores. Ele parecia estar mais tranquilo, mas eu não deixaria de estar atenta a cada movimento dele.
- Quem é você? – a sonsa me perguntou saindo de dentro da barraca, depois se virou pra Edward – Quem é ele?
- É ela. – Edward falou se aproximando de Bella – Essa é , a nova garota do bando.
- Oh. – foi o que Bella respondeu. Os dois ficaram um minuto em silencio, urgh, eu não conseguia ficar olhando para eles, para a forma como os dois transmitiam um sentimento meloso e entediante. Parecia um tipo de amor sem fogo, sem aventura, sem calor consumindo tudo... Ah é, não dava pra ter fogo ou calor... o vampiro é frio.
Edward me lançou um olhar de lado indicando que eu estava novamente caminhando em campo minado. Eu me afastei dos dois, não ia correr o risco de ser picada pelas abelhas que logo, logo estariam sobrevoando esse mel.
- Me desculpe pela noite passada. – Bella falou, mas pra mim ela quis dizer. Me desculpe por ter sido um vaca sem escrúpulos que fica brincando com você e Jake o tempo todo....
- Tudo bem. – Edward sorriu. É um tobó mesmo viu – Ela não está na minha lista de noites favoritas.
- Você tem uma lista?
- Sim. Todas elas eu passei com você. E a primeira é a que você decidiu ser minha mulher, Srta Cullen.
- Estamos no século XXI, eu posso usar os dois sobrenomes. – ela riu.
- Você vai se casar com ele? – A voz de Jake soou quebrada e fria. Meu coração doeu ao ver a expressão no rosto dele.
- Jake... – Bella sussurrou e se virou séria para Edward – Você sabia que ele estava ouvindo!
- Ele merece saber. – Edward falou enquanto Jake corria pra longe dos dois. Bella fez menção de segui-lo, mas Edward a segurou.
Eu deixei os dois de lado e dei alguns passos na direção de Jake. Ele estava tão arrasado, eu conseguia sentir isso em mim. Eu queria voltar pra minha forma humana e abraçá-lo, queria tirar aquela dor dele...
- Jake espera. – Bella pediu.
- Chega, pra mim já chega! – Jake gritou.
- O que você vai fazer?
- Vou até lá e vou matar alguns sanguessugas. – ele falou sério – Não vai ser tão difícil deixar um deles me pegar no final... assim eu tiro meu time de campo e deixo o caminho mais fácil pra vocês dois.
- Não. – Bella gritou – Você não está pensando direito. Por favor, não vá.
- Por que Bella? Me dê uma boa razão pra eu não morrer naquela batalha. – Jake falou se aproximando dela.
- Porque eu gosto de você. – ela falou chorosa.
- Não é o suficiente. – Jake voltou a se afastar.
- Porque você é muito importante. – Bella gritou.
- Ainda não é suficiente. – Jake falou e começou a se afastar mais. Eu queria gritar pra ele não ir, mas ele não me ouviria, ele estava ferido, a egoísta Swan to tinha machucado de uma forma cruel dessa vez.
- Jacob! - Bella gritou o fazendo olhar pra ela – Me beija... – ele a olhou sem acreditar – Eu estou pedindo pra você me beijar.
Eu fui invadida pela alegria dele com o pedido dela e essa alegria lutava com a minha dor. A dor de ver os lábios dos dois se juntando. Dor de ver Isabella, aquela que sempre estava ali pra magoar Jake, pra jogá-lo de lado, pra colocar o vampiro na frente até de sua própria segurança no lugar que eu queria ocupar.
- ? Tá tudo bem? – ouvi Seth perguntar nos meus pensamentos
- Fica aqui no meu lugar. – pedi tentando com dificuldade esconder meus pensamentos.
- Ok estou indo pra ai. – ele começou a correr e quando vi que estava próximo o suficiente, me destransformei e desci a montanha na minha forma humana, correndo com toda velocidade que tinha. Era minha vez de entrar naquela briga e tirar o meu time de campo, apesar dele nunca nem mesmo ter começado o jogo.
Chegava de sentir essa dor me esmagando, chegava de ficar sofrendo pelo Jake. Ele queria ser de Bella, pois bem, ele seria. Eu não ia estar mais aqui para ver isso. Eu só pensava no meu pai. Ele ficaria sozinho, espero que ele me perdoe por isso.
Cheguei na clareira quando a briga estava começando. Os Cullen avançavam para cima dos recém criados e os lobos saiam de seus esconderijos na floresta, arrancando braços e cabeça dos vampiros que apareciam no caminho.
Avistei o grandão lutando contra um vampiro e outro se aproximando por trás dele. Corri naquela direção e apoiei as duas mãos nos ombros do Cullen tomando impulso e me jogando em cima do vampiro que ia ataca-lo pelas costas.
Nós dois rolamos no chão, e antes que ele conseguisse me machucar um lobo cor de caramelo, Jake, o abocanhou no ombro o jogando em cima de Paul que terminou de acabar com o vampiro.
Paul virou a cabeça na minha direção, a repreensão nos olhos dele. Eu vi que ele estava pronto para me arrastar para a floresta e me tirar dali quando um vampiro apareceu no flanco direito dele.
Me dependurei no pescoço de Paul pulando para as costas dele e de lá de cima pulei no ombro do vampiro, abraçando o pescoço dele com minhas pernas e segurando com força a cabeça dele. Girei a cabeça dele usando toda minha força e com um clack ela se soltou nas minhas mãos e eu cai pra trás.
Me agachei, procurando com os olhos outra vitima. Vi que a baixinha vampira estava lutando contra dois vampiros. Ela estava se saindo bem, mas era muito vampiro pra uma baixinha só. Corri até lá agarrando um deles pela cintura, a baixinha deu cabo do outro e com um chute arrancou a cabeça do que estava preso nos meus braços.
- Obrigada. – ela cantarolou.
- Disponha – falei e me virei vendo o grandão, mais uma vez quase sendo atacado pelas costas. A baixinha também deve ter visto, pois gritou o nome dele.
- Emmett! – o grandão se virou bem a tempo de pular para o lado quando eu com um chute nas costas do recém criado o derrubei de cara no chão. Segurei os dois braços dele os puxando para trás. O vampiro deu um urro de dor, que não durou muito, Emmett arrancou a cabeça dele também.
Nós dois viramos em busca de mais vampiros pra matar, mas já não tinha sobrado nenhum.
- Você é boa de briga, lobinha. – Emmett brincou.
- . – falei – Meu nome é .
- Você é corajosa de vir aqui sem estar em forma.
- Tenho meus motivos – falei pegando os pedaços de vampiros que estavam perto de mim e levando para a fogueira que Jasper tinha montado – porque queima-los? – perguntei.
- É a única maneira de mata-los de verdade. – Jasper me explicou.
A baixinha, que estava ao nosso lado, parou ofegante e com os olhos sem foco.
- Alice, o que foi? O que você viu? – Jasper perguntou e no minuto seguinte todos os Cullen a redeavam.
- Os Volturi. – ela murmurou – Alec, Jane, Felix e Demetri. Eles estão vindo.
Pareceram apenas segundos depois, Edward apareceu com Bella.
- Quanto tempo? – ele perguntou.
- Uns dez minutos, talvez menos. – Alice falou. Eu ainda não estava entendendo nada, mas também a vontade de perguntar tinha ido embora quando vi a cara lavada da Swan.
- Leah não! – Edward gritou e eu me virei na direção onde ele olhava.
Foi rápido demais, um recém criado saiu de detrás de uma árvore, Leah avançou pra ele, mas não deu conta de pegá-lo. Jake correu pulando em cima do vampiro, os dois rolaram no chão e o vampiro conseguiu rodear os braços em Jake, o apertando.
Eu não só pude ouvir os ossos se quebrando como pude sentir a dor de Jake. Paul, Sam, Embry, Quill e Jared pularam no vampiro o reduzindo em pedaços, mas Jake estava deitado no chão, na sua forma humana gemendo de dor.
- Jake! – Bella gritou e correu pra cima dele.
Até então eu não tinha conseguido reagir, eu sentia a dor de Jake pelos machucados e a minha dor por ve-lo daquela forma, mas quando vi Bella se abaixar ao lado dele, o confortando, dizendo que tudo estava bem, minha loba reagiu e eu avancei a passos decididos a tirando de perto do meu Jacob.
- O que você está fazendo? – ela perguntou vindo pra cima de mim.
- O que eu já devia ter feito a muito tempo. – falei a encarando – Tirando você de perto dele.
- Com que direito? – ela me olhou raivosa – Jake me quer por perto.
- Porque ele é burro! – gritei – Você é como um câncer Isabella, chega e destrói tudo, toma conta do que está bom e saudável e mata. Você devia ter vergonha do que faz com o Jacob e com o tapado corno do seu noivo.
- chega! – Sam gritou com o tom de alpha – Jake precisa de ajuda agora. Vamos pra casa.
Os meninos levantaram Jake com cuidado e nós fomos o mais rápido possível pra casa dele. O Dr. Cullen prometeu que iria até lá assim que possível.
Chegamos rápido, Jake gritava mais palavrões que eu já tinha ouvido em toda minha vida.
- O que aconteceu? – Billy perguntou assustado quando entramos com Jake reclamando de dor.
- Ele caiu de moto. – Sam falou rápido.
- Eu sabia que aquelas porcarias ainda fariam algum estrago. – um senhor que estava na sala falou – Ainda bem que fiz Bella se livrar daquilo.
Olhei melhor pra ele quando ele mencionou o nome de Isabella, e então o reconheci. Era o chefe Swan, pai da sonsa.
- Vem. – Paul falou me puxando pelo braço, me arrastando pra fora da casa, pro meio da floresta – Você enlouqueceu?
- Não. – falei e me virei pra voltar pra casa de Jake.
- Não me dê as costas, . – Paul falou me segurando pelos ombros – O que estava na sua cabeça? Como você entra num campo de batalha cheio de vampiros na sua forma humana?
- Eu luto melhor na minha forma humana – falei.
- Então não lutasse! – ele gritou – Você tem noção de como seria pra nós se algo acontecesse com você? Você pelo menos pensou no seu pai?
- Não. Eu não pensei – gritei também – Eu não pensei em nada, ok? Eu só queria bater em alguma coisa e tirar a porcaria da dor que estava me corroendo!
- É por causa dele, não é? – Pau me olhou agora com olhos ternos – É por causa do Jake e do beijo que ele trocou com Bella.
- Eu não quero falar disso – virei meu rosto pra que ele não me visse chorar.
- Ok. Mas quando quiser falar, eu estou aqui. – ele me puxou para os braços dele e me abraçou. – Eu posso ser um ogro com os outros, meio turrão e desengonçado de vez em quando, mas eu te amo , apesar de ter te conhecido a pouco tempo, eu já sinto como se você fizesse parte da minha vida há muito tempo.
- Obrigada Paul – falei me apertando nos braços dele.
Um grito de Jake chamou nossa atenção.
- O que está acontecendo? – perguntei me virando na direção da casa.
- Vamos lá ver.
Chegamos na porta da casa onde Quill e Embry estavam encostados na varanda, Billy era confortado por Emily.
- O que foi isso? – perguntei meio histérica – Que grito foi esse?
- Estão quebrando os ossos dele de novo. – Quill falou cabisbaixo – A regeneração já tinha começado e os ossos estavam se colando errado...
- Mas ele está com... dor. – falei agoniada quando outro grito foi ouvido.
- É preciso . – Paul falou segurando meus ombros. Ignorei todos que estavam ali e corri pra dentro da casa.
Sam estava segurando Jake enquanto o Dr. Cullen quebrava os ossos dele.
- Pare! – gritei empurrando o médico pra longe de Jake.
- , é preciso. – Sam falou me segurando enquanto Carlisle voltava a quebrar os ossos de Jake.
- Sam tira ela daqui..! - Jacob pediu.
Mas eu o ignorei e me ajoelhei ao seu lado.
- Não vou sair. – falei segurando o rosto dele.
- ... Por favor. – Ele se contorcia de dor.
- Não! Eu vou ficar com você. - Olhei para o Sam num pedido mudo.
- Jake, talvez seja melhor, é sua amiga e ela pode te dar mais força que eu agora. – Sam falou e Jake concordou com a cabeça.
- Precisamos continuar. – Carlisle falou eu assenti e me inclinei sobre Jake, o abraçando da forma como era possível. Ele escondeu o rosto no meu pescoço. E então Carlisle voltou a quebrar os ossos de Jacob enquanto ele gritava.
- Shh está acabando Jake, já vai acabar. - E mais um osso quebrado e ele mais uma vez gritou, e eu o apertei contra mim, sentindo a dor dele, ele encostava sua cabeça em meu peito procurando segurança e eu acariciava seus cabelos tentando amenizar a dor.
Quando Carlisle quebrou o ultimo osso, Jake e eu estávamos chorando muito. Eu queria tirar aquele sofrimento dele.
- Não existe um remédio pra tirar a dor? – perguntei ao médico enquanto ele enfaixava Jake que choramingava de dor.
- Eu já dei. – Carlisle falou – Mas o metabolismo dele é muito rápido o remédio não faz tanto efeito.
- Vou avisar aos outros que acabou. – Sam falou se retirando e Carlisle se levantou para acompanha-lo.
- Pede... pede Bella pra entrar. – Jake falou. Meu coração se afundou, ainda assim ele ainda a queria.
- Claro. – Carlisle falou com um sorriso fraco.
- A dor passou? – perguntei o ajeitando melhor na cama.
- Qual delas? – ele perguntou abatido.
- A única que não depende de você para curar. – falei séria – Você sabe que se quiser, a dor por causa de Bella vai acabar.
- Não quero falar disso agora. – ele virou o rosto pro outro lado.
- Não quer falar comigo. – me levantei – mas quer falar com ela.
- Jake? – Bella falou da porta.
- Vou deixar os dois sozinhos. – passei pela porta lançando um olhar para Bella que transmitia bem a mensagem que se ela magoasse Jake de novo, era comigo que ela ia se ver.
Fui até a cozinha preparar algo pra Jake e pra Billy, os dois deveriam estar com fome. Fiz de tudo para não ouvir a conversa dos dois, mas era impossível ignorar.
"- Eu sou exatamente certo pra você,Bella. Teria sido fácil pra nós - confortável, fácil como respirar. Eu era o caminho natural que a sua vida teria tomado...Se o mundo fosse do jeito que devia ser, se não houvessem monstros e nem magia...”
O que Jake falou me acertou como uma bola. Se o mundo não fosse como era, sem monstros e magia, Jake não seria destinado a mim...
“- Ele é como uma droga pra você, Bella...Eu vejo que você não consegue viver sem ele agora. É tarde demais. Mas eu teria sido mais saudável pra você. Não uma droga; eu teria sido o ar, o sol.” – ele continuou falando.
“- Eu costumava pensar em você desse jeito, sabe. Como o sol. Meu sol particular. Você equilibrava bem as nuvens pra mim.” – a egoísta continuava o iludindo.
“- Das nuvens eu posso cuidar. Mas eu não posso lutar com um eclipse" – Jake falou triste.
Voltei a me desligar da conversa deles, me preocupando em mexer o macarrão na panela. Mas meus ouvidos insistiam em me trair e minha atenção voltava para os dois.
“- Eu posso voltar, ou você prefere que eu não volte?” – Bella perguntou.
“Eu vou pensar e te aviso.” – Jake falou, eu consegui sorrir um pouco, se ele ia pensar, eu podia tentar convence-lo a deixar a sonsa pra lá e seguir sem ela.
“Eu me pergunto quando vai acontecer. – Bella falou pensativa – Quando a garota certa vai encontrar seus olhos”.
“- Não se iluda Bella. – Jake falou triste – Apesar de achar que isso seria um alivio pra você.”
“- Talvez. Talvez não. – ela falou – Eu provavelmente vou achar que ela não é boa o suficiente pra você. Eu me pergunto o quanto serei ciumenta.”
“Essa parte pode ser engraçada”
“Me deixe saber se você quer que eu volte e eu estarei aqui.” – Bella se despediu. Um som de beijo. – Eu te amo Jacob.”
“Eu te amo mais.”
Ouvi a porta do quarto ser aberta e logo ela passou pela porta da cozinha.
- Ela pode ser melhor pra ele que você sabia? – perguntei fazendo ela parar e me encarar – A escolhida dele, ela pode ser melhor que você. Ela pode fazê-lo feliz ao invés de apenas encher ele de esperanças falsas.
- E onde ela está que ainda não apareceu? – Bella perguntou me desafiando.
- Ele não vai conseguir enxerga-la enquanto estiver vendado para ver apenas você. – falei aceitando o desafio – Você não se cansa? Não se cansa de ser tão mesquinha, tão egoísta?
- Não sei do que você está falando.
- Você não pensa em nada que não seja seu próprio umbigo. Se Jake é assim tão importante pra você então porque você não deixa ele viver a vida dele? Some Bella, simplesmente some. Ele vai sofrer no começo, mas vais ser uma dor menor que assistir você sendo feliz com seu príncipe vampiro.
- Eu vou sair da vida do Jake – ela falou séria – Quando ele quiser que eu saia.
- Pode ter certeza que eu darei o melhor de mim pra isso acontecer logo. – falei.
- Qual o seu problema, garota? – ela avançou ficando cara a cara comigo – Você está com dor de cotovelo por que é a mim que ele ama? É esse o seu problema?
- Não. Meu problema é que eu não consigo ver meu amigo sofrendo por causa de uma sonsa, sem graça, egoísta e interesseira.
- Interesseira? – ela parecia ofendida.
- Ah qual é Isabella. Você pode enganar qualquer um, menos eu. – falei – Jake é quente, é carinhoso, grita ao vento que te ama o tempo inteiro, é vivo, pode te dar uma vida, uma família... o que o vampiro lá pode te dar? Dinheiro. É esse seu interesse nele, não é?
Foi mais rápido que eu pude prever. Ela levantou o braço e me deu um tapa no rosto.
- Nunca mais repita isso. – ela falou entredentes – Eu amo Edward, como ninguém já amou outra pessoa. Mesmo que ele não tivesse um único centavo ainda assim eu o amaria.
- Então larga o Jake! – gritei tremendo – Deixa ele buscar a felicidade dele, ao invés de ficar vivendo de migalhas suas!
- Já te disse. Quando Jake me mandar sair da vida dele, eu saio. – ela se virou e foi embora.
Eu fiquei ali parada no meio da cozinha com o sangue fervendo, uma vontade monstra de socar a cara daquelazinha, e o corpo tremendo.
- ? – Billy entrou na cozinha preocupado.
- Eu.odeio.ela. – falei entredentes e sai correndo antes que eu me transformasse ali e acabasse machucando Billy.- Bom dia – falei entrando na cozinha onde Billy colocava a mesa do café.
- Bom dia . – ele me sorriu – Veio cedo hoje.
- Vim ver o Jake. – falei.
- Está no quarto dele. – Billy suspirou – pelo menos ele gemeu menos de dor hoje.
- Vou lá ver ele.
Entrei no quarto e Jake estava na cama, tirando as faixas que Carlisle tinha colocado nele.
- Hey, o que você pensa que está fazendo? – falei batendo na mão boa dele e colocando a faixa de volta.
- Eu quero tomar banho e essa coisa vai me atrapalhar. – ele resmungou.
- Acontece que essa coisa tá aqui pra garantir que seus ossos se curem no lugar certo. – falei – Quanto ao banho, eu posso te ajudar.
- . Eu disse que quero tomar banho. – ele falou me olhando – Se você ainda não sabe, banho a gente toma sem roupa.
- Pfff... – revirei os olhos – até parece que nunca vi você e os outros meninos pelados...
Precisei de muito esforço pra controlar meu coração, pensar em Jake nu e eu o ajudando a tomar banho era perturbador.
- Não é a mesma coisa. – ele resmungou – É melhor você ligar pra um dos meninos então...
- Uhmmm você prefere ter um macho te ajudando a tomar banho que uma mulher? Caramba Jake eu não conhecia esse seu lado...
- Não enche, garota chata. – ele riu de lado – Se você faz tanta questão assim de me ver pelado, ok, vamos lá senhora enfermeira, vamos ao banho.
Meu coração deu um solavanco no peito, mas eu disfarcei. Ajudei Jake a se sentar e depois eu o levantei. Apesar da minha força a mais, ele ainda era um pouco pesado pra mim.
Levei ele devagar até o banheiro e o deixei lá enquanto voltava no quarto para pegar uma toalha. Quando voltei Jake já estava debaixo do chuveiro. Ele era lindo até tomando banho... o jeito que ele passava a mão pelos cabelos tirando a água, mesmo com uma mão só, a forma como ele ensaboava os bíceps e o tórax, a forma como os músculos das suas costas se enrijeciam, tudo nele era perfeitamente belo. Quando a mão dele alcançou o membro eu perdi o folego e me virei de costas. Lutei bravamente pra acalmar minha respiração, mas a porcaria da imagem de Jake lavando aquela parte ficava passando na minha cabeça seguidas vezes.
Ótimo, já é tão fácil esconder meus pensamentos de todos. – pensei ironicamente.
- Desistiu de me olhar? – Jake perguntou brincalhão desligando o chuveiro.
- Hahaha – falei me virando pra ele, o olhando nos olhos e resistindo à tentação de olhar pra baixo, para aquela parte onde até segundos atrás ele estava tocando.
Coloquei uma toalha em volta da cintura dele e o ajudei a chegar até o quarto. Peguei outra toalha e comecei a secar os cabelos, ombros e peitoral dele.
- Tá se aproveitando pra tirar uma casquinha de mim, hein? – ele brincou.
- Mas é claro, afinal, você é irresistível Jake. – brinquei também.
Terminei de secá-lo e me sentei ao seu lado, tirando com cuidado as faixas para trocá-las por faixas secas.
- Eu já sinto bem menos dor – Jake falou enquanto observava meu trabalho.
- Isso é bom, prova que você está se curando rápido. – sorri.
- Obrigado. – ele me encarou – Por tudo, você tem sido como um anjo pra mim, .
- Você é importante pra mim Jake. – falei e ele ergueu as sobrancelhas – todos os meus irmãos lobos são importantes...
- Eu sei. – ele sorriu – Sei também que você faria o mesmo por qualquer um dos caras, porque você é especial.
Senti minhas bochechas esquentarem e Jake se inclinou me dando um beijo no rosto.
- Com fome? – perguntei me levantando e colocando as faixas molhadas em cima da escrivaninha.
- Muita. – Jake riu.
- Quer tomar café aqui ou quer ir pra cozinha?
- Quero ir pra cozinha, não aguento mais ficar nesse quarto. – eu o ajudei a se levantar e nós fomos juntos pra cozinha.
Billy já tinha saído, coloquei café pra Jake e me sentei conversando com ele enquanto ele comia.
oOo
Os dias passaram rápido. E como toda manhã eu me levantei cedo e fui até a casa de Jake. Ele já estava 100%, mas ainda tinha que fingir estar machucado para as pessoas que não sabiam da condição de lobo dele.
- Bom dia, Billy! – falei entrando na casinha vermelha. – Cadê o Jake?
- Bom dia querida. Esse ai acordou com as galinhas e ainda não voltou. – Billy encheu uma xicara com café e me estendeu.
- Obrigada – aceitei a xicara me sentando de frente pra ele – e como ele está?
- Triste, pensativo, irritado... ele não se conforma, mas logo isso passa. Eu tenho certeza que as coisas em breve se ajeitam.
- O que isso? – perguntei pegando um envelope que estava na mesa. Era fino, elegante e pesado. Billy não precisou me dizer o que era, eu já tinha entendido – Ela teve mesmo coragem de mandar isso pra ele?
- Na verdade ela mandou pra mim. – Billy sorriu fraco.
- E isso aqui dentro? – perguntei pegando um pedaço de papel solto.
- Esse é endereçado ao Jake. – Billy falou.
- E ele não vai ler. – falei tirando o papel de dentro do envelope – Na verdade ele não vai ler nada disso.
Me levantei pra queimar o convite e o bilhete, mas uma respiração pesada e uma voz rouca me travaram.
- Quem não vai ler o que? – Jake perguntou parado na porta da cozinha os olhos dele pararam na minha mão e ele franziu o cenho.
- Você não precisa ler isso. – Billy falou. Jake fechou o espaço que tinha entre nós e tirou o convite das minhas mãos.
O bilhete caiu no chão e ele se abaixou antes de mim o pegando.
O convite foi esquecido em cima da mesa enquanto Jake abria o papel. Ele ainda estava parado na minha frente de forma que eu pude ler tudo o que estava escrito.
Jacob, Eu estou quebrando todas as regras te enviando isso. Ela estava com medo de machucar você e ela não quer que você se sinta obrigado de qualquer forma. Mas eu sei que se as coisas tivessem acontecido de outra forma, você gostaria de ter a escolha. Eu prometo que vou cuidar dela, Jacob. Obrigado – por ela – por tudo. Edward.
- Vampiro imbecil. – Jake murmurou antes de jogar o papel no chão e sair correndo.
- Jake! – Billy gritou.
- Deixa, eu cuido dele – falei e sai correndo também.
Tirei minha roupa e a amarrei na perna, Jake já estava em forma de lobo, os pedaços de pano espalhados pelo chão me davam provas disso. Apurei meus sentidos e corri seguindo o rastro dele.
- Volta, . – ele pediu em pensamentos.
- Não Jake. Eu só volto se você voltar comigo.
- Eu não quero. Cansei de tudo. Quero ficar sozinho.
- Desculpa, mas não vai dar – falei – Eu vou ficar com você, quer você queira ou não.
- Só não me enche, ok? – ele falou e eu pude perceber pelos pensamentos dele que ele me queria por perto.
Fiquei quieta, apenas correndo junto dele. Fizemos isso por horas e quando paramos já estávamos quase no Canadá.
- Seu pai não vai gostar, é melhor você voltar. – Jake falou.
- Você vai vir também?
- Não.
- Então nada feito.
- Por que ela faz isso? – Jake perguntou triste – Por que ela fica me mostrando o tempo todo que está feliz?
- Por que ela é egoísta. – falei –Ela quer você ali pra provar pra ela mesma que ela pode ter dois aos pés dela. Eu duvido até mesmo que ela ame o sanguessuga.
Jake ficou em silencio. Ficamos assim por horas. Ele voltou a caminhar, para ainda mais longe da reserva.
- O que vocês dois estão fazendo? – Ouvi a voz de Leah na nossa cabeça.
- Jake precisa de um tempo, Lee. – falei.
- Jacob precisa é de um cérebro novo. – ela resmungou.
- Leah, volte pra forma humana. – foi a vez de Sam falar – Você vai ficar com ele ou vem pra casa ? Eu posso ir te buscar se você quiser.
- Vou ficar – falei olhando Jake que andava devagar, parecendo um bicho que tinha acabado de ser enjaulado e sentia falta da natureza.
- Voltem quando Jake estiver se sentindo pronto. – Sam falou compreensivo – Vamos segurar a onda por aqui. Ninguém mais fará ronda hoje, não na forma de lobo.
- Obrigada, Sam. – falei – Eu vou cuidar dele.
oOo
As horas se transformaram em dias, os dias em semanas. Nós não voltávamos para nossa forma humana, comíamos o que conseguíamos caçar, tomávamos banho nos rios que cruzavam nosso caminho dormíamos onde conseguíamos um abrigo.
Vez ou outra conversávamos com nossos irmãos na reserva, era assim que sabíamos sobre Billy, sobre meu pai, e claro, sobre Bella. Seth sempre falava que ela ligou, que procurou saber sobre Jake, onde ele estava, quando voltava. E eu sempre dizia a mesma coisa. Seth, quando ela voltar a ligar, diga que eu a mandei para o meio do inferno. Jake brigava comigo depois, isso até ele ficar entediado e voltar a conversar comigo.
Um dia, sem mais nem menos, Jake se levantou e começou a correr de volta para a reserva. Eu o segui, como sempre fazia, mas se eu soubesse qual era a intenção dele eu o teria impedido. Mas ele conseguiu esconder de mim o que ia fazer.
- Eu não acredito que você vai lá! – berrei quando ele passou por mim na sala da casa dele vestindo uma calça jeans escura e uma camisa social – Jake deixa de ser burro, você vai se rastejar aos pés dela de novo.
- Eu ainda posso convence-la. – ele falou sem me olhar – Posso mostrar que manter sua humanidade é o melhor pra ela.
- Ah tá... ela não te ouviu quando estava decidida a ir morrer na Itália, depois que Edward a abandonou aqui, ela não te ouviu quando uma vampira estava atrás dela, pronta para mata-la por vingança porque Edward havia matado o companheiro dela e você acha que ela vai te ouvir no dia do casamento dela!
- – ele me olhou pela primeira vez – Eu não preciso da sua autorização nem do seu apoio. Eu vou lá e ponto final.
- Ok, Jake. Vai lá. Vai ser o boboca cachorrinho dela de novo, e quando ela te magoar, mais uma vez, você volta, porque eu vou estar aqui pra dar o apoio que você precisa. – falei me sentando no sofá.
- Quando você amar alguém, você vai entender o que eu faço por Bella. – ele falou antes de me dar um beijo no rosto e sair.
As palavras dele ficaram retumbando na minha cabeça. Quando eu amar alguém... mal sabia ele que eu já amava, com todas as forças que eu tinha eu só era covarde demais pra dizer isso a ele.
(...)
Uma hora depois que Jake saiu, ele estava de volta. Ele entrou batendo a porta e foi direto para o quarto, eu o segui o encontrando jogado na cama, chorando.
- Jake, o que aconteceu? – perguntei me sentando ao lado dele.
- Ele vai mata-la! – Jake falou socando o travesseiro – Ela nunca vai ter uma lua de mel normal com ele, ele vai mata-la!
- Isso tudo é só porque ele pode mata-la mesmo, ou é porque você queria estar no lugar dele? – perguntei o fazendo me olhar – Jake eu sou sua amiga, ok? Apesar de te achar um imbecil quando você fica correndo atrás da Swan, você pode me contar tudo, eu vou sempre te ouvir.
- Ela tinha que ter me escolhido. – ele falou se virando de barriga pra cima e encarando o teto – Eu podia fazê-la muito mais feliz. Comigo ela não precisaria se despedir de ninguém, ela ia viver uma vida feliz e tranquila com todos que ela ama por perto.
- Então todo esse drama é porque você queria estar no lugar do Edward. – falei.
- Também. É claro que eu lamento por ela estar abrindo mão da humanidade dela, , mas sei lá... quantas vezes você acha que eu sonhei em ser o primeiro dela... e nela ser a minha primeira?
Tantas quanto eu imaginei isso com você. Pensei.
- Mas ela escolheu o Edward. – falei – Olha Jake, eu sei como é difícil quando a pessoa que a gente ama, escolhe outro. Acredite eu sei bem como é. Mas ficar aqui, chorando, batendo, brigando e fazendo cara feia não vai resolver nada.
- Eu sei. – ele falou triste – E eu espero que ele não a mate.
- Jake, ela vai morrer de uma forma ou de outra. Se ela não morrer quando eles transarem, ela vai morrer quando ele a transformar. De qualquer forma, a Bella que você ama não vai voltar.
- Vai sim, ela só vai estar em outro corpo...
- Você vai continuar lutando mesmo quando ela for uma sanguessuga? – minha voz saiu aguda demais.
- Vou. – ele se levantou – E tenho certeza que você faria o mesmo.
- Se o cara que eu gosto morresse, eu morreria junto com ele. – falei e me levantei.
- Onde você vai? – Jake perguntou – Fica eu quero conversar mais com você.
- Não, eu cansei de ver você rastejar pela Bella. Estou saturada de Bella isso... Bella aquilo...
- Eu não falo mais dela, vamos falar de você e do carinha por quem você está apaixonada.
- Melhor não Jake. – falei – Eu vou pra casa, to com saudade do meu pai.
- Você volta depois? – ele pediu com os olhos brilhando – prometo não falar mais da Bella.
- Talvez. – eu sorri e fui até ele dando um beijo em sua bochecha.
Jake me puxou e me abraçou apertado, me dando um beijo no pescoço.
- Obrigada baixinha. – ele murmurou – Você sabe que eu te amo né?
- Quisera eu que fosse suficiente. – murmurei baixo, mas pela cara dele eu suspeitei que ele tinha ouvido – Até mais Jake.
Sai depressa de lá e corri pra casa, pra matar a saudade do meu pai.
- Oi minha pequena. – meu pai me abraçou assim que entrei em casa.Eu não resisti e chorei nos braços dele.
- Hey, o que foi gatinha? – ele me apertou mais e me levou até o sofá onde nós nos sentamos.
- Eu não aguento mais pai. Faz parar, por favor, faz essa dor parar, tira ela de mim....
- , filha o que foi? O que você tem? Que dor é essa?
- Porque ele não me vê pai? – perguntei entre soluços – Eu to aqui, pronta pra amar ele como ele merece e ele não me vê!
- Ele quem filha? – meu pai fazia carinho na minha cabeça – É o Jake? É dele que você está falando?
- É. – falei ainda chorando – Ele é meu pai... meu escolhido, o escolhido da minha loba...
- Você tá falando de imprinting? – meu pai perguntou com os olhos arregalados eu afirmei. – Desde quando ?
- Desde o dia que eu o vi pela primeira vez.
- E porque você nunca contou pra ninguém?
- Porque ele não quer isso! Ele me disse que não quer o imprinting. Ele quer a Bella. Só ela serve, só aquela sonsa egoísta!
- Shhh calma, calma... nós vamos conversar com Billy, Sue e Sr. Ateara... vamos resolver isso...
- Não. – pedi o olhando nos olhos – Não conta pra ninguém pai. Nunca.
- Porque filha?
- Porque eu não quero. Não quero que Jacob fique comigo porque uma magia manda ele ficar. Eu quero que ele me ame. E eu nunca vou conseguir isso.
- Você é quem sabe filha. Mas se é assim que você quer, eu não quero mais você pra cima e pra baixo com ele. Isso está te fazendo sofrer, está acabando com você. Se você não quer contar pra ele do imprinting, tudo bem, mas você também não vai ficar atrás dele, o amparando toda vez que a menina magoá-lo. Alguém tem que cuidar de você , e eu, como seu pai vou fazer isso.
- Eu não consigo me afastar dele. – falei – É mais forte que eu.
- Pois você vai aprender! – ele falou sério – Você vai aprender a se manter como amiga, mas sem se deixar ser pisada.
- Eu te amo paizinho. – falei e deitei no colo dele.
- Também te amo, minha princesa. – ele fez um carinho na minha cabeça – Você precisa de um banho . Você está imunda!
- Um mês correndo como loba na floresta. – falei rindo de leve.
- Vá tomar um banho, eu vou preparar algo pra você comer. – como se concordasse com meu pai, minha barriga roncou.
Dei um beijo no rosto dele e subi pro meu quarto. Meu pai tinha razão, eu precisava me afastar um pouco de Jake, viver um pouco sem ser tão dependente dele, a questão era, eu conseguiria isso?
CAPITULO 9 – STAY BACK
Já havia se passado mais de duas semanas desde o casamento da Swan. Jake vivia emburrado, mas agora eu assistia isso de longe, eu estava me esforçando pra seguir o conselho do meu pai e me mantendo afastada, não deixando que ele pisasse em mim, mesmo sem querer.
- Você anda estranha – Seth falou se sentando ao meu lado. Nós estávamos todos na praia conversando, rindo e alguns jogando bola na areia – Aconteceu alguma coisa?
- Não, só estou entediada. – falei – E você por que não está jogando com os outros.
- Dispensaram o pirralho. – ele falou fazendo bico – Acabei sendo jogado de lado, porque não vou ficar ali servindo de vela pro povo imprinted.
Ele indicou com a cabeça o lugar onde Sam e Emily, Jared e Kim e o mais novo casal imprinted, Paul e Rachel – irmã de Jake – estavam sentados.
- Então fica aqui comigo – falei enlaçando meu braço no dele e deitando minha cabeça no ombro dele.
- Você está precisando de um namorado . – Seth falou de repente.
- Quer namorar comigo? – brinquei ele riu.
- Pfff. Com Embry e Jake solteiros você vai perguntar isso pra mim? Pro pirralho que mal saiu das fraldas?
- Você é tão lindo quanto eles Seth. – falei – Deixa de ser bobo, esses meninos ficam te chamando de pirralho porque queriam ser tão fofos quanto você.
- Você se interessaria por mim, se nós não fossemos irmãos de matilha? – ele perguntou sério.
- Claro que sim Seth. – ele bufou e revirou os olhos, eu me levantei e estiquei a mão pra ele – Vem, vamos dar uma volta.
Ele segurou minha mão e nós saímos caminhando de braços dados pela beira mar. A água fria estava batendo nos nossos pés.
- Você vai me contar porque está estranha hoje? – ele me olhou de lado.
- Só se você me contar por que essa insegurança em você mesmo.
- Eu to meio que gostando de uma garota. – ele falou baixo, parecendo estar com vergonha – Mas ela só tem olhos pra outro cara.
- Faz ela enxergar você então oras! – falei – Chama ela pra sair ou pra sentar com você na hora do almoço...
- Como eu vou chamar ela pra sair se eu nunca nem beijei uma garota . – ele falou frustrado e com as bochechas vermelhas.
- Isso não é problema Seth. Vocês descobrem juntos como é beijar um ao outro...
- Você podia... – ele começou a falar, mas pareceu desistir – esquece... deixa pra lá.
- O que Seth, eu podia o que?
- Nada não foi só uma ideia imbecil, deixa pra lá. – ele saiu correndo pra floresta.
- Seth. – corri atrás dele e o encontrei escorado numa árvore – Hey, por que você correu?
- Eu sou patético às vezes – ele reclamou.
- Own não pense assim. – falei o abraçando – Qual foi a ideia que você teve?
- Não era nada. – ele bagunçou o cabelo.
- Seth... – o olhei esperando que ele falasse.
- Ok. – ele me olhou rendido – Eu pensei que talvez você pudesse... me ensinar... como... como... bei... jar.
- Eu? – falei assustada.
- É. Você é a única pra quem eu podia pedir isso... minha única amiga. Mas tudo bem, como eu disse foi só uma ideia imbecil.
- Não, espera... é que...
- Você também nunca beijou ninguém?
- Não é isso... eu já beijei sim. – falei. Deus como eu ia explicar pra ele que eu não conseguia beijá-lo por causa do imprinting que eu tinha por Jake? Se bem que, talvez era disso que eu precisava, me envolver com outra pessoa pra me soltar do Jake. Não que eu fosse me envolver com o Seth, mas beijar ele talvez fosse a porta pra conseguir beijar outro... não custava tentar. – Ok. Eu vou te ajudar.
- É sério isso?
- É sério Seth. – falei parando na frente dele – Não tem dificuldade nenhuma em beijar é mais instinto.
Cheguei mais perto e peguei uma das mãos dele, colocando na minha cintura, com a outra Seth segurou minha nuca. Apoiei minhas mãos nos ombros dele e fiquei na ponta dos pés para que minha boca alcançasse a dele.
O beijo começou tímido, só um roçar de lábios, ele parecia estar com medo. Encostei minha língua no lábio inferior dele e o mordi de leve. Seth respirou fundo e aprofundou o beijo apertando minha cintura. Ele não parecia nem um pouco ser alguém que não sabia beijar, tudo bem que eu não tinha beijado muitos caras, no máximo dois ou três, mas o beijo de Seth era um dos melhores. Não era o tipo de beijo inexperiente de quem não sabia o que fazer, se eu estivesse me entregando de verdade nesse beijo, se pro meu coração eu não estivesse traindo o Jake, definitivamente a garota por quem Seth está apaixonado ia perder a chance de tê-lo.
- ? Seth? – a voz de Jake nos separou com um susto – O que está acontecendo aqui?
- Jake? – Seth perguntou transpirando medo – Er... não...é nada.
- Nada? – Jake o olhou sério – Não parecia nada quando sua boca estava engolindo a de .
- Ele é solteiro e eu sou solteira não vejo problema nenhum nisso. – falei.
- Problema nenhum? – ele nos olhou com a sobrancelha arqueada.
- Isso não é da sua conta Jake. – falei passando por ele – Vem Seth, vamos voltar pra praia.
- Eu acho que eu vou pra casa . – Seth colocou as mãos no bolso e caminhou até onde eu estava e sussurrou no meu ouvido – Obrigado.
- Disponha – falei sorrindo e dei um selinho demorado nele que foi embora praticamente correndo de Jake.
- Vocês estão juntos? – Jake me perguntou quando ficamos sozinhos.
- Não. – falei começando a caminhar.
- Então por que estavam se beijando?
- Eu não vou te contar Jake, você vai ficar zoando o Seth. E o Embry vai acabar descobrindo e também vai zoar ele.
- Você não quer me contar mesmo, ou é parte do gelo que você está me dando? – ele perguntou parecendo estar triste.
- Não estou te dando gelo Jake. – falei – Eu só estava de saco cheio de ficar ouvindo você falar da Bella.
- E você vai ficar falando do Seth pra mim toda hora agora?
- Não. – eu ri – Eu estava ajudando o Seth.
- Ajudando como?
- Ok, eu vou te contar, mas se você contar pra alguém eu acabo com você.
- Não vou contar. Juro – ele riu beijando os dedos cruzados.
- Seth nunca tinha beijado uma garota antes e pediu que eu ensinasse ele.
- Ensinar ele a beijar? – Jake riu alto – Não existe aula de beijo.
- Ele tá gostando de uma garota e estava inseguro em chamar ela pra sair e não saber beijar ela. – falei séria – Qual é Jake, não é todo mundo que é tão seguro no primeiro beijo. Principalmente quando essa pessoa é tratada como pirralho por todos. Sério, Seth sofre bullying na matilha, vocês deviam parar de implicar com ele.
- E ele beija bem? – Jake perguntou me fazendo parar e encará-lo.
- Tá falando sério? – ele levantou os ombros – Sim, Seth beija muito bem.
- Será que é melhor que eu? – ele se aproximou em duas passadas largas, meu coração se acelerou, meu Deus eu acho que não estava preparada pra isso.
Jake respirou fundo antes de se inclinar na minha direção. Faltavam milímetros para os nossos lábios se encostarem, eu me sentia no sétimo céu. Será que finalmente ele se rendeu ao imprinting e começou a me enxergar?
- Jake? – Embry chamou ao longe fazendo Jake se afastar de mim. Ouvimos os passos de Embry se aproximando e logo em seguida ele apareceu na nossa frente – Cara seu pai mandou te chamar, Charlie tá na sua casa, parece que Bella voltou.
Meu mundo deu uma volta de 180° e eu despenquei. Primeiro eu quase beijei o amor da minha vida, ai Embry nos interrompe e chega com a noticia que a sonsa Swan voltou, depois Jake sai correndo como o cãozinho adestrado que ele é.
- Obrigada Embry. – reclamei e corri pra minha casa.
- O que eu fiz? – ouvi ele perguntando, mas não parei pra responder.
(...)
- Hey gatinha. – meu pai falou assim que me joguei no sofá ao lado dele – Brigou com Jacob de novo?
- Não. – falei – Pelo contrário, ele quase me beijou.
- E isso não é bom? Você não devia estar feliz?
- Devia se Embry não tivesse chegado pra contar que a lambisgóia Swan está de volta, fazendo Jake correr feito um poodle atrás dela. Idiota isso que ele é.
- Eu estava com Billy quando o Xerife Swan chegou lá com noticias da filha. Parece que ela está muito doente.
- Doente? Pff....já conseguiram uma desculpa pra ela se fingir de morta pro pai.
- Por que ela ia se fingir de morta? – meu pai perguntou me olhando confuso.
- Fala sério pai, você não sabe que a Bella vai virar vampira?
- Ah é mesmo, acho que ouvi algo a esse respeito. Mas pelo que Charlie falou ela parece estar realmente muito doente.
- Que morra. – me levantei – Pelo menos assim ela deixa o Jake em paz. Isso se o fantasma dela não resolver ficar assombrando a vida dele.
- Filha, não seja cruel.
- Cruel? Eu não sou cruel, eu só desejo pra ela o que ela merece. Vou tomar banho.
Tomei um susto quando entrei no meu quarto e Seth estava sentado na minha cama.
- Caramba, qual o problema seus em usar a porta? – perguntei enquanto tentava acalmar meu coração.
- Desculpa eu não queria te assustar. – ele se desculpou.
- O que foi Seth? Você parece estar triste. – falei subindo na cama e me sentando ao lado dele.
- Você gosta mesmo do Jake, né? – ele falou encarando as mãos.
- Por que você está perguntando isso?
- Eu ouvi o que você falou com seu pai agora a pouco. – ele suspirou – Sabe eu acho que se você contar pra ele, talvez ele esqueça a Bella.
- Bella é um câncer na vida do Jake. Daqueles que não tem cura e que cirurgia nenhuma retira.
- Então por que você não tira ele da sua vida. – Seth falou agora segurando minha mão – Tenta com outra pessoa...
- Eu não consigo Seth. Acredite, eu queria muito. – ele ficou dois minutos em silencio e depois do nada ele estava em cima de mim, com os lábios grudados nos meus.
- É você . – ele sussurrou contra meus lábios – É você a garota que mexe comigo...
- Jake é meu imprinting Seth. – falei com a testa encostada na dele – Eu queria arrancar isso que sinto por ele do meu peito, mas eu não consigo. Deus sabe o quanto e sofro vendo ele correr atrás da Swan, mas mesmo doendo tanto, eu não consigo ficar afastada.
- Vamos tentar. Só tentar. – ele pediu de olhos fechados – Eu sei que eu sou um pirralho, um moleque novo demais pra você, mas eu vou me esforçar pra te fazer feliz.
- Para de falar que você é pirralho. – reclamei afastando meu rosto para olhá-lo melhor – Você é mais homem e mais nobre que muito marmanjo por ai. Olha o que você está fazendo agora Seth. Você está disposto a viver um relacionamento onde você sabe que eu não vou me entregar por inteiro. Que homem é capaz de fazer isso?
- Então você aceita? Você aceita tentar comigo? – ele abriu um sorriso tão lindo que me doía dizer não a ele.
- Eu tenho medo de te machucar Seth. – falei – Eu nunca vou ser inteira pra você.
- E eu sei disso. Então vou estar consciente sempre, não tem como eu sair machucado. – ele continuou sorrindo – E talvez com o tempo você acabe esquecendo o Jake...
Ele voltou a me beijar, me impedindo de dizer qualquer coisa, mas um uivo agoniado nos fez assustar.
- O que foi isso? – Seth perguntou.
- É o Jake. – falei sentindo meu peitou apertar. Sem pensar duas vezes eu pulei a janela do meu quarto e corri para a floresta.
Me escondi atrás da primeira árvore e tirei minha roupa, a prendendo na perna em segundos eu corria na forma de loba.
Eu via na minha mente a floresta passando como um borrão, não era imagens minhas, eram de Jake, mas o que angustiava mais era a dor dele, era uma dor tão profunda que gelava os ossos. Depois surgiram imagens estranhas, era Bella com a barriga inchada e machucada demais. Ele é forte, é só isso. Ela falava com a voz doente. Edward com o olhar ardendo, ele odiava o que estava matando a mulher dele. A vampira loira, pronta pra matar quem tentasse fazer qualquer coisa contra Bella e o monstro dentro dela.
A confusão nos pensamentos de todos quando encontramos Jake era tamanha que ninguém percebeu o teor dos meus pensamentos. Ninguém viu a dor que me afligia ao ver o sofrimento de Jake.
- Como pode ser? O que isso significa? O que acontecerá?
- Não é seguro. Não é direito. Perigoso.
- Não é natural. É monstruoso. Uma abominação.
- Não podemos permitir isso.
Todos estavam andando de um lado para o outro, pensando em sincronia, exceto Jake e eu. Ele se sentou ao meu lado e estava tão perturbado que nem se deu conta que era eu sentada ali, Seth apareceu em seguida e se sentou do outro lado de Jake.
- O tratado não abrange isso.
- Isso coloca todos em perigo.
As imagens na cabeça de Jake continuavam fazendo todos pensarem juntos, tentarem entender o que estava acontecendo e o que faríamos a esse respeito.
- Eles também têm medo disso.
- Mas eles não vão fazer nada a respeito.
- Protegendo Bella Swan.
- Não podemos deixar que isso nos influencie.
- A segurança de nossas famílias, de todos aqui é mais importante que uma humana.
- Se eles não a matarem, nós teremos de matar.
- Proteger a tribo.
- Proteger nossas famílias.
- Temos de matar aquilo antes que seja tarde demais.
A voz de Edward soou na cabeça de Jake. coisa está crescendo. Rapidamente.
- Não há tempo a perder. Jared pensou.
- Isso significa uma luta. Embry alertou. Das feias.
- Estamos preparados. Paul insistiu.
- Vamos precisar do fator surpresa a nosso favor. Sam pensou.
Eu parei de ouvir a todos. Eles estavam falando em matar Bella Swan? Tudo bem que eu não morria de amores por ela, mas dai a mata-la principalmente quando ela está grávida?
- Espera. – Jake pensou assustado – Mas... o que vocês estão pensando? Não atacariam por quebrar o tratado esta tarde. Agora estão armando uma emboscada quando o tratado ainda continua intacto?
- Isso não é algo que nosso tratado tenha previsto. Sam disse. É um perigo para todos os humanos da região. Não sabemos que tipo de criatura os Cullen geraram, mas sabemos que é forte e cresce rapidamente. E será jovem demais para seguir algum tratado. Lembra os vampiros recém-criados contra os quais lutamos? Loucos, violentos, além da razão ou do limite. Imagine um assim, mas protegido pelos Cullen.
- Não sabemos... Jake tentou falar.
- Não sabemos. Sam completou. E nesse caso não podemos nos arriscar com o desconhecido. Só podemos permitir que os Cullen existam enquanto tivermos certeza absoluta de que podemos acreditar que eles não causarão danos. Essa... coisa não merece confiança.
- Eles não gostam dela mais do que nós.
Sam tirou uma imagem da vampira loira em posição protetora e mostrou a todos.
- Alguém está pronto para lutar por ele, independente do que seja. - Sam completou.
- É só um bebê, pelo amor de Deus. - Argumentei.
- Não por muito tempo. Leah falou.
- Jake amigão, este é um grande problema. – Quill tentou amenizar as coisas – Não podemos ignorá-lo.
- Vocês estão transformando isso numa coisa maior do que é. - Jake falou. - Só quem está em perigo é Bella.
- Mais uma vez por opção dela. Mas dessa vez a opção dela afeta todos nós.
- Então diga a eles para ir embora. - Falei. Eu até preferia isso.
- E infligir a ameaça a outros? Sam falou e recomeçou a discussão sobre antes não querer atacar e agora estar decidido a matar Bella.
- Como vão matar essa criatura sem matar Bella?
Silencio.
- Ela também é humana! – Jake uivou – Nossa proteção não se aplica à ela?
- Ela está morrendo de qualquer jeito, só vamos encurtar o processo. - Leah falou fazendo Jake pular pra cima dela.
- Chega! Sam gritou para os dois. Não há mais discussões, o sacrifício de Bella é um preço alto e todos vamos reconhecer isso. Todos vamos lamentar o que fizermos essa noite.
- Esta noite? Seth argumentou assustado Sam... acho que deveríamos conversar mais um pouco. Consultar os anciãos pelo menos.
- Nós não podemos nos dar ao luxo de aceitar sua tolerância com os Cullen agora. Não há tempo para debate. Você fará o que lhe for ordenado Seth.
Todos sentimos a força nas palavras de Sam quando os joelhos dianteiros de Seth se dobraram e ele deixou a cabeça cair sob o peso do comando alpha.
- Precisamos de todo o bando hoje. Jacob você é nosso combatente mais forte. Você lutará conosco hoje. Entendo que é difícil pra você, então se concentrará nos lutadores deles – Emmett e Jasper. Não precisa se envolver com a outra parte. Quill e Embry lutarão com você.
Senti Jake tentando lutar contra o comando alpha, tentando resistir em dobrar os joelhos e abaixar a cabeça.
- Paul, Jared e eu cuidaremos de Edward e Rosalie. Carlisle e Alice estarão por perto e possivelmente Esme. Brady, Collin, Seth e Leah se concentraram neles. , você cuida da... criatura.
Eu? Porque eu? Pra Jake me odiar pelo resto da vida?
- Por que você é a que tem menos ligação com a Swan. – Leah falou – Vai ser mais fácil pra você.
Defina fácil. Tive vontade de pedir. Não seria nada fácil ver o ódio nos olhos de Jake, e além do mais, eu não queria fazer isso. Não era certo. Era uma humana e um bebê.
Jake começou uma discussão mental sobre ser certo ou não matar os Cullen. Pra ele matar Bella era matar ele próprio. E pra mim Jake morrer era a minha morte.
- Eu estava enganado hoje Sam.
- Seus motivos estavam errados então. Mas agora temos um dever a cumprir.
- Não.- Jake disse cheio de coragem.
Sam rosnou e parou na frente de Jake e um grunhido saiu por entre os dentes dele.
- Sim. - Ele disse em voz de alpha. - Não haverá escapatórias esta noite. Você, Jacob, vai lutar conosco contra os Cullen. Você, Quill e Embry cuidarão do Jasper e Emmett. Você é obrigado a proteger a tribo. É por isso que você existe. Você vai cumprir essa obrigação.
Jake no minuto seguinte estava caído no chão. Derrubado pela ordem do alpha. Mas ele não se aquietou, ele pensava em uma forma de contestar isso. Ninguém percebia porque todos estava focados em suas estratégias, só eu estava atenta a Jake ao que ele decidia, ao que ele queria.
Eu senti a decisão de Jake antes de todos, talvez fosse a nossa ligação, mas eu senti crescendo dentro dele. Ele nunca quis ser o líder, nunca quis o peso e a responsabilidade nos ombros dele, ele sabia que Sam era melhor que ele pra isso. mas hoje Sam estava errado. E Jake não tinha nascido para se ajoelhar diante dele.
Ele se dirigiu decidido e forte até onde Sam estava, eu já começava a sentir menos Jake na matilha.
- Não.- Jake disse de novo. Firme e decidido.
Sam pulou pra trás com um ganido assustado.
- Jacob o que você fez?
- Não vou seguir você Sam. Não por um motivo tão errado.
- Você preferiria seus inimigos à sua família?
- Eles não são. Eles nunca foram nossos inimigos. Nunca foram até eu pensar em destruí-los, até refletir sobre o assunto.
- Não se trata deles. - Sam rosnou lançando um breve olhar pra mim, como se buscasse ajuda. - Se trata de Bella. Ela nunca foi certa pra você, nunca o escolheu, mas você continua a destruir sua vida por ela!
Ah por isso ele queria meu apoio, ele achava que eu concordaria com o fato de Bella ter sido sempre uma vaca egoísta.
- Talvez você tenha razão. Mas vai destruir a matilha por causa dela, Sam. Não importa quantos sobrevivam esta noite, sempre terão a morte nas mãos.
- Precisamos proteger nossas famílias!
- Sei o que você decidiu Sam. Mas você não decide por mim, não mais.
- Jacob, não pode dar as costas à sua tribo.
Jake fitou os olhos de Sam. As ordens alpha não mais o afetavam. - O filho de Ephraim Black não nasceu para seguir o filho de Levi Uley.
- Então é isso Jacob Black. Mesmo que possa me derrotar a matilha jamais seguirá você!
- Derrotar você? - Jake perguntou assustado. - Não vou lutar com você Sam.
- Então qual é o seu plano? Não vou abrir caminho para você proteger o filhote de vampiro às custas da tribo.
- Não estou lhe pedindo que saia do meu caminho.
- Se você ordenar a eles que o sigam...
- Eu nunca tiraria a vontade de ninguém.
- Não pode haver mais de um alpha. A matilha me escolheu.
- Só há um alpha nesta matilha. Não estou contestando isso. só estou decidindo seguir meu próprio caminho.
- Seu grupo agora são os vampiros Jacob?
- Não sei Sam. Mas sei de uma coisa. Vou ficar entre vocês e os Cullen, não vou simplesmente assistir enquanto você mata pessoas inocentes.- Paul e Jared resmungaram quando Jake aplicou inocente aos Cullen, mas Jake pareceu ignorar. - A matilha é melhor do que isso. Lidere-a na direção certa, Sam.
Jake saiu correndo e aos poucos eu não ouvia mais os pensamentos dele. Um vazio foi crescendo dentro de mim. Eu não resistiria aqui sem ele, não sobreviveria tão longe e principalmente, não seria capaz de atacar tendo Jake do lado inimigo.
- Chega . - Sam falou alto. - Você vai fazer o que eu mandar, não importa quem seja o outro lado.
- Eu não posso. Falei. Não vou conseguir.
- Vai ser difícil pra todos nós . Paul tentou me confortar. Jake é nosso irmão, mas ele está cego agora.
- EU NÃO POSSO FICAR LONGE DA MINHA METADE, NÃO POSSO ABANDONAR O MEU EU, O MEU AMOR! – gritei – Você conseguiria ficar contra a Rachel? Você conseguiria ver seus irmãos planejando uma emboscada onde a sua escolhida pode morrer? E você Sam? Você conseguiria ver a Emmy correndo para o campo inimigo e ficar de longe sem saber os riscos que ela corre? Eu não posso e não consigo. Jake é meu escolhido, e só a sua ordem está me prendendo aqui, está me impedindo de ir atrás do homem que foi destinado a mim.
- Não posso deixar você ir. Sam falou se virando para o outro lado Não posso perder mais um guerreiro.
- E você acha mesmo que eu vou lutar aqui? Você acha que eu serei capaz de me concentrar no que quer que seja sentindo a dor que eu sinto agora? Eu não posso e não vou perde-lo Sam. Você tem duas escolhas, ou me deixa ir ou enfraquece o bando todo com o meu sofrimento.
- Ok vai, . Senti a força que me prendia no chão me soltar e vi na mente de Sam que ele estava perdendo a única chance de acabar com Bella e com a coisa que ela carregava.
- Mesmo a odiando como eu odeio, eu não seria capaz de mata-la Sam, porque eu sei o que isso causaria ao Jake. É por ele que eu penso, e você sabe como é. Mas não se preocupe, Sam, eu farei questão de lembrar Jacob de acabar com o perigo. E caso ele se recuse, eu mesma farei questão de me livrar do monstro.
- Vai logo. Ele falou sério e eu corri na direção que a pouco Jake tinha tomado
Capitulo 10
POV –
Corri na minha forma humana, eu ainda estava com todas as coisas rodando na minha cabeça, não podia permitir que Jake visse, ainda não era hora dele saber do imprinting, já tinha coisa demais enchendo a cabeça da gente.
Eu o ouvi antes de vê-lo. Jake estava parado, em forma humana, escorado numa árvore chorando muito, sem nem pensar eu corri até ele.
- Eu não queria fazer isso. – ele falou entre as lágrimas, eu o abracei e ele se apertou no meu abraço.
- Foi o certo Jake. – falei tentando confortá-lo – Sam vai perceber isso depois.
- Eu tenho que alertar os Cullen – ele falou se afastando e limpando o rosto – A propósito, como você conseguiu vir pra cá?
- Eu não concordo com o Sam – falei desconversando – Não ia segui-lo numa decisão tão errada. Além do mais eu não teria coragem de matar Bella... pelo menos não enquanto ela é humana. Ele me olhou de sobrancelhas arqueadas, como se não acreditasse no que eu estava dizendo.
- Não espere que eu fique amiguinha dela só por que ela ta quase morrendo por causa do filho de sanguessuga – falei – Eu não gosto da Bella, e não vou gostar dela, mesmo que ela apareça na minha frente como Nossa Senhora encarnada.
- Não vou discutir nada agora. – ele falou e seguiu na direção dos Cullen, eu o segui praticamente correndo pra acompanhar os passos dele.
- Hey, me esperem.
- Seth o que você ta fazendo aqui? – Jake perguntou vendo Seth parar perto de nós.
- Eu não ia ficar do lado do Sam. – ele resmungou – Eu gosto dos Cullen e não vou atacar eles, não quero obedecer ao Sam.
- Ah mais vai. – Jake falou – Você vai voltar e fazer o que Sam mandar.
- Isso é um ordem? – Seth perguntou um meio sorriso.
- Não, Seth, isso não é uma ordem. – Jake resmungou e voltou a andar depressa. – Quer saber? – ele voltou a encarar Seth – Faz o que você quiser. Vocês dois, façam o que quiserem. Só não fica no meu caminho, ok?
- Ok. – Seth comemorou – Você nem vai me perceber aqui. Jake seguiu na frente, entrando na casa dos Cullen em seguida, Seth e eu ficamos no gramado.
- O que ele falou sobre o impr... – Seth começou a perguntar.
- Eu não contei – falei rápido o interrompendo – E nem vou contar... não agora, então não fale, não mencione, não insinue e principalmente não pense nisso. Sério Seth.
- Ok. Apesar de achar que você devia falar com ele.
- Seth, não insiste. – reclamei – e se você pensar ‘sem querer’ eu juro que mato você.
- Ta bom... eu não vou falar nada. – ele olhou pro chão e chutou uma pedrinha, era visível a tristeza dele e era tudo minha culpa.
- Me desculpa? – falei – Eu não queria magoar você, depois de tudo o que você disse que sente por mim...
- Tá tudo bem, . – ele tentou sorrir, mas o sorriso não chegou aos olhos dele – Eu acho que eu não conseguiria mesmo lutar contra algo tão... forte.
- Não faz essa cara Seth – pedi e o abracei – Tá me doendo o coração. Você vai achar alguém pra você, alguém que vai te fazer mais feliz que eu seria capaz de fazer.
- Eu vou dar a volta no perímetro. – ele desconversou e saiu correndo pra floresta.
Fiquei parada ali, no meio do gramado. Minha cabeça tentava resolver o dilema sobre entrar ou não na mansão dos Cullen.
- Eu não imaginei que veria você aqui. – Edward falou aparecendo na porta – Por que você veio? Você não gosta de Bella.
- Vai ter que ver na minha cabeça a razão. – falei. Jake é meu imprinting. Eu faria qualquer coisa por ele.
- Ele sabe disso? – Edward perguntou, eu não precisava ler mentes pra saber que na cabeça dele agora estava a ideia que se Jake soubesse do meu imprinting por ele, deixaria Bella em paz.
- Não. E não vai saber até a hora que eu achar que é certa. – falei.
- É você quem sabe. – ele deu as costas voltando pra dentro da casa.
- Hey, vampiro. – chamei – você vai se arrepender se falar alguma coisa.
Ele não disse nada, apenas se afastou. Jake voltou segundos depois, de cabeça baixa, dava pra ver a tensão nos ombros dele.
- Ela tá muito mal? – perguntei.
- Tá fraca, a coisa tá matando ela, mas ela e a loira não querem deixar Carlisle cuidar de tudo.
- Que Bella era tapada eu já sabia, mas suicida é novidade... – murmurei – Se bem que nem tanto, afinal andar com vampiros é meio que previsão de morte. Ouvi alguns rosnados dentro da casa, mas ignorei.
- Obrigado, por estar aqui. – Jake falou me encarando.
- Disponha... – murmurei.
- Você sempre está por perto quando eu preciso. – ele falou com um sorriso fraco no rosto – Cadê o Seth?
- Foi dar a volta no perímetro.
- Você e ele...
- Nós o que?
- Estão juntos?
- Não. – me virei de costas pra ele – Eu já te expliquei o que aconteceu.
- Certo, certo... eu vou correr o perímetro também, você fica aqui pro caso deles precisarem, ok?
- Tá.
(...)
Dias Depois...
O tempo passava rápido, pelo menos pra mim, já que pros Cullen parecia ser bem lento. Bella tinha piorado muito, ela não conseguia se alimentar de nada sem botar tudo pra fora depois, e a coisa só crescia dentro dela. Até que um dia Edward teve uma ideia baseado num pensamento de Jake.
Eles deram sangue pra Bella beber e, por mais nojento que tenha sido, parece que ela ficou mais forte.
- Esse silencio é um saco. – Alice, a vampira vidente, falou se sentando ao meu lado na escada. Isso era meio que um ritual de todos os dias. Ela não conseguia ver o futuro de Bella por causa da coisa, e tentar a fazia sentir dor de cabeça e eu era a aspirina... às vezes Seth e raramente Jake. segundo ela nosso cheiro de ‘cachorro molhado’ amenizava a dor... eu tomei a ofensa como fruto da dor dela, caso contrário ia ter que arrancar a cabeça de cabelo espetado dela...
No fundo eu gostava de Alice. E de Esme, Carlisle e definitivamente de Emmett. Ele era – apesar da situação o mais divertido. Edward era suportável até certo ponto, lê-se quando ele não enchia minha cabeça por eu ainda não ter contado a Jake sobre o imprinting.
Sim, eu ainda não o tinha contado nada, e também não fazia ideia de quando ia contar.
- Você não está pra conversa hoje... – Alice falou de novo, me acordando dessa vez.
- Me desculpe. – respondi – Estava imersa em pensamentos.
- Quer compartilhar?
- Não é nada importante. – mentirosa. Minha mente gritou.
- Ok... – ela olhou para a floresta à nossa frente – Eu queria ir pra Paris... visitar todas as lojas e ver todas as novas coleções...
- Eu só queria minha casa e minha cama. – murmurei.
- Bella é minha melhor amiga. – Alice falou num sussurro dolorido – Eu gosto de Rose e de Esme, mas com Bella é diferente.
- Parece que ela não retribui...
- Não é assim...
- Qual é Alice, se ela se importasse com algum e vocês ela não estaria morrendo pra manter essa coisa viva.
- Posso te fazer uma pergunta? – ela se virou ficando de frente pra mim.
- Outra? – brinquei ela riu – Fala.
- Se você estivesse esperando um filho de Jake e soubesse que essa criança está te machucando, você a mataria?
- Por que o Jake? – perguntei.
- Como se eu não visse a forma como você o olha... – ela deu de ombros voltando a olhar a floresta – Seu mundo gravita ao redor de Jacob, assim como o de Bella faz ao redor de Edward. Então de certa forma eu a entendo, mesmo não querendo entender, porque se eu estivesse esperando um filho do Jazz, por pior que fosse a situação, eu lutaria por ele...
- Você está errada – falei, ela me olhou de lado – Quando à questão de Jake...
- Será? – ela riu e se levantou. Ok, Alice não tinha comprado minha mentira, mas eu ia continuar vendendo ela, ainda não era hora de dizer tudo para Jake.
Ouvi uma movimentação dentro da casa e Jake saiu feito um furacão.
- Hey, o que aconteceu? – perguntei correndo atrás dele. Jake parou na porta da garagem, a esperando abrir.
- Eu tenho que sair. – ele falou entrando na garagem. Ele apertou um botão no controle da chave que segurava e quando as luzes do Aston Martin piscaram ele abriu a porta e afundou no banco. Tudo isso sem me dar tempo de dizer qualquer coisa.
Jake ligou o carro e saiu cantando pneu, me deixando sozinha e puta de raiva. Dei a volta e sai da garagem entrando na casa.
- O que aconteceu? – perguntei a Edward que estava sentando no sofá com Bella todo cheio de sorrisos acariciando a barriga dela.
Ele dois me encararam como se eu fosse alguma espécie de E.T.
- O que aconteceu aqui? Porque Jake saiu daquele jeito?
- Eu consigo ouvir os pensamentos do bebê. – Edward falou, a forma carinhosa como ele disse bebê e não feto, como costumava falar até hoje de manhã me fez entender tudo.
- Então foi tudo a toa? – perguntei – Jake brigou com Sam, separou a matilha e sofreu longe do pai dele a toa? No fim, você também vai proteger a coisa que ela está carregando.
- É do meu filho que você está falando. – Bella sussurrou baixo, mas firme.
- Filho? Essa coisa... esse monstro tá te matando Isabella, acorda pra vida! Ou pelo menos chuta Jake de vez dela, porque ele só está aqui ainda porque você o está segurando!
- Eu não obrigo Jake a ficar aqui, ele pode ir embora quando quiser.
- Ah tá ele pode... cada vez que ele tenta passar por aquela porta você faz uma cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança e ele como o tapado que é volta correndo pra você.
- , chega! – Edward reclamou.
- Chega o escambau, essa sonsa precisa ouvir umas verdades, pra ela aprender que o mundo não gira em torno do umbigo dela e que eu to de saco cheio de ver ela fazer o Jake de gato e sapato.
- Bella não está em condições de ouvir coisas assim, pare agora. – ele falou mais sério.
- Da mesma forma como você defende a sua Bella, eu defendo o meu Jacob.
- Então é isso? – Bella falou – Você o ama... Jake... você ama o Jake.
- Isso não interessa, o que interessa é que você vai começar a ser sincera, porque aquele imbecil acha que ainda tem alguma chance com você.
- CHEGA! – Edward gritou – Você vai sair daqui agora!
- , vem comigo. – Seth me puxou pra fora da casa e eu o segui ou então ia meter a mão na cara daquela songamonga.
(...)
- O que você falou com ela? – Jake apareceu perguntando. Eu estava sentada debaixo de uma árvore tentando dormir.
- A verdade que ela tinha que ouvir. – falei.
- Você gritou com ela. – ele reclamou – Não precisa tomar minhas dores...
- Então nunca mais saia perturbado daquele jeito e me deixe no vácuo e preocupada com você. – me levantei e falei com o dedo apontado para o peito dele – Eu não sou como aquela sonsa, eu me importo com você e não quero ter que me preocupar se vou ter que te catar do asfalto porque você saiu desembestado com um carro.
- Eu não to pedindo a sua preocupação, nunca mais fale com Bella no tom que você usou. – ele resmungou e isso foi como um tapa na minha cara.
- Imbecil. – falei passando por ele e indo mais pra dentro da floresta, mas parei e me virei pra ele – Sabe o que mais, eu torço pra que a sonsa não morra... por que apesar de você ser o maior dos tapados do mundo, eu gosto de você e na quero que você sofra.
Eu sai e o deixei sozinho, eu pude perceber ele voltando na direção da casa. Me deixei cair no chão e escorei em uma das árvores, as lágrimas já correndo soltas.
- Você devia ter falado pra ele. – Seth murmurou se sentando ao meu lado.
- Não ia adiantar... – falei – Ele tá totalmente enfeitiçado por aquela cobra.
- E com isso você sofre por causa dele. É justo isso?
- Nunca te contaram que a vida é injusta, Seth?
- Não devia ser... não pra alguém como você. – nós ficamos em silencio um tempo.
- Tá muito quieto. – falei – Vai lá ver se aconteceu alguma coisa.
Seth se levantou e correu para o lado de dentro da casa, voltando minutos depois com cara de assutado.
- O que foi? – me levantei num pulo.
- Bella tá tendo o bebê.
Eitaaaaaa... Jake jacu, fica ai babando o ovo da songa... ¬¬ E Edward??? deve estar querendo tomar uns tabefes só pode... Mas hein??? Será que a pp consegue esconder por mais tempo o imprinting? Eu acho que vocês vão me amar um pouquinho mais no proximo capitulo.... u.u Que será que vem??? Domingo vocês descobrem. :)
CAPITULO 11
Estava difícil demais continuar vivendo isso. Era insuportável ver Jake sofrendo tanto, eu preferia ser queimada viva, sentir cada célula do meu corpo virar nada a conviver mais um dia com a dor que emanava dos pensamentos dele.
‘Ele está cego por ela, .’ Seth falou.
‘E é isso que mais me dói. Ele está tão cego que não vê que ela não o quer. Ela escolheu tudo ao invés dele. Ela escolheu o Edward, ela escolheu morrer na Itália por alguém que a abandonou, ela escolheu Edward mais uma vez, ela escolheu encher Jake de esperanças pra depois se casar com Edward, ela escolheu ser uma deles, ela ficou grávida e escolheu o monstro... e ainda assim, mesmo com tudo isso ele ta lá sofrendo por ela.’
Num rompante Jake saiu de dentro da casa e se transformou. Os pensamentos dele eram um emaranhado louco, lembranças de Bella passavam como flashes e rodopiavam pelo furacão que eram os pensamentos dele.
‘Ela está morrendo!’ ele gritou em pensamentos ‘Morrendo! Por eles, pelo monstro pai e pelo monstro filho. Eu nunca mais vou vê-la, nunca mais!’
‘Ela nunca te quis Jacob!’ gritei, a minha dor era muita pra que eu fosse a pacificadora de sempre ‘Ela esteve o tempo todo te enrolando, ela só te queria perto pro capricho!”
‘Não é assim, . Ela me amava, só que o sanguessuga a enfeitiçou.’
‘Você ta sendo um burro Jake. Tira essa venda, enxerga as coisas como elas são. Bella nunca foi sua, ela nunca vai ser sua, mesmo que ela sobreviva, ela não vai te escolher.’
‘Não fala assim! Eu aceito ouvir isso de qualquer um, menos de você.’ Ele continuava chorando e eu também, afinal de contas as lágrimas dele, eram minhas lágrimas.
‘Eu preciso falar assim Jake’ sussurrei ‘Eu preciso te acordar, te mostrar que você tem chance de ser feliz, se você quiser.’
‘Não, eu não tenho! Eu procurei ela, a minha escolhida, eu procurei, hoje de manhã. Eu queria encontrá-la, eu queria me livrar de Bella, mas ELA NÃO EXISTE’!Essas ultimas palavras gritadas me feriram mais que uma facada nas costas.
Ele não via o meu amor, ele não queria ver, nunca quis, porque ele queria Bella. Mas chegava de esconder, eu tinha uma única chance de mostrar a Jacob que eu existia sim.
‘Olha pra mim Jake’. Pedi, mas ela não se moveu. ‘OLHA PRA MIM AGORA JAKE!’ gritei e isso pareceu acorda-lo. Ele levantou o focinho, mas não me olhou nos olhos. ‘Nos meus olhos.’
No momento que as orbes negras dele se encontraram com meus olhos, eu deixei vir a tona tudo o que eu escondia desde o dia que me transformei. Eu deixei ele ver como foi me transformar, o que eu senti quando nossos olhares se cruzaram a primeira vez, a força que eu senti me puxando pra ele, me levando ao centro do meu universo. Ele viu como eu me senti quando o vi beijar Bella, quando eu percebi como ele tinha ficado feliz na hora que ela o pediu que ele a beijasse. Ele viu o por que de eu tê-lo seguido quando ele fugiu. Eu não podia ficar longe, apenas a idéia de não tê-lo por perto me doía na alma. Eu mostrei a ele o casamento de Bella também e como foi pra mim ver o quanto ele se importava com o fato dela ter uma lua-de-mel normal com Edward, por que eu sabia, eu era a única que sabia que o que importava não era apenas o fato de Edward poder matá-la quando os dois estivessem juntos, mas sim a vontade de Jacob de estar no lugar de Edward, de fazer Bella a primeira dele e ser o primeiro dela. Eu o mostrei como eu enfrentei Sam, como eu lutei contra uma ordem direta do meu alpha para que eu pudesse seguir Jake. EU NÃO POSSO FICAR LONGE DA MINHA METADE, NÃO POSSO ABANDONAR O MEU EU, O MEU AMOR. Foi isso que eu gritei pra Sam, eu revelei ali pra todos os lobos o que até então era algo só meu.
‘Por que você nunca me contou?’ ele perguntou num sussurro.
‘Porque pra mim acima de qualquer coisa está a sua felicidade. E o que te deixava feliz era se iludir pensando que ela te amava. Ela nunca te amou, Jake. Não do jeito que você queria, era só capricho. Ela não suportava a idéia de não ter mais você aos pés dela, fazendo todas as suas vontades, servindo de cachorrinho de estimação da nova família dela.’ Respirei fundo juntando forças pra dizer as ultimas palavras ‘Eu sempre te amei. Desde o primeiro olhar. Mas meu amor não foi o suficiente pra fazer você acordar. Eu fui tudo que você precisou, fui sua amiga, sua irmã, sua mãe, sua confidente, mas eu nunca vou ser seu amor.’
Eu não esperei uma resposta dele, não esperei uma reação, eu apenas corri e quando estava longe deixei que o calor da transformação me abandonasse. Eu estava de volta no meu corpo, e quando meus pensamentos eram só meus, eu me deixei cair sobre meus joelhos, não me importando nem um pouco que eu estava nua e que qualquer um poderia me ver ali. Minha cabeça era um turbilhão. Eu via o sorriso de Jake o tempo todo, um sorriso que nunca mais estaria no rosto dele, porque ele estava de luto. Ele havia perdido a mulher que amava e eu havia perdido meu coração, minha alma, porque Jake ia levar tudo isso consigo, eu não era mais eu, desde o dia que aqueles miseráveis cabos de aço me ataram a Jacob Black.
Senti mãos frias me vestindo uma blusa grande e que cheirava vampiro. Era Esme, ela provavelmente se importava que alguém me visse nua largada no chão na beira do jardim dos Cullen, mas eu não me importava com isso, na verdade nada mais me importava. ‘Doi tanto’ sussurrei.
- Eu sei meu bem – ela falou carinhosa – Mas vai acabar, vai ficar tudo bem.
Ela se afastou, me deixando sozinha mais uma vez, me deixando me afogar ainda mais na dor que me corroia por dentro.
Bella havia levado embora o meu amor, porque Jake não viveria mais se ela não estava com ele. Eu queria que ela sobrevivesse àquilo. Eu queria que ela se tornasse uma sanguessuga pra que eu pudesse ter o prazer de queimá-la, ou então, se ela morresse, eu queria poder trazê-la de volta à vida, só pra ter a chance de matá-la novamente. Eu nunca fui adepta à vingança, mas Bella tinha tirado de mim a única coisa que me importava e isso eu queria poder acertar com ela.
No fim a culpa não era só de Bella, aquele monstro tinha culpa também. De repente um uma pequena força se agitou dentro de mim, o eco de uma promessa que parecia ter sido feita anos atrás soou nos meus ouvidos. ‘Não se preocupe, Sam, eu farei questão de lembrar Jacob de acabar com o perigo. E caso ele se recuse, eu mesma farei questão de me livrar do monstro’. Bom ainda havia uma promessa que eu podia manter de pé.
Com uma determinação que ia além de mim eu me levantei e caminhei a passos firmes em direção à casa. Minha visão se turvava em um tom de vermelho, a minha dor dava lugar à raiva. Jake tinha lutado por Bella até o último minuto, mas ela preferiu o monstro, ela preferiu morrer pelo monstro. Eu sinto dizer, mas a luta dela tinha sido em vão.
Assim que me aproximei das escadas da varanda senti a corrida de Seth atrás de mim. Eu sabia que era ele pelo som das passadas batendo no chão. Apressei meu passo, era óbvio que ele iria tentar me impedir, Seth só não foi mais ‘prestativo’ na gestação de Bella que Jake, mas ele ficou por lá sempre querendo saber se ela precisava de algo, se estava tudo bem, se oferecendo até mesmo para preparar o copo com sangue pra ela beber. Nojento.
Alcancei a porta antes que Seth me alcançasse e assim que entrei na casa um cheiro diferente me atingiu. Me coloquei em posição de ataque, eu sabia que era a coisa que matou Bella. Meu corpo se preparou para o ataque. De repente tudo parecia estar em câmera lenta e eu pude ver todos os ângulos entre a coisa e eu e assim calcular a melhor forma de atacar.
- , não! – Seth gritou me distraindo do meu alvo por um segundo. Rosalie, que estava segurando a coisa se virou, me vendo na minha posição e também se colocou pronta para defender o que tinha nos braços.
Ela arreganhou as presas, e eu rosnei, mas qualquer outro movimento nosso foi congelado no momento em que Seth passou por mim, me empurrando como se eu fosse uma mesa que o atrapalhava passar. Eu não tinha a menor esperança de que Seth destruísse a coisa por mim, e minhas suspeitas se confirmaram no momento em que eu o vi cair de joelhos na frente de Rosalie. Não era para a loira a reverencia que ele fazia, era para o bebê monstro, tinha acontecido, eu sabia, Seth olhava a filha de Bella e Edward com a mesma adoração que eu olhava Jacob. De todas as pessoas no mundo, Seth tinha que sofrer imprinting pela menina monstro.
A força que tinha habitado meu peito e me dado forças para chegar aqui me abandonou na mesma velocidade que chegou até mim. Senti minhas pernas fraquejarem, meu estomago se embrulhou, e num timing perfeito, no andar de cima, um coração se transformando começou a bater.
Sai da casa cambaleando eu não me sentia nesse mundo, era como se o meu corpo não fosse meu, meus movimentos eram involuntários, eu não tinha comando sobre o meu cérebro. Pela segunda vez em menos de uma hora eu me deixei cair na grama. Meu peito tinha sido presenteado com um buraco que parecia ser maior que o Grand Canyon.
Senti Jacob se aproximando, ele eu não identificava pelo som dos passos, mas pelo perfume que o vento trazia até minhas narinas. Deus eu queria me levantar e me afundar nos braços dele, queria implorar para que ele tirasse a dor que estava dentro de mim, mas nada disso seria feito. Agora com o coração de Bella se transformando ele ia continuar lutando por ela, como ele mesmo havia prometido.
- Ela conseguiu – murmurei sem levantar os olhos pra ele – ela está se transformando, você vai poder continuar lutando por ela.
- Eu não quero mais lutar por Bella, - ele falou enquanto me levantava me segurando pelos ombros – eu vou lutar pela mulher certa agora.
Foi só o que eu ouvi antes de sentir os lábios dele sobre os meus.
- Eu não posso – me afastei – Não posso acreditar, não com Bella se transformando. Quem me garante que você não vai correr pra ela na primeira oportunidade?
- Eu não vou. Eu tenho você agora, Bella não me importa.
- Você sempre me teve, e isso não te impediu de correr atrás dela.
- Mas eu não sabia do imprinting. – ele segurou meu rosto entre suas mãos – Por que você nunca me contou? Por que guardou que tinha sofrido um imprinting por mim? Você não vê que tudo teria sido diferente?
- Teria mesmo? – perguntei – Eu nunca te contei, porque quando nos conhecemos você me disse que não queria um imprinting. E eu preferia ter você como meu amigo do que não ter você.
- Mas se eu soubesse eu nunca teria te contado como eu me sentia a respeito de Bella.
- Mas teria continuado sentindo, e isso é pior, porque eu ia saber que você a ama, mas tinha pena de mim por eu amar você.
- Eu não a amo. – ele falou triste – Eu não quero amar. Não mais. Eu vejo agora, que nunca foi certo nós dois, eu e Bella, não era pra ser, porque eu sou destinado a você.
- Era exatamente isso que eu não queria Jake. – falei tirando as mãos dele do meu rosto e dando vários passos pra trás – Eu não queria que você me escolhesse por causa do imprinting que nos liga. Você não precisa me amar, eu estou amarrada a você, mas você é livre, pode escolher o que quiser... pode escolher a Bella... ela vai ficar viva, Edward conseguiu transformá-la.
- Não faz isso , por favor. – ele pediu andando na minha direção – Não me afasta de você. Me deixa ficar perto... me deixa aprender a te amar.
- Eu não posso fazer isso, Jake. Não posso colocar um sentimento num coração que já está ocupado. Se a Bella tivesse morrido...
- Mas ela morreu. Pelo menos pra mim. Por favor, não me diz que é tarde pra eu tentar te fazer feliz.
- Eu não sei se é tarde Jake. E eu preciso de um tempo pra mim agora.
- Pra onde você vai? – ele parecia angustiado por me ver me afastar.
- Pra casa, eu acho... eu não sei pra onde vou Jake. Mas eu procuro você, depois... não vem atrás de mim agora. Eu realmente preciso de um tempo sozinha. Você também precisa. Precisa pensar no que você realmente quer... Daqui três dias Bella acorda, então você vai vê-la, vai conversar com ela e vai saber o que você quer. Depois eu procuro você.
- Eu sei o que eu quero. Eu quero você. – ele falou.
- Não Jake, você acha que me quer... um tempo. É só do que precisamos.
- Três dias. – ele murmurou – Nem mais um minuto, apenas três dias.
Deixei Jake na floresta e corri de volta pra La Push, mal eu tinha saltado a fronteira e fui abordada pelo bando de Sam.
- O que aconteceu lá? – Sam perguntou saindo na forma humana de trás de uma árvore.
- O monstrinho nasceu, nós achamos que Bella tivesse morrido, mas Edward conseguiu transformá-la. – falei.
- E Jake matou a coisa, certo? – Paul, aparecendo também na forma humana, perguntou, eu neguei com a cabeça – Então você o matou? – voltei a negar.
- Você deu sua palavra, ! – Sam gritou.
- Eu estava pronta pra matar a monstrinha, mas Seth me impediu. – falei.
- Seth? Você foi impedida por um garoto que mal saiu das fraldas? – Paul falou irônico.
- Ele pode ser jovem, mas estava defendendo o imprinting dele. – os dois me olharam com os olhos arregalados, e os lobos que estavam à nossa volta trocaram olhares intensos – Nós não podemos fazer nada contra a filha de Edward e Bella, ela é objeto de imprinting de um dos nossos irmãos. Matá-la significa matar o Seth.
- Droga. – Sam murmurou.
- Mas Sam – Paul chamou a atenção – Nós ainda podemos atacar, eles transformaram Bella, ou seja violaram o tratado.
- Não eles não violaram – voltei a atrair a atenção pra mim – Jake autorizou a transformação.
- Jake autorizou? – Paul riu – Sam é o alpha, Jake não pode simplesmente autorizar isso...
- Sim ele pode – a voz de Sam parecia cansada – O posto é por direito de Jake. Foi Ephraim Black quem assinou o tratado, e Jake tem o sangue Black correndo nas veias, se existe alguém que pode autorizar a transformação de Bella, é o Jake.
- E você vai deixar que ela se transforme? – Paul me perguntou.
- O que você quer que eu faça? – perguntei.
- Eu não sei, use a imaginação, faça alguma coisa! Bella esteve no seu caminho o tempo todo, ela se colocou entre você e o seu imprinting, e você vai deixar que ela vire uma imortal? Vai deixar que ela continue existindo pra tirar o Jake de você? Isso não é o que uma Lahote faria.
- E o que uma Lahote faria, hein Paul? Sairia correndo, invadiria a casa dos Cullen onde sete vampiros montam guarda pra proteger Bella e a mataria? Pra que? Pra fazer o Jake me odiar? Não obrigada, eu já tive dor o suficiente por um dia pra ainda ver o homem que eu amo me olhar com ódio. – falei já chorando, droga eu odiava me sentir fraca – Tudo o que eu quero agora é ir pra minha casa, me trancar no meu quarto e não ver mais os olhares de pena que todos estão direcionando pra mim. Se me dão licença.
Não esperei ninguém dizer mais nada, apenas corri, na forma humana mesmo, pra minha casa. Nem mesmo olhei pra ver se meu pai estava por lá, fui direto pro meu quarto e me joguei na cama deixando as lágrimas caírem soltas. Não demorou muito e eu senti alguém se deitar ao meu lado.
- Me desculpe pelo que eu disse antes. – Paul falou acariciando meu cabelo – Eu fui um idiota.
- Você estava certo, eu devia mesmo matar a Bella. – falei fungando e o fazendo rir – Não tem graça.
- Realmente, não tem graça – ele parou de rir e voltou a acariciar meu cabelo, uma cena que não era nem um pouco parecida com Paul.
- Eu contei pro Jake... sobre o imprinting.
- E o que ele falou? – Paul interrompeu o carinho por um minuto, depois continuou.
- Ele falou que quer ficar comigo...
- E por que você está triste assim?
- Porque eu não posso ficar com ele. – choraminguei.
- Não pode? Como assim, ? – Paul me virou para que eu ficasse de frente pra ele.
- Se eu aceitar ficar com o Jake, quem me garante que ele não vai correr de volta pra Bella assim que ela acordar? E se ele voltar a ser o cachorrinho dela, eu vou sofrer muito mais, porque eu vou ter alimentado esperanças de ficar com ele.
- E se ele não quiser mais a Bella? E se, sei lá, de alguma forma você ter revelado o imprinting acordou alguma coisa no Jake...
- Paul, não é porque nós somos lobos e convivemos com vampiros que qualquer história de contos de fadas vai acontecer... Beijo de amor verdadeiro não existe.
- Sei lá, , eu acho que você devia dar uma chance pro Jake.
- Eu prometi conversar com ele depois que Bella acordar. – falei – Deixa ele ver e conversar com ela, ele tem que ter certeza do que sente, só ai eu posso dar uma chance pra ele.
- É você que sabe o que é melhor. – ele me deu um beijo na testa – Quer ficar sozinha? – fiz que não com a cabeça – Quer que eu fique aqui com você?
- Quero, mas você não pode.
- Por que eu não posso?
- Porque a Rachel precisa de você, essa história toda da Bella te afastou dela, você tinha que ficar em ronda... vai lá ficar com ela. Pelo menos um de nós tem que dar atenção pro seu imprinting.
- Tudo bem, eu estou mesmo com saudades da minha morena. Você me liga se precisar de alguma coisa?
- Ligo sim.
Paul saiu do meu quarto e eu voltei a me encolher na cama, deixando mais algumas lágrimas fugirem. Ouvi o barulho da minha janela e senti que alguém entrava no quarto.
- Paul eu já disse pra você ir ficar com a Rachel... – falei me sentando na cama – Jake?
- Me desculpa, mas eu não posso esperar três dias. – ele falou se aproximando, eu me levantei pra mandar ele embora, mas ele foi mais rápido – Por favor, me ouve. Só escuta o que eu tenho pra falar e depois você pode me enxotar daqui.
Eu voltei a me sentar e ele se abaixou na minha frente.
- Eu sempre pensei que amava a Bella – eu abri a boca pra discordar e dizer que ele amava ela, mas Jake colocou um dedo sobre meus lábios me impedindo de falar – Talvez eu realmente a amasse, mas eu nunca fui correspondido. Você tinha toda razão quando disse que ela só me queria por perto por capricho, Bella nunca me amou, não do jeito que eu queria que ela me amasse. E quando você me mostrou o que sentia por mim, quando eu vi a intensidade dos seus sentimentos, eu me senti estranho, porque eu nunca fui amado desse jeito.
Ele respirou fundo e se levantou, parando na beira da janela e focando os olhos na noite escura.
- Você sempre me deu o amor que eu quis receber, eu não sei o que é ser amado como homem, . Bella sempre me amou como um amigo, Rach, Becky e Leah me amam como irmão, Sue e Emily me amam como filho... eu sei que eu chamo a atenção das garotas da reserva, mas elas no máximo sentem tesão, nenhuma delas me ama. Mas você me mostrou que você me ama, que você me quer ao seu lado, como seu homem. Eu sei que ainda não correspondo esse seu amor, não no nível que você merece, mas se você me der um tempo eu sei que eu posso te amar, eu sinto isso.
- Mas Bella vai sempre estar entre nós. – falei.
- Não, ela não vai – Jake voltou a se ajoelhar na minha frente, ficando com o rosto na altura do meu – Eu faço os Cullen irem embora. Eles me devem isso, afinal se eu não tivesse autorizado a transformação, o bando já teria os atacado...
- Eles não podem ir embora, Jake. – falei – Tem o Seth, ele sofreu imprinting pela menina...
- Eu libero o Seth pra ir com eles...
- E vai afastá-lo da Sue, da Leah e de nós? Não é justo fazer o Seth escolher entre a prometida e a família dele.
- Eles vão pro Alaska, não é tão longe, Seth pode correr pra lá sempre que quiser. Ou eu me afasto. O tratado ainda existe, os Cullen não podem entrar na reserva, eu não vou procurar a Bella, prometo. Não vou atender nenhum chamado dela... vamos ser só nós dois...
- Eu tenho medo Jake. – falei – tenho medo de me entregar e você me abandonar por causa da Bella...
- Eu não vou te abandonar, nunca. – ele abaixou a cabeça a descansando nas minhas pernas – Por favor, , por favor... eu quero viver esse amor que você tem pra me dar, eu quero sentir o que é ter um amor saudável e correspondido... por favor, me ensina a te amar.
Ele voltou a me encarar, esperando minha resposta. Por um longo minuto eu me perdi nos olhos de Jake. Eu podia ver ali a promessa de um futuro perfeito ao lado do homem que eu amava, mas também tinha o receio de perdê-lo no instante em que Bella abrisse os olhos.
- Eu aceito... eu te ensino a me amar, mas tem uma condição. – falei.
- O que você quiser. – ele esboçou um sorriso
- Nós vamos passar um tempo no Brasil. Longe de tudo, longe de La Push, de Forks, de Bella, de tudo, só eu e você.
- Eu topo. Vamos agora mesmo. Eu vou comprar as passagens. – ele ia se levantar, mas eu o puxei de volta e selei nossos lábios.
A ideia de ir para o Brasil era só um teste, se tudo o que Jake disse fosse mentira, ele iria colocar um porém. Se ele realmente não estivesse disposto a se afastar de Bella ele não ia aceitar ir para tão longe.
- Eu vou te amar como você merece – Jake falou sem afastar os lábios dos meus – Eu vou me esforçar pra te amar.
- Eu sei disso. – voltei a beijá-lo.

72 comentários:
Omg!! Já vi que vou amar essa fic, mas qual fic sua que eu não amo, né?! ^_^
A transformação foi demais!!
Adorei!
Aliás adorandooooooo tudo!!!
Ain, como estava com saudades das suas fics! *--*
Vou estar acompanhando com certeza, bjssss!!!
Alguem me colore porque estou bege!!!!
Nannah chegou com tudo!!! Amei o começo... Serio vou acompanhar com certeza!!!!
Sei que estou em divida com as outras fics mas agora nessas ferias vou colocar tudo em dia e comentar....
Bjos Nannah e ate o proximo!!!
priandoooooo continua girl
Oi Nannah, so pra dizer q estou acompanhando...
e q bom q voltou! espero q tenha sido com tudo!
Bem vinda de volta.
Bjos
Aricia
Nova leitooora! Muito ansiosa para o próximo capítulo. Eu simplesmente amo quando a PP tem essa história complicada de vida e acaba virando uma loba do nada! HAHA apaixonada já
Lindo começo,essa fic promete,amei o cap,a PP loba ai eu amo quando isso acontece.Bjos e ñ demore a postar
Owww.. Virei uma loba!!! Háhaha
Nannah e mais um sucesso!! Rs'
Eu fico eufórica cada vez que você vem com uma ideia!!
Por que elas são sempre boas!!!
Agora essa de ser loba e ainda imprinting do Jacob?! Demais... Maravilhoso!!
Quanto sofrimento para se transformar... Coitada de mim!!
Por que a culpa tem que sempre ser das patricinhas?! Odeio elas.. Rs'
Vou estar acompanhando com certeza!!
Wow! Essa é mesmo parente do Paul. rsrsrs Não é que mesmo ele falando para ela ficar em casa, a danadinha decidi ir a uma festa?! o.O
Se bem que ela tem um bom motivo para sair e ir na festa da patricinha. rsrsrs A Stacey ficaria de queixo caído, ia ser hilário, assistir de camarote a queda da megera.
Ahhh, meu lobinho apareceu e é o meu imprinting. Uhuuuuu!!! Ain, foi linda a sua descrição sobre essa magia. Ficou perfect! *---*
Hum, será que ele sentiu o mesmo?! Ain, era para ter sentido, né?! Mas do jeito que está de quatro pela songa, acho que euzinha ainda vou sofrer muito. :(
Nuss, seria o fim da Stacey, se a PP chegasse poderosa e de quebra chegasse com o Jake. Não teria para ninguém nessa festa. rsrs
Ain, Nannah, amandooooooooo demais, demais, demais!!! ^_^
Bjssss!!!
Meu pai do ceu,a PP sofreu imprinting éeeeeeeeeeee(surtando)e ainda por cima é parente do Paul,ameeeeeeeei esses dois caps ficaram maravilhosos,eu só queria ver a cara da Stacey se a PP aparecesse toda linda e perfeita com suas curvas.Bem espero q o 3 cap saia logo to amando ler essa fic.Bjos
AAAAAAAAAAAAA ME FALA QUE É O JAKE! estou adorando a fic! só um problema nao está aparecendo o meu nome :( Mas a fic ta maravilhosa!!!!
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHH
Qe tuuudo ... Adoreei. Fiqueei tao desnorteada qe nao sei nem o qe comentaar . kkkkkkkk
Curiosa pra saber o grau de parentesco entre a PP e o Paul. Será qe ele vai ser super protetor com ela qndo descobrir qe ela e o Jake Imprintaram ??? Huhu, grandes emoções veem aí !
Posta mais taah !
Beijoos
Oie....
bem minha cara, é só dizer, fica em casa, que eu resolvo sair...
Parente de Paul... axo q nossos genios devem ser parecidos...
rsrsrs
Ficou linda a cena do imprint! excepcional!!!
to amandoooooooooooo
Bjos
Aricia
IMPRINTING!!! Ebaaaa....
Mas foi rapido em... Rs'
Quero ver a minha reação ao descobrir tudo!!
Amei esse capitulo!!
Perfeito a descrição do imprinting!!
E eu conversando com o Paul!! Bem que eu sabia que eramos parentes!! Mas qual grau de parentes?!
Será que ele vai ser super protetor comigo?!?! Adoro o Paul!
Louca pra ver ela chegando em La Push!!
Demorar pra postar não, Nannah!! Rs'
Ain, que capítulo divino!! Nuss, me senti tendo o dia dos sonhos com meu lobinho lindo! *---*
A PP é demais, muito engraçada, meiga e apaixonante. Estou encantada pela personagem, é perfeita para o meu Jake! ^_^
E a danada é esperta, já descobriu sobre o imprinting e por amor deixará que tudo aconteça no seu devido tempo, mesmo sabendo que pode não acontecer. É por isso que eu adoro essa garota. Agora saberemos se um objeto de imprinting pode ou não resistir ao seu imprinting. ^_^
E ela logo pescou sobre a songa. E por sempre querer a felicidade de Jake, logo fez a songa sumir de seus pensamentos e colocou um sorriso no rosto do meu moreno. Ameeei demais!!
Wow, e não é a toa que ela tem uma personalidade e tanto, ela é prima de Paul?! Uhuuuu!!! Isso é bom para mais de metro! Mas não vai ser uma notícia muito fácil para se dar quando chegarem lá, né?! Ela terá que contar que a mãe dela (irmã do pai de Paul) agora não está mais entre eles. Tadinha não vai ser nada fácil para ela e seu pai. :(
Affs e mesmo ela não indo na festa para não ter que se irritar com a vacapiriguete da Stancey, ela tinha que dar de cara com a filhote de cruz credo no shopping. E por pouco não se transforma numa loba gigante, mas com um abraço aconchegante daqueles quem é que não se acalma. ¬¬ Eu também estou nervosa Jake, vem me acalmar. u.u
Ain, estou amando demais, demais, demais!! Como sempre, né?!
Bjkssssssss!!!
Amei a história, continue e não demore a postar!!
Bjks
Aaaaaa.. Capitulo super, mega hiper Maravilhoso!!!!
Amei demais!!! Jake foi tão fofo comigo!!! Me ajudando...
Serio que seremos apenas amigos?! Serio que ele ama aquela songa da Bella?! Serio que já temos essa amizade linda e maravilhosa?!
uhauahuahauahuah.... Okey.. Vou me acalmar agora!!
Eu e o Jacob somos demais juntos!! ate parece que nos conhecemos a muito anos!!
Mas não era pro Jake ter sentindo algo em relação ao imprinting?!
Será que ninguem vai descobrir isso?!
Não vejo a hora de chegar em La Push!!
Eu tinha que me encontrar com a Vadia da Stacey... Tudo para me tirar do serio!! Como se eu já não tivesse fora de mim com todas as quengas babando no meu Jake!!!
Quem bom que tudo deu certo e o cheiro maravilhoso do Jake me acalmou!!!
Eu quero mais capitulos Nannah!!!
Como pode com três capitulos eu estar viciada?! Isso só acontece com as suas fics!! Rsrs'
Beijokas!!
Oi...her...(leitora nova)...Meu nome é Nanda,sou super fã da Saga e especialmente do Jake,of course!
Sempre lí fics com o shipperJakeness,mas depois q descobri as fics interativas não consegui mais largar,gostei muuuuito deste cantinho,visto q estou até comentando(coisa q surpreende,pois sempre fiz o tipo "leitora fantasma"),mas enfim,amo vcs,amo suas fics e por favor NÃO DEIXEM DE POSTAR,pois a saga infelizmente acabou,mas a criatividade de vcs NEVER!!!
Tô amando a fic S2
Bjos o/
Que fanfic é essa Senhor? Não imaginava tudo isso quando li o primeiro capítulo, sério. Ela tá simplesmente perfeita, quero muito saber o que vai rolar quando ela chegar em La Push, até porque esse papo de "esconder imprinting", NUNCA dá certo!
Continua logo que eu necessito disso hahahah
UOU .. Show Nannah. Só eu fiqueei com vontade de ler Persuasão (ok, eu nunk li, mas ja ouvi muito falar do livro) Meniina qe adoreei esse Jake qe vc fez hein . Super brincalhao qe nao fik se martirizando por causa da bella. só nao gosteei dele nao ter persebido o imprinting. Gostei muito deles 2 juntoos, sao muito divertidos. E essa mudança corporal da PP. adoreei . kkkkk certeza qe essa Stacey ficou se moendo de inveja, bem qe ela mereciia uma surra. Continua postando ... To adorando . beijoos
Nossa amei o cap,a PP sofreu imprinting e o boco do Jake pensando na idiota da Bella,acho q ela ñ vai conseguir esconder q sofreu imprinting por muito tempo,tendo em vista q é nova como loba e inesperiente,acho q ela ñ vai conseguir se concentrar quando estiver perto do Jake.Bjos e estou esperando ansiosa o próximo cap.
Cade o resto dona. Nannah?quero muuuuuuuuito a continuação sua fic é incrivelmente incrivel (WTF?! O.o') e uma das poucas qe chego a comentar entao nao errola muito se nao eu te persigo ta me ouvindo moça?! acho bom estar U.U
Ate o proximo capitulo!
xx Daanie
Omg, mal começou a se transformar e quase deu de cara com sanguessugas. Mas ainda bem que não passou de um susto, ufa!!
Ain, que recepção mais linda! que vontade de ser uma loba agora! Embry não perde uma oportunidade, já está cantando a novata. rsrsrsrs Sinto muito Embry, mas ela já foi fisgada.
E Jake ainda não notou, mas a PP já andou fazendo milagres, afinal, como disse a Leah, ele nem sequer perguntou sobre a songa. Uhuuuu!!!
Ain, e que dó lá vamos nós ter que cortar o cabelo... ao invés delas reclamarem da tatuagem que deve doer horrores, as lobas reclamam de um corte de cabelo... ¬¬ Vai entender.
Amandooooooo demais, demais!!!
Bjksssss!!!!!
Maravilha,a PP chegou em La Push,pena que o Jake ainda tá babando atrás da Bella aff,tomara que o Paul descubra o imprinting e de uns bons cascudos nele kkk brincadeirinha.Nannah amei o capitulo,ta divo como sempre
Cheguei a La Push!!! E já cheguei bem em...!
Embry não muda mesmo!!! Seth sempre um fofo!
Serei amiga da Leah?! Tomara!! Adoro aquela loba...
Cheiro de vampiros?! Quem será?!
Serio que viemos correndo?! Só o Jacob mesmo!!
Adorei a recepção que tive!!
Mas to louca para entrar em ação, descobrir as coisas e a minha reação sobre os sentimentos do Jacob pela a Bella!
Essa parte de cortar o cabelo é sempre ruim!! Se bem que na vida real eu adoro cortar o cabelo e amo ele curto!! Rs'.. então eu não teria problemas com isso!
Jake vai me levar é?! Gostei...
Paul se mostrou bem protetor comigo!!
Estou adorando Nannah!
Omg, lá foi eu cortar o meu cabelito. :( E pra piorar entrar na agulha, ain, como sofro, mas tudo para estar na matilha.
E Jake tinha que falar sobre Bella. ¬¬ Que balde de água fria, mas pelo visto a PP é bem forte, já que está disposta a perdê-lo só para fazê-lo feliz, isso que é amor. ^_^
Mas Jake tinha que tacar água fria falando que Embry é quem está caidinho por ela, affs! Como alguém pode ser tão cego que ainda não viu o quanto ela é caidinha por ele, acho que isso é coisa De Jake de Nannah. ¬¬ Mas que eu amooo!!
Amandoooooooo demais, demais!!!
Bjksssss!!!
oi, estou amando ler esta historia acho tão fofa a amizade dos dois mas é claro que torço que o jake se apaixone logo pela null tá tudo muito lindo d++++++++++ bjos
Por que o Jake tem que ser tão cego?! E ele devia sentir uma força que o puxa pra mim.. Se bem que ele deve sentir, mas por causa da songa da Bella, ele apenas me vê como uma amiga!!
Ohhh como eu sofro!! Não basta eu ter me transformado em lobo, o meu imprinting não deu muito certo!! É pra sofrer mesmo...
Será que alguem vai descobrir?!
Um treinamento cheio de provocações... Embry não tem jeito!! hehehe
Embry e Seth gostando de mim?! Hum.. ate que não é ruim!!
Essa coisa de imprinting as vezes é chato... Eu dando dicas pro Jake, mesmo estando apaixonado por ele, só pra ve-lo feliz!! Droga de imprinting!!
Quero só ver a cara da Bella, quando me ver junto do Jake!! Mesmo que sejamos só amigos, ela pode ficar com ciumes!! haha!
Estou amando ser loba e essa Fic!!
Na boa mil perdoes mas o Jake é um imbecil e não ta enxergando um palmo na sua frente e tudo por causa desse amor maldito que ele sente por Bella aff.Bom o Embry é mesmo um caso perdido kkkk.Bjos
Affs, não acredito que o Jake me pediu tamanho absurdo; o.O
Bom, pensando bem, até que não é uma má idéia ficar protegendo a songa, vai que no calor da batalha com a Victória, eu erro a cabeça e arranco a da songa de uma vez. ¬¬
Cara, como ele pode ser tão cego? Quer dizer, ele e o povo todo. Já que ninguém ainda percebeu o meu imprinting por ele. ¬¬ Cara eu sou uma ótima atriz. u.u
Adoro ver os momentos em família, meu papis é um fofo. *---* E quando junta o Jake fica tudo perfeito!!!
O treino foi demais!!! Coloquei Embry e Jake no chão. u.u Eu sou demais!!!
Amandooooo demais, demais!!!
Bjkssss!!!!
O odio pela a Bella já está começando!! Estava indo tudo bem, ate eu conhece-la!!
O Jake tinha que me pedir isso?! Tinha?! Vontade de dar na cara dele, mas eu não faço isso por que o imprinting me impede de fazer algum mal a ele e de ve-lo triste!!
Gostei da minha ideia de esconde-la no fundo no oceano!! Tenho certeza que lá, ela não traria mais problema a ninguem!!
Ta uma raiva ver em como o Jacob baba por ela!! Em como ele se transforma em um cão adestrado perto daquela sonsa!!
Estou louca para saber como vai ser essa batalha! E ainda mais a minha reação ao ver o Jake machucado!!
Nessa hora eu devia ir ate a Bella e morde-la um pouco que for, só ate arrancar um pedaço dela!! Háhaha'
Mas vamos esperar pra ver!
E adorei o meu treino com os meninos!! Sam é muito chato, credo!
E adoro mais e mais a minha amizade com a Leah!!
Vontade de matar o Black...
Ele é muito burro...
Será que ele não se liga, que eu o amo...
Jurooo que se fosse só por mim eu mesma a levava para os vampiros...
Mais sei que o Jake nunca me perdoaria, e nem eu mesma...
Mais ele abusa do meu controle;;;
Nossa, essa PP é demais!!! Tão eu... *o*
Ela disse umas poucas e boas para a songa. É isso aí, mostra para a sonsa que vc não é otária. u.u Mas a Bella deveria ter quebrado a mão ao me dar aquele tapa. Isso seria um verdadeiro analgésico depois do sofrimento todo durante o capítulo. ¬¬
Primeiro a cena da barraca, junto com os pensamentos de Jake, affs, ninguém merecia vê-los. Depois a cena do beijo. Ai, que vontade de arrancar o pescoço da songa. E no fim a dor dos ossos sendo quebrados, juntamente com o Jake falando o quanto ama a "Bellavacaswan".
E a PP virou mesmo uma fera com a Bella, ameeei demais!! Uhuuuu!!
Mas acho que o Jake jumento não vai gostar nadinha disso. :\ Ain, lá vou eu preparar meu core.
Paul foi um fofo!! Ameei demais o meu priminho lindo me ajudando na luta. *o* E por falar em luta... nossa, eu fui demais!!! Se sem a transformação eu fui capaz de matar vários vampiros e ajudar os melhores, imagina o que eu não faço em quatro patas. Bella que se cuide na hora de me enfrentar. u.u
Amandoooooo demais, demais!!!
Bjinhossss!!!
Meu Deus que foi isso?Bella merece uma boa surra.Jake precisa parar de ser um completo idiota e Ed precisa largar essa síndrome de corno que ele tem.Como homem consegue ser tão burro?Enfim o meu desejo é que eu faça Jake sofrer muito pra ele ver o que tá perdendo.
mata a bella alguém mata ela por mim. que garota chata meu pai.
Por favor Nannah! Me deixa matar a Bella!! Só nessa Fic... Vai ser rapidinho! ninguem vai sentir a falta dela... Vai dor no começo.. Mas depois todos esquecem!! Mas eu preciso acabar com a vida dessa Vadia!!
To com uma raiva dessa garota sem sal!!
Como o Jake consegue ser tão burro e cego?! Chega a me da raiva tambem!!
Mas eu amei a PP nesse capitulo... Ela foi tipo FODA! Minha Heroina... Mas acho que ela devia ter pelo menos pegado no pescoço da Bella, prensado ela na parede e dado com a cabeça dela na parede umas dez vezes!! Mas isso seria só o começo!!
Ela faz o Jake se machucar e depois diz que o ama!! Já catar coco no inferno Vadia!!
E a PP lutando na forma Humana?! O.O
Por isso que eu digo... A PP é FODA!!
Só ela mesmo!! Se bem que eu achei que ela fosse se machucar!! Que bo que não aconteceu nada... Mas eu adorei! Ela mostrou que não precisar estar na forma de loba para acabar com quem for!
Paul.... Com certeza ela percebeu algo!! Será que ele vai ser o primeiro a saber do imprinting?!
E foi muito lindo a PP dando apoio pro Jake!! Na hora da dor... Isso é para ele ver quem está no lado dele na hora da dor e da felicidade!! É a PP!! Será que ele não vai enxergar isso nunca?!
Por isso que eu digo... Bella Swan Maldita volta para o inferno que é teu lugar!! Ohh coisinha ridicula...
Capitulo perfeito!!
To louca pra ler mais!
OMG que fic booa maaaaaaaaaais por favor e faz um favor pra mim mata a Bella que vaca odeio ela!
Ahhh, meu core está em pedacinhos junto com o da PP... Ain, Jake é um cego. ¬¬ Como ainda não percebeu? o.O Só pode ser macumba da songa monga. Argh!! Se bem que o povo de La Push em peso é cego... Tadinha da PP... :'(
Mas ainda bem que seu papis está ao lado dela para apoiá-la, ela precisa e muito desse abraço confortante que ele lhe dá nesse momento. E ele tem razão quanto ao afastamento, mas o único problema é o mesmo que é a solução... afastar não é nada fácil para ela... Vamos ver se ao menos ela consegue se afastar o bastante para não sofrer tanto. Encontrar algo que a faça bem e que a mantenha ocupada o bastante pra aprender a conviver sem o Jake. Vamos ver como ela fará.. De uma coisa eu tenho certeza, Jake também não consegue ficar longe dela... isso já percebemos.. essa distância talvez o faça abrir os olhos. Quem sabe? :\ Torcendo para que sim. ^_^
Amandoooooo demais, demais!!!
Bjinhosss!!!
Só eu que to com vontade de dar uns bons cascudos no Jacob?Porra a PP ali mostrando todo o amor que ela sente por ele e o besta morrendo por causa da Bella AAAAAAHHHHH é mesmo um burro cego.Espero que a PP não se deixe ser pisada assim,afinal é o coração dela que esta sendo pisoteado e massacrado sem piedade toda vez que o Jake fala da Bella!!Acho que com a distância ele irá perceber o quanto a PP é importante na vida dele!!! Beijinhos
Esqueci que a fic tinha sido atualizada!! Mas reparei esse erro e estou aqui para comentar!
Capitulo 8
Jake não consegue tomar jeito mesmo!! Ele está merecendo uma paulada na cabeça para ver se as coisas voltar no lugar!! Por que esse é o unico motivo que tem para ele correr tanto atrás dessa songa!!
Por que a Victoria não matou ela mesmo?! Seria uma coisa insignificante a menos no mundo!!
Não acredito que o Jake fugiu mesmo... Se a PP tivesse conseguido queimar antes a carta e o convite!!
Mas pelos menos ele não passou o mês inteiro sozinho... A PP, como uma boa "amiga", foi com ele!!
Mas o Seth devia ter mandado a Bella para o inferno como a PP tinha dito! Quer dizer, ela devia ter ido para o inferno.
E o pior de tudo é que ele não consegue enxerga-la mesmo!! Se fosse uma cobra já tinha devorado ele!!
E mesmo depois de tudo ele ainda vai atras dela... E ainda diz que vai continuar atras dela, mesmo se ela for uma vampira!!
Jacob é um idiota!! Ele podia ser tão feliz se tirasse a venda dos olhos!
Só espero que ele consiga ver o que tem diante do nariz!!
Não quero mais ver a PP sofrendo.. Ela não mereçe isso!!
Alguem devia descobrir sobre o imprinting.. Sei lá, talvez ajudasse a PP passar por tudo isso.
Capitulo 9
OMG!! Mais isso para estragar mais ainda as coisas!!
Só podia ser a Bella mesmo!! Ela só sabe trazer problemas!!
Se não bastasse fazer o Jake sofrer... Ela é a causadora da separação da matilha!! O odio mortal dessa garota!
Agora é a hora de ficar chocada com outra coisa... SETH!
Ele é apaixonado pela a PP!! Aiii... isso é demais pra mim!! Se não bastasse a PP amar o Jake.. O Seth ama a PP!!
Como eu posso viver com isso?! É muita sorte para uma garota só!
E o beijo foi perfeito!! Eu adorei essa parte e depois a pegada dele na cama da PP!! *o*
Mas e o quase beijo da PP com o Jake?! Esse capitulo foi cheios de emoções e surpresas!!
Mas Nannah.. eu quero saber: Vai ter PP e Seth?!
Mesmo sabendo que será uma Team Jake... Eu gostaria de ter um pouco de Seth tambem!! Kkkkk'
Você sabe como eu amo o Seth!! Ele é meu bebê!! <3
Já estou louca para saber o que vai acontecer agora!! Como vai ser o encontro do Jake com a PP.
E se ele vai saber do imprinting dela por ele!!
Porque agora todos sabem... menos ele!!
Estou amando a Fic!!
Está cada dia mais perfeita!!
Putz agora ferrou tudo,o Seth interessado na PP e querendo uma chance,ele não merece sofrer,mas ela também não merece ficar no canto chorando enquanto o Jacob fica se martirizando por causa da Isabella,odeio isso!!!PQP o Embry tinha que ter chegado bem na hora que eles iam se beijar?Putz vontade de dar umas boas porradas nesse bestão viu!!Amei o capítulo.
Omg, omg, omg... Pelo amor de dio, num creio nisso. Seth está apaixonado por mim?! o.O Tadinho!! Mas vai sofrer por opção, né?! Ele sabe que a PP sofreu um imprinting e isso não tem como voltar atrás. Mesmo Jake merecendo uns sacodes para aprender. ¬¬
Quem sabe depois de ver a PP com Seth ele comece a olhar pra ela. E a PP ainda tira uma casquinha do lobinho. u.u Que de lobinho só tem a idade... Pois que pegada, minha nossa senhora... *o*
E Jake ainda viu. Iupiii!! Toma!! Quem sabe assim aprende a se dar mais valor. E isso é só o começo, senhor Black. ¬¬
Quase rolou o tão sonhado beijo... ain, já estava viajando quando o bendito estraga prazeres chega falando da monstra. ¬¬ Joguei pedra na cruz e cuspi na santa ceia, só pode. Mas foi bom... pelo menos a PP não foi usada para tampar buraco causado pela songa. Pois já pensou se tivesse acontecido o beijo e depois surgisse a notícia da volta da BellaVacaSwan?! Ahh, não!! Ia ser um sofrimento ainda maior e a PP não merece isso. u.u
E agora para finalizar a songa separa a matilha. ¬¬ Pelo menos agora todos sabem da ligação da PP com o Jake, menos o cego cachorrinho de swan. Abre o olho Jake, ou o pirralho te passa a perna. u.u Quer dizer, já está passando. hehehehehe
Amandoooooo demais, demais!!
Bjinhosss!!!
AI. QUE SAUDADES QUE EU ESTAVA DE VCS,DAS FICS ,NÃO SUMAM MAIS TA BOM. E O CAPITULO ESTAVA OTIMO,
Ain, que vontade de dar uns tabefes no Jake para ele acordar. ¬¬ Affs, como pode ser tão cabeça dura? Precisava ter tratado a PP daquele jeito estúpido? Ela agiu super certo, isso sim! u.u Só faltou matar a songa de uma vez. Eu ia amar isso. *o*
E para completar levar o Edward junto de quebra. Maldito sanguessuga... Quem ele pensa que é? ¬¬
E Seth ainda sofrendo junto, tadinho. :(
Awn, louquinha para o próximo!! *o*
Amandoooo demais como sempre!!
Bjinhossss!!!
cade o proximo capitulo?? :'(
AHHHHHHHHHHHHHHH.. Nossa eu comecei a ler a fic hj... ri, chorei rios, e adorei... tô super ansiosa pra ler mais... COMO ASSIM PARAR JUSTO NA HORA DO PARTOOOO? Please posta o próximo cap. logo... bjs
MARAVILHOSO,GENTE QUE CAPITULO FOI ESSE,A PP NÃO QUER CONTAR QUE SOFREU O IMPRINTIGNG PRO NOSSO LOBÃO.E O SETH MEIGO COMO SEMPRE ,NÃO TENHO MAIS PALAVRAS A DIZER ,MENINA TÁ MUITO BOMMMMMMMMMMM!
ESTE LOBO E MUITO BOCO..... SERÁ QUE ELE NÃO VAI SE TOCAR?????
Esse Jacob é um besta mesmo...
Mais com tudo continue a estoria pfr!
Eita Jake lasanha de muquirana viu (muita massa e pouco recheio)...Vai ser bite dull lá longe meu.Mas também vou te contar viu: oh urucubaca forte da gota serena essa que a songa fez....
Enfim,estou amando a fic Nanah,simplesmente perfeita.
Anciosa pela próxima att...
Xero o/
Nannah please continua nao sei mais viver sem essa fic :'( ~Le drama kkkk
Amo suas historias so PLEEEEASE atuliza isso mulher ;-;
Comecei a ler esta fic hoje e fiquei simplesmente APAIXONADA por ela... Parabéns, tem um enredo fantástico o que cativa muito o leitor, e sendo uma leitora cativada então eu peço que Por favor continue, é uma das melhores fics que já li :-)
Fico a aguardar a continuação...
continua isso ai mulher, pelo mor de Deus. Fiquei louca. Perfect....
Oh meu Deus a fic ta ficando cada vez PERFEITA
Essa é minha fic preferida . Nannah vc tem um dom continue assim , amei a fic desda primeira vez que eu li
continua logo please !! :)
Uhuuuu!! Enfim, a PP deu um chega pra lá no Jake e jogou tudo de uma vez. Só assim mesmo pro meu moreno acordar pra vida. u.u Estava difícil. ¬¬
E por pouco a meio a meio não bateu as botas pelas garras da PP. :3 hehe
Seth era o lobo certo pra monstrinha, isso é fato! u.u
Ownt, a declaração de Jake e seu pedido para a PP ensiná-lo a amar e deixar ser amado... foi tão lindo e perfeito! Amei demais!! *o*
Estava na hora da PP começar a ser feliz nem que seja um pouquinho, né?! :3
Amandoooooo demais, demais!!
Bjinhossss!!!
Demais, sera que a pp vai ser feliz agora?? Por favor posta mais logo estou super curiosa....
A-M-E-I o capítulo Nannah, vc escreve muito bem e que venha logo o próximo to louca pra ver o q vai acontecer coa o Jake e a pp.
Capítulo perfeito.Continua por favor.Beijos.
Ah Meu senhor ~lê desmaiada ~ que capítulo divino,amei tudo.Finalmente o Jacob acordou em cara,que menino tapado shuashuas agora so falta eles se agarrarem um pouco e mandar a Bella pro espaço.
Seth tendo um imprinting *-* que fofo gente amei amei amei e se nao acredita digo de novo : AMEEEEEI *-*
Não demora mto não ok?É a minha preferida aqui do blog :3
Fic perfeita... esse último capítulo deixou um gostinho de quero mais... quando vem a continuação??? Por favor... continue... hehehe
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH
seguinte,eu quero saber onde esta a mulher diva que escreve essa fic U_U
Eu amo essa fic e necessito de um cap novo serio,agora que a coisa vai ficar boa ~Lê vou dar uns catas no Jake~
Essa mulher com essa escrita divina some ~OI?! produção isso ta errado~
Enfim sempre veio aqui dar uma olhadinha e nada da att ~olhos cheios de lagrimas ~ respiro fundo e comento! Sei que ja devo ter uns 2 comentários e esse é meu terceiro mas não ligo a fic é boa e merece os três comentários que fiz para ela <333
Fic perfeita,autora perfeita necessito de att com licença obrigada ;)
xx Daaanie Barbosa
Caaaaara... esse cap's foi demais para o meu core!!! O modo como o nosso lobão bocó soube do imprinting foi simplesmente perfeito (ai que tudoooo *-*)... continua linda, continuaaaaa .
Meu Deus do céu! Que perfeita!!!
Comecei a ler esta história hoje a tarde e só parei pois acabaram os capítulos. Tenho que dizer: Estou impressionada, encantada, fascinada, apaixonada por ela! É totalmente diferente das outras que li. Me imaginei totalmente na história, a vivendo, chorando e rindo como se estivesse lá! Sério! Amei, amei!
Estou impressionada não só com a história, mas também com a autora. Flor, você escreve muito bem! Cada detalhe, cada sentimento, cada cena... Nossa! Espero que você tenha muita inspiração e que seu talento, que é raro hoje em dia, seja cada vez mais aprimorado. São pouquíssimas fanfics que leio que sinto a quase necessidade de deixar um comentário. Tem que ser muito boa para ganhar essa proeza comigo. Rsrs
Parabéns viu? Merece muitas recomendações, mas como o blog não tem isso... Recomendo aqui.
Beijos,
Clessiane Magalhães.
Adorei continua super Mega hiper rápido não para a história ou ela já acabou
Mdss continua por favor!!!!!!!!
Que história mais linda ❤
Amei a história, muito linda 😍
Amei, linda história 😍😍
Ah n vey, vcs passam pano dmais pra ele pqp, a garota se entrega de corpo e alma e muito mais a história inteiraaaaaaaaaa ele sempre tacando um belo de um foda se, pra ela dps aceitar tudo de boa, como se nd tivesse acontecido,fala sério neh, plmds, ele tinha mais q sofrer por ter sido tão babaca, aprender a valorizar mais as coisas, as pessoas o seu redor, nossa q ódio, muito desaforo, aprender ama lá, aprender o caralho, to muito revoltada cm esse final, n consigo engolir nenhuma palavra do q ele disse, parece mais falso do que tudo
Postar um comentário