PRÓLOGO
Você já se sentiu como se estivesse desabando?
Você já se sentiu como se estivesse fora de lugar?
Como se de alguma forma você não fosse daqui
E ninguém te entendesse?
Você já quis fugir?
Você se tranca em seu quarto,
Com o rádio ligado e o volume bem alto,
Para ninguém te ouvir gritando?
Não, você não sabe como é,
Quando nada parece certo,
Você não sabe como é,
Ser como eu!
Ser machucado, sentir-se perdido,
Ser deixado na escuridão,
Ser chutado quando você está mal,
Sentir como se você estivesse sido empurrado para longe.
Estar no limite da razão, de quase explodir
E não ter ninguém lá para te salvar.
Não, você não sabe como é,
Bem-vindo à minha vida!
Você quer ser outra pessoa?
Você está cansado de se sentir deixado de fora?
Você está desesperado para achar algo a mais,
Antes que sua vida acabe?
Você está preso em um mundo que você odeia?
Você está cansado de todos ao seu redor,
Com seus grandes sorrisos falsos e mentiras estúpidas,
Enquanto por dentro você está sangrando?
Não, você não sabe como é,
Quando nada parece certo,
Você não sabe como é,
Ser como eu!
CAPITULO I - Fugindo
POV –
Pra mim não fazia a menor diferença de pra onde eu estava indo, qualquer lugar era melhor que a casa onde eu vivia.
Eu sempre me senti como a filha que eles não queriam ter, e isso é facilmente explicado. Meus pais se casaram logo depois de se formarem na faculdade, dois anos depois do casamento minha mãe ficou grávida. Terry, meu irmão mais velho era a alegria da família, meus pais se consideravam totalmente realizados, até que quatro anos depois minha mãe ficou grávida de novo. Nove meses se passaram e eu nasci.
Seria uma alegria tremenda, se a gravidez da minha mãe não tivesse a impedido de aceitar uma mega proposta de emprego e não tivesse feito meu pai trabalhar dobrado pra dar conta de tudo.
A única pessoa que parecia realmente feliz com minha chegada era Terry. Ele sempre foi meu melhor amigo e estava sempre pronto a me ajudar em qualquer coisa que eu precisasse.
Bom meus pais não me odiavam, mas também não faziam questão de demonstrar o carinho que eles demonstravam pelo Terry. Eu não me importava, o carinho que eu não recebia dos meus pais, Terry me dava.
As coisas ficaram realmente ruins depois de um acampamento que eu e Terry fomos com alguns amigos de escola.
Nós estávamos nos divertindo bastante, fazíamos trilha, fogueira à noite com direito a cachorro quente, marshmellows, musicas e histórias de terror. Eu me divertia mais que em qualquer outro dia na minha vida.
Uma das garotas do grupo veio com a idéia de fazermos rafting numa corredeira próxima do lugar onde estávamos. Nós fomos, apesar de nem todos concordarem com a idéia de praticar tal esporte.
Os que eram a favor do rafting se dividiram em dois grupos, mas um dos grupos ficou com uma pessoa a menos, insisti com Terry pra que ele fosse junto, eu podia ver nos olhos deles o quanto ele estava com vontade de ir junto dos outros.
Terry relutou um pouco, afirmando que eu ficaria sozinha, mas eu insisti o suficiente pra que ele se redensse. O instrutor deu todos os avisos e eles entraram nos botes. Fiquei em um lugar onde eu poderia vê-los.
Em um trecho do rio, a correnteza estava muito forte, ouvir o instrutor que ficou junto comigo falar algumas coisas pro instrutor que estava no bote com o grupo de Terry. Eu não entendi muito bem o que ele estava falando, peguei algumas palavras como “ter cuidado”, “tentar desviar” e “rocha muito grande”. Não deu nem tempo de pensar, quando ouvi essas palavras desviei meus olhos que ficaram alguns minutos fitando o instrutor e olhei na direção onde estaria o bote com meu irmão, e o que vi fez com que o chão fugisse debaixo de mim.
O bote da equipe de Terry estava virado pra baixo, algumas pessoas se agarravam a ele, outras desciam junto com a correnteza e eram socorridas pela equipe do outro bote. Meus olhos corriam pelas pessoas em busca da única que realmente me importava ali, “Terry”.
Eu e o instrutor descemos correndo até a margem do rio, onde os botes tinham conseguido parar. Um dos instrutores começou a contar as pessoas pra ver quem estava faltando, mas eu não precisava prestar atenção nisso, porque eu já tinha visto que Terry não estava ali.
Comecei a gritar pelo meu irmão, eu não queria pensar na possibilidade de nunca mais vê-lo, eu me recusava a isso. Uma das garotas do grupo, Mellanie, me amparava enquanto eu gritava feito louca para que eles encontrassem o Terry.
Alguns minutos depois eles o encontraram, mas para meu desespero, sem vida. Terry tinha batido a cabeça numa rocha e acabou se afogando. Eu nunca me perdoaria por ter insistido pra que ele entrasse no bote.
O enterro dele foi a pior parte da minha vida. Meus pais – principalmente minha mãe – me culpavam pela morte dele, eles nem precisavam ter esse trabalho, eu já me culpava por isso e não existiria castigo pior que nunca mais ver o brilho azul dos olhos do meu irmão, do meu herói.
A convivência com meus pais sem o Terry perto de mim ficou insustentável. Minha mãe não conversava mais comigo, meu pai mal trocava três palavras, ele se limitava a dizer ‘bom dia’, ‘boa tarde’ e ‘boa noite’.
Eu me sentia uma intrusa dentro da minha própria casa. Passava a maior parte do tempo no meu quarto, ouvindo musica ou lendo um livro, sempre almoçava e jantava sozinha. Na escola eu não tinha amigos, ninguém falava alto que meu irmão morreu por minha culpa, mas via as pessoas cochichando quando eu passava por elas.
A única pessoa que ficou do meu lado foi Mellanie, ela sempre foi apaixonada pelo Terry, e eu percebi que os dois estavam se aproximando no acampamento, mas os pais dela resolveram se mudar, eu não os julgo por essa decisão, Mell ficou muito mal depois da morte de Terry, e como tudo aqui a fazia lembrar dele, era realmente melhor partir. Quem dera eu pudesse fazer o mesmo.
Hoje faz dois anos que meu irmão se foi, eu finalmente me formei no colégio, agora eu posso sair desse lugar opressivo. Arrumei minhas malas, peguei todo o dinheiro que consegui juntar nesses dois anos, as chaves do carro do Terry e botei os pés na estrada.
Antes de partir passei em um lugar pra me despedir da única pessoa que realmente me amou na vida.
‘Oi maninho’ falei de frente pro tumulo do meu irmão.
‘Sinto saudades’ respirei fundo pra controlar as lágrimas.
‘Desculpa tá, mas eu não vou mais poder vir aqui te ver, eu to indo embora. Não da mais pra viver naquela casa, eu queria muito ficar lá, onde cada cantinho que me lembra você me dá um pouquinho da sua presença, mas a convivência com Violet não é das melhores. Eu sei que ela é nossa mãe, mas ela não se esforça em nutrir algum sentimento bom por mim, então o que eu posso fazer? Papai também não fala mais comigo, antes ele até dizia algumas poucas palavras, mas agora ele passou a me ignorar, como a Violet’.
Fiquei em silencio por alguns minutos, até que eu não consegui mais segurar as lágrimas e chorei.
‘Me perdoa Terry, eu não devia ter insistido pra que você entrasse naquele bote. Talvez se eu tivesse aceitado a sua companhia você ainda estivesse aqui, e eu não estaria me sentindo tão sozinha’. Sequei as lágrimas e fiquei mais alguns minutos em silencio, então eu vi que já estava escurecendo e eu tinha que pegar a estrada.
‘Eu tenho que ir, já ta ficando tarde e tem muito chão ainda pela frente. Eu não tenho certeza pra onde vou, a idéia que tenho agora é ir pro Canadá, lembra que nós planejávamos fazer isso? Entrar no carro e dirigir até o Canadá passando por toda costa oeste. Bom eu não tenho um carro, espero que não se importe por eu ter pego o seu, Violet vai pirar quando souber que o carro sumiu, ela faz questão de deixar suas coisas no mesmo lugar, ela diz que é pra quando você voltar você encontrar tudo do jeitinho que deixou. Eu queria tanto que ela estivesse certa, queria tanto que você voltasse’.
Me levantei do chão me preparando para despedir do meu querido irmão, pela segunda vez.
‘Terry, eu sinto sua falta. Tanto que chega doer’. Virei as costas e segui para o carro, o buraco que meu irmão deixou com sua partida doía, mas eu tinha que enfrentar essa dor e recomeçar em outro lugar. Terry seria sempre uma boa lembrança, um anjo que passou por minha vida e a fez ter algum sentido.
CAPITULO 2 - ANJO PROTETOR
Dois Anos Antes
POV – Terry
(N/A: Gente eu tive uma idéia maluca aqui agora, não ia ter Terry na fic não, ele ia ser só uma “citação”, mas enquanto eu escrevia o capitulo anterior, me veio a idéia de colocar Terry como um personagem constante na estória. Não vou falar muito não ou eu acabo contando mais do que devo, mas fiquem tranqüilas que no decorrer desse capitulo vocês vão entender. Bjux e enjoy it!)
Eu me sentia completamente desorientado, minha cabeça latejava e meu corpo parecia mais leve. Eu tentava me lembrar do que tinha acontecido, mas nada aparecia na minha cabeça, era como se minhas memórias tivessem sido apagadas.
Abri os olhos, mas a claridade intensa fez com que eles doessem e os fechei de novo. Tentei abri-los mais uma vez só que mais devagar, para que pudesse me acostumar com a claridade. A primeira coisa que vi foi o teto branco, desci os olhos pelas paredes também brancas, resolvi me sentar pra entender melhor onde eu estava.
Era um quarto todo branco, além da cama onde eu estava deitado, tinha também uma poltrona, que ficava do meu lado esquerdo. Eu não conhecia esse lugar, ou talvez conhecia, mas não conseguia me lembrar.
Forcei mais uma vez a minha memória, eu precisava saber o que estava acontecendo, onde eu estava, mas nada me vinha na cabeça, nenhuma uma lembrança, nada. Comecei a me desesperar, como pode uma pessoa não se lembrar de nada? Eu não podia ser alguém sem passado, deve ter alguém procurando por mim!
Ouvi uma leve batida na porta e um homem entrou. Ele era alto, tinha os cabelos grisalhos, olhos azuis e um sorriso no rosto. Assim que o vi fui invadido por uma onda de calma.
’Já acordado, filho’ ele me perguntou sereno ‘achei que você dormiria por mais tempo’.
’Onde é que eu estou?’ perguntei.
’Entre amigos’ ele veio até mim ainda sorrindo ’você deve estar bem confuso, não é mesmo?’
’Eu não consigo me lembrar de nada’. falei e o senhor abriu outro sorriso.
’Não se preocupe filho, isso é normal. Nós optamos por bloquear suas lembranças para que você não sofra muito’.
’Como assim você bloquearam minhas lembranças? Que tipo de lugar é esse? Quem são vocês?’ eu praticamente gritava.
’Calma, filho’ ele tentava me acalmar, eu sentia ondas de calma me invadindo, mas o desespero de não saber onde eu estava era maior.
Ele sussurrou algumas palavras que eu não entendi e em alguns segundos tinha mais duas pessoas no quarto, uma mulher que devia ter uns 40 e poucos anos e um rapaz de vinte e poucos anos. Ambos com sorrisos no rosto, mas que diabos tem com esse povo daqui? Eu aqui me desesperando por não saber onde estou ou quem sou e eles ficam ai sorrindo! A mulher se aproximou de mim, tentei me afastar, mas a cama não me dava muito espaço pra fugir, ela colocou a mão na minha cabeça e de repente tudo ficou escuro.
oOo
Abri os olhos pra dar de cara com o mesmo teto branco, eu não precisava olhar ao meu redor pra saber que estava no mesmo quarto, onde tinham aquelas pessoas malucas que ficam sorrindo o tempo todo.
‘Merda, achei que fosse só um sonho louco’ falei pra mim mesmo.
’Você vai entender tudo filho’ levei um susto quando ouvi a voz do senhor estranho. Me sentei na cama e vi ele na poltrona, lendo um livro.
’Agora eu posso saber onde é que eu estou?’ perguntei tentando manter a calma.
’Primeiro, você precisa saber sobre a sua vida’ ele sorriu vamos começar pela lembrança de alguém importante pra você. Assim que ele terminou de falar, vários flashes começaram a surgir na minha cabeça.
A primeira imagem era de um bebezinho lindo, com as bochechas rosadas, logo apareceu a imagem de uma garotinha, devia ter uns 10 anos, ela estava chorando tinha caído da bicicleta, a cena foi substituída por uma outra, uma jovem sorrindo.
... sussurrei é minha irmã, Rosana, onde ela está? então outra cena surgiu na minha cabeça.
Eu estava num bote numa corredeira, da onde eu estava eu podia ver sorrindo pra mim. De repente a correnteza ficou muito forte, o instrutor pedia pra que nós remássemos mais, mas não foi o suficiente, o bote virou. Eu afundei na água gelada, mas logo consegui voltar à superfície, vi que Mell não conseguia subir e a ajudei a se segurar no bote virado. Assim que vi que ela estava segura, eu me virei para me segurar também, mas uma dor forte atingiu minha perna.
A água estava muito fria, o que me fez ter uma câimbra. Tentei me segurar, mas a dor era muita, eu não conseguia suportar. Minhas mãos escorregaram e eu afundei de novo, me esforcei pra voltar pra superfície, mas na tentativa bati minha cabeça numa rocha e daí veio a escuridão. As lembranças acabaram, eu estava ofegante, como se eu tivesse revivido tudo aquilo.
O que... onde... respirei fundo onde eu estou?
Como disse antes, você está entre amigos o senhor respondeu.
Como eu posso estar entre amigos se eu nem mesmo conheço o senhor? perguntei irritado.
Você não conhece essa minha aparência, mas tenho certeza que reconheceria essa... eu devia estar sonhando, era a única explicação. Num mundo real esse senhor estranho não estaria se transformando no meu avô. Principalmente porque já fazem três anos que meu avô morreu. Espera ai...
’Eu...’ engoli seco ’eu morri?’ senti o desespero me consumir novamente.
’Você precisa se acalmar filho’ o senhor, que no momento era meu avô, tentou me acalmar ’vai ser mais difícil aceitar se você não ficar com a cabeça fria’.
’Então eu morri mesmo?’ perguntei mais uma vez.
’Sim filho, o seu corpo morreu, mas sua alma ainda está viva’ meu avô tentava me consolar.
’, eu preciso saber como ela está.’ falei me lembrando da minha irmã. ’Ela deve estar triste, e sozinha. Eu prometi que cuidaria dela sempre, nossos pais não conseguem demonstrar muito afeto por ela...’ eu falava rápido.
’Calma filho, você precisa se acalmar, está bem, está triste, é claro, mas ela está bem’.
’Eu preciso vê-la’ pedi.
’Infelizmente você não pode’ ele me respondeu.
'Você não entende? Ela não tem ninguém, eu não posso abandona-la assim, eu preciso protege-la!' eu insisti.
’E você vai, mas antes você precisa se preparar’ ele murmurou algumas palavras e um rapaz entrou no quarto, o mesmo que tinha chegado com a mulher que me fez dormir ‘Terry, esse é Patch (n/a ahhh gente, fala sério se tem céu e anjo nessa estória, eu não podia deixar o totozo do Patch de fora!), ele vai te mostrar nossa colônia e vai te ensinar o que você precisa saber pra ajudar sua irmã’. meu avô saiu do quarto, me deixando sozinho com Patch.
’Olá Terry, bem vindo à nossa colônia’. Patch abriu um sorriso e me estendeu a mão.
’Me desculpa a franqueza Patch’ respondi aceitando seu aperto de mão ’mas eu não estou muito feliz de estar aqui’. Patch riu.
’Eu imagino, muitos demoram a aceitar suas novas condições’.
’Não é muito fácil aceitar que estamos mortos’ falei me levantando.
’Talvez se você pensar diferente seja mais fácil’ olhei pra ele sem entender se você parar de pensar que morreu, e começar a pensar que renasceu, o que não é mentira’.
’Como assim eu renasci?’ perguntei.
’O seu corpo humano morreu, Terry, mas sua alma renasceu aqui no nosso plano’.
’Tá, seria fácil pensar assim, se eu não tivesse deixado minha irmã sozinha’.
’ é mais forte do que você imagina’. ele falou.
’Como você pode saber, você nem a conhece?’ rebati.
’É claro que a conheço’ ele me olhou sorrindo ’eu sou o anjo da guarde dela!’.
’E o que você faz aqui, e não ao lado dela a protegendo?’ perguntei irritado de novo. Que tipo de anjo da guarde é esse que sai e deixa sua protegida sozinha!
’Eu não preciso estar ao lado dela para a proteger, eu a ouço e a vejo de onde eu estiver, e no momento eu preciso estar aqui, pra treinar você’
’Certo, então vamos logo pra esse treinamento’ falei saindo do quarto.
Dias Atuais
Eu estava nervoso, já faziam dois anos – na contagem dos vivos – que eu estava aqui. Eu vigiava e me doía ver o quanto ela estava sofrendo, que ela estava a cada dia mais sozinha.
O pior dia foi quando Patch me mostrou o meu enterro, eu não via a cena ao vivo, pois na época eu ainda estava me adaptando aqui e meu avô, que é o meu mentor nesse plano, não deixou. Eu não o recrimino por isso, foi difícil ver quando eu já me sentia preparado, se eu tivesse assistido a cena antes, eu nunca teria aceitado a minha condição. Ver minha mãe acusar a de ter me deixado morrer foi horrível, pior ainda foi ver nos olhos da minha doce irmã a culpa que ela sentia.
Eu me sentia péssimo cada vez que a via chorando a noite, cada vez que eu via a indiferença da minha mãe com ela, e como meu pai se afastava da única filha a cada dia. Eu queria estar lá, queria abrigá-la nos meus braços e dizer que tudo ficaria bem, mas eu não podia.
Hoje eu estava autorizado a descer à Terra, eu poderia ficar perto da minha irmã, meu treinamento estava acabado e eu podia enfim cuidar dela.
Assim que eu e Patch “aterrisamos” eu a encontrei no cemitério, sentada de frente pro meu tumulo. Me aproximei dela, infelizmente eu não podia tocar nela, queria poder afugentar a tristeza que assolava o coração da minha irmãzinha.
‘Oi maninho’ ela falou. ‘sinto saudades’ eu via que ela queria controlar as lágrimas.
‘Desculpa tá, mas eu não vou mais poder vir aqui te ver, eu to indo embora. Não da mais pra viver naquela casa, eu queria muito ficar lá, onde cada cantinho que me lembra você me dá um pouquinho da sua presença, mas a convivência com Violet não é das melhores. Eu sei que ela é nossa mãe, mas ela não se esforça em nutrir algum sentimento bom por mim, então o que eu posso fazer? Papai também não fala mais comigo, antes ele até dizia algumas poucas palavras, mas agora ele passou a me ignorar, como a Violet’.
’Não se desculpa, eu vou estar com você, aonde você for eu respondi, mesmo sabendo que ela não me ouviria. Ela começou a chorar e aquilo me quebrou.
‘Me perdoa Terry, eu não devia ter insistido pra que você entrasse naquele bote. Talvez se eu tivesse aceitado a sua companhia você ainda estivesse aqui, e eu não estaria me sentindo tão sozinha’.
’Deus, , para de se culpar! Você não teve culpa nenhuma, era a minha hora, isso teria acontecido mesmo se eu estivesse dormindo!’ hoje eu conseguia entender, mas como eu faria que ela entendesse?
‘Eu tenho que ir, já ta ficando tarde e tem muito chão ainda pela frente. Eu não tenho certeza pra onde vou, a idéia que tenho agora é ir pro Canadá, lembra que nós planejávamos fazer isso? Entrar no carro e dirigir até o Canadá passando por toda costa oeste. Bom eu não tenho um carro, espero que não se importe por eu ter pego o seu, Violet vai pirar quando souber que o carro sumiu, ela faz questão de deixar suas coisas no mesmo lugar, ela diz que é pra quando você voltar você encontrar tudo do jeitinho que deixou. Eu queria tanto que ela estivesse certa, queria tanto que você voltasse’.
’Eu vou estar com você, sempre.' falei pra ela que já tinha se levantado.
‘Terry, eu sinto sua falta. Tanto que chega doer’
’Isso vai acabar maninha, eu prometo’. ela entrou no carro e partiu, eu não consegui sair do meu lugar, queria chorar, queria gritar, queria por pra fora a dor que estava me matando.. Era difícil demais ver a minha irmãzinha, aquela que sempre protegi e amei sofrendo, e na minha situação, nem minha vida eu poderia dar em troca de sua felicidade.
’Essa dor vai acabar no dia em que a dor dela tiver fim’ Patch falou do meu lado. ’Agora vamos, nós temos que voltar pra colônia’
’Como assim, eu não vou ficar com ela?'
'Você não prestou atenção no seu treinamento? Você pode vê-la, ouvi-la e senti-la de qualquer lugar, agora vamos.' nós levantamos e em segundos estávamos de volta à colônia.
CAPITULO 3 – O LOBO SOLITÁRIO
POV – Jacob Black
Estava bem difícil aceitar a decisão de Bella, era mais difícil ainda quando eu via a cria mal feita, aquela que quase matou Bella, e ainda tinha nome de mostro, Nessie. Engraçado, antes quando ela ficava quebrando as costelas de Bella todo mundo a achava um monstro, eles mal conseguiam se referir à criatura como “bebê” ou “criança”, eles sempre diziam “feto”, mas dava pra perceber a vontade que tinham de dizer “monstro”. Agora ta todo mundo lá babando na criatura, e eu posso com isso?
Eu tinha esperanças de lidar com a situação, afinal eles iam embora pra longe, eu nunca mais veria Bella e a família feliz dela, mas Charlie tinha que se meter na história, ele tinha que aparecer na mansão e a vidente tinha que estar fazendo compras em Paris. Cara eu fico me perguntando pra que servem os poderes deles se na hora que mais se precisa eles não fazem nada?
Pois é, Charlie chegou de surpresa – é incrível pegar oito vampiros de surpresa! – e viu Bella. Ele não sabe o que eles são, mas sabe que tem algo diferente com eles. Ta isso não é o pior, o pior é que ele aceitou, ou seja, os Cullen não vão embora tão cedo.
Grande merda, agora além de ter cada vez mais crianças se transformando, eu vou ser obrigado a conviver com a presença de Bella, e ver todo santo dia a escolha errada que ela fez. Será que é tão ruim assim ficar comigo? Sério, a vida se ela tivesse me escolhido seria tão mais simples, fácil como respirar.
Eu até cogitei a possibilidade de ir embora, mas meu velho não iria agüentar o meu abandono de novo. Billy não está tão saudável assim, fora que ele já enfrentou tantas coisas nessa vida, primeiro perdeu minha mãe, depois as gêmeas foram embora, ai ele perdeu o melhor amigo... não seria justo com ele se eu simplesmente partisse. O jeito era encarar.
(n/a O que estiver em negrito e itálico são pensamentos dos lobos)
’Hey Jake, pensando na vida? Seth perguntou se aproximando de onde eu estava fazendo ronda.
’E o que tem nessa minha vida pra ser pensado?’ rebati.
’Para de bobagem Jake, não reclama da vida. Você tem seu pai, suas irmãs seus amigos... ele tentou me consolar.
’Eu sei garoto, mas de que me adianta isso tudo se eu não tenho... ah deixa pra lá de que ia adiantar conversar com Seth? Ele era um dos que estava mais feliz com o fato dos Cullen não irem embora.
’Eu preferia que eles fossem, se isso fosse te deixar mais feliz’ ele resmungou ’Sabe, eles são meus amigos Jake, mas você é meu irmão, eu nunca os colocaria no seu lugar
’Eu sei moleque, também não trocaria a sua amizade.’ dei um sorriso de lobo pra ele.
’As duas comadres ai podem parar de tricotar que nós já chegamos pra substituir vocês isso tinha que vir de Paul.
’Certo Paul, eu vou indo, não vi meu pai o dia todo e ele não anda muito bem.’ deixei os três na clareira e voltei pra casa correndo.
Entrei em casa e encontrei meu pai dormindo na frente da TV. Esse velho ainda vai ter uma dor de coluna das brabas por ficar dormindo sentado.
’Hey pai, acorda’ chamei balançando de leve o ombro dele, mas ele nem se mexeu. Empurrei a cadeira pro quarto dele e o deitei na cama.
Desde que as gêmeas foram embora eu tive que cuidar do meu pai, eu não reclamo disso não, afinal nós nos tornamos grandes amigos, mas eu tinha que confessar, mesmo que só pra mim, que a minha mãe faz uma falta danada.
Eu não convivi muito com ela não, mas eu consigo me lembrar um pouco dela, das histórias que ela me contava dos bolinhos que ela fazia... talvez se ela estivesse aqui poderia me dar alguns conselhos, não que eu não goste de conversar com meu pai, mas é que ele sempre vem com a mesma história, de que tudo vai passar e Bella vai ser só uma lembrança.
Na verdade acho que o que eu realmente queria é um pouco de colo de mãe, queria não ter que me preocupar com as coisas por alguns minutos, quem sabe voltar a ser uma criança inocente que não precisa se preocupar com nada...
Voltei pra sala e me joguei no sofá, talvez assistindo algum filme essa depressão diminuísse. Os meus irmãos lobos tem razão, eu preciso mesmo de uma namorada, mas onde é que está a coragem de começar um relacionamento com alguém? E o medo de ser trocado como foi com Bella? E o medo de estar bem com uma pessoa e de repente virar pro lado e dar de cara com meu imprinting? Eu não quero fazer ninguém sofrer a dor que eu sofri com Bella.
Fiquei horas deitado no sofá tentando ver TV, mas minha cabeça não se concentrava em nada. Não sei exatamente quando, mas eu acabei dormindo.
Acordei numa clareira no meio da floresta. De duas uma ou era sonâmbulo ou eu estava sonhando, queria acreditar mais na segunda hipótese.
Fiquei sentado no chão por alguns instantes, observando as pequenas borboletas que voavam entre as flores. Se o Paul estivesse aqui ele com certeza ia falar que minha observação foi a coisa mais gay que ele já ouviu na vida. Eu ri com esse pensamento. Estava concentrado nos meus pensamentos quando ouvi alguém se aproximar, o vento trouxe seu perfume antes que eu me virasse pra ver quem era.
Era um cheiro bom de flores e floresta em dia de chuva. Não era vampiro, nem lobo, mas também não era humano. Fiquei tenso no mesmo instante, seria alguma outra criatura mística? Faria ela algum mal aos humanos?
’Calma filho, eu não farei nenhum mal, nem a você nem aos seus’ falou uma mulher, algo dentro de mim reconhecia aquela voz. Me virei devagar para acabar com essa agonia e ver quem era.
Assim que meus olhos encontraram a mulher eu tive certeza de que isso era um sonho, afinal de outra maneira a minha mãe estaria parada na minha frente?
‘Mãe? perguntei meio em duvida
‘Oi meu filho querido’ ela se aproximou de mim rápido e me abraçou. Eu reconheci esse abraço, eu o senti várias vezes quando eu estava com medo, quando eu me machucava. Só percebi que estava chorando quando senti as lágrimas quentes escorrerem no meu rosto ‘Ah meu menino, que falta eu senti de você!’
‘Também sinto sua falta mãe...’ falei entre lágrimas e soluços.
‘Você queria meu colo’ ela sorriu ‘Aqui estou...’ levantei meu rosto para encara-la.
‘Você veio porque eu pedi?’ perguntei.
‘Não exatamente, eu vim porque você precisava’ ela segurou meu rosto entre suas mãos e secou minhas lágrimas com os dedos ‘Filho, você precisa superar o que aconteceu entre você e Bella, eu sei que foi forte, foi grande, mas ela não era a sua alma perdida...’
‘A senhora diz meu imprinting?’
‘Sim...’
‘Eu acho que eu não vou sofrer imprinting, mãe falei fitando o chão ‘Eu não sou mais inteiro, meu coração não funciona direito mais, acho que não existe ninguém pra consertar a bagunça que está aqui dentro’ falei apontando meu peito.
‘Mas é claro que existe! Não desista da sua felicidade, meu filho... ela já vai chegar, você só precisa de um pouco mais de paciência’.
‘Não sei se consigo acreditar nisso’ falei ‘Não sei se quero acreditar’
‘Ah meu menino, você precisa acreditar! Confie em mim, ela está chegando. Ela vai te dar todo o amor e apoio que você precisa.’ ela deitou a minha cabeça no seu colo ‘Agora vem aqui, eu quero te dar um pouco de colinho de mãe’.
Deitei e ela começou a cantar a mesma musica que ela cantava quando eu era criança, não demorou muito e eu cai no sono, mais uma vez.
CAPITULO 4 - PÉ NA ESTRADA
POV –
Entrei no carro chorando muito, o buraco no meu peito doía, mas eu teria que aprender a viver com ele, eu tinha que me desligar dessa vida, tinha que deixar que Terry se tornasse apenas uma memória boa. Eu precisava recomeçar.
Dei partida no carro e segui viagem rumo ao Canadá. Coloquei um cd no som, e rezei para que essa lata velha funcionasse em todo caminho. Sorri ao me lembrar de quando Terry a comprou.
(Flashback on)
‘ corre aqui!’ – Terry gritou do jardim. Desci as escadas correndo, já imaginando o que podia ter acontecido.
‘ O que foi garoto?’ – perguntei abrindo a porta da sala. Parei no mesmo instante que meus olhos caíram num carro velho parado na entrada de carros. Terry estava ao lado do carro com um sorriso enorme, como se estivesse ao lado de uma Ferrari OKm vermelho reluzente. ‘O que é isso?’ – perguntei apontando pro carro, o sorriso de Terry murchou.
‘Isso pirralha é um Mustang GT500 de 1967’ – ele falou tentando parecer ser sério.
‘Você quer dizer que isso era um Mustang’ – falei dando ênfase no ‘era’.
‘Eu sei que ele está meio acabado...’ – ele tentou argumentar, eu apenas arqueei uma sobrancelha – ‘ta bom, ele ta muito acabado’ – nós rimos – ‘mas eu vou consertá-lo’.
‘Boa sorte’ – falei rindo.
‘Hei’ – ele me segurou – ‘você vai me ajudar, não vai?’
‘Eu não entendo nada de carros Terry’ – respondi.
‘Eu te ensino, é uma boa oportunidade pra você aprender!’ – ele fez a cara de cachorro pidão que sempre me convence das coisas.
‘Tá bom’ – falei me rendendo – ‘o que eu não faço por você, né...’
Nós dois ficamos uns bons dois meses, mexendo no carro, quer dizer, Terry ficou, porque por mais que ele me explicasse as coisas eu não entendia nada. Quando o ‘serviço’ foi terminado, ele estava radiante, eu me empolguei um pouco, mas pra mim aquele carro ainda era uma lata velha.
(Flashback off)
Dirigi até mais ou menos meia noite, queria continuar na estrada, mas o cansaço e a dor da saudade de Terry estavam me deixando fraca, continuar seria arriscado. Não pra mim, porque morrer em um acidente de carro pelo menos acabaria com essa dor e quem sabe me levaria pra perto do meu irmão, mas eu não podia ser egoísta a ponto de colocar em risco a vida de outra pessoa.
Parei em um motel na estrada, não faltava muito pra chegar a Sacramento, mas eu não sabia quando encontraria outro motel e nem se daria conta de dirigir até a cidade, preferi parar logo de uma vez. Parei o carro no estacionamento, peguei minhas malas e me dirigi à recepção.
Cheguei ao balcão e vi um rapaz com a cabeça deitada na mesa, provavelmente dormindo. Cutuquei de leve seu ombro e ele levantou assustado.
‘Olá’ falei com um sorriso amarelo no rosto ‘queria um quarto’.
‘Errr... sim, sim’ ele gaguejava ainda sonolento ‘Sozinha?’
‘Como?’ perguntei.
‘Perguntei se está sozinha, digo é um quarto pra uma pessoa só?’ ele respondeu impaciente batendo a caneta no caderno.
‘Ah sim, o quarto é só pra mim’.
‘ Não é muito seguro viajar sozinha à noite’ ele disse enquanto anotava algo no caderno.
‘Foi por isso que parei’ respondi seca, nunca gostei que as pessoas ficassem dando palpites no que eu faço.
‘Certo’ ele deu de ombros e me entregou um papel ‘Preencha aqui por favor’.
‘Tenho mesmo que fazer isso?’ eu não queria deixar informações minhas em lugar nenhum, não queria dar pistas pra que meus pais me encontrassem – se é que eles vão me procurar.
‘Sinto muito, mas tem’ ele falou sem paciência ‘são regras, caso você seja uma criminosa fugitiva e a policia bater na minha porta buscando informações, eu as terei’.
‘Mas eu não sou uma criminosa fugitiva’ respondi ignorando a desconfiança na voz dele.
‘Bom isso é o que você diz...’ ele novamente deu de ombros ‘e não adianta colocar dados falsos, porque eu vou checar seus documentos’ ele voltou seu olhar para o papel.
Preenchi todos os dados necessários, era isso ou dormir no carro e sinceramente, eu não estava nem um pouco animada com a idéia de passar frio lá fora.
‘Quarto 602, o pernoite custa 60 dólares’ ele falou depois que o entreguei o papel preenchido e ele conferiu meus dados nos meus documentos. Peguei as chaves que ele me entregou e fui direto para o quarto. Me sentia exausta e estava louca por um banho quente.
O quarto era bem simples, tinha uma cama de solteiro de frente para a porta, e dois criados mudos, um de cada lado da cama. Do lado esquerdo da cama tinha uma porta, onde provavelmente seria o banheiro. Ao lado da porta de entrada tinha uma cômoda pequena. A janela ficava do lado direito da cama.
Coloquei minha mochila na cama e fui até o banheiro, que também era bem simples e limpo. Liguei o chuveiro e peguei uma toalha na minha mochila, separando também uma calça de moleton e uma camisa de manga comprida. Tirei minha roupa e entrei embaixo do chuveiro. A água quente caia nas minhas costas, mas nem isso me fazia relaxar, eu me sentia fraca e sozinha.
Terminei o banho, vesti a roupa que havia separado e me deitei, talvez dormindo a dor da solidão fosse menor. Me lembrei de quando Terry me contava histórias pra dormir, ele sempre dava um jeito de nas histórias não existir lobos ou madrastas más, tudo era sempre feliz, ninguém queria machucar ninguém, todos eram amados. Talvez seja esse o problema, Terry nunca me ensinou a lidar com as coisas difíceis, ele sempre me mostrou o caminho fácil e feliz e agora eu tinha que me virar e lidar sozinha com os monstros do mundo real.
Fiquei pensando pelo que me pareceram horas, e nada do sono chegar, já estava impaciente, de que adiantou eu parar nesse lugar se não fosse pra dormir? Desisti de dormir, vesti minha jaqueta e peguei meu violão, cantar sempre me fez bem, sempre levou embora todas as dores e tristezas.
Sentei na cama e comecei a tocar uma musica que gostava muito e Terry cantava pra mim sempre que eu estava triste com a rejeição dos meus pais. Essa seria uma boa forma de me lembrar dele.
O tempo está passando,
bem mais rápido que eu.
E eu estou começando a me arrepender de não passá-lo com você.
E agora eu estou imaginando porque eu deixei isso preso dentro de mim
E eu estou começando a me arrepende de não ter contado isso pra você
Então se eu ainda não o fiz, eu tenho que deixar você saber.
Você nunca estará sozinha
A partir desse momento
Mesmo que você pense em desistir
Eu não vou deixa-la cair
Você nunca vai estar sozinha
Eu vou abraça-la até a dor passar.
E agora, enquanto eu puder
Estarei te segurando com ambas as mãos
Pois sempre acreditei
Que não há nada que eu precise a não ser você
Então, se eu ainda não o fiz,
Tenho que deixar você saber
Você nunca vai estar sozinha
De agora em diante
Mesmo que você pense em desistir
Não vou deixá-la cair
Quando toda a esperança tiver desaparecida
Eu sei que você pode continuar
Vamos ver o mundo sozinhos
Vou te abraçar até a dor passar
Ooooh!
Você tem que viver cada dia
Como se fosse o único
E se o amanhã nunca chegar?
Não o deixe escapar, poderia ser a nosso único dia
Você sabe que apenas começou
Cada dia, pode ser nosso único
E se o amanhã nunca chegar?
Amanhã nunca vai chegar?
O tempo, está passando
Muito mais rápido do que eu
Estou começando a me arrepender de não ter dito tudo para você
Você nunca vai estar sozinha
De agora em diante
Mesmo que você pense em desistir
Não vou deixá-la cair
Quando toda a esperança se for
Eu sei que você pode continuar
Vamos ver o mundo sozinhos
Vou te abraçar até a dor passar
Eu estarei lá de qualquer forma
Não vou desperdiçar mais nenhum dia
Eu estarei lá de qualquer forma
Não vou desperdiçar mais nenhum dia
Eu podia sentir as lágrimas molhando minha roupa, mesmo que eu não quisesse tinha uma pergunta que não saia da minha cabeça: “Por que Terry? Por que você não cumpriu sua promessa? Por que você me deixou sozinha?”
POV – Terry
Doia mais que tudo ver minha bonequinha sofrendo, foi sempre tudo o que eu tinha de mais importante, nada pra mim importava mais que sua felicidade e seu bem estar. E agora, vê-la sofrendo desse jeito.
‘Por favor, Patch, me deixa falar com ela!’ eu pedia pela milionésima vez. Se era difícil ver sofrer antes, agora que ela resolveu lembrar a musica que eu cantava pra ela, ficou pior.
‘Não Terry, você não pode interferir’ Patch negou mais uma vez o meu pedido ‘Ela tem que encontrar o caminho dela sozinha’.
‘Mas será que você não vê que do jeito que ela está, ela não vai encontrar nada? Ela não vê mais que a própria dor! E eu não vou interferir, eu só quero que ela saiba que eu estarei aqui com ela, e que eu ficarei por perto até que ela encontre a felicidade’.
‘Tudo bem Terry’ ele se rendeu ‘Além do mais, eu sei que se eu não permitir você vai encontrar uma maneira de fazer isso sozinho, então é melhor que eu esteja por perto’.
‘E quando é que nós vamos?’ eu estava ansioso pra falar com a minha irmãzinha.
‘Assim que ela dormir’
‘Mas como eu vou falar com ela se ela estiver dormindo?’ perguntei.
‘Em sonho’ ele respondeu como se fosse óbvio ‘você achou que iria simplesmente aparecer na frente dela e dizer Oi , eu morri, mas seu anjo de guarda permitiu que eu viesse aqui te ver e dizer um oi, a propósito, não se preocupe que eu vou ficar ao seu lado... Francamente não é Terry, em sonhos tudo é mais fácil, ela vai saber que não é real, mas mesmo assim vai se consolar com sua presença’
‘Ok, você tem razão’ falei e voltei a olhar pra onde estava, terminando de cantar os últimos versos da musica.
Você nunca vai estar sozinha
De agora em diante
Mesmo que você pense em desistir
Não vou deixá-la cair
Quando toda a esperança se for
Eu sei que você pode continuar
Vamos ver o mundo sozinhos
Vou te abraçar até a dor passar
Eu estarei lá de qualquer forma
Não vou desperdiçar mais nenhum dia
Eu estarei lá de qualquer forma
Não vou desperdiçar mais nenhum dia
oOo
Não demorou muito para que caísse no sono. Fiquei observando Patch, eu queria aprender a entrar no sonho das pessoas, não que eu queria xeretar no que eles estão pensando, eu só queria saber pra um caso de “emergência”.
Depois de recitar algumas palavras – que eu teria que aprender bem rápido – vi que nós não estávamos mais no quarto de motel que Nannah alugou. Estavamos num campo de lavandas, o perfume e a cor do lugar fazia tudo parecer mágico.
estava sentada no meio das lavandas, olhando para o céu. Me aproximei devagar e sentei ao seu lado.
‘O dia hoje está quente não é?’ falei fazendo que ela percebesse minha presença.
‘Eu sabia que você estaria aqui’ ela falou ‘Eu sabia que você voltaria’
‘Me desculpa , mas eu não posso ficar’ lamentei ‘Eu vim apenas pra te dizer que você não está sozinha. Eu estou aqui com você, o tempo todo, e mesmo sem poder fazer muito, eu irei te proteger, contra todo o mal.’
‘O que eu vou fazer agora Terry? Como vai ser sem você?’ ela me perguntou chorando
‘Eu vou continuar zelando por você, fazendo que você siga pelo caminho certo. E você, vai seguir sua vida,
vai buscar sua felicidade.’
‘Não dá pra ser feliz sozinha’ ela fez bico
‘É claro que não dá! Mas você não vai ficar sozinha pra sempre! Você vai encontrar um lugar legal e vai recomeçar sua vida’
‘Recomeçar com o que? Eu sai de casa com pouco dinheiro, não dá pra recomeçar nada e eu não vou voltar, nem vou pedir dinheiro pra Violet e pro Sr. Horward’
‘Você não precisa pedir nada pra mãe e pro pai. Olha, faz assim , vai pra uma cidade pequena, arruma um emprego lá, aluga um quarto e pronto, recomeça a vida. Um carro você já tem!’ fiz piada tentando deixa-la mais feliz.
‘Só você pra chamar aquela lata velha de carro” funcionou, pois ela riu ‘desculpa pegar ele ta?’
‘Que isso, , se você não o tivesse pegado, provavelmente ele tinha virado um item de decoração da sala da mãe.’
‘Violet deve estar possessa por eu ter pego o carro, ela desenvolveu uma obsessão por tudo o que era seu.’ Ela deu um riso tímido.
‘Para de chamar a mãe de Violet! Ela é sua mãe , sua mãe e vocês duas podem não enxergar, mas vocês precisam uma da outra’ ralhei com ela.
‘Ela não precisa de mim, ela precisa dela mesma, afinal, agora é só isso que importa, o umbigo dela.’ ela falou triste.
‘E você? Você não precisa dela?’ perguntei sabendo bem a resposta.
‘Isso não importa agora’ ela se virou para o outro lado, desviando os olhos dos meus ‘Será que nós podemos falar sobre outra coisa? Eu queria passar mais um tempinho com você, mas sem brigar’
‘É claro que podemos minha bonequinha’ puxei ela e deitei sua cabeça no meu colo. Fiquei horas alisando seu cabelo e cantarolando pra ela. ‘’ falei quando vi que ela estava aormecendo.
‘Hum?’
‘Vá para Forks’ sabia que Patch ia me matar por isso, mas eu precisava tentar ‘Você vai encontrar a felicidade e a paz lá...
‘Hum hum’ ela sussurrou e dormiu. Era hora de ir, se ela dormiu no sonho, significa que ela está acordando na vida real. Eu tinha dado o primeiro passo, agora era só esperar pra ver se entenderia.
CAPITULO 5 - RECOMEÇO, PERDA, DOR, VAZIO
POV – Jake
Acordei cedo, as lembranças do sonho com minha mãe estavam frescas na minha cabeça. Seria mesmo verdade que meu imprinting está chegando, ou era só meu cérebro rendendo às vontades do meu coração que tanto queria alguém pra me amar? Seja o que for, não vou ficar pensando nisso, não vale a pena sonhar tanto pra ser decepcionado depois.
Foi assim com Bella, quando o sanguessuga foi embora e a deixou frágil aqui, eu cuidei dela, fiz o que pude para curar seu coração partido, me enchi de esperanças e na primeira oportunidade ela correu pra ele, sem se preocupar que estaria colocando sua vida em risco. Grande merda.
Quer saber, eu tenho que parar de me preocupar tanto, tenho que começar a viver, deixar de apenas sobreviver. Eu não preciso de ninguém pra isso, basta eu mesmo. É isso ai, chega de ficar me martirizando pela Bella, ela fez sua escolha, escolheu ser uma fria pela eternidade, escolheu ver todos os que ela ama partirem e a deixarem aqui. Eu tinha que fazer uma escolha diferente e eu faria. Eu escolheria viver.
POV -
O sonho com Terry mexeu com minha cabeça. Será que eu deveria mesmo ir para Forks? E onde diabos fica Forks? Que história maluca é essa de que minha felicidade se encontra lá? Minha felicidade... há quanto tempo eu não me sentia feliz? Sei lá, desde que o Terry se foi talvez... Acho que a ultima vez que me lembro de ter sido feliz de verdade foi na companhia do meu irmão.
Eu devia era deixar o Terry descansar, pensei. Eu devia parar de ficar me lamentando e chorando a partida dele. Não que isso não esteja doendo, é claro que dói, dói muito, mas eu preciso me livrar disso, manter Terry apenas como uma lembrança boa.
Minha vida na Califórnia não foi fácil, eu não tinha amigos, meus pais não ligavam pra mim, nenhum garoto se interessava em mim, em me chamar pra sair. Mas isso foi lá, quem sabe em um lugar diferente, onde ninguém me conheça as coisas não são diferentes?
Juntei minhas coisas decidida a recomeçar. Eu precisava viver. E se Terry me disse que seria bom me mudar pra Forks, então eu iria pra Forks. Entrei no carro e dirigi rumo à minha nova vida. Lá eu conseguiria um emprego e alugaria um quartinho. Estava muito bom para um recomeço.
oOo
Três dias depois
POV – (letra normal) / Jake (Itálico)
()
Faltava pouco pra chegar em Forks (n/a: não me batam, eu não faço idéia de quanto leva uma viagem de carro entre Los Angeles e Forks!) mas por alguma razão uma angustia tomava conta do meu peito, como se algo me chamasse, eu sentia que precisava estar lá logo. Algo ou alguém precisava de mim.
(Jake)
Acordei melhor, me sentia como um viciado em recuperação, vivendo um dia de cada vez. Bom eu me sentia assim, eu era um viciado em Bella, e cada dia que passava sem sofrer e sem pensar nela era uma vitoria.
As coisas em La Push estavam mais calmas, sem vampiros, sem perigos. Tudo na mais perfeita ordem.
Um uivo soou vindo da floresta, era um som agoniado. Cedo demais pra se gabar de um dia tranqüilo.
Corri pra floresta, me transformando no caminho. ‘Qual o problema Embry?’ perguntei em pensamentos.
‘Vampiro Jake’ ele respondeu da mesma forma mas com uma tristeza notável na voz‘ e parece que teve uma vitima’.
‘Alguém conhecido?’ perguntei
‘O vampiro nós não sabemos ainda, mas parece que a vitima é conhecida...’ ele parecia que ia chorar a qualquer momento.
‘Quem?’ perguntei, mas no fundo eu não queria saber a resposta. Se era alguém que eu conhecia eu com certeza irira sentir a perda.
‘Melhor você ir lá...’ o tom de voz dele ficou ainda mais triste e sombrio.
()
As árvores passavam como um borrão por mim, eu queria correr mais, mas a porcaria do carro não andava depressa o suficiente.
Que agonia toda era essa? Quem ou o que estaria chamando pro mim? Porque eu sentia claramente um chamado. Não uma voz me chamando, mas como se um coração estivesse gritando pelo meu.
- Meu Deus, o que está acontecendo comigo? Por que eu me sinto assim? – eu perguntava pra mim mesma.
(Jake)
Corri com todas as minhas forças na direção em que Embry me indicava, mas eu não estava preparado para a cena que vi. Nunca na minha vida eu imaginaria ver isso, nem no meu pior pesadelo.
Travei minha corrida no instante em que vi seu corpo caído no chão. Sua pele até ontem bronzeada estava pálida. As duas pequenas marcas no seu pescoço me indicavam que não havia uma única gota de sangue no seu corpo.
Só senti que estava na minha forma humana quando Embry puxou minha bermuda da minha perna e me entregou. Vesti no automático, eu ainda esperava acordar desse pesadelo. Mas eu não acordaria, isso era real, algum sanguessiga maldito tirou de mim a única coisa que ainda me restava. Ele levou embora o meu herói.
- Nós vamos encontra-lo Jake – Jared falou com os olhos vermelhos de tanto chorar – nós vamos achar o desgraçado que fez isso.
- Você precisa ser forte irmão – Paul falou batendo no meu ombro – eu sei que deve ser difícil.
Eu ainda estava em choque, caminhei lentamente até chegar a ele, talvez nós estivéssemos enganados, talvez não fosse ele. Mas não, era ele mesmo, era o meu pai ali, sem vida. Cai de joelhos no chão ao lado dele, chorando compulsivamente e puxei seu corpo para o meu colo.
Por que eu tinha que ser tão castigado? Por que me tirar tudo o que eu tinha de mais valioso. Por que não levar a merda da minha vida que não vale porra nenhuma? Por que meu pai? Será que Deus não via que não seria eu o único a sofrer? Tinha a Rach, a Becky, os lobos, os quileutes, Charlie...
Eu queria praguejar, queria reclamar, xingar, bater em alguma coisa, mas só uma coisa saiu da minha garganta.
- AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
()
Estava quase chegando quando ouvi um grito desesperado. Freei o carro fazendo uma fumaça preta sair debaixo dos pneus. Meu coração pulava dentro do peito. Dor, uma dor imensa, como se algo dentro de mim estivesse se quebrando.
Esse grito, era ele que me chamava, ele sofria e precisava de mim. Voltei a acelerar meu carro, eu precisava chegar logo, precisava arrancar a dor do peito dele para que a minha também fosse embora.
N/A: Desculpa gente, eu sou má... eu matei o Billy... Chorei aqui com isso mas a hitória precisava disso... to fazendo o Jake sofrer horrores também né? Descuuuuulpa! Mas ele logo logo vai ser BEM feliz! Eu prometo! Deixem comentários, ok? Bjo!
CAPITULO 6 – DESENCONTROS E DESPEDIDAS
( )
Eu dirigia sem nem mesmo prestar atenção na estrada, minha atenção estava voltada pra agonia que eu sentia no meu peito. Eu sentia que ele precisava de mim, eu corria para encontra-lo, embora não soubesse como.
Parei o carro no acostamento e desci. Eu não podia continuar dirigindo assim, eu não tinha condições, provavelmente eu iria causar um acidente. Uma chuva fina que caia molhava meu rosto e minha roupa, mas eu não me importava.
Parei para observar a paisagem, era tudo muito lindo. Havia verde por todos os lados, e apesar de ter vivido a vida toda num lugar onde tudo era colorido, esse verde todo me encantava. Talvez fosse isso, aqui era diferente, o que significava uma vida nova.
Comecei andar por entre as árvores – tomando cuidado para não me embrenhar demais e acabar me perdendo – a chuva fina já estava mais forte, minha roupa estava ensopada e eu começava a sentir frio. Pensei em voltar, mas ao mesmo tempo uma vontade enorme de seguir pra mais dentro da floresta gritava dentro de mim. Novamente o sentimento de que alguém me chamava. Era ele de novo, eu sabia, eu sentia, como? Não me perguntem.
Ignorando completamente meu instinto de auto preservação eu segui pra cada vez mais dentro da floresta. Meu coração batia descompassado. Era medo do que poderia acontecer, medo de estar sozinha nessa floresta, ansiedade de encontrar esse ‘alguém’ que precisa tanto de mim.
A chuva persistia forte, junto a ela o frio me atingia, mas eu não desistiria eu sentia que precisava seguir meu coração, e nesse momento ele queria encontrar quem precisava de mim.
Depois de tropeçar em raízes, subir barrancos cheguei em uma clareira. Meu coração pulava no peito como se a qualquer momento ele fosse sair correndo pela minha boca.
Fiquei um tempo parada, apenas observando a paisagem. Era um lugar bonito. Caminhei até o centro da clareira, ainda sentia como se alguém gritasse pela minha ajuda, mas eu me limitei a ficar ali sentada, deixando a chuva cair sobre mim.
Ouça (ouça), ouça (ouça)
Ouça cada gota da chuva
Sussurrando segredos em vão
Fascinantemente procurando por alguém para ouvir
Sua história, antes que caiam no chão.
(Jacob)
Senti que alguém se aproximava, provavelmente Leah ou algum dos outros lobo que queriam me levar pro lugar onde eu nunca queria estar. Eu não queria ver meu pai num caixão, eu queria me lembrar dele como ele sempre foi, alegre e cheio de vida.
Resolvi fugir dali. Rapidamente tirei minha bermuda, amarrei na perna e corri, em segundos já estava na minha forma de lobo. Eu iria voltar, afinal a Rach precisaria de mim, mas não agora, agora eu precisava de um tempo pra mim.
()
Estava sentada na grama a não sei quanto tempo quando ouvi uma voz atrás de mim.
- Precisa de ajuda? – um rapaz grande de pele avermelhada e cabelos curtos me perguntou.
- Talvez – respondi – Eu... estava dirigindo, e resolvi parar um pouco... – resolvi não falar a verdade, pois ele com certeza me acharia uma louca – ai eu vim andando e cheguei aqui. Agora eu não sei como voltar.
- Mas nós estamos muito longe da estrada, e aqui não é seguro... – ele falou – você não devia ter se arriscado tanto.
- É eu sei – falei sem graça – mas você também não devia estar aqui...
- Eu sou daqui – ele deu um sorriso fraco – conheço essa floresta melhor que ninguém. Ando por aqui desde criança... Vamos – ele me ajudou a levantar – você tem que voltar. Onde você parou o carro?
- Não faço idéia – respondi.
- Vamos ver o que posso fazer então. A propósito, sou Seth Clearwater. – ele esticou a mão me cumprimentando.
- Howard. – apertei a mão dele – uau que mão quente.
- A sua é que está muito fria – ele falou colocando a mão no bolso.
Andamos uma parte do caminho em silencio, até que Seth resolveu falar.
- Então ...
- – o interrompi.
- Como?
- Pode me chamar de .
- Ah sim, então , você está de passagem? Por que eu vejo que você não é daqui.
- Na verdade estava pensando em ficar – falei – ouvi falar que Forks é um lugar tranqüilo e pensei em passar uns tempos por aqui...
- Você é de onde? – ele perguntou.
- Califórnia.
- E você quer trocar o sol da California por um lugar onde chove a maior parte do ano?
- Algo me diz que eu serei mais feliz aqui que lá. – ele me olhou com as sobrancelhas juntas.
- Corajosa.
- Você sabe de algum lugar onde eu possa ficar? – perguntei – tipo um quarto pra alugar e um lugar onde estejam precisando de alguém pra trabalhar...
- Por que algo me diz que você está fugindo? – ele perguntou.
- Eu não estou fugindo – falei – não exatamente. Olha eu sou maior de idade ok? Então eu posso viajar por ai sem precisar de autorização. Também não fiz nada de ilegal. Eu só estava cansada da minha vida na California e resolvi tentar algo novo.
- Ok, ok – ele levantou as mãos – eu não quis ofender.
- Você conhece algum lugar pra eu ficar ou não?
- Em Forks, não. Eu não sou de lá. Sou de La Push, uma reserva indígena que fica próximo a Forks.
- E nesse lugar, La Push. Tem algo pra mim lá?
- Emprego sempre tem... – ele falou – acho que tem uma lanchonete precisando de alguém...
- Serve! –falei já me sentindo animada.
- Agora lugar pra ficar... – pronto a animação foi por água abaixo – posso ver com minha mãe se ela sabe de alguma coisa. Mas hoje vai ser bem difícil.
- Por que? – perguntei.
- Um dos nossos conselheiros faleceu. – ele falou triste.
- Puxa eu sinto muito – falei.
- Obrigado – ele deu um sorriso leve – E como minha mãe também era uma das conselheiras, ela vai estar bem ocupada.
- Acho que você pode ficar na minha casa até tudo se acalmar...
- Isso é sério? – perguntei – mas você nem me conhece!
- Você não tem cara de assaltante, nem de maníaca... – ele riu – se fosse já teria feito algum mal pra mim, afinal estamos há um bom tempo caminhando sozinhos nessa floresta.
Chegamos no meu carro e eu me virei para agradece-lo e perguntar como eu fazia pra chegar em La Push. Mas eu me deparei com Seth olhando pra lata velha de Terry como se estivesse olhando pra Mona Lisa de Da Vinci.
- Esse é seu carro? – ele perguntou.
- É... – dei de ombros – na verdade essa lata velha era do meu irmão.
- Como assim lata velha! – ele gritou – isso não é jeito de tratar um Mustang GT500! De que ano deve ser... – ele falou pra ele mesmo.
- 1967. – respondi – fala sério Seth, o que vocês vêem de tão incrível nesse museu?
- Tudo! Cara o Jake ficaria louco se visse esse carro.
- Quem é Jake? – perguntei.
- Um amigo meu, ele é louco por carros. Um ótimo mecânico também.
- Humm bom saber. Essa geringonça precisa de um profissional. Não sei como tive coragem de fazer uma viagem tão longa com um carro consertado por Terry...
- Terry é o seu irmão? – Seth perguntou, fiz que sim com a cabeça – e cadê ele?
- Morreu há dois anos. – senti meu peito apertar.
- Oh sinto muito.
- Tudo bem. – dei um sorriso fraco – então vamos?
- Vamos. – ele falou – se importa se eu dirigir? Fica mais fácil que te explicar como chegar em La Push.
- De maneira nenhum, eu preciso mesmo de um descanso do volante – joguei as chaves pra ele, que aparou no ar – uhhh bom reflexo!
- Obrigado. – entramos no carro e partimos rumo a La Push. Algo dentro de mim sentia que isso era o certo a fazer.
(Jake)
Tentei fugir, mas meu lado lobo sabia que isso não era o certo, eu precisava estar presenta na despedida do meu pai. Eu precisava ser um guerreiro agora, um exemplo para os meus irmãos lobos.
Engoli a dor e mudei o curso, segui em direção à minha casa. Cheguei lá e encontrei Rach aos prantos.
- Por que ele Jake? Por que o pai? – ela perguntava entre lágrimas.
- Eu não sei Rach, mas eu vou pegar o desgraçado que fez isso – prometi – eu vou fazer isso.
- Eu não vou conseguir me despedir dele – ela falava – eu não quero dizer adeus.
- Mas nós não precisamos dizer adeus – falei – ele vai estar sempre aqui com a gente.
- Está na hora Jake – Paul entrou na minha casa – estão esperando vocês.
- Eu só vou tomar um banho e já saio – falei entregando Rachel pra Paul – cuida dela – sussurrei pra ele e ouvi um ‘deixa comigo’.
Entrei no banho e não demorei muito. Vesti uma roupa qualquer e sai. Paul e Rachel já não estavam mais em casa.
Encontrei Leah no caminho. Ela estava triste, tinha muito da perda do meu pai, mas eu sabia que a maior parte da tristeza dela era por causa das lembranças que esse dia traziam. A morte de Harry, pai dela.
- Mandei o Seth ir atrás de você. – ela falou andando ao meu lado.
- É eu ouvi ele se aproximando e corri – falei olhando pro chão – eu não queria estar aqui, mas meu lado guerreiro acabou falando mais alto.
- Você é mais forte do que imagina Jake. Nós nos orgulhamos disso.
- Obrigado Leah.
Chegamos na capela, onde todos estavam. Assim que entrei o velho Quil começou a falar.
- ‘A minha missão aqui hoje, não é simples. Sou sempre o responsável por dizer as palavras certas nas cerimônias quileutes, mas hoje não existem palavras certas...
Não existem palavras boas o suficiente para dizer adeus ao nosso líder, ao nosso amigo, ao homem mais correto e justo que esse conselho já teve.
Billy Black foi um exemplo para todos nós, ele superou dificuldades e resolveu problemas sempre carregando um sorriso sincero nos lábios. Ele cuidou e criou sozinho os três filhos, fazendo deles pessoas de bem.
Sempre nos lembraremos do nosso guerreiro, sempre o traremos no coração.
A razão porque a despedida nos dói tanto é que nossas almas estão ligadas. Talvez sempre tenham sido e sempre serão. Talvez nós tenhamos vivido mil vidas antes desta e em cada uma delas nós nos encontramos. E talvez a cada vez tenhamos sido forçados a nos separar pelos mesmos motivos. Isso significa que este adeus é ai mesmo tempo um adeus pelos últimos dez mil anos e um prelúdio do que virá.’ (n/a: Esse ultimo parágrafo é de Nicholas Sparks em Diario de uma paixão)
Ele terminou de falar e as mulheres da tribo começaram a canção de despedida. Era uma musica triste, mas que tocava nossos corações fazendo com que um pouco de Billy Black se instaurasse em nós.
Uma a uma as pessoas foram se aproximando do caixão onde meu pai estava e fazendo as suas despedidas. Charlie, Sue, a Sra Uley, até mesmo Bella e os Cullen estavam aqui, esse era um dia onde inimigos se tornaram companheiros. Era a despedida de um líder. Tentei ser forte, mas quando chegou minha vez, as lágrimas me venceram.
- Vou sentir sua falta meu velho – falei baixo – e das suas broncas, e da sua bagunça também. Eu queria fugir pai. Sumir daqui e de toda essa dor, mas eu sei que isso não iria te orgulhar, isso seria fraco. Então eu vou ficar. Eu vou cuidar da Rach, vou cuidar do nosso povo, vou ser o guerreiro que você sempre esperou que eu fosse. Eu te prometo pai.
Me afastei do meu pai, eu iria fazer tudo o que eu disse. Essa era a hora de eu deixar de ser criança e assumir a posição de homem que me foi designada.
Seguimos até o cemitério. Sam, Paul, Jared, Embry, Quil e Seth carregavam o caixão junto comigo. A chuva cai sobre nós, como se ela se identificasse com a nossa tristeza.
Por favor, não vá embora
Podemos ficar por enquanto?
É tão dificil dizer adeus
Ouça a chuva
Ouça, ouça,ouça,ouça,ouça,ouça a chuva
Pingando
Ouça (ouça), ouça (ouça)
()
De longe eu via as pessoas caminhando em direção ao que devia ser o cemitério. Esse homem, Billy Black, como Seth havia me dito que ele chamava, devia ser muito importante mesmo, praticamente a reserva inteira estava lá e todos muito tristes. Foi impossível não me emocionar com a cena e não me lembrar do dia em que me despedi de Terry.
Seth me disse que Billy tinha três filhos, duas garotas e um rapaz. Uma das garotas não estaria aqui, ela mora no Havaí e não chegaria a tempo. Esse dia não deve estar sendo fácil para os dois que estão aqui, despedir-se de alguém que amamos é algo muito doloroso.
Observando as pessoas, meus olhos pararam num rapaz – muito parecido com Seth – que estava ao lado do caixão. Ele tinha as feições muito tristes, mais triste que a de qualquer outro que estava ali, mas mesmo nessa tristeza ele tentava demonstrar força. Provavelmente ele era o filho do Sr Black.
Meus olhos não conseguiam desgrudar dele, era como se um imã os atraísse naquela direção. De repente, a voz que gritava por ajuda dentro de mim se silenciou. A imagem de Terry sorridente surgiu na minha cabeça. Eu podia ouvi-lo dizer que estava feliz com minha decisão, que aqui era meu lugar.
Estive sozinha na tempestade
De repente, doce, palavras ganham forma
"Rápido", elas dizem "Porquê você não tem muito tempo"
Abra seus olhos para o amor a sua volta
Você pode achar que esta sozinho
Mas eu ainda estou aqui com você
Você pode fazer tudo o que sonha
Apenas lembre-se de ouvir a chuva
Ouça
(Listen to the rain – Evanescence)
Algo grande me esperava aqui, eu podia sentir e eu sabia que era isso que Terry queria.
n/a: Gente eu nem sei se esse capitulo ficou bom. Eu não consegui reler, fiquei com medo de não gostar, ou dele não ter ficado como imgainei e acabar não mandando, o que eu sei iria deixar todas vocês muito tristes. Então se ele não estiver muito legal, Sorry, mas eu fiz com carinho... To amando escrever essa fic, às vezes eu posso me empolgar demais, então se eu começar a fugir do foco principal, me avisem!. Beijos e deixem coments!
CAPITULO 7 – HAWAII
POV – Jacob
Voltei pra casa sem a menor coragem, eu não queria imaginar a sensação de entrar lá e não ser recebido pelo meu pai. No caminho Rach e eu decidimos fazer uma viagem até o Hawaii, era muito difícil pra Becky vir pra La Push, então nós iríamos até lá conforta-la pela perda do nosso pai. 
Entrei em casa sentindo um vazio no peito, seria assim a partir de agora, vazio. Fui direto para o meu quarto, arrumar algumas coisas para levar, nós embarcaríamos para o Hawaii amanhã cedo. 
- Jake – Rachel falou da porta – vem comer, eu fiz sanduíche. 
- Obrigado Rach – falei – mas não estou com fome. 
- Um lobo sem fome – ela entrou no quarto parando ao meu lado – essa é nova. – ela me ajudou a escolher algumas camisas – eu sei que dói, está doendo em mim também, mas nós temos que ser fortes. 
Ficamos em silencio um tempo, Rach me ajudou a arrumar minhas coisas na mochila. 
- Vamos comer antes que Paul acabe com tudo – falei fazendo-a sorrir um pouco. 
Depois de lanchar nós ficamos na sala, acertando os últimos detalhes da viagem. Paul já tinha comprado as 
passagens, o vôo sairia às sete da manhã, e Rachel já tinha ligado avisando Becky. 
Deixei os dois na sala e fui caminhar um pouco na praia, eu precisava respirar. Sentei na areia e fiquei fitando o mar. Senti uma presença perto de mim e me virei, vendo que era Leah. 
- E ai chefe – ela falou fazendo graça – como estão os preparativos pra viagem? 
- Já ta tudo pronto – falei sem tirar os olhos do mar – Paul já comprou as passagens. Eu vou estar sempre me transformando Leah, pra saber como andam as coisas por aqui. 
- Nós damos conta de cuidar de tudo Jake – ela falou revirando os olhos – uma semana sem você não vai doer. Vai ser até bom, você é um chefe muito chato! 
- Você preferia o Sam? – brinquei, ela fez uma careta e nós rimos – eu sei que vocês dão conta, mas eu quero ficar inteirado do que ta acontecendo por aqui. 
- Ele não vai aparecer por aqui tão cedo Jake – ela falou e eu sabia que ela se referia ao vampiro que matou meu pai – mas se ele aparecer, nós vamos dar um jeito nele. Billy era importante para todos os lobos, todos nós queremos nos vingar. 
- Obrigado – falei me levantando – eu já vou indo, tenho que dormir. 
- É eu também vou, tenho que cobrir o Seth em casa – ela falou bufando. 
- Cobrir o Seth? – perguntei juntando as sobrancelhas – Desde quando ele precisa fazer a ronda escondido da Sue? 
- Não vou cobri-lo pra mamãe – ela falou entediada – é pra hospede que ele arranjou – fiz cara de quem não estava entendendo nada – Ele encontrou uma garota na campina onde seu pai foi atacado, quando ele foi te procurar, ai ele a ajudou a voltar pro carro dela que tava na estrada e acabou descobrindo que ela estava procurando emprego e um lugar pra morar. Ai o desmiolado do meu irmão ofereceu a nossa casa e a mamãe ainda me fez o favor de ‘se apaixonar’ pela garota. É  pra cá  pra lá... 
- Háháhá – eu ri – Leah, você ta com ciúmes! 
- Ta louco garoto! – ela me deu um tapa na cabeça – olha o respeito, você pode ser meu alpha, mas ainda é mais novo que eu! Eu não to com ciúme, só que parece que eu sou a única que vê que não é legal ter essa garota tão perto do nosso segredo. 
- Vocês são espertos, vão dar conta de driblar ela – falei me afastando – só manda ela tomar cuidado com o Embry! 
Ouvi Leah rindo e segui pra casa. Entrei direto pro quarto e me joguei na cama, eu precisava dormir pra ver se a dor no meu peito diminuía. 
Sonhei que eu estava na campina, meu pai estava lá também, mas ele não estava caído no chão como da ultima vez que o vi, ele estava de pé. Isso mesmo de pé, sem cadeira de rodas. Ele estava de costas  pra mim, foi impossível segurar o grito. 
- Pai! – falei e ele se virou pra mim abrindo os braços. Como se fosse um menino de oito anos, eu corri pros braços dele
- Calma filho – meu pai falava enquanto eu tentava controlar o choro – hey para de chorar, eu não tenho muito tempo. 
- Como assim? – perguntei o encarando – isso aqui é um sonho, não é? 
- Mais ou menos – ele sorriu – se acalma e me escuta filho. 
Nós nos sentamos no tronco de uma árvore caída. 
- Eu fiquei muito orgulhoso das palavras que você me falou, filho – ele disse com lágrimas nos olhos – mas tinha algo errado naquelas palavras. 
Eu olhei pro chão, envergonhado por não ter dito a coisa certa. 
- Você sempre foi um guerreiro. Nunca divide disso – ele sorriu – mas não era só isso que eu tinha pra te falar. Eu quero te pedir pra não ir atrás do que me tirou a vida. 
-Desculpa pai – eu o interrompi – mas não sei se poderei fazer isso. Eu quero, eu preciso me vingar dele. Aquela coisa não pode continuar viva por ai, matando gente inocente. 
- Jacob – meu pai falou alto e forte, como uma voz de alpha – eu não quero que você vá atrás dele. Se ele aparecer nas nossas terras de novo, ai sim você deve proteger o nosso povo, mas não o procure filho. Me escute mais uma vez. 
- Tudo bem pai – falei já com um pedido de desculpas no coração, pois eu não desistiria de encontrar o sanguessuga desgraçado. 
- Eu quero que você prometa – ele foi firme – que jure pelos guerreiros ancestrais. Que jure pelo sobrenome Black! 
- Eu não posso pai – falei fitando o chão – eu não vou ter paz se não matar o miserável que fez isso com você! 
- E eu não vou ter paz se você estiver correndo o mundo atrás de um vampiro, deixando nosso povo desprotegido! 
- Nosso povo não vai estar desprotegido, os outros lobos vão estar em La Push. 
- E quem vai estar lá pra liderar os outros lobos? – ele me olhou sério eu vi toda a sabedoria quileute nos olhos dele – eles vão ficar perdidos sem um alpha. 
Nós ficamos em silencio um tempo. Eu ouvi um farfalhar de tecido roçando nas folhas atrás de mim e me virei, vendo minha mãe caminhar na nossa direção sorrindo . ela se sentou próxima ao meu pai, escorando a cabeça na perna dele. 
- Eu estou em paz, você pode ver? – meu pai falou alisando o cabelo da minha mãe, eu vi a alegria nos olhos dele – eu senti muita dor em deixar você e principalmente suas irmãs, mas encontrei a paz e alegria quando soube que teria minha Sarah de volta. 
Eles trocaram um olhar cúmplice e apaixonado. 
- Eu sei que você pode proteger a Rachel e a Rebecca – meu pai falou
- E eu sei quem vai cuidar de você – minha mãe falou se levantando e sentando ao meu lado – ela está perto filho, você precisa se cuidar para encontra-la. Se você sair pelo mundo atrás de vingança, vocês vão se desencontrar, seu coração vai continuar ferido, o coração dela vai continuar sozinho... 
- Escute sua mãe filho – meu pai falou e sorriu para minha mãe – ela sabe o que diz. 
- Tudo bem – falei vencido – eu não vou atrás da aberração. 
- Nós ficamos mais tranqüilos assim – meu pai falou me abraçando – mas nós vamos continuar cuidando de vocês, na medida do possível. 
- Quando eu vou conhece-la mãe? – perguntei sentindo a ansiedade em saber logo quem era a ‘minha prometida’. 
- Logo – ela respondeu me dando um beijo na testa. 
- E como eu vou saber que é ela? – perguntei. 
- Você verá nos olhos dela – ela se levantou e estendeu a mão para o meu pai – mas você verá isso na hora certa. Agora, é hora de nós partirmos filho. 
Abaixei a cabeça tentando não chorar. 
- Eu me orgulho de você, Jake – meu pai falou se abaixando na minha frente – eu sempre me orgulhei de você, da sua coragem, da sua bravura, mas principalmente, do seu caráter. Você é um homem bom filho e tem que continuar assim. Não deixe a raiva e a sede de vingança estragarem isso. 
- Eu não vou deixar – falei me levantando e recebendo um abraço do meu pai – não vou te decepcionar pai. 
- Eu sei que não – eles se afastaram e sumiram por entre as árvores. Fiquei mais um tempo sentado pensando em tudo o que aconteceu. 
Acordei com o cheiro do café da manhã de Rachel e o som da minha barriga roncando. Levantei e olhei as horas, 5 da manhã, era hora de arrumar tudo para irmos ao Hawaii
Cheguei na cozinha e encontrei Paul e Rachel arrumando a mesa. 
- Achei que eu nunca viveria pra ver essa cena – fiz piada – Rach, você devia ganhar um premio por conseguir domar o Paul! 
- O amor faz essas coisas – Rachel respondeu rindo e colocando panquecas na mesa. 
- Se for pra ficar fazendo piadinha às minhas custas, da próxima vez eu te acordo com um banho de água fria – Paul falou enquanto enchia a xícara de café. 
Eu me sentei e tomei café com eles, não demorou muito e a cozinha já estava cheia de esfomeados – vulgo lobos – que vieram com a desculpa de que iam se despedir. 
- Vocês querem é filar café da manhã seus tratantes – falei rindo da cara deles. 
- Você tem que entender Jake – Seth falou com a boca cheia – que a Emily perdeu a função de  cuidar da gente quando você reivindicou o posto de alpha. E como você não tem namorada, nem é casado, a função agora é da Rachel! 
- Função da Rach uma ova! – Paul falou dando um pedala nele – a única pessoa que a Rach tem que alimentar sou eu, seu futuro marido. 
Todos começaram a rir, menos eu. 
- Hey – gritei jogando um pedaço de pão na cabeça de Paul – Que historia é essa de futuro marido? 
- O que é? – ele me olhou com as sobrancelhas arqueadas – Até parece que você sabia que não ia dar nisso! 
- Tá mas eu acho que você devia ter me  comunicado antes – falei fazendo cara de bravo, mas no fundo eu queria era rir da cara de medo do Paul – eu sou o homem da casa agora.
- Ah Jake dá um tempo e deixa de ser machista – Rachel bateu com a colher de pau na minha cabeça – Paul me pediu em casamento ontem e eu aceitei e estou muito feliz. 
Olhei pra Rachel e vi que ela me suplicava com os olhos pra que eu não encrencasse com isso. Hora de acabar com a brincadeira. 
- Eu to brincando Rach – falei me levanto e indo abraça-la – é claro que não vou me opor ao casamento de vocês, sei  que o Paul vai te fazer feliz. Pro bem dele é bom ele te fazer feliz. 
- Obrigada, Jake – Rachel falou se apertando no meu abraço – você não faz idéia de como é bom ouvir isso. 
- E você – falei bravo pra Paul me soltando do abraço de Rachel – bem vindo à família – eu ri e o vi soltar o ar aliviado. 
- Valeu Jake – ele me deu um abraço torto – não que eu já não fizesse parte antes... 
Todos riram mais uma vez, dessa vez eu os acompanhei. 
- Acho que ta na hora de ir, né? – Rachel perguntou terminando de ajeitar a cozinha. 
- Está sim, ou vamos perder o vôo – falei me levantando – Leah, toma conta de tudo, e dos garotos. E 
garotos tomem conta da Leah. 
- Você ta parecendo uma mãe quando vai sair e deixa os filhos em casa Jake – Seth falou revirando os olhos. 
- Leah sua mãe perguntou se a  vai poder cuidar da casa? – Rachel perguntou enquanto trancava a porta. 
- Perguntou, ela falou que vai cuidar de tudo aqui até vocês voltarem. – Leah respondeu pegando a chave com Rachel – eu vou indo, tenho que fazer a ronda. Seth – ela gritou o irmão que se virou e aparou a chave que Leah jogou em cima dele – hoje você me cobre! 
Leah virou e saiu correndo pra floresta, Quil foi até a casa da Claire – como se a menina fosse estar acordada uma hora dessa – Seth foi pra casa, ‘cobrir’ a Leah e Embry ficou pra nos levar até o aeroporto de Port Angeles, onde pegaríamos um pequeno vôo para Seattle e de lá pegaríamos outro vôo para o Hawaii. 
- Que conversa é essa da menina que ta na casa da Sue cuidar da nossa casa? – perguntei quando estávamos no carro. 
- Ontem eu fui na casa de Sue, pedir para que ela desse uma olhada na nossa casa até voltarmos – Rachel  começou a explicar – ai ela falou dessa menina, ela ta procurando um lugar pra morar, por enquanto ela fica na casa de Sue. Ai Sue teve a idéia dela ficar lá em casa cuidando das coisas e enquanto isso procura outro lugar pra ficar. 
Eu não falei nada, fiquei em silencio apenas digerindo essa informação. Será que podíamos confiar em alguém assim? Alguém que nem conhecíamos? Não que nossa casa tivesse qualquer coisa de valor, ou que eu estivesse desconfiando dela nesse sentido, mas era difícil pensar tranquilamente em uma completa estranha andando pela minha casa. 
- A menina é gente boa – Embry falou como se lesse meus pensamentos – eu a conheci ontem, ela tem uma historia bem triste. 
Olhei pra ele com as sobrancelhas erguidas, pedindo um ‘explique melhor’. 
- Ela saiu de LA depois que o irmão morreu. – ele me olhou avaliando minha expressão – parece que ela quer recomeçar ou algo assim... 
Chegamos em Port Angeles sem que Embry falasse mais sobre a garota misteriosa, eu até queria saber, mas não quis perguntar nada. 
O vôo de Port Angeles para Seattle foi rápido, mas o de Seattle para o Hawaii não foi tão rápido assim. O pior é que a falta do que fazer – e a falta de espaço, uma vez que aviões não são projetados tendo em mente o tamanho de um home-lobo – deixavam minha cabeça trabalhando a mil. 
O sonho com meus pais, a promessa de não ir atrás do vampiro, a minha mãe dizendo que minha prometida está chegando... tudo isso fervilhando na minha cabeça e me impedindo de dormir. 
Desembarcamos em Honolulu já no final da tarde, Becky estava nos esperando ao lado do marido dela e de duas garotinha pequenas. Eram as gêmeas – pra variar – dela. lembro do dia que ela ligou falando que estava grávida e de como meu pai ficou eufórico. Nós tínhamos planejado vir aqui no final do ano, pra ele finalmente conhecer as netas. 
O marido de Becky pegou a bebêzinha que estava nos braços da minha irmã, pra que ela pudesse nos abraçar. Rach não conseguiu controlar as lágrimas quando encontrou os braços da nossa irmã. Eu as abracei, segurando as minhas lágrimas, eu tinha que ser forte pra elas. 
- Por que ele se foi? – Becky perguntava entre os soluços – eu nem tive tempo de dizê-lo o quanto eu o amava... 
- Ele sabe disso, Becky – falei tentando confortá-la – ele se foi só de corpo mas de alma ele vai sempre estar com a gente. 
Me lembrei das palavras do meu pai no meu sonho, ele dizendo que sempre estaria cuidando da gente. 
- Deixa eu apresentar as sobrinhas de vocês – Becky falou se afastando de Rachel e limpando o rosto – essa é Sarah – ela falou pegando uma das bebês e  entregando Rachel depois se virou pegando a outra e me entregando – e essa é Sophia. 
Peguei a pequenina nos braços – grandes demais para o tamanho mínimo dela – e fiquei admirando o rostinho sereno que dormia. 
- Ela parece um anjinho – falei baixo com medo de acordá-la. 
- Elas são – Becky falou com os olhos brilhando – os meus anjinhos. 
Sorrimos um pro outro. 
- Vamos pra casa – Becky falou – vocês devem estar cansados. 
Fomos de carro até a casa de Becky, o marido dela  voltou para o trabalho. Chegamos na casa e ela foi junto com Rachel, colocar as garotinhas na cama. Elas voltaram logo em seguida abraçadas, era bom ver minhas irmãs juntas  de novo, era bom te-las perto de mim. 
- Então você é quem está fazendo a minha irmã sorrir – Becky falou pra Paul. 
- Eu faço o meu melhor – Paul sorriu pra elas. 
- Bom seu melhor está surtindo efeito, já que Rach está muito mais bonita desde a ultima vez que a vi. – ela sorriu pra Rachel e depois se virou pra mim – por falar em estar diferente... o que você anda comendo pra estar tão grande e forte garoto! 
- A Rach ta caprichando na minha alimentação – brinquei. 
- Você está lindo Jake – Becky se sentou do meu lado – exceto pelo seu cabelo... 
- O que tem meu cabelo – falei mexendo neles os deixando ainda mais bagunçados. 
- Eu preferia quando eles eram compridos... – ela falou passando a mão na minha cabeça – por que você cortou? 
- As garotas pediram... – brinquei e pisquei pra ela. 
- Garotas... sei... – ela estreitou os olhos – todas ou uma em especial? 
- Eu sou de todas Becky! – falei levando uma almofadada da Rachel. 
- Ta bom – Becky se levantou, eu vou preparar o jantar, você me ajuda Rachel? 
- Claro – Rachel se levantou e depois se virou pra mim e pro Paul – meninos, comportem-se. 
- Sim senhora – falamos em uníssono. 
oOo
Os dias na casa de Becky estavam agradáveis, era bom se desligar um pouco das obrigações em La Push, me afastar dos problemas. 
Eu estava sentado na praia, pensando em tudo que me aconteceu, em como foi me transformar, em quando eu descobri o que sentia por Bella, em como foi perde-la pro sanguessuga, em como foi vê-la morrer por causa da filha... mas o que mais permeava na minha mente eram os sonhos com minha mãe, e em como ela falava em todos eles que a minha prometida estava chegando. 
Uma coisa era viver pensando que meu imprinting podia acontecer, como também não poderia... outra era saber que ele aconteceria, e que em algum lugar do mundo ela esperava pra me encontrar. 
Olhei pro céu e vi a lua enorme que iluminava tudo aqui embaixo, e ao olhar pra lua eu me toquei que ela poderia estar em algum lugar olhando pra mesma bola redonda e brilhante que eu fitava. Com esse pensamento eu podia senti-la perto de mim. 
Eu sei que você está ai em algum lugar... 
Em algum lugar longe... 
Eu quero você... eu quero você... 
Meus vizinhos pensam que eu sou louco
Eles não entendem... 
Você é tudo o que eu tenho... 
Tudo o que eu tenho... 
À noite quando as estrelas iluminam meu quarto
Eu me sento sozinho... 
Conversando com a lua
Tentando chegar até você
E desejando que você esteja do outro lado
Falando comigo também
Ou eu sou um tolo
Que se senta sozinho... 
Conversando com a lua.... 
POV – 
Cheguei na casa de Seth depois de mais uma manhã procurando um lugar pra ficar. Sue estava preparando o almoço quando entrei. 
- Olá  – ela falou sorrindo – o almoço já está quase pronto. 
- Você precisa de ajuda? – perguntei, ela sorriu e me mostrou uma pilha de pratos talheres e copos num canto do balcão. 
- Pode arrumar a mesa pra mim? – ela perguntou. 
- Claro! – caminhei ate a pia, onde lavei minhas mãos e peguei as coisas pra arrumar a mesa. 
Tinha acabado de esticar o forro quando ouvi Seth entrar. 
- Oi mãe – ele falou dando um beijo no rosto de Sue – estou morrendo de fome! 
- Quando você não está assim? – Sue perguntou batendo na cabeça dele. 
- Quando estou dormindo – Seth falou rindo e veio até onde eu estava – oi – ele falou e me deu um beijo na bochecha, me pegando totalmente desprevenida, mas ele não percebeu pois se escorou no balcão que dividia a cozinha da sala e ficou me fitando – e ai, achou alguma coisa hoje? 
- Nada – falei desanimada – e estou achando que vou ter que começar a procurar em Forks. 
- Bom – ele falou se aproximando – eu tenho uma solução pra uma ou duas semanas... 
- Que solução? – falei juntando as sobrancelhas – Se for pra eu ficar aqui, pode esquecer, eu não quero mais atrapalhar vocês. 
- Primeiro que você não atrapalha. Estou mentindo mãe? – ele perguntou a Sue que respondeu um ‘não’ – e segundo que não é pra você ficar aqui. 
Olhei pra ele com cara de ‘não to entendendo nada’ e ele se explicou. 
- Lembra que eu te contei de um amigo que perdeu o pai ontem? – ele falou e eu me lembrei do garoto triste, fiz que sim com a cabeça – bom ele e a irmã dele viajaram para o Hawaii, pra visitar a outra irmã deles, então eles  vão ficar mais ou menos umas duas semanas lá, ai eles concordaram em você ficar lá na casa deles nesse tempo. 
- Por que se eles nem me conhecem? – perguntei não conseguindo evitar um tom de desconfiança na voz. 
- Rachel veio aqui me pedir pra ficar de olho na casa pra ela, ai eu expliquei sua historia e ela concordou em você ficar lá. – Sue me explicou. 
Meio relutante – apenas pra mim mesma, pois não queria ser grossa com Sue e Seth – eu aceitei. 
Nós almoçamos e Seth me levou até a casa dos Black, como ele tinha me explicado antes. A casa era simples, mas bem confortável. Não tinha muito o que arrumar, estava tudo bem organizado. Seth me deixou sozinha dizendo que tinha que resolver algumas coisas. Eu não dei muita importância, apesar de ter passado apenas dois dias com ele e Leah, eu já tinha percebido como eles eram misteriosos. 
Fiquei na sala olhando os porta retratos. Peguei um na mão, era a foto do garoto triste, Jacob – eu me lembrava de ter ouvido Seth e Leah falando dele  - ele era realmente lindo. Nessa foto ele estava com o cabelo comprido, tinha uma outra, onde ele estava com o cabelo curto e bem mais forte. A foto parecia ter sido tirada numa festa na praia, ele estava junto com uma garota bem branca com o cabelo comprido num tom de marrom avermelhado. Ela era bonita e ele devia gostar muito dela, pois a olhava com carinho, o mesmo olhar que eu vi diversas vezes de Terry para Melanie. 
Deixei as fotos no lugar e fui terminar de conhecer a casa. Dei uma olhada nos quartos, que também estavam arrumados. Voltei pra sala e fiquei lá pensando no que faria da minha vida agora. Acabei adormecendo. 
oOo
Os dias passaram rápido, mas nada de encontrar um lugar pra ficar. Seth insistia em não me deixar procurar um lugar em Forks e eu já tinha desistido de encontrar algo em La Push. 
Ninguém queria se arriscar em alugar um quarto para uma total estranha da cidade grande. Eu estava esperando uma oportunidade de fugir de Seth e ir até Forks, mas ele parece que tinha lido meus pensamentos, pois quando ele não estava comigo estavam Quil ou Embry. 
Os amigos de Seth eram legais, com exceção de Leah, que vivia sempre emburrada e dava respostas ríspidas pra tudo. Embry era o mais engraçado de todos, sempre com uma historia pra contar, fosse ela de um toco que ele levou de alguma garota, ou algum segredo de infância dos outros meninos que ele fazia questão em compartilhar. 
Estávamos fazendo um pequeno lual na praia, uma fogueira acesa e todos ao redor dela, cantando e rindo. Eu estava sentada na areia, escorada num tronco de árvore que os meninos usavam como banco, olhando a lua e me lembrando das muitas vezes que eu e Terry ficávamos deitados no telhado olhando o céu. 
- Pensando na vida ? – Embry perguntou se sentando ao meu lado. 
- Lembrando de algumas coisas do passado – falei sem tirar os olhos do céu – eu e meu irmão costumávamos nos sentar no telhado e ficar olhando a lua... 
- Ela é bem inspiradora – Embry falou olhando na mesma direção que eu – dizem que ela inspira os apaixonados – ele falou e me olhou de lado com um sorrisinho safado no canto da boca. 
- Fala sério Embry – dei um tapa no braço dele. 
- Eu to falando – ele riu – pelo menos isso é o que disseram, que a lua inspira os apaixonados... 
- E quem te disse que ela me inspira... – desconversei – eu só gosto de olhar pra ela... gosto de pensar que tem alguém em algum lugar olhando pra ela também, então eu não me sinto tão sozinha... 
- Meio louco, mas faz sentido – ele falou voltando a olhar o céu – exceto pela  parte que você está sozinha... – ele me encarou – você não ta sozinha , você tem a gente. – ele me mostrou todos na roda se divertindo. 
- Eu sei e sou muito grata por isso – falei. 
- Somos sua família agora, você é parte do bando – ele falou rindo de alguma piada particular que eu não entendi – eu vou deixar você ai contemplando a sua lua, mas se precisar de alguma coisa é só chamar. 
Ele se levantou me deixando sozinha de novo. Terry me disse que minha felicidade estava aqui, e eu estava começando a acreditar, mas eu ainda sentia um vazio no peito, olhei mais uma vez pra lua, o que será que faltava? 
Eu estou me sentindo como uma celebridade
O assunto da cidade
Eles dizem que eu enlouqueci
Sim eu enlouqueci
Mas eles não sabem o que eu sei
Por que quando o sol se põe
Alguém está falando de volta
Sim estão falando de volta
À noite, quando as estrelas iluminam meu quarto
Eu me sento sozinha
Conversando com a lua
Tentando alcançar você
E desejando que você esteja do outro lado
Conversando comigo também
Ou eu sou uma tola
Que se senta sozinha
Conversando com a lua. 
 (Talking to the moon – Bruno Mars) 
Fiquei mais um bom tempo sentada, só me dei conta da hora quando Embry parou na minha frente. 
- E ai LA – ele me chamou pelo apelido que ele e Jared me deram – vai ficar aqui até que dia? 
- Já estou indo embora – falei e ele me ajudou a levantar – você me acompanha La Push? – brinquei o chamando pelo apelido que dei a ele. 
Seguimos pra casa com Embry fazendo piadinhas sobre os garotos e suas namoradas. 
- Tá – falei quando parei de rir – você pode até fazer piada, mas é bem intenso o jeito que Jared olha pra Kim, Sam olha pra Emily e Colin olha pra Dara. É como se só existe as duas no mundo deles. 
- É mais ou menos isso – Embry falou. 
- Como assim? 
- É que eles são dois idiotas apaixonados e ficam assim babões em cima das duas... – ele tentou desconversar. 
- Eu sei que tem mais coisa ai – falei vendo-o arregalar os olhos – mas eu não vou insistir... não quero ser invasiva, afinal eu acabei de entrar para o bando. 
Nós rimos. 
- Sabe – Embry parou de andar – você não teve o trote dos calouros... 
- Como? – olhei pra ele sem entender, mas antes que eu fizesse qualquer pergunta ele me pegou no colo me levando pra dentro do mar. 
- E agora o primeiro caldo da caloura! – ele falou me jogando pra cima e me fazendo cair da água. 
- Embry seu imbecil! – gritei quando sai da água – a água estava fria! 
Me encolhi abraçando meu corpo tentando fazer as tremedeiras passarem e o frio acabar. 
- Desculpa – ele falou se arrependendo – eu não devia mesmo ter feito isso. 
Ele veio até mim e me abraçou. O abraço dele era quente. 
- Vem, vamos pra sua casa logo, se a Sue ter ver assim ela vai me matar – seguimos pra casa com Embry me aquecendo com seu abraço. 
Embry me deixou na porta da casa dos Black e foi embora, não depois de perguntar duzentas vezes se eu queria que ele ficasse e depois de cinco milhões e meio de pedidos de desculpa. Entrei em casa e fui direto pro chuveiro, um banho bem quente ia ajudar bastante, eu sentia como se meus ossos estivessem congelados. 
Muito contra a minha vontade, sai do chuveiro, apenas porque minhas mãos já estavam começando a ficar enrugadas. Me enrolei na toalha e sequei meus cabelos, segui pro quarto onde eu estava dormindo, o quarto de Rachel.  Procurei uma roupa quente pra vestir, mas não encontrei, eu ainda não tinha ido a Port Angeles comprar mais algumas peças de roupa, já que sai de LA com pouquíssimas. Vesti uma blusa de malha e manga comprida e uma calça, peguei um cobertor e fui pra sala. 
Deitei no sofá e fiquei zapeando pelos canais procurando  algo pra assistir, mas não tinha nada de interessante. Desliguei a TV e ia me levantar quando ouvi mexerem na porta, meu coração disparou no peito, quem seria a essa hora? Os Black só voltariam na semana que vem. 
A porta foi aberta, mas antes que eu pudesse gritar por ajuda ou esboçar qualquer outra reação, a pessoa que entrava acendeu a luz. Meu coração quase parou quando o vi parado na porta.
N/a: Quem será que está na porta? Façam suas apostas... E o que acharam do capitulo? A Sarah e a Sophie são fofas não são? Elas ainda vão aparecer aqui algumas vezes... Mas e o Embry? Alguém tem algo a falar sobre ele e sobre as atitudes dele?... Ops... acho que falei demais... Bjos e até o próximo capitulo...
CAPITULO 8 – AMIGOS?...
POV - Jake
Eu estava sentado na varanda da casa de Becky quando tomei a decisão. Eu voltaria para La Push. Nós já estávamos no Hawaii há quase duas semanas, Rachel e Rebecca estavam tão felizes juntas, principalmente a Rach, ela estava tranqüila, a tristeza pela morte do nosso pai já tinha se transformado em saudade.
Chamei Paul sem que Rach percebesse pra conversar sobre minha volta com ele, nós combinamos como eu faria, ele ficaria aqui com Rachel por mais algumas semanas, ele concordava comigo sobre ela estar mais feliz aqui.
Acordei cedo no dia combinado com Paul para a minha volta, sai sem me despedir das minhas irmãs, apenas passei pelo quarto de Sarah e Sophie e me despedi da minhas sobrinhas. Eu sentiria falta delas.
Paul me levou até o aeroporto e voltou pra casa de Becky, fiquei sentado esperando o avião, meu coração batia apressado, eu me sentia como um garotinho fugindo de casa. Ri de mim mesmo.
O vôo pareceu mais rápido, talvez por causa da minha ansiedade pra voltar pra casa. Quando desembarquei em Port Angeles, já era noite, preferi voltar correndo na forma de lobo ao invés de pegar outro avião.
Estava com saudades de correr livre na minha forma de lobo. No Hawaii eu e Paul nos limitávamos a transformar por alguns minutos apenas pra saber noticias de nossos bandos. Paul fazia isso com menos freqüência, afinal a responsabilidade maior era de Sam, o alpha dele, ao contrario de mim que por ser alpha do meu bando tinha que estar informado de tudo.
Assim que assumi minha forma lupina ouvi os pensamentos de Quil e Seth. Os dois lembravam de uma festa na fogueira que tinha acabado de acontecer, vi na mente deles como a garota que estava ‘cuidando’ da minha casa tinha sido bem recebida por todos, eles já a tratavam como se fosse da família, principalmente Embry que estava bem próximo dela, não sei por que mas ver os dois juntos me irritou. Louco, pois eu nem mesmo conheço a garota.
‘AS duas comadres vão ficar ai tricotando ou vão fazer a ronda’ falei em tom de deboche.
‘Jake’ Seth falou ‘Achei que vocês ainda demoravam pra voltar’.
‘Rachel e Paul ficaram lá’ falei ‘Eu é que não agüentei de saudades daqui’.
‘É bom te ter de volta chefe’ Quil falou.
‘Sem essa coisa de chefe Quil, eu sou só Jake’ falei
‘Eu sei, mas é bom te irritar’ os dois ladraram risadas à minha custa.
‘Vão rindo’... reclamei ‘eu vou pra casa’.
‘ ainda está lá’ Seth falou, vi a imagem da garota na cabeça dele, ela era linda, dava pra entender o porque de Embry ser tão amiguinho dela ‘eu posso leva-la lá pra casa’ Seth continuou falando.
‘Não precisa’ o interrompi ‘ela pode ficar lá, eu não mordo Seth!’ os dois riram ‘Além do mais, é uma boa oportunidade de conhece-la e agradecer por ter cuidado da casa’
 
‘Certo então, nos vemos amanhã’ Seth falou e voltou pra sua corrida. Eu segui em direção à minha casa.
 
Parei na floresta e vesti uma roupa, joguei a mochila nas costas e segui pra casa. Peguei a chave reserva que ficava embaixo de um dos vasos de flores na varanda e entrei. Tentei fazer o mínimo possível de barulho, não queria assustar a garota. Assim que abri a porta, acendi a luz e a vi sentada no sofá me olhando com olhos arregalados e o coração audivelmente acelerado.
 
- Oi – falei – entrando, ela ainda ficou parada me olhando como se estivesse vendo um fantasma – desculpa se te assustei, eu Jake.
 
- O-o-oi – ela gaguejou enquanto se ajeitava no sofá – eu sou ... Seth me falou que vocês só voltavam no final da semana...
- É era pra ter sido assim, mas eu resolvi me antecipar – falei me sentando no sofá de frente pra ela – mas Rachel ainda vai ficar um pouco por lá...
 
Ela ficou um tempo em silêncio, eu fiquei quieto, apenas a observando. Ela era muito linda, o cabelo comprido castanho escuro caia em cachos nos ombros e contrastava bem com a pele clara e com os olhos incrivelmente azuis.
 
- Seth me falou que você ainda não conseguiu um lugar pra ficar – falei quebrando o silencio – não se preocupa com isso, a Rach ainda vai ficar um tempo no Hawaii, então você pode continuar aqui.
- Obrigada – ela falou simplesmente – mas eu vou ver se consigo algo logo.
- Já disse, não precisa se preocupar – falei – vai ser até legal ter uma companhia aqui, ficar nessa casa sozinho não ia me fazer bem.
- Obrigada de novo e eu sinto muito pelo seu pai – ela falou e eu senti a dor me invadir. Fiquei em silencio, eu não sabia como reagir – eu sei como dói perder alguém tão importante.
Ficamos os dois em silencio por um tempo, percebi que ela se mantinha no sofá encolhida, eu não sentia frio por causa dos meus genes de lobo, mas ela devia estar com muito frio.
- Você devia se agasalhar melhor – falei – está bem frio hoje.
- É está frio mesmo, mas eu já vou me deitar – ela se levantou pegando o cobertor do sofá – quer que eu te prepare algo pra comer antes?
- Não precisa – agradeci – acho que posso me virar sozinho.
- Então boa noite, Jake – ela falou sorrindo – foi um prazer conhece-lo.
 
- Boa Noite, – sorri de volta – e me desculpe pelo susto. – Ela foi pro quarto de Rachel e eu fui pra cozinha.
Deitei na minha cama sem muito sono, tinha dormido bastante no vôo pra Seattle e os dias na casa de Becky, sem ronda na madrugada, me deixaram bem disposto. Fiquei deitado olhando o teto até que um som de bater de queixo chamou minha atenção. Levantei e fui até o quarto de Rachel, estava encolhida na cama debaixo de meia dúzia de cobertores.
Me aproximei pra ver se ela estava bem, assim que toquei em sua testa percebi o porque da tremedeira dela, estava ardendo em febre. Fui até o armário do banheiro, onde sabia que Rachel guardava os remédios. Peguei um antitérmico e um copo de água e voltei pro quarto onde estava.
- – a chamei baixo – , acorda, você tem que tomar esse remédio.
- Terry... – ela falou baixinho, mas minha audição aguçada me permitiu ouvir – Terry... – ela repetiu.
- Não , eu não sou o Terry – falei ainda tentando acorda-la, ela abriu os olhos de leve.
- Jake – ela sussurrou.
- É sou eu te trouxe um remédio, você está com muita febre – falei ajudando-a a se sentar e lhe entregando o remédio – você deve estar ficando doente.
- Culpa do idiota do Embry – ela falou me devolvendo o copo e se deitando.
- O que o Embry tem a ver com isso? – perguntei.
- O idiota me jogou na água hoje.
- Por que?
- Segundo ele era meu trote...
- Amanhã você me explica isso direito – falei cobrindo-a – agora dorme.
- Tá fazendo frio – ela reclamou.
- você está com seis cobertores e ainda está com frio? – perguntei segurando a risada, ela apenas bufou e se encolheu mais. Levantei e me deitei ao lado dela, a abraçando para que o meu calor acima do normal a aquecesse.
O perfume que emanava do cabelo dedocument.write(Nannah) era embriagante, eu podia passar a eternidade ali apenas sentindo aquele aroma. Acabei pegando no sono, acordei um tempo depois percebendo que document.write(Nannah) estava encharcada de suor.
Retirei a pilha de cobertores de cima dela, mas vi que a roupa que ela usava também estava molhada, peguei uma roupa no armário de Rachel e acordei outra vez.
- – chamei balançando de leve seu ombro.
- Humm? – ela resmungou.
- Levanta, você tem que trocar de roupa. – falei
- Pra que? – ela perguntou abrindo os olhos e só então percebendo que era eu quem falava com ela – Jake? O que você está fazendo aqui?
- Te acordando pra que você troque de roupa, uma vez que a sua está toda suada.
- E por que a minha roupa esta suada? – ela se sentou na cama se avaliando, eu tive que rir – Tá rindo de que? – ela me olhou com a cara fechada.
- De você e da sua amnésia – falei me sentando ao lado dela – Você deu um febrão danado e eu vim aqui e te dei um remédio, só que ao que parece sua febre baixou e as seis cobertas que estavam te cobrindo fizeram você suar bastante. – omiti a parte em que eu fiquei deitado do lado dela.
- Uau, eu não lembro de nada –ela falou pegando a roupa que eu estendia pra ela – de quem é isso?
- Da Rachel – falei – veste, eu vou preparar um chá pra você.
Sai do quarto a deixando sozinha. Não demorou muito e apareceu na porta da cozinha vestindo a roupa de Rachel e enrolada numa colcha.
- Ainda com frio? – perguntei.
- Não, só não quis me arriscar a vir aqui fora sem estar devidamente coberta, não quero ter febre outra vez. – ela sentou numa cadeira e eu lhe ofereci uma caneca com chá – Obrigada por cuidar de mim.
- Que isso, foi um prazer – falei – eu só não entendi ainda por que Embry jogou você na água.
- Segundo ele eu agora faço parte do bando, não me pergunta que bando por que eu também não entendi a piada – mal sabia ela que eu tinha entendido muito bem – e como caloura eu precisava de um trote, ai ele teve a idéia genial de me jogar na água. Agora eu estou pensando em alguma forma bem dolorosa de tortura-lo.
Eu tive que rir dessa. Nós ficamos sentados conversando, ela me contou como tinha se divertido com os garotos no tempo em que esteve aqui.
- Posso fazer uma pergunta pessoal? – falei, fez que sim com a cabeça – Terry é seu namorado?
A expressão dela mudou para uma tristeza grande e eu percebi que tinha falado demais.
- Desculpa, eu não devia ter te perguntado isso – falei – é que ontem você o chamou, acho que eram delirios por causa da febre alta.
- Tudo bem – ela tentou sorrir, mas o sorriso não alcançou os seus olhos – Lembra que ontem eu te falei que sabia o que era perder alguém importante? Bom, Terry era esse alguém que eu perdi. Ele era meu irmão mais velho, a única pessoa que eu tinha no mundo.
- Nossa, deve ter sido bem difícil – falei – pra mim foi terrível perder meu pai, mas eu tinha minhas irmãs e meus amigos pra me apoiar, mas você... e os seus pais?
- Meus pais nunca me deram muita atenção – ela falou triste – quando minha mãe descobriu que estava grávida de mim, eles passaram por momentos bem difíceis, então eu meio que virei um fardo pros dois, eles não me davam atenção, não me davam carinho.
- Mas a sua mãe te tratava assim? – era difícil acreditar que uma mãe fosse capaz de ignorar um filho.
- A minha mãe era quem mais me desprezava – falou triste – ela teve que abrir mão de muita coisa por minha causa. Ela nem se quer me amamentou quando eu era bebê. A única pessoa que cuidou de mim, que se importou comigo foi Terry, por isso foi tão difícil quando o perdi.
- O que aconteceu com ele? – perguntei.
- Nós estávamos acampando com um grupo de amigos de Terry, ai um deles teve a idéia de descer o rio num bote. O bote que Terry estava bateu numa rocha e virou, ele acabou batendo a cabeça e se afogando. – ela respirou fundo – a convivência com meus pais ficou insustentável. Com meu pai nem tanto, já que ele se limitava a me ignorar, mas minha mãe, ela me acusava o tempo todo de ter sido culpada pela morte do Terry.
- Como você pode ter sido culpada? – perguntei – Foi uma fatalidade, você não colocou aquela rocha lá.
- Mas eu o convenci a entrar no bote – ela se levantou chorando – ele não ia participar daquilo, mas eu o convenci a ir.
chorava muito, eu me levantei e fui até ela, a abraçando.
- Deixa de ser boba – falei limpando as lágrimas do rosto dela – não foi sua culpa, Terry poderia ter se negado a entrar no bote, mas não ele decidiu ir. Para de se culpar por algo que você não tem culpa.
Ficamos em silencio um tempo, eu não falei nada para que se acalmasse. Ela chorava muito com a cabeça encostada no meu peito. Quando senti que ela estava mais calma a levei de volta pra se sentar na cadeira e me sentei ao lado dela.
- Vocês são o mais perto de uma família que eu tive depois de perder o Terry – ela falou – eu nem sei porque vocês me receberam assim. Ninguém me conhece, eu sou uma forasteira e vocês me tratam como se eu fosse da família. Eu me sinto como se eu fizesse parte desse lugar há anos.
- Bom, você pode até não fazer parte daqui há muito tempo, mas com certeza vai fazer parte agora – falei sorrindo – todo mundo falou muito bem de você pra mim, inclusive o Seth. Não sei acho que tem uma paixonite dele por você.
- Do Seth por mim! – ela exclamou rindo – não, Seth é como se fosse meu irmão. Eu vi muito do Terry nele, a mesma preocupação comigo, o mesmo carinho.
- E o Embry? – perguntei pra ver a reação dela ao falar dele. Ela riu e balançou a cabeça. – rola alguma coisa ai?
- Não! – ela respondeu espantada – Embry é muito legal, muito atencioso também, como Seth, mas sei lá eu não o vejo assim... ele tem cara de ser muito mulherengo e de fazer muitas mulheres sofrerem por ele. – eu ri, fazendo me acompanhar.
- Realmente as mulheres são perspicazes, em menos de um mês você percebeu coisas que muitas garotas que conhecem Embry a anos não enxergam!
- Embry tem escrito na testa Sou mulherengo .
- E os outros garotos – perguntei voltando ao assunto anterior.
- O que isso? Ta me investigando Sr. Black? – ela perguntou fazendo cara de ofendida.
- Não só quero saber o que você achou das pessoas daqui! – falei fazendo cara de inocente.
- Então por que você não me perguntou sobre Leah ou sobre Sue? Ou Kim, ou Emily, Dara...
- Eu ia chegar nelas –falei – mas já que você se adiantou... como elas te receberam?
- A Sue é praticamente uma mãe pra mim – ela falou sorrindo – mas a Leah... – ela fez uma careta – sei lá ela parece estar sempre incomodada com minha presença. Ela é sempre agressiva, como se vivesse na defensiva, mas eu percebi que ela não é assim só comigo, claro que comigo parece ser mais intenso.
- A Leah é assim mesmo – falei – você acaba acostumando com ela e ela se acostuma com você também.
concordou rindo e tomou o ultimo gole de chá se encolhendo, dentro da colcha, em seguida. Toquei na testa dela e vi que a febre tinha voltado.
- Você está com febre de novo – falei me levantando e colocando as canecas na pia – vá se deitar e eu vou levar outro comprimido pra você.
- Sim senhor – falou se levantando.
Engraçado como nos conhecíamos a menos de 24 horas e eu já me sentia tão a vontade perto dela. Peguei um copo de água e fui pro quarto onde ela estava, antes passei no banheiro e peguei outro comprimido no armário.
POV –
Estranho, era como podia ser definido o momento. Eu conheci Jake a algumas horas e nós já nos tratamos como se tivéssemos vivido uma vida inteira juntos. Entrei no quarto e me encolhi debaixo dos cobertores. Não demorou muito e Jake entrou com um copo de água e um comprimido e me entregou.
- Dorme que logo a febre passa – ele falou – qualquer coisa me chama – ele saiu do quarto deixando a porta entreaberta, dormi logo em seguida.
Acordei no dia seguinte com alguém batendo na porta da casa. Levantei me sentindo bem melhor e fui tomar um banho, afinal meu cabelo estava puro suor. Tomei um banho rápido e sequei meus cabelos, nem pensar em ficar com eles molhados e adoecer de novo.
Vesti uma roupa decente e quente e fui pra cozinha. Seth estava sentado na mesa enquanto Jake preparava o café.
- Bom dia – falei me sentando perto de Seth.
- Bom dia – Seth se levantou um pouco e me deu um beijo no rosto – Jake me disse que você teve febre à noite.
- É culpa do idiota do Embry que me jogou na água – falei – mas eu já me sinto bem melhor.
- Que bom, eu trouxe uma boa noticia – Seth falou animado – lembra da lanchonete que eu te falei? Pois é consegui uma vaga pra você lá. É da mãe da Clair, ela está precisando de alguém pra ajudar a atender, parece que os clientes estão aumentando.
- Que noticia boa Seth! – me animei também – e ela falou quando posso começar?
- Ela falou pra você ir lá hoje – ele falou.
- Nem pensar – Jake que tinha se mantido calado falou enquanto colocava o café na mesa – você ainda não pode sair.
- Nem vem Jake, eu já estou melhor e eu não posso perder essa chance – reclamei.
- Sem querer me intrometer, mas já me intrometendo – Seth falou – realmente ralou muito atrás de um emprego Jake, não é justo ela perder a oportunidade que apareceu agora.
- Não precisa ficar se explicando não, Seth – falei – Jake não pode me prender aqui.
- Ah é assim que você me agradece por ter cuidado de você a noite toda? – ele perguntou ofendido – pode deixar da próxima vez deixo você queimar de febre.
- Ok, desculpa Jake – me rendi – muito obrigada por cuidar de mim ontem, você foi um verdadeiro anjo da guarda, mas eu preciso ir na lanchonete.
- Ta bom chorona – Jake falou rindo – pode ir, mas só pra conversar com Agatha, ok, nada de começar a trabalhar hoje.
- Sim senhor chefe! – brinquei e bati continência, fazendo Jake revirar os olhos e Seth rir.
Começamos a tomar café e alguns minutos depois, Embry, Quil e Leah estavam entrando na casa.
- Já vieram filar café de novo? – Jake perguntou fazendo careta, Seth e eu rimos dele.
- Não preciso filar café na sua casa Jacob – Leah falou revirando os olhos – minha mãe cozinha o suficiente na minha casa. E bem melhor que você.
- A Sue cozinha magnificamente bem, mas o café do Jake não está de se jogar fora. – falei, Leah me olhou de rabo de olho e Jake sorriu pra mim.
- Valeu pelo elogio ! – Jake falou.
- Às ordens – respondi.
- Já se tratam intimamente? – Leah perguntou destilando veneno.
- Acho que a noite passada nos deu esse direito, não é Jake? – pisquei sensualmente o olho pra ele, Leah bufou e saiu da casa batendo o pé – eu acho que ela te ama Jake – falei rindo e ouvi Jake se engasgar.
- Tá louca? – ele perguntou tossindo – a Leah não me ama.
- Como você tem tanta certeza? – perguntei de sobrancelha erguida – ela é mulher, pelo que eu sei solteira, você é homem, solteiro... o que tem demais?
- Seth vai pegar o termômetro, acho que essa garota ta com febre de novo – Jake falou.
- Febre? Você teve febre ? – Embry perguntou sentando ao meu lado e me olhando preocupado.
- Embry, você por aqui – falei – isso me lembra de uma coisa.
- O que? – ele perguntou.
- Que eu tenho que te bater até afundar essa sua cabeça grande, seu completo idiota – gritei batendo no braço dele.
- Ai, ai – ele reclamou – o que foi que eu fiz?
- Você me jogou na água, seu retardado e por isso eu dei o maior febrão ontem e não vou poder começar a trabalhar hoje – falei sem parar de bater nele.
- Foi mal – ele se levantou e saiu de perto de mim – eu pedi desculpas ontem.
- Suas desculpas não evitaram a febre dela – Jake falou bravo – você tem que ser mais responsável Embry.
- Ta vendo – falei – ouve o chefe.
Todos pararam de me comer e me olharam.
- O que foi? – perguntei – falei algo errado?
- Não – Quil falou – é que foi engraçado o jeito que você chamou o Jake de chefe.
- Se foi engraçado, vocês deviam estar rindo e não me olhando como se eu tivesse dito “Tem alienígenas cor de rosa comedores de cenouras invadindo a casa”. – eles riram – além do mais, Jake tem cara de chefe, meio rabugento às vezes, mas tem cara de chefe.
- Err... acho que ta na hora de ir na lanchonete de Agatha né, ? – Seth perguntou de repente.
- Posso ir chefe? – perguntei tentando provocar Jake.
- Você sabe ser chata quando quer hein garota? – Jake falou rindo – Vai logo, mas nada de trabalhar hoje hein?
- Pode deixar – falei me levantando – nem que eu quisesse eu conseguiria.
- Ta sentindo alguma coisa? – Embry perguntou preocupado.
- Só uma vontadezinha de te bater – respondi vendo seu rosto adquirir uma expressão triste – to brincando La Push – falei – estou bem, só que meu corpo ainda ta meio dolorido.
- Quer que eu vá com você LA? – Embry perguntou.
- Não precisa, Seth vai me acompanhar. – dei um beijo na bochecha de Embry, vendo Jake fechar a cara e fazer um bico, qual o problema desse garoto? – fica com ciúme não chefe – dei a volta na mesa e fui ate ele e lhe dei um beijo no rosto. Podia apostar que ele tinha ficado corado.
Fui até o quarto de Rachel e vesti uma roupa confortável, me despedi dos garotos que ainda estavam na cozinha e fui em direção à garagem/oficina de Jake onde Seth guardou meu carro no dia em que me mudei pra cá.
Seth estava escorado no carro e assim que eu entrei na garagem ele começou a me olhar com cara de pidão.
- Não vai me dizer que você quer dirigir meu carro de novo – falei.
- Você deixa? – ele fez aquele olhar do gatinho do Shrek.
- Tem como negar algo a esse olhar de cachorro que caiu do carro de mudança em dia de tempestade? – joguei a chaves pra ele que me retribuiu com um sorriso imenso.
Entramos no carro e Seth deu a ré pra sair da garagem, mas antes mesmo de alcançar a rua a bendita lata velha do Terry morreu e não quis religar.
- Fala sério Seth – falei – liga isso!
- Não liga – ele falou girando a chave e pisando no acelerador – viu não funciona.
- Sai daí Seth – bati no braço dele que abriu a porta e saiu, assumi a direção e tentei fazer a joça funcionar – anda porcaria liga! – grite, mas o carro não ligava – grande porcaria essa lata velha – gritei e comecei a bater no volante.
Com meu escândalo os meninos saíram de dentro da casa pra ver o que estava acontecendo.
- Eieieieieieiei – Jake abriu a porta do motorista me tirando lá de dentro – ninguém deve maltratar desse jeito um mustang clássico!
- Ahhhh não, mais um Meu Deus! – falei levantando a mão – o que vocês vêem de tão incrível nessa sucata?
- Não ofende ela! – Jake falou como se eu estivesse xingando, sei lá, sua irmã. – aposto que o problema nem é tão sério assim – ele foi até o capô e o levantou olhando pro motor e pra todas aquelas outras coisas que tem lá e que Terry sofreu até desistir de me ensinar.
Jake me olhou com as sobrancelhas arqueadas e voltou a olhar o carro, depois me olhou de novo.
- O que foi? – perguntei entediada.
- Em que mecânico você levou esse carro? – ele perguntou.
- Nenhum – falei.
- E quem mexeu nisso daqui? – ele mostrou o capô.
- Meu irmão.
- E seu irmão era o que, açougueiro? – ele balançou a cabeça rindo depois me olhou espantado – espera, você veio de Los Angeles aqui nesse carro?
- Foi por que? – agora eu estava curiosa com tantas perguntas.
- É um milagre você estar viva! – ele fechou o capô – ta tudo bagunçado aqui, e a zona que seu irmão fez podia ter te matado facilmente.
- Acho que a única coisa que me mataria nessa lata velha seria tétano – falei entrando em casa – Seth eu vou trocar de sapato e nós vamos andando.
- Não precisa – Jake falou – pode usar meu carro, as chaves estão... – ele olhou pro Embry – onde estão as chaves?
- Na minha casa, junto com o carro – Embry falou descendo as escadas da varanda – eu vou buscar e passo aqui pra te pegar,document.write(Nannah).
- Não demora – falei e me sentei. Fiquei observando Jake e Seth levarem o carro pra garagem/oficina, como se ele não pesasse mais que 1 kg.
- Você vai na lanchonete a Aggie? – Quil falou se sentando do meu lado.
- Aggie é Agatha? – perguntei e ele fez que sim com a cabeça – vou, Seth conseguiu um emprego pra mim lá. Você a conhece?
- Sim, Aggie é mãe da Claire – ele falou percebi que seu olhos brilharam ao falar de Claire, uma garotinha de mais ou menos 3 anos que estava sempre com os garotos, na verdade sempre com Quil...
- O que você é da Claire? – perguntei – Você está sempre com ela tem uma certa adoração ao falar dela.
- Meio que um padrinho – ele desconversou, mas tinha um sorriso brincando no rosto dele.
- Parece ser mais que isso – comentei, ele me olhou confuso – desculpa se estou sendo intrometida, é que alguns de vocês tem uma maneira estranha de tratar certas pessoas. Como por exemplo você com a Claire, Jared com Kim... é intenso, como se elas fossem mais importantes pra vocês que qualquer outra pessoa.
- Impressão sua – ele falou, senti que ele estava meio nervoso – Jared é desse jeito com Kim porque ela é namorada dele e eu, bom, Claire é a minha princesinha...
Eu ia perguntar mais, mas não o fiz por dois motivos, um é que eu não queria ser invasiva e outro é porque Embry acabava de estacionar o carro na porta da casa de Jake.
Fiz sinal que ele esperasse e fui até a garagem chamar Seth. Ele estava sem camisa debruçado sobre o capô do carro.
- É assim que você pretende me levar na lanchonete? – perguntei e ele me olhou assustado –deixa – falei – Embry me leva, ia sair mais estaquei quando vi Jake saindo de debaixo do carro sem camisa. Que visão era aquela? Ele tinha o peitoral mais definido que eu já tinha visto na minha vida.
- Você vai se atrasar – ouvi Embry falar atrás de mim, me virei e dei de cara com ele parado emburrado e de braços cruzados – vamos.
- Vamos – falei tentando afastar a imagem de Jake seminu da minha cabeça, aquele estava me deixando com calor.
Embry e eu seguimos em silencio para a lanchonete, ele parecia estar com raiva de alguma coisa.
- Algum problema La Push? – perguntei.
- Nada não. – ele respondeu sem tirar os olhos da estrada.
- Deixa de ser mentiroso Em. – falei o encarando – você tem algum problema e não que me contar, o que não é justo, pois sou sua amiga.
- Não é nada mesmo – ele me olhou e sorriu, um sorriso fraco.
- Mentira – falei – se fosse verdade seu sorriso estaria maior, seria um sorriso do tipo propaganda de creme dental. – ele riu alto.
- Você é impossível – ele falou me olhando e pegou minhas mãos nós estávamos parados na frente da lanchonete – não é nada mesmo, só alguns conflitos internos...
- Quando quiser falar promete que vai me procurar? – perguntei.
- Prometo – ele beijou minhas mãos, agora vem que Agatha deve estar te esperando.
Entramos na lanchonete e Embry foi cumprimentado por uma mulher mediana, de cabelos negros e lisos e a pele no mesmo tom moreno de todos os quileutes. Os dois conversaram um pouco, e depois de alguns olhares Embry se virou pra mim com os olhos meio tristes e constrangidos. Ele me pegou pela mão e me levou ao carro.
- O que foi? – perguntei parando.
- Jura que não vai me bater? – ele falou.
- Por que eu te bateria, Emb?
- Ela falou que te esperou quase a manhã toda, daí apareceu uma outra garota, filha de um amigo do pai da Agatha e ela acabou ficando com a vaga. – ele falou e olhou pro chão desviando os olhos de mim.
- Eu não vou brigar com você Em – falei – não foi culpa sua. – fui até ele e o abracei – nenhum de vocês tem culpa em nada, pelo contrário, vocês são meus anjos da guarda.
Ele sorriu e abriu a porta do carro pra mim.
- Nós vamos achar alguma coisa – ele falou – nem que eu tenha que abrir um negócio e te contratar! – dessa eu tive que rir.
Antes de voltar pra casa, Embry me levou em mais alguns lugares onde eu poderia conseguir um emprego e depois me levou pra ver Sue. Eu estava morrendo de saudades dela, a visita só não foi mais agradável porque Leah estava lá e fazia questão de destilar seu veneno sobre mim o tempo todo. Acabei pedindo Embry pra me levar de volta, estava começando a me sentir mal de novo.
- Você está bem ? – Embry perguntou quando estávamos no carro.
- Acho que a febre deve estar voltando – falei me encolhendo no banco. Embry esticou o braço pegando na minha testa.
- Está mesmo – ele falou acelerando o carro – e está alta.
Cheguei em casa e Jake e Seth ainda estavam mexendo no carro, Embry me ajudou a descer do carro e me levou até o quarto de Rachel.
- Vou perguntar Jake onde tem um antitérmico – ele me deu um beijo na testa e saiu. Minutos depois ouvi os dois discutindo, o armário do banheiro sendo aberto protestando pelos ‘maus tratos’, mais discussão e Embry e Jake quase se matando pra ver que passava pela porta primeiro.
- Eu disse pra você não abusar – Jake falou se agachando ao lado da cama – mas parece que você não quer me escutar. – ele esticou a mão me entregando um comprimido, Embry me deu um copo de água e fez cara feia pra Jake.
- Deita que você logo fica melhor – Embry falou se sentando ao meu lado da cama e passando a mão no meu cabelo – eu vou ficar aqui cuidando de você.
- Não precisa Call, pode ir pra casa ou então arrumar algo pra fazer, eu cuido dela – Jake falou.
- Eu a deixei doente, então eu cuido dela – Embry retrucou, minha cabeça começava a doer com a discussão dos dois. Eu ia abrir a boca pra reclamar deles, mas Seth apareceu no quarto fazendo isso por mim.
- Hey, você vão deixa-la pior desse jeito – ele falou alto – cai fora daqui os dois, deixa que eu cuido dela.
- Nem pensar moleque – Jake falou – os dois podem fazer o favor de ir embora.
- Vocês deviam continuar o que estavam fazendo – Embry falou se levantando e indo até a porta.
- Você que ta sobrando aqui Call –Jake falou se levantando também e parando na frente de Jake. Os dois começaram a discutir, eu não prestei mais atenção, pois estava nos braços de Seth que tinha me pegado da cama e me levava para o carro de Jake.
- Eles vão brigar – falei quando Seth me colocou no banco do carona.
- Aqueles dois ladram mas não mordem ninguém – Seth falou entrando do lado do motorista – eu vou te levar pra minha casa, aqui você não sara nunca.
- O que deu nos dois? – perguntei – Por que eles estão brigando assim?
- Por que os dois tão caidinhos por você – Seth falou rindo e balançando a cabeça.
- Por mim? – perguntei – Fala sério Seth, eu que dou febre e você que delira?
- Acredite no que quiserdocument.write(Nannah) – Seth falou estacionando na frente da casa dele. Ele devia estar enlouquecendo, Embry e Jake atraídos por mim? Isso só podia ser loucura.
N/a: E ai amorecas, o que acharam do encontro dos nossos pombinhos? Pra quem se assustou por que achou que o imprint ia acontecer quando eles se encontrassem, lembrem-se do que a mãe de Jake falou, ele vai ver que ela é a escolhida dele quando olhar nos olhos dela, mas isso vai ter a sua hora certa... Mas e a questão Embry-document.write(Nannah)-Jake? No que será que isso vai dar? Espero coments... Bjos e até a próxima onde teremos um pouquinho de Terry. 
CAPITULO 9 – CIÚMES
POV – Terry
Eu estava bem mais tranqüilo vendo em La Push, apenas a demora em acontecer o encontro dela e de Jacob me atormentavam, mas segundo Sarah, a mãe de Jacob que conheci aqui nesse plano, as coisas aconteceriam no momento certo. Às vezes algumas situações eram providenciadas para que o ‘momento certo’ pudesse acontecer. E era exatamente por isso que não conseguia encontrar um lugar pra ficar, Sarah tinha algo em mente em relação a isso.
As coisas aqui nesse plano, o meu céu, como me referia ao lugar, estavam calmas, eu e Patch estávamos sempre zelando por , enquanto Sarah cuidava de Jacob. Tudo ficou mais complicado quando o pai de Jacob morreu, Sarah ficou bem abalada, não triste, pois ela o teria - o seu Billy, como ela se referia a ele – de volta ao seu lado, mas ver como os filhos sofriam ao se despedir do pai era muito difícil pra ela.
Ver Jacob, o filho caçula de Sarah e Billy, sofrendo era o que mais a deixava abalada. Segundo Sarah, Jacob sempre fora o mais forte, o mais destemido. Ele assumiu pra si a responsabilidade de cuidar do pai depois que suas irmãs mudaram de La Push e mesmo quando Rachel voltou ele continuou tomando para si a responsabilidade de cuidar de todos.
Quando aconteceu toda a situação com Bella e os Cullen – os vampiros – ele assumiu seu posto de alpha, cuidou de protege-la mesmo ferindo seus sentimentos, pois ele amava a garota. Ele assumiu um bando e fez isso com competência, todos o respeitavam, mesmo os garotos que pertencem ao outro bando.
A morte de Billy só fez essa angustia e a preocupação de Sarah aumentarem, por isso ela tinha a permissão de aparecer para o filho em sonhos, mais vezes que eu podia aparecer para . Sarah tinha que manter Jacob firme, ela tinha que guiá-lo no caminho certo, ou ele e nunca se encontrariam.
As circunstancias da morte de Billy Black ainda me faziam duvidar se as coisas que aconteciam em La Push e Forks eram realmente verdade, ou se talvez tudo, a minha morte, a minha nova vida como aprendiz de anjo da guarda, a vida triste que minha irmã e meus pais estavam levando, tudo isso não passasse de um pesadelo e que mais cedo ou mais tarde eu acordaria.
Mas era tudo verdade, por mais absurdo que parecesse, eu às vezes me pergunto como reagirá quando ela souber toda a verdade. sempre foi muito cética, nem mesmo as historias de monstros e fantasmas a deixavam com medo. Acho que o único medo que ela experimentou foi ficar sozinha depois que eu morri.
Mas agora ela já está bem, ela encontrou uma família em La Push. Sue cuida dela como nossa mãe deveria ter cuidado, os garotos a protegem, inclusive o tal de Embry que anda bem saidinho pro lado da minha irmã e o Seth...
Esse daí ainda me dá dor de cabeça, eu tenho pra mim que ele ta querendo tomar meu lugar. Vive perto de , fica numa preocupação só em ela conseguir um emprego, um lugar pra ficar... não sei não, será que esse moleque não entendeu que só existiu e só vai existir um Terry?
- Ele não ta querendo ser ‘o Terry’ – Patch falou se sentando do meu lado – e você devia estar feliz por ele estar cuidando da sua irmã.
- E você devia parar de xeretar na minha cabeça – falei – deixa de ser intrometido.
- Hey – ele reclamou – olha o respeito, eu ainda sou o superior aqui! – eu ri – é sério Terry, essa crise de ciúme é perda de tempo, ninguém vai ocupar seu lugar no coração de .
- Ta, ta – dei de ombros – mudando de assunto, o que você e Sarah vão fazer a respeito desse triangulo ai? – falei mostrando a cena de Jacob e Embry brigando por causa da minha irmã. Nós estávamos escorados na parede do corredor da casa de Jacob, observando os dois brigarem enquanto Seth levava nos braços pra casa dele.
- Nada – ele falou simplesmente.
- Como assim nada? – olhei pra ele incrédulo – Isso não vai fazer bem depois do negocio lá do imprinting...
- Terry, todos tem livre arbítrio – Patch falou como se ensinasse uma criança – se quiser ficar com Embry, ela fica, se ela quiser ficar com Jacob, ela fica, e se ela quiser ficar sem nenhum dos dois, ela fica!
- Esperai – gritei – eu a convenci de vir pra ca por causa desse imprinting, e agora você me fala que isso pode não acontecer?
- Ela viria de uma maneira ou de outra – ele falou – você só me ajudou a orienta-la pra que ela chegasse mais ‘rápido’.
- Mas se ela ficar com o Embry...
- Terry – ele segurou no meu ombro – ela é a prometida de Jacob, o que acontecer antes deles ficarem juntos, se acontecer algo, é para evolução deles... eles precisam aprender, é pra isso que a vida na Terra serve.
- Mas se ela vai ficar com Jacob, ai não se encaixa o tal livre arbítrio – falei seguindo Terry.
- Se encaixa sim – ele me olhou sorrindo – foram eles que escolheram ficar juntos...
- Como assim?
- Eles escolheram isso antes mesmo de nascer. – ele falou e voltou a andar. Ok agora sim isso estava virando loucura.
POV – Jacob
Ta bom que eu não entendia o que eu estava sentindo em relação a , mas que o Call estava me dando nos nervos ele estava. Sempre se oferecendo pra ajudar, sempre amiguinho demais...
- Já ta saindo fumaça da sua orelha Jake – Seth falou cortando meus pensamentos – e tenho certeza que você não esta pensando tanto sobre o motor do carro.
- Embry e são assim grudados desde que ela chegou aqui? – perguntei na lata, rezando pra Seth não me perguntar o motivo da curiosidade.
- Não, na verdade todo mundo é ligado na – ele riu – é como se ela fosse nossa irmã mais nova que precisa de mais cuidado que todo mundo. Como se fosse uma menininha.
- Mas todo mundo é assim com ela, como Embry é? – perguntei de novo.
- E como Embry é? – ele me olhou com as sobrancelhas arqueadas.
- Sei lá – fingi dar de ombros – ele parece gostar mais dela do que como amigo...
- Talvez – ele voltou a mexer no motor do carro – eu só não sei se ela retribui. – um pequeno sorriso se formou no meu rosto, mas eu tratei de desfazê-lo antes que Seth começasse a perguntar coisas que nem eu mesmo sei responder. – e você Jake?
- Eu o que? – disfarcei o susto com a pergunta dele.
- O que você achou da ?
- Ela é legal – falei simplesmente.
- Só legal? – ele insistiu.
- Ela é diferente Seth... – falei desintindo de mexer no carro e passei a encará-lo – é como você disse, ela parece uma menininha que precisa de cuidados o tempo todo, como se qualquer palavra, qualquer ação errada fosse quebrá-la. – ele me olhou e riu de lado. Percebi que ele ia falar mais, só que fomos interrompidos por Embry que entrava na garagem.
- Vocês demoraram – falei.
- pediu que eu a levasse na Sue – Embry respondeu – Jake onde tem antitérmico?
- Ela ta com febre de novo? – perguntei já limpando as mãos e vestindo uma camisa.
- Ta – ele falou me seguindo – mas a febre não ta muito alta não...
- Você devia tê-la trago logo – o interrompi – não tinha que ter ficado passeando, não com ela doente. – entrei na cozinha e fui pegar um copo de água, mas Embry já estava com um na mão, segui então pro banheiro pra pegar um comprimido.
- Basta falar onde estão os comprimidos e eu pego – ele reclamou tentando passar na minha frente – você pode voltar pra garagem.
- Você ta na minha casa Call – falei rude – eu te aconselho a cair fora. – tentei entrar no quarto de Rach, no mesmo momento que Embry também entrava, o que fez com que nós dois ficássemos ‘enganchados’ na porta.
Empurrei Embry e entrei.
- Eu disse pra você não abusar – me agachei ao lado da cama – mas parece que você não quer me escutar. – entreguei um comprimido, Embry a deu água, fazendo cara feia pra mim. Idiota, basta uma ordem de alpha e ele sai daqui com o rabo entre as pernas.
- Deita que você logo fica melhor – Embry falou se sentando ao lado dela cama e alisando o cabelo de – eu vou ficar aqui cuidando de você. – ai eu fiquei nervoso, como assim vai ficar aqui?
- Não precisa Call, pode ir pra casa ou então arrumar algo pra fazer, eu cuido dela – falei nervoso.
- Eu a deixei doente, então eu cuido dela – Embry retrucou, esse garoto ta abusado. Comecei discutir com ele, mas Seth entrou no quarto nos interrompendo.
- Hey, você vão deixa-la pior desse jeito – ele falou alto – cai fora daqui os dois, deixa que eu cuido dela.
- Nem pensar moleque – falei – os dois podem fazer o favor de ir embora.
- Vocês deviam continuar o que estavam fazendo – Embry falou se levantando e indo até a porta. É agora que eu quebro a cara desse moleque abusado.
- Você que ta sobrando aqui Call – falei me levantando também e parando na frente dele.
- Ah qual é Jake – ele me enfrentou – eu não to entendendo essa sua crise.
- Qual é digo eu Embry, ta pensando em enfrentar seu alpha?
- E você vai usar sua superioridade na matilha pra me afastar dela? – nós nos encaramos, só agora percebendo sobre o que discutíamos e na frente de quem estávamos falando coisas que não deviam ser ditas.
Como se estivéssemos em câmera lenta, nos viramos para a cama pra ver que a essa altura devia estar com uma tremenda cara de espanto. Mas quem ficou com cara de espanto fomos nós dois, pois a cama estava vazia. Nem Seth nem estavam no quarto.
- Pra onde é que aquele moleque a levou? – perguntei nervoso.
- Provavelmente pra casa dele – Embry falou saindo – eu vou lá.
- Não Embry – falei e ele travou no meio do caminho – Seth tem razão, essa nossa discussão não vai ajudar a melhorar, deixa pra ir lá mais tarde.
- Se você quiser ficar ai, pra mim é melhor – ele falou e saiu, eu me joguei no sofá. Que diabos estava acontecendo comigo? Que reação é essa com ?
POV – Leah
Estava tudo tranqüilo hoje, acordei cedo apesar de ter feito ronda de madrugada. Tomei um café rápido e fui me reunir com os garotos na casa de Jacob, fiquei sabendo ontem por Seth que ele estava de volta.
No caminho encontrei Embry, Quil, pra variar, os dois falavam da bonequinha de porcelana. É incrível como ele são mansos quando se trata dela, ficam todos babões e se esquecem de um detalhe importante, quanto mais próxima de nós essa garota fica, mais fácil ela descobrir nosso segredo.
Entramos na casa de Jake e vimos ele, Seth e a princesinha conversando na cozinha.
- Já vieram filar café de novo? – Jake perguntou fazendo careta, a princesa e Seth riram.
- Não preciso filar café na sua casa Jacob – falei ignorando as hienas – minha mãe cozinha o suficiente na minha casa. E bem melhor que você.
- A Sue cozinha magnificamente bem, mas o café do Jake não está de se jogar fora. – a ‘bonequinha’ falou fazendo Jacob sorrir feito um bocó, revirei os olhos.
- Valeu pelo elogio ! – Jake falou.
- Às ordens – ela respondeu.
- Já se tratam intimamente? – perguntei.
- Acho que a noite passada nos deu esse direito, não é Jake? – ela piscou o olho pra ele, idiotas, sai batendo o pé mas antes ainda ouvi a imbecil falando – eu acho que ela te ama Jake.
Até parece que eu vou perder meu tempo gostando desse demente. Ele já deve ter esquecido a sanguessuga sem sal, pois já ta arrastando as asinhas pra bonequinha de luxo. Caminhei até a praia, onde me sentei e fiquei olhando o mar.
Pensei em tudo que aconteceu comigo desde o dia que me transformei. Lembrei de como foi difícil perder meu pai e como, bem antes disso, foi difícil perder o Sam. Pra todo mundo eu sou apenas um garota amarga que ficou rabugenta depois que o namorado a trocou, mas ninguém me entendia de verdade, pra ver como era difícil lidar com tudo.
Ninguém tinha idéia do quão difícil era pra mim estar na matilha de Sam e ver na cabeça dele o quanto ele adorava a Emily, ver todo o amor que ele sente por ela, o desejo de casar, ter filhos, ter uma vida que ele compartilharia comigo. Tudo isso machucou muito, até eu conhecer a minha salvação, quando Jake reivindicou pra si o posto de alpha de direito, eu vi ali a minha chance de fugir da dor. Mas eu não podia pensar em nada, se Sam cogitasse essa possibilidade, ele iria me dar a ordem pra ficar, não porque ele me queria perto dele, mas porque ele não queria perder mais um guerreiro pros vampiros.
Me mudar pra matilha de Jake foi a coisa mais certa que eu fiz, pelo menos eu achava isso, até me apaixonar por ele. É a bonequinha de luxo tinha razão, eu estava sim apaixonada pelo Jake, mas eu luto contra esse sentimento, eu sei que não é certo, além de ter o fato de acontecer um imprinting e eu sofrer tudo de novo, tem a questão de que ele nunca iria me querer, ele é obcecado por Bella, mesmo que agora ela seja uma sanguessuga fedorenta.
Fiquei na praia mais um pouco, mas comecei a sentir o cansaço da ronda me abater e resolvi ir pra casa, talvez minha mãe estivesse lá pra me dar um colinho. Cheguei em casa e vi um bilhete da minha mãe dizendo que ela estava na casa da Sra Uley, me joguei no sofá e liguei a TV. Não demorou muito e minha mãe voltou.
- Em casa a essa hora, filha? – ela perguntou – Achei que você ficaria na casa do Jacob.
- Não – respondi seca – lá estava chato.
Ela não falou mais nada, foi para a cozinha provavelmente preparar o almoço. Pouco tempo depois uma batida leve na porta e Embry entrou.
- Tia Sue? – ele ainda tinha a mania ridícula de chamar minha mãe de tia, como se fosse um garotinho – eu trouxe uma visita pra senhora.
- Visita? – mamãe perguntou vindo da cozinha enxugando a mão num pano de prato – ! – ela exclamou ao ver quem atravessava a porta entrando – que surpresa boa.
- Oi Sue – a coisinha falou abraçando minha mãe – estava passando por perto e pedi Embry que me trouxesse aqui pra te ver.
- Que bom – mamãe a fez se sentar no sofá – fica pro almoço?
- Não Sue, muito obrigada, mas eu tenho que fazer companhia pro Jake.
- O Jake já voltou? – Mamãe gritou da cozinha – achei que ele só voltaria daqui alguns dias.
- Ele resolveu voltar antes – ela respondeu me encarando – mas a Rachel ainda ficou lá.
Comecei a encará-la também, essa garota tem algum problema ou não tem medo de morrer.
- Embry será que você pode me dar uma ajudinha aqui? – mamãe falou e Embry foi ajudá-la deixando eu e a coisinha sozinhas.
- Desculpa pelo que eu falei mais cedo – ela falou quebrando o silencio – eu não quis ser rude com você.
- Tanto faz – falei – sua opinião não me importa.
- O que eu te fiz? – ela perguntou eu a olhei com cara de como assim? – Eu não sei por que você me trata desse jeito.
- Eu não te trato ‘desse jeito’, só não me interesso na sua historinha, no seu mundinho... não sou do tipo que segue tendências, e ao que parece você é a tendência do momento.
Ele fez uma cara de quem comeu e não gostou e se recostou na poltrona onde estava sentada. Eu bem que queria que ela fosse embora logo, o cheiro dela era enjoativo. Não demorou muito e ela pediu Embry pra que a levasse pra casa, ele como o bom cachorrinho que é obedeceu.
Os dois saíram e logo em seguida minha mãe veio da cozinha me olhando com cara de quem ia me dar uma boa bronca.
- Leah Clearwater – ela falou parando na minha frente com as mãos na cintura – nem eu nem seu pai lhe demos essa educação.
- O que eu fiz? – falei me fazendo de inocente.
- Eu ouvi a maneira como você falou com , custa tentar ser agradável com a garota?
- Custa mãe – falei me sentando – eu não vou ficar por ai abanando o rabinho pra essa garota, ninguém aqui conhece ela e fica todo mundo adulando e fazendo charminho. Ah tenha paciência!
- O que isso Leah? – ela me olhava assustada – essa não é a minha garotinha.
- É mãe, talvez a seja uma filha melhor que eu – levantei e sai, eu não queria mais conversar sobre isso.
Eu estava começando a cochilar quando ouvi as vozes de Seth e da minha mãe, fiquei quieta ouvindo a conversa, eu estava com medo de ter magoado minha mãe com as minhas palavras, mas eu acabei ouvindo um nome que não me agradou em nada: . Levante e abri a porta a tempo de ver Seth entrar no quarto dele com ela nos braços.
- O que aconteceu? – perguntei, tudo bem que eu não morria de amores por ela, mas também não desejava que a garota morresse, talvez apenas da boca pra fora.
- Ela adoeceu depois que Embry jogou ela na água ontem à noite, a febre vai e volta... – Seth respondeu a ajeitando na cama.
- E porque ela não ta na casa do Jake? – perguntei.
- Porque ele e Embry estavam se matando pra ver quem cuidaria dela, então eu decidi que era melhor tirá-la de lá antes deles se matarem.
- Fez muito bem filho – minha mãe falou entrando no quarto com um termômetro – deixa que eu cuido dela.
Ótimo quanto mais eu corro do capeta mais ele vem me atazanar.
POV – Embry
Ta certo que brigar com Jake por causa da não foi muito racional, mas quem disse que eu fico racional perto daquela garota? Quem diria, eu Embry Call, o rei das baladas, literalmente de quatro por uma garota.
Mas era especial, ela era incrivelmente linda, doce, carinhosa, sincera e ainda tem aquele par de olhos azuis que enfeitiça qualquer um. E nesse qualquer um lê-se: Jacob Black. O imbecil mal chegou de viagem, mal conhece e ta se achando o dono dela, ainda vem com essa historia sem noção de me dar uma ordem de alpha pra eu me afastar dela.
Seth é outro intrometido, da onde ele tirou a idéia de que ele podia tirar da casa do Jake assim sem falar nada com ninguém, ele ia era ganhar uns cascudos, moleque abusado. Cheguei na casa de Sue e entrei sem nem mesmo bater na porta, que por acaso estava aberta.
- Tia Sue? – chamei – Seth?
- Aqui no meu quarto – ouvi Seth falar, mas nem cheguei a me aproximar do corredor e tia Sue apareceu na minha frente com cara de poucos amigos. Eu só via essa expressão em uma pessoa, na minha mãe e só quando eu fazia algo bem errado.
- Oi tia – falei – a ta ai?
- ta dormindo – ela falou cruzando os braços – que idéia de jerico foi essa de jogar a menina na água fria de madrugada?
- Desculpa tia, eu nem me lembrei que ela é uma humana normal, que sente frio... eu to tão acostumado com os outros lobos e já me sinto tão a vontade perto de que nem me toquei que ela adoeceria.
- Vocês são todos inconseqüentes. – ela balançou a cabeça – agora ela ta dormindo, eu dei um chá a ela que vai deixá-la melhor. Amanhã ela já vai estar bem, foi só um resfriado. Mas ela fica aqui até amanhã.
- Posso ficar por aqui hoje? – perguntei fazendo cara de menino que sempre amolecia a tia Sue.
- Vai adiantar se eu disser não? – ela sorriu e me deu um beijo na testa, andando na direção da cozinha em seguida – se for no quarto, faz o favor de não acordar .
- Pode deixar – falei me dirigindo ao quarto de Seth.
A porta estava entreaberta, dava pra ver Seth sentado na beira da cama olhando pra com carinho. Ele também? Será que todo mundo resolveu gostar dela?
- Posso entrar? – perguntei baixinho fazendo ele olhar pra minha direção.
- Pode – ele falou e voltou a encarar dormindo.
- Tenho que pedir desculpas a ela, por aquela cena com o Jake. – falei enquanto me abaixava ao lado da cama.
- A gente pode conversar lá fora? – Seth me olhou e se levantou. Dei um beijo na testa de e saí com ele.
Nós caminhamos um pouco pelas ruas de La Push, Seth ficou calado, o que era estranho, pois foi ele que pediu pra conversar.
- Eu vou falar só uma vez – ele falou parando e se virando pra mim, os olhos sérios – eu tenho como uma irmã. É do conhecimento de todo mundo o quanto Leah ficou amarga depois de se transformar, ela não trata mais ninguém com carinho, nem mesmo eu e minha mãe que somos a família dela, então meio que supriu o que faltava.
- Onde você quer chegar Seth? – perguntei não entendendo o que ele queria dizer com essa conversa.
- Onde quero chegar... – ele me olhou muito sério – eu posso ser mais novo que vocês, mas se eu souber que você ou o Jake ou qualquer outra pessoa fez sofrer, vocês vão conhecer um Seth que nunca viram antes.
Dito isso ele enfiou as mãos nos bolsos e saiu andando de volta pra casa dele. Mas antes de sair da minha vista, deu um ultimo recado.
- Melhor você me substituir na ronda hoje – falou – avisa o Jake que não vou porque vou cuidar da . – eu ia abrir a boca pra questionar, dizer que ele podia fazer a ronda que eu cuidaria dela, mas ele foi mais rápido – e não, você não pode cuidar dela.
Seth andou depressa pra casa e me deixou parado com cara de paspalho. Desde quando esse moleque acha que pode mandar em mim? Eu ia ignorar o que ele falou e ia ver , mas resolvi não brigar, não hoje. Fui pra minha casa, eu precisava de um banho frio.
POV – Seth
- Onde você quer chegar Seth? – Embry perguntou notavelmente sem entender o que eu estava dizendo.
- Onde quero chegar... – o olhei sério, pra que ele entendesse que quem estava falando não era mais o moleque da matilha – eu posso ser mais novo que vocês, mas se eu souber que você ou o Jake ou qualquer outra pessoa fez sofrer, vocês vão conhecer um Seth que nunca viram antes.
Disse isso e voltei a caminhar, dessa vez pra casa. Deixei Embry parado no meio da rua, mas antes de me afastar dei um ultimo recado.
- Melhor você me substituir na ronda hoje – falei – avisa o Jake que não vou porque vou cuidar da . – eu sabia muito bem o que estava passando na cabeça dele nesse exato momento, então eu me virei e completei antes que ele falasse – e não, você não pode cuidar dela.
Eu seguia pra minha casa quando resolvi parar em um lugar antes. Apressei meus passos até parar de frente pra casinha vermelha. Eu ouvia o barulho na garagem, mas nem precisava disso, eu sabia que Jake estaria lá.
- E ai moleque – ele falou assim que entrei – você podia ter avisado antes que tava levando pra sua casa.
- Vocês não iam me ouvir – dei de ombros escorando na moto de Jake que estava parada num canto.
- Como ela está? – ele perguntou – já trouxe ela de volta?
- Está bem, e não – falei – ela vai ficar lá em casa até amanhã. Ordens da Sra Clearwater. – ele riu.
- Eu imaginei que Sue não ia deixar ela sair de lá até ela estar melhor. Embry apareceu por lá?
- Apareceu e já foi embora.
- Achei que ele fosse ficar por lá...
- Eu o mandei ir embora – ele desviou os olhos do carri e me encarou com uma sobrancelha arqueada – olha só Jake – falei – você pode ser mais velho que eu e pode ser meu alpha também, mas eu vou ignorar tudo isso e vou te dar o mesmo recado que eu dei pro Embry.
Ele continuava me olhando, mas agora com o cenho franzido, eu podia sentir no ar que ele estava preste a colocar seu lado alpha em jogo.
- E não adianta me ordem de alpha não – falei o fazendo fechar ainda mais a cara – é especial demais pra virar brinquedinho seus, então seu eu souber que um de vocês a magoou ou a fez sofrer, é comigo que vocês vão acertar as contas, e pode ter certeza que eu estou pouco me lixando se você é meu alpha. Eu te considero meu melhor amigo, espero que você não queria colocar nossa amizade em risco.
Assim como fiz com Embry, eu falei e sai, deixando Jake sozinho. Eles dois estavam me deixando estressados, e o pior eles estavam deixando estressada e assustada. Dois malucos, era bom os dois se entenderem longe dela.
Voltei pra minha casa, eu já estava cansado desse dois. Mal entrei e Leah apareceu na minha frente me fuzilando com os olhos. Respirei fundo, mais uma pra enfrentar.
- O que é Leah? – perguntei me jogando no sofá.
- Por que você trouxe a bonequinha de porcelana pra cá? – ela perguntou se sentando na minha frente.
- Porque ela ta doente Leah, ela precisa de cuidados. – falei recostando a cabeça no encosto do sofá.
- Então levasse ela pra um hospital!
- Por que te incomoda tanto?
- Porque ela é uma fingida, falsa que ta fazendo todo mundo de besta com essa carinha de menina abandonada.
- Você ta com ciúmes dela Leah – falei encarando minha irmã – e ta ciúmes porque você não é capaz de tratar as pessoas como trata. Você sempre foi doce Leah, porque ser assim agora? Porque tratar todo mundo mal? Até a mãe você magoou!
- Eu não falei aquilo com ela por mal – ela falou olhando pro chão, visivelmente envergonhada – eu estava nervosa, com raiva. Tudo agora gira em torno da bonequinha, tudo tem que ser pra , como quer... eu já me cansei dessa garota.
- Um dia as coisas foram pra você, como você queria, mas por causa dessa sua armadura, você perdeu tudo. Talvez se você voltasse a ser a Lee.
- Você prefere ela né? – Leah gritou se levantando – você queria que ela fosse sua irmã, não eu.
- Leah você está incoerente – falei me levantando também, eu ia era tomar um banho e deixar essa doida conversando sozinha.
- Eu ouvi Seth, eu ouvi o que você falou com o Embry – eu virei para olha-la e ela tinha lágrimas nos olhos – eu ouvi você falando que ela supria o que faltava em mim. Eu vi como você a defendeu, como você conseguiu ameaçar o Embry e até mesmo enfrentar o Jake, o seu alpha por ela, mas você nunca fez isso por mim. Você nunca enfrentou o Sam por mim.
Ela saiu descontrolada pela porta correndo em direção à floresta, pouco tempo depois eu pude ouvir ao longe o som das roupas dela sendo rasgadas e os passos pesados de loba. Ok agora eu tenho certeza, La Push inteira está enlouquecendo!
N/a: e ai flores... parece que o bichinho verde do ciúme andou mordendo todo mundo em La Push não?.... Mas me digam, o que vocês estão achando? Seth está brabo não acham? Eu até fiquei com medo dele. *ui* como será que nossa PP vai reagir quando encarar Jake e Embry? Será no que vai dar esse triângulo? E o ciúmes do Terry e da Leah? Ambos acham que seus postos de ‘irmãos’ estão sendo ‘roubados’... mais aventuras nos próximos capítulos... não esqueçam de deixar um comentário pra mim, ok? Beijinhos...
    
- Bom dia – Seth falou parado na porta.
- Bom dia – respondi me sentando.
- Dormiu bem? – fiz que sim com a cabeça – Se sente melhor?
- Muito melhor – falei – não sei que milagre foi que sua mãe fez, mas eu estou perfeitamente bem.
- Foi o chá que ela te deu – ele falou se sentando do meu lado – uma mistura de ervas.
- Como estão o Jake e o Embry – perguntei – eles se mataram? – nós rimos.
- Ainda não – ele respondeu – eu conversei com os dois.
- Conversou? – perguntei – o que exatamente você conversou com eles?
- Nada demais.
- Sei – falei e mudei de assunto – você não devia estar na escola?
- Tirei o dia de folga – ele sorriu maroto – pra cuidar de você.
- Eu já me sinto bem, mas você pode me ajudar a encontrar um emprego o que acha?
- Não antes de você tomar um café reforçado, ordens da Sra Clearwater – ele se levantou estendendo a mão pra me ajudar.
- Eu não seria louca de descumprir uma ordem da general Clearwater – nós rimos – nem seria difícil, já que estou azul de fome.
Tomei um café com Seth – café não que aquilo era praticamente café, almoço e janta de tanta comida que tinha na mesa – e nós fomos até a casa de Jake pra que eu tomasse um banho e trocasse de roupa.
A casa estava vazia, nem um mínimo sinal de Jacob por lá, melhor já que eu não sabia como encará-lo depois da confusão de ontem.
Vesti uma roupa simples, porém mais formal, já que eu iria pleitear um emprego. Escolhi uma calça jeans e uma blusa de manga comprida preta. Calcei meu all star rosa e branco e peguei um moleton. Seth estava me esperando na sala.
- Então estou bem? – perguntei dando uma voltinha na frente dele.
- Se você não estiver interessada em uma vaga de presidente numa multinacinal ou algo do tipo acho que essa roupa serve – franzi o cenho e ele riu me abraçando em seguida – está ótimo sua boba.
Nós saímos de casa abraçados e demos de cara com Embry. A expressão no rosto dele ao me ver com Seth não foi muito boa.
- Oi – ele falou – se sente melhor?
- Bem melhor Emb – respondi – Sue me deu um chá milagroso que me fez ficar novinha em folha.
- Que bom – ele falou e o vi lançar um olhar bravo pro Seth – vocês vão sair?
- Seth vai me levar pra procurar emprego em Forks – falei – algum problema?
- Não nenhum, é só que você estava mal ontem e eu achei que talvez você devesse descansar...
- Nem pesar – retruquei – eu não vou ficar de castigo em casa. Preciso encontrar um emprego e Seth vai me acompanhar.
- Não falei por mal... – ele respondeu. Era impressão minha ou Embry estava triste?
- Está com algum problema Emb? – falei descendo as escadas e me aproximando dele ele fez que não me dando um sorriso que não alcançou os seus olhos, o que significava que ele estava com algum problema sim – Faz assim, passa aqui à noite, a gente pode dar uma volta na praia e conversar um pouco...
- Pode ser – ele falou e em seguida me deu um beijo na cabeça e saiu.
Me virei pra Seth que olhava Embry se afastar, ele estava com o semblante sério, foi então que eu me lembrei de Seth ter me falado que tinha conversado com Embry e Jacob.
- Seth Clearwater – falei cruzando meus braços na altura dos seios – o que o senhor conversou com o Embry pra ele ficar tão estranho comigo?
- Eu? – ele fez cara de inocente – não falei nada de mais. E eu não achei ele estranho com você não...
- Ah não? Então por que será que ele me tratou tão distante e respondeu um ‘pode ser’ pro meu convite?
- Deve ser porque ele não ta a fim de sair – ele deu de ombros – vamos logo ou você vai se atrasar.
- Sei – falei o acompanhando até o carro de Jacob, uma vez que a minha lata velha ainda estava sob os cuidados do Sr. Mecânico Black.
- Seu carro fica pronto logo – Seth falou quando estávamos a caminho de Forks – vai ficar muito bom, o Jake é um bom mecânico.
- Se ele fizer aquela joça andar eu já o qualifico como um super mecânico – eu ri – sabe eu não entendo o que vocês acham de tão incrível naquele carro.
- É um clássico, e nós gostamos dos clássicos.
- Vocês são é doidos, como o Terry era – falei – ele podia ter o carro que quisesse, posso até apostar que se ele pedisse uma Ferrari zero, ele ganharia, mas ai ele escolhe aquela coisa.
- Por que você não ganhou um carro como seu irmão? – Seth perguntou
- Porque eu não existia naquela casa – respondi olhando a paisagem pela janela.
- , desculpa tocar nesse assunto, mas é que eu não entendo como uma mãe e um pai podem rejeitar um filho assim, sei lá talvez você que tenha se afastado deles...
- Sim eu me afastei – falei – mas fiz isso porque eu cansei de correr atrás deles, mendigando amor e carinho. Eu tinha isso do Terry, então pra mim já estava de bom tamanho, eu não preciso da Violet nem do George.
- Você chama seus pais pelo nome? – ele me olhou de sobrancelhas arqueadas.
- E você queria o quê? – o encarei – que depois de tudo que passei naquela casa eu chamasse os dois de mamãe e papai? Ah me poupe Seth. Eles eram os pais do Terry, não meus.
Seth ficou em silencio e eu o acompanhei, o que não devia ter feito, a falta de conversa no carro me fazia pensar em como sempre foi ruim não ter pais, acho que nem que perdeu ou nunca conheceu os pais não sentia a dor que eu sentia, a dor de ser rejeitada, de nunca ter sido desejada, de não se sentir parte da família.
Senti os meus olhos arderem, mas engoli o choro, eu não ia derramar mais nenhuma lágrima por Violet e George, eu fiz essa promessa no dia que sai daquela casa e iria cumpri-la.
- Vamos passar na delegacia, Charlie deve saber de algum lugar pra você encontrar trabalho. – Seth falou quebrando o silencio, apenas balancei a cabeça em sinal positivo, não confiaria na minha voz agora, ela provavelmente sairia embargada denunciando minha vontade de chorar.
Seth dirigiu mais um trecho e logo vi a cidade. Forks era pequena, maior que La Push é claro, mas ainda pequena. Uma cidade calma, daquele tipo onde todo mundo sabe da vida de todo mundo. O verde era dominante, pra onde quer que se olhasse havia verde, mas isso não me irritava ou me entediava, pelo contrario, eu ficava feliz em estar ali, era como se as árvores, as folhas, a floresta fossem uma parte de mim.
Paramos na frente do posto policial e Seth desceu, abrindo a porta pra mim em seguida. Assim que entramos um homem alto de bigode e uniforme policial veio nos receber.
- Seth, que surpresa você por aqui. Algum problema com a Sue ou com a Leah? – ele perguntou preocupado
- Não Charlie, está todo mundo bem – Seth o tranqüilizou – eu vim aqui pra te perguntar uma coisa, mas antes deixa eu te apresentar a .
- Oi – falei acenando.
- se mudou pra La Push há algumas semanas e agora ela está procurando um emprego...
- E por que você veio pra cá ? – Charlie me perguntou, senti seus olhos me avaliando.
- Mudança de ares – respondi somente – queria viver novas aventuras...
- E seus pais, o que acharam disso? – ele continuava a me avaliar, talvez não o fizesse por mal, talvez fosse apenas algo de sua profissão.
- Bom meus pais não tem muito o que achar – falei tentando não soar muito rude – eu sou maior de idade, posso fazer o que eu quiser.
- Claro que pode – ele respondeu franzindo um pouco o cenho – pelo que parece você não tem uma boa relação com seus pais...
- Não é bem assim, eles não se importam comigo e eu não me importo com eles, nós conseguimos conviver assim – falei, fiz o possível pra que minha voz não transparecesse o quanto me magoava a falta de interesse dos meus pais.
- Certo então – Charlie falou encerrando o assunto – bom, eu soube que os Newton estão precisando de uma ajuda na loja deles agora que o Mike está na faculdade...
- Os Newton são da loja de artigos esportivos? – Seth perguntou.
- É sim, vocês podem ir até lá e falar com a Sra Newton que eu indiquei a , vai ficar mais fácil conseguir o emprego, apesar de eu não achar que ela vá colocar nenhum empecilho.
- Obrigada Charlie – falei me retirando.
- Não precisa me agradecer, basta ficar longe de encrencas. – ele falou sério.
- Pode deixar Charlie, eu faço questão de cuidar dela – Seth falou me levando pela mão.
- Acho que ele está desconfiado de mim. – falei quando estávamos no carro.
- Por que ele estaria? – Seth me perguntou com a sobrancelha arqueada.
- Ah Seth, vai me dizer que você não desconfiaria de uma garota de 18 anos que sai de casa de repente e não está dando a mínima pro que os pais pensam?
- Não – ele falou sério – eu conheço sua história e sei bem por que você saiu de casa.
- Ta, mas o Charlie não conhece a minha história – falei.
- Ele vai conhecer em breve – Seth sorriu um pouco – posso apostar com você que hoje à noite ele vai estar na minha casa perguntando a minha mãe. E posso apostar mais, ele com certeza adorou ter um motivo pra ter que ir visitar a Dona Sue Clearwater.
- O que, Charlie e sua mãe estão se paquerando? – perguntei de boca aberta e olhos arregalados.
- Eles até que tentam esconder, mas ta na cara que eles estão caidinhos um pelo outro. Eu dou o maior apoio, Charlie é divorciado, minha mãe já é viúva há três anos, nada mais justo que eles se acertarem e serem felizes logo.
- Engraçado você pensar assim – falei
- Por que?
- Geralmente os filhos têm ciúmes quando a mãe arruma um namorado.
- Mas eu gosto do Charlie – ele falou sorrindo fraco – e eu gosto de ver como minha mãe se alegra perto dele.
- Mas voltando ao assunto anterior – falei o encarando – você acha que depois que souber da minha história, o Charlie vai procurar os meus pais? – a idéia de Charlie informando meus pais onde eu estava não me agradava muito – Não que eu ache que Violet e George estejam preocupados com minha fuga de casa...
- Eu não sei o que Charlie vai fazer depois que souber da sua história, mas eu acho que você devia pelo menos ligar pros seus pais...
- Ta louco Seth? – praticamente gritei – Eu sai de casa por que eles não davam a mínima pra mim, agora você quer que eu volte?
- Não – ele começou a se explicar – eu só acho que seus pais devem estar preocupados com você, sei lá, é difícil acreditar que seus pais não te dão a mínima...
- Seth – falei nervosa – você pode acreditar no que quiser, eu não vou ligar pra ninguém, só eu sei o que foi viver 18 anos naquela casa, sempre me sentindo excluída, indesejada... – a essa altura eu já estava chorando e quebrando a minha promessa – eu não quero mais saber do Sr. e da Sra. Howard, quero esquecer que um dia tive pais.
- Shhh – ele parou o carro me abraçando – desculpa , não queria te deixar assim, eu não vou mais tocar nesse assunto, eu prometo.
Nós ficamos abraçados um tempo, até que eu consegui controlar as lágrimas e o soluço. Seth me fazia lembrar Terry, ele tinha por mim o mesmo carinho que meu irmão tinha, eu me sentia bem em La Push, me sentia protegida.
- Acho melhor a gente ir – falei – antes que eu perca mais uma oportunidade.
- Vamos – ele falou ligando o carro de novo.
Não demorou muito e nós paramos na porta de uma loja simples, de materiais esportivos. Uma senhora estava atrás do balcão nos cumprimentou sorrindo.
- Olá, bem vindos à Newton’s, em que posso ajudá-los?
- Oi eu sou Seth Clearwater, essa é Howard, nós viemos aqui por indicação do chefe Swan, ele disse que a senhora estava precisando de ajuda aqui e ela – ele apontou pra mim – está precisando de trabalho.
- Oh estou precisando sim – ela falou – então .
- – a interrompi.
- Certo, então , você entende alguma coisa de produtos esportivos?
- Pra ser sincera Sra...
- Diana.
- Sra Diana – continuei – eu não entendo muito de esportes, mas tenho facilidade em aprender.
- Bom então considere-se contratada querida – ela falou sorrindo.
- Quando eu começo? – perguntei me sentindo bem mais feliz.
- Amanhã de manhã – Diana me respondeu ainda sorrindo, senti que seriamos boas amigas.
- Então até amanhã Diana.
- Até amanhã .
Seth e eu saímos da Newton’s, mas antes de ir pra casa pedi que ele me mostrasse um pouco de Forks, afinal desde que cheguei fiquei apenas em La Push.
- Forks não é tão grande como L.A, nem tem tantos atrativos assim – Seth falou quando estávamos andando por uma praça no que parecia ser o centro da cidade.
- Eu prefiro lugares pequenos, apesar de sentir um pouco de falta do sol da Califórnia – falei.
- É o sol aqui é bem raro...
Continuamos andando um pouco e logo voltamos pra casa. Seth pra dele e eu pra do Jake. Seth deixou o carro na garagem e foi pra casa dele a pé, apesar de eu ter insistido muito pra que ele fosse com o carro, mas ele disse que tinha outras coisas pra fazer antes de almoçar. Eu não quis me intrometer demais, nada de ser enxerida, esse era o meu lema.
Deixei minha bolsa no quarto e mudei de roupa, trocando o jeans por uma calça de malha. Fui até a cozinha preparar algo pro almoço. Estava tão concentrada no risoto que nem percebi quando Jake entrou na cozinha, tomando um susto com a voz rouca dele.
- Já está melhor? – ele perguntou me fazendo quase derrubar a vasilha com a comida, essa só não se espatifou no chão porque Jake foi rápido e a aparou.
- Bom reflexo – falei – E sim, eu estou melhor...
- Que bom – ele sorriu tímido – e ai fez o que hoje de manhã, eu não te vi por aqui...
-Eu e Seth fomos até Forks, ver se eu conseguia um emprego...
- E conseguiu? – ele perguntou e eu fiz que sim com a cabeça – onde?
- Na Newton’s.
- A loja de artigos esportivos?
- Umhum – falei e o vi fazer uma careta – algum problema com a Newton’s?
- Não – ele falou vago – com a loja não, só não vou com a cara do filho do dono.
- Acho que Charlie falou dele... Mike não é? – ele fez que sim com a cabeça ainda fazendo careta – eu não o conheci, parece que ele foi pra faculdade...
- Melhor – ele falou baixo, mas alto o suficiente pra eu ouvir. Olhei pra ele com a sobrancelha arqueada – o que foi? – ele perguntou.
- Não entendi o por que do “melhor”... – falei.
- Ah – ele riu sem graça – não era pra você ter ouvido isso, não é nada, assuntos do passado – ele deu de ombros me ajudando a colocar a mesa.
- Tipo o que – falei rindo – ele roubou sua namorada ou algo do tipo?
- Não – ele riu comigo – ele meio que me atrapalhou a conseguir uma namorada...
- Bom – falei – agora ele foi pra faculdade, talvez você ainda tenha chance com ela...
- Não, não tenho – ele falou com a voz um pouco triste – ela é de outro agora...
- Espera ai – parei o que estava fazendo e olhei pra Jake que ainda trabalhava colocando a mesa – você estava interessado na garota, ai de alguma maneira Mike Newton te atrapalhou, mas ai a garota acabou ficando com outro?
- É mais complicado que isso – ele falou agora pegando a travessa com o risoto – Isso aqui ta com a cara boa – ele falou se referindo à comida e claramente mudando de assunto.
- Ok, percebi que a mudança de assunto é por que você não quer falar sobre a garota complicada – falei me sentando de frente pra Jake – não vou forçar a barra, mas se você quiser conversar...
- Pode deixar que eu te procuro – ele completou – agora é melhor a gente comer, eu to morrendo de fome.
Almoçamos conversando amenidades, o assunto da garota totalmente esquecido. Era bom ficar perto de Jacob, diferente de ficar com Embry e com Seth.
Seth era como um irmão, alguém em quem eu podia confiar. Embry era um amigo pras horas mais divertidas, aquele que anima até velório. E Jake, bom Jake era difícil de classificar, ele era aquele alguém que você espera o dia todo pra ver, alguém que você quer por perto o tempo todo. Ele me atraia como um imã era como se tudo no universo conspirasse pra que eu estivesse perto dele, e quando eu estava eu me sentia bem, completa como eu não me sentia há muito tempo.
- Então – ele falou me arrancando dos meus devaneios – quando você começa a trabalhar?
- Amanhã – falei – a propósito, a que pé anda o conserto da minha lata velha?
- Falta bastante coisa – ele falou – porque?
- Eu preciso de um carro pra trabalhar – falei dando de ombros – não dá pra ir a pé daqui a Forks...
- Eu te levo no meu carro.
- Não quero te dar trabalho.
- Não vai ser trabalho nenhum, eu gosto de dirigir e essa vai ser uma desculpa pra matar a saudade do meu Rabbit, faz tempo que eu não dirijo ele.
- Tudo bem então – falei.
Terminamos de comer e Jake me ajudou com a louça, depois ele foi pra oficina e eu decidi arrumar a casa. Mais ou menos no meio da tarde o telefone tocou.
- Residência dos Black – atendi.
- Oi – uma voz cantada de mulher falou do outro lado – eu queria falar com o Jake.
- Só um minuto – deixei o telefone no aparador e fui até a oficina – Jake – chamei, ele saiu debaixo do carro só de bermuda, com aquele tanquinho perfeito e de tirar o fôlego de fora – telefone – falei tentando desviar os olhos do peitoral dele e entrando em casa.
Jake me seguiu até a sala, onde permaneci terminando meu ‘serviço’, ao que parece ele não se incomodou.
- Alô – ele falou ficando em silencio para ouvir a resposta do outro lado da linha – Bells?O-oi – ele gaguejou – aconteceu alguma coisa? Por que você está me ligando?
Silencio de novo e então pelo canto do olho eu vejo Jacob abrir um sorriso lindo.
- Eu estou bem – ele fala – não, diga a ele que não precisa se preocupar, eu estou realmente bem.
Quem era Bells? Eu me perguntava, tinha algo na voz de Jacob que mostrava que essa Bells tinha alguma importância pra ele... mas espera, o que eu tenho haver com isso? E por que a maneira carinhosa que ele fala com ela me incomoda tanto? Mais silencio e então o sorriso lindo se desmancha, dando lugar a lábios franzidos e uma pequena ruga entre as sobrancelhas.
- Bom Bells, foi você quem escolheu assim – ele falou – podia ter sido diferente... bom quanto a isso eu não posso te falar nada, você sabe a minha opinião... não tem como isso ser possível, ela não me conhece pra se sentir assim...
Eu não estava entendendo nada dessa conversa louca, o que essa tal Bells escolheu? O que podia ser diferente?... Quer saber, pra mim chega de ouvir a conversa dos outros, principalmente quando essa conversa me deixa mais confusa que tudo. Sai da sala – que já estava mais que arrumada – e fui arrumar os quartos.
- Bells? – era ela mesmo? Mas porque Bella me ligaria? Será que era algo grave? – O-oi. O que aconteceu? Por que você está me ligando? – perguntei preocupado.
- Calma Jake, respira, assim você vai acabar tendo um AVC – ela riu me fazendo sorrir também, pelo menos tudo estava bem – está tudo bem, só queria saber como você está.
- Eu estou bem – falei.
- Sei lá talvez você esteja precisando de uma consulta médica... Carlisle disse que está aqui pro que você precisar. – ela disse.
- Não, diga a ele que não precisa, eu estou realmente bem.
- Fico feliz – ela falou, mas senti que a alegria da sua voz não estava mais presente – sabe Jake, na verdade liguei pra dizer que sinto falta de você. Sinto falta do tempo que passávamos na garagem da sua casa... do meu melhor amigo. – meu sorriso se foi, dando lugar a uma ponta de tristeza, Bella sempre foi minha melhor amiga.
- Bom Bells, foi você que escolheu assim podia ter sido diferente...
- Mas talvez ainda dê pra sermos amigos... acho que nossa amizade pode superar os acontecimentos. O pior já passou, a Nessie não traz mais nenhum perigo.
- Bom quanto a isso eu não posso te falar nada, você sabe a minha opinião. – falei em meias palavras, mas de modo que Bella entendesse, eu não podia falar sobre esse assunto abertamente, afinal estava aqui ao lado.
- Você não a conheceu Jake, não pode julgá-la. – ela falou séria – além do mais, ela sente sua falta.
- Não tem como isso ser possível, ela não me conhece pra se sentir assim. – falei me lembrando que passei no máximo cinco minutos perto da criatura. Percebi saindo, assim seria mais fácil conversar com Bella.
- Ela se recorda de você sim Jake. – Bella retrucou – foi o seu calor que a aqueceu quando ela ainda estava na minha barriga. Pode parecer estranho, mas ela tinha consciência de tudo o que acontecia à minha volta.
- Então ela tem consciência que ninguém, exceto a Rosalie e você a queria.
- Ela entende que o que os Cullen pensavam sobre ela era apenas porque não conheciam nada parecido com ela e que eles não tinham idéia do que ela seria.
- Bella o que você quer com essa conversa? – perguntei – Me convencer a ir ai visitar a monstrinha? Esquece. Talvez um dia eu aceite as suas escolhas Bells, mas agora ainda é cedo.
- Jake eu escolhi ficar com o Edward porque eu o amo demais, mas eu... ainda amo você. – essa ultima parte ela falou tão baixo que mesmo com meus ouvidos aguçados eu mal ouvi. Mas o mais estranho é que eu não me senti como me sentiria antes.
Antes se Bella dissesse que me amava, mesmo tendo dito antes que amava o sanguessuga telepata, eu me sentiria nas nuvens, talvez a chama da esperança de ter Bella pra mim se reacendesse, mas não foi o que aconteceu. De repente eu não senti mais que Bella era vital pra mim. De repente ela passou a estar num segundo plano.
- Jake você ainda está ai? – ela perguntou.
- Sim – respondi – escuta Bells, eu tenho que terminar de consertar um carro, a gente pode se falar depois?
- Claro – ela respondeu desanimada – ah Jake?
- Sim?
- Quem atendeu o telefone? Não reconheci como a voz da Rachel...
- Ahh, foi a .
- ?
- É. Ela é uma garota que veio pra La Push há algumas semanas e como não encontrou lugar pra ficar, ela ficou aqui.
- Você abrigou uma desconhecida? – ela perguntou com o tom de voz acusatório.
- Qual é Bells? Ela tem no máximo 1,70m e não derrubaria nem uma formiga, que mal ela poderia causar a mim? Ela é totalmente inofensiva, sem contar que é um doce de menina.
- Hum sei... então ta bom Jacob, eu te ligo outra hora. Tchau.
Bella desligou o telefone sem nem mesmo esperar eu me despedir. E o que foi o Jacob no final? Fiquei encarando o telefone como se ele fosse me dar as respostas que eu precisava.
- Brigou com a namorada? – perguntou.
- Não – falei – Bella não é minha namorada, eu até quis um dia, mas acho que superei – falei sem acreditar no que eu tinha acabado de dizer.
- Humm – foi só o que ela falou. Eu ia seguindo pra garagem quando me chamou de novo – Jake – me virei pra ela – eu meio que estou arrumando a casa, e queria saber se você se importa se eu arrumar seu quarto...
- Tem certeza que quer se arriscar? – perguntei sorrindo e a fazendo me acompanhar.
- Acho que não deve ser muito pior do quer era o quarto do meu irmão... – nós rimos mais – então, eu posso?
- Fique a vontade – falei.
- Er... e o quarto que era do seu pai? – a pergunta me pegou de surpresa, desde que meu pai se foi, eu não havia entrado no quarto dele. me olhava esperando a minha resposta.
- Eu ainda não entrei lá – falei.
- Se for te incomodar eu não arrumo, eu só estava pensando que deve ter muita poeira devido ao tempo que o quarto está fechado... – ela se apressou em se explicar.
- Não precisa se explicar – falei – e eu não me importo de você limpar lá, é só que... - eu procurava um jeito de pedir que ela entrasse lá comigo, eu não sabia se conseguiria ir sozinho – eu queria ir lá antes, mas...
- Quer que eu vá com você? – ela perguntou como se lesse meus pensamentos.
- Você faria isso?
- Claro Jake – ela se aproximou pegando minha mão – vem vamos lá.
Paramos na porta do quarto do meu pai, meu peito se comprimia de saudade. Por um momento eu pensei em desistir, deixar que entrasse lá e limpasse tudo.
- Preparado? – perguntou eu fiz que não com a cabeça – sabe, ela falou ficando na minha frente e me encarando – quando Terry morreu eu achei que fosse morrer junto com ele. A dor que eu sentia era grande demais, parecia não caber dentro de mim. Ai um dia eu resolvi entrar no quarto dele e lá no meio das coisas dele, eu me senti reconfortada, era como se ele estivesse lá comigo. Foi bom, até a Violet me descobrir lá dentro e me escorraçar de lá, como se eu fosse uma intrusa num ambiente sagrado... Talvez você encontre conforto ai dentro... – ela falou e abriu a porta.
Entrei no quarto vazio, se mantinha com uma de suas mãos segurando a minha, caminhei até a cama do meu pai e me sentei. Eu sentia como se a qualquer momento o som da cadeira de rodas do meu pai fosse ecoar pelo corredor e ele entraria ali.
- Por que ele tinha que ir? – me escutei perguntar, só então percebi que eu chorava. se sentou do meu lado, me abraçando. Eu chorei muito, por um tempo interminável, até que minhas lágrimas secaram. permaneceu ao meu lado, me consolando, a essa altura eu já estava deitado na cama com a cabeça no colo dela, enquanto ela fazia carinho no meu cabelo.
- Sente-se melhor? – ela perguntou.
- Tem quanto tempo que você perdeu seu irmão? – perguntei.
- Um pouco mais de dois anos. Por que?
- Quando a dor acaba?
- Infelizmente ela não acaba Jake – ela falou puxando meu rosto pra que a olhasse – ela se transforma em saudade, mas ainda fica ali gravada no nosso coração.
Me levantei do colo de e fui até o armário, abrindo-o. Olhei pras roupas do meu pai guardadas ali, senti a vontade de chorar voltar, mas resisti, eu tinha que aprender a transformar essa dor em saudade.
- Você acha que a tia Sue saberia o que fazer com essas roupas? – perguntei olhando para .
- Acredito que sim.
- Você me ajuda a guardá-las?
- Claro – ela se levantou vindo até onde eu estava, tirei uma mala de cima do armário e a entreguei. Ela abriu a mala na cama e nós começamos a colocar todas as roupas lá, depois coloquei sapatos em outra mala.
- O que é isso aqui? – perguntou pegando uma caixa que estava no fundo do armário. Melhor ela tentava pegar a caixa, que era muito grande.
- Deixa que eu te ajudo – falei indo até ela e pegando a caixa de suas mãos e colocando na cama.
- Fotos! – exclamou animada se sentando de frente para a caixa.
- Gosta de fotos? – perguntei.
- Adoro – ela falou revirando as fotos que estavam na caixa – quem é essa?
                                                                     
     
- Gêmeas?
- Umhum – sorri me lembrando das muitas vezes que elas duas se juntavam pra confundir nosso pai – ficou mais fácil diferenciá-las depois que elas cresceram... a Rach sempre foi mais rebelde, então ela decidiu mudar a cor do cabelo, a Becky é mais simples, mais quieta...
- Elas são bem bonitas – falou – deve ser de família. Tem fotos da sua mãe?
- Tem sim – comecei a procurar no meio das fotos. Encontrei uma dela grávida – aqui – entreguei a ela.
     
- É a beleza ficou com as mulheres da família...
- Hey – ela fechou a cara pra mim, melhor ela tentou fazer cara de brava – você também é bonito Jake...
- Sou é? – perguntei.
- É sim – ela falou tímida – e foto do seu pai? – ela falou procurando na caixa.
- Deve ter também, apesar dele nunca ter sido muito chegado a fotos... – comecei a ajudá-la a encontrar uma foto.
- Esse é você? – ela perguntou me mostrando uma foto minha, onde eu estava deitado em uns travesseiros...
 
     
- Você era um fofo – ela falou guardando a foto e pegando outra – é o casamento da Becky?
     
- Você é bem protetor com as suas irmãs né? – perguntou.
- Rach e Becky são tudo o que eu tenho – falei – elas sofreram muito quando a nossa mãe morreu, e agora que a gente perdeu o pai, eu tenho que cuidar delas...
- E quem cuida de você? – ela perguntou.
- Eu me viro – falei voltando para a caixa de fotos.
- Sabe teve uma coisa que eu aprendi depois da morte do meu irmão, na verdade eu aprendi aqui, com vocês. Nós precisamos de alguém em quem nos apoiar – ela segurou minha mão – e você pode contar comigo se quiser.
Seguirei as duas mãos dela, pequenas em relação às minhas.
- Obrigada – falei – é bom saber que não estou sozinho...
- Nunca – ela falou sorrindo – e além de mim, você tem seus amigos.
- É eu tenho – falei me lembrando que eles eram mais que apenas meus amigos, eles eram meus irmãos, mas isso seria bem difícil de explicar pra .
- Me conta mais sobre suas irmãs – ela pediu voltando a prestar atenção nas fotos.
- A Rach estudava na Universidade de Washington, ela veio passear aqui de férias, conheceu o Paul e não quis voltar...
- Ela parou a Universidade por causa dele? – perguntou assustada.
- Isso é algo complicado de se explicar... –desconversei – eles se viram, se apaixonaram, e agora vão se casar.
- Nossa, parece ser intenso – falou – bom pelo que eu vi desde que cheguei aqui, tudo em relação ao amor, parece ser intenso. Como o Sam e a Emily, o Jared e a Kim...
- Nós quileutes somos intensos – desconversei de novo.
- E quentes – falou rindo – sério a primeira vez que encostei no Seth eu achei que ele ia começar a delirar de febre. Depois ele me explicou que isso é do sangue quileute... tudo bem que eu achei estranho, mas não quis parecer xereta demais.
Ficamos em silencio, apenas olhando as fotos que tinham na caixa... eu ficava me perguntando se devia saber do nosso segredo, ela vivia conosco, até quando nós conseguiríamos esconder as coisas dela? Mas a verdade é que algo dentro de mim gritava pra que eu a deixasse saber de tudo.... não eu estava enlouquecendo, a ultima vez que deixei alguém saber sobre a nossa vida secreta foi com a Bella e as coisas não foram muito boas.
- Me fala da Becky – pediu me arrancando dos meus devaneios.
- Humm – tentei me concentrar no que ela dizia – a Becky sempre foi a mais doce, depois que nossa mãe morreu ela ficou bem triste, um dia ele foi à praia, ver um torneio de surf que estava acontecendo aqui e conheceu o Peter, alguns meses depois eles estavam se casando e indo embora pro Havai. Depois disso nós a víamos raramente.
- Eles tem filhos?
- Tem sim, duas meninas, gêmeas – falei e riu.
- Bom, pelo que eu me lembro das aulas de biologia, isso é bem normal já que a mãe tem uma irmã gêmea – ela explicou.
- Eu trouxe uma foto delas – falei me levantando e indo ao meu quarto. Voltei com a foto nas mãos – aqui – entreguei a .
 
     
- Sophie e Sara – respondi.
- Sara como a sua mãe...
- Becky convidou a Rach e o Paul pra serem padrinhos da Sara e me convidou pra ser padrinho da Sophie.
- Suas sobrinhas são lindas – ela me devolveu a foto – eu nunca tive muito contato com crianças, mas sempre as achei encantadoras...
- E você quer ter filhos? – porque diabos eu fiz essa pergunta?
- Um dia quem sabe – respondeu sem graça.
- Me conta sobre você – pedi – eu te falei sobre mim, sobre a minha família... me fala sobre a sua...
- Não tem o que falar – ela deu de ombros se deitando na cama de barriga pra cima – Minha família era basicamente o Terry e eu.
- E como ele era? – perguntei me deitando como ela de jeito que nós ficamos com as cabeças encostadas uma na outra.
- O Terry era muito divertido – ela falou – o tipo de pessoa que nunca vê o lado ruim das coisas, talvez por isso ele nunca via a maneira como meus pais me tratavam.
- Eu fico tentando imaginar como foi pra você viver tanto tempo sem o carinho e o apoio dos seus pais... sei lá tipo, se eu não tivesse o meu pai por perto, eu não sei o que seria de mim... você tem idéia do motivo pra eles terem te tratado assim?
- Não – falei – depois do dia que a Violet me enxotou do quarto dela, eu não quis mais saber deles...
- Ela te enxotou? – levantei a cabeça para olhar pra ela. fitava o teto com os olhos tristes.
- Era dia dos pais – ela falou – eu tinha oito anos e fui até o quarto da Violet pra mostrar pra ela o desenho que eu tinha feito pro George. Ela brigou comigo, eu não entendia nada, ela ficava gritando que eu não tinha que existir, que eu era a prova do fracasso dela... ai eu comecei a chorar e dizer que eu só queria mostrar o desenho pra ela. Ela tomou o desenho da minha mão e rasgou. Eu chorei mais e o George chegou, os dois entraram pro quarto e começaram a discutir, eu ouvia o George gritar com ela que eu era só uma criança e que ela precisava me dar mais carinho. A Violet gritava com ele também, mas eu não entendia nada do que ela dizia. O Terry apareceu e me tirou de lá. Depois desse dia o George não me tratou mais como antes, ele passou a me tratar friamente, nem parecia mais o meu pai.
- Caramba – eu me levantei mais e vi que algumas lágrimas caiam dos seus olhos – eu sinto muito.
- Tudo bem, eu me acostumei com isso – ela falou – as coisas só ficaram ruins mesmo quando o Terry morreu. Eu me senti sozinha.
- Você não está mais sozinha – falei acariciando sua bochecha. olhou pra cima, seus olhos encontrando os meus. Eu tinha consciência plena do coração dela batendo acelerado, eu me sentia tonto, atordoado com a presença dela. Nossos rostos se aproximaram como se fossem imãs puxando um para o outro.
Nossas respirações se aceleraram, o coração de batia ainda mais apressado e eu começava a me preocupar com a possibilidade dela ter um ataque aqui. Faltavam apenas alguns centímetros pra que eu sentisse o toque dos lábios dela, meu coração palpitou por antecipação, mas antes que eu pudesse sentir o sabor do beijo dela alguém bateu na porta.
O som fez com nos separássemos como se tivéssemos tomado um choque, abaixou os olhos e suas bochechas foram tingidas de um tom de rosa forte.
- Er... eu vou ver quem é – falei me levantando.
- Vai lá, eu vou guardar isso aqui – ela mostrou a caixa. Sai em direção à sala, praguejando por dentro sobre quem seria o infeliz que tinha interrompido aquele momento, minha boca ainda salivava com o desejo de tocar os lábios dela. Abri a porta e dei de cara com Embry, claro que tinha que ser ele.
- Hey Jake – ele me cumprimentou – a está ai?
- Ta sim – falei abrindo mais a porta e dando espaço pra ele passar.
- Embry? – falou espantada parada no corredor – Que horas são?
- Quinze pra sete.
- Nossa eu me esqueci completamente do que combinamos... – se desculpou – eu e Jake ficamos vendo fotos e eu me esqueci da hora.
- Se quiser deixar pra outro dia – Embry falou fazendo cara de cachorro perdido, o idiota sabia mesmo como fazer charme.
- Não – se apressou em dizer – me dá cinco minutos e eu estou pronta.
Ela correu pro quarto e Embry se esparramou no sofá.
- Chega pra lá folgado – falei chutando a perna dele – e ai vocês vão pra onde?
- Sei lá, andar na praia, comer uma pizza... por que – ele me olhou sério – vai me dar uma ordem de alpha pra eu ficar longe dela?
- Não – falei – desculpa por aquilo, eu não sei o que me deu...
- Tá – ele respondeu dando de ombros – me desculpa você também, é que eu fico meio sem rumo quando to perto dela, parece que eu não sou eu, sabe...
- Sei – falei, mal ele sabia que eu me sentia exatamente da mesma forma, porém comigo além de não me sentir eu mesmo, eu também sentia que só existia ela... coisa de gente doida...
- Estou pronta – falou entrando na sala uns dez minutos depois e Deus como ela estava linda, percebi que eu estava de boca aberta e a fechei. – Vamos? – ela falou e vi que Embry também fechava a boca.
- Vamos – Embry respondeu.
- Ahn você consegue se virar com o jantar? – me perguntou.
- Sem problemas – tentei sorrir, ta eu não estava feliz em vê-la saindo com Embry.
- Ah Jake, o Sam quer falar com você – Embry falou abrindo a porta.
- Pronto questão jantar resolvida – falei me levantando.
- Não entendi – falou.
- Ele vai filar bóia na casa da Emily – Embry respondeu e os dois saíram.
Fui tomar um banho e depois segui pra casa de Sam, a cena do quase beijo em ainda martelava na minha cabeça, o que essa garota tinha que me deixava tão atordoado? Bati a na porta e Emily veio me atender, com seu sorriso materno de sempre.
- Jake – ela me abraçou – eu estava com saudades de você garoto.
- Também senti sua falta Emily – falei retribuindo o abraço – Embry disse que Sam queria falar comigo, algum problema?
- Não sei, mas ele logo te explica – ela me puxou pra dentro – você já jantou?
- Não – falei sorrindo, mesmo eu agora sendo alpha de um outro bando, Emily ainda me tratava como um dos seus meninos.
- Então vem, eu preparei um assado que eu sei que você gosta.
- Emily eu sinto te dizer, mas não existe nada que você prepare e eu não goste – falei e ela me olhou lançando um sorriso enorme.
- Vocês são como meus filhos Jake, e mesmo que você, o Embry, o Quil, a Leah e o Seth sejam um outro bando agora, eu ainda os tenho como tal.
- Nós também mantivemos o mesmo carinho por você – falei lhe dando um abraço de urso.
- Assim eu vou ter que te por pra correr daqui Black – Sam falou bravo da porta. Me afastei de Emily e o olhei sem jeito – eu to brincando cara – ele bateu no meu ombro seguindo até Emily e lhe beijando, do mesmo jeito de sempre.
- Então o que você tem pra falar comigo? – perguntei.
- Nem pensar – Emily brigou – primeiro vocês vão comer, depois conversam.
Comemos do assado de Emily, que eu nem preciso dizer, estava delicioso e depois eu e Sam fomos até a sala conversar.
- E ai Sam, onde é o fogo? – perguntei.
- No mesmo lugar de sempre – ele falou me fitando com o rosto sério – os Cullen.
- E o que é dessa vez? – eu já imaginava que vinha bomba, o que eu não sabia é se eu estava disposto a dar minha vida pela Bella, eu não sei como, mas algo dentro de mim tinha mudado em relação a ela.
- Terra chamando – ouvi Embry falar.
- Humm? – murmurei.
- Ta longe hein? – ele falou rindo – to há uns cinco minutos falando com você e nada de resposta.
- Desculpa La Push, eu estava com o pensamento distante.
- Isso eu percebi, tava pensando em que?
- No meu emprego – menti, eu não podia virar pro Embry e falar “eu estava pensando no meu quase beijo com o Jake que você interrompeu”.
- Hey conseguiu um? – ele se empolgou – Onde?
- Numa loja de artigos esportivos em Forks.
- E quando você começa?
- Amanhã.
- Legal, acho que vou começar a praticar algum esporte radical – ele me olhou de esguelha e nós começamos a rir.
- Você praticando esportes? – debochei – acho que o seu único exercício físico é correr atrás da mulherada.
- Hey eu não sou mulherengo! – ele fez bico – Que culpa eu tenho de ter todo esse charme? São elas que vem atrás de mim.
- Tá bom La Push eu vou fingir que acredito.
- E isso também foi no passado – ele falou olhando pro outro lado – só tenho olhos pra uma agora.
Eu não tinha muita certeza do que ele tinha dito, além de estar com o rosto virado pro outro lado, ele falou tão baixo.
- Não entendi, La Push. – falei querendo que ele repetisse.
- Não falei nada demais não – ele voltou a me olhar com um sorriso – Então com fome?
- Muita – falei, se ele não queria repetir, talvez não fosse algo muito importante.
- E ai vamos de que – ele perguntou – pizzaria ou lanchonete.
- Pizzaria – falei e nós nos começamos a caminhar em direção ao centro.
Chegamos rápido à pizzaria, uma vez que tudo em La Push é muito perto. O lugar era simples, com um toque meio italiano, mas preservando o estilo quileute. Também isso era algo que nunca poderia ser substituído, considerando que todos os quileutes, sem nenhuma excessão, tinha os traços muito marcados, o que os tornava inconfundíveis e lindos. Acho que muitas mulheres invejariam os cabelos – tantos das mulheres daqui quanto dos homens – muito lisos e negros com um brilho que eu duvido muito que algum shampoo consiga proporcionar. Algo da genética.
Uma garçonete se aproximou e Embry pediu uma mesa pra dois, ela nos encaminhou para um reservado no cantinho esquerdo do restaurante.
- Boa noite eu sou Emma e vou servi-los essa noite – a garota falou e nos entregou o cardápio – Quando tiverem feito sua escolha é só me chamar.
- Obrigada Emma – falei, mas tinha a impressãoq eu ela não meu ouviu, ela estava ocupada demais devorando Embry co m os olhos.
Depois que Emma saiu eu tentei controlar a risada, mas era impossível, visto que ela estava quase quebrando o pescoço numa manobra pra enxergar Embry.
- Ai La Push – falei rindo – abalando corações hein?
- O quê? – ele tirou os olhos do cardápio e meu olhou.
- ah vai dizer que você não percebeu que a garçonete estava quase se jogando em cima de você? – ele riu sem jeito e voltou a olhar para o cardápio – Eu posso até apostar que ela queria dar uma apertada nesses bíceps...
- Sem piadinhas às minhas custas ok, LA? – ele falou e eu pude perceber suas bochechas ficando coradas.
- Ok La Push, não vou te constranger – falei.
- Obrigado. – ele olhou para o cardápio mais um tempo, depois seus olhos voltaram pra mim – e ai, já escolheu? – fiz que sim com a cabeça e ele fez sinal pra que a garçonete se aproximasse.
Nós percebemos um movimento intenso no balcão e nos viramos pra ver o que era, demos de cara com duas garçonetes, Emma e uma outra, quase se batendo pra atender a nossa mesa. Logo um homem meio gordinho apareceu e falou alguma coisa com as duas, Emma se ajeitou e veio nos atender.
- Um pizza gigante – Embry falou sem tirar os olhos do cardápio – meio calabresa, meio... – ele me
olhou.
- Marguerita – completei.
- E dois refrigerantes – Embry pediu e Emma voltou pro balcão com nosso pedido e os cardápios.
Embry e eu nos olhamos e caímos na gargalhada.
- Eu disse – falei quando consegui parar de rir – eu achei que elas iam se matar pra ver quem vinha aqui.
- Não sei por que esse desespero – Embry falou sem graça.
- Não sabe? – questionei incrédula – Embry, você tem espelho em casa? Elas se bateram assim porque te acharam lindo, o que não é nenhuma mentira.
- Humpf – ele bufou – eu não sou isso tudo.
- Tá bom... – dei de ombros – sabe eu não entendo vocês. Se não querem chamar tanta atenção, porque malharam tanto pra ficar com esse corpo?
- Eu não malhei.
- Tá vai me dizer que isso ai é genética?
- De certa maneira sim.
- O que tem de modelo, jogador, lutador que queria ter essa genética....
- Então você me acha lindo... – ele mudou de assunto.
- Eu e meia Washington. – falei sentindo as minhas bochechas esquentarem por causa do olhar de Embry – sabe você faria sucesso na Califórnia. As meninas lá iam ficar pior que as duas garçonetes aqui. – ele riu.
- Prontinho – Emma se aproximou com nossa pizza e os refrigerantes – meia calabresa e meia marguerita.
- Obrigado – Embry falou.
- Posso ajudar em mais alguma coisa?
- Não, estamos bem por enquanto.
- Bom apetite – ela falou e saiu voltando para o balcão.
- Qual a graça em comer uma pizza que tem queijo e folha? – ele perguntou enquanto colocava um pedaço no meu prato.
- Você tem idéia de quantas calorias tem nesse mega pedaço de pizza cheio de calabresa que você está colocando no seu prato?
- E desde quando você precisa se preocupar com quantas calorias tem no que você come?
- Desde quando eu não quero virar uma bola horrorosa de tão gorda.
- , nem que você quiser você consegue ficar horrorosa.
- Obrigada pelo elogio, La Push, mas eu prefiro não me arriscar. E também, pizza de marguerita me trazem boas recordações.
- Posso saber quais são elas? – ele perguntou. Terminei de mastigar um pedaço de pizza.
- Eu me lembro de uma época que ainda tinha um pai – falei sentindo a tristeza me preencher – Antes de começar a me ignorar eu meu pai e o Terry sempre nos juntávamos na sexta à noite pra assistir filmes e comer pizza.
- Desculpa eu não queria fazer você ter lembranças tristes – Embry falou segurando minha mão – mas vamos mudar de assunto certo? Nada de tristeza hoje.
- Certo – falei voltando a comer.
Ficamos um tempo falando sobre bobagens.
- Eu juro que não entendo pra onde vai tanta comida – falei enquanto via Embry colocar o quinto pedaço de pizza no prato, e eu ainda estava no meu segundo.
- Eu estou em fase de crescimento – Embry falou me fazendo rir.
- Se você crescer mais acho que sua mãe vai ter que pensar em construir outra casa, ou te colocar pra morar do lado de fora.
Eu vi Embry entupir o pedaço de pizza de katchup e uma idéia se formou na minha cabeça. Eu ainda não tinha me vingado do banho de mar – e da conseqüente gripe. Assim que ele colocou o vidro de katchup na mesa eu o peguei, como se fosse colocar na minha pizza também, porém meu alvo era outro.
- Hey! – Embry falou depois que o katchup atingiu seu rosto – acho que você errou a direção! Sua pizza fica pra lá.
- Eu não estava mirando na pizza – falei e ele me olhou com os olhos semi-cerrados – o quê, você achou mesmo que eu não ia me vingar pelo banho gelado de mar?
- Meu Deus, que vingativa você! – ele se fez de ofendido enquanto limpava o rosto.
- Desculpa La Push, mas não deu pra evitar, a idéia surgiu e convenhamos, eu merecia uma vingança!
- Dessa vez passa LA, mas só dessa vez. – me estiquei pra frente pra ajudá-lo a limpar o rosto, e ele se inclinou pra facilitar.
Nossos rostos de repente ficaram próximos demais, eu sentia a respiração quente dele contra meu rosto e um alarme soava na minha cabeça avisando que isso não era boa coisa. Embry se aproximou mais, eu sabia o que ia acontecer, mas a pergunta era: eu queria isso? Eu queria ser beijada por Embry?
De repente a imagem do rosto de Jake, próximo demais, numa situação idêntica à essa me veio a cabeça, mas com ele eu sentia meu coração aos pulos, eu sentia minha boca salivar ansiosa pelo contato. Com Embry não, meu coração continuava normal, eu sabia que ele queria me beijar, mas eu não sentia expectativa nisso.
- Embry, é melhor não – falei me afastando.
- Desculpa, , eu não tive intenção.
- Tudo bem – eu sorri e nós voltamos a comer, melhor Embry voltou a comer, porque eu mal consegui terminar o ultimo pedaço.
Terminamos a pizza, pagamos a conta e voltamos pra casa caminhando.
- Se importa se nós dermos mais uma volta na praia? – Embry perguntou.
- Se for rápido – falei – eu trabalho amanhã.
- Eu sei vai ser bem rapidinho. – Desviamos do nosso caminho e fomos pra praia.
- , desculpa pelo que aconteceu na pizzaria – falei olhando pro chão ainda não dava pra encarar ela – na verdade, eu não me arrependo, aquilo é algo que eu queria fazer há um bom tempo.
Parei de frente pra ela e segurei suas duas mãos, mas mantive meus olhos nas nossas mão juntas. Cara isso pra mim parecia tão certo.
- Nossa eu não sei fazer isso - falei mais pra mim que pra ela, respirei fundo e encarei aquela profundeza azul que eram os seus olhos – a primeira vez que eu te vi na casa de Seth eu fiquei encantado com você. Depois que eu te conheci então isso só fez crescer, eu percebi que apesar de ter sofrido tanto na vida, você não perdia o brilho e a inocência. E ainda tem o fato de você ser linda, o que dificulta as coisas, visto que eu não sou o único idiota a ficar babando por você.
- Caramba, Embry – ela falou baixinho – eu nem sei o que falar...
- Não, não fala nada, eu não to te pressionando , eu só queria que você soubesse o que eu sinto e que você me deixa meio fora de mim quando está por perto. Eu não quero te induzir a nada, nem quero perder sua amizade, claro que se você me der uma chance eu vou ficar muito feliz.
- Uau... isso tudo foi surpreendente e.... intenso. Eu gosto de você Emb, gosto de estar perto de você, mas eu acho que esse meu sentimento não é o mesmo que o seu. Sei lá acho que eu não to preparada pra me envolver assim... eu sempre ouvi que quando a gente encontra a pessoa certa o coração acelera, as pernas ficam bambas...
- E você não sente nada disso por mim, né? – ela fez que não com a cabeça – Tudo bem, pra mim basta que você me deixe ficar perto de você, que me deixe fazer parte da sua vida, mesmo como seu amigo. Assim eu já fico feliz.
- Que bom – ela me olhou e sorriu – eu não ia aceitar perder sua amizade, La Push.
- Nem eu ia conseguir ficar longe de você, LA. Posso te abraçar? – perguntei.
- Que pergunta idiota, Emb, é claro que pode! – ela esticou os braços e eu a apertei pela cintura, levantando-a pra que ela ficasse da minha altura. Coloquei ela de volta no chão, mas ela não largou meu pescoço – Obrigada por gostar de mim – falou.
- Não é difícil conseguir isso, você é a pessoa mais cativante que eu já conheci. – ela me soltou e me olhou nos olhos, eu vi uma pontinha de tristeza nos olhos dela.
- Não é todo mundo que concorda com você – ela falou.
- Os que não concordam, fazem isso por que não quiseram te conhecer por dentro, e ver que você é ainda mais linda que aparenta.
- Obrigada, mas é melhor parar com esses elogios ou eu vou começar a chorar. – ela riu – e vamos logo pra casa porque eu tenho que dormir, eu começo a trabalhar amanhã.
- Como você vai pro trabalho? – perguntei quando começamos a andar.
- Jake vai me levar no carro dele, porque o meu ainda não ficou pronto. – Jake, óbvio que tina que ser ele.
- Posso ir te buscar então?
- Bom ele tinha me falado que ia me levar e me buscar, mas acho que você pode avisá-lo que vai me buscar.
Me deu vontade de rir, convencer Jake que eu buscaria ? Depois daquela cena quando ela estava doente? Tá difícil hein.
- Então você almoça comigo – falei rezando pra que Jake não tivesse feito o convite antes.
- Fechado. – ela sorriu.
Caminhamos conversando banalidades até a casa de Jake. Eu ainda me aborrecia um pouco por ela estar vivendo aqui, tava na cara que Jake também ta interessado nela, e com ela morando debaixo do mesmo teto que ele o dava milhares de pontos na minha frente.
- Então até amanhã Emb – falou se esticando pra me dar um beijo no rosto. Eu me inclinei pra baixo pra facilitar as coisas.
- Até amanhã, – dei um beijo na curva do pescoço dela – tenha bons sonhos.
   
Me virei e sai logo, se eu ficasse mais um minuto ali ia colocar por água abaixo o que falei com ela sobre aceitar ser apenas seu amigo. É claro que eu não desistiria dela, eu apenas ia deixar as coisas caminharem um pouco mais devagar. Mas eu tenho certeza que ainda vai ser minha.
 
O vôo pareceu mais rápido, talvez por causa da minha ansiedade pra voltar pra casa. Quando desembarquei em Port Angeles, já era noite, preferi voltar correndo na forma de lobo ao invés de pegar outro avião.
Estava com saudades de correr livre na minha forma de lobo. No Hawaii eu e Paul nos limitávamos a transformar por alguns minutos apenas pra saber noticias de nossos bandos. Paul fazia isso com menos freqüência, afinal a responsabilidade maior era de Sam, o alpha dele, ao contrario de mim que por ser alpha do meu bando tinha que estar informado de tudo.
Assim que assumi minha forma lupina ouvi os pensamentos de Quil e Seth. Os dois lembravam de uma festa na fogueira que tinha acabado de acontecer, vi na mente deles como a garota que estava ‘cuidando’ da minha casa tinha sido bem recebida por todos, eles já a tratavam como se fosse da família, principalmente Embry que estava bem próximo dela, não sei por que mas ver os dois juntos me irritou. Louco, pois eu nem mesmo conheço a garota.
‘AS duas comadres vão ficar ai tricotando ou vão fazer a ronda’ falei em tom de deboche.
‘Jake’ Seth falou ‘Achei que vocês ainda demoravam pra voltar’.
‘Rachel e Paul ficaram lá’ falei ‘Eu é que não agüentei de saudades daqui’.
‘É bom te ter de volta chefe’ Quil falou.
‘Sem essa coisa de chefe Quil, eu sou só Jake’ falei
‘Eu sei, mas é bom te irritar’ os dois ladraram risadas à minha custa.
‘Vão rindo’... reclamei ‘eu vou pra casa’.
‘ ainda está lá’ Seth falou, vi a imagem da garota na cabeça dele, ela era linda, dava pra entender o porque de Embry ser tão amiguinho dela ‘eu posso leva-la lá pra casa’ Seth continuou falando.
‘Não precisa’ o interrompi ‘ela pode ficar lá, eu não mordo Seth!’ os dois riram ‘Além do mais, é uma boa oportunidade de conhece-la e agradecer por ter cuidado da casa’
‘Certo então, nos vemos amanhã’ Seth falou e voltou pra sua corrida. Eu segui em direção à minha casa.
Parei na floresta e vesti uma roupa, joguei a mochila nas costas e segui pra casa. Peguei a chave reserva que ficava embaixo de um dos vasos de flores na varanda e entrei. Tentei fazer o mínimo possível de barulho, não queria assustar a garota. Assim que abri a porta, acendi a luz e a vi sentada no sofá me olhando com olhos arregalados e o coração audivelmente acelerado.
- Oi – falei – entrando, ela ainda ficou parada me olhando como se estivesse vendo um fantasma – desculpa se te assustei, eu Jake.
- O-o-oi – ela gaguejou enquanto se ajeitava no sofá – eu sou ... Seth me falou que vocês só voltavam no final da semana...
- Seth me falou que você ainda não conseguiu um lugar pra ficar – falei quebrando o silencio – não se preocupa com isso, a Rach ainda vai ficar um tempo no Hawaii, então você pode continuar aqui.
- Obrigada – ela falou simplesmente – mas eu vou ver se consigo algo logo.
- Já disse, não precisa se preocupar – falei – vai ser até legal ter uma companhia aqui, ficar nessa casa sozinho não ia me fazer bem.
- Obrigada de novo e eu sinto muito pelo seu pai – ela falou e eu senti a dor me invadir. Fiquei em silencio, eu não sabia como reagir – eu sei como dói perder alguém tão importante.
Ficamos os dois em silencio por um tempo, percebi que ela se mantinha no sofá encolhida, eu não sentia frio por causa dos meus genes de lobo, mas ela devia estar com muito frio.
- Você devia se agasalhar melhor – falei – está bem frio hoje.
- É está frio mesmo, mas eu já vou me deitar – ela se levantou pegando o cobertor do sofá – quer que eu te prepare algo pra comer antes?
- Não precisa – agradeci – acho que posso me virar sozinho.
- Então boa noite, Jake – ela falou sorrindo – foi um prazer conhece-lo.
- Boa Noite, – sorri de volta – e me desculpe pelo susto. – Ela foi pro quarto de Rachel e eu fui pra cozinha.
Deitei na minha cama sem muito sono, tinha dormido bastante no vôo pra Seattle e os dias na casa de Becky, sem ronda na madrugada, me deixaram bem disposto. Fiquei deitado olhando o teto até que um som de bater de queixo chamou minha atenção. Levantei e fui até o quarto de Rachel, estava encolhida na cama debaixo de meia dúzia de cobertores.
Me aproximei pra ver se ela estava bem, assim que toquei em sua testa percebi o porque da tremedeira dela, estava ardendo em febre. Fui até o armário do banheiro, onde sabia que Rachel guardava os remédios. Peguei um antitérmico e um copo de água e voltei pro quarto onde estava.
- – a chamei baixo – , acorda, você tem que tomar esse remédio.
- Terry... – ela falou baixinho, mas minha audição aguçada me permitiu ouvir – Terry... – ela repetiu.
- Não , eu não sou o Terry – falei ainda tentando acorda-la, ela abriu os olhos de leve.
- Jake – ela sussurrou.
- É sou eu te trouxe um remédio, você está com muita febre – falei ajudando-a a se sentar e lhe entregando o remédio – você deve estar ficando doente.
- Culpa do idiota do Embry – ela falou me devolvendo o copo e se deitando.
- O que o Embry tem a ver com isso? – perguntei.
- O idiota me jogou na água hoje.
- Por que?
- Segundo ele era meu trote...
- Amanhã você me explica isso direito – falei cobrindo-a – agora dorme.
- Tá fazendo frio – ela reclamou.
- você está com seis cobertores e ainda está com frio? – perguntei segurando a risada, ela apenas bufou e se encolheu mais. Levantei e me deitei ao lado dela, a abraçando para que o meu calor acima do normal a aquecesse.
O perfume que emanava do cabelo de
Retirei a pilha de cobertores de cima dela, mas vi que a roupa que ela usava também estava molhada, peguei uma roupa no armário de Rachel e acordei outra vez.
- – chamei balançando de leve seu ombro.
- Humm? – ela resmungou.
- Levanta, você tem que trocar de roupa. – falei
- Pra que? – ela perguntou abrindo os olhos e só então percebendo que era eu quem falava com ela – Jake? O que você está fazendo aqui?
- Te acordando pra que você troque de roupa, uma vez que a sua está toda suada.
- E por que a minha roupa esta suada? – ela se sentou na cama se avaliando, eu tive que rir – Tá rindo de que? – ela me olhou com a cara fechada.
- De você e da sua amnésia – falei me sentando ao lado dela – Você deu um febrão danado e eu vim aqui e te dei um remédio, só que ao que parece sua febre baixou e as seis cobertas que estavam te cobrindo fizeram você suar bastante. – omiti a parte em que eu fiquei deitado do lado dela.
- Uau, eu não lembro de nada –ela falou pegando a roupa que eu estendia pra ela – de quem é isso?
- Da Rachel – falei – veste, eu vou preparar um chá pra você.
Sai do quarto a deixando sozinha. Não demorou muito e apareceu na porta da cozinha vestindo a roupa de Rachel e enrolada numa colcha.
- Ainda com frio? – perguntei.
- Não, só não quis me arriscar a vir aqui fora sem estar devidamente coberta, não quero ter febre outra vez. – ela sentou numa cadeira e eu lhe ofereci uma caneca com chá – Obrigada por cuidar de mim.
- Que isso, foi um prazer – falei – eu só não entendi ainda por que Embry jogou você na água.
- Segundo ele eu agora faço parte do bando, não me pergunta que bando por que eu também não entendi a piada – mal sabia ela que eu tinha entendido muito bem – e como caloura eu precisava de um trote, ai ele teve a idéia genial de me jogar na água. Agora eu estou pensando em alguma forma bem dolorosa de tortura-lo.
Eu tive que rir dessa. Nós ficamos sentados conversando, ela me contou como tinha se divertido com os garotos no tempo em que esteve aqui.
- Posso fazer uma pergunta pessoal? – falei, fez que sim com a cabeça – Terry é seu namorado?
A expressão dela mudou para uma tristeza grande e eu percebi que tinha falado demais.
- Desculpa, eu não devia ter te perguntado isso – falei – é que ontem você o chamou, acho que eram delirios por causa da febre alta.
- Tudo bem – ela tentou sorrir, mas o sorriso não alcançou os seus olhos – Lembra que ontem eu te falei que sabia o que era perder alguém importante? Bom, Terry era esse alguém que eu perdi. Ele era meu irmão mais velho, a única pessoa que eu tinha no mundo.
- Nossa, deve ter sido bem difícil – falei – pra mim foi terrível perder meu pai, mas eu tinha minhas irmãs e meus amigos pra me apoiar, mas você... e os seus pais?
- Meus pais nunca me deram muita atenção – ela falou triste – quando minha mãe descobriu que estava grávida de mim, eles passaram por momentos bem difíceis, então eu meio que virei um fardo pros dois, eles não me davam atenção, não me davam carinho.
- Mas a sua mãe te tratava assim? – era difícil acreditar que uma mãe fosse capaz de ignorar um filho.
- A minha mãe era quem mais me desprezava – falou triste – ela teve que abrir mão de muita coisa por minha causa. Ela nem se quer me amamentou quando eu era bebê. A única pessoa que cuidou de mim, que se importou comigo foi Terry, por isso foi tão difícil quando o perdi.
- O que aconteceu com ele? – perguntei.
- Nós estávamos acampando com um grupo de amigos de Terry, ai um deles teve a idéia de descer o rio num bote. O bote que Terry estava bateu numa rocha e virou, ele acabou batendo a cabeça e se afogando. – ela respirou fundo – a convivência com meus pais ficou insustentável. Com meu pai nem tanto, já que ele se limitava a me ignorar, mas minha mãe, ela me acusava o tempo todo de ter sido culpada pela morte do Terry.
- Como você pode ter sido culpada? – perguntei – Foi uma fatalidade, você não colocou aquela rocha lá.
- Mas eu o convenci a entrar no bote – ela se levantou chorando – ele não ia participar daquilo, mas eu o convenci a ir.
chorava muito, eu me levantei e fui até ela, a abraçando.
- Deixa de ser boba – falei limpando as lágrimas do rosto dela – não foi sua culpa, Terry poderia ter se negado a entrar no bote, mas não ele decidiu ir. Para de se culpar por algo que você não tem culpa.
Ficamos em silencio um tempo, eu não falei nada para que se acalmasse. Ela chorava muito com a cabeça encostada no meu peito. Quando senti que ela estava mais calma a levei de volta pra se sentar na cadeira e me sentei ao lado dela.
- Vocês são o mais perto de uma família que eu tive depois de perder o Terry – ela falou – eu nem sei porque vocês me receberam assim. Ninguém me conhece, eu sou uma forasteira e vocês me tratam como se eu fosse da família. Eu me sinto como se eu fizesse parte desse lugar há anos.
- Bom, você pode até não fazer parte daqui há muito tempo, mas com certeza vai fazer parte agora – falei sorrindo – todo mundo falou muito bem de você pra mim, inclusive o Seth. Não sei acho que tem uma paixonite dele por você.
- Do Seth por mim! – ela exclamou rindo – não, Seth é como se fosse meu irmão. Eu vi muito do Terry nele, a mesma preocupação comigo, o mesmo carinho.
- E o Embry? – perguntei pra ver a reação dela ao falar dele. Ela riu e balançou a cabeça. – rola alguma coisa ai?
- Não! – ela respondeu espantada – Embry é muito legal, muito atencioso também, como Seth, mas sei lá eu não o vejo assim... ele tem cara de ser muito mulherengo e de fazer muitas mulheres sofrerem por ele. – eu ri, fazendo me acompanhar.
- Realmente as mulheres são perspicazes, em menos de um mês você percebeu coisas que muitas garotas que conhecem Embry a anos não enxergam!
- Embry tem escrito na testa Sou mulherengo .
- E os outros garotos – perguntei voltando ao assunto anterior.
- O que isso? Ta me investigando Sr. Black? – ela perguntou fazendo cara de ofendida.
- Não só quero saber o que você achou das pessoas daqui! – falei fazendo cara de inocente.
- Então por que você não me perguntou sobre Leah ou sobre Sue? Ou Kim, ou Emily, Dara...
- Eu ia chegar nelas –falei – mas já que você se adiantou... como elas te receberam?
- A Sue é praticamente uma mãe pra mim – ela falou sorrindo – mas a Leah... – ela fez uma careta – sei lá ela parece estar sempre incomodada com minha presença. Ela é sempre agressiva, como se vivesse na defensiva, mas eu percebi que ela não é assim só comigo, claro que comigo parece ser mais intenso.
- A Leah é assim mesmo – falei – você acaba acostumando com ela e ela se acostuma com você também.
concordou rindo e tomou o ultimo gole de chá se encolhendo, dentro da colcha, em seguida. Toquei na testa dela e vi que a febre tinha voltado.
- Você está com febre de novo – falei me levantando e colocando as canecas na pia – vá se deitar e eu vou levar outro comprimido pra você.
- Sim senhor – falou se levantando.
Engraçado como nos conhecíamos a menos de 24 horas e eu já me sentia tão a vontade perto dela. Peguei um copo de água e fui pro quarto onde ela estava, antes passei no banheiro e peguei outro comprimido no armário.
POV –
Estranho, era como podia ser definido o momento. Eu conheci Jake a algumas horas e nós já nos tratamos como se tivéssemos vivido uma vida inteira juntos. Entrei no quarto e me encolhi debaixo dos cobertores. Não demorou muito e Jake entrou com um copo de água e um comprimido e me entregou.
- Dorme que logo a febre passa – ele falou – qualquer coisa me chama – ele saiu do quarto deixando a porta entreaberta, dormi logo em seguida.
Acordei no dia seguinte com alguém batendo na porta da casa. Levantei me sentindo bem melhor e fui tomar um banho, afinal meu cabelo estava puro suor. Tomei um banho rápido e sequei meus cabelos, nem pensar em ficar com eles molhados e adoecer de novo.
Vesti uma roupa decente e quente e fui pra cozinha. Seth estava sentado na mesa enquanto Jake preparava o café.
- Bom dia – falei me sentando perto de Seth.
- Bom dia – Seth se levantou um pouco e me deu um beijo no rosto – Jake me disse que você teve febre à noite.
- É culpa do idiota do Embry que me jogou na água – falei – mas eu já me sinto bem melhor.
- Que bom, eu trouxe uma boa noticia – Seth falou animado – lembra da lanchonete que eu te falei? Pois é consegui uma vaga pra você lá. É da mãe da Clair, ela está precisando de alguém pra ajudar a atender, parece que os clientes estão aumentando.
- Que noticia boa Seth! – me animei também – e ela falou quando posso começar?
- Ela falou pra você ir lá hoje – ele falou.
- Nem pensar – Jake que tinha se mantido calado falou enquanto colocava o café na mesa – você ainda não pode sair.
- Nem vem Jake, eu já estou melhor e eu não posso perder essa chance – reclamei.
- Sem querer me intrometer, mas já me intrometendo – Seth falou – realmente ralou muito atrás de um emprego Jake, não é justo ela perder a oportunidade que apareceu agora.
- Não precisa ficar se explicando não, Seth – falei – Jake não pode me prender aqui.
- Ah é assim que você me agradece por ter cuidado de você a noite toda? – ele perguntou ofendido – pode deixar da próxima vez deixo você queimar de febre.
- Ok, desculpa Jake – me rendi – muito obrigada por cuidar de mim ontem, você foi um verdadeiro anjo da guarda, mas eu preciso ir na lanchonete.
- Ta bom chorona – Jake falou rindo – pode ir, mas só pra conversar com Agatha, ok, nada de começar a trabalhar hoje.
- Sim senhor chefe! – brinquei e bati continência, fazendo Jake revirar os olhos e Seth rir.
Começamos a tomar café e alguns minutos depois, Embry, Quil e Leah estavam entrando na casa.
- Já vieram filar café de novo? – Jake perguntou fazendo careta, Seth e eu rimos dele.
- Não preciso filar café na sua casa Jacob – Leah falou revirando os olhos – minha mãe cozinha o suficiente na minha casa. E bem melhor que você.
- A Sue cozinha magnificamente bem, mas o café do Jake não está de se jogar fora. – falei, Leah me olhou de rabo de olho e Jake sorriu pra mim.
- Valeu pelo elogio ! – Jake falou.
- Às ordens – respondi.
- Já se tratam intimamente? – Leah perguntou destilando veneno.
- Acho que a noite passada nos deu esse direito, não é Jake? – pisquei sensualmente o olho pra ele, Leah bufou e saiu da casa batendo o pé – eu acho que ela te ama Jake – falei rindo e ouvi Jake se engasgar.
- Tá louca? – ele perguntou tossindo – a Leah não me ama.
- Como você tem tanta certeza? – perguntei de sobrancelha erguida – ela é mulher, pelo que eu sei solteira, você é homem, solteiro... o que tem demais?
- Seth vai pegar o termômetro, acho que essa garota ta com febre de novo – Jake falou.
- Febre? Você teve febre ? – Embry perguntou sentando ao meu lado e me olhando preocupado.
- Embry, você por aqui – falei – isso me lembra de uma coisa.
- O que? – ele perguntou.
- Que eu tenho que te bater até afundar essa sua cabeça grande, seu completo idiota – gritei batendo no braço dele.
- Ai, ai – ele reclamou – o que foi que eu fiz?
- Você me jogou na água, seu retardado e por isso eu dei o maior febrão ontem e não vou poder começar a trabalhar hoje – falei sem parar de bater nele.
- Foi mal – ele se levantou e saiu de perto de mim – eu pedi desculpas ontem.
- Suas desculpas não evitaram a febre dela – Jake falou bravo – você tem que ser mais responsável Embry.
- Ta vendo – falei – ouve o chefe.
Todos pararam de me comer e me olharam.
- O que foi? – perguntei – falei algo errado?
- Não – Quil falou – é que foi engraçado o jeito que você chamou o Jake de chefe.
- Se foi engraçado, vocês deviam estar rindo e não me olhando como se eu tivesse dito “Tem alienígenas cor de rosa comedores de cenouras invadindo a casa”. – eles riram – além do mais, Jake tem cara de chefe, meio rabugento às vezes, mas tem cara de chefe.
- Err... acho que ta na hora de ir na lanchonete de Agatha né, ? – Seth perguntou de repente.
- Posso ir chefe? – perguntei tentando provocar Jake.
- Você sabe ser chata quando quer hein garota? – Jake falou rindo – Vai logo, mas nada de trabalhar hoje hein?
- Pode deixar – falei me levantando – nem que eu quisesse eu conseguiria.
- Ta sentindo alguma coisa? – Embry perguntou preocupado.
- Só uma vontadezinha de te bater – respondi vendo seu rosto adquirir uma expressão triste – to brincando La Push – falei – estou bem, só que meu corpo ainda ta meio dolorido.
- Quer que eu vá com você LA? – Embry perguntou.
- Não precisa, Seth vai me acompanhar. – dei um beijo na bochecha de Embry, vendo Jake fechar a cara e fazer um bico, qual o problema desse garoto? – fica com ciúme não chefe – dei a volta na mesa e fui ate ele e lhe dei um beijo no rosto. Podia apostar que ele tinha ficado corado.
Fui até o quarto de Rachel e vesti uma roupa confortável, me despedi dos garotos que ainda estavam na cozinha e fui em direção à garagem/oficina de Jake onde Seth guardou meu carro no dia em que me mudei pra cá.
Seth estava escorado no carro e assim que eu entrei na garagem ele começou a me olhar com cara de pidão.
- Não vai me dizer que você quer dirigir meu carro de novo – falei.
- Você deixa? – ele fez aquele olhar do gatinho do Shrek.
- Tem como negar algo a esse olhar de cachorro que caiu do carro de mudança em dia de tempestade? – joguei a chaves pra ele que me retribuiu com um sorriso imenso.
Entramos no carro e Seth deu a ré pra sair da garagem, mas antes mesmo de alcançar a rua a bendita lata velha do Terry morreu e não quis religar.
- Fala sério Seth – falei – liga isso!
- Não liga – ele falou girando a chave e pisando no acelerador – viu não funciona.
- Sai daí Seth – bati no braço dele que abriu a porta e saiu, assumi a direção e tentei fazer a joça funcionar – anda porcaria liga! – grite, mas o carro não ligava – grande porcaria essa lata velha – gritei e comecei a bater no volante.
Com meu escândalo os meninos saíram de dentro da casa pra ver o que estava acontecendo.
- Eieieieieieiei – Jake abriu a porta do motorista me tirando lá de dentro – ninguém deve maltratar desse jeito um mustang clássico!
- Ahhhh não, mais um Meu Deus! – falei levantando a mão – o que vocês vêem de tão incrível nessa sucata?
- Não ofende ela! – Jake falou como se eu estivesse xingando, sei lá, sua irmã. – aposto que o problema nem é tão sério assim – ele foi até o capô e o levantou olhando pro motor e pra todas aquelas outras coisas que tem lá e que Terry sofreu até desistir de me ensinar.
Jake me olhou com as sobrancelhas arqueadas e voltou a olhar o carro, depois me olhou de novo.
- O que foi? – perguntei entediada.
- Em que mecânico você levou esse carro? – ele perguntou.
- Nenhum – falei.
- E quem mexeu nisso daqui? – ele mostrou o capô.
- Meu irmão.
- E seu irmão era o que, açougueiro? – ele balançou a cabeça rindo depois me olhou espantado – espera, você veio de Los Angeles aqui nesse carro?
- Foi por que? – agora eu estava curiosa com tantas perguntas.
- É um milagre você estar viva! – ele fechou o capô – ta tudo bagunçado aqui, e a zona que seu irmão fez podia ter te matado facilmente.
- Acho que a única coisa que me mataria nessa lata velha seria tétano – falei entrando em casa – Seth eu vou trocar de sapato e nós vamos andando.
- Não precisa – Jake falou – pode usar meu carro, as chaves estão... – ele olhou pro Embry – onde estão as chaves?
- Na minha casa, junto com o carro – Embry falou descendo as escadas da varanda – eu vou buscar e passo aqui pra te pegar,
- Não demora – falei e me sentei. Fiquei observando Jake e Seth levarem o carro pra garagem/oficina, como se ele não pesasse mais que 1 kg.
- Você vai na lanchonete a Aggie? – Quil falou se sentando do meu lado.
- Aggie é Agatha? – perguntei e ele fez que sim com a cabeça – vou, Seth conseguiu um emprego pra mim lá. Você a conhece?
- Sim, Aggie é mãe da Claire – ele falou percebi que seu olhos brilharam ao falar de Claire, uma garotinha de mais ou menos 3 anos que estava sempre com os garotos, na verdade sempre com Quil...
- O que você é da Claire? – perguntei – Você está sempre com ela tem uma certa adoração ao falar dela.
- Meio que um padrinho – ele desconversou, mas tinha um sorriso brincando no rosto dele.
- Parece ser mais que isso – comentei, ele me olhou confuso – desculpa se estou sendo intrometida, é que alguns de vocês tem uma maneira estranha de tratar certas pessoas. Como por exemplo você com a Claire, Jared com Kim... é intenso, como se elas fossem mais importantes pra vocês que qualquer outra pessoa.
- Impressão sua – ele falou, senti que ele estava meio nervoso – Jared é desse jeito com Kim porque ela é namorada dele e eu, bom, Claire é a minha princesinha...
Eu ia perguntar mais, mas não o fiz por dois motivos, um é que eu não queria ser invasiva e outro é porque Embry acabava de estacionar o carro na porta da casa de Jake.
Fiz sinal que ele esperasse e fui até a garagem chamar Seth. Ele estava sem camisa debruçado sobre o capô do carro.
- É assim que você pretende me levar na lanchonete? – perguntei e ele me olhou assustado –deixa – falei – Embry me leva, ia sair mais estaquei quando vi Jake saindo de debaixo do carro sem camisa. Que visão era aquela? Ele tinha o peitoral mais definido que eu já tinha visto na minha vida.
- Você vai se atrasar – ouvi Embry falar atrás de mim, me virei e dei de cara com ele parado emburrado e de braços cruzados – vamos.
- Vamos – falei tentando afastar a imagem de Jake seminu da minha cabeça, aquele estava me deixando com calor.
Embry e eu seguimos em silencio para a lanchonete, ele parecia estar com raiva de alguma coisa.
- Algum problema La Push? – perguntei.
- Nada não. – ele respondeu sem tirar os olhos da estrada.
- Deixa de ser mentiroso Em. – falei o encarando – você tem algum problema e não que me contar, o que não é justo, pois sou sua amiga.
- Não é nada mesmo – ele me olhou e sorriu, um sorriso fraco.
- Mentira – falei – se fosse verdade seu sorriso estaria maior, seria um sorriso do tipo propaganda de creme dental. – ele riu alto.
- Você é impossível – ele falou me olhando e pegou minhas mãos nós estávamos parados na frente da lanchonete – não é nada mesmo, só alguns conflitos internos...
- Quando quiser falar promete que vai me procurar? – perguntei.
- Prometo – ele beijou minhas mãos, agora vem que Agatha deve estar te esperando.
Entramos na lanchonete e Embry foi cumprimentado por uma mulher mediana, de cabelos negros e lisos e a pele no mesmo tom moreno de todos os quileutes. Os dois conversaram um pouco, e depois de alguns olhares Embry se virou pra mim com os olhos meio tristes e constrangidos. Ele me pegou pela mão e me levou ao carro.
- O que foi? – perguntei parando.
- Jura que não vai me bater? – ele falou.
- Por que eu te bateria, Emb?
- Ela falou que te esperou quase a manhã toda, daí apareceu uma outra garota, filha de um amigo do pai da Agatha e ela acabou ficando com a vaga. – ele falou e olhou pro chão desviando os olhos de mim.
- Eu não vou brigar com você Em – falei – não foi culpa sua. – fui até ele e o abracei – nenhum de vocês tem culpa em nada, pelo contrário, vocês são meus anjos da guarda.
Ele sorriu e abriu a porta do carro pra mim.
- Nós vamos achar alguma coisa – ele falou – nem que eu tenha que abrir um negócio e te contratar! – dessa eu tive que rir.
Antes de voltar pra casa, Embry me levou em mais alguns lugares onde eu poderia conseguir um emprego e depois me levou pra ver Sue. Eu estava morrendo de saudades dela, a visita só não foi mais agradável porque Leah estava lá e fazia questão de destilar seu veneno sobre mim o tempo todo. Acabei pedindo Embry pra me levar de volta, estava começando a me sentir mal de novo.
- Você está bem ? – Embry perguntou quando estávamos no carro.
- Acho que a febre deve estar voltando – falei me encolhendo no banco. Embry esticou o braço pegando na minha testa.
- Está mesmo – ele falou acelerando o carro – e está alta.
Cheguei em casa e Jake e Seth ainda estavam mexendo no carro, Embry me ajudou a descer do carro e me levou até o quarto de Rachel.
- Vou perguntar Jake onde tem um antitérmico – ele me deu um beijo na testa e saiu. Minutos depois ouvi os dois discutindo, o armário do banheiro sendo aberto protestando pelos ‘maus tratos’, mais discussão e Embry e Jake quase se matando pra ver que passava pela porta primeiro.
- Eu disse pra você não abusar – Jake falou se agachando ao lado da cama – mas parece que você não quer me escutar. – ele esticou a mão me entregando um comprimido, Embry me deu um copo de água e fez cara feia pra Jake.
- Deita que você logo fica melhor – Embry falou se sentando ao meu lado da cama e passando a mão no meu cabelo – eu vou ficar aqui cuidando de você.
- Não precisa Call, pode ir pra casa ou então arrumar algo pra fazer, eu cuido dela – Jake falou.
- Eu a deixei doente, então eu cuido dela – Embry retrucou, minha cabeça começava a doer com a discussão dos dois. Eu ia abrir a boca pra reclamar deles, mas Seth apareceu no quarto fazendo isso por mim.
- Hey, você vão deixa-la pior desse jeito – ele falou alto – cai fora daqui os dois, deixa que eu cuido dela.
- Nem pensar moleque – Jake falou – os dois podem fazer o favor de ir embora.
- Vocês deviam continuar o que estavam fazendo – Embry falou se levantando e indo até a porta.
- Você que ta sobrando aqui Call –Jake falou se levantando também e parando na frente de Jake. Os dois começaram a discutir, eu não prestei mais atenção, pois estava nos braços de Seth que tinha me pegado da cama e me levava para o carro de Jake.
- Eles vão brigar – falei quando Seth me colocou no banco do carona.
- Aqueles dois ladram mas não mordem ninguém – Seth falou entrando do lado do motorista – eu vou te levar pra minha casa, aqui você não sara nunca.
- O que deu nos dois? – perguntei – Por que eles estão brigando assim?
- Por que os dois tão caidinhos por você – Seth falou rindo e balançando a cabeça.
- Por mim? – perguntei – Fala sério Seth, eu que dou febre e você que delira?
- Acredite no que quiser
N/a: E ai amorecas, o que acharam do encontro dos nossos pombinhos? Pra quem se assustou por que achou que o imprint ia acontecer quando eles se encontrassem, lembrem-se do que a mãe de Jake falou, ele vai ver que ela é a escolhida dele quando olhar nos olhos dela, mas isso vai ter a sua hora certa... Mas e a questão Embry-
CAPITULO 9 – CIÚMES
POV – Terry
Eu estava bem mais tranqüilo vendo em La Push, apenas a demora em acontecer o encontro dela e de Jacob me atormentavam, mas segundo Sarah, a mãe de Jacob que conheci aqui nesse plano, as coisas aconteceriam no momento certo. Às vezes algumas situações eram providenciadas para que o ‘momento certo’ pudesse acontecer. E era exatamente por isso que não conseguia encontrar um lugar pra ficar, Sarah tinha algo em mente em relação a isso.
As coisas aqui nesse plano, o meu céu, como me referia ao lugar, estavam calmas, eu e Patch estávamos sempre zelando por , enquanto Sarah cuidava de Jacob. Tudo ficou mais complicado quando o pai de Jacob morreu, Sarah ficou bem abalada, não triste, pois ela o teria - o seu Billy, como ela se referia a ele – de volta ao seu lado, mas ver como os filhos sofriam ao se despedir do pai era muito difícil pra ela.
Ver Jacob, o filho caçula de Sarah e Billy, sofrendo era o que mais a deixava abalada. Segundo Sarah, Jacob sempre fora o mais forte, o mais destemido. Ele assumiu pra si a responsabilidade de cuidar do pai depois que suas irmãs mudaram de La Push e mesmo quando Rachel voltou ele continuou tomando para si a responsabilidade de cuidar de todos.
Quando aconteceu toda a situação com Bella e os Cullen – os vampiros – ele assumiu seu posto de alpha, cuidou de protege-la mesmo ferindo seus sentimentos, pois ele amava a garota. Ele assumiu um bando e fez isso com competência, todos o respeitavam, mesmo os garotos que pertencem ao outro bando.
A morte de Billy só fez essa angustia e a preocupação de Sarah aumentarem, por isso ela tinha a permissão de aparecer para o filho em sonhos, mais vezes que eu podia aparecer para . Sarah tinha que manter Jacob firme, ela tinha que guiá-lo no caminho certo, ou ele e nunca se encontrariam.
As circunstancias da morte de Billy Black ainda me faziam duvidar se as coisas que aconteciam em La Push e Forks eram realmente verdade, ou se talvez tudo, a minha morte, a minha nova vida como aprendiz de anjo da guarda, a vida triste que minha irmã e meus pais estavam levando, tudo isso não passasse de um pesadelo e que mais cedo ou mais tarde eu acordaria.
Mas era tudo verdade, por mais absurdo que parecesse, eu às vezes me pergunto como reagirá quando ela souber toda a verdade. sempre foi muito cética, nem mesmo as historias de monstros e fantasmas a deixavam com medo. Acho que o único medo que ela experimentou foi ficar sozinha depois que eu morri.
Mas agora ela já está bem, ela encontrou uma família em La Push. Sue cuida dela como nossa mãe deveria ter cuidado, os garotos a protegem, inclusive o tal de Embry que anda bem saidinho pro lado da minha irmã e o Seth...
Esse daí ainda me dá dor de cabeça, eu tenho pra mim que ele ta querendo tomar meu lugar. Vive perto de , fica numa preocupação só em ela conseguir um emprego, um lugar pra ficar... não sei não, será que esse moleque não entendeu que só existiu e só vai existir um Terry?
- Ele não ta querendo ser ‘o Terry’ – Patch falou se sentando do meu lado – e você devia estar feliz por ele estar cuidando da sua irmã.
- E você devia parar de xeretar na minha cabeça – falei – deixa de ser intrometido.
- Hey – ele reclamou – olha o respeito, eu ainda sou o superior aqui! – eu ri – é sério Terry, essa crise de ciúme é perda de tempo, ninguém vai ocupar seu lugar no coração de .
- Ta, ta – dei de ombros – mudando de assunto, o que você e Sarah vão fazer a respeito desse triangulo ai? – falei mostrando a cena de Jacob e Embry brigando por causa da minha irmã. Nós estávamos escorados na parede do corredor da casa de Jacob, observando os dois brigarem enquanto Seth levava nos braços pra casa dele.
- Nada – ele falou simplesmente.
- Como assim nada? – olhei pra ele incrédulo – Isso não vai fazer bem depois do negocio lá do imprinting...
- Terry, todos tem livre arbítrio – Patch falou como se ensinasse uma criança – se quiser ficar com Embry, ela fica, se ela quiser ficar com Jacob, ela fica, e se ela quiser ficar sem nenhum dos dois, ela fica!
- Esperai – gritei – eu a convenci de vir pra ca por causa desse imprinting, e agora você me fala que isso pode não acontecer?
- Ela viria de uma maneira ou de outra – ele falou – você só me ajudou a orienta-la pra que ela chegasse mais ‘rápido’.
- Mas se ela ficar com o Embry...
- Terry – ele segurou no meu ombro – ela é a prometida de Jacob, o que acontecer antes deles ficarem juntos, se acontecer algo, é para evolução deles... eles precisam aprender, é pra isso que a vida na Terra serve.
- Mas se ela vai ficar com Jacob, ai não se encaixa o tal livre arbítrio – falei seguindo Terry.
- Se encaixa sim – ele me olhou sorrindo – foram eles que escolheram ficar juntos...
- Como assim?
- Eles escolheram isso antes mesmo de nascer. – ele falou e voltou a andar. Ok agora sim isso estava virando loucura.
POV – Jacob
Ta bom que eu não entendia o que eu estava sentindo em relação a , mas que o Call estava me dando nos nervos ele estava. Sempre se oferecendo pra ajudar, sempre amiguinho demais...
- Já ta saindo fumaça da sua orelha Jake – Seth falou cortando meus pensamentos – e tenho certeza que você não esta pensando tanto sobre o motor do carro.
- Embry e são assim grudados desde que ela chegou aqui? – perguntei na lata, rezando pra Seth não me perguntar o motivo da curiosidade.
- Não, na verdade todo mundo é ligado na – ele riu – é como se ela fosse nossa irmã mais nova que precisa de mais cuidado que todo mundo. Como se fosse uma menininha.
- Mas todo mundo é assim com ela, como Embry é? – perguntei de novo.
- E como Embry é? – ele me olhou com as sobrancelhas arqueadas.
- Sei lá – fingi dar de ombros – ele parece gostar mais dela do que como amigo...
- Talvez – ele voltou a mexer no motor do carro – eu só não sei se ela retribui. – um pequeno sorriso se formou no meu rosto, mas eu tratei de desfazê-lo antes que Seth começasse a perguntar coisas que nem eu mesmo sei responder. – e você Jake?
- Eu o que? – disfarcei o susto com a pergunta dele.
- O que você achou da ?
- Ela é legal – falei simplesmente.
- Só legal? – ele insistiu.
- Ela é diferente Seth... – falei desintindo de mexer no carro e passei a encará-lo – é como você disse, ela parece uma menininha que precisa de cuidados o tempo todo, como se qualquer palavra, qualquer ação errada fosse quebrá-la. – ele me olhou e riu de lado. Percebi que ele ia falar mais, só que fomos interrompidos por Embry que entrava na garagem.
- Vocês demoraram – falei.
- pediu que eu a levasse na Sue – Embry respondeu – Jake onde tem antitérmico?
- Ela ta com febre de novo? – perguntei já limpando as mãos e vestindo uma camisa.
- Ta – ele falou me seguindo – mas a febre não ta muito alta não...
- Você devia tê-la trago logo – o interrompi – não tinha que ter ficado passeando, não com ela doente. – entrei na cozinha e fui pegar um copo de água, mas Embry já estava com um na mão, segui então pro banheiro pra pegar um comprimido.
- Basta falar onde estão os comprimidos e eu pego – ele reclamou tentando passar na minha frente – você pode voltar pra garagem.
- Você ta na minha casa Call – falei rude – eu te aconselho a cair fora. – tentei entrar no quarto de Rach, no mesmo momento que Embry também entrava, o que fez com que nós dois ficássemos ‘enganchados’ na porta.
Empurrei Embry e entrei.
- Eu disse pra você não abusar – me agachei ao lado da cama – mas parece que você não quer me escutar. – entreguei um comprimido, Embry a deu água, fazendo cara feia pra mim. Idiota, basta uma ordem de alpha e ele sai daqui com o rabo entre as pernas.
- Deita que você logo fica melhor – Embry falou se sentando ao lado dela cama e alisando o cabelo de – eu vou ficar aqui cuidando de você. – ai eu fiquei nervoso, como assim vai ficar aqui?
- Não precisa Call, pode ir pra casa ou então arrumar algo pra fazer, eu cuido dela – falei nervoso.
- Eu a deixei doente, então eu cuido dela – Embry retrucou, esse garoto ta abusado. Comecei discutir com ele, mas Seth entrou no quarto nos interrompendo.
- Hey, você vão deixa-la pior desse jeito – ele falou alto – cai fora daqui os dois, deixa que eu cuido dela.
- Nem pensar moleque – falei – os dois podem fazer o favor de ir embora.
- Vocês deviam continuar o que estavam fazendo – Embry falou se levantando e indo até a porta. É agora que eu quebro a cara desse moleque abusado.
- Você que ta sobrando aqui Call – falei me levantando também e parando na frente dele.
- Ah qual é Jake – ele me enfrentou – eu não to entendendo essa sua crise.
- Qual é digo eu Embry, ta pensando em enfrentar seu alpha?
- E você vai usar sua superioridade na matilha pra me afastar dela? – nós nos encaramos, só agora percebendo sobre o que discutíamos e na frente de quem estávamos falando coisas que não deviam ser ditas.
Como se estivéssemos em câmera lenta, nos viramos para a cama pra ver que a essa altura devia estar com uma tremenda cara de espanto. Mas quem ficou com cara de espanto fomos nós dois, pois a cama estava vazia. Nem Seth nem estavam no quarto.
- Pra onde é que aquele moleque a levou? – perguntei nervoso.
- Provavelmente pra casa dele – Embry falou saindo – eu vou lá.
- Não Embry – falei e ele travou no meio do caminho – Seth tem razão, essa nossa discussão não vai ajudar a melhorar, deixa pra ir lá mais tarde.
- Se você quiser ficar ai, pra mim é melhor – ele falou e saiu, eu me joguei no sofá. Que diabos estava acontecendo comigo? Que reação é essa com ?
POV – Leah
Estava tudo tranqüilo hoje, acordei cedo apesar de ter feito ronda de madrugada. Tomei um café rápido e fui me reunir com os garotos na casa de Jacob, fiquei sabendo ontem por Seth que ele estava de volta.
No caminho encontrei Embry, Quil, pra variar, os dois falavam da bonequinha de porcelana. É incrível como ele são mansos quando se trata dela, ficam todos babões e se esquecem de um detalhe importante, quanto mais próxima de nós essa garota fica, mais fácil ela descobrir nosso segredo.
Entramos na casa de Jake e vimos ele, Seth e a princesinha conversando na cozinha.
- Já vieram filar café de novo? – Jake perguntou fazendo careta, a princesa e Seth riram.
- Não preciso filar café na sua casa Jacob – falei ignorando as hienas – minha mãe cozinha o suficiente na minha casa. E bem melhor que você.
- A Sue cozinha magnificamente bem, mas o café do Jake não está de se jogar fora. – a ‘bonequinha’ falou fazendo Jacob sorrir feito um bocó, revirei os olhos.
- Valeu pelo elogio ! – Jake falou.
- Às ordens – ela respondeu.
- Já se tratam intimamente? – perguntei.
- Acho que a noite passada nos deu esse direito, não é Jake? – ela piscou o olho pra ele, idiotas, sai batendo o pé mas antes ainda ouvi a imbecil falando – eu acho que ela te ama Jake.
Até parece que eu vou perder meu tempo gostando desse demente. Ele já deve ter esquecido a sanguessuga sem sal, pois já ta arrastando as asinhas pra bonequinha de luxo. Caminhei até a praia, onde me sentei e fiquei olhando o mar.
Pensei em tudo que aconteceu comigo desde o dia que me transformei. Lembrei de como foi difícil perder meu pai e como, bem antes disso, foi difícil perder o Sam. Pra todo mundo eu sou apenas um garota amarga que ficou rabugenta depois que o namorado a trocou, mas ninguém me entendia de verdade, pra ver como era difícil lidar com tudo.
Ninguém tinha idéia do quão difícil era pra mim estar na matilha de Sam e ver na cabeça dele o quanto ele adorava a Emily, ver todo o amor que ele sente por ela, o desejo de casar, ter filhos, ter uma vida que ele compartilharia comigo. Tudo isso machucou muito, até eu conhecer a minha salvação, quando Jake reivindicou pra si o posto de alpha de direito, eu vi ali a minha chance de fugir da dor. Mas eu não podia pensar em nada, se Sam cogitasse essa possibilidade, ele iria me dar a ordem pra ficar, não porque ele me queria perto dele, mas porque ele não queria perder mais um guerreiro pros vampiros.
Me mudar pra matilha de Jake foi a coisa mais certa que eu fiz, pelo menos eu achava isso, até me apaixonar por ele. É a bonequinha de luxo tinha razão, eu estava sim apaixonada pelo Jake, mas eu luto contra esse sentimento, eu sei que não é certo, além de ter o fato de acontecer um imprinting e eu sofrer tudo de novo, tem a questão de que ele nunca iria me querer, ele é obcecado por Bella, mesmo que agora ela seja uma sanguessuga fedorenta.
Fiquei na praia mais um pouco, mas comecei a sentir o cansaço da ronda me abater e resolvi ir pra casa, talvez minha mãe estivesse lá pra me dar um colinho. Cheguei em casa e vi um bilhete da minha mãe dizendo que ela estava na casa da Sra Uley, me joguei no sofá e liguei a TV. Não demorou muito e minha mãe voltou.
- Em casa a essa hora, filha? – ela perguntou – Achei que você ficaria na casa do Jacob.
- Não – respondi seca – lá estava chato.
Ela não falou mais nada, foi para a cozinha provavelmente preparar o almoço. Pouco tempo depois uma batida leve na porta e Embry entrou.
- Tia Sue? – ele ainda tinha a mania ridícula de chamar minha mãe de tia, como se fosse um garotinho – eu trouxe uma visita pra senhora.
- Visita? – mamãe perguntou vindo da cozinha enxugando a mão num pano de prato – ! – ela exclamou ao ver quem atravessava a porta entrando – que surpresa boa.
- Oi Sue – a coisinha falou abraçando minha mãe – estava passando por perto e pedi Embry que me trouxesse aqui pra te ver.
- Que bom – mamãe a fez se sentar no sofá – fica pro almoço?
- Não Sue, muito obrigada, mas eu tenho que fazer companhia pro Jake.
- O Jake já voltou? – Mamãe gritou da cozinha – achei que ele só voltaria daqui alguns dias.
- Ele resolveu voltar antes – ela respondeu me encarando – mas a Rachel ainda ficou lá.
Comecei a encará-la também, essa garota tem algum problema ou não tem medo de morrer.
- Embry será que você pode me dar uma ajudinha aqui? – mamãe falou e Embry foi ajudá-la deixando eu e a coisinha sozinhas.
- Desculpa pelo que eu falei mais cedo – ela falou quebrando o silencio – eu não quis ser rude com você.
- Tanto faz – falei – sua opinião não me importa.
- O que eu te fiz? – ela perguntou eu a olhei com cara de como assim? – Eu não sei por que você me trata desse jeito.
- Eu não te trato ‘desse jeito’, só não me interesso na sua historinha, no seu mundinho... não sou do tipo que segue tendências, e ao que parece você é a tendência do momento.
Ele fez uma cara de quem comeu e não gostou e se recostou na poltrona onde estava sentada. Eu bem que queria que ela fosse embora logo, o cheiro dela era enjoativo. Não demorou muito e ela pediu Embry pra que a levasse pra casa, ele como o bom cachorrinho que é obedeceu.
Os dois saíram e logo em seguida minha mãe veio da cozinha me olhando com cara de quem ia me dar uma boa bronca.
- Leah Clearwater – ela falou parando na minha frente com as mãos na cintura – nem eu nem seu pai lhe demos essa educação.
- O que eu fiz? – falei me fazendo de inocente.
- Eu ouvi a maneira como você falou com , custa tentar ser agradável com a garota?
- Custa mãe – falei me sentando – eu não vou ficar por ai abanando o rabinho pra essa garota, ninguém aqui conhece ela e fica todo mundo adulando e fazendo charminho. Ah tenha paciência!
- O que isso Leah? – ela me olhava assustada – essa não é a minha garotinha.
- É mãe, talvez a seja uma filha melhor que eu – levantei e sai, eu não queria mais conversar sobre isso.
Eu estava começando a cochilar quando ouvi as vozes de Seth e da minha mãe, fiquei quieta ouvindo a conversa, eu estava com medo de ter magoado minha mãe com as minhas palavras, mas eu acabei ouvindo um nome que não me agradou em nada: . Levante e abri a porta a tempo de ver Seth entrar no quarto dele com ela nos braços.
- O que aconteceu? – perguntei, tudo bem que eu não morria de amores por ela, mas também não desejava que a garota morresse, talvez apenas da boca pra fora.
- Ela adoeceu depois que Embry jogou ela na água ontem à noite, a febre vai e volta... – Seth respondeu a ajeitando na cama.
- E porque ela não ta na casa do Jake? – perguntei.
- Porque ele e Embry estavam se matando pra ver quem cuidaria dela, então eu decidi que era melhor tirá-la de lá antes deles se matarem.
- Fez muito bem filho – minha mãe falou entrando no quarto com um termômetro – deixa que eu cuido dela.
Ótimo quanto mais eu corro do capeta mais ele vem me atazanar.
POV – Embry
Ta certo que brigar com Jake por causa da não foi muito racional, mas quem disse que eu fico racional perto daquela garota? Quem diria, eu Embry Call, o rei das baladas, literalmente de quatro por uma garota.
Mas era especial, ela era incrivelmente linda, doce, carinhosa, sincera e ainda tem aquele par de olhos azuis que enfeitiça qualquer um. E nesse qualquer um lê-se: Jacob Black. O imbecil mal chegou de viagem, mal conhece e ta se achando o dono dela, ainda vem com essa historia sem noção de me dar uma ordem de alpha pra eu me afastar dela.
Seth é outro intrometido, da onde ele tirou a idéia de que ele podia tirar da casa do Jake assim sem falar nada com ninguém, ele ia era ganhar uns cascudos, moleque abusado. Cheguei na casa de Sue e entrei sem nem mesmo bater na porta, que por acaso estava aberta.
- Tia Sue? – chamei – Seth?
- Aqui no meu quarto – ouvi Seth falar, mas nem cheguei a me aproximar do corredor e tia Sue apareceu na minha frente com cara de poucos amigos. Eu só via essa expressão em uma pessoa, na minha mãe e só quando eu fazia algo bem errado.
- Oi tia – falei – a ta ai?
- ta dormindo – ela falou cruzando os braços – que idéia de jerico foi essa de jogar a menina na água fria de madrugada?
- Desculpa tia, eu nem me lembrei que ela é uma humana normal, que sente frio... eu to tão acostumado com os outros lobos e já me sinto tão a vontade perto de que nem me toquei que ela adoeceria.
- Vocês são todos inconseqüentes. – ela balançou a cabeça – agora ela ta dormindo, eu dei um chá a ela que vai deixá-la melhor. Amanhã ela já vai estar bem, foi só um resfriado. Mas ela fica aqui até amanhã.
- Posso ficar por aqui hoje? – perguntei fazendo cara de menino que sempre amolecia a tia Sue.
- Vai adiantar se eu disser não? – ela sorriu e me deu um beijo na testa, andando na direção da cozinha em seguida – se for no quarto, faz o favor de não acordar .
- Pode deixar – falei me dirigindo ao quarto de Seth.
A porta estava entreaberta, dava pra ver Seth sentado na beira da cama olhando pra com carinho. Ele também? Será que todo mundo resolveu gostar dela?
- Posso entrar? – perguntei baixinho fazendo ele olhar pra minha direção.
- Pode – ele falou e voltou a encarar dormindo.
- Tenho que pedir desculpas a ela, por aquela cena com o Jake. – falei enquanto me abaixava ao lado da cama.
- A gente pode conversar lá fora? – Seth me olhou e se levantou. Dei um beijo na testa de e saí com ele.
Nós caminhamos um pouco pelas ruas de La Push, Seth ficou calado, o que era estranho, pois foi ele que pediu pra conversar.
- Eu vou falar só uma vez – ele falou parando e se virando pra mim, os olhos sérios – eu tenho como uma irmã. É do conhecimento de todo mundo o quanto Leah ficou amarga depois de se transformar, ela não trata mais ninguém com carinho, nem mesmo eu e minha mãe que somos a família dela, então meio que supriu o que faltava.
- Onde você quer chegar Seth? – perguntei não entendendo o que ele queria dizer com essa conversa.
- Onde quero chegar... – ele me olhou muito sério – eu posso ser mais novo que vocês, mas se eu souber que você ou o Jake ou qualquer outra pessoa fez sofrer, vocês vão conhecer um Seth que nunca viram antes.
Dito isso ele enfiou as mãos nos bolsos e saiu andando de volta pra casa dele. Mas antes de sair da minha vista, deu um ultimo recado.
- Melhor você me substituir na ronda hoje – falou – avisa o Jake que não vou porque vou cuidar da . – eu ia abrir a boca pra questionar, dizer que ele podia fazer a ronda que eu cuidaria dela, mas ele foi mais rápido – e não, você não pode cuidar dela.
Seth andou depressa pra casa e me deixou parado com cara de paspalho. Desde quando esse moleque acha que pode mandar em mim? Eu ia ignorar o que ele falou e ia ver , mas resolvi não brigar, não hoje. Fui pra minha casa, eu precisava de um banho frio.
POV – Seth
- Onde você quer chegar Seth? – Embry perguntou notavelmente sem entender o que eu estava dizendo.
- Onde quero chegar... – o olhei sério, pra que ele entendesse que quem estava falando não era mais o moleque da matilha – eu posso ser mais novo que vocês, mas se eu souber que você ou o Jake ou qualquer outra pessoa fez sofrer, vocês vão conhecer um Seth que nunca viram antes.
Disse isso e voltei a caminhar, dessa vez pra casa. Deixei Embry parado no meio da rua, mas antes de me afastar dei um ultimo recado.
- Melhor você me substituir na ronda hoje – falei – avisa o Jake que não vou porque vou cuidar da . – eu sabia muito bem o que estava passando na cabeça dele nesse exato momento, então eu me virei e completei antes que ele falasse – e não, você não pode cuidar dela.
Eu seguia pra minha casa quando resolvi parar em um lugar antes. Apressei meus passos até parar de frente pra casinha vermelha. Eu ouvia o barulho na garagem, mas nem precisava disso, eu sabia que Jake estaria lá.
- E ai moleque – ele falou assim que entrei – você podia ter avisado antes que tava levando pra sua casa.
- Vocês não iam me ouvir – dei de ombros escorando na moto de Jake que estava parada num canto.
- Como ela está? – ele perguntou – já trouxe ela de volta?
- Está bem, e não – falei – ela vai ficar lá em casa até amanhã. Ordens da Sra Clearwater. – ele riu.
- Eu imaginei que Sue não ia deixar ela sair de lá até ela estar melhor. Embry apareceu por lá?
- Apareceu e já foi embora.
- Achei que ele fosse ficar por lá...
- Eu o mandei ir embora – ele desviou os olhos do carri e me encarou com uma sobrancelha arqueada – olha só Jake – falei – você pode ser mais velho que eu e pode ser meu alpha também, mas eu vou ignorar tudo isso e vou te dar o mesmo recado que eu dei pro Embry.
Ele continuava me olhando, mas agora com o cenho franzido, eu podia sentir no ar que ele estava preste a colocar seu lado alpha em jogo.
- E não adianta me ordem de alpha não – falei o fazendo fechar ainda mais a cara – é especial demais pra virar brinquedinho seus, então seu eu souber que um de vocês a magoou ou a fez sofrer, é comigo que vocês vão acertar as contas, e pode ter certeza que eu estou pouco me lixando se você é meu alpha. Eu te considero meu melhor amigo, espero que você não queria colocar nossa amizade em risco.
Assim como fiz com Embry, eu falei e sai, deixando Jake sozinho. Eles dois estavam me deixando estressados, e o pior eles estavam deixando estressada e assustada. Dois malucos, era bom os dois se entenderem longe dela.
Voltei pra minha casa, eu já estava cansado desse dois. Mal entrei e Leah apareceu na minha frente me fuzilando com os olhos. Respirei fundo, mais uma pra enfrentar.
- O que é Leah? – perguntei me jogando no sofá.
- Por que você trouxe a bonequinha de porcelana pra cá? – ela perguntou se sentando na minha frente.
- Porque ela ta doente Leah, ela precisa de cuidados. – falei recostando a cabeça no encosto do sofá.
- Então levasse ela pra um hospital!
- Por que te incomoda tanto?
- Porque ela é uma fingida, falsa que ta fazendo todo mundo de besta com essa carinha de menina abandonada.
- Você ta com ciúmes dela Leah – falei encarando minha irmã – e ta ciúmes porque você não é capaz de tratar as pessoas como trata. Você sempre foi doce Leah, porque ser assim agora? Porque tratar todo mundo mal? Até a mãe você magoou!
- Eu não falei aquilo com ela por mal – ela falou olhando pro chão, visivelmente envergonhada – eu estava nervosa, com raiva. Tudo agora gira em torno da bonequinha, tudo tem que ser pra , como quer... eu já me cansei dessa garota.
- Um dia as coisas foram pra você, como você queria, mas por causa dessa sua armadura, você perdeu tudo. Talvez se você voltasse a ser a Lee.
- Você prefere ela né? – Leah gritou se levantando – você queria que ela fosse sua irmã, não eu.
- Leah você está incoerente – falei me levantando também, eu ia era tomar um banho e deixar essa doida conversando sozinha.
- Eu ouvi Seth, eu ouvi o que você falou com o Embry – eu virei para olha-la e ela tinha lágrimas nos olhos – eu ouvi você falando que ela supria o que faltava em mim. Eu vi como você a defendeu, como você conseguiu ameaçar o Embry e até mesmo enfrentar o Jake, o seu alpha por ela, mas você nunca fez isso por mim. Você nunca enfrentou o Sam por mim.
Ela saiu descontrolada pela porta correndo em direção à floresta, pouco tempo depois eu pude ouvir ao longe o som das roupas dela sendo rasgadas e os passos pesados de loba. Ok agora eu tenho certeza, La Push inteira está enlouquecendo!
N/a: e ai flores... parece que o bichinho verde do ciúme andou mordendo todo mundo em La Push não?.... Mas me digam, o que vocês estão achando? Seth está brabo não acham? Eu até fiquei com medo dele. *ui* como será que nossa PP vai reagir quando encarar Jake e Embry? Será no que vai dar esse triângulo? E o ciúmes do Terry e da Leah? Ambos acham que seus postos de ‘irmãos’ estão sendo ‘roubados’... mais aventuras nos próximos capítulos... não esqueçam de deixar um comentário pra mim, ok? Beijinhos...
CAPITULO 10 – LEMBRANÇAS
POV – 
Acordei muito bem disposta, nenhuma dor pelo corpo, nenhum sinal de febre. Dei uma olhada ao redor e vi onde eu estava, eu conhecia esse quarto, mas ele não ficava na casa do Jake, foi ai que lembrei da confusão de ontem, Jake e Embry discutindo sobre quem cuidaria de mim, Seth me tirando de lá e me trazendo pra casa dele, Sue cuidando de mim...
- Bom dia – Seth falou parado na porta.
- Bom dia – respondi me sentando.
- Dormiu bem? – fiz que sim com a cabeça – Se sente melhor?
- Muito melhor – falei – não sei que milagre foi que sua mãe fez, mas eu estou perfeitamente bem.
- Foi o chá que ela te deu – ele falou se sentando do meu lado – uma mistura de ervas.
- Como estão o Jake e o Embry – perguntei – eles se mataram? – nós rimos.
- Ainda não – ele respondeu – eu conversei com os dois.
- Conversou? – perguntei – o que exatamente você conversou com eles?
- Nada demais.
- Sei – falei e mudei de assunto – você não devia estar na escola?
- Tirei o dia de folga – ele sorriu maroto – pra cuidar de você.
- Eu já me sinto bem, mas você pode me ajudar a encontrar um emprego o que acha?
- Não antes de você tomar um café reforçado, ordens da Sra Clearwater – ele se levantou estendendo a mão pra me ajudar.
- Eu não seria louca de descumprir uma ordem da general Clearwater – nós rimos – nem seria difícil, já que estou azul de fome.
Tomei um café com Seth – café não que aquilo era praticamente café, almoço e janta de tanta comida que tinha na mesa – e nós fomos até a casa de Jake pra que eu tomasse um banho e trocasse de roupa.
A casa estava vazia, nem um mínimo sinal de Jacob por lá, melhor já que eu não sabia como encará-lo depois da confusão de ontem.
Vesti uma roupa simples, porém mais formal, já que eu iria pleitear um emprego. Escolhi uma calça jeans e uma blusa de manga comprida preta. Calcei meu all star rosa e branco e peguei um moleton. Seth estava me esperando na sala.
- Então estou bem? – perguntei dando uma voltinha na frente dele.
- Se você não estiver interessada em uma vaga de presidente numa multinacinal ou algo do tipo acho que essa roupa serve – franzi o cenho e ele riu me abraçando em seguida – está ótimo sua boba.
Nós saímos de casa abraçados e demos de cara com Embry. A expressão no rosto dele ao me ver com Seth não foi muito boa.
- Oi – ele falou – se sente melhor?
- Bem melhor Emb – respondi – Sue me deu um chá milagroso que me fez ficar novinha em folha.
- Que bom – ele falou e o vi lançar um olhar bravo pro Seth – vocês vão sair?
- Seth vai me levar pra procurar emprego em Forks – falei – algum problema?
- Não nenhum, é só que você estava mal ontem e eu achei que talvez você devesse descansar...
- Nem pesar – retruquei – eu não vou ficar de castigo em casa. Preciso encontrar um emprego e Seth vai me acompanhar.
- Não falei por mal... – ele respondeu. Era impressão minha ou Embry estava triste?
- Está com algum problema Emb? – falei descendo as escadas e me aproximando dele ele fez que não me dando um sorriso que não alcançou os seus olhos, o que significava que ele estava com algum problema sim – Faz assim, passa aqui à noite, a gente pode dar uma volta na praia e conversar um pouco...
- Pode ser – ele falou e em seguida me deu um beijo na cabeça e saiu.
Me virei pra Seth que olhava Embry se afastar, ele estava com o semblante sério, foi então que eu me lembrei de Seth ter me falado que tinha conversado com Embry e Jacob.
- Seth Clearwater – falei cruzando meus braços na altura dos seios – o que o senhor conversou com o Embry pra ele ficar tão estranho comigo?
- Eu? – ele fez cara de inocente – não falei nada de mais. E eu não achei ele estranho com você não...
- Ah não? Então por que será que ele me tratou tão distante e respondeu um ‘pode ser’ pro meu convite?
- Deve ser porque ele não ta a fim de sair – ele deu de ombros – vamos logo ou você vai se atrasar.
- Sei – falei o acompanhando até o carro de Jacob, uma vez que a minha lata velha ainda estava sob os cuidados do Sr. Mecânico Black.
- Seu carro fica pronto logo – Seth falou quando estávamos a caminho de Forks – vai ficar muito bom, o Jake é um bom mecânico.
- Se ele fizer aquela joça andar eu já o qualifico como um super mecânico – eu ri – sabe eu não entendo o que vocês acham de tão incrível naquele carro.
- É um clássico, e nós gostamos dos clássicos.
- Vocês são é doidos, como o Terry era – falei – ele podia ter o carro que quisesse, posso até apostar que se ele pedisse uma Ferrari zero, ele ganharia, mas ai ele escolhe aquela coisa.
- Por que você não ganhou um carro como seu irmão? – Seth perguntou
- Porque eu não existia naquela casa – respondi olhando a paisagem pela janela.
- , desculpa tocar nesse assunto, mas é que eu não entendo como uma mãe e um pai podem rejeitar um filho assim, sei lá talvez você que tenha se afastado deles...
- Sim eu me afastei – falei – mas fiz isso porque eu cansei de correr atrás deles, mendigando amor e carinho. Eu tinha isso do Terry, então pra mim já estava de bom tamanho, eu não preciso da Violet nem do George.
- Você chama seus pais pelo nome? – ele me olhou de sobrancelhas arqueadas.
- E você queria o quê? – o encarei – que depois de tudo que passei naquela casa eu chamasse os dois de mamãe e papai? Ah me poupe Seth. Eles eram os pais do Terry, não meus.
Seth ficou em silencio e eu o acompanhei, o que não devia ter feito, a falta de conversa no carro me fazia pensar em como sempre foi ruim não ter pais, acho que nem que perdeu ou nunca conheceu os pais não sentia a dor que eu sentia, a dor de ser rejeitada, de nunca ter sido desejada, de não se sentir parte da família.
Senti os meus olhos arderem, mas engoli o choro, eu não ia derramar mais nenhuma lágrima por Violet e George, eu fiz essa promessa no dia que sai daquela casa e iria cumpri-la.
- Vamos passar na delegacia, Charlie deve saber de algum lugar pra você encontrar trabalho. – Seth falou quebrando o silencio, apenas balancei a cabeça em sinal positivo, não confiaria na minha voz agora, ela provavelmente sairia embargada denunciando minha vontade de chorar.
Seth dirigiu mais um trecho e logo vi a cidade. Forks era pequena, maior que La Push é claro, mas ainda pequena. Uma cidade calma, daquele tipo onde todo mundo sabe da vida de todo mundo. O verde era dominante, pra onde quer que se olhasse havia verde, mas isso não me irritava ou me entediava, pelo contrario, eu ficava feliz em estar ali, era como se as árvores, as folhas, a floresta fossem uma parte de mim.
Paramos na frente do posto policial e Seth desceu, abrindo a porta pra mim em seguida. Assim que entramos um homem alto de bigode e uniforme policial veio nos receber.
- Seth, que surpresa você por aqui. Algum problema com a Sue ou com a Leah? – ele perguntou preocupado
- Não Charlie, está todo mundo bem – Seth o tranqüilizou – eu vim aqui pra te perguntar uma coisa, mas antes deixa eu te apresentar a .
- Oi – falei acenando.
- se mudou pra La Push há algumas semanas e agora ela está procurando um emprego...
- E por que você veio pra cá ? – Charlie me perguntou, senti seus olhos me avaliando.
- Mudança de ares – respondi somente – queria viver novas aventuras...
- E seus pais, o que acharam disso? – ele continuava a me avaliar, talvez não o fizesse por mal, talvez fosse apenas algo de sua profissão.
- Bom meus pais não tem muito o que achar – falei tentando não soar muito rude – eu sou maior de idade, posso fazer o que eu quiser.
- Claro que pode – ele respondeu franzindo um pouco o cenho – pelo que parece você não tem uma boa relação com seus pais...
- Não é bem assim, eles não se importam comigo e eu não me importo com eles, nós conseguimos conviver assim – falei, fiz o possível pra que minha voz não transparecesse o quanto me magoava a falta de interesse dos meus pais.
- Certo então – Charlie falou encerrando o assunto – bom, eu soube que os Newton estão precisando de uma ajuda na loja deles agora que o Mike está na faculdade...
- Os Newton são da loja de artigos esportivos? – Seth perguntou.
- É sim, vocês podem ir até lá e falar com a Sra Newton que eu indiquei a , vai ficar mais fácil conseguir o emprego, apesar de eu não achar que ela vá colocar nenhum empecilho.
- Obrigada Charlie – falei me retirando.
- Não precisa me agradecer, basta ficar longe de encrencas. – ele falou sério.
- Pode deixar Charlie, eu faço questão de cuidar dela – Seth falou me levando pela mão.
- Acho que ele está desconfiado de mim. – falei quando estávamos no carro.
- Por que ele estaria? – Seth me perguntou com a sobrancelha arqueada.
- Ah Seth, vai me dizer que você não desconfiaria de uma garota de 18 anos que sai de casa de repente e não está dando a mínima pro que os pais pensam?
- Não – ele falou sério – eu conheço sua história e sei bem por que você saiu de casa.
- Ta, mas o Charlie não conhece a minha história – falei.
- Ele vai conhecer em breve – Seth sorriu um pouco – posso apostar com você que hoje à noite ele vai estar na minha casa perguntando a minha mãe. E posso apostar mais, ele com certeza adorou ter um motivo pra ter que ir visitar a Dona Sue Clearwater.
- O que, Charlie e sua mãe estão se paquerando? – perguntei de boca aberta e olhos arregalados.
- Eles até que tentam esconder, mas ta na cara que eles estão caidinhos um pelo outro. Eu dou o maior apoio, Charlie é divorciado, minha mãe já é viúva há três anos, nada mais justo que eles se acertarem e serem felizes logo.
- Engraçado você pensar assim – falei
- Por que?
- Geralmente os filhos têm ciúmes quando a mãe arruma um namorado.
- Mas eu gosto do Charlie – ele falou sorrindo fraco – e eu gosto de ver como minha mãe se alegra perto dele.
- Mas voltando ao assunto anterior – falei o encarando – você acha que depois que souber da minha história, o Charlie vai procurar os meus pais? – a idéia de Charlie informando meus pais onde eu estava não me agradava muito – Não que eu ache que Violet e George estejam preocupados com minha fuga de casa...
- Eu não sei o que Charlie vai fazer depois que souber da sua história, mas eu acho que você devia pelo menos ligar pros seus pais...
- Ta louco Seth? – praticamente gritei – Eu sai de casa por que eles não davam a mínima pra mim, agora você quer que eu volte?
- Não – ele começou a se explicar – eu só acho que seus pais devem estar preocupados com você, sei lá, é difícil acreditar que seus pais não te dão a mínima...
- Seth – falei nervosa – você pode acreditar no que quiser, eu não vou ligar pra ninguém, só eu sei o que foi viver 18 anos naquela casa, sempre me sentindo excluída, indesejada... – a essa altura eu já estava chorando e quebrando a minha promessa – eu não quero mais saber do Sr. e da Sra. Howard, quero esquecer que um dia tive pais.
- Shhh – ele parou o carro me abraçando – desculpa , não queria te deixar assim, eu não vou mais tocar nesse assunto, eu prometo.
Nós ficamos abraçados um tempo, até que eu consegui controlar as lágrimas e o soluço. Seth me fazia lembrar Terry, ele tinha por mim o mesmo carinho que meu irmão tinha, eu me sentia bem em La Push, me sentia protegida.
- Acho melhor a gente ir – falei – antes que eu perca mais uma oportunidade.
- Vamos – ele falou ligando o carro de novo.
Não demorou muito e nós paramos na porta de uma loja simples, de materiais esportivos. Uma senhora estava atrás do balcão nos cumprimentou sorrindo.
- Olá, bem vindos à Newton’s, em que posso ajudá-los?
- Oi eu sou Seth Clearwater, essa é Howard, nós viemos aqui por indicação do chefe Swan, ele disse que a senhora estava precisando de ajuda aqui e ela – ele apontou pra mim – está precisando de trabalho.
- Oh estou precisando sim – ela falou – então .
- – a interrompi.
- Certo, então , você entende alguma coisa de produtos esportivos?
- Pra ser sincera Sra...
- Diana.
- Sra Diana – continuei – eu não entendo muito de esportes, mas tenho facilidade em aprender.
- Bom então considere-se contratada querida – ela falou sorrindo.
- Quando eu começo? – perguntei me sentindo bem mais feliz.
- Amanhã de manhã – Diana me respondeu ainda sorrindo, senti que seriamos boas amigas.
- Então até amanhã Diana.
- Até amanhã .
Seth e eu saímos da Newton’s, mas antes de ir pra casa pedi que ele me mostrasse um pouco de Forks, afinal desde que cheguei fiquei apenas em La Push.
- Forks não é tão grande como L.A, nem tem tantos atrativos assim – Seth falou quando estávamos andando por uma praça no que parecia ser o centro da cidade.
- Eu prefiro lugares pequenos, apesar de sentir um pouco de falta do sol da Califórnia – falei.
- É o sol aqui é bem raro...
Continuamos andando um pouco e logo voltamos pra casa. Seth pra dele e eu pra do Jake. Seth deixou o carro na garagem e foi pra casa dele a pé, apesar de eu ter insistido muito pra que ele fosse com o carro, mas ele disse que tinha outras coisas pra fazer antes de almoçar. Eu não quis me intrometer demais, nada de ser enxerida, esse era o meu lema.
Deixei minha bolsa no quarto e mudei de roupa, trocando o jeans por uma calça de malha. Fui até a cozinha preparar algo pro almoço. Estava tão concentrada no risoto que nem percebi quando Jake entrou na cozinha, tomando um susto com a voz rouca dele.
- Já está melhor? – ele perguntou me fazendo quase derrubar a vasilha com a comida, essa só não se espatifou no chão porque Jake foi rápido e a aparou.
- Bom reflexo – falei – E sim, eu estou melhor...
- Que bom – ele sorriu tímido – e ai fez o que hoje de manhã, eu não te vi por aqui...
-Eu e Seth fomos até Forks, ver se eu conseguia um emprego...
- E conseguiu? – ele perguntou e eu fiz que sim com a cabeça – onde?
- Na Newton’s.
- A loja de artigos esportivos?
- Umhum – falei e o vi fazer uma careta – algum problema com a Newton’s?
- Não – ele falou vago – com a loja não, só não vou com a cara do filho do dono.
- Acho que Charlie falou dele... Mike não é? – ele fez que sim com a cabeça ainda fazendo careta – eu não o conheci, parece que ele foi pra faculdade...
- Melhor – ele falou baixo, mas alto o suficiente pra eu ouvir. Olhei pra ele com a sobrancelha arqueada – o que foi? – ele perguntou.
- Não entendi o por que do “melhor”... – falei.
- Ah – ele riu sem graça – não era pra você ter ouvido isso, não é nada, assuntos do passado – ele deu de ombros me ajudando a colocar a mesa.
- Tipo o que – falei rindo – ele roubou sua namorada ou algo do tipo?
- Não – ele riu comigo – ele meio que me atrapalhou a conseguir uma namorada...
- Bom – falei – agora ele foi pra faculdade, talvez você ainda tenha chance com ela...
- Não, não tenho – ele falou com a voz um pouco triste – ela é de outro agora...
- Espera ai – parei o que estava fazendo e olhei pra Jake que ainda trabalhava colocando a mesa – você estava interessado na garota, ai de alguma maneira Mike Newton te atrapalhou, mas ai a garota acabou ficando com outro?
- É mais complicado que isso – ele falou agora pegando a travessa com o risoto – Isso aqui ta com a cara boa – ele falou se referindo à comida e claramente mudando de assunto.
- Ok, percebi que a mudança de assunto é por que você não quer falar sobre a garota complicada – falei me sentando de frente pra Jake – não vou forçar a barra, mas se você quiser conversar...
- Pode deixar que eu te procuro – ele completou – agora é melhor a gente comer, eu to morrendo de fome.
Almoçamos conversando amenidades, o assunto da garota totalmente esquecido. Era bom ficar perto de Jacob, diferente de ficar com Embry e com Seth.
Seth era como um irmão, alguém em quem eu podia confiar. Embry era um amigo pras horas mais divertidas, aquele que anima até velório. E Jake, bom Jake era difícil de classificar, ele era aquele alguém que você espera o dia todo pra ver, alguém que você quer por perto o tempo todo. Ele me atraia como um imã era como se tudo no universo conspirasse pra que eu estivesse perto dele, e quando eu estava eu me sentia bem, completa como eu não me sentia há muito tempo.
- Então – ele falou me arrancando dos meus devaneios – quando você começa a trabalhar?
- Amanhã – falei – a propósito, a que pé anda o conserto da minha lata velha?
- Falta bastante coisa – ele falou – porque?
- Eu preciso de um carro pra trabalhar – falei dando de ombros – não dá pra ir a pé daqui a Forks...
- Eu te levo no meu carro.
- Não quero te dar trabalho.
- Não vai ser trabalho nenhum, eu gosto de dirigir e essa vai ser uma desculpa pra matar a saudade do meu Rabbit, faz tempo que eu não dirijo ele.
- Tudo bem então – falei.
Terminamos de comer e Jake me ajudou com a louça, depois ele foi pra oficina e eu decidi arrumar a casa. Mais ou menos no meio da tarde o telefone tocou.
- Residência dos Black – atendi.
- Oi – uma voz cantada de mulher falou do outro lado – eu queria falar com o Jake.
- Só um minuto – deixei o telefone no aparador e fui até a oficina – Jake – chamei, ele saiu debaixo do carro só de bermuda, com aquele tanquinho perfeito e de tirar o fôlego de fora – telefone – falei tentando desviar os olhos do peitoral dele e entrando em casa.
Jake me seguiu até a sala, onde permaneci terminando meu ‘serviço’, ao que parece ele não se incomodou.
- Alô – ele falou ficando em silencio para ouvir a resposta do outro lado da linha – Bells?O-oi – ele gaguejou – aconteceu alguma coisa? Por que você está me ligando?
Silencio de novo e então pelo canto do olho eu vejo Jacob abrir um sorriso lindo.
- Eu estou bem – ele fala – não, diga a ele que não precisa se preocupar, eu estou realmente bem.
Quem era Bells? Eu me perguntava, tinha algo na voz de Jacob que mostrava que essa Bells tinha alguma importância pra ele... mas espera, o que eu tenho haver com isso? E por que a maneira carinhosa que ele fala com ela me incomoda tanto? Mais silencio e então o sorriso lindo se desmancha, dando lugar a lábios franzidos e uma pequena ruga entre as sobrancelhas.
- Bom Bells, foi você quem escolheu assim – ele falou – podia ter sido diferente... bom quanto a isso eu não posso te falar nada, você sabe a minha opinião... não tem como isso ser possível, ela não me conhece pra se sentir assim...
Eu não estava entendendo nada dessa conversa louca, o que essa tal Bells escolheu? O que podia ser diferente?... Quer saber, pra mim chega de ouvir a conversa dos outros, principalmente quando essa conversa me deixa mais confusa que tudo. Sai da sala – que já estava mais que arrumada – e fui arrumar os quartos.
POV – Jake
- Alô – falei, eu não fazia idéia de quem estaria me ligando, talvez a Rachel pra avisar quando voltaria.
- Jake? – uma voz de sinos falou do outro lado da linha – oi é a Bella.
- Bells? – era ela mesmo? Mas porque Bella me ligaria? Será que era algo grave? – O-oi. O que aconteceu? Por que você está me ligando? – perguntei preocupado.
- Calma Jake, respira, assim você vai acabar tendo um AVC – ela riu me fazendo sorrir também, pelo menos tudo estava bem – está tudo bem, só queria saber como você está.
- Eu estou bem – falei.
- Sei lá talvez você esteja precisando de uma consulta médica... Carlisle disse que está aqui pro que você precisar. – ela disse.
- Não, diga a ele que não precisa, eu estou realmente bem.
- Fico feliz – ela falou, mas senti que a alegria da sua voz não estava mais presente – sabe Jake, na verdade liguei pra dizer que sinto falta de você. Sinto falta do tempo que passávamos na garagem da sua casa... do meu melhor amigo. – meu sorriso se foi, dando lugar a uma ponta de tristeza, Bella sempre foi minha melhor amiga.
- Bom Bells, foi você que escolheu assim podia ter sido diferente...
- Mas talvez ainda dê pra sermos amigos... acho que nossa amizade pode superar os acontecimentos. O pior já passou, a Nessie não traz mais nenhum perigo.
- Bom quanto a isso eu não posso te falar nada, você sabe a minha opinião. – falei em meias palavras, mas de modo que Bella entendesse, eu não podia falar sobre esse assunto abertamente, afinal estava aqui ao lado.
- Você não a conheceu Jake, não pode julgá-la. – ela falou séria – além do mais, ela sente sua falta.
- Não tem como isso ser possível, ela não me conhece pra se sentir assim. – falei me lembrando que passei no máximo cinco minutos perto da criatura. Percebi saindo, assim seria mais fácil conversar com Bella.
- Ela se recorda de você sim Jake. – Bella retrucou – foi o seu calor que a aqueceu quando ela ainda estava na minha barriga. Pode parecer estranho, mas ela tinha consciência de tudo o que acontecia à minha volta.
- Então ela tem consciência que ninguém, exceto a Rosalie e você a queria.
- Ela entende que o que os Cullen pensavam sobre ela era apenas porque não conheciam nada parecido com ela e que eles não tinham idéia do que ela seria.
- Bella o que você quer com essa conversa? – perguntei – Me convencer a ir ai visitar a monstrinha? Esquece. Talvez um dia eu aceite as suas escolhas Bells, mas agora ainda é cedo.
- Jake eu escolhi ficar com o Edward porque eu o amo demais, mas eu... ainda amo você. – essa ultima parte ela falou tão baixo que mesmo com meus ouvidos aguçados eu mal ouvi. Mas o mais estranho é que eu não me senti como me sentiria antes.
Antes se Bella dissesse que me amava, mesmo tendo dito antes que amava o sanguessuga telepata, eu me sentiria nas nuvens, talvez a chama da esperança de ter Bella pra mim se reacendesse, mas não foi o que aconteceu. De repente eu não senti mais que Bella era vital pra mim. De repente ela passou a estar num segundo plano.
- Jake você ainda está ai? – ela perguntou.
- Sim – respondi – escuta Bells, eu tenho que terminar de consertar um carro, a gente pode se falar depois?
- Claro – ela respondeu desanimada – ah Jake?
- Sim?
- Quem atendeu o telefone? Não reconheci como a voz da Rachel...
- Ahh, foi a .
- ?
- É. Ela é uma garota que veio pra La Push há algumas semanas e como não encontrou lugar pra ficar, ela ficou aqui.
- Você abrigou uma desconhecida? – ela perguntou com o tom de voz acusatório.
- Qual é Bells? Ela tem no máximo 1,70m e não derrubaria nem uma formiga, que mal ela poderia causar a mim? Ela é totalmente inofensiva, sem contar que é um doce de menina.
- Hum sei... então ta bom Jacob, eu te ligo outra hora. Tchau.
Bella desligou o telefone sem nem mesmo esperar eu me despedir. E o que foi o Jacob no final? Fiquei encarando o telefone como se ele fosse me dar as respostas que eu precisava.
- Brigou com a namorada? – perguntou.
- Não – falei – Bella não é minha namorada, eu até quis um dia, mas acho que superei – falei sem acreditar no que eu tinha acabado de dizer.
- Humm – foi só o que ela falou. Eu ia seguindo pra garagem quando me chamou de novo – Jake – me virei pra ela – eu meio que estou arrumando a casa, e queria saber se você se importa se eu arrumar seu quarto...
- Tem certeza que quer se arriscar? – perguntei sorrindo e a fazendo me acompanhar.
- Acho que não deve ser muito pior do quer era o quarto do meu irmão... – nós rimos mais – então, eu posso?
- Fique a vontade – falei.
- Er... e o quarto que era do seu pai? – a pergunta me pegou de surpresa, desde que meu pai se foi, eu não havia entrado no quarto dele. me olhava esperando a minha resposta.
- Eu ainda não entrei lá – falei.
- Se for te incomodar eu não arrumo, eu só estava pensando que deve ter muita poeira devido ao tempo que o quarto está fechado... – ela se apressou em se explicar.
- Não precisa se explicar – falei – e eu não me importo de você limpar lá, é só que... - eu procurava um jeito de pedir que ela entrasse lá comigo, eu não sabia se conseguiria ir sozinho – eu queria ir lá antes, mas...
- Quer que eu vá com você? – ela perguntou como se lesse meus pensamentos.
- Você faria isso?
- Claro Jake – ela se aproximou pegando minha mão – vem vamos lá.
Paramos na porta do quarto do meu pai, meu peito se comprimia de saudade. Por um momento eu pensei em desistir, deixar que entrasse lá e limpasse tudo.
- Preparado? – perguntou eu fiz que não com a cabeça – sabe, ela falou ficando na minha frente e me encarando – quando Terry morreu eu achei que fosse morrer junto com ele. A dor que eu sentia era grande demais, parecia não caber dentro de mim. Ai um dia eu resolvi entrar no quarto dele e lá no meio das coisas dele, eu me senti reconfortada, era como se ele estivesse lá comigo. Foi bom, até a Violet me descobrir lá dentro e me escorraçar de lá, como se eu fosse uma intrusa num ambiente sagrado... Talvez você encontre conforto ai dentro... – ela falou e abriu a porta.
Entrei no quarto vazio, se mantinha com uma de suas mãos segurando a minha, caminhei até a cama do meu pai e me sentei. Eu sentia como se a qualquer momento o som da cadeira de rodas do meu pai fosse ecoar pelo corredor e ele entraria ali.
- Por que ele tinha que ir? – me escutei perguntar, só então percebi que eu chorava. se sentou do meu lado, me abraçando. Eu chorei muito, por um tempo interminável, até que minhas lágrimas secaram. permaneceu ao meu lado, me consolando, a essa altura eu já estava deitado na cama com a cabeça no colo dela, enquanto ela fazia carinho no meu cabelo.
- Sente-se melhor? – ela perguntou.
- Tem quanto tempo que você perdeu seu irmão? – perguntei.
- Um pouco mais de dois anos. Por que?
- Quando a dor acaba?
- Infelizmente ela não acaba Jake – ela falou puxando meu rosto pra que a olhasse – ela se transforma em saudade, mas ainda fica ali gravada no nosso coração.
Me levantei do colo de e fui até o armário, abrindo-o. Olhei pras roupas do meu pai guardadas ali, senti a vontade de chorar voltar, mas resisti, eu tinha que aprender a transformar essa dor em saudade.
- Você acha que a tia Sue saberia o que fazer com essas roupas? – perguntei olhando para .
- Acredito que sim.
- Você me ajuda a guardá-las?
- Claro – ela se levantou vindo até onde eu estava, tirei uma mala de cima do armário e a entreguei. Ela abriu a mala na cama e nós começamos a colocar todas as roupas lá, depois coloquei sapatos em outra mala.
- O que é isso aqui? – perguntou pegando uma caixa que estava no fundo do armário. Melhor ela tentava pegar a caixa, que era muito grande.
- Deixa que eu te ajudo – falei indo até ela e pegando a caixa de suas mãos e colocando na cama.
- Fotos! – exclamou animada se sentando de frente para a caixa.
- Gosta de fotos? – perguntei.
- Adoro – ela falou revirando as fotos que estavam na caixa – quem é essa?
- Rachel – essa foto é bem recente...
- Humm, sua irmã é bonita – ela guardou a foto pegando outra – Rachel de novo?
- Não essa é Becky...
- Gêmeas?
- Umhum – sorri me lembrando das muitas vezes que elas duas se juntavam pra confundir nosso pai – ficou mais fácil diferenciá-las depois que elas cresceram... a Rach sempre foi mais rebelde, então ela decidiu mudar a cor do cabelo, a Becky é mais simples, mais quieta...
- Elas são bem bonitas – falou – deve ser de família. Tem fotos da sua mãe?
- Tem sim – comecei a procurar no meio das fotos. Encontrei uma dela grávida – aqui – entreguei a ela.
- Realmente a beleza das suas irmãs é de família – ela falou sorrindo – sua mãe era linda Jake.
- É a beleza ficou com as mulheres da família...
- Hey – ela fechou a cara pra mim, melhor ela tentou fazer cara de brava – você também é bonito Jake...
- Sou é? – perguntei.
- É sim – ela falou tímida – e foto do seu pai? – ela falou procurando na caixa.
- Deve ter também, apesar dele nunca ter sido muito chegado a fotos... – comecei a ajudá-la a encontrar uma foto.
- Esse é você? – ela perguntou me mostrando uma foto minha, onde eu estava deitado em uns travesseiros...
- É sou eu – falei sorrindo sem graça – foi numa festa na casa da tia Sue, aniversário da Leah, eu acho, eu queria ir embora, já estava cansado... o Harry, pai da Leah e do Seth, me viu quase dormindo no sofá e tirou essa foto...
- Você era um fofo – ela falou guardando a foto e pegando outra – é o casamento da Becky?
- É – eu ri – o pai não gostou nada desse casamento, ele achava o Peter muito estranho... ele não entendia que o visual ‘diferente’ dele era apenas porque ele era um surfista. Mas ele é um cara legal, eu o conheci melhor no Havaí, ele gosta muito da Becky, cuida bem dela, é um cara trabalhador...
- Você é bem protetor com as suas irmãs né? – perguntou.
- Rach e Becky são tudo o que eu tenho – falei – elas sofreram muito quando a nossa mãe morreu, e agora que a gente perdeu o pai, eu tenho que cuidar delas...
- E quem cuida de você? – ela perguntou.
- Eu me viro – falei voltando para a caixa de fotos.
- Sabe teve uma coisa que eu aprendi depois da morte do meu irmão, na verdade eu aprendi aqui, com vocês. Nós precisamos de alguém em quem nos apoiar – ela segurou minha mão – e você pode contar comigo se quiser.
Seguirei as duas mãos dela, pequenas em relação às minhas.
- Obrigada – falei – é bom saber que não estou sozinho...
- Nunca – ela falou sorrindo – e além de mim, você tem seus amigos.
- É eu tenho – falei me lembrando que eles eram mais que apenas meus amigos, eles eram meus irmãos, mas isso seria bem difícil de explicar pra .
- Me conta mais sobre suas irmãs – ela pediu voltando a prestar atenção nas fotos.
- A Rach estudava na Universidade de Washington, ela veio passear aqui de férias, conheceu o Paul e não quis voltar...
- Ela parou a Universidade por causa dele? – perguntou assustada.
- Isso é algo complicado de se explicar... –desconversei – eles se viram, se apaixonaram, e agora vão se casar.
- Nossa, parece ser intenso – falou – bom pelo que eu vi desde que cheguei aqui, tudo em relação ao amor, parece ser intenso. Como o Sam e a Emily, o Jared e a Kim...
- Nós quileutes somos intensos – desconversei de novo.
- E quentes – falou rindo – sério a primeira vez que encostei no Seth eu achei que ele ia começar a delirar de febre. Depois ele me explicou que isso é do sangue quileute... tudo bem que eu achei estranho, mas não quis parecer xereta demais.
Ficamos em silencio, apenas olhando as fotos que tinham na caixa... eu ficava me perguntando se devia saber do nosso segredo, ela vivia conosco, até quando nós conseguiríamos esconder as coisas dela? Mas a verdade é que algo dentro de mim gritava pra que eu a deixasse saber de tudo.... não eu estava enlouquecendo, a ultima vez que deixei alguém saber sobre a nossa vida secreta foi com a Bella e as coisas não foram muito boas.
- Me fala da Becky – pediu me arrancando dos meus devaneios.
- Humm – tentei me concentrar no que ela dizia – a Becky sempre foi a mais doce, depois que nossa mãe morreu ela ficou bem triste, um dia ele foi à praia, ver um torneio de surf que estava acontecendo aqui e conheceu o Peter, alguns meses depois eles estavam se casando e indo embora pro Havai. Depois disso nós a víamos raramente.
- Eles tem filhos?
- Tem sim, duas meninas, gêmeas – falei e riu.
- Bom, pelo que eu me lembro das aulas de biologia, isso é bem normal já que a mãe tem uma irmã gêmea – ela explicou.
- Eu trouxe uma foto delas – falei me levantando e indo ao meu quarto. Voltei com a foto nas mãos – aqui – entreguei a .
- Nossa elas são lindas – ela falou – como se chamam?
- Sophie e Sara – respondi.
- Sara como a sua mãe...
- Becky convidou a Rach e o Paul pra serem padrinhos da Sara e me convidou pra ser padrinho da Sophie.
- Suas sobrinhas são lindas – ela me devolveu a foto – eu nunca tive muito contato com crianças, mas sempre as achei encantadoras...
- E você quer ter filhos? – porque diabos eu fiz essa pergunta?
- Um dia quem sabe – respondeu sem graça.
- Me conta sobre você – pedi – eu te falei sobre mim, sobre a minha família... me fala sobre a sua...
- Não tem o que falar – ela deu de ombros se deitando na cama de barriga pra cima – Minha família era basicamente o Terry e eu.
- E como ele era? – perguntei me deitando como ela de jeito que nós ficamos com as cabeças encostadas uma na outra.
- O Terry era muito divertido – ela falou – o tipo de pessoa que nunca vê o lado ruim das coisas, talvez por isso ele nunca via a maneira como meus pais me tratavam.
- Eu fico tentando imaginar como foi pra você viver tanto tempo sem o carinho e o apoio dos seus pais... sei lá tipo, se eu não tivesse o meu pai por perto, eu não sei o que seria de mim... você tem idéia do motivo pra eles terem te tratado assim?
- Não – falei – depois do dia que a Violet me enxotou do quarto dela, eu não quis mais saber deles...
- Ela te enxotou? – levantei a cabeça para olhar pra ela. fitava o teto com os olhos tristes.
- Era dia dos pais – ela falou – eu tinha oito anos e fui até o quarto da Violet pra mostrar pra ela o desenho que eu tinha feito pro George. Ela brigou comigo, eu não entendia nada, ela ficava gritando que eu não tinha que existir, que eu era a prova do fracasso dela... ai eu comecei a chorar e dizer que eu só queria mostrar o desenho pra ela. Ela tomou o desenho da minha mão e rasgou. Eu chorei mais e o George chegou, os dois entraram pro quarto e começaram a discutir, eu ouvia o George gritar com ela que eu era só uma criança e que ela precisava me dar mais carinho. A Violet gritava com ele também, mas eu não entendia nada do que ela dizia. O Terry apareceu e me tirou de lá. Depois desse dia o George não me tratou mais como antes, ele passou a me tratar friamente, nem parecia mais o meu pai.
- Caramba – eu me levantei mais e vi que algumas lágrimas caiam dos seus olhos – eu sinto muito.
- Tudo bem, eu me acostumei com isso – ela falou – as coisas só ficaram ruins mesmo quando o Terry morreu. Eu me senti sozinha.
- Você não está mais sozinha – falei acariciando sua bochecha. olhou pra cima, seus olhos encontrando os meus. Eu tinha consciência plena do coração dela batendo acelerado, eu me sentia tonto, atordoado com a presença dela. Nossos rostos se aproximaram como se fossem imãs puxando um para o outro.
Nossas respirações se aceleraram, o coração de batia ainda mais apressado e eu começava a me preocupar com a possibilidade dela ter um ataque aqui. Faltavam apenas alguns centímetros pra que eu sentisse o toque dos lábios dela, meu coração palpitou por antecipação, mas antes que eu pudesse sentir o sabor do beijo dela alguém bateu na porta.
O som fez com nos separássemos como se tivéssemos tomado um choque, abaixou os olhos e suas bochechas foram tingidas de um tom de rosa forte.
- Er... eu vou ver quem é – falei me levantando.
- Vai lá, eu vou guardar isso aqui – ela mostrou a caixa. Sai em direção à sala, praguejando por dentro sobre quem seria o infeliz que tinha interrompido aquele momento, minha boca ainda salivava com o desejo de tocar os lábios dela. Abri a porta e dei de cara com Embry, claro que tinha que ser ele.
- Hey Jake – ele me cumprimentou – a está ai?
- Ta sim – falei abrindo mais a porta e dando espaço pra ele passar.
- Embry? – falou espantada parada no corredor – Que horas são?
- Quinze pra sete.
- Nossa eu me esqueci completamente do que combinamos... – se desculpou – eu e Jake ficamos vendo fotos e eu me esqueci da hora.
- Se quiser deixar pra outro dia – Embry falou fazendo cara de cachorro perdido, o idiota sabia mesmo como fazer charme.
- Não – se apressou em dizer – me dá cinco minutos e eu estou pronta.
Ela correu pro quarto e Embry se esparramou no sofá.
- Chega pra lá folgado – falei chutando a perna dele – e ai vocês vão pra onde?
- Sei lá, andar na praia, comer uma pizza... por que – ele me olhou sério – vai me dar uma ordem de alpha pra eu ficar longe dela?
- Não – falei – desculpa por aquilo, eu não sei o que me deu...
- Tá – ele respondeu dando de ombros – me desculpa você também, é que eu fico meio sem rumo quando to perto dela, parece que eu não sou eu, sabe...
- Sei – falei, mal ele sabia que eu me sentia exatamente da mesma forma, porém comigo além de não me sentir eu mesmo, eu também sentia que só existia ela... coisa de gente doida...
- Estou pronta – falou entrando na sala uns dez minutos depois e Deus como ela estava linda, percebi que eu estava de boca aberta e a fechei. – Vamos? – ela falou e vi que Embry também fechava a boca.
- Vamos – Embry respondeu.
- Ahn você consegue se virar com o jantar? – me perguntou.
- Sem problemas – tentei sorrir, ta eu não estava feliz em vê-la saindo com Embry.
- Ah Jake, o Sam quer falar com você – Embry falou abrindo a porta.
- Pronto questão jantar resolvida – falei me levantando.
- Não entendi – falou.
- Ele vai filar bóia na casa da Emily – Embry respondeu e os dois saíram.
Fui tomar um banho e depois segui pra casa de Sam, a cena do quase beijo em ainda martelava na minha cabeça, o que essa garota tinha que me deixava tão atordoado? Bati a na porta e Emily veio me atender, com seu sorriso materno de sempre.
- Jake – ela me abraçou – eu estava com saudades de você garoto.
- Também senti sua falta Emily – falei retribuindo o abraço – Embry disse que Sam queria falar comigo, algum problema?
- Não sei, mas ele logo te explica – ela me puxou pra dentro – você já jantou?
- Não – falei sorrindo, mesmo eu agora sendo alpha de um outro bando, Emily ainda me tratava como um dos seus meninos.
- Então vem, eu preparei um assado que eu sei que você gosta.
- Emily eu sinto te dizer, mas não existe nada que você prepare e eu não goste – falei e ela me olhou lançando um sorriso enorme.
- Vocês são como meus filhos Jake, e mesmo que você, o Embry, o Quil, a Leah e o Seth sejam um outro bando agora, eu ainda os tenho como tal.
- Nós também mantivemos o mesmo carinho por você – falei lhe dando um abraço de urso.
- Assim eu vou ter que te por pra correr daqui Black – Sam falou bravo da porta. Me afastei de Emily e o olhei sem jeito – eu to brincando cara – ele bateu no meu ombro seguindo até Emily e lhe beijando, do mesmo jeito de sempre.
- Então o que você tem pra falar comigo? – perguntei.
- Nem pensar – Emily brigou – primeiro vocês vão comer, depois conversam.
Comemos do assado de Emily, que eu nem preciso dizer, estava delicioso e depois eu e Sam fomos até a sala conversar.
- E ai Sam, onde é o fogo? – perguntei.
- No mesmo lugar de sempre – ele falou me fitando com o rosto sério – os Cullen.
- E o que é dessa vez? – eu já imaginava que vinha bomba, o que eu não sabia é se eu estava disposto a dar minha vida pela Bella, eu não sei como, mas algo dentro de mim tinha mudado em relação a ela.
CAPITULO 11 – MAIS QUE SEU AMIGO
POV – 
Para tudo! O que foi aquele momento com Jake? Sério eu achei que meu coração ia parar naquele momento. A imagem dos lábios vermelhos dele se aproximando dos meus ainda estavam na minha cabeça, como um letreiro luminoso piscando.
- Terra chamando – ouvi Embry falar.
- Humm? – murmurei.
- Ta longe hein? – ele falou rindo – to há uns cinco minutos falando com você e nada de resposta.
- Desculpa La Push, eu estava com o pensamento distante.
- Isso eu percebi, tava pensando em que?
- No meu emprego – menti, eu não podia virar pro Embry e falar “eu estava pensando no meu quase beijo com o Jake que você interrompeu”.
- Hey conseguiu um? – ele se empolgou – Onde?
- Numa loja de artigos esportivos em Forks.
- E quando você começa?
- Amanhã.
- Legal, acho que vou começar a praticar algum esporte radical – ele me olhou de esguelha e nós começamos a rir.
- Você praticando esportes? – debochei – acho que o seu único exercício físico é correr atrás da mulherada.
- Hey eu não sou mulherengo! – ele fez bico – Que culpa eu tenho de ter todo esse charme? São elas que vem atrás de mim.
- Tá bom La Push eu vou fingir que acredito.
- E isso também foi no passado – ele falou olhando pro outro lado – só tenho olhos pra uma agora.
Eu não tinha muita certeza do que ele tinha dito, além de estar com o rosto virado pro outro lado, ele falou tão baixo.
- Não entendi, La Push. – falei querendo que ele repetisse.
- Não falei nada demais não – ele voltou a me olhar com um sorriso – Então com fome?
- Muita – falei, se ele não queria repetir, talvez não fosse algo muito importante.
- E ai vamos de que – ele perguntou – pizzaria ou lanchonete.
- Pizzaria – falei e nós nos começamos a caminhar em direção ao centro.
Chegamos rápido à pizzaria, uma vez que tudo em La Push é muito perto. O lugar era simples, com um toque meio italiano, mas preservando o estilo quileute. Também isso era algo que nunca poderia ser substituído, considerando que todos os quileutes, sem nenhuma excessão, tinha os traços muito marcados, o que os tornava inconfundíveis e lindos. Acho que muitas mulheres invejariam os cabelos – tantos das mulheres daqui quanto dos homens – muito lisos e negros com um brilho que eu duvido muito que algum shampoo consiga proporcionar. Algo da genética.
Uma garçonete se aproximou e Embry pediu uma mesa pra dois, ela nos encaminhou para um reservado no cantinho esquerdo do restaurante.
- Boa noite eu sou Emma e vou servi-los essa noite – a garota falou e nos entregou o cardápio – Quando tiverem feito sua escolha é só me chamar.
- Obrigada Emma – falei, mas tinha a impressãoq eu ela não meu ouviu, ela estava ocupada demais devorando Embry co m os olhos.
Depois que Emma saiu eu tentei controlar a risada, mas era impossível, visto que ela estava quase quebrando o pescoço numa manobra pra enxergar Embry.
- Ai La Push – falei rindo – abalando corações hein?
- O quê? – ele tirou os olhos do cardápio e meu olhou.
- ah vai dizer que você não percebeu que a garçonete estava quase se jogando em cima de você? – ele riu sem jeito e voltou a olhar para o cardápio – Eu posso até apostar que ela queria dar uma apertada nesses bíceps...
- Sem piadinhas às minhas custas ok, LA? – ele falou e eu pude perceber suas bochechas ficando coradas.
- Ok La Push, não vou te constranger – falei.
- Obrigado. – ele olhou para o cardápio mais um tempo, depois seus olhos voltaram pra mim – e ai, já escolheu? – fiz que sim com a cabeça e ele fez sinal pra que a garçonete se aproximasse.
Nós percebemos um movimento intenso no balcão e nos viramos pra ver o que era, demos de cara com duas garçonetes, Emma e uma outra, quase se batendo pra atender a nossa mesa. Logo um homem meio gordinho apareceu e falou alguma coisa com as duas, Emma se ajeitou e veio nos atender.
- Um pizza gigante – Embry falou sem tirar os olhos do cardápio – meio calabresa, meio... – ele me
olhou.
- Marguerita – completei.
- E dois refrigerantes – Embry pediu e Emma voltou pro balcão com nosso pedido e os cardápios.
Embry e eu nos olhamos e caímos na gargalhada.
- Eu disse – falei quando consegui parar de rir – eu achei que elas iam se matar pra ver quem vinha aqui.
- Não sei por que esse desespero – Embry falou sem graça.
- Não sabe? – questionei incrédula – Embry, você tem espelho em casa? Elas se bateram assim porque te acharam lindo, o que não é nenhuma mentira.
- Humpf – ele bufou – eu não sou isso tudo.
- Tá bom... – dei de ombros – sabe eu não entendo vocês. Se não querem chamar tanta atenção, porque malharam tanto pra ficar com esse corpo?
- Eu não malhei.
- Tá vai me dizer que isso ai é genética?
- De certa maneira sim.
- O que tem de modelo, jogador, lutador que queria ter essa genética....
- Então você me acha lindo... – ele mudou de assunto.
- Eu e meia Washington. – falei sentindo as minhas bochechas esquentarem por causa do olhar de Embry – sabe você faria sucesso na Califórnia. As meninas lá iam ficar pior que as duas garçonetes aqui. – ele riu.
- Prontinho – Emma se aproximou com nossa pizza e os refrigerantes – meia calabresa e meia marguerita.
- Obrigado – Embry falou.
- Posso ajudar em mais alguma coisa?
- Não, estamos bem por enquanto.
- Bom apetite – ela falou e saiu voltando para o balcão.
- Qual a graça em comer uma pizza que tem queijo e folha? – ele perguntou enquanto colocava um pedaço no meu prato.
- Você tem idéia de quantas calorias tem nesse mega pedaço de pizza cheio de calabresa que você está colocando no seu prato?
- E desde quando você precisa se preocupar com quantas calorias tem no que você come?
- Desde quando eu não quero virar uma bola horrorosa de tão gorda.
- , nem que você quiser você consegue ficar horrorosa.
- Obrigada pelo elogio, La Push, mas eu prefiro não me arriscar. E também, pizza de marguerita me trazem boas recordações.
- Posso saber quais são elas? – ele perguntou. Terminei de mastigar um pedaço de pizza.
- Eu me lembro de uma época que ainda tinha um pai – falei sentindo a tristeza me preencher – Antes de começar a me ignorar eu meu pai e o Terry sempre nos juntávamos na sexta à noite pra assistir filmes e comer pizza.
- Desculpa eu não queria fazer você ter lembranças tristes – Embry falou segurando minha mão – mas vamos mudar de assunto certo? Nada de tristeza hoje.
- Certo – falei voltando a comer.
Ficamos um tempo falando sobre bobagens.
- Eu juro que não entendo pra onde vai tanta comida – falei enquanto via Embry colocar o quinto pedaço de pizza no prato, e eu ainda estava no meu segundo.
- Eu estou em fase de crescimento – Embry falou me fazendo rir.
- Se você crescer mais acho que sua mãe vai ter que pensar em construir outra casa, ou te colocar pra morar do lado de fora.
Eu vi Embry entupir o pedaço de pizza de katchup e uma idéia se formou na minha cabeça. Eu ainda não tinha me vingado do banho de mar – e da conseqüente gripe. Assim que ele colocou o vidro de katchup na mesa eu o peguei, como se fosse colocar na minha pizza também, porém meu alvo era outro.
- Hey! – Embry falou depois que o katchup atingiu seu rosto – acho que você errou a direção! Sua pizza fica pra lá.
- Eu não estava mirando na pizza – falei e ele me olhou com os olhos semi-cerrados – o quê, você achou mesmo que eu não ia me vingar pelo banho gelado de mar?
- Meu Deus, que vingativa você! – ele se fez de ofendido enquanto limpava o rosto.
- Desculpa La Push, mas não deu pra evitar, a idéia surgiu e convenhamos, eu merecia uma vingança!
- Dessa vez passa LA, mas só dessa vez. – me estiquei pra frente pra ajudá-lo a limpar o rosto, e ele se inclinou pra facilitar.
Nossos rostos de repente ficaram próximos demais, eu sentia a respiração quente dele contra meu rosto e um alarme soava na minha cabeça avisando que isso não era boa coisa. Embry se aproximou mais, eu sabia o que ia acontecer, mas a pergunta era: eu queria isso? Eu queria ser beijada por Embry?
De repente a imagem do rosto de Jake, próximo demais, numa situação idêntica à essa me veio a cabeça, mas com ele eu sentia meu coração aos pulos, eu sentia minha boca salivar ansiosa pelo contato. Com Embry não, meu coração continuava normal, eu sabia que ele queria me beijar, mas eu não sentia expectativa nisso.
- Embry, é melhor não – falei me afastando.
- Desculpa, , eu não tive intenção.
- Tudo bem – eu sorri e nós voltamos a comer, melhor Embry voltou a comer, porque eu mal consegui terminar o ultimo pedaço.
Terminamos a pizza, pagamos a conta e voltamos pra casa caminhando.
- Se importa se nós dermos mais uma volta na praia? – Embry perguntou.
- Se for rápido – falei – eu trabalho amanhã.
- Eu sei vai ser bem rapidinho. – Desviamos do nosso caminho e fomos pra praia.
POV – Embry
O que aconteceu na pizzaria foi inesperado, quer dizer ta certo que eu queria muito beijar , mas naquele momento eu não tinha a intenção, mas como aconteceu... como dizem por  ai ‘se leh deram os limões, faça uma limonada’. Mas eu senti que  não queria aquilo aquela hora, mas eu tinha que saber se ela me daria uma chance, talvez naquele momento na pizzaria ela não estava preparada, mas depois quem sabe? Então eu decidi pedir pra ela que nós caminhássemos um pouco na praia, eu iria falar tudo, abrir meu coração e me declarar como o idiota apaixonado que eu sou. O único problema é se eu saberia fazer isso, eu nunca me apaixonei antes, e não fazia idéia de como me declarar.
- , desculpa pelo que aconteceu na pizzaria – falei olhando pro chão ainda não dava pra encarar ela – na verdade, eu não me arrependo, aquilo é algo que eu queria fazer há um bom tempo.
Parei de frente pra ela e segurei suas duas mãos, mas mantive meus olhos nas nossas mão juntas. Cara isso pra mim parecia tão certo.
- Nossa eu não sei fazer isso - falei mais pra mim que pra ela, respirei fundo e encarei aquela profundeza azul que eram os seus olhos – a primeira vez que eu te vi na casa de Seth eu fiquei encantado com você. Depois que eu te conheci então isso só fez crescer, eu percebi que apesar de ter sofrido tanto na vida, você não perdia o brilho e a inocência. E ainda tem o fato de você ser linda, o que dificulta as coisas, visto que eu não sou o único idiota a ficar babando por você.
- Caramba, Embry – ela falou baixinho – eu nem sei o que falar...
- Não, não fala nada, eu não to te pressionando , eu só queria que você soubesse o que eu sinto e que você me deixa meio fora de mim quando está por perto. Eu não quero te induzir a nada, nem quero perder sua amizade, claro que se você me der uma chance eu vou ficar muito feliz.
- Uau... isso tudo foi surpreendente e.... intenso. Eu gosto de você Emb, gosto de estar perto de você, mas eu acho que esse meu sentimento não é o mesmo que o seu. Sei lá acho que eu não to preparada pra me envolver assim... eu sempre ouvi que quando a gente encontra a pessoa certa o coração acelera, as pernas ficam bambas...
- E você não sente nada disso por mim, né? – ela fez que não com a cabeça – Tudo bem, pra mim basta que você me deixe ficar perto de você, que me deixe fazer parte da sua vida, mesmo como seu amigo. Assim eu já fico feliz.
- Que bom – ela me olhou e sorriu – eu não ia aceitar perder sua amizade, La Push.
- Nem eu ia conseguir ficar longe de você, LA. Posso te abraçar? – perguntei.
- Que pergunta idiota, Emb, é claro que pode! – ela esticou os braços e eu a apertei pela cintura, levantando-a pra que ela ficasse da minha altura. Coloquei ela de volta no chão, mas ela não largou meu pescoço – Obrigada por gostar de mim – falou.
- Não é difícil conseguir isso, você é a pessoa mais cativante que eu já conheci. – ela me soltou e me olhou nos olhos, eu vi uma pontinha de tristeza nos olhos dela.
- Não é todo mundo que concorda com você – ela falou.
- Os que não concordam, fazem isso por que não quiseram te conhecer por dentro, e ver que você é ainda mais linda que aparenta.
- Obrigada, mas é melhor parar com esses elogios ou eu vou começar a chorar. – ela riu – e vamos logo pra casa porque eu tenho que dormir, eu começo a trabalhar amanhã.
- Como você vai pro trabalho? – perguntei quando começamos a andar.
- Jake vai me levar no carro dele, porque o meu ainda não ficou pronto. – Jake, óbvio que tina que ser ele.
- Posso ir te buscar então?
- Bom ele tinha me falado que ia me levar e me buscar, mas acho que você pode avisá-lo que vai me buscar.
Me deu vontade de rir, convencer Jake que eu buscaria ? Depois daquela cena quando ela estava doente? Tá difícil hein.
- Então você almoça comigo – falei rezando pra que Jake não tivesse feito o convite antes.
- Fechado. – ela sorriu.
Caminhamos conversando banalidades até a casa de Jake. Eu ainda me aborrecia um pouco por ela estar vivendo aqui, tava na cara que Jake também ta interessado nela, e com ela morando debaixo do mesmo teto que ele o dava milhares de pontos na minha frente.
- Então até amanhã Emb – falou se esticando pra me dar um beijo no rosto. Eu me inclinei pra baixo pra facilitar as coisas.
- Até amanhã, – dei um beijo na curva do pescoço dela – tenha bons sonhos.
Me virei e sai logo, se eu ficasse mais um minuto ali ia colocar por água abaixo o que falei com ela sobre aceitar ser apenas seu amigo. É claro que eu não desistiria dela, eu apenas ia deixar as coisas caminharem um pouco mais devagar. Mas eu tenho certeza que ainda vai ser minha.
CAPITULO 12 - EXPLICAÇÕES
 estava seguindo a trilha pra felicidade, claro que como ela não sabia qual era a sua felicidade, ela se desviava de vez em quando – como agora, despertando os sentimentos certos na pessoa errada, Embry – mas eu estaria sempre aqui, pronto pra mostrar ela o que era o certo.
- Nem pensar, Terry – a voz de Patch soou atrás de mim – você não vai se intrometer.
- Mas eu tenho que avisá-la, que Embry não é o certo... – me justifiquei.
- Livre arbítrio, lembra?
- Mas você mesmo disse que ela e Jacob se escolheram... o que tem de mais se eu der um empurrãozinho 
pra eles se acertarem logo?
- Tem que se você mostrar pra ela tudo o que ela tem que fazer, ela não vai aprender o que tem que aprender...
- Patch, você complica demais as coisas...
- Não é questão de complicar, Terry – ele falou como se explicasse algo pra uma criança pela milhonésima vez – cada alma vai à Terra pra cumprir uma missão. Cada experiência é algo pra se aprender, se você poupa  das ‘dificuldades’ na vida dela, você a priva de aprender e assim de evoluir...
- Tá bom Patch – falei me dando por vencido – eu não vou me intrometer mais.
- Certo, então. Você pode continuar ai observando , mas é só pra observar, ok?
Ele estava saindo, mas uma coisa que passou pela minha cabeça me fez chamá-lo.
- Patch?
- Sim? – ele se virou pra mim.
- Eu só posso ver a , daqui?
- Daqui de cima nós podemos ver qualquer humano, mas pra isso você tem que ter um motivo, não é permitido ficar espiando a vida dos humanos. – ele me olhou arqueando uma sobrancelha – quem você quer ver?
- Melanie...
- Hummm, interessante... e por que você quer vê-la?
- Só queria saber como ela está, se ela está feliz...
- Acho que não há problema... – ele voltou a sair.
- Como eu faço? – perguntei e Patch se virou pra mim – como eu faço pra vê-la?
- Basta pensar nela.
Patch saiu e me deixou sozinho. Bastava pensar em Melanie... nossa eu já tinha passado tanto tempo envolvido com o futuro de  que nem me lembrei de Malanie, a ultima vez que a vi, foi no dia do meu acidente, ela estava afundando na água e eu a ajudei. Joguei essa lembrança num canto da minha memória, eu não queria pensar em Mel assim, não queria uma lembrança triste dela, busquei uma outra lembrança e encontrei uma, na noite anterior ao acidente.
Flashback on
Estávamos todos ao redor da fogueira cantando e contando histórias de terror. Mel estava do outro lado da fogueira, nossos olhos não se desgrudavam. Eu já tinha decidido dizer a ela tudo o que eu sentia, o quanto eu gostava dela e como eu a queria ao meu lado, como minha namorada.
Ficamos todos juntos ali por um bom tempo, até que um a um as pessoas foram se retirando, alguns para dormir, outros para caminhar, até que só eu e Mel sobramos ali. Ainda estávamos sentados um na frente do outro.
- Vai ficar sentado ai? – ela perguntou sorrindo – Acho que tem espaço suficiente pra nós dois do lado de cá.
Me levantei de onde estava e me sentei ao lado dela
- Desde quando somos amigos, Mel? – perguntei puxando papo.
- Sei lá, desde os seis anos eu acho... por que?
- Nada só estava pensando há quanto tempo nós somos próximos um do outro...
Ficamos um tempo em silencio, Mel estava deitada olhando o céu, eu me mantive sentado observando o fogo queimar os galhos. Ta certo que eu tinha decidido dizer a ela o que eu sentia, só que eu não pensei na forma como faria isso.
- Terry – Mel me chamou – eu acho que gosto de você mais que só como meu amigo.
Meu coração deu um salto quando ela disse isso, me virei para olhá-la e a vi deitada de olhos fechados, como se tivesse com vergonha de me olhar depois de ter dito aquelas palavras.
Me aproximei dela bem devagar, ela ainda mantinha os olhos fechados, mas sabia da minha proximidade pois sua respiração se tornou rápida.
- Mel – falei quando estava bem próximo do seu rosto – eu tenho certeza que gosto de você mais que como seu amigo.
Ela deu um suspiro longo e eu a beijei.
Flashback off
Aquele tinha sido meu ultimo momento feliz com Melanie. O único beijo que tínhamos trocado, a única vez que senti o sabor doce dos lábios dela. Abri os olhos, que eu nem percebi que tinha fechado e vi que estava sentado no chão do quarto de Mel.
Eu estava escorado na parede oposta à cama onde ela estava deitada dormindo. Ela ainda era a mesma menina linda. Deus como eu queria abraçá-la, como eu queria sentir seu cheiro de novo, queria poder tocar o rosto dela e dizer que eu nunca mais iria deixá-la. Mas eu não podia fazer nada disso, porque eu estava morto.
Mesmo sabendo que ela não me sentiria eu me aproximei. Ela ressonava tranqüila, devia estar sonhando porque tinha um leve sorriso nos lábios, ou talvez fosse a imensa vontade de vê-la feliz que estava me fazendo ver coisas.
- Eu queria tanto estar com você Mel... – falei baixinho, apesar de saber que ela não me ouviria mesmo se eu gritasse.
Fiquei o resto da noite ali, velando o sono dela, matando parte de uma saudade que eu carregaria pra sempre dentro do peito. Quando os pais de Mel começaram a levantar e se movimentar pela casa, eu decidi ir embora, eu sabia que seria difícil sair depois que visse o brilho dos olhos dela.
- Seja feliz Mel – falei depositando um beijo no rosto dela.
Acordei com a luz do sol entrando pela minha janela.
- Sol em La Push – falei pra mim mesma enquanto caminhava até a janela – que novidade.
Escolhi um short jeans, um top verde com uma regata de estampa rosa por cima e um cinto largo. Nos pés uma bota de cano longo. Deixei a roupa separada em cima da cama e fui tomar um banho.
Depois de arrumada fui até a cozinha preparar um café, mas pra minha surpresa já estava tudo pronto em cima da mesa junto de um bilhetinho.
“Um café de comemoração, pelo seu primeiro dia de trabalho. Estarei na oficina, quando estiver pronta pra sair é só me chamar. Jake.”
Tomei meu café e fui terminar de me arrumar. Entrei na oficina e vi apenas suas pernas saindo de debaixo do meu carro.
- E ai senhor mecânico, pronto pra encarar o papel de meu motorista? – perguntei.
- Prontissimo senhorita – ele falou saindo de debaixo do carro, sem camisa, mais uma vez me perdi na visão do seu peitoral descoberto – só vou lavar minhas mãos e vestir uma camisa.
- Vou te esperar lá fora – falei saindo da oficina.
- Vamos? – a voz de Jake soou atrás de mim alguns minutos depois.
- Tem certeza que não quer só me emprestar seu carro e eu vou sozinha, ainda não me conformo de te incomodar, fazendo você sair só pra me levar até Forks.
- E quem disse que eu vou só levar você? – ele falou – eu também preciso comprar algumas peças pra uma moto que eu to consertando.
Ele parou do lado do rabbit e abriu a porta pra mim.
- Obrigada – falei me sentando no banco do carona. Jake me levou até a loja dos Newton.
- Venho te pegar pro almoço. – ele falou.
- Ah não precisa – respondi – Embry ficou de passar aqui pra almoçar comigo.
- Embry? – ele falou olhando pra frente – Tudo bem então, eu passo pra te buscar às sete, ok?
- Combinado – me inclinei e dei um beijo na bochecha dele – tenha um bom dia Jake.
- Você também, .
Fiquei na porta da loja até que Jake se afastasse com o rabbit, quando ele sumiu de vista eu respirei fundo e me virei para encarar meu primeiro dia de trabalho.
- Bom dia, Diana – falei passando pro outro lado do balcão.
- Oh , bom dia! Nossa você está linda.
- Ah, obrigada – só então eu me dei conta que eu tinha escolhido um short pro meu primeiro dia de trabalho, que bela gafe! – Nossa eu fiquei tão animada com o sol que surgiu hoje que nem me toquei que talvez um short não era a melhor escolha pra trabalhar.
- Que isso, não tem problema nenhum querida, você vai ficar o praticamente o tempo todo atrás do balcão e ainda vai usar um avental. – Diana falou sorrindo me entregando um avental – você é jovem, e sol em Forks é tão raro que merece ser aproveitado quando aparece.
- Obrigada Diana. – falei vestindo o avental, no mesmo instante a sineta da porta soou e o primeiro cliente do dia entrou na loja.
- Bom dia John – Diana falou cumprimentando o senhor de meia idade – vamos de que hoje?
- Olá Diana – John respondeu – o mesmo de sempre, varas de pescar.
- Claro, você vai gostar das mais novas que chegaram semana passada. – Diana saiu de trás do balcão para atender o senhor, mas antes parou e olhou pra mim – que cabeça a minha, deixa eu  te apresentar John, essa é , minha nova funcionária.
- Muito prazer . Você não é daqui de Forks, é?
- Não –falei – Sou da Califórnia.
- Califórnia? – ele arqueou uma sobrancelha – O que faz uma garota jovem como você desistir do sol da Califórnia para viver em Forks?
- Mudança de ares – falei simplesmente – eu tenho um espírito aventureiro.
- Bom, então bem vinda a Forks! – John falou e se virou para ver as varas de pescar que Diana estava mostrando a ele.
Fiquei do balcão observando como Diana atendia os fregueses e cuidando do caixa, eu podia não saber nada sobre produtos esportivos, mas me dava bem com cálculos.
Conheci pessoas muito engraçadas, outras me olhavam como se suspeitassem dos meus reais motivos para estar em Forks. A manhã foi tão divertida que mal percebi o tempo passar, só me dei conta que já era hora do almoço quando o Sr. Newton chegou para cuidar da loja enquanto eu e Diana saiamos para almoçar.
- Quer almoçar lá em casa ? –Diana me perguntou.
- Obrigada Diana, mas um amigo meu ficou de passar aqui para que almoçássemos juntos.
- Então bom apetite.
Me virei para o lado contrario onde Diana estava e dei de cara com Embry, impecavelmente vestido com uma calça jeans escura e uma camisa branca com a gola em ‘v’, nos pés um sapatênis chumbo.
- UaU – falei caminhando até ele – isso tudo é para almoçar comigo?
- O quê? To arrumado demais? – ele perguntou conferindo a roupa.
- Ta perfeito – falei dando um beijo na bochecha dele – vamos? Além de estar com muita fome, eu só tenho uma hora e meia de almoço.
- Então vamos.
Caminhamos até um restaurante simples que ficava três quarteirões distante da loja. Optamos por comer uma massa. Embry me contou sobre a manhã dele e eu lhe contei como tinha sido meu primeiro dia.
Ele riu de alguns casos, principalmente do de uma senhora que foi até a loja com o marido, escolher o equipamento de escalada para dar de presente ao neto, e ficou reclamando das ‘olhadas’ do marido pra mim.
- É sério que você mexeu com o senhorzinho?... – Embry falou tirando sarro da minha cara – é isso ai L.A., ta tocando o terror em Forks...
- Deixa de ser besta Embry. – reclamei – e eu não mexi com o senhorzinho, ele disse que ficou encantado com o azul intenso dos meus olhos... – falei fingindo suspirar. Embry caiu na gargalhada me levando junto com ele.
- Ta mas eu aposto que teve um ou outro urubu voando lá por perto... – ele falou um pouco mais sério.
- Talvez, mas eu não reparei muito. – desconversei. Depois da declaração de ontem, eu sabia que a seriedade súbita de Embry era, provavelmente, ciúme.
- É mas amanhã você vai reparar, pois como eu disse, são urubus e uns vão contar pros outros e logo eles vão fazer fila na porta da loja, só pra poder ver a intensidade azul dos seus olhos.
- Eu acho melhor a gente mudar de assunto – falei – mesmo que os ‘urubus’ apareçam, eu não vou notá-los, porque eu não estou interessada nisso agora... – me arrependi de falar no mesmo instante em que as palavras saíram da minha boca, Embry fez uma cara de cachorro sem dono que realmente me deu dó – Ahnn desculpa Emb, eu não quis dizer sobre você... é que... – me embananei com as palavras.
- Ta certo  – ele falou sorrindo fraco – eu entendi as coisas ontem...
Ficamos em silencio. Um silencio muito constrangedor diga-se de passagem. Embry pediu a conta e nós voltamos andando pra loja.
- Eu ainda tenho 40 minutos – falei quebrando o silencio – que tal um sorvete?
- Claro – Embry respondeu.
Fomos até um carrinho de sorvete que estava na praça escolhemos o nosso e nos sentamos.
- Escuta  – Embry falou – me desculpa pelo que eu te falei ontem, ok? Eu realmente não queria que ficasse um clima estranho entre nós, na verdade quando eu decidi falar aquilo tudo pra você eu tinha em mente apenas que você me daria uma chance... então apenas esquece aquilo, ta bom? Eu quero muito continuar sendo seu amigo, o mesmo de sempre.
- Emb, respira – falei o fazendo rir – olha não pensa que eu não te dei uma chance porque eu não gosto de você, é só que eu não me sinto preparada no momento.
- Tudo bem, acho que posso esperar.
- Ta mas não faça disso sua prioridade – falei séria – por favor olha pras outras meninas. Sei lá vai ver você acha que sente tudo isso por mim, mas a verdade é que eu sou a novidade...
- Hey, eu não gosto de você por que você é nova na cidade, eu gosto de você pelo que você é. E quanto à olhar as outras meninas... bom eu meio que já olhei... e já provei também – ele riu de canto.
- Embry! – bati no braço dele – seu pervertido!
- O quê? Eu só fiz o que metade dos garotos da minha idade fazem! – ele estreitou os olhos pra mim – vai dizer que os californianos não são assim?
- São piores – falei rindo – vem vamos voltar, meu almoço acabou.
Continuamos caminhando até a loja. Embry se despediu de mim da mesma forma como fez ontem à noite, com um beijo molhado na curva do meu pescoço, o que fez todos os pelos do meu corpo se arrepiarem.
- Te vejo mais tarde – ele falou – em La Push.
- Ate então – respondi e entrei na loja.
- Seu namorado é bonito – Diana falou saindo de trás de uma prateleira.
- Ahnn ele não é meu namorado. – respondi.
- Hum... então é aquele que te trouxe hoje cedo?
- Também não...
- O que veio com você procurar a vaga...
- O Seth? Definitivamente não é meu namorado... Pra facilitar, eu não tenho namorado, Diana.
- Meu Deus, como pode uma menina linda como você, com esse par de olhos azuis brilhantes, andar com três garotos lindos e não ser namorada de nenhum deles, pior, não ter namorado nenhum!
- Simples – falei ocupando meu lugar no caixa – eu não quero namorar.
- Eu não entendo vocês adolescentes – ela escorou no balcão ao meu lado – se querem namorar e os pais não deixam, fazem o maior escarcéu, agora se tem toda liberdade pra namorar, não querem...
- Ninguém te contou Diana, nós somos complicados por natureza...
- Veja só um exemplo de como vocês são esquisitos. A filha do chefe Swan, Bella. Ela era uma menina bonita, quando chegou aqui deixou todos os meninos alvoroçados. Até meu filho Mike se encantou por ela. Mas ela escolheu o Edward Cullen, um garoto lindo, porém muito misterioso, filho adotivo do Dr. Carlisle Cullen. Os dois ficaram juntos até que ele foi embora, nossa a menina ficou muito mal, o chefe Swan já estava pensando em mandá-la pra morar com a mãe, quando um amigo dela apareceu e a ajudou a se recuperar. Esse menino é filho de Billy Black, lá de La Push, antigo cliente meu aqui, uma pena a morte dele...
Eu me desliguei momentaneamente do que Diana estava falando, Billy Black era o pai de Jake, então era Jake o garoto que ajudou a tal Bella Swan?
- ... então eu estava falando da menina Bella, pois é, ela e o filho do Billy ficaram muito amigos, Mike me dizia que achava que eles iam acabar namorando... mas ai o garoto Cullen voltou e ele e Bella reataram... dizem que ela e o filho de Billy ficaram meio brigados depois disso... eu acho que é verdade, já que eu não o vi no casamento dela...
- Ela se casou? – perguntei – Espera quantos anos ela tem?
- Dezoito. É isso que eu estou falando, o quanto você são confusos... ela preferiu se casar tão jovem a viver um pouco mais... outros preferem viver tudo o que podem e se casar depois de velhos.... eu não sei, ou eu sou velha demais, ou vocês que são complicados mesmo...
Um freguês entrou na loja fazendo Diana cortar o assunto, na minha cabeça rodavam informações que já estavam me deixando tonta. Jake e essa tal Bella foram quase namorados? Eu me lembrei do Jake falando que o filho de Diana tinha atrapalhado ele conseguir uma namorada, então era essa tal Bella? Será que ela era a mesma Bells que havia ligado pra ele ontem? Se fosse a mesma pessoa, por que ela estava ligando pro Jake mesmo depois de casada?
Resolvi deixar todos esses assuntos de lado e trabalhar. Se essa Bella era ou não importante na vida de Jake, isso não era problema meu, afinal ele é só meu amigo. O difícil era entender como um amigo pode ocupar tanto os meus pensamentos.
POV Jake
Deixei  na loja dos Newton e fui até uma oficina que ficava próximo ver se lá tinha as peças que eu precisava, acabei não encontrando lá e decidi procurar em Port Angeles.
O tempo inteiro a voz de  falando que Embry iria almoçar com ela soava na minha cabeça. Como se fosse um alarme piscando dizendo que ele estava próximo demais dela.
Mas o que eu tinha a ver com isso? Se Embry estava próximo demais ou não isso não era da minha conta era? Eu me sentia muito mexido perto de , mas isso era apenas por ela carregar uma história tão triste, e por ter aqueles olhos azuis misteriosos, e aqueles lábios rosados e convidativos. Sem contar no perfume... aquele perfume doce de frutas e maresia.... 
- Não! – gritei sozinho no carro. Eu não podia me envolver com ela, não podia sentir nada por ela a não ser amizade. Eu teria um imprinting, cedo ou tarde isso ia acontecer e tudo o que eu não queria na minha vida é que  fosse magoada como a Leah foi. Eu sei o que é ser trocado, eu senti isso na pele, eu senti a dor da rejeição.
Mas querendo ou não ela mexia comigo. Ela me desnorteava de alguma maneira, era o sorriso doce e inocente e o olhar de mulher decidida. Eu sentia vontade de estar perto dela o tempo todo, de saber tudo sobre ela, mas ao mesmo tempo eu sabia que não podia.
Fui e voltei a Port Angeles com essas idéias malucas na cabeça, esses pensamentos que só serviam pra me deixar mais confuso e perdido. A única certeza que eu tinha era que eu não podia me envolver com , eu precisava esperar pelo meu imprinting.
Fiquei o dia todo na garagem envolvido com o carro de , apesar de não querer vê-lo consertado tão cedo. Não que eu não gostasse do carro, ou estivesse com preguiça de consertá-lo, era só que eu não queria ter que deixar de levar  para o trabalho, as horas perto dela – agora que ela está trabalhando – ficaram curtas demais, e os poucos minutos que eu tinha para levá-la e buscá-la da loja era preciosos.
- Merda – falei pra mim mesmo – para de pensar assim Jake. Que droga ela não pode ser sua!
- Quem não pode ser sua? – Quil perguntou da porta da oficina. Por um momento eu pensei em contar tudo a ele, mas com certeza ele – apesar de ser meu melhor amigo – iria achar que eu estava delirando. Ele não acreditaria nunca que minha mãe tinha aparecido pra mim em sonho e falado que minha escolhida iria chegar.
- Ninguém não – falei.
- Não vai me dizer que ainda é a Bella? – ele me olhou sério. Melhor assumir não ter esquecido a Bella do que passar por louco – qual é Jake, ta na hora de se desligar disso... humpf.... e eu achando que você estava  acordando pra outra  pessoa...
- Que pessoa? – perguntei desviando a atenção do carro.
- Sei lá pelo jeito que eu te vi olhando pra  e ela olhando pra você, achei que tava rolando algo entre vocês.
- Não – falei rápido –  é minha amiga, só isso.
- É uma pena, vocês dariam um belo casal...
- Por falar em  – falei mudando o foco do assunto – que horas são? Tenho que buscá-la.
- Seis e meia – Quil falou – nossa tenho que ir ver a Claire. Te vejo depois Jake.
- Até Quil. – guardei as ferramentas e fui tomar um banho.
oOo
Estacionei o rabbit na frente da loja e desci. Fiquei escorado no carro esperando  sair, ainda faltavam cinco minutos pro expediente dela encerrar. Não demorou muito e eu a vi saindo. Ela estava realmente linda na roupa que ela vestia, porém ela não pensou que quando saiu de casa tinha sol, porém na hora de voltar já estaria frio, por isso ela voltava encolhida tentando fugir do vento frio que soprava.
- Acho que você se empolgou demais com o sol hoje de manhã. – falei abrindo a porta do passageiro pra ela.
- Confesso que não imaginei que estaria fazendo esse frio na hora de voltar pra casa. – ela falou se encolhendo no banco. Entrei no carro e liguei o aquecedor. – acho que me acostumei com a Califórnia, o verão lá é quente, não igual aqui que é chuvoso e frio.
- Não é assim o verão todo – falei – esse ano parece que uma corrente fria atravessou a costa oeste, trazendo esse frio no meio do verão.
- E então como foi seu dia? – ela perguntou mudando de assunto. Agora  estava mais relaxada no banco do carro, o aquecedor já tinha levado embora o frio.
- Normal – falei – depois que te deixei aqui fui até Port Angeles procurar uma peça, mas não a encontrei. E você, como foi o primeiro dia de trabalho?
- Divertido – ela falou – as pessoas aqui são bem acolhedoras, quase todas...
- Alguém te tratou mal? – perguntei já imaginando quem conseguiria tratar  mal, era quase impossível olhar pra esses olhos azuis e não ser gentil. Só Leah conseguia ser desprezível com ela.
- Mal ninguém me tratou – ela falou – mas eu percebi em alguns olhares que tem pessoas que parecem desconfiar dos motivos pra eu ter saído da California e vindo pra cá. Acho que elas pensam que eu sou tipo uma fugitiva da policia...
- Que isso – falei – eles só devem ter ficados surpresos por ver uma garota jovem e bonita deixar pra trás o sol da California pra viver no constante nublado de Forks.
- Não tenta amenizar, Jake, as pessoas estão desconfiadas, mas quer saber, eu acho que é normal, e não me importo, eu vou mostrar a elas com o tempo que eu sou inofensiva.
Eu estava prestando atenção no que  falava, até uma brisa trazer até mim o cheiro tão conhecido por minhas narinas – mas que eu desejava intensamente nunca ter sentido.
- Algum problema Jake? –  perguntou fazendo minha atenção voltar pra ela. Parei o carro no acostamento alguns metros antes de atravessarmos a fronteira de Forks e La Push.
- Nada demais – falei olhando pra  – você se importa de esperar aqui alguns minutos?
- Não. – ela respondeu. Sai do carro em direção à floresta.
- O que você quer Bella? – perguntei e vi Bella sair detrás de algumas árvores.
CAPITULO 13 – ISABELLA
POV – Jake
- O que você quer Bella? – perguntei vendo-a sair de trás das arvores.
- Oi pra você também Jake. – ela falou irônica – eu queria saber de você.
- Um telefonema era suficiente, não?
- Não. Eu queria te ver. – ela falou séria – você sumiu, eu nunca mais te vi, sempre tenho noticias suas através do Seth...
- Foi você quem escolheu assim.
- Você precisa renovar seu repertorio de frases, essa já ta bem gasta – ela deu um sorriso fraco – Sam disse que falaria com você sobre o nosso problema, mas você não deu as caras na mansão...
- Ele me falou, e eu mandei transmitir pra você o recado. Eu vou ajudar vocês, Bella, assim que a hora chegar, eu ajudo vocês. Como sempre – Sam tinha me falado dias atrás que os Cullen tinham arrumado problemas com os Volturi, os figurões vampiros da Itália. Parece que uma vampira viu a filha da Bella e concluiu que era um bebê imortal, o que pros italianos é terminantemente proibido, então agora a vidente viu que eles estão vindo pra cá tirar suas próprias conclusões, o que trocando em miúdos significa, matar todo mundo por ter violado uma das leis deles.
- Você podia ter aparecido lá em casa, pra ver a Renesmee, ver como ela é e conversar sobre as estratégias com o Jazz.
- Eu não preciso ver sua filhar Bella, eu não vou testemunhar eu só vou estar lá pra ajudar caso haja briga. E quanto às estratégias, o Sam pode lidar com isso depois me repassar.
- Por que todo esse esforço em ficar longe de mim, Jake? Nós éramos amigos, será que não podemos continuar assim?
- Não, não podemos. Bella, eu já te falei isso, você escolheu ser algo que a minha natureza repudia. Não sou eu que escolho ficar longe de você, é o meu lobo e ele é inseparável de mim, então não insiste, não faz as coisas ficarem pior.
- Mas o Seth consegue ficar perto de nós vampiros, porque você também não se esforça pra isso?
- Por que eu não quero, ta bom? – falei alto – Seth consegue ficar perto de vocês porque ele não te amou. Ver a sua família perfeita e feliz não dói na alma dele como dói na minha.
- E é com ela que você se consola? – Bella perguntou indicando  no carro com um tom diferente na voz – é ela que conforta seu coração por você não me ter?
- Não.  não é assim, ela é minha amiga.  Ela me conforta sim, mas não da maneira que você está pensando.
- Eu também posso ser sua amiga – ela falou se aproximando mais de mim. Senti meu lobo se inquietar, algo natural que o cheiro dos vampiros causava, mas dessa vez somado a algo que vinha de mim, do meu lado humano, era o desejo de não sofrer mais, era a vontade de afastar Bella pra não ter que ver os olhos dourados dela que denunciavam a minha derrota – eu posso te consolar e afastar a tristeza que você sente por ter perdido seu pai...
- Mas você não pode afastar a dor por ter perdido você Bella. – falei mas ela continuou se aproximando – isso só vai acabar quando a minha escolhida aparecer. – ela congelou onde estava.
- Escolhida? – ela perguntou de olhos arregalados – que escolhida?
- Meu imprinting Bella, a mulher que vai fazer meu coração parar de querer você.
- Quem é ela?
- Eu não sei. Eu ainda não sei, mas ela vai aparecer – eu sabia que ia, minha mãe já havia me falado isso e esse era o único motivo de não ceder à tentação que era , de não sucumbir à vontade de provar os lábios dela.
- Você não pode ter certeza disso. – ela falou. Um brilho diferente passou pelos olhos dela – e você acabou de dizer que ainda me quer, então porque não ficar por perto, como era antes de eu...
- Antes de você ser uma sanguessuga? – perguntei – Não dá pra passar por cima disso Bella. Não dá pra ignorar o seu cheiro que me faz querer correr pra longe, pra não deixar o meu lobo fazer que o por natureza ele faz. Matar você.
- Você me mataria Jake? Você teria coragem de me destruir?
- Não Bella. E é exatamente por isso que eu não me aproximo. Eu não sei até quando vou conseguir me controlar.
- Mas eu te quero por perto meu amigo, meu sol – ela se aproximou o suficiente pra tocar meu rosto com os dedos frios, fazendo minha tremedeira triplicar. Eu sentia que ia me transformar a qualquer minuto, mas um som fez que eu me controlasse mais.  tinha acabado de bater a porta do carro, e seus passos se aproximavam de onde eu estava.
POV – 
Jake estava demorando demais. Eu ainda não tinha entendido o que ele foi fazer no meio da floresta, mas estava começando a me preocupar. Eu sei que tinha prometido a ele ficar no carro, mas tinha algo dentro de mim pedindo que eu saísse do carro, eu não ia discutir com meu sexto sentido.
Sai do carro e me aproximei do lugar onde Jake tinha entrado na floresta e a cena que vi era no mínimo estranha.
Jake estava de olhos fechados e com o corpo todo tremendo enquanto uma garota de uns 19 ou 20 anos estava na frente dele, na verdade ela parecia mais uma estátua que uma garota, a pele pálida demais, os olhos de uma cor dourada bem bizarra e se eu não estivesse muito enganada ela parecia não respirar.
Apressei meus passos até Jake, que não estava nada bem, o corpo dele ainda tremia bastante, os punhos estavam fechados e ele parecia colocar toda sua força ali. Cheguei até ele segurando seu rosto entre minhas mãos e percebendo que sua temperatura normalmente alta estava incrivelmente alta.
- Jake, está tudo bem? – perguntei vendo fazer que sim com a cabeça, os olhos ainda cerrados – Desculpa Jake, mas você não parece nem um pouquinho bem.
- , volta pro carro – ele pediu.
- Nem pensar – falei – a menos que você venha comigo.
- Eu estou bem, acredite, mas preciso de um minuto antes de voltar.
- O que aconteceu aqui? – perguntei me virando pra garota que me avaliou de cima abaixo completando com uma careta no final. Ok que eu não era bonita como ela, que apesar de ser um pouquinho sem cor, era bonita pra caramba – você é?...
- Isabella Cullen – ela falou com uma voz que deixaria Kelly Clarckson com muita inveja, então essa era Bella? Dá pra ver porque Jake se apaixonou, e porque o filho de Diana também gostou dela. Mas se ela já estava casada, o que estava fazendo aqui? E como ela chegou aqui se eu não via o carro dela?  – você deve ser , certo?
- Certo, então Isabella, o que aconteceu aqui que deixou o Jake desse jeito? – perguntei sem fazer rodeios, o Jake estava bem mal, e isso aconteceu depois dele sair do carro pra conversar com ela...
- Nada demais – ela falou – o Jake ficou um pouco nervoso com algumas coisas que ele ouviu.
- Um pouco? – ela tava zoando com minha cara né? – Olha como ele está! Pouco nervoso é fichinha perto do estado do Jake!
- O que? Ela não sabe Jake? – Isabella perguntou fazendo Jake tremer ainda mais e olhar pra ela com um olhar mais que mortal.
- Cala a boca Bella. – ele respondeu entredentes.
- Desculpa eu só achei que se ela estava morando na sua casa, soubesse tudo sobre você!
- Olha só, não me interessa muito saber do que vocês estão falando, mas Jake nós vamos pra casa agora. – falei puxando ele pela mão, que continuava tremendo.
- Não... dá... – ela falou soltando da minha mão – não dá pra sair daqui agora, , vai você, eu vou depois.
- E deixar você aqui nesse estado com ela? – falei cruzando os braços.
- Qual o problema em deixá-lo comigo? – Isabella falou se fazendo de ofendida.
- Nada contra você não – respondi a ela – mesmo porque eu nem te conheço, mas o Jake estava bem até vir aqui, no meio do mato, conversar com você, então ele não fica aqui sozinho com você.
- E você é dona dele por acaso? – impressão minha ou ela estava com ciúmes – Jake fica onde ele quiser.
- Eu tenho certeza que ele não quer ficar com você, a propósito onde está seu marido? – falei frisando a palavra marido.
- Não interessa. – ela respondeu.
- Nossa isso é amor? – falei sarcástica – Imagina se não o amasse hein?
Ela me olhou seus olhos, se eu não estava delirando, ficaram escuros e ela pareceu ter rosnado?
- Ok agora podemos ir  – Jake falou me arrastando pelo braço até o carro – e me colocando do lado do passageiro.
- Hey – falei quando ele sentou do lado do motorista – você ainda esta tremendo, deixa que eu dirijo.
- Eu posso dirigir melhor que você mesmo que esteja quase desmaiando.
- Ta me chamando de barbeira?
- Não só estou dizendo que eu dirijo melhor – ele deu um sorriso de canto e deu partida no carro.
- Você está bem mesmo? – perguntei e ele fez que sim com a cabeça – o eu aconteceu lá?
Ele me olhou, depois voltou os olhos para a estrada e respirou fundo antes de começar a falar.
- Quando Bella veio pra Forks, o pai dela comprou a caminhonete do meu pai pra dar a ela de presente, e quando eu a vi pela primeira vez, eu me apaixonei imediatamente. Mas ela estava encantada pelo sang... pelo Edward Cullen. Eles começaram a namorar, mas depois do aniversário de 18 anos de Bella, ele foi embora. Ela ficou mal demais, muito triste, como se funcionasse no automático, ai um dia ela apareceu na minha casa, com duas motos velhas pra serem consertadas. Nós nos aproximamos muito e a minha paixão por ela acabou se transformando em amor... mas quando eu achei que tudo estava bem, que a gente ia ficar junto, Edward voltou e Bella correu pros braços dele como se nada tivesse acontecido. Agora os dois estão juntos, casados e felizes e Bella insiste em esfregar isso na minha cara o tempo todo.
- Nossa – foi só o que falei. Diana tinha me contado parte da história, mas eu não imaginava que as coisas tinham acontecido assim. Eu não imaginei que Isabella era tão cruel – e por que você perde seu tempo indo falar com ela? Basta ignorar.
- Acontece que eu sou muito idiota. – ele falou enquanto estacionava o carro em frente sua casa.
Nós descemos juntos, eu fui direto pro quarto da Rachel, Jake pra oficina. Pelo menos ele não tremia mais. A história toda de Jake e Bella rodavam na minha cabeça, eu sentia que o que Jake me contou não era tudo, tinha mais coisa ai e eu ia descobrir. Apesar de nunca querer xeretar demais nas histórias e nas explicações que recebia sobre as coisas estranhas dos quileutes, dessa vez eu não podia deixar passar, eu sentia que tinha que saber tudo sobre Jake e Bella.
POV – Terry
Eu tinha que confessar, as coisas não estavam nada boas.  ainda estava despertando os sentimentos errados no Embry, sinceramente, eu não entendia por que esse garoto insiste em ficar cercando , e o pior é que como eu estou num outro plano eu consigo ver que a insistência dele não é por birra por que ele vê que Jacob também está interessado na minha irmã, ele realmente sente um ligação forte com , e eu também sinto isso. Eu sinto que de alguma forma, Embry está preso à minha irmã, e isso não é legal.
Como se isso não bastasse, eu estou aqui agora vendo minha irmã cara a cara com o que eu acabei de descobrir ser uma vampira.
- Tem certeza que ela é vampira, Patch? – perguntei – sei lá vampiros não são só uma criação de Hollywood?
- Não Terry, os vampiros criados pela industria do cinema são apenas uma representação mal feita de coisas que os humanos viram, mas não queriam acreditar que existia.
- Ta então se essa ai é mesmo uma vampira, Jacob tem que tirar minha irmã daqui!
- Jacob agora está tão perigoso pra sua irmã quanto Isabella. – eu o olhei sem entender o que ele dizia – Jacob está quase entrando em fase Terry, ele está prestes a se transformar no enorme lobo que ele é. E se  estiver muito perto, ela pode se machucar muito.
- Então sou eu que vou tirá-la daqui! – falei convicto.
- Ah é? E como você pretende faze isso?
- Sei lá, eu descubro um jeito.
- Não sei se você se lembra, mas eu sou o anjo da guarda dela.
- Então faz alguma coisa! – eu gritei. Isabella e  começaram a discutir sobre Jake ficar aqui ou ir com minha irmã.
- Ela não vai se machucar hoje. Presta atenção.
Então eu vi a tremedeira de Jacob diminuir rapidamente e ele puxar  pela mão na direção do carro.
- O que eu perdi? – perguntei.
- Jacob viu que Bella era ameaça pra , e por um instante o lobo dele percebeu o que era prioridade.
- Ah ta... – fiquei mais aliviado por ver que minha irmã estava mais segura agora, mas então uma coisa que Patch tinha dito e passou despercebido veio à minha cabeça – você disse a pouco que  não ia se machucar hoje?
- Eu não disse isso. – ele falou andando na direção de La Push.
 - Disse sim. O que você quis dizer com isso.
- Você ta ouvindo coisas Terry, vem vamos voltar pra colônia.
- Você vai ter que me explicar essa história Patch. – reclamei o seguindo em direção à luz que nos levaria ao nosso lar.
CAPITULO 14 – PROBLEMAS
POV 
Fiquei horas pensando sobre tudo o que tinha acontecido hoje.  A aparência de Isabella me perturbava, nenhum humano é tão perfeito como ela e ninguém tem aquela cor nos olhos, acho que nem mesmo com lentes de contato. E ainda tinha o fato deles terem mudado de cor. Eu não fiquei louca, eu vi os olhos de Bella escurecerem, saírem do louco tom dourado para um preto profundo, frio e assustador, sem contar que ela tinha rosnado pra mim. Não como um cachorro, mas como uma fera, prestes a atacar. Isabella tinha algum segredo, algo misterioso que talvez Jake não soubesse e se ele descobrisse o faria esquecer dela, e quem sabe ele não podia pensar em outra pessoa?
- Deixa de ser louca garota – sussurrei pra mim mesmo – até parece que ele vai te ver assim.
- Quem vai te ver assim? – levei um susto quando Seth falou da porta do quarto.
- Meu Deus, quer me matar de susto garoto? – perguntei ainda com as mãos no peito tentando controlar meu coração acelerado.
- Desculpa – ele sorriu e entrou no quarto me dando um beijo no rosto – mas me fala quem é que vai ou não te ver sei lá de que maneira?
- Ninguém – falei me sentando na cama com as costas na cabeceira, enquanto Seth se sentava na minha frente – o que você veio fazer aqui?
- Te ver oras! – ele riu – E te dar um recado da Emily. Ela vai fazer um jantar hoje pra comemorar alguma coisa que ninguém sabe o que é e quer que você vá.
- Eu? – perguntei assustada, apesar de já estar a um tempinho em La Push eu não conhecia muito bem as pessoas daqui, exceto Jake, Seth, Embry e Sue.
- É você.
- Mas eu não tenho roupa pra isso.
- Eu imaginei que você diria isso quando Emily foi lá em casa – ele falou cabsibaixo levantando em direção à porta – e como nem Emily nem minha mãe iam aceitar uma resposta negativa sua... – ele foi até o corredor e voltou com uma sacola nas mãos - ... é pra você. Um presente meu e da minha mãe.
- Own Seth obrigada – falei pegando a sacola das mãos dele – você e Sue são incríveis.
- Agora não tem desculpa pra não ir – ele falou sorrindo – abre, vê se você gosta e se te serve.
Abri a sacola e encontrei um vestido longo rendado lindo.
- Não dava tempo de ir até Port Angeles, então nós compramos aqui em La Push mesmo, minha mãe não queria me deixar escolher esse, ela falou que você não ia gostar que você ia preferir algo mais... esportivo, mas eu achei ele a sua cara, mas se você não gostar nós podemos ir lá trocar... – ele falava tudo de uma vez.
- Seth para de falar! – reclamei – o vestido é lindo, eu adorei. E agora vou tomar um banho ou vou me atrasar para o jantar de Emily.
- Eu te espero na sala – ele falou saindo do quarto.
Coloquei o vestido e um bolerinho que estava junto na sacola em cima da cama e fui pro meu banho. Tentei não demorar muito, pra não fazer Seth ficar me esperando, mas não tinha como não aproveitar a água quente que caia nas minhas costas. Terminei meu banho e sequei meu cabelo deixando-o bem liso, passei uma maquiagem leve, caprichei mais apenas no lápis preto e no rímel nos olhos, e vesti o vestido e o bolerinho e calcei um par de rasteirinhas, o que não fazia muita diferença afinal o vestido era bem longo e tampava meus pés.
Sai do quarto e encontrei Seth já na porta.
- Você está linda. – ele disse sorrindo.
- Obrigada Seth, você também está muito charmoso. – falei analisando a roupa que ele usava, uma camisa branca de gola V e uma calça jeans clara.
Fomos andando até a casa de Emily, o caminho era um pouco longo, mas andar por La Push era algo que eu adorava. Ver as pessoas sentadas nas varandas apenas vendo o tempo passar, crianças correndo de um lado pro outro brincando, ser cumprimentada pelas pessoas, mesmo que eu não as conheça, tudo isso eu nunca veria na Califórnia, pelo menos não no lugar onde eu morava, onde tudo o que se via eram carros passando de um lado pro outro, as pessoas viviam ou trancadas em casa, ou presas nos escritórios e academias. As crianças não brincavam, estavam todas ocupadas em fazer aulas de piano, flauta, natação, karatê e tantas outras atividades.
- Pensando em que? – Seth perguntou me tirando da minha ‘análise’.
- Em como tudo isso aqui é diferente de onde eu vivia. – falei – e como eu gosto de estar aqui.
- É bom ouvir isso – ele me abraçou de lado – E ai como foi o primeiro dia de trabalho?
- Divertido – falei – apesar de alguns se mostrarem meio desconfiados pelos motivos que me trouxeram pra cá, mas eu entendi que não deve ser muito comum alguém sair do sol da California e vir pro nublado constante de Forks, a não ser que seja um fugitivo...
- As pessoas vão acabar se acostumando – ele falou.
- É eu sei, por isso não me preocupei com os que me olharam atravessado...
Ficamos em silencio um tempo, eu queria puxar com Seth o assunto sobre Isabella e Jake, eu sentia que Seth poderia me tirar muitas das minhas duvidas. Puxei o ar pra dentro dos pulmões e tomei coragem pra falar.
- Sabe o que foi uma coisa bem bizarra que aconteceu hoje? – perguntei começando o assunto.
- O que?
- Isabella Cullen apareceu pra conversar com Jake...
- Aqui na reserva? – Seth me olhou assustado.
- Não – falei sem entender o susto dele – na estrada quando vínhamos pra casa...
- Ah bom... – ele parecia aliviado.
- Mas qual o problema se ela viesse aqui? – perguntei – Pelo que Sue me contou, ela é amiga do Jake e o pai dela era muito amigo do pai do Jake...
- É mais complicado do que eu posso te explicar... – ele foi evasivo.
- Que seja, voltando ao que eu dizia, foi bem esquisito quando Isabella apareceu pra falar com Jake...
- Esquisito como?
- Veja bem, nós estávamos no carro, ai de repente o Jake parou como se ele tivesse um radar que avisou a ele que a Isabella estava por perto... ele saiu do carro e entrou no meio da floresta... como eu vi que ele estava demorando pra voltar, eu fui atrás dele e o encontrei conversando com ela no meio do mato...
- O que isso tem de estranho? – Seth perguntou como se o que eu tinha acabado de contar pra ele fosse muito normal.
- Como o que tem de estranho? Seth, pessoas normais visitam as outras em casa, não aparecem no meio do mato! Sem contar que quando eu encontrei os dois o Jake estava estranho, tremendo o corpo todo, com a pele muito mais quente que as suas são normalmente. E quando eu questionei o que estava acontecendo, a tal Isabella veio toda estressadinha pro meu lado, eu juro que vi os olhos dela mudarem de cor e ela rosnou pra mim. – Ok eu sabia que tinha falado demais, eu devia ter parado na parte que o Jake estava tremendo, porque isso ele iria confirmar, mas a questão dos olhos e do rosnado, isso só eu tinha presenciado, agora o Seth ia me achar louca... 
- Acho que o clima de La Push está prejudicando o seu raciocínio , onde já se viu, os olhos de alguém mudarem de cor? – ele falou tentando fazer graça com o que eu disse, mas eu percebi que o que eu tinha contado havia perturbado Seth.
- Você pode achar que eu to ficando louca Seth, mas tem algo de muito estranho com Isabella, e eu vou descobrir o que é.
- Se eu fosse você eu não faria isso. É melhor você ficar longe da Bella.
- Por que? Ela vai me morder por acaso? – falei e vi o rosto de Seth ficar sério.
- Não é saudável se envolver com os Cullen, . Me promete que vai esquecer essa história.
- Desculpa Seth, mas não dá pra prometer isso, eu vi o quanto Isabella perturbou o Jake, eu quero saber o que tem de errado com essa garota. – eu respirei fundo e parei de andar, fazendo Seth parar de frente pra mim – Olha só eu nunca quis ir a fundo e saber realmente o que são todas essas coisas estranhas que tem com vocês... eu nunca quis xeretar a vida suas, mas se algum dia eu perceber que essas ‘estranhezas’ estão fazendo algum mal a qualquer um de vocês, eu vou querer saber o que é. E é exatamente o que ta acontecendo com Isabella e com Jake. Ele ficou perturbado com a presença dela e eu quero saber por que.
- O Jake já foi apaixonado pela Bella, , é por isso que ele fica tão afetado com a presença dela.
- Ele me falou isso, e sinceramente Seth, não dá pra engolir que o Jake ficou daquele jeito só porque ele gostou da Isabella, tem mais coisa ai.
-  – Seth respirou fundo bem devagar – Jake não só gostou de Bella, ele a amou de verdade, ele pensava nela o tempo todo e sofria muito porque ele não podia estar com ela, porque ela gostava do Edward. Ele sofreu pra caramba, e no dia que ele viu o convite de casamento dos dois, ele ficou muito revoltado e fugiu.
- Fugiu? Tipo foi embora daqui? – perguntei.
- É, foi embora, não falava com ninguém, mal se comunicava. Ele deixou todo mundo louco da vida, cheio de preocupação. Mas no dia do casamento de Bella e Edward ele voltou, ele pode tentar não demonstrar o que ainda sente por ela, mas a gente sabe que ele sente alguma coisa.
- Algo forte o suficiente pra deixá-lo do jeito que eu vi hoje? Por que Seth, ele estava muito nervoso!
- Do mesmo jeito que o sangue quente dos quileutes deixa a nossa pele mais quente que dos outros, ele também faz com que nossa irritação seja mais intensa. Então o que era pra ser uma simples perda de paciência, pode se tornar a terceira guerra mundial... – ele deu um sorriso torto.
- Ok... – me fingi de convencida – eu acho que entendi...
- E vai me prometer não mexer mais nessa história?
- Prometo não mexer mais nessa história – agora completei em pensamentos.
- Ótimo, então vamos continuar andando ou vamos nos atrasar muito pro jantar da Emily.
POV Jake
O encontro com Bella por pouco não se transformou num desastre. Eu não sei o que ela tinha que fazer aparecendo no meio da floresta quando sabia que eu estava com  no carro. Eu podia ter ignorado e continuado o caminho para La Push, mas eu tinha medo de que Bella fizesse uma aparição vampiresca demais e  acabasse descobrindo tudo o que ela não sabia e que eu não fazia questão nenhuma que ela soubesse.Então para evitar mais uma surpresa dessa eu decidi ir até a casa dos Cullen e ter uma conversa definitiva com todos eles. Assim que deixei  em casa fui para a oficina e de lá me transformei, correndo na forma de lobo até a casa dos Cullen.
Antes mesmo de atravessar o rio que fazia a fronteira de nossas terras eu pude sentir o odor acre que vinha do lado deles. Não era o cheiro normal dos Cullen, era fedor de vampiros que se alimentavam de humanos. Provavelmente amigos que se juntaram aos Cullen para a batalha. Eu só esperava que eles não estivessem se alimentando por aqui, apesar de que, independente do lugar, só de imaginar humanos morrendo para esses nojentos viverem já me dava ânsia de vomito.
Quando cheguei próximo da casa o suficiente, voltei para a minha forma humana e segui para a entrada. Não foi preciso bater na porta, Carlisle já me esperava.
- Seja bem vindo Jacob. – ele falou cordial - O que o traz aqui?
- Obrigado – respondi – eu vim conversar, algo sério e gostaria que todos estivessem presentes, especialmente Bella.
- Entre eu vou mandar que chamem Bella e Edward, eles estão na casa deles. – a casa de Bella era uma cabana próximo à mansão dos Cullen. Ela tinha sido reformada por Esme e Alice assim que Bella acordou de sua transformação.
Jasper saiu pra chamar os dois pombinhos, enquanto Carlilsle me apresentava aos outros vampiros que estavam na sala, os quais eu não fazia nenhuma questão de conhecer.
- Jacob esses são alguns de nossos amigos que vão nos ajudar a convencer os Volturi que Renesmee não é uma ameaça...
- Eu não faço questão de conhecer nenhum deles, Carlisle, só quero que não cacem nas terras quileutes. – falei seco, eu não estava aqui para fazer amizades, estava aqui pra dar um recado e só.
Não demorou muito e Bella, Edward e a cria deles apareceu pela porta.
- Jake, você decidiu vir! – Bella exultou – venha Renesmee, vamos conhecer o Jake.
- Não – falei – não, vim aqui ser apresentado a ninguém. Vim dar um recado apenas.
- Que recado? – Carlilsle perguntou.
- Eu não quero que o que aconteceu hoje se repita Bella – falei olhando fundo nos olhos dourados dela –  não sabe sobre os lobos nem sobre os vampiros e eu quero que continue assim. Eu não quero que ela saiba sobre o segredo de vocês, não quero ela correndo riscos de ser descoberta por esses sanguessugas italianos. Então não apareça na frente dela de novo. Se quiser falar comigo é só ligar na minha casa ou no meu celular.
Bella me olhou com mágoa nos olhos, eu só não sabia a razão, afinal de contas ela tinha escolhido a eternidade feliz dela, e me rejeitado, então quem tinha direito a estar magoado aqui era eu.
- Como eu já pedi ao Sam pra avisar – continuei falando, mas agora voltado para Carlisle e Jasper – eu vou ajudar na batalha, apenas ajudar. Não vou testemunhar a respeito da criat... da criança. Sam vai discutir todas as estratégias e depois me repassar, eu só vou estar aqui no dia da batalha.
- Por que? – Bella perguntou de cenho franzido – por que você não vem treinar como todos os outros?
- Tem certeza que quer discutir isso aqui? Na frente dos amigos do seu marido? – falei deixando transparecer na minha voz que eu estava de saco cheio de repetir pra ela a mesma coisa todas as vezes. – Meu recado está dado. Eu espero que tenham entendido.
Sai sem dizer mais nada. Eu já estava saturado de Bella e de fedor de vampiro.
- Jacob espera – ouvi Edward me chamar quando já estava na beira da floresta.
- O que é agora Edward. – me virei pra ele.
- O que Bella fez hoje? – ele perguntou – ela não quis me dizer onde foi e eu não posso ler os pensamentos dela, e os seus pensamentos não remeteram ao ocorrido nem mesmo quando você o mencionou.
- Ela apareceu no meio da estrada pra conversar comigo, sabendo que eu estava com outra pessoa, que não era lobo, no carro. E ainda insinuou o segredo do meu bando pra .
- Peço desculpas por ela – ele falou constrangido – mas entenda que Bella ainda não se acostumou a não ter você por perto.
- Pois é melhor ela se acostumar, por que eu não vou mais estar por perto. Ela escolheu a vida dela, e eu não faço parte dessa escolha. Você devia estar feliz, afinal ela é toda sua agora.
Me virei sem esperar que ele me respondesse qualquer coisa, coloquei um único pensamento na minha cabeça, um aviso para o leitor de mentes.  “Eu só quero que vocês me deixem em paz, Edward, eu só quero ter a chance de viver a minha vida e não sobreviver à vida de Bella.” Ele não falou mais nada e eu me transformei e voltei pra casa.
No caminho encontrei Jared que estava de ronda, ele disse que Sam estava me procurando, teria um jantar na casa de Emily hoje e ela fazia questão da minha presença. Corri até em casa para tomar um banho e me trocar.
- Que coisa bonita – ouvi uma voz feminina muito familiar soar atrás de mim assim que passei pela porta da sala, me virei dando de cara com Rachel parada no meio da sala com os braços cruzados – eu liguei para essa casa umas duzentas vezes e ninguém me atendia, aonde o senhor estava, Jacob Black?
- Oi pra você também Rach! – falei andando na direção dela.
- Oi? Eu tive que ficar quase uma hora parada em Port Angeles porque você não atendia o telefone pra ir me buscar! Foi preciso o Paul vir correndo da forma de lobo pegar um carro!
- Isso porque você não quis vir nas minhas costas – Paul falou saindo da cozinha e se sentando no sofá pra ver um jogo na TV. – E ai Jake, como vão as coisas?
- Bem – falei e me virei pra Rachel que ainda estava de cara fechada – Desculpa ta bom, mas eu tive que sair pra resolver umas coisas, coisas importantes. E você pode, por favor, não falar sobre correr na forma de lobo tão alto?  pode ouvir!
- ? A garota que ficou aqui tomando conta da casa? – Rachel perguntou suavizando um pouco a expressão carrancuda.
- É ela mesma.
- Achei que ela tivesse ido embora depois que você voltou. A propósito, por que você voltou escondido?
- Ela não foi embora, porque ainda não tinha encontrado lugar pra ficar, então pedi que ela ficasse aqui, o que foi bom, pois eu tive companhia. Quanto a eu ter vindo embora escondido, você teria aceitado que eu viesse se eu te avisasse?
- Não – ela falou e sorriu – tudo bem, eu já estou aqui e não adianta discutir com você pelo que passou. Agora faça o favor de vir aqui me dar um abraço.
Caminhei ate ela a levantando num abraço de urso.
- Bom é melhor eu ir preparar alguma coisa pro jantar. Onde está a ? – Rachel perguntou indo para a cozinha.
- Não precisa preparar nada – falei – Emily vai fazer um jantar na casa dela, nós vamos pra lá. E  já deve estar lá, uma vez que ela parece não está aqui...
- Então eu vou me arrumar – ela saiu da cozinha e foi na direção do banheiro – er... ... ela está dormindo onde?
- No seu quarto.
- Ah... bom... então temos que ver outro lugar pra ela ficar, não quero expulsá-la daqui só porque cheguei.
- Ela pode ficar no quarto do pai, se você não se importar.
- Eu não me importo, mas vou ter que arrumar lá antes, deve estar empoeirado...
- Na verdade,  arrumou lá ontem.
- Bom então acho que está tudo resolvido... vou tomar banho.
- Não demora, eu tenho que tomar banho também. – falei mais alto visto que ela tinha fechado a porta. Me joguei no sofá e comecei a assistir o jogo com Paul.
- E ai? – Paul perguntou sem desviar os olhos da TV – Como andam as coisas por aqui?
- Normais.
- Bom se isso for em relação à reserva quer dizer com chuva, e as mesmas pessoas andando pelas ruas... mas se for em relação aos lobos...
- Com vampiros e os mesmo problemas de sempre....
- Que se resumem em Cullen e Bella.
- Na mosca.
- O que foi dessa vez? – ele perguntou tirando os olhos da TV.
- Os figurões lá da Itália descobriram a filha da Bella e agora estão planejando vir aqui tirar a história a limpo...
- Ou seja, vão vir matar...
- Isso ai. Os Cullen estão juntando testemunhas que mostrem pros sanguessugas italianos que a menina não é uma imortal transformada, que ela cresce e tem consciência que não pode morder humanos, que não pode se mostrar pra ninguém e tudo mais.
- E será que eles vão ouvir?
- Ninguém sabe, por isso que eles estão se preparando não só pra uma conversa, mas também para uma batalha. Uma briga das feias.
- E os lobos estão junto deles?
- Estamos. Carlisle disse que um dos italianos pode ver todas as memórias de uma pessoa com apenas um toque, então se ele encostar em qualquer um dos Cullen, eles vão ver a gente.
- Mas se a gente aparecer na batalha, eles também vão nos ver.
- É nós sabemos disso, mas é melhor estarmos por perto pra acabar com eles logo de uma vez.
- Por mim tudo bem, todo mundo sabe que eu adoro uma briga. – Paul riu – vai ser divertido.
- Como estão as coisas no Hawaii? – perguntei mudando de assunto.
- Tudo em paz. Rebecca e Peter estão pensando em vir pra cá daqui alguns meses.
- Isso é bom – falei.
- É Peter está resolvendo algumas coisas pra que eles possam vir. Becky está bem animada.
- Vai fazer bem pra ela.
- Jake terminei meu banho! – Rachel gritou. Eu ainda me perguntava por que ela fazia isso, ela sabia que tanto eu quanto Paul temos uma ótima audição, então pra que gritar?
Me levantei do sofá e fui tomar meu banho e me arrumar.
CAPITULO 15 – O BEIJO
POV Jake
Chegamos à casa de Emily bem atrasados, já estava todo mundo lá, o bom é que como ninguém sabia que a Rachel ia estar aqui, todas as atenções se voltaram pra ela, fazendo com que nosso atraso passasse despercebido.
A casa estava cheia, se bem que como as casas de La Push eram geralmente pequenas, três lobos na mesma sala eram o suficiente pra tornar qualquer casa cheia demais. E aqui estavam todos os lobos das duas matilhas, o que totalizava 9 garotos enormes e bagunceiros e a Leah, os imprintings, Kim, Emily, Rachel e a pequena Clarie, Sue, a sra Uley – mãe do Sam – o avô do Quill – o Sr. Ateara – e , quietinha num canto, num vestido que a deixava ainda mais linda.
Foi impossível não sorrir quando nossos olhares se cruzaram. Ela saiu do lugar onde estava e veio até mim.
- Olá – ela falou sorrindo e se esticando para me dar um beijo no rosto.
- Oi – respondi me inclinando para ajudá-la – você ta mais baixinha que de costume – fiz graça com ela que fechou a cara e fez um biquinho lindo.
- Há há há... engraçadinho.
- Brincadeira, você está linda nesse vestido.
- Obrigada, foi um presente do Seth.
- Seth? Hãnn... – eu sabia que minhas suspeitas que Seth também tinha uma queda por  eram verdadeiras.
- Não é nada do que você ta pensando Jacob. Seth é meu amigo, praticamente meu irmão.
- Eu não pensei nada! – falei, ok que eu tinha pensado, e pensado coisas que não devia, afinal se Seth e Embry gostavam dela, eles que se entendessem eu não podia ficar o tempo todo fantasiando coisas com , eu não podia nem iria tê-la por mais que me desse vontade.
Emily e Sam foram para o centro da sala que incrivelmente reunia todos os convidados.
- Bom pessoal já que está todo mundo aqui, nós vamos falar o que precisamos e depois vamos jantar... – Sam falou – nós convidamos você aqui pra avisar que finalmente marcamos a data do nosso casamento.
Foi escutado um coro enorme de finalmente, já era hora, até que enfim, estes vindo é claro dos homens, enquanto as mulheres suspiravam e diziam ahnn que lindo...
- Vamos nos casar no fim do verão – Emily completou – então esse jantar é pra oficializar a data, já que nós queríamos compartilhar essa noticia com o que nós consideramos nossa família.
 fungou do meu lado e eu a olhei pelo canto dos olhos, percebendo que algumas lágrimas escapavam de seus olhos. Ela despistou alguns olhares e saiu para a varanda, eu a segui sem que ela percebesse. Ela estava escorada no beiral olhando a noite na floresta, cheguei por trás dela.
- Tudo bem, ? – perguntei.
- Ahn... sim, sim, está tudo bem – ela falou limpando o rosto.
- Se está tudo bem, por que está chorando?
- Eu não estou chorando. – ela falou, mas eu a virei pra mim a tempo de ver mais uma lágrima escorrer de seus olhos – eu só fiquei emocionada...
- Kim e Rachel também ficaram e nem por isso sairam fugindo da sala... – insisti, eu queria saber por que ela estava chorando, na verdade eu precisava saber e também precisava fazê-la sorrir. A tristeza dela me incomodava de um jeito que parecia doer em mim.
- Mas eu me emocionei de uma maneira diferente, Kim e Rachel sempre se sentiram parte dessa grande família que vocês são, mas eu... bom eu sou uma forasteira e vocês me receberam com tanto carinho... – ela abaixou a cabeça, mas antes pude perceber mais lágrimas saindo de seus olhos.
-  – falei levantando seu rosto com dois dedos – eu já disse isso uma vez e acredito que Seth, Sue ou Embry tenham falado o mesmo, você é parte da nossa família.
- Eu sei – ela sussurrou – e é isso que me deixa assim... – ela suspirou e sorriu – desculpa Jake eu sou só uma boba que chora por qualquer coisa...
- Não  – eu a abracei – você é alguém carente de carinho que ainda não se acostumou com o amor que recebe aqui...
- Obrigada – ela falou se afastando do meu abraço pra me olhar – obrigada mesmo, por tudo, mas principalmente por ser meu amigo.
- Disponha – falei e ela sorriu, de repente eu me dei conta que ela estava próxima demais, eu podia sentir seu hálito doce batendo nos meus lábios, fechei os olhos aproveitando a sensação.
Eu tinha plena consciência do corpo pequeno de  nos meus braços, da sua respiração chocando contra minha pele e de seu coração acelerado que me dizia aos berros que ela sabia exatamente o que ia acontecer agora. Abri os olhos e o que vi serviu apenas para me perturbar e me confundir ainda mais,  estava de olhos fechados com os lábios entreabertos. Aquilo era a tentação encarnada, minha boca salivava de vontade de sentir os lábios dela, eu não sei se resistiria dessa vez, a ultima vez que ficamos numa situação assim, fomos interrompidos por Embry, mas e agora? Alguém nos interromperia?
Não perdi mais tempo, eu queria, queria muito e não adiantava ficar lutando. Parei de pensar e decidi apenas sentir. Inclinei a cabeça mais pra baixo e encostei meus lábios nos de .  Eu podia imaginar tudo, menos o que senti no momento. Uma mistura de sentimentos, louca como se fogos de artifício estourassem dentro do meu peito.
Eu queria mais, era como se cada gota do beijo dela me fizesse querer mais, mais e mais. Ela passou a língua pelo meu lábio inferior e isso quase me levou à loucura, forcei a minha língua entre os lábios dela e ela me deu passagem, me deixando explorar cada canto da sua boca. Eu queria ficar ali eternamente, mas  era uma humana ela não tinha a capacidade de prender a respiração por tanto tempo quanto eu, então eu tive que interromper o beijo.
- Nossa – ela falou depois de respirar profundamente. Então eu me dei conta de que eu não podia ter feito isso, por mais vontade que eu tivesse, eu não podia a ter beijado, isso era o mesmo que dizer a ela que eu estava aberto a possibilidades, o que não era verdade. Eu não podia me comprometer com  se eu não quisesse magoá-la depois.
- Me desculpe ... eu não devia... eu sou um imbecil... – falei me afastando e corri para a floresta. Eu tinha que aprender a me controlar... mas também que merda é essa? Por que minha escolhida não chegava logo? Eu estava entrando em parafuso com essa coisa toda.
POV – Terry
Jacob Black é um imbecil!
Como pode uma pessoa estar tão perto da coisa certa ser feita e foge? Eu quase morri pela segunda vez de tanta alegria por ver  e Jacob se beijando, mas ai o idiota tem uma crise de consciência e sai correndo, deixando minha irmã sozinha na varanda.
- Burro, é isso que ele é! – falei sozinho.
- Espero que isso não se refira ao meu filho – Sara falou aparecendo do nada e sentando ao meu lado.
- Me desculpa Sara, mas é exatamente dele que eu estou falando.
- Jacob esta confuso Terry, ele precisa de tempo pra entender tudo o que está acontecendo na vida dele.
- Você acha que foi uma boa idéia falar pra ele que a escolhida ia chegar? Olha só como ele ficou agora... ele não enxerga as coisas, ele ficou cego por essa idéia que o imprinting dele vai chegar e que ele não pode ficar com mais ninguém... quer dizer que se ela demorar 40 anos pra chegar ele vai ficar sozinho a vida toda?
- Não Terry, ele vai enxergar tudo, tenha paciência.
- Eu acho que tudo isso é demorado demais. As coisas seriam mais rápidas, se nós fossemos diretos com eles.
- Vai descansar Terry. – Sara falou saindo da sala onde eu me encontrava – acho que você já observou bastante por uma noite.
Sara se foi, mas eu ainda fiquei um tempo observando . Ela tinha ficado confusa com a reação de Jacob, apesar de estar um pouco feliz pelo beijo. Observei ela voltar para dentro da casa, acompanhada de Embry. Faltava tão pouco pras coisas se acertarem... se eu pudesse ajudar um pouquinho...
CAPITULO 16 – CONSEQUENCIAS
POV – Embry 
Eu quase tive meu coração pulando pela boca quando  entrou com Seth pela porta da casa de Emily, ela estava linda – que novidade, ela é sempre linda. A única coisa que me incomodava era Seth ficar pajeando ela o tempo todo, como se não quisesse a minha aproximação.  Tudo o que consegui foi um aceno e um sorriso de longe, mas quando  deu a entender que viria até mim, Seth a puxou em outra direção. Na minha opinião, esse moleque estava abusado demais e ainda ia apanhar por isso.
Eu tentava de todas as formas achar uma brecha pra conversar com ela, mas o garoto não dava uma folga sequer. Se ele ia pegar algo pra beber, levava ela junto, se ia conversar com alguém arrastava ela com ele. Eu já estava começando a perder a paciência, quando vi Jacob chegar com Rachel e Paul.
- Ótimo, agora é que eu não consigo nada. – sussurrei pra mim mesmo.
- Falou comigo? – Jared perguntou.
- Não, falei sozinho. – respondi e ele segui até a porta para cumprimentar Paul e Rachel. Eu ia fazer o mesmo quando vi Seth se distraindo com Paul e  seguindo na direção de Jacob com um sorriso enorme nos lábios, sorriso esse que eu não conseguia nem com a melhor piada de todas.
Fiquei de longe observando os dois, todos os movimentos de  deixavam claro o quanto ela estava interessada em Jacob. Eu posso até não ser tão velho pra entender as mulheres, mas eu – antes de  aparecer na minha vida – era mulherengo mesmo, do tipo que saia na mesma noite com duas ou três garotas, e isso me deu alguns conhecimentos sobre mulheres. E uma das coisas mais importantes que notei é que elas têm duas formas únicas de ‘falar’, com o corpo e com os olhos.
Geralmente as mulheres falam com o corpo quando querem se aproximar, quando querem ser notadas e principalmente quando querem seduzir. Com os olhos elas falam depois que já conquistaram, essa é a maneira delas se comunicarem quando querem mostrar os verdadeiros sentimentos, mas a maioria dos homens nunca percebe isso.
E era exatamente o que estava acontecendo na minha frente,  estava dando a Jacob todas as pistas do quanto ela estava interessada nele, mas ele não via nenhuma delas. Ele não via a forma como ela sorria, como ela joga o cabelo pra trás, e muito menos o biquinho que ela acabava de fazer. Tudo isso era pra ele e ele não via nada.
Sam começou a falar desviando minha atenção de Jake e , o discurso dele não foi longo, ele e Emily finalmente marcaram a data do casamento e queriam oficializar o noivado com todos reunidos.
Pelo canto do olho eu vi  saindo e Jake a seguindo, discretamente eu me aproximei da janela, eu não poderia ir atrás deles, ou os dois me veriam, mas com minha visão e audição aguçadas eu poderia ver e ouvir tudo de dentro da casa mesmo.
 estava apoiada na grade da varanda e Jacob cegou por trás dela, os dois conversavam sobre  estar tão emocionada por nós a considerarmos parte da nossa família. Era de se esperar algo assim vindo dela, acho que a falta de atenção e carinho dos pais dela a deixaram meio cética para demonstrações de carinho de outras pessoas que não fosse o irmão falecido.
Mais uma vez eu vi  se comunicar com Jake através dos suaves gestos que fazia, só que pra minha tristeza, dessa vez ele entendeu, só isso explicava o beijo que os dois trocavam agora.
Me afastei da janela, eu não precisava ver isso, bastava a dor que tinha conseguido. Me joguei no sofá e fiquei lá esperando os dois pombinhos entrarem pra que eu pudesse sair, eu não queria de maneira nenhuma passar por eles dois.
Não demorou muito e  passou sozinha pela porta, nossos olhares se cruzaram e ela veio se sentar do meu lado. Eu imaginava que ela estaria com um sorriso enorme no rosto, afinal ela tinha conseguido o que queria desde que Jacob havia chegado – a atenção dele.
- Oi – ela falou se sentando – nem tive a oportunidade de te ver hoje.
- É acho que você estava ocupada – falei só percebendo que minha voz soava fria depois que as palavras saíram da minha boca.
- Eu não estava ocupada – ela se defendeu – eu só não consegui achar a chance de vir conversar com você. Coisa que estou tentando fazer agora.
- É... umas duas horas depois que você me viu... – falei ainda magoado.
- Ok, acho que perdi alguma coisa... – ela falou me avaliando com os olhos – você não estava tão azedo assim na hora do almoço.
- Talvez por que eu não tinha descoberto o quanto você estava brincando comigo – falei e me levantei saindo da sala sob os olhares assustados dos meus irmãos lobos e dos demais convidados de Emily.
Passei por todos sem retribuir o olhar, senti que alguém me seguia assim que passei pela varanda.
- Embry espera –  falou, mas eu não parei, eu não queria falar com ela – dá pra parar e me explicar o que ta acontecendo?
- Não, não dá – falei alto sem parar de andar. Ouvi que ela apressava o passo pra me acompanhar e logo senti sua mão no meu braço.
- Embry, fala comigo, por favor! – ela pediu me forçando a virar e olhar pra ela – O que foi aquilo? Por que você acha que eu to brincando com você?
- Eu não acho, , eu vi.
- Viu o que? – ela perguntou.
- Você e o Jacob se beijando – falei frio – você podia ter me falado, no dia que eu me declarei pra você que era dele que você gostava, não precisava ficar inventando que não ta pronta pra um relacionamento agora...
- Mas eu não inventei. Eu não me sinto preparada mesmo!
- Não era o que parecia quando você e Jacob estavam se engolindo minutos atrás.
- Você é absurdo Embry! – ela falou mais alto – Eu e Jacob nos beijamos sim, mas foi algo que aconteceu, não foi planejado.
- Um beijo só acontece quando os dois querem, , caso contrário, nosso beijo teria acontecido ontem.
- É diferente – ela sussurrou.
- Diferente por que? Porque você não me quer como quer o Jacob?
- Não. Diferente por que o que sinto por vocês dois é diferente. Como o que sinto pelo Seth também é diferente...
- Ou seja você quer ao Jacob e não a mim. – ela ficou em silencio – Quem cala consente – falei me virando pra sair dali.
- Mesmo que seja isso – ela falou me fazendo parar mais uma vez – ele não me quer.
- Agora é você quem está sendo absurda. – falei me virando para ela – Como ele pode não te querer e te dar um beijo daquele?
- E como ele pode me querer, me beijando e depois fugindo? – ela falou me encarando com os olhos azuis mais brilhantes que nunca devido à algumas lágrimas que começavam a se acumular.
- Talvez ele seja um idiota – falei.
- Então não seja um idiota você também e não se afaste de mim – ela disse agora deixando algumas lágrimas escaparem – eu não sei se suportaria ver você com raiva de mim.
Ok, eu tinha acabado de descobrir que eu sou um verdadeiro imbecil, eu magoei a garota que amo, e só um babaca seria capaz de fazer isso.
- Me desculpa  – fui até ela e a abracei – eu sou um imbecil.
- Me desculpa você também, eu não queria te magoar, se eu soubesse que o beijo ia acontecer eu tinha impedido, eu não quero te machucar, Emb.
- Eu sei – falei enquanto a embalava para que seu choro acabasse – eu só fiquei com... ciúmes... Vem, eu vou te levar de volta pra casa de Emily. – peguei  pela mão e nós voltamos caminhando.
- A propósito – ela falou enquanto limpava o rosto – eu não tive a chance de dizer que você está muito bonito.
- Obrigado – sorri sem jeito, como eu ficava sempre que  me fazia um elogio – você também está incrivelmente linda, o que não é difícil de acontecer.
- Tá bom, ta bom... não preciso de um par de bochechas vermelhas pra combinar com a roupa, bastam os olhos... – ela disse me fazendo rir.
Chegamos à casa de Emily e fomos recebidos por vários olhares de quem entende esses dois? O que era de se esperar, visto que eu e  tínhamos saído daqui brigandodepois da minha crise.
- Tá tudo bem? – Seth perguntou pra  assim que ela se sentou, mas era pra mim que ele olhava.
- Tá –  respondeu.
- Então por que seus olhos estão vermelhos, como se você tivesse chorado?
- Por que eu sou uma chorona que se emociona a toa, e eu fiquei emocionada com o que Sam e Emily falaram. –  deu de ombros.
- Tem certeza que foi só isso? – Seth agora olhava pra , e começava a me dar nos nervos também, oras se a menina disse que ta tudo bem, não dá pra ele ficar quieto e aceitar? – Eu acho que tem mais coisa...
- É tem – falou depois de um suspiro – eu to morrendo de fome... – com essa eu tive que rir, o que fez  rir também – Ah qual é Seth? – ela deu uma batida no braço dele – Tira essa ruga do meio da testa, eu to bem deixa de se preocupar, ok?
- Ta por enquanto eu vou aceitar – ele sorriu – vem vamos pegar algo pra matar a sua fome.
Os dois saíram em direção à cozinha e eu fui atrás, Seth me olhou com a cara fechada.
- O que foi? – perguntei – Eu também to com fome, oras!
- Dessa eu não duvido La Push. –  falou sorrindo – não existe dia que você não esta com fome.
- , vai indo comer que eu quero dar uma palavrinha com o Embry. – Seth falou me empurrando em direção à varanda.
- Não pode ser depois que eu comer? – perguntei.
- Não tem que ser agora – Seth me empurrou mais.
- Mas olha lá o Jared ta indo pra cozinha, não vai sobrar nada pra mim! – falei e  riu.
- Vai lá, La Push, deixa que eu guardo um prato pra você. E não machuca ele, ouviu Seth? – ela falou saindo do meu campo de visão, uma vez que Seth já tinha praticamente me jogado do lado de fora da casa.
- Ô moleque, você ta ficando abusado demais! – falei.
- E você provavelmente ta ficando surdo – ele falou sério – esqueceu o que eu falei sobre magoar a ?
- Não eu não esqueci. – falei – Acontece que eu não a magoei. Eu não fiz nada com ela.
- Ah não? E o que foi aquilo agora a pouco na casa de Emily? – ele arqueou uma sobrancelha – você gritou com ela na frente de todo mundo depois deu as costas pra ela.
- Acontece que aquela hora era eu que tava magoado.
- Como assim?
- Eu vi  e Jacob se beijando na varanda e fiquei irritado. Afinal eu me declarei pra ela ontem e ela disse que não estava pronta pra um relacionamento...
- Você se declarou pra ela? – fiz que sim com a cabeça – E tomou um toco depois? – ele riu.
- Háhá... não to vendo graça nenhuma ô hiena. – reclamei.
- Acho que eu subestimei , ela sabe se defender de você. Quanto ao beijo, ela te falou alguma coisa?
- Só que ela ta afim do Jake, mas ele parece não sentir o mesmo por ela.
- Ela te falou isso?
- Não nessas palavras, mas ela praticamente assumiu gostar dele, quanto à parte dele não corresponder, eu deduzi, visto que ele saiu correndo logo depois de beijar ela. – fiz uma pausa – a propósito me lembra de dar uma na cara do Jacob quando eu o vir, pra lembrar ele de não ser tão burro.
- Ela ficou abalada? – Seth perguntou e eu o olhei sem entender a que ele se referia – , ela ficou abalada por ele ter fugido?
- É claro né Seth! Qualquer mulher ficaria se o cara corresse depois de beijá-la. – Seth ficou em silencio – Eu posso voltar agora? Eu falei sério quando disse que estava com fome.
- Vai Embry.
POV – Seth
Depois que Embry entrou, eu sai pra procurar Jacob, eu tinha que falar com ele. Tudo bem que as vezes eu parecia meio paranóico com a idéia de proteger , mas é que eu me sentia na obrigação de fazê-la feliz, o que me fazia lembrar da conversa que tive com minha mãe alguns dias atrás.
Ela acreditava piamente que eu estou apaixonado por , mas não quero admitir isso nem pra mim mesmo. Pra ela o fato de eu querer estar por perto garantindo que  seja completamente feliz é o maior indicio de que eu a amo.
Bom é verdade, eu amo , mas não como um homem ama uma mulher, eu saberia se fosse assim, eu a amo como se ela fosse minha irmã. É como eu já disse, ela supre em mim a falta que Leah muitas vezes me faz,  me dá a visão e a companhia de uma irmã.
Como eu conheço bem a história dela, e sei que a única pessoa que a deu carinho foi o Terry, irmão dela, eu me sinto na obrigação de preencher a falta que ela sente dele. Não que eu queria tomar o lugar dele no coração dela, uma vez que acho que isso nem é possível, mas eu quero que ela saiba que a despeito de tudo eu sempre vou estar aqui por ela.
E é justamente por esses motivos que eu estou agora indo atrás de Jacob, ele a magoou hoje o que mostra que ele não escutou o que eu falei.
Estava indo em direção à casa dos Black, quando me veio na cabeça as lembranças de todas as vezes que Jake queria chorar as pitangas por não ter Bella. Ele ia sempre pro penhasco, era onde ele gostava de ficar pra pensar. Dei meia volta e comecei a correr na direção do lugar onde provavelmente ele estava.
Não demorou muito pra eu chegar ao penhasco, na floresta eu podia correr com toda a minha velocidade, o que para um lobo é correr muito rápido. Jacob estava lá, como eu imaginei, sentado quieto olhando para o mar.
- Eu devia quebrar sua cara – falei me sentando do lado dele – mas como ver você nessa situação ta dando pena, eu vou relevar e deixar você se explicar primeiro.
- E o que eu teria pra explicar pra um moleque dois anos mais novo que eu? – ele perguntou sem desviar os olhos do mar.
- Talvez me dizer por que você fez aquilo com  hoje, sendo que eu te avisei que não era pra magoar ela.
- Ela ficou magoada? – ele perguntou se virando pra mim com os olhos angustiados.
- O que você acha? – perguntei – Você a beijou, dando a ela esperanças de que você sente o mesmo que ela...
- E o que ela sente?
- Ela correspondeu ao beijo, não? – ele me olhou sério – Ela gosta de você Jake. Mais que como apenas amigos.
- Merda! – ele gritou se levantando – Merda! Merda! Merda!
- Jake – chamei, mas ele me ignorou – Jake! – gritei mais alto e ele me olhou – Qual o problema nisso? Ela gosta de você, ta na cara que você gosta dela...
- Eu não posso ficar com ela! – ele falou se sentando novamente colocando a cabeça nos joelhos.
- Por que? Você é livre, solteiro, ela também e no meu ponto de vista os dois precisam ser amados.
- E quando meu imprinting aparecer? – ele perguntou me encarando – Como eu faço? Sigo os passos de Sam e deixo  pra trás sofrendo? Deixo ela ficar que nem a Leah, com um coração partido? Eu não posso fazer isso com ela Seth.
- Jake, o imprinting não é obrigatório. Porque Sam, Jared, Paul e Quil tiveram os deles não quer dizer que vai acontecer com o resto de nós!
- Mas comigo vai acontecer. – ele falou sério, convicto das suas palavras.
- Quem te garante? – perguntei.
- Eu sonhei com minha mãe... quer dizer não foi bem um sonho, foi mais como uma aparição dela nos meus sonhos, entende? – fiz que sim com a cabeça o incentivando a continuar – Foi um pouco antes do meu pai morrer, ela me disse que meu sofrimento ia acabar, que eu ia encontrar a minha escolhida e toda a dor que eu sentia pela rejeição de Bella ia sumir.
- E você agora acha que seu imprinting vai aparecer e por isso você não pode ficar com .
- É.
- Então porque você não conta tudo isso pra ela e a deixa escolher se quer arriscar ou não?
- Eu não quero que ela saiba sobre os lobos. Isso implica ela conhecer todos os segredos sobrenaturais que nos cercam e isso a colocaria em perigo.
- Ta certo... você é o alpha, você que decide sobre contar ou não pra . Agora quanto ao que vocês sentem um pelo outro, eu acho que você devia conversar com ela. Se não é sua intenção ficar com , ela tem o direito de tentar ser feliz com outra pessoa.
- Ta eu vou conversar com ela. Agora eu quero ficar sozinho.
- Até mais então. – me levantei e sai, deixando Jake sozinho com seus pensamentos.
Eu me sentia triste por Jake, ele era o meu melhor amigo e um exemplo que eu queria muito seguir, e vê-lo atormentado assim era bem difícil pra mim, mas todos esses problemas, todas essas confusões só podiam ser solucionadas por ele.
CAPITULO 17 - POSSIBILIDADES
Semanas depois...
POV – 
O verão passou rápido, nós tivemos alguns dias de sol aqui em La Push, mas foram apenas alguns dias em três meses. Mas apesar da falta de sol, os preparativos para o casamento de Emily e Sam estava indo de vento em popa. Eu ajudava sempre que podia, sempre que eu não estava morta de cansaço por um longo dia na loja dos Newton.
Algumas coisas aconteceram nesse verão, a começar pelo dia do jantar de noivado na casa de Emily, foi lá que aconteceu o primeiro beijo entre Jake e eu, e foi depois daquele dia que ele mudou o comportamento comigo.
Não que nós tenhamos parado de conversar ou parecido, eu ainda sinto que somos amigos, mas de uma maneira diferente, mais distante. Nossas conversas não são mais as mesmas e agora ele não me leva mais pro trabalho.
No dia seguinte ao nosso beijo, eu acordei e não o vi tomando café na cozinha. Ao perguntar por ele Rachel disse que ele havia saído cedo, mas que tinha avisado que meu carro estava na garagem, pronto pra ser usado. Então desde desse dia eu vou e volto de Forks sozinha.
Outra coisa que aconteceu nesse verão foi eu ter conhecido Edward Cullen, o marido de Isabella. 
Flashback on
“Eu tinha decidido dar uma volta perto do rio que fazia divisa entre a reserva e a cidade de Forks. Seth já havia me levado lá algumas vezes, de modo que eu me lembrava bem do caminho. Eu estava andando distraída quando o vi parado do outro lado do rio.
Eu não fazia idéia de quem era no momento que o vi, mas eu sabia que ele era bonito pra caramba. Era uma beleza diferente do Jake e dos outros garotos quileutes, esse garoto de cabelo cor de bronze, pele clara – e bota clara nisso – e olhos dourados, era como um anjo, diferente da beleza de Apolo do Jake.
Ele me lembrava alguém. Não pela aparência, mas pelas características incomuns, eu só não conseguia me recordar quem ele lembrava.
Não sei quanto tempo fiquei parada hipnotizada pela beleza dele, mas foi tempo suficiente para vê-lo sorrir e meu rosto corar de vergonha por ter ficado encarando ele.
- Olá – ele falou – Eu sou Edward Cullen.
- O marido da Bella? – falei mais rápido do que desejava, me lembrando no exato momento que era ela que ele me fazia lembrar.
- O próprio. – ele sorri mais uma vez – E você é?
- . – falei e ele acenou como se já soubesse me nome.
- Desculpe a minha indiscrição, mas o que você está fazendo aqui sozinha, ?
- Eu só vim dar uma volta – falei corando mais uma vez, mas o que tinha de errado com a minha circulação sanguinea? – Seth me trouxe aqui algumas vezes e eu achei que não teria problema vir sozinha.
- Desculpe mais uma vez, mas eu acho que não é muito seguro andar pela floresta sozinha, principalmente quando está perto de anoitecer.
- Acho que não me toquei muito na hora... – falei, então eu me lembrei que Isabella havia andando pela floresta sozinha algumas semanas atrás – Acho que você devia dar o mesmo conselho à sua esposa... – ele arqueou a sobrancelha – algumas semanas atrás ela estava sozinha na floresta, até o Jake a encontrar e... bom essa é uma história longa e eu acho que não tenho muito tempo... de qualquer maneira, acho que ela foi até onde estava andando, pois não vi o carro dela parado na estrada...
- Pode deixar que vou conversar com ela a respeito disso – ele me respondeu cordial.
- Acho melhor eu ir agora, foi um prazer conhecê-lo Edward – falei e me virei para sair, mas antes que eu ficasse de costas para Edward vi pelo canto dos olhos Isabella parar ao lado dele como se tivesse caído do galho de uma das arvores. Voltei imediatamente a olhar para os dois.
- Olá  – ela falou com uma ponta de sarcasmo na voz – perdida?
- Não – respondi – estou apenas dando uma volta. Como você apareceu aqui tão rápido?
- Rápido? – ela sorriu – Eu vim andando normalmente.
- Eu tive a impressão de ver você... – pensei melhor antes de falar que achei tê-la visto pular de uma árvore, mas isso ia soar meio louco. Melhor deixar a informação pra mim, guardada junto às outras duas, olhos mudando de cor e rosnado de fera... – deixa pra lá.
- Acho melhor você ir agora,  – Edward falou, sua expressão estava séria – vai escurecer logo e você pode se perder.
- Ou encontrar alguma fera. – Isabella falou sorrindo, eu tive a impressão dela dar um outro sentido à palavra fera, mas ignorei. 
- É melhor eu ir mesmo – falei me afastando dos dois. Andei depressa de volta pra casa, realmente estava muito perto do anoitecer, e o por do sol, somado às copas altas e densas das árvores e as nuvens espessas no céu faziam a floresta ficar meio assustadora.
Talvez fosse apenas uma impressão deixada pelo comentário desagradável de Isabella. Seth já havia me dito que existiam sim animais selvagens na floresta, mas não havia risco deles aparecerem por esses lados. Ou ele havia dito que não havia risco desde que eu estivesse com ele?
Estava distraída, mas consegui ouvir um barulho de folhas e galhos sendo pisoteados atrás de mim. Seria Edward ou Isabella vindo atrás de mim, pra garantir que eu chegasse em casa? Ou te assustar? A vozinha dizia na minha cabeça.
Tomei coragem e olhei pra trás pra ver se enxergava um dos dois, mas o que vi foi apenas mais árvores. Ok, eu tinha que parar de surtar desse jeito ou acabaria me perdendo, voltei a olhar pra frente e dei de cara com Jacob parado só de bermuda e me encarando com a expressão séria. Foi impossível reprimir um grito. Ah gente dá um desconto, eu estava assustada e a diaba da Isabella tinha acionado o botão ‘desconfiança’ na minha cabeça.
- Que merda Jacob, quer me matar do coração? – gritei pra ele enquanto levava as mãos ao peito onde meu coração batia disparado.
- Desculpa, mas que diabos você está fazendo uma hora dessa no meio da floresta? – ele  perguntou cruzando os braços sobre o peito.
- Eu estava dando uma volta, achei que não teria problema uma vez que já vim aqui várias vezes com Seth...
- Acontece que Seth conhece a floresta, ele anda por aqui desde moleque... mas você não conhece.
- Bom eu vim com ele várias vezes, como eu já disse, então eu aprendi o caminho...
- Aprendeu? E como você me explica estar a uma boa distancia da trilha? – ele levantou uma sobrancelha.
- Eu não me desviei, desviei?
- Desviou, e muito.
- Droga – reclamei – culpa da Isabella.
- , como pode ser culpa de Bella você ter se perdido na floresta?
- Primeiro eu não me perdi, uma vez que você me encontrou antes disso acontecer. A propósito obrigada.
- Disponha.
- E segundo, foi culpa de Isabella porque ela ficou insinuando que eu poderia encontrar alguma fera e eu acabei ficando impressionada.
- Quando Bella insinuou isso? – ele perguntou ainda mais sério.
- Agora a pouco. Eu encontrei o Edward do outro lado do rio e depois ela apareceu... de uma maneira bem estranha diga-se de passagem.
- Estranha como?
- Esquece, você vai me achar doida, como eu mesma estou me achando.
- Não, fala, estranha como? – ele insistiu se aproximando.
- Ta eu falo – suspirei vencida – me pareceu que ela tinha pulado de uma das árvores, uma coisa é praticamente impossível uma vez que as árvores são altíssimas.
- É. Você tem razão, é loucura sua – ele falou tentando sorrir, mas seus olhos demonstravam outra coisa – vem vamos pra casa.”
Flashback off
Depois desse dia mantive uma nota mental de nunca mais sair sozinha na floresta... O bom disso foi que eu e Jake voltamos a ser amigos como antes, ele me confessou que minha companhia fazia falta pra ele e eu disse o mesmo. Sendo assim, o beijo trocado na casa de Emily foi posto de lado e Jake voltou a me levar pro trabalho, apesar de eu insistir pra que ele não o fizesse.
Eu também desisti de pensar no que quer que seja que Isabella tenha de errado. Na verdade eu me convenci de que eu é que vi coisas onde não existia e perder meu tempo com Isabella não era algo legal, eu tinha outras coisas com o que ocupar minha mente, por exemplo as musicas que cantaria e tocaria no casamento de Emily.
É eu cantaria. Ideia do Embry e de Emily, eles dois me ouviram cantar num lual que fizemos na praia alguns dias atrás e Emy – como eu carinhosamente a chamava agora – me implorou pra que eu cantasse no casamento dela eu não tive como recusar. Escolhi musicas simples que  eu achei que combinariam bem com Sam e Emy, e junto com a noiva escolhi a musica que substituiria a marcha nupcial. Ficaria tudo muito lindo, exatamente como ela merecia.
Rachel era a dama de honra e madrinha de Emy, uma vez que Leah se recusou até mesmo a estar na cerimônia, coisa que eu não entendi, pois soube que as duas são primas. Jake era o padrinho de Sam, eu fui com ele escolher a roupa que ele usaria já que o mesmo só sabia escolher bermudas e camisas, no mesmo dia acompanhei Rachel na prova do vestido de madrinha (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=42476481&.locale=pt-br) e Emily na do vestido de noiva (http://www.polyvore.com/roupa_de_noiva_emily_crossroads/set?id=42474887&.locale=pt-br), que era simples e incrivelmente lindo.
Agora estávamos todos em casa nos arrumando para o casamento, exceto Rachel que foi se arrumar na casa de Emily. Eu dava os últimos retoques na minha maquiagem e no meu cabelo. Meu vestido (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=29339202&.locale=pt-br) já estava devidamente ajustado no meu corpo e só faltava colocar meus brincos e meu sapato.
Sai do quarto encontrando Jake na sala me esperando. Eu sei que eu tinha o ajudado a escolher a roupa, mas nunca imaginei que ele ficaria ainda mais lindo a usando.
- Nossa – ele sussurrou quando me viu – você está estonteante.
- Obrigada – falei sorrindo e com as bochechas coradas, pra variar – acho melhor a gente ir, afinal a noiva precisa de musica pra entrar...
- Você tem razão, e o noivo precisa do padrinho. – Jake passou p braço pelo meu e nós saímos.
(Jake)
Quase tive uma parada cardíaca quando  saiu do quarto. Ela estava linda, na verdade ela era sempre linda. E como sempre senti aquela forte atração que me levava pra ela.
Eu ficava me perguntando o tempo todo se havia alguma chance dela ser meu imprinting, afinal tinha essa atração gigantesca que me puxava em direção à ela, mas quando eu pensava nisso eu me lembrava de Embry. Ele já havia me deixado claro que gosta de , então se ela fosse meu imprinting, como poderia explicar dois lobos gostando da mesma garota? A resposta é simples,  não era meu imprinting, eu apenas me sentia atraído por causa da forma que ela me tratava, o carinho que ela me oferecia.
Fomos para a capela de carro, apesar de  insistir que podíamos ir andando, mas seria um pecado colocar toda aquela produção nas ruas de La Push. Chegamos rápido à capela, Sam já estava uma pilha me esperando na porta.
- Caramba Jake, não dava pra ser mais rápido?
- Desculpa Sam, foi culpa minha –  se desculpou – mas fica calmo que ainda tem tempo de sobra, afinal é tradição a noiva se atrasar!
- É tradição também o noivo infartar? – Sam retrucou nos fazendo rir – É serio gente, mas dois minutos em pé aqui eu vou enlouquecer!
- Calma, Sam. Calma! – Falei entrando na capela e o arrastando comigo.  também entrou, mas foi na direção contrária a nós dois – Hey, onde você vai? – Perguntei.
- Pro órgão, alguém aqui tem que tocar... – ela sussurrou.
- Tinha me esquecido disso – sussurrei de volta.
- Anda Jake! – Sam reclamou.
- Vai lá cuidar do noivo a beira de um colapso nervoso... – ela riu e voltou a andar em direção ao órgão.
- Para de paquerar e assume seu lugar de padrinho moleque – Sam falou me empurrando em direção ao altar – fica ai de bobeira... Paul ta louco de vontade de tomar seu lugar...
- Ahh é assim, ta certo então, acho que posso guardar o presente di padrinho pra outra pessoa... talvez pra Rachel e pro Paul, ou pra Kim e pro Jared....
- Humpf... até parece que eles vão te chamar pra ser padrinho deles.... ta convencido demais, hein Jake...
- Há.ha.ha – ia fazer mais uma piadinha com ele, mas ouvi as primeiras notas que  tocava, indicando que Emiily ia entrar. Sam se calou e seus olhos ficaram fixos nas portas por onde Emily entraria, os meus foram parar onde  estava, ela estava linda tocando, como se a musica fosse parte dela...
()
 Emily estava linda, e a alegria de ver aquele dia se realizando estava estampado no rosto de todos os presentes. Sam também estava muito elegante, segurando o choro, o que era visível, provavelmente ele não queria perder a pose de durão.
Rachel chorava litros, Kim, Sue, Agatha – mãe de Claire – e algumas outras mulheres deixavam escapar uma lágrima ou outra. Claro que a musica ajudava essas lágrimas a caírem, principalmente para aquelas mulheres que tinham seus companheiros. A musica que eu e Emily escolhemos, na verdade Emily escolheu, era ‘From this momento on’ da Shania Tawin. Emily quase surtou – o que era muito raro, visto que Emy é a calma em pessoa – quando viu a partitura com a letra da musica no meio das minhas coisas. Ela disse que a letra era perfeita, e dizia exatamente o que ela sentia pelo Sam.
A partir desse momento, a vida começou
A partir desse momento, você é o único
Bem ao teu lado é onde eu pertenço
Deste momento em diante
A partir deste momento, eu fui abençoada
Eu vivo somente para sua felicidade
E pelo seu amor eu daria meu último suspiro
Deste momento em diante
A partir desse momento, você é o único
Bem ao teu lado é onde eu pertenço
Deste momento em diante
A partir deste momento, eu fui abençoada
Eu vivo somente para sua felicidade
E pelo seu amor eu daria meu último suspiro
Deste momento em diante
(Jake)
Apesar de Emily estar linda, apesar da capela estar cheia, eu não conseguia me concentrar em nada que não fosse a linda garota tocando alguns metros à minha frente. A voz doce de  soava em cada canto daquele lugar pequeno e chegava aos meus ouvidos me levando pra um lugar onde tudo parecia ser perfeito.
Abri meus olhos – que eu nem notei que havia fechado – e dei de cara com Embry, sentado numa das primeiras fileiras e olhando na mesma direção que eu, com um olhar admirado. Respirei fundo e desviei meus olhos, seria inútil continuar nessa, eu sabia que Embry amava , sabia que ela tinha – no mínimo – um carinho por ele, e sabia que um dia meu imprinting ia chegar, então de que adiantava ficar me rendendo a essa força que me puxava pra  se seria loucura tentar qualquer coisa com ela?
Me esforcei para concentrar no casamento e nas palavras que Sam e Emily trocavam. Sem estar tão focado em , consegui prestar atenção na musica que ela cantava, a letra dizia bem o que seria a vida de Sam e Emily a partir de hoje, na verdade, a musica representava o futuro de qualquer lobo imprinted.
Eu dou minha mão para você com todo o meu coração
Eu mal posso esperar para viver minha vida com você, mal posso esperar para começar
Você e eu nunca nos separaremos
Meus sonhos se tornaram realidade por causa de você
A partir deste momento, enquanto eu viver
Eu vou te amar, eu te prometo isso
Não há nada que eu não daria
Deste momento em diante
Eu mal posso esperar para viver minha vida com você, mal posso esperar para começar
Você e eu nunca nos separaremos
Meus sonhos se tornaram realidade por causa de você
A partir deste momento, enquanto eu viver
Eu vou te amar, eu te prometo isso
Não há nada que eu não daria
Deste momento em diante
()
Percebi o olhar de Jake queimando na minha pele. Quanto tempo demoraria até ele perceber como eu queria repetir o beijo que demos na casa de Emily? Por que às vezes eu o sentia tão retraído, como se tivesse medo de dar um passo em minha direção? Bom eu adorava ter a amizade dele, mas acontece que depois de provar dos lábios de Jake, ficava bem difícil não desejar mais.
Me arrisquei a olhar pra ele e o vi de olhos fechados, como se apenas seu corpo estivesse aqui, sua alma parecia estar muito longe. Ele abriu os olhos e seu olhar caiu sobre algo que o fez voltar a prestar atenção no casamento.
Emily e Sam trocaram as juras de amor que todos os casais trocam a séculos e séculos. Era bem difícil não sentir uma pontinha de inveja do amor que Sam devotava à Emy, era algo que parecia ser sem limites, como se ele estivesse pronto e disposto a dar a vida pela mulher na frente dele. Ela retribuía com a mesma intensidade o mesmo amor imensurável capaz de fazer qualquer coisa para deixar a pessoa amada feliz.
...
(Jake)
O lual de comemoração do casamento já rolava há quase seis horas, agora restavam na praia basicamente os lobos e seus imprintings – exceto Quill que já tinha ido levar Claire pra casa, mas prometeu voltar – e alguns poucos humanos ‘normais’, como , meu pai, Sue e Charlie e alguns parentes de Emily que vieram de Makah.
Depois da cerimônia Sam tomou – frente a todos os convidados – o lugar que era do meu pai no conselho. Esse cargo era por direito meu ou de Rachel, mas eu e Sam conversamos muitos ontem à noite, e eu mais que ninguém sei o quanto ele quer envelhecer junto com Emily, então eu cedi meu lugar no conselho pra ele e acabei tendo que aceitar o bando dele sobre meu comando. Agora eu era o único alpha. Sam ia fazer bastante falta no confronto com os Volturi – os vampiros italianos que estão vindo atrás da filha de Bella, mas ele merece esse descanso ao lada da esposa dele.
Voltando à festa, tudo estava indo muito bem, eu já tinha perdido as contas de quantas cervejas já tinha bebido, mas estava tranqüilo, é preciso uma quantidade considerável de álcool pra me fazer ficar bêbado, eu tinha consciência de tudo o que acontecia ao meu redor, estava completamente preparado pra entrar numa luta agora se fosse preciso, o álcool todo que bebi só me deixava mais ‘solto’.
Eu já estava a um bom tempo observando  dançar, primeiro com Seth e Colin, agora com Embry. Algo dentro de mim se agitava com vontade de estar no lugar dele, de ser minhas as mãos rodeando a cintura fina dela, de ser eu ali, próximo a ela, sentindo sua respiração contra a minha pele. Sem pensar muito eu me levantei e fui na direção dos dois.
- Será que eu posso? – perguntei a Embry indicando que queria dançar com , ele me olhou com cara de quem queria dizer em alto e bom som ‘Não’, mas ao contrário, ele me entregou a mão dela.
Começou a tocar uma musica mais lenta e  colocou suas mãos ao redor do meu pescoço.
- Se divertindo? – perguntei a olhando nos olhos.
- Bastante – ela respondeu sorrindo – o ultimo casamento que fui era bem paradão, parecia mais um velório... – nós rimos.
- O ultimo casamento que fui era um velório – sussurrei, mas ao contrario da minha intenção ela me ouviu.
- Como?
- Nada não... – desconversei, mas ela me encarou como se soubesse exatamente de que eu estava falando.
- Foi o casamento de Isabella, não foi? – ela parecia me ler por dentro com aqueles olhos azuis brilhantes – O ultimo casamento que você foi.
- Não quero falar disso agora – reclamei a puxando mais pra mim e escondendo meu rosto no cabelo dela – Na verdade, não quero falar disso nunca.
()
Eu ia insistir sim sobre esse assunto, ao contrário de todas as vezes – desde que cheguei aqui – que venho ignorando tudo o que eles não querem me contar, nesse ponto eu vou insistir, eu quero saber de Jake tudo o que aconteceu entre ele e Isabella.
- Você gostava muito dela, não é? – perguntei quando ele ainda tinha o rosto escondido no meu cabelo. Ele fez que sim com a cabeça – Por que não lutou por ela, então?
- O outro era mais forte – ele falou passando a me olhar – eu tentei <script>document.write()</script>, juro que tentei, mas eu não consegui. Ela amava o Edward demais, não dá pra lutar contra isso.
- Então você podia pelo menos se livrar disso... – ele me encarou com os olhos confusos.
- Disso o quê?
- Do fantasma do amor que você sentia por ela... se você vê que ela ama o Edward, que ela ta casada e feliz com ele, é porque já é hora de você buscar a sua felicidade.
- Eu já não me importo mais tanto com Bella... não como era antes... eu não me sinto mais tão preso a ela. – ele falou – É como se as amarras que nós tínhamos tivessem se soltado.
- É porque seu subconsciente já aceitou o casamento dela...
- Não, não é isso – ele me interrompeu – mesmo depois que ela se casou eu ainda me sentia preso a ela, sabe? Como se eu ainda precisasse amá-la, mas ai um dia eu acordei e vi que não existia mais essa necessidade, e ao contrario do que eu sempre pensei, não ficou nenhum vazio no lugar, é como se as outras coisas com que eu tivesse que me preocupar tivessem ocupado o lugar que antes era dela.
- Então porque você ainda fica tão tenso ao falar dela? – perguntei.
- Como você se sente quando falam dos seus pais com você? – ele perguntou e eu entendi imediatamente o que ele queria dizer – Falar de Bella é me fazer lembrar das coisas que aconteceram no passado, e por mais que hoje eu não sinta nada por ela, eu não gosto de me lembrar da dor que eu sentia, porque mesmo que a dor não esteja mais aqui, as lembranças estão e isso por si só já é bem ruim.
- Acho que entendo você – falei encostando o rosto no peito dele – Me desculpe por tocar no assunto.
- Não se desculpe, acho que eu precisava disso, precisava me desabafar com alguém. – ele me apertou mais contra ele – Obrigada.
Ficamos em silencio apenas dançando até a musica acabar. Antes de começar uma nova musica, um burburinho começou próximo ao lugar onde estávamos, Jake se afastou para que pudéssemos nos virar e ver o que estava acontecendo.
Leah vinha andando na direção da pista de dança, ela estava vestida num vestido vermelho com uma fenda que ia do começo da coxa até o chão. O cabelo dela estava impecavelmente arrumado num coque alto, ela usava uma maquiagem preta bem delineada nos olhos e um batom vermelho vivo. Olhar pra ela era como olhar para um letreiro luminoso que dizia “CONFUSÃO” em letras garrafais.
- Mas que diabos ela ta fazendo aqui? – Jake sussurrou. Eu estranhei a pergunta e principalmente o tom que ele usou ao fazê-la, afinal Emily e Leah, pelo que eu sabia eram primas.
- Será que posso ter uma dança com o noivo, prima? – Leah perguntou a Emily, mas seu tom de voz estava longe de algo casual, estava mais para debochado.
- Leah, vamos pra casa – Seth falou tentando tirá-la de lá.
- Não enche Seth, vai lá cuidar da sua irmãzinha nova – ela me olhou com desprezo. Jake se afastou de mim indo até ela.
- Vem Leah – ele falou a puxando pelo braço.
- Cai fora Jacob, vai lá dançar com a princesa e me deixa! – ela se soltou.
- Não. Você vem comigo. AGORA! – ele falou num tom que qualquer um obedeceria e saiu arrastando Leah com ele, Seth foi atrás dos dois.
Meu momento com Jake tinha sido destruído, o que era uma pena, pois eu estava adorando ficar ali nos braços dele. Sai da pista de dança, me afastando do lugar onde estava tendo a festa e fui para a beira do mar. Tirei os sapatos e deixei a água gelada molhar meus pés. Enquanto eu caminhava pela areia.
(Jake)
Ás vezes eu tinha vontade de torcer o pescoço de Leah, principalmente quando ela fazia uma merda como a que tinha acabado de fazer. Será que ela não via que era crueldade constranger Emily daquele jeito? Principalmente num dia que ela estava tão feliz.
Sai arrastando Leah pelo braço até estarmos a uma distancia segura da festa.
- Tava pensando em que Leah? – perguntei a soltando e cruzando os braços sobre o peito.
- Qual é Jacob, eu não fiz nada que você não tenha feito no casamento de Bella.
- Eu não dei um espetáculo desse na frente de todo mundo.
- Mas quase arrancou o braço dela, e quase matou Edward – ela retrucou.
- Eu tive um motivo pra isso, eu tinha razão pra ter raiva, ok? Ele podia ter matado ela na lua-de-mel. Mas e você, qual o seu motivo?
- Meus motivos não te interessam – ela olhou para o outro lado.
- Que seja, mas agora você vai pra casa, e não vai sair de lá até eu mandar. – falei no tom de alpha, pra que ela fosse obrigada a obedecer. Ela saiu batendo o pé, eu voltei pra festa, mais precisamente pra pista de dança onde eu havia deixado , peguei uma cerveja no caminho e a tomei toda de uma vez só.
Procurei  pela pista mas não a encontrei, olhei ao redor, mas ela não estava mais na festa. Ótimo mais um motivo pra eu ter vontade de torcer o pescoço de Leah.
- Ela esta caminhando perto da água – Sue falou quando passou por mim.
Terminei a segunda garrafa de cerveja e fui atrás dela. A encontrei parada de frente pro mar com os sapatos nas mãos e a água batendo de leve nos pés.
- Cansou da festa? – perguntei me aproximando, ela se virou um pouco para me olhar sorriu e voltou a fitar o mar.
 - Só queria andar um pouco.
- Quero te mostrar uma coisa – falei – vem comigo? – estiquei a mão e ela prontamente a segurou.
()
- Quero te mostrar uma coisa. Vem comigo? – ele me pegou pela mão e nós caminhamos em direção à floresta que margeava parte da praia.
- Não sei se quero passear nessa floresta – falei brincando – acho que to meio traumatizada desde a ultima vez.
- Nós não vamos entrar na floresta – ele falou sem me olhar – só temos que passar numa parte dela pra alcançar aquelas pedras ali. – ele apontou para algumas rochas que ficavam mais à frente.
- E o que nós vamos fazer naquelas rochas? – perguntei.
- Vou te mostrar um lugar especial.
Caminhamos um pouco, quer dizer Jake caminhou porque eu mais cai que tudo, apesar de não chegar ao chão nenhuma das vezes, pois os braços fortes dele sempre me seguravam. Depois de uns quarenta minutos nós chegamos na entrada do que parecia ser uma caverna.
- Nós vamos ter que descer um pouco aqui dentro, então toma cuidado, porque as pedras podem estar escorregadias.
- Vou tentar não cair – falei rindo – mas se por acaso eu não conseguir você pode me aparar né?
- Não vou deixar você se machucar,  – ele falou rindo e descendo na minha frente, me ajudando em seguida.
Eu fiquei imaginando o que conseguiríamos ver dentro de uma caverna no escuro e sem Jake estar carregando nenhuma lanterna, mas me surpreendi com a imagem na minha frente. O lugar não se parecia com uma caverna, uma vez que o teto era quase todo aberto, deixando que a luz da lua no céu preenchesse todo o espaço e fazendo-a refletir numa pequena lagoa – pelo menos era o que parecia – e deixando à vista a água incrivelmente azul da mesma.
- Isso aqui é lindo – sussurrei – nem parece real.
- Mas é bem real, vem – Jake me ajudou a descer mais algumas pedras e nós nos sentamos perto da lagoa – eu gosto bastante de vir aqui pra pensar, fugir da vida real sabe? Esquecer um pouco de todos os problemas...
- É, aqui parece ser um bom lugar pra refletir.
Ficamos em silencio um tempo, apenas ouvindo os sons ao nosso redor.
- Por que você me trouxe aqui? – perguntei.
- Sei lá, eu quis compartilhar isso com você. Um lugar especial e uma garota especial.
Nem precisa falar que eu corei totalmente. Se esse era o real motivo de Jake ter me trazido aqui, eu não sabia, mas eu ia aproveitar esse momento de paz que ele estava me proporcionando.
(Jake)
Eu não sei o que deu na minha cabeça ao trazer  aqui no meu refugio. Já faz um tempo que descobri essa caverna e desde desse dia eu venho sempre aqui, seja pra pensar ou apenas pra passar o tempo.
Eu também não sei o porquê de  ter mexido tanto comigo hoje, desde que eu a ouvi cantando no casamento de Sam que eu estou pensando nela sem parar. Eu sei que pra mim é impossível ficar com ela, afinal eu sei que meu imprinting vai aparecer, mas já faz tanto tempo que minha mãe apareceu pra mim e falou isso e eu não tive mais nenhum sinal, e está cada dia ficando mais difícil resistir à vontade que sinto de estar com . Percebi que os pelos do braço dela estavam arrepiando e me toquei que eu não sinto frio, mas ela devia estar quase congelando.
- Você está com frio – falei tirando meu paletó – toma veste isso.
- Obrigada – ela o vestiu e eu a ajudei a ajeitar ele melhor para que a cobrisse bem.
E foi ai que eu errei, ou talvez não fosse um erro... Acontece que ao ajudar  a abotoar o paletó, nossos rostos ficaram próximos demais e como no dia do noivado de Emily e Sam, eu senti a respiração dela contra meu rosto, e seu cheiro me fez perder toda a sanidade que tinha, na verdade a que me restava, pois as cervejas já tinham levado boa parte do meu raciocínio. Eu só percebi o que fazia depois que senti os lábios dela contra os meus.
Nosso beijo era calmo, eu pude sentir mais uma vez o sabor doce dela, que parecia estar ainda melhor que da ultima vez que nos beijamos. Me afastei da boca dela para que ela pudesse recuperar o ar, mas mantive meus lábios na pele dela.
- Por favor não foge dessa vez – ela sussurrou contra meu ouvido me fazendo rir contra sua pele.
- Nem que eu quisesse eu poderia sair daqui agora. – falei voltando a tomar seus lábios nos meus.
Nossos corpos pareciam agir por vontade própria, as mãos de  subiram pelos meus braços parando na minha nuca, onde ela puxava meu cabelo, enquanto as minhas desciam por sua cintura, se fixando nas suas pernas.
Mantendo minha mão direita na coxa esquerda de  eu apoiei a minha mão esquerda no chão inclinei para que ela se deitasse. Esperei qualquer reação dela de que eu estava indo longe demais, mas ela não me impediu em momento algum, pelo contrário, ela apertou mais as mãos no meu cabelo e gemeu no meu ouvido, o que me deixou ainda mais fora de mim.
- Caramba eu te quero tanto que não consigo nem pensar direito – falei olhando nos olhos azuis dela.
- Então não pensa - ela falou me puxando para que eu a beijasse mais uma vez.
Nossas línguas duelavam numa deliciosa batalha e de repente eu senti que tudo isso parecia certo demais, como se as coisas tivessem sido escritas exatamente desse jeito,  nos meus braços. Decidido de que era isso que eu queria e  parecia não discordar de mim, me levantei um pouco, o suficiente para alcançar o fecho do vestido dela e o puxei pra baixo delicadamente, sem desviar dos olhos dela nenhum minuto sequer.
()
Eu estava com a respiração rápida e o coração acelerado, o que não significava que eu não estava preparada para o que ia acontecer, mas apenas ansiosa. Meu coração gritava que Jacob era aquele que eu sempre esperei.
Claro que eu tinha um pouco de medo, essa era minha primeira vez, e se tinha um assunto que nunca abordei com ninguém antes era sexo. Mas eu confiava em Jacob, e tinha como não confiar? Ele sempre esteve por perto, me protegendo da maneira que pudesse, garantindo minha segurança.
Não tem nem palavras pra descrever o que passou por mim quando Jake se levantou e tirou meu vestido, vergonha, ansiedade... um arrepio percorria meu corpo, como se acompanhasse o olhar dele. Suas mãos passavam pela minha pele como se ele estivesse tocando uma rosa que pudesse de desmanchar a qualquer toque mais descuidado.
E era exatamente assim que eu me sentia, como se fosse me desmanchar, minhas pernas já tinham virado gelatina apenas com os toques de Jacob. Ele se desfez do meu vestido e espalmou as mãos quentes ao redor do meu tornozelo se livrando delicadamente de cada uma das minhas sandálias.
Com a palma da mão ele percorreu a parte traseira da minha perna, os beijos começaram na minha panturrilha e foram subindo mais e mais, parando na metade da minha coxa. Jake levantou os olhos e me encarou.
- Tem certeza? – ele perguntou – Porque se eu começar não sei se consigo parar.
- Por Deus, nem eu quero que pare – minha voz saiu num sopro. Senti em seus lábios na minha pele um sorriso dele.
Eu me sentia quente e cada centímetro que os lábios de Jake subiam me deixavam ainda mais quente. Ele se levantou o suficiente para se livrar da minha lingerie, primeiro do sutiã, depois da calcinha. Agora além de quente eu estava vermelha, era a primeira vez na minha vida que eu ficava nua na frente de um homem, mas algo nos olhos de Jake não me deixava ficar insegura.
Ele se inclinou sobre mim e beijou cada uma das minhas bochechas, descendo beijos pela minha mandíbula e pescoço. Sua mão quente descia pelo meu ombro até parar no meu seio, onde ele suavemente passou o polegar pelo bico que já doía de tão duro. Jake estava me torturando, e ele parecia estar gostando disso.
(Jake)
Eu me sentia inseguro, afinal era a minha primeira vez. Eu esperei por Bella, mas ela não me deu a oportunidade, depois esperei meu imprinting que nunca chegou... eu não tinha medo de não saber o que fazer, afinal isso era mais instinto que técnica, também não tinha medo de falhar, o tesão que eu sentia só de olhar o corpo de  me garantia que meu amiguinho lá embaixo estaria pronto pro trabalho, meu medo era apenas magoar , eu sabia que se ela derramasse uma única lágrima por isso mais tarde, eu sentiria a dor dela na minha alma. Mas eu decidi por me deixar sentir o que estava acontecendo hoje.
E sentir era tudo o que eu fazia agora. Eu sentia o calor e a maciez da pele de , sentia o sabor doce dos lábios dela. E via... eu podia ver a beleza da pele corada dela enquanto a admirava.
- Linda – sussurrei ao pé do ouvido dela, fazendo-a suspirar para reprimir um gemido.
Fiquei de pé para que me livrar das minhas roupas, principalmente da calça que começava a me incomodar muito. Peça por peça eu tirei até ficar apenas de boxer e voltei a me inclinar sobre ela, eu queria prová-la, queria sentir o sabor de cada canto daquele corpo, principalmente dos mais escondidos. Tomei seus lábios nos meus mais uma vez, eu nunca me cansava disso.
- Eu preciso de você,  – sussurrei encarando aqueles olhos azuis.
 fechou os olhos suspirando e a forma como instintivamente ela abriu as pernas fez um rugido sair de dentro de mim, estranhamente a sensação que eu tinha era que meu lobo queria tanto aquele momento quanto eu. Me ajeitei melhor entre as pernas de  e vi ali naquele centro cor de rosa o quanto ela estava molhada esperando por mim.
Com um grunhido eu me equilibrei e lancei meus lábios sobre ela saboreando o gosto indescritível que ela tinha.  gemeu alto e seus dedos se enroscaram no meu cabelo, me fazendo ira ainda mais fundo nela e agarrar suas coxas com força. Eu beijava seu sexo da mesma forma que há minutos atrás fazia com sua boca, com uma única diferença. O sabor ali era muito melhor.
 começou a ofegar e eu senti que o primeiro orgasmo dela devia estar próximo, aumentei o ritmo da minha língua, enquanto ela se contorcia embaixo de mim. Eu queria estar dentro dela agora, mas eu não podia interromper aquilo, não quando ela estava tão próxima do prazer. Não demorou e seu corpo tremeu sob minhas mãos e em seguida ficou mole. Eu não esperei muito, afastei o rosto do sexo dela e subi para tomar de volta seus lábios nos meus.
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Eu não tinha palavras pra descrever o que havia acabado de acontecer. Jake, com os lábios dele, me levou a um outro mundo, e pra ser sincera eu queria muito voltar lá. Assim quando ele colou os lábios nos meus eu me apressei em tirar a boxer dele, mas antes que eu conseguisse, ele se afastou e levantou, eu senti um vazio tomar conta de mim, e o medo dele fugir exatamente como fez quando nos beijamos a primeira vez me deixou tonta.
Sem dizer nada, ele me puxou pela mão, me pondo de pé na frente dele e me enlaçou pela cintura, tomando mais uma vez meus lábios, só que dessa vez o beijo era urgente, cheio do desejo que nos consumia. Com um dos braços Jake me levantou e eu o abracei a cintura dele com as pernas. Devagar Jake foi caminhando até a água, meu primeiro pensamento foi que a água estaria insuportavelmente fria, mas o corpo quente de Jake colado ao meu fez com que o choque térmico não fosse tão grande, pelo contrário as duas temperaturas diferentes tocando meu corpo me deixaram ainda mais excitada.
Com uma das mãos Jacob se livrou de sua boxer, jogando-a por cima do ombro em um lugar qualquer, e quando nossos sexos se encontraram uma corrente elétrica percorreu meu corpo, se alojando em meu baixo ventre e se espalhando.
Jake se afastou da minha boca e fitou meus olhos e eu vi desejo se derretendo nos olhos dele, como duas labaredas negras prontas a me consumir. Seus olhos baixaram dos meus para meus lábios, pescoço e se fixaram nos meus seios. Seu olhar era faminto, sua mão subiu da minha cintura para a base do meu seio direito onde seu polegar riscava círculos ao redor do meu mamilo. Deus aquilo era bom. Inclinei a cabeça pra trás por instinto e Jake tomou isso como incentivo para levar os lábios ao meu seio. Levantei a cabeça a tempo de vê-lo cobrir meu seio com a boca quente. Meu Deus isso era muito melhor.
Jake gemeu contra minha pele e eu gemi junto. Sua outra mão brincava com meu seio esquerdo enquanto sua boca maltratava o direito ora chupando ora mordendo. Vez ou outra ele invertia, os dedos passavam a brincar com o seio direito e os lábios se ocupavam do esquerdo.
Aquela brincadeira estava me levando à loucura, o que foi confirmado quando a mão livre de Jake escorregou da minha cintura para a minha bunda, onde ele apertou forte, me fazendo gemer mais uma vez. Mas sua mão não ficou ali, ela tinha outra intenção. Me agarrei mais forte aos ombros de Jake quando lentamente ele me invadiu com um dedo. Aquilo foi difícil e dolorido, eu não queria nem pensar quando no lugar do dedo fosse o membro dele, que eu podia sentir contra a minha pele, não era nem um pouco pequeno.
Bem devagar ele começou a estocar os dedos em mim, seus lábios já haviam abandonado meus seios e agora buscavam minha boca. Eu me agarrei a ele e nós nos beijamos como dois desesperados, como se estivéssemos no meio de um deserto e a única maneira de matarmos a sede dilacerante fosse os lábios do outro.
- Eu preciso estar dentro de você – ele falou se afastando dos meus lábios e me olhando nos olhos. Eu fiz que sim com a cabeça, por que apesar de estar com um leve receio de doer, doía mais a vontade de tê-lo por completo dentro de mim. – Pronta? – ele perguntou ofegante, apenas balancei a cabeça dizendo que sim.
Delicadamente Jake me levantou e abaixou devagar, fazendo nossos sexos se encaixarem. Me apertei contra ele tentando aliviar a dor e ardência que sentia ao ser preenchida. Jake me abraçou e permaneceu quieto dentro de mim para que eu me acostumasse com seu tamanho.
Quando eu senti que a dor havia diminuído, me movimentei, percebendo que a fricção trazia uma sensação boa que cobria a dor. Jake começou a me ajudar nos movimentos de sobe e desce, ora devagar, ora rápido. A sensação boa começou a se transformar em prazer e aquele tremor que eu sentia no baixo ventre se multiplicou, fazendo os movimentos se tornarem mais intensos, nosso suor se misturava à água.
- Olha pra mim  – ele falou com a voz rouca – eu quero gozar olhando nos seus olhos.
Olhei fundo nas orbes negras de Jake vendo ali tudo o que havia procurado na vida, segurança, amor, carinho, companheirismo... e foi assim olhando nos olhos dele, vendo promessas de um possível futuro que nos tornamos um só.
(Jake)
Eu e  ficamos um tempo abraçados dentro da água, até que eu achei melhor tirá-la de lá antes que ela ficasse doente outra vez. Saímos da água e eu a fiz vestir minha camisa, enquanto eu vestia apenas minha calça.
- Você não pode ficar sem camisa – ela reclamou – vai acabar ficando doente.
- Não se preocupa comigo, é bem difícil um quileute jovem ficar doente. – falei me deitando e a puxando para que se deitasse comigo.
- Esse lugar ficou ainda mais lindo pra mim – ela falou se embolando ao meu lado, eu a abracei para que meu calor a aquecesse e joguei meu paletó por cima dela.
- Pra mim também, ele agora é ainda mais especial que já era antes. – dei um beijo na cabeça dela – Agora dorme um pouco, depois voltamos pra casa.
 suspirou e ficou olhando o céu pela abertura no teto da caverna, não demorou muito e nós dois estávamos dormindo.
Não sei em que momento do meu sono comecei a sonhar, mas eu sabia que era sonho. Eu  estávamos na praia fazendo um piquenique, nós estávamos felizes. De repente uma menininha gritou da beira do mar, meu coração se apertou, mas eu vi que o gritinho dela não era de algo ruim acontecendo, mas sim de divertimento, ela estava se divertindo brincando com a água.
Eu reconhecia aquela menininha, aquele tom de pele era idêntico ao meu, e não era preciso ela olhar pra mim pra que ter certeza que os olhinhos dela eram da cor dos de . E eu soube quem era ela antes mesmo dela me chamar.
- Papa, papa – ela gritou e veio correndo até mim – vem, vem pega conchinha.
- O papai já vai princesa – eu respondi e ela voltou correndo pro mar.
- Acho que ela nunca ficou tão animada na praia –  falou do meu lado.
- E eu acho que nunca fui tão feliz – falei dando-lhe um beijo. Ela me olhou e sorriu.
- Vou lá nela –  se levantou e caminhou até nossa filha, me deixando maravilhado com a visão dela perfeita num biquíni azul.
Fiquei ali sentado apenas olhando as duas, sentindo o quanto eu as amava. Foi quando uma sensação estranha invadiu meu peito, como se algo me chamasse. Procurei por  e nossa filha e vi as duas brincando na beira da praia, mas a sensação permanecia ali, me angustiando.
Procurei com os olhos se havia algum perigo, talvez fosse o meu instinto de lobo gritando pra mim que havia algum inimigo por perto, mas o que encontrei nessa minha busca me deixou ainda mais desesperado.
Eu vi uma mulher, parada há alguns metros de mim, eu não conseguia ver o rosto dela, mas não era preciso, porque dentro de mim eu sabia exatamente de quem se tratava. Ela demorou, mas assim como minha mãe havia me dito, ela apareceu, o meu imprinting.
Voltei a olhar pra  e pra nossa filha, e vi todo aquele amor que a pouco eu sentia se dissolver.  me olhou, como se soubesse exatamente o que estava acontecendo, eu vi uma lágrima escorrer por seu rosto, ela se levantou e pegou nossa filha no colo veio até onde eu estava e pegou as coisas das duas.
Eu observei tudo isso sem saber o que fazer, eu sabia que estava ferindo , sabia que ela ficaria ainda mais magoada, mas não tinha nada ao meu alcance que pudesse ser feito. 
- Só não me tira a nossa filha, por favor – ela me pediu em meio às lágrimas e saiu.
Eu acordei assustado e vi que ainda estávamos na caverna e que já era dia, olhei  dormindo recostada no meu peito e vi o tamanho da burrada que eu havia feito. Eu dei a  possibilidades que não poderiam existir, eu não podia abrir uma brecha que a magoaria depois. Eu iria acordá-la, nós iríamos pra casa e depois de um bom banho eu conversaria com  e explicaria a ela o porquê de nós não podermos ficar juntos.
-  – sussurrei a balançando de leve, ela abriu os olhos e me olhou confusa – acho melhor irmos pra casa – falei.
- Claro – ela falou se levantando, parecia mais consciente de onde estávamos.
Eu também me levantei entreguei a ela o vestido para que ela o colocasse. Ela desabotoou a minha camisa que ela vestia e eu tive que respirar fundo para não esquecer tudo e repetir tudo o que vivemos horas atrás.
Ela subiu o vestido pelas pernas de uma maneira tão simples, mas ao mesmo tempo tão sexy que eu tive que olhar para o outro lado, ou eu definitivamente não resistiria. Me preocupei então em encontrar minha boxer e as peças intimas dela, guardando-as no meu bolso assim que os encontrei.
- Estou pronta –  falou já vestida e usando o meu paletó.
- Então vamos – coloquei minha mão na sua cintura para guiá-la até o lado de fora, mas me dei conta de que sair da caverna era um pouco mais complicado que entrar, visto que escalar as pedras para subir era bem mais difícil.
Vesti minha camisa para ficar com as mãos livres e peguei  no colo, seria mais fácil sair dali com ela nos meus braços que com ela andando.
- Eu não sou tão leve assim – ela falou quando comecei a sair da caverna – tem certeza que quer me carregar.
- Humf – bufei – pra mim carregar você é o mesmo que carregar a Claire. Alem do mais, é mais fácil chegar à praia com você no colo que tendo que te guiar e te amparar quando você começar a cair – eu ri.
- Engraçadinho – ela reclamou deitando a cabeça meu ombro depois de deixar um beijo na curva do meu pescoço.
- Pode voltar a dormir se você quiser – falei.
...
O caminho até minha casa foi bem rápido, ao invés de voltar até a praia como eu tinha imaginado fazer, eu cortei caminho pela floresta indo direto pra casa. Entrei e coloquei  de pé no chão da sala.
- Vou tomar um banho – falei.
- E eu vou preparar algo pra nós comermos – ela foi pra cozinha.
Entrei debaixo do chuveiro quente, eu precisava da água assim pra desfazer todos os nós que se encontravam nos meus músculos. Eu me sentia perdido, se eu teria um imprinting, por que eu me sentia tão atraído por ?
Eu pensei uma vez que talvez ela fosse meu imprinting – e eu queria muito isso – mas se fosse isso, Embry também não se sentiria atraído por ela, afinal dois lobos não podem dividir um imprinting.
Terminei meu banho, e fui pro meu quarto trocar de roupa. De lá eu pude ouvir  entrar no banheiro, em seguida ouvi o zíper do vestido sendo aberto e o tecido deslizar por sua pele. No mesmo instante eu me lembrei da textura da pele dela sob as minhas mãos. O chuveiro foi ligado e eu ouvi a água batendo contra o corpo dela e eu quis por um instante ser cada uma daquelas gotas.
- Não Jake, você não pode – falei pra mim mesmo – você tem que acabar com isso logo e deixar ela ser feliz com outra pessoa.
Eu pensei então em Embry e em como ele gosta de , talvez ele seja a pessoa certa pra consertar a besteira que eu havia feito. Fiquei mais um tempo no meu quarto, até que ouvi ela saindo do banheiro e entrando no quarto que era do meu pai, depois ela saiu do quarto e foi para a cozinha. Respirei fundo e sai, era hora de deixar tudo em pratos limpos.
Cheguei na porta da cozinha e vi   arrumando a mesa do café da manhã , ela estava linda vestindo uma camisa frouxa e uma calça de malha.
- Eu queria conversar com você – falei tentando parecer casual – sobre o que aconteceu ontem à noite.
- O que você tem pra falar? – ela se sentou e fez sinal para que eu me sentasse também.
- Eu... eu sei que foi sua primeira vez ontem – vi ela corar as bochechas – eu queria que soubesse que foi a minha primeira vez também – ela me olhou sobrancelha arqueada, como se não acreditasse em mim – ou seja – continuei – foi tão especial pra mim como foi pra você.
- Que bom saber disso – ela falou bebericando o café em seguida.
- Só que tem uma coisa que eu preciso te contar, . Não é algo simples, então eu peço que me escute até o fim, ok? – ela fez que sim com a cabeça – tem uma coisa com nós quileutes, não é algo fácil de entender, principalmente por alguém que não é daqui. Nós temos uma forma de encontrar a nossa cara metade, alma gêmea ou seja lá como você se refere a isso. Essa coisa se chama imprinting, muitos de nós já sofreram isso. O Paul e a Rach, Jared e Kim, Sam e Emily...
- E o que isso tem a ver com ontem? Por acaso eu sou esse tal de imprinting, seu?
- Quem dera se fosse – falei vendo-a assumir uma expressão triste no rosto – desculpa, , mas eu ainda não encontrei meu imprinting, é por isso que nó não podemos ficar juntos.
- E como você sabe que não sou eu? – ela falou com a voz triste.
- Porque duas pessoas não podem querer a mesma pessoa, como acontece comigo e com Embry.
- Então você me quer?  - ela perguntou, mas eu não respondi nada, tinha medo de falar algo e a dar mais esperança ou a magoar muito – Se você me quer – ela continuou – por que não pode ignorar isso e ficar comigo?
- Não dá pra ignorar o imprinting . E eu não posso ficar com você correndo o risco da minha escolhida chegar.
- Sabe o que isso me parece? – ela perguntou agora com uma ponta de raiva – Uma desculpa muito esfarrapa de quem não quer assumir que queria só transar comigo ontem, sem ter que assumir nenhum compromisso.
Ela se levantou pra sair, mas eu a segurei pela mão.
- , por favor, não pensa assim de mim. Eu queria poder ficar com você, queria muito.
- E o que te impede? Uma mulher que é sua suposta cara metade e quem mesmo você sabe quem é?
- Não faz assim, eu só to te dizendo isso tudo, só to fazendo isso pra não te magoar.
-Ah ta entendi – ela falou irônica – mas deixa eu te contar uma coisa Jacob, você já me magoou. Muito.
Dito isso  saiu pela porta me deixando sozinho e com muita raiva de mim mesmo e principalmente, com raiva de ser um lobo. Afinal se não fosse por isso, eu não teria um imprinting e nada me impediria de ficar com .
CAPITULO 18 – SONHOS QUE DESABAM
POV -
Sai andando depressa, eu não queria mais ficar ali, não queria mais saber do Jacob e dessa história ridícula de imprinting. Na verdade que queria sumir, como pode tudo ser tão maravilhoso num minuto e no outro as coisas são tão tristes, doloridas e difíceis que mal da pra respirar.
Estava tão distraída, afogada na tristeza que me corroia por dentro que nem reparei que tinha alguém na minha frente, antes de esbarrar com tudo nele.
- Hey , o que aconteceu? – eu tinha esbarrado em Embry, e agora ele me ajudava a levantar – Você está chorando!
- Me tira daqui Emb, por favor. – falei entre soluços.
- Vem comigo, eu te levo pra casa do Jake.
- NÃO! – gritei – eu não quero ir pra lá, não quero ver o Jacob.
- O que aconteceu, , o que o Jake fez com você?
- Aqui não, me leva pra outro lugar, eu quero sair daqui...
- Claro , vem comigo, eu te levo pra minha casa. – ele falou passando o braço pela minha cintura.
- Mas a sua mãe...
- Ela não ta lá – ele me interrompeu – ela foi até Makah ontem visitar uma tia minha e ficou por lá. Vem comigo , você precisa se sentar um pouco e precisa de uma água.
Deixei que Embry me guiasse até a casa dele, eu me sentia fraca, um buraco começava a se abrir no meu peito e as lembranças da noite anterior só me deixavam pior.
...
A ida até a casa de Embry foi rápida, ou talvez eu estivesse tão entorpecida pelos últimos acontecimentos que nem percebi o caminho.
- Senta – Embry me indicou o sofá – vou buscar uma água pra você.
Sentei no sofá, me encolhendo pra ver se a dor diminuía. Embry voltou logo com um copo de água nas mãos.
- Toma, se acalma depois me conta o que aconteceu. – Tomei dois goles de água, era só o que eu conseguia pois eu sentia minha garganta apertada – E ai, por que você está assim?
Respirei fundo, eu ia mesmo contar tudo pro Embry? Sim eu ia e tomara que ele ficasse bravo o suficiente pra quebrar a cara do Jacob.
- Ontem durante a festa de Emily, Jake me levou para conhecer uma caverna que ele descobriu nas pedras perto do mar. O lugar é muito lindo. Nós ficamos ali conversando sobre... nós... e a gente acabou... – Embry inspirou profundamente e eu vi ele trincar o maxilar, o que eu estava fazendo? Eu ia magoar ele de novo! – Deixa Emb, eu não posso conversar sobre isso com você, não posso te magoar de novo.
- , eu quero saber por que eu te encontrei chorando tanto e tão nervosa. Não importa o que seja, pode me falar, qualquer coisa.
- A gente ficou junto Embry – falei de uma vez.
- Junto como?
- Junto Embry, eu e o Jake...
- Você e o Jake?...
- A gente transou Embry – sussurrei – caramba você é lento às vezes.
- Não é questão de ser lento – ele falou abaixando a cabeça, apoiando-a nas mãos – é só que eu não queria imaginar que foi isso que vocês fizeram...
- Desculpa Embry. – falei me levantando – Meu Deus eu aqui pensando só em me desabafar e me esqueci completamente de você, dos seus sentimentos... droga eu vou embora.
- Não , fica – ele veio até mim e segurou minhas mãos – eu é que tenho que pedir desculpas, você sempre deixou claro que queria só a minha amizade... você gosta dele não é? – fiz que sim com a cabeça – Então você tinha que estar feliz!
- É eu tinha – voltei a me sentar – e estaria, se ele não tivesse me dado um fora hoje de manhã.
- Como assim te dado um fora?
- Ele veio com uma conversa fiada que não podia ficar comigo por causa de um tal de um im... qualquer coisa...
- Imprinting?
- É essa coisa ai mesmo.
- O que mais Jake falou com você? O que ele falou que é o imprinting?
- Diz ele que é a forma que vocês quileutes tem de encontrar a alma gêmea... mas pra mim isso é a forma dele dizer que só queria se divertir comigo e mais nada.
- Jacob é um idiota. – Embry falou andando de um lado pro outro - eu devia ir lá e arrebentar ele.
- Eu ia ficar feliz se você fizesse isso. – falei – Sabe o que me dá mais raiva?
- O quê?
- Eu não consigo odiá-lo. – falei voltando a chorar – Eu tento, mas não consigo odiá-lo! Eu queria ir lá na casa dele agora e socar a cara dele até me cansar, mas eu não consigo. É como se feri-lo fosse me ferir também.
- Isso é porque você o ama.
- Eu não quero amar alguém que faz comigo o que Jake fez – choraminguei.
- , eu sei que talvez seja cedo – Embry começou a falar meio sem jeito – pode parecer meio sem noção também considerando o que você passou... eu só queria... eu só queria que você soubesse que eu estou disposto a cuidar do seu coração... se você me der uma chance, eu sei que posso te fazer feliz.
- Eu não sei se consigo, Emb. – sussurrei. Eu queria dar uma chance pro Embry, apesar de não ter nem um dia que eu e Jake... só de lembrar me dava vontade de chorar de novo.
- Tudo bem , esquece o que eu falei – ele me abraçou quando comecei a chorar de novo – eu não devia ter dito nada.
- Não... não é isso – falei entre soluços passando a olhá-lo nos olhos– eu quero muito tentar ser feliz com você – vi um pequeno sorriso se abrir nos lábios dele – mas e o que todos iriam falar de mim? Eu ia virar a forasteira vagabunda que fica com todo mundo.
- Hey, hey – ele segurou meu rosto entre as mãos – ninguém nunca vai falar isso de você, ouviu?... Escuta, alguém além de mim sabe o que aconteceu com você e Jake?
- Acho que não... – falei – Por quê?
- Eu vou conversar com ele, independente de você ficar comigo, vou mandar ele ficar calado e não falar nada pra ninguém.
- Você acha que ele vai ouvir?
- Ele vai ter que ouvir. – ele falou se levantando, antes ele me deu um beijo na testa.
- Quer ficar aqui um pouco? – ele perguntou – eu tenho que trabalhar, mas você pode ficar aqui.
- Se não tiver problema – falei – eu não quero topar com Jake agora.
- Não tem problema nenhum – ele sorriu – sinta-se em casa, fique à vontade pra tomar um banho se quiser, dormir, comer alguma coisa...
- Obrigada Emb.
- Eu venho almoçar com você. – ele me deu mais um beijo no rosto e saiu.
...
POV – Embry
Minha vontade agora era arrebentar o Jake. Que ele é um imbecil, todo mundo sabe, desde a época de Bella, mas agora ele ultrapassou todos os limites, e querendo ou não ele ia me ouvir.
Cheguei à casa dele e fui direto pra garagem, eu podia ouvi-lo lá. Entrei sem falar nada e escorei na moto dele que estava parada na entrada. Fiquei quieto apenas controlando minha respiração pra ver se me acalmava, por que eu queria muito que meu punho se encontrasse com a cara de Jake, mas disse que feri-lo era o mesmo que feri-la, então eu não ia bater nele, por enquanto.
- O que você quer Embry? – Jake perguntou sem se virar para me olhar.
- Bater em você, muito. Mas infelizmente isso eu não posso, então eu vim aqui só pra te dar um aviso, ok?
- Então fala logo - ele falou irritado.
- Fica. Longe. De. . – falei cada palavra pausadamente. Jake se virou finalmente me olhando.
- Ela mora na minha casa, vai ser difícil ficar longe dela.
- Acho que depois do que você fez ontem não vai ser difícil ficar longe dela, eu duvido que ela queria olhar pra você de novo.
- Do que você ta falando? O que eu fiz ontem? – ele se fez de desentendido.
- Você transou com ela e deu um pé nela hoje de manhã!
- Ela te contou?
- Contou. Por mais que me doesse ouvir eu pedi pra ela me contar, porque eu queria saber o motivo dela estar chorando tanto hoje de manhã.
- Eu não queria magoá-la. – ele falou olhando pro chão, visivelmente envergonhado.
- Bom, agora é tarde, a merda ta feita e você já a magoou. – me aproximei dele, eu não queria ter raiva de
Jake, ele era meu amigo desde sempre – Olha só Jake, eu pedi a ela que me deixasse tentar consertar o que você fez, eu quero ter a chance de faze-la feliz, mas ela tem medo do que vão pensar dela aqui em La Push.
- Como assim o que vão falar dela?
- O que você acha que as pessoas de uma reserva pequena como a nossa vão falar de uma garota que dorme com um em um dia e aparece namorando com outro no dia seguinte?
- Mas ninguém vai saber que ela dormiu comigo. – ele falou me encarando.
- Você me garante isso?
- É claro que eu garanto Embry, eu não faria isso com . – eu concordei com a cabeça e ia saindo quando Jake me chamou, me virei para olhá-lo – Você vai mesmo namorar ela? – ele parecia incomodado com isso.
- Se ela me der a chance disso, sim. Por que, te incomoda?
- Não... não – ele desviou os olhos voltando a mexer no motor do carro – só a faça feliz, ok?
- Pode ter certeza que darei o meu melhor pra isso.
Voltei pra casa ansioso demais pra esperar até a hora do almoço, simplesmente peguei o celular e liguei pra loja onde estava trabalhando dizendo que não poderia ir hoje, que tinha coisas importantes pra resolver.
Entrei em casa e vi deitada no sofá vendo TV, ela estava mais tranqüila, não chorava mais, o que pra mim era um alivio, eu odiava ver os olhos azuis dela tristes. Me aproximei dela em silencio e escorei na parte de trás do sofá, onde fiquei encostado a olhando, depois de alguns minutos que ela não tinha notado a minha presença, estiquei o braço e passei a mão nos cabelos dela.
- Embry! – ela falou sorrindo pra mim – Você não disse que ia vir só na hora do almoço?
- Resolvi vir mais cedo – falei – Como você está?
- Melhor.
- Eu conversei com Jake – ela se sentou melhor me olhando com os olhos tristes, dei a volta no sofá e agachei de frente pra ela – ele disse que não vai falar nada pra ninguém.
- Acho que isso é bom... – ela falou simplesmente e começou a fitar as mãos.
- Eu vou estar aqui, se você precisar de mim, ok? – falei tentando tirar de alguma maneira a tristeza dos olhos dela – Digo se você precisar de um amigo, não precisa se preocupar com as coisas que falei mais cedo, ou com o que eu sinto... – ia falar mais, mas fui interrompido pelos lábios de que estavam colados nos meus.
- Eu só preciso de uma chance pra ser feliz – ela sussurrou contra meus lábios.
- Se depender de mim você vai ser muito feliz – falei voltando a beijá-la.
POV – Jake
ia ser feliz com Embry, não ia? Ele gosta dela de verdade e ela pode aprender a gostar dele. Eu poderia ficar tranqüilo que ela não sofreria quando o meu imprinting aparecesse... então por que saber que Embry a pediria em namoro me incomodava tanto? Por que saber que ela beijaria outro cara doía em mim como se mil facas estivessem se enterrando no meu peito? Eu queria correr até ela e pedir desculpas por tudo o que eu tinha falado, queria dizer pra ela que eu era um idiota e que tudo o que eu queria era tê-la do meu lado, mas isso eu não podia fazer, porque a merda da minha consciência gritava pra mim que quando meu imprinting aparecesse ia sofrer muito mais.
Porra ela já estava sofrendo, e assim como eu pensei lá na caverna, me doía na alma saber disso. Mas mesmo que doesse tanto, era melhor ela sofrer agora, a dor ia ser menor porque o que tivemos ainda não estava tão enraizado. Provavelmente Embry ia fazer ela esquecer de ontem... talvez ele até desse a ela uma experiência melhor.
Sem minha autorização as imagens de nua surgiram na minha cabeça, dessa vez ela estava numa cama, e não no chão da caverna, mas ela continuava linda com um tom de rosa encantador nas bochechas... de repente a idéia de que não seria eu a possuí-la ali e sim Embry, me fez enxergar tudo vermelho, sem que eu me desse conta meus lábios rosnaram um ‘minha’, como se algo dentro de mim reivindicasse .
Larguei tudo o que estava fazendo e corri até a casa de Quill, eu tinha que conversar com o velho Ateara, eu faria isso com meu pai, mas infelizmente o velho não estava aqui pra me ajudar. Sue talvez pudesse responder minhas perguntas, mas ainda assim eu tinha o avô de Quill como a melhor opção, ele era mais velho, estava a mais tempo no conselho e com certeza tinha as respostas pras minhas perguntas.
As imagens de e Embry juntos continuavam rodando na minha cabeça, mais um rosnado e mais uma vez a palavra ‘minha’ dançou nos meus lábios. Podia parecer loucura, mas era meu lobo que a reivindicava pra ele. A minha razão gritava que eu não podia ficar com , mas meu lobo mostrava o contrario. Ela era dele. Mas como? Se o imprinting era exatamente a escolha do meu lobo... como ele podia estar escolhendo ?
N/a: Aposto que a maioria de vcs está gritando pro computador "Porque ela é sua seu besta!"... Calma gente as coisas vão se acertar... mas aviso que Jake vai sofrer um bocadinho até lá.... Poxa eu amo o lobinho de paixão, mas ele tem que pagar pelo que fez com a PP... To errada???? Como att é tripla, ai vai o proximo *apontaprabaixo*.... Bjos
CAPITULO 19 - COMPLICAÇÕES
POV – Jake
Corri até a casa de Quill passando por onde ninguém me veria correr numa velocidade inumana. Bati na porta com um pouco mais de força, o que não fiz por querer e sim por estar ansioso demais. Quill abriu a porta com cara de quem estava dormindo.
- Que é Jake, eu acabei de chegar da ronda, será que é muito querer dormir um pouco?
- Eu preciso falar com seu avô. – falei depressa.
- Ele ta no escritório do conselho.
- Droga – falei voltando a correr.
- De nada – ouvi Quill gritar antes de fechar a porta.
Corri mais um pouco, agora numa velocidade normal, afinal o escritório do conselho ficava no centro da reserva. Lá eu vi Sue e o Sr. Ateara conversando com um casal de turistas que queriam tirar umas fotos das praias, e como todo turista que vem aqui sabe, para se tirar fotos é necessário autorização do conselho.* O que é feito mais por segurança, vai que por vacilo de um dos lobos um turista fotografa a criatura imensa... daí pra cair na internet e a reserva virar um circo é um pulo só.
O casal saiu do escritório com a autorização para fotografar apenas as praias e com um guia que iria junto para garantir que isso não fosse desconsiderado, o guia que por acaso era o Brad, um dos últimos a entrar pra matilha, o conselho podia parecer rígido com essas ‘leis’, mas na maioria das vezes era isso que garantia o nosso segredo bem guardado.
- Jacob! – Sue me cumprimentou quando ia saindo. – Como está.
- Bem – falei – na medida do possível.
- Precisa de alguma coisa?
- Só conversar com o Senhor Ateara...
- Tudo bem, eu vou indo, tenho que preparar o almoço do Seth e da Leah. – ela ia sair, mas se virou pra mim mais uma vez – a propósito, obrigada pelo que fez ontem, não sei o que deu na Leah, nunca imaginei que ela pudesse fazer uma cena daquelas.
- Ela só estava se sentindo ferida Sue. – falei – Leah é uma boa pessoa...
- Eu sei, obrigada mais uma vez Jacob. – dito isso ela saiu, no mesmo instante o Sr. Ateara apareceu na minha frente.
- Jacob, precisando de algo?
- Respostas – falei me sentando numa das poltronas que tinha na pequena sala.
- E quais são as perguntas? – ele se dirigiu à porta fechando-a para que não fossemos interrompidos e se sentou na minha frente.
- Tem como um lobo se interessar pelo imprinting do outro? – perguntei sem fazer rodeios.
- Bom isso nunca aconteceu na história, mas um guerreiro lobo também é um homem, ou seja, ele pode olhar uma mulher mesmo que ela seja comprometida.
- Mas eu não to falando só de olhar, eu to falando de desejar, de querer estar com ela, de lutar pela felicidade dela.
- Olha só Jacob, quando um imprinting acontece, todos os lobos recebem algo como um aviso no interior deles, dizendo que aquela mulher não pode ser desejada. É como se um lobo mostrasse para o outro que aquela é a escolhida dele. – ele explicou – o que aconteceu para surgirem essas perguntas?
Ponderei por alguns instantes se contar tudo para o senhor Ateara era a melhor opção, mas decidi omitir a parte sobre o sonho com minha mãe. Não é porque Seth não me achou louco que o Sr. Ateara também não acharia.
- Sabe a ? – perguntei.
- A garota da Califórnia? – fiz que sim com a cabeça – O que tem ela?
- Eu acho que eu e Embry temos a mesma atração por ela... – ele me olhou como quem pergunta ‘e o que isso tem haver com o imprinting?’ – eu sinto como se houvesse um imã que me puxa pra ela o tempo todo, e desde que eu a conheci que Bella perdeu toda a importância que tinha sobre mim. O meu primeiro pensamento do dia é e o meu ultimo também é. Eu sinto como se ela fosse tudo o que eu preciso pra viver. E eu sei que Embry se sente do mesmo jeito.
- Isso é porque vocês dois estão apaixonados por ela. Não quer dizer que vocês sofreram imprinting pela mesma garota.
- E ainda tem o Seth – falei ignorando o que ele tinha acabado de dizer.
- O que tem o Seth?
- Ele também fica pajeando ela, cercando o tempo todo... apesar dele tratá-la mais como um irmão...
- Bom com o Seth parece ser outra coisa, talvez ele veja nessa garota, , uma reposição do que Leah não é. Seth provavelmente sente necessidade de proteger a Leah, mas ela não permite então ele encontrou a chance protegendo , mas isso é um caso a parte... vamos voltar ao que você dizia. – ele respirou fundo e se inclinou para a frente, apoiando os cotovelos nos joelhos – Jake, quando um imprinting acontece, não tem como não saber que ele esta acontecendo. É o tipo de coisa que muda tudo dentro e fora de você.
- Acho que entendi – falei me convencendo de que não era meu imprinting, nem o de Embry, afinal se fosse ele já a teria reivindicado pra ele. Mas eu ainda teria que conversar com ele, afinal estando com ele também corre risco de sofrer quando Embry tiver um imprinting – Obrigado... tio**. – falei me levantando.
- Estarei aqui sempre que precisar. – ele sorriu pra mim. Eu abri a porta e sai.
Chovia – pra variar – e eu decidir ir andando devagar. As gotas frias caíam sobre minha pele e eu esperava que essa chuva levasse embora a confusão que estava na minha cabeça e principalmente no meu coração.
Nem sei quanto tempo levou pra que eu chegasse em casa, tomei um banho e me joguei na cama, eu queria dormir e não acordar mais, mas acho que isso não me era permitido, caso contrario a porcaria da minha vida teria acabado tempos atrás, quando o vampiro quebrou meus ossos... tentei dormir, mas isso eu também não conseguia. Fiquei lá deitado, esperando a vida passar.
No silencio do meu quarto eu podia ouvir todos os sons que me cercavam, até mesmo os distantes. Eu ouvia as pessoas passando na rua, ouvia os carros na rodovia, ouvia a água do mar se chocando com as pedras na praia. Esse som me trouxe lembranças da noite passada, a única noite que esteve nos meus braços.
- Traz meu imprinting logo, mãe... essa espera dói. – sussurrei pro vento.
Voltei a me concentrar nos sons a minha volta, mas antes não tivesse feito isso. O som que chegou aos meus ouvidos foi o equivalente a um soco no estômago.
- Então eu te pego amanhã?... Minha namorada. – Embry falou e eu podia até ver o sorriso que ele trazia nos lábios.
- Pra que esse trabalho todo? Você trabalha aqui na reserva, não faz sentido você me levar em Forks e voltar, eu posso ir sozinha. – retrucou.
- Então eu posso vir te ver antes de você sair? – ele pediu.
- Não sei por que, mas pode. – Pelo som da voz dela ela sorria.
- Então até amanhã, namorada. – Ele pôs uma entonação diferente, como se quisesse provar pra alguém aquilo que dizia. Claro que o alguém era eu, Embry sabia que eu estava aqui dentro, ele queria me provocar.
- Idiota. – falei sabendo que ele ouviria.
- Boa Noite Emb. – um som de estalo, um selinho, óbvio.
- Humpf – Embry bufou – Não quero só isso.
A partir daí eu resolvi ignorar os dois lá fora, ou eu ia pirar de vez. Um tempo depois eu a ouvi entrar, seus passos soavam leves no piso de madeira, meu coração acelerou, minhas pernas queriam que eu me levantasse e fosse até lá, meu lobo queria que eu a tomasse nos meus braços e a fizesse minha de novo, mas eu não podia. Sai do meu quarto assim que ouvi a porta do quarto dela se fechar. Eu iria para a ronda, andar pela praia, pra qualquer lugar, desde que esse lugar fosse longe de .
Ainda chovia, mas isso não fazia a menor diferença pra mim. Sai andando sem rumo, minhas pernas tinham vida própria, quando percebi estava parado na entrada da caverna. Tentei avançar um passo para o meu refugio, mas eu não conseguia, eu tinha perdido aquele lugar também? Já não bastavam todas as perdas que tive na vida? Perdi minha mãe, perdi Bella, perdi meu pai, perdi minha sanidade, perdi ... o problema todo era eu, eu não fazia as coisas direito, eu sempre metia os pés pelas mãos.
Era só pensar um pouco, fora a minha mãe todas as outras perdas eram minha culpa. Eu perdi Bella porque fui fraco e não lutei um pouco mais por ela, eu devia ter me arriscado mais, devia ter enfrentado Edward. Eu perdi meu pai porque o deixei sozinho, eu fiquei tão afogado na minha dor, que não prestei atenção nele e o dei de bandeja pro sanguessuga o matar. Eu perdi porque sou idiota o suficiente pra isso... não, eu não havia perdido . Ela era apenas proibida pra mim, algo que por mais que eu esticasse as mãos eu nunca alcançaria.
Fiquei ali pelo que me pareceram horas, eu devia ir para a ronda, afinal eu agora era o alpha, mas eu não tinha cabeça pra isso agora, se eu me transformasse tudo o que eu ia conseguir era enlouquecer os garotos com meus próprios problemas, mas talvez estar na ronda, saber como iam as coisas pra eles, me ocupar dos conflitos deles era o que eu precisava. Me levantei decidido a cumprir meu papel de alpha. Eu tinha responsabilidades com a reserva, não podia deixar meus problemas interferirem nisso.
POV – Terry
Realmente o problema era com Jake, será que ainda cabia mais um pouco de idiotice nele? Ta certo eu queria voltar à vida só pra ir lá e arrebentar ele pelo que ele fez com minha irmã, mas como eu não podia fazer isso... eu ainda tentei ajudar o cara, mas ele me ouviu? Obvio que não! Fui eu quem fez o lobo dele se ‘revoltar’ e querer de qualquer maneira minha irmã. Que Patch não saiba... mas acontece que Jacob consegue ser muito, muito mais burro que eu supus.
- Meu Deus, a raiva nesse quarto é palpável... – Patch entrou no meu quarto reclamando – Eu não sei se você sabe Terry, mas raiva é a primeira parcela da passagem pro inferno...
- Eu tenho meu direito de ficar irritado, esse Black é mais burro que tudo! – falei – Eu ainda acho que não foi boa idéia Sara ter falado com ele que o imprinting ia chegar.
- Meu filho estava sofrendo, Terry. Eu falei com ele o que ele precisava ouvir! – Sara também apareceu reclamando, seu marido apareceu atrás dela. Billy Black aparentava estar bem mais jovem e agora sem a cadeira de rodas – O que você diria para consolar ? Tenho certeza que você faria algo parecido pra tirar a dor do coração dela.
- Tá, ta, ta... – falei me rendendo – Me desculpe pela minha opinião, apesar de ainda achar que seu filho é meio lerdo...
- Será que eu posso conversar um pouco com Terry? – Billy perguntou com sua voz grossa ressoando pelo quarto.
- Claro – Patch respondeu saindo e levando Sara com ele, ela como sempre sorriu para o marido daquele jeito que parece que os dois estão tendo uma conversa particular por pensamentos.
Depois que os dois saíram Billy se aproximou de mim e pos uma das mãos no meu ombro.
- Vamos dar uma volta – em segundos estávamos na floresta de La Push. Eu gostava daqui, era o tipo de lugar que eu gostaria de ter conhecido quando era vivo. – Sabe Terry, tem coisas no imprinting que ninguém sabe explicar, outras que ninguém conhece. Eu sei que é difícil entender a resistência do meu filho à sua irmã, mas para e pensa, Jacob lutou muito por Bella, não só por amá-la, mas também porque ele não queria vê-la perder sua humanidade. Ele despendeu tempo, energia e amor demais por alguém que não retribuiu da maneira que ele esperava, quando Sara falou com ele que a escolhida dele ia chegar, que ela ia levar embora a dor que tomava o coração dele, meu filho se agarrou a isso com todas as forças, esse era seu bote salva-vidas, era a única saída do oceano de dor que ele enfrentava.
Billy me olhou com os olhos sábios e astutos, olhos de quem tinha vivido muito, e continuou.
- Eu conheço meu filho o suficiente pra te afirmar com toda certeza que ele tem medo de abrir mão da certeza que Sara deu a ele pra ficar com sua irmã. Ele não consegue ver ainda que ela é o imprinting dele por causa do Embry... todos os quileutes que sabem do segredo dos lobos cresceu e viveu com a ideia que dois lobos não dividem o mesmo imprinting...
- Ta ai outra coisa que eu não entendo, por que diabos o Embry tem que estar rodeando o tempo todo? Por que ele não acha um imprinting pra ele e deixa minha irmã ser feliz com Jacob?
- Isso é outro assunto e agora não é hora de abordá-lo.
- E quando vai ser? – perguntei.
- Em breve. – Billy sorriu e nós nos concentramos pra voltar pro meu quarto. – Paciência Terry, essa é uma das maiores virtudes... e não sinta raiva do meu filho, ele é mais vitima nessa história que você imagina.
Billy saiu do meu quarto ainda sorrindo e eu fiquei ali pensando. Jacob tinha arrumado a maior confusão depois da noite dele e de – só de lembrar disso meu sangue fervia, se é que eu ainda tenho sangue... – ele ter dispensado ela daquele jeito não foi certo, mas também tinha sua parcela de culpa... afinal ele foi sincero – parcialmente pelo menos – ao falar do imprinting e ela não acreditou. Eu tinha que arranjar um jeito de fazer ela entender isso, mas como?
Uma idéia brotou na minha cabeça... Talvez se ela tivesse uma amiga com quem conversar. não tinha muitas amigas na Califórnia, mas tinha uma pessoa que eu sabia que era perfeita pra conversar com minha irmã.
Não demorou nada e eu me materializei no local desejado. As coisas de ‘espírito’ agora eram mais fáceis pra mim. Mel estava deitada na cama dela, um livro no colo, um abajur aceso ao lado. Ela estava linda como sempre. Provavelmente havia adormecido enquanto lia. Me aproximei devagar pra ver o que ela estava lendo e tive que sorrir. Um amor para recordar, de Nicholas Sparks. já tinha me obrigado a ver o filme com ela, eu me lembrava do dia, ela chorou feito um bebê... Mel também estava lá, ela também chorava.
Me concentrei na cena final do filme, onde o personagem principal estava numa doca, olhando o rio enquanto pensava na garota, que tinha o feito descobrir o amor, que o tinha feito mudar, ser uma pessoa melhor. Eu coloquei Mel lá naquela doca, no lugar do carinha do filme. E ai entrei no sonho...
- Oi pequena – falei me aproximando devagar. Ela estava perfeita ali naquele cenário.
- Terry! – ela exclamou se virando pra me olhar. Eu não resisti e me aproximei dela, eu precisava tê-la próxima de mim. Eu sabia que não era real, mas eu não era real, então pra mim estava mais que bom. – Oh meu Deus, eu to sonhando com você de novo – ela falou me abraçando – mas parece ser tão mais real...
- Eu sei pequena, mas não é. É só um sonho...
- Por que você se foi, Terry? Logo quando a gente ia ser feliz... – uma lágrima rolou pelo rosto dela, eu a capturei com um beijo.
- Não chora pequena, eu to bem... e eu quero que você fique bem também. Você e ... por favor.
- ... ninguém sabe dela. Parece que ela fugiu sem dar noticia pra ninguém, seu pai ta louco atrás dela...
- E... minha mãe? – perguntei. Esse tempo todo observando apenas eu nem me lembrava de olhar pelos meus pais... minha mãe devia estar sofrendo bastante.
- Tá mal Terry, eu não vou mentir. Eu já vi a tia Violet dar crises depois que você... que você...se foi, mas ultimamente tem sido pior...
Respirei fundo, saber disso não era bom, mas eu não podia me ater a isso, eu tinha que arrumar um jeito delas se comunicarem.
- Mel, eu preciso que faça uma coisa por mim. – falei ela assentiu – preciso que você mande um e-mail pra minha irmã.
- Eu não sei se ela vai ler... – Mel falou – Mas eu posso tentar, o que você quer que eu fale com ela?
- Qualquer coisa, eu só quero que ela saiba que não ta sozinha, que você se lembra dela...
- Claro, claro, eu mando sim. – ela voltou a me abraçar.
- Agora eu tenho que ir.
- Não vai não... – ela choramingou.
- Eu tenho... nem podia estar aqui, provavelmente vou levar uma bronca...
- De quem?
- Ninguém... eu só preciso ir. Fiquei bem... e seja feliz, ok?
- Eu vou tentar... – Ela sussurrou. Eu não resisti ao impulso e meus lábios se encontraram com os dela. Não trocamos um beijo longo, foi apenas um selinho.
- Vou roubar a falar de um filme, você se importa? – ela negou com a cabeça – “Nosso amor é como o vento... você não pode vê-lo, mas pode senti-lo”.***
Então eu sai de lá rápido, caso contrario eu nunca sairia. Assim que me materializei de volta no meu quarto dei de cara com Patch.
- Quantas vezes vou ter que repetir pra você não fazer isso? – ele falou calmo, mas seu tom de voz era bem severo.
- Desculpa, eu... – não sabia o que falar, ou eu contava a verdade, que ele provavelmente já sabia ou eu mentia, coisa que eu tinha a impressão ser a segunda parcela da passagem pro inferno...
- Não precisa explicar, eu sei o que você fez... você só não sabe que isso vai desencadear coisas das quais você pode não gostar... então, NÃO reclame depois. – ele falou e saiu me deixando pra trás com uma interrogação do tamanho do Grand Canion na cabeça.
* De acordo com o site www.quileutenation.org em alguns lugares da reserva os turistas precisam de autorização para fotografar.
** Não sei se vcs se lembram, mas no livro Lua Nova Jake conta pra Bella que Quill Ateara, bisavô de Quill era avô da mãe dele (Sara Black) e que ele é primo em segundo grau de Quill (lobo). Sendo assim o avô de Quill é tio de Sara e consequentemente tio avô de Jake. (Deu pra entender minha confusão????kkkkk)
*** A frase que Terry falou é do filme ‘Um Amor pra Recordar’. A versão certa é “Nosso amor é como o vento, não posso vê-lo, mas posso senti-lo.” Eu mudei pra poder encaixar melhor na cena...
CAPITULO 20 - IMPRINTING PARTE I
Dois meses depois...POV –
O dia estava mais que lindo em La Push, era como se tivesse colocado First Beach na Califórnia. Mas o que tornava tudo tão lindo não era o sol brilhante sobre minha cabeça, nem era a água da praia... o que deixava tudo perfeito era Jacob me olhando com um sorriso sacana no rosto. Eu sabia que tinha que correr, o motivo nem passava pela minha cabeça.
Comecei a correr pela praia, mas não consegui avançar muito, pois mãos quentes me alcançaram me jogando na areia. Nós dois riamos muito, mas meus risos foram interrompidos pelos lábios dele que me devoravam num beijo avassalador. Suas mão subiam pelas minhas pernas até chegarem ao cós da calcinha do meu biquíni.
Os dedos quentes me invadiram sem pedir permissão, me fazendo arfar contra a boca dele.
- Sempre pronta pra mim... – ele sussurrou no meu ouvido mordendo o lóbulo em seguida – Não dá pra esperar, amor, vai ter que ser aqui mesmo.
Minha resposta foi um gemido alto. Minha calcinha foi parar em qualquer lugar sobre a areia e Jake se posicionou na minha entrada. Um único impulso pra frente e ele estaria dentro de mim...
Acordei assustada, o sonho tinha sido real demais, e meu corpo e meu coração queriam que fosse real. Eu estava suada e ofegante e precisava de um banho, na verdade eu precisava de outra coisa, algo grande, forte e quente que dormia há dois quartos de distancia do meu. Como nada é fácil, as palavras de Jake na manhã seguinte a nossa única noite juntos vieram à minha cabeça: ‘Não dá pra ignorar o imprinting . E eu não posso ficar com você correndo o risco da minha escolhida chegar’. Tirei meu pijama suado, me enrolei na toalha eu realmente precisava de um banho.
Assim que minhas mãos tocaram a maçaneta da porta do banheiro, a mesma se abriu e Jake saiu de lá com uma toalha enrolada na cintura e algumas gotas de água escorrendo pelo peitoral forte. Droga. Essa definitivamente não era a imagem que eu precisava agora. E como se fosse pra me tentar ainda mais uma gota escorreu do lado direito do peito dele, se desviando no meio do caminho e descendo pelo centro da barriga, indo parar exatamente na borda da toalha onde eu sabia que o que estava guardado ali era exatamente o que eu queria agora.
- Você está bem? – a voz rouca dele cortou o ar.
- Estou – falei – eu só quero tomar um banho.
- Claro – ele saiu da porta e eu passei me desviando dele – Er... durma bem. – ele falou antes de se virar na direção do quarto dele. É difícil depois dessa imagem sua. Pensei.
Tomei um banho rápido e voltei para o quarto, eu precisava dormir, amanhã tinha que trabalhar cedo.
oOo
As coisas não estavam sendo nada fáceis. Meu ‘namoro’ com Embry estava indo... nem bem nem mal, apenas seguindo. As coisas iam bem até mais ou menos uma semana atrás.
Flashback on
Estávamos na sala da casa de Embry, uma vez que não dava pra namorar na praia por estar frio demais nem na ‘minha’ casa, onde eu não queria encontrar Jacob. Eu deixava esses encontros pras horas inevitáveis.
Embry era mais que carinhoso, nosso namoro não passava de beijos – isso mesmo, nem um amasso, nem nada mais longe que beijos – mas especialmente hoje Embry parecia estar mais afoito. Seus beijos eram mais urgentes, suas mãos estavam mais, digamos, agitadas, tanto que quando percebi eu estava deitada com ele em cima de mim, e sua mão insistindo em subir por baixo da minha blusa.
- Embry... – sussurrei quando seus lábios deixaram os meus e se moveram para o meu pescoço - ...rápido demais... – Ele levantou a cabeça e me olhou com os olhos escuros.
- Como assim? – empurrei ele para que eu pudesse me sentar.
- Eu ainda não to preparada pra isso. – falei sabendo que ele entenderia a que eu me referia.
- Sim, mas nós não precisamos fazer nada. – ele voltou a se inclinar pra mim, com intenção de me beijar – a gente pode só se curtir.
Seus lábios voltaram a tomar os meus. Dessa vez ele me puxou e me colocou sentada no seu colo, com uma perna de cada lado dele, de modo que eu pude claramente sentir o quão ‘animado’ ele estava. Suas mãos foram para o meu quadril e de lá começaram a subir novamente por baixo da minha blusa.
Foi então que as lembranças surgiram... o toque suave, as caricias, os beijos e depois a decepção, a desilusão... quem me garantia que Embry não fosse fazer a mesma coisa que Jake? Quem me garante que ele não vai usar a mesma desculpa que Jake usou pra me deixar depois? Foi com essas duvidas todas que eu me soltei do braços de Embry e me levantei.
- Eu preciso ir embora – falei e sem esperar resposta dele sai correndo.
Flashback off
Eu devia me sentir culpada por isso, por meu namoro com Embry ter esfriado depois disso, mas eu não me sentia. Eu não podia ser condenada pelo medo que eu tinha de ser abandonada outra vez depois de me entregar, eu já me sentia pequena e sozinha o suficiente.
Eu sentia falta de alguém pra conversar, essa era a verdade. As meninas da reserva eram bem legais comigo – com exceção de Leah, claro – mas eu não conseguia ver em nenhuma delas uma amiga de verdade... isso me fazia lembrar do e-mail que recebi algumas semanas atrás. Tirei o papel do bolso da calça e o reli pelo que parecia ser a milésima vez.
‘Oi , nem sei por que estou escrevendo esse e-mail, você provavelmente não vai responder. Se você quisesse manter contato, teria deixado pelo menos uma pista do lugar onde está se escondendo.
Na verdade eu sei sim por que estou escrevendo... eu sonhei com Terry... não foi nada demais, não... ele pedia no sonho para eu entrar em contato com você... eu sei que não faz muito sentido, sabe, mas eu meio que senti necessidade em fazer isso.
Eu sei que dói a falta dele, , mas acho que fugir não resolve nada... bom eu não quero julgar você, sei que seu relacionamento com seus pais não era fácil, mas se você quiser uma amiga... você sabe que eu estou por aqui...
Olha se a questão é não querer que seus pais saibam onde você está, eu não conto pra eles, prometo. Ou então me dê um numero de telefone pra que eu possa te ligar. Eu sinto sua falta... pra mim foi, melhor, ainda é, difícil demais eu perdi meu primeiro amor e minha amiga.
Acho que vou parar por aqui, já não to escrevendo nada com nada sem contar que já estou chorando... fiquei bem , se cuide e se um dia se sentir preparada pra conversar, me procure.
Beijos... Mel...’
Eu havia respondido o e-mail dela, Mel era o mais perto de uma amiga que eu tive em toda minha vida. Eu contei a ela sobre minha vida aqui, sobre a reserva e como todos eram carinhosos e atenciosos. E contei sobre Jake... é pode parecer ter sido loucura, mas eu tinha que desabafar com alguém, que não fosse Embry.
- Boa tarde, será que você pode me ajudar? – desviei os olhos do e-mail de Mel, que voltei a dobrar e por no bolso, e me dirigi até a cliente que acabava de entrar na loja, mas meus pés estacaram no mesmo lugar.
- Mel? – praticamente gritei correndo até ela – OMG, como você... O que... Quando... – eu estava tão chocada em vê-la aqui que não consegui formular uma frase coerente.
- Calma , sou só eu. – ela falou rindo.
- Meu Deus você está linda! – falei. E realmente, ela estava. Não que Mel não fosse linda, mas ela estava bem mais agora.
- Eu? Olha só pra você! Quem diria que a falta de sol lhe faria tão bem... – o som do sininho da porta chamou nossa atenção.
- Olha só está quase na hora de fechar, me espera um pouco e nós conversamos, ok? – falei quando vi um senhor entrar na loja.
- Claro, vai lá faz seu trabalho e eu fico aqui esperando.
Fui até o senhor, que eu já conhecia bem, pois ele estava aqui uma vez por semana comprando material para pesca. Eu já sabia o que ele queria, então atendê-lo foi rápido. Logo que ele saiu eu fui até o escritório avisar Diana que já era hora fechar a loja. Ultimamente ela tem tentado dar uma organizada nos documentos da Newton’s então se eu não lembrá-la de fechar, ela fica aqui até altas horas.
Depois de apresentar Mel pra Diana e fechar a loja nós seguimos pra casa. Seria melhor conversar com ela lá, apesar de eu correr o risco de ver Jake, coisa que eu fazia o possível para evitar.
- O carro do Terry – Mel falou quando viu como iríamos pra casa.
- Eu precisava de um pra ir embora – falei – acho que ele não se importaria...
- De você pegar? – ela me olhou e sorriu, um sorriso fraco, eu imaginava como estavam as lembranças dela – Definitivamente ele não se importaria. Acho que não existia pessoa mais importante pro Terry que você...
- Você também era – completei – Ele te amava, Mel...
- Eu sei, ele confessou isso pra mim, uma noite antes do acidente. – algumas lágrimas escapavam dos olhos dela – Eu sinto tanta falta dele... – ela sussurrou e eu me aproximei para abraçá-la.
- Eu também sinto – falei, apesar de os últimos acontecimentos terem me feito pensar menos no meu irmão, a dor de não tê-lo ainda estava aqui – Mas sabe – falei me afastando dela – às vezes eu sinto como se ele ainda estivesse aqui.
- Engraçado eu também sinto. – Mel sorriu, um sorriso mais autentico agora – Tia Violet quase pirou quando soube que você tinha pego o carro...
- Violet não precisa de um motivo para pirar... – respondi fria, eu não queria falar dela agora.
- Tio George sente sua falta... – Mel falou me olhando com olhos sérios.
- Você contou pra ele que eu estou aqui? – perguntei.
- Não.
- Na verdade, como você me achou? – essa era uma boa pergunta, eu não tinha dado à Mel meu endereço...
- Conhece o Google? – ela riu – Você me disse que estava morando em uma reserva indígena chamada La Push e trabalhando em uma loja de artigos esportivos em Forks... sabe quantas lojas de artigo esportivo tem aqui? – fiz que não com a cabeça – Uma. Então não foi difícil achar você.
- Isso é bom – falei – eu precisava de uma amiga...
...
- Então, ta gostando de morar aqui? – Mel perguntou quando já estávamos dentro do meu carro.
- La Push é legal – falei – É pequena, mas sei lá é aconchegante sabe?
- Imagino...
- Como eles estão... – perguntei de repente e Mel me olhou por um instante até entender de quem eu falava.
- Sua mãe está ainda muito abalada, apesar de ter tanto tempo que Terry se foi, ela ainda insiste que ele está vivo e que vai voltar... e seu pai, bom ele está bem triste, um mês depois que você foi embora ele passou a presidência da empresa pra outra pessoa e se enfiou em casa... é muito raro vê-lo sair de lá...
- Eles amavam muito o Terry, não deve estar sendo fácil aceitar que ele não está vivo mais... – falei, um bolo começava a se formar na minha garganta, eu queria que Mel falasse que eles sentiam minha falta, que eles me queriam de volta, mas isso era pedir demais.
Entrei na reserva e a primeira pessoa que vi foi Seth, caminhando devagar. Parei o carro e pedi que Mel esperasse um minuto.
-Seth! – falei saindo do carro, ele parou e se virou pra mim, sorrindo em seguida. – Hey, faz tempo que não vejo você! Senti sua falta.
- Senti sua falta também baixinha. – ele me abraçou.
- Vem aqui, quero te apresentar uma pessoa. – puxei ele em direção ao meu carro e fiz sinal pra Mel descer – Seth essa é Melanie, minha amiga de Los Angeles. Mel esse é o Seth, meu ‘irmão’ de La Push.
- Oi – Mel falou e Seth enrijeceu ao meu lado. Silencio. Ele não respondeu ao cumprimento de Mel.
- Seth, acho que você tem que falar alguma coisa – falei olhando pra ele, mas o mesmo parecia congelado olhando pra Mel. – Seth? Ta tudo bem? – perguntei balançando o braço dele, ele pareceu despertar.
- O-oi. – ele gaguejou, Mel esticou a mão pra ele e que a segurou como se Mel fosse de vidro. Seth inclinou e deu um beijo no rosto dela de forma tão suave, tão carinhosa que me lembrou a forma como Jake me tratou na caverna um mês atrás.
A lembrança fez meu estomago embrulhar. Ou seria a falta de comida? Uma vez que eu não me alimentava desde o café da manhã. Eu não sei o que era, mas de repente um mal-estar se apossou de mim e eu senti o mundo rodar.
- Droga. – foi só o que eu consegui falar antes de desmaiar.
POV – Jake
Eu estava sentado na sala quando a porta foi aberta com o que era obviamente um chute. Me virei pra xingar quem quer que tivesse feito isso quando vi Seth entrar com desmaiada nos braços.
- O que aconteceu – perguntei já tomando ela dele.
- Não sei, ela desmaiou de repente. – Seth falou. Havia uma garota loira com ele, mas eu não fazia idéia de quem era, também não me apaguei a isso, era importante agora.
- É melhor chamar um médico Jake. – Seth falou enquanto eu colocava na cama.
- Faz isso –respondi me ocupando de tirar o casaco que ela vestia e as botas. – Você é? – perguntei pra garota loira que ainda estava parada na porta.
- Melanie – ela respondeu – sou amiga de , de Los Angeles...
- Prazer Melanie, eu sou Jake.
- Ah... você é o Jake... – aquilo não foi uma pergunta, foi uma constatação, mas eu ignorei, porque começava a acordar.
- Hey... você voltou – falei aliviado.
- Jake? – ela parecia confusa.
- Você desmaiou – falei – Seth já foi chamar um médico.
- Não preciso de médico – ela falou se afastando de mim – Eu só preciso comer algo, e de um banho também.
- Eu vou... pra sala. – falei, ela não me queria por perto, e eu não ia forçar, por mais que eu quisesse.
Deixei as duas no quarto e encontrei Seth voltando.
- Liguei pro Dr. Gerandy, ele disse que estará aqui em vinte minutos.
- Nada de Dr. Cullen? – perguntei espantado. Eu achei que Carlisle seria a primeira pessoa em quem Seth confiaria.
- Você disse uma vez que não quer sabendo do lado sobrenatural do mundo, então achei melhor não envolver os Cullen nisso. – ele se explicou – Como ela está.
- Já acordou e disse que vai tomar um banho e comer algo eu acho. – me joguei no sofá.
- Preciso conversar com você – Seth falou ainda parado perto do corredor que dava pros quartos. Pela cara dele ele não sabia se ia pro quarto ou conversava comigo, ele parecia dividido.
- Fala logo Seth – pedi.
- Aconteceu.
- Aconteceu o que? – me sentei direito pra ouvir o que ele ia falar.
- Imprinting.
- Com quem?
- Melanie.
- A amiga de ?
- O que tem a Mel? – perguntou parada a poucos passos de Seth. – Eu ouvi mal ou vocês falaram sobre o tal im... qualquer coisa?
- Imprinting – respondi – É nós falávamos sobre isso... lembra que eu te expliquei o que era? – tudo bem que eu não tinha dito exatamente a verdade – Pois é aconteceu com Seth e com sua amiga.
- Oi? – a tal Melanie perguntou – Eu vou querer saber o que é isso?
- Eu vou te explicar – Seth falou e esticou a mão pra ela – Você vem comigo?
- Eu devo? – Melanie perguntou .
- Se tem alguém nesse mundo em quem você pode confiar é no Seth. – sorriu pra amiga, eu posso até estar enganado, mas acho que foi uma indireta pra mim. Tipo ‘pode confiar no Seth, mas aquele ali não vale nada’. E essa doeu. – Já que você vai estar em boas mãos, eu vou tomar um banho.
Seth saiu com Melanie, foi tomar banho e eu fiquei sentado na sala com cara de idiota.
POV – Terry
Ta certo, quando Patch falou que eu não ia gostar do que tinha feito eu não só imaginei que eu iria odiar... tudo bem que esse não é um sentimento muito legal pra um aprendiz de anjo... mas não era também um ódio que me fazia querer voltar a ser vivo e matar o Seth... era mais uma inveja dele, por ele ter a chance de fazer a Mel feliz... Ta não ia ser nem um pouco fácil ver ele beijando a minha Mel, mas ela ia estar feliz não é? Acho que por isso valia a pena sofrer...
Ok, acho que eu sou bipolar.... primeiro to odiando o garoto por ele estar com a minha menina, depois to aceitando sofrer pra ele ficar com ela...
- Isso se chama aceitação – Patch falou – Eu confesso que achei que você ia xingar, quebrar tudo, querer bater em alguém... mas você está até calmo.
- Eu não posso mais ter a Mel. – falei – De que me adianta ficar sentindo raiva por ela estar vivendo?
- Meu Deus, quem é você e o que fez com o Terry? – Patch brincou.
- É aceitação. – repeti o que ele tinha dito instantes antes.
- Eu fico feliz com isso. Significa que você está evoluindo. Só falta aceitar que sua irmã tem que fazer as escolhas dela sozinha e no tempo certo.
- Ai já é pedir demais.
- Eu imaginei. – Patch falou. Em seguida Sara e Billy se aproximaram de nós.
- Convenção? De novo? – perguntei fazendo graça.
- Não... nós só queríamos estar perto de você quando você visse o que vai acontecer... – Sara falou e se sentou do meu lado.
POV Jake
O Dr. Gerandy estava demorando um pouco mais que os vinte minutos que ele havia dito que demoraria, mas eu até estava tranqüilo, tinha tomado o banho dela e feito um lanche na cozinha. Ela já tinha cor de novo e parecia estar melhor, agora ela estava sentada na sala vendo TV comigo... ok, não exatamente comigo, nós dois estávamos no mesmo ambiente, mas ela fazia questão de me ignorar. ‘Coisa boa Black, foi magoar a menina’ minha consciência me gritou.
Lembra que eu falei que parecia estar melhor? Pois é retiro o que eu disse. Por que? Simplesmente porque ela acabava de levantar correndo em direção ao banheiro onde ela vomitou todo o lanche que tinha acabado de fazer.
- Sai daqui Jacob – ela gritou pra mim que, não me pergunte por que, estava junto dela no banheiro.
- Nem pensar – falei sério – você pode estar com raiva de mim, com todos os motivos do mundo, eu sei, mas eu não vou te deixar passando mal aqui sozinha.
Onde é que estava a porra do médico que não chegava? se mexeu para levantar e eu a ajudei, ela lavou o rosto e escovou os dentes, sempre me direcionando um olhar de ‘que diabos você ta fazendo aqui?’. Coisa que eu também me perguntava, acontece que eu não conseguia fazer meu cérebro enviar uma mensagem pras minhas pernas me tirarem daqui.
- Vou pro meu quarto – falou se virando pra sair do banheiro, mas o único passo que ela deu a fez perder o equilíbrio, ela só não caiu porque eu a aparei antes.
Peguei ela no colo, mesmo com todas as suas reclamações e a coloquei na cama.
- Vou chamar outro médico – falei saindo do quarto. Pro inferno com a idéia de afastar do sobrenatural, eu não ia ficar aqui sentado esperando o velhote do Dr. Gerandy enquanto passava mal. Disquei o numero que eu pensei nunca mais ligar.
- Alô – a voz de sino de Bella falou do outro lado.
- Oi Bella – respondi.
- Jake! – eu odiava quando Bella falava assim, como se eu fosse a pessoa mais importante do mundo pra ela.
- Carlisle está ai? – cortei logo qualquer assunto que ela quisesse puxar.
- Sim, por que aconteceu alguma coisa? Você está bem?
- Chama ele pra mim.
- Jake? – Carlisle falou – algum problema?
- É a . – falei – Ela chegou em casa desmaiada e não está passando bem agora, será que tem como você vir dar uma olhada nela?
- Claro, estarei ai em dois minutos. – desligamos o telefone ao mesmo tempo.
Eu ia ter que deixar sozinha pelo tempo de avisar quem estava de ronda que Carlisle ia atravessar a fronteira. Corri até a floresta, num lugar onde ninguém me veria e eu poderia ouvir na casa – se forçasse minha audição – eu tirei minha roupa e me transformei.
Na ronda estavam Leah, Colin, Brad e Embry. Colin e Brad estava aqui mesmo na reserva, Leah e Embry estavam quase no Canadá.
‘Carlisle tem autorização pra atravessar a fronteira’ falei, todos os quatro voltaram suas mentes pra mim.
‘Aconteceu alguma coisa?’ Embry perguntou, e eu não queria, mas a imagem de desmaiada acabou surgindo na minha cabeça ‘O que aconteceu com ela?’ ele perguntou desesperado já começando a correr.
‘Eu não sei, Seth falou que ela desmaiou de repente. Mas ela já acordou, só que ainda está passando mal’. Expliquei.
‘Eu to indo pra ai’. Ele apressou a corrida.
‘Que seja’ falei 'quando Carlisle aparecer, deixem ele passar.’
Voltei à minha forma humana e corri pra casa. ainda estava no quarto, novamente pálida demais. Carlisle bateu na porta e eu não demorei a atender.
- Onde ela está – ele perguntou.
- No quarto do meu pai. – eu o segui quando ele começou a andar na direção do quarto, mas Carlisle me parou antes de chegarmos.
- É melhor você sair. – ele falou sério. O que? Ele achava mesmo que eu ia deixar ele sozinho com ? Tudo bem, não é que eu não confiava nele, é só que eu não conseguia sair. Ele deve ter visto minha reluta e voltou a falar – Olha só Jacob, eu vou avaliar ela, mas não vou fazer isso com você aqui ouvindo tudo o que falamos lá dentro.
- Qual o problema em eu ouvir? – perguntei.
- Ética médica, Jacob. Se ela quiser te contar, depois ela te conta. E se eu precisar de algo, eu te chamo.
- Vai adiantar eu discutir?
- Não, não vai.
Sai da casa contrariado. Porra de ética médica. Porra de médico que tem que saber da minha audição apurada. Estava decidido a ficar na varanda, onde eu poderia muito bem ouvir o que acontecia lá dentro, mas pra minha surpresa o que eu encontro? A vampira com cara de fada parada me olhando.
- Oi Alice. – falei.
- Oi Jake. Eu sei que você chamou só o Carlisle, mas eu tinha que vir junto, eu tinha que te contar a ultima visão que tive.
- E o que foi?
- Os Volturi decidiram quando vir.
- E quando vai ser?
- Amanhã.
- Mas já? – ela não podia ter tido a visão com pelo menos uns dois dias de antecedência?
- Nós já estamos nos preparando. Vamos nos confrontar na clareira onde teve a batalha com os recém criados.
- Certo, nós estaremos lá também.
Embry chegou correndo e já ia entrando em casa quando o impedi.
- O que é? – ele falou nervoso – eu quero vê-la.
- Ela ta com Carlisle – falei – Espera.
Menos de cinco segundos depois que falei Carlisle saiu pela porta. Embry empurrou minha mão e entrou feito um furacão.
- Ela está bem? – perguntei a Carlisle.
- Está sim. – foi só o que ele falou. Eu devia imaginar que ele não ia me contar o que ela tinha. – Vamos Alice? Você já falou com Jake sobre a visão?
- Já, ele disse que eles estarão lá. Certo Jake?
- Certo – respondi e os dois se mandaram correndo.
Eu estava entrando em casa quando Embry passou por mim sério.
- Ela não quer falar com ninguém – ele falou e saiu. Eu obviamente ignorei o que ele tinha falado e fui até o quarto dela.
- ? – perguntei abrindo a porta –Ta tudo bem?
- Ta – ela falou sem me olhar, mas era visível que ela tinha chorado. – Você estava chorando, o que foi?
- Nada, Jacob.
- O que Carlisle falou com você?
- Que eu desmaiei porque minha pressão caiu e que eu provavelmente botei meu lanche pra fora porque comi rápido demais. – ela falou tudo rápido, como se tivesse decorado o que ia dizer.
- Você chorou por causa do Embry?
- Não. Embry não é quem me faz chorar. – ela jogou as palavras na minha cara como se fosse bola. E doeu na mesma intensidade, quer dizer, doeu mais, porque uma bolada na cara não ia doer tanto em mim.
- Vou deixar você descansar – falei me levantando.
Foi estranho. Isso é tudo o que eu posso dizer. Foi muito estranho o que eu senti quando vi que tinha chorado. Sei lá era um aperto no peito, uma necessidade de fazê-la sorrir pra levar pra longe a dor dela, seja lá qual fosse a dor.
Meu primeiro pensamento foi que Carlisle havia dado a ela alguma noticia ruim, depois eu pensei que Embry pudesse ter feito algo, afinal ele saiu daqui meio bravo. E se fosse ele mesmo, pode ter certeza que eu ia dar uma boa surra nele.
Estou ficando louco. FATO.
Balancei a cabeça pra espantar as idéias embaralhadas que estavam confundindo minha cabeça.
- Jake!!! – Rachel entrou na cozinha berrando feito doida.
- Ta louca mulher, fala baixo. – ela ia acabar incomodando . Por que isso me importava? Não faço idéia.
- Desculpa, não quis te assustar, mas achei que os sentidos de lobo serviam pra vocês não serem pegos de surpresa...
- Xiu! – reclamei – ta ai.
Rachel devia estar doida mesmo, ficar falando sobre os lobos em casa com risco de ouvir...
- Ta bom, mas deixa eu te contar o que eu vim aqui pra contar – eu ri com a embaralhada de palavras dela – Beccky me ligou mais cedo... eles finalmente decidiram se mudar pra cá!
- Que noticia boa – falei me animando um pouco, desde o dia que eu falei com sobre o imprinting, em meias verdades, óbvio, não havia nada que conseguisse me animar.
- Eles vêm no final de semana. Então nós vamos ter que encontrar um lugar pra eles ficarem. Eu pensei em ficar comigo no meu quarto e Becky ficar no quarto do papai... – Rachel tagarelava sem parar, mas eu não conseguia me concentrar nas palavras dela, tirar do quarto do meu pai era dar a ela a brecha que ela queria pra ir embora daqui.
Eu sei que o que fiz era errado, eu devia ter falado do imprinting antes de transar com ela, ai ela poderia decidir se queria ou não ficar comigo... é eu poderia se eu estivesse raciocinando na hora, mas sinceramente eu não sei explicar o que aconteceu comigo. É como se o perfume, a presença de fizesse meu cérebro virar mingau, eu não pensava mais, eu não era eu, eu era só o desejo por ela.
- JAKE! – Rachel gritou me assustando.
- O que é? – reclamei.
- To falando com você.
- Depois a gente conversa Rach... eu to sem cabeça.
- O que está acontecendo com você? – ela perguntou naquele tom de voz igual ao da nossa mãe, aquele que eu não conseguia deixar de me abrir com ela.
Peguei Rachel pela mão e a levei pra oficina, lá nós poderíamos conversar sem que pudesse ouvir.
- Eu fiz uma besteira sem tamanho, Rach. – confessei.
- Você matou alguém? – ela perguntou me fezendo olhá-la incrédulo com a pergunta. Fiz que não com a cabeça. – Você assaltou um banco, ou cometeu qualquer outro crime? – fiz que não de novo – Então tem solução, seja lá o que for.
- Talvez não. Talvez eu tenha feito algo sem volta...
- Bom me conta o que foi e nós vamos ver se tem ou não conserto. – respirei fundo e me sentei no chão de frente pra Rachel que sentou num banco de carro.
- Vai parecer coisa de gente louca, mas espera eu terminar de falar antes de se pronunciar, ok? – ela fez que sim – um pouco antes do pai... morrer, eu sonhei com nossa mãe. Bom não foi bem um sonho, foi meio como uma aparição... eu tava sofrendo por causa da Bella – Rachel revirou os olhos, é ela era uma das que não eram muito fãs de Bella, ignorei e continuei falando – nossa mãe falou comigo que meu sofrimento ia acabar, que meu imprinting ia chegar...
- E isso é a besteira sem tamanho?
- Deixa eu terminar de falar, Rachel. – reclamei e continuei contando – Eu me senti mais confortado depois disso, ai o pai... aquele... aquele sanguessuga desgraçado matou o pai, e a dor voltou... porque mesmo eu sabendo que tenho você, a Becky, os meus irmãos, eu ainda me sentia sozinho... nós fomos pro Hawaii, eu me distrai um pouco lá, mas o vazio ainda estava aqui – coloquei a mão no peito – e quando eu voltei, eu conheci , ela estava doente quando cheguei e eu cuidei dela... e a proximidade com ela me fez esquecer um pouco de todo esse vazio... nós viramos amigos. E eu não sei porque, mas no dia do noivado de Emily eu a beijei. – Rachel sorriu, agora não me pergunta a razão – Mas depois eu fugi, por que eu me lembrei da mamãe falando que meu imprinting ia aparecer, e eu não podia ficar dando esperanças pra , eu tinha medo dela se magoar como a Leah...
... Eu tentei me afastar mais dela, mas eu não consegui. No dia do casamento de Emily, estava linda... e minha atenção estava toda voltada pra ela, eu não conseguia ver mais nada, só... ela. Depois da confusão de Leah, eu acabei levando pra um lugar que eu descobri há um tempo e nós dois... ficamos. – olhei pra Rachel que me olhou de volta com as sobrancelhas arqueadas – Essa foi a besteira sem tamanho.
- Você e dormiram juntos? – ela falou baixo.
- Foi.
- E porque ela namora o Embry agora?
- Porque eu falei com ela do imprinting, quer dizer eu contei uma meia verdade, porque eu não falei dos lobos nem nada disso... e eu falei que eu não podia ficar com ela por causa do meu imprinting e que ela podia ficar magoada quando ele aparecesse... mas agora eu fico aqui que nem um idiota, lutando comigo mesmo pra não ir atrás dela e morro de raiva só de pensar nela com Embry...
- Jake, você realmente fez uma burrada e tanto, mas como eu disse, tem conserto.
- Como? Eu prefiro sofrer a fazer ela se magoar quando meu imprinting aparecer...
- Vocês homens são cegos mesmo – ela falou se levantando – nem mesmo quando é uma magia mais forte que qualquer outra coisa, vocês conseguem enxergar.
- Do que você está falando?
- é seu imprinting, Jake. Ela é a escolhida do seu lobo. – Rachel falou com uma convicção que ia além da minha compreensão.
- Mas eu deveria saber se fosse ela... eu tinha que sentir. Como Seth sentiu hoje pela Melanie.
- Você não quis perceber, mas seu lobo sim. Tanto que ele ta ai querendo ir lá pra dentro cuidar dela... Acorda, Jake. Presta atenção nas coisas ao seu redor. Escuta seu coração, escuta seu lobo... para de pensar um pouquinho.
Rachel saiu da oficina me deixando sozinho lá. As palavras da minha irmã rodavam na minha cabeça e de repente, num ‘clic’ tudo fez sentido. Eu sabia agora, eu sentia que era minha. Ela sempre foi minha e eu burro nunca percebi. Me levantei pra ir correndo falar com ela, pedir perdão e dizer que eu sou mesmo um imbecil, mas que nunca mais eu iria magoá-la de novo.
Passei por Rachel na cozinha feito um furacão e fui direto para o quarto de . Bati na porta – que estava trancada.
- abre pra mim – pedi.
- Não quero conversar Jake. – ela falou, a voz dela estava tremula, ela estava chorando.
- por favor, é importante, abre. – pedi mais uma vez.
- Não Jake, sai daqui e me deixa sozinha.
- Jake – Rachel me chamou – Da um tempo pra ela. Amanhã vocês conversam. Além do mais, Paul esta lá na sala esperando você.
Respirei fundo, e muito contra a minha real vontade, eu sai da porta do quarto, mas amanhã eu falaria com ela. Eu não queria passar nem mais um minuto longe da minha pequena.
- O que foi Paul? – perguntei.
- São os Cullen, eles pediram pra que nós nos reuníssemos na casa deles. Parece que vamos discutir os últimos detalhes pro confronto.
- Então vamos – falei já saindo, se eu ficasse mais um minuto nessa casa eu com certeza ia arrancar a porta daquele quarto e tomar nos meus braços.
N/a: Ouço coros de aleluia???? Vejo leitoras gritando um FINALMENTE!!!!! Quem ai acha que o Terry vai ficar feliz levanta a mão?
Confesso que não tinha escrito o capitulo assim... na verdade Jake só descobria o imprinting uns quatro capítulos à frente, mas eu recebi tantas ameaças que fiquei com medo O.O... kkkkkk... brincadeira, eu reli a minha fic e vi que eu estava enrolando demasiadamente pra que esse imprinting acontecesse, ou melhor, fosse descoberto. Então eu reescrevi... mas já vou dizendo que as coisas NÃO serão flores ainda.... hahahahaha *risadamalefica*.... O que gente, vocês acham que depois do que Jake fez vai simplesmente perdoá-lo e dizer que está tudo na paz????? Não mesmo....
O que vocês acham que aconteceu pra chorar depois que o Embry foi embora???? Será que foi algo que embry fez???? Será que foi algo que Carlisle disse???? Façam suas apostas..... Semana que vem tem mais... a menos que você não me encham de comentários..... Bjos....
CAPITULO 21 - IMPRINTING PARTE 2 
POV –
"Porra de Lei de Murphy miserável”. Era isso que ocupava minha mente nesse momento. Eu bem achando que nada podia ficar pior na minha vida. As palavras do Dr. Cullen ainda rodavam na minha cabeça, elas insistiam em me provar que não, eu não estava sonhando.
Flashback on
- Oi, eu sou Carlisle Cullen, Jake me pediu pra vir aqui dar uma olhada em você. – falou o homem incrivelmente lindo e loiro parado na porta do meu quarto. Eu estava passando mal, eu sei, mas quando um Adônis desse para na sua frente e fala com você com uma voz de anjo te olhando com olhos dourados hipnotizantes, é normal você esquecer até mesmo no seu nome.
- Olá – respondi, ou melhor balbuciei, feito uma idiota, confesso, mas eu podia culpar meu mal estar por isso, não podia?
- Então, como você se sente? – eu não me atentei tanto ao fato dele saber meu nome, se foi Jake quem o chamou provavelmente ele havia dito ao Dr. o meu nome.
- Fraca – falei – mas acho que é porque não me alimentei direito hoje – o dr. Cullen caminhou até a minha cama, se sentando na beirada e colocando um aparelho de pressão no meu braço.
- Quando foi sua ultima refeição?
- Menos de uma hora atrás. – falei – e há uns dez minutos coloquei tudo pra fora.
- Antes dessa refeição, o que você comeu... e há que horas? – ele guardou o aparelho de pressão e colocou o estetoscópio no pescoço, passando a avaliar meus olhos.
- Tomei café da manhã. – me preparei para a bronca, nenhum médico ia ficar feliz em saber que alguém ficou horas sem se alimentar.
- Você ficou mais de cinco horas sem comer nada? – ele me olhou de sobrancelhas arqueadas, eu apenas afirmei com a cabeça – Isso não é bom.
- É eu sei – falei forçando um sorriso.
- Eu vou te fazer algumas perguntas, ok? – acenei que sim – Tem sentido tonturas constantes?
- Não constantes, mas algumas vezes eu me sinto sim meio tonta. – falei me lembrando de algumas vezes que perdi o equilíbrio na loja devido à tonturas.
- E os desmaios, são freqüentes?
- Não, na verdade esse foi o primeiro. Eu já senti umas duas vezes uma sensação de quase desmaio, a minha visão escureceu e eu suei frio, mas não cheguei a desmaiar.
- Você costuma sempre negligenciar sua alimentação?
- Não. – falei – Eu sempre me alimento bem e na hora certa, acontece que nos últimos dias eu não tenho me dado muito bem com a comida...
- Como assim?
- Eu fico enjoada. Algumas vezes basta olhar pra um prato de comida.
- Enjoada? E desde quando você vem tendo esses enjôos?
- Há alguns dias.
- Como anda o seu sono? – o que meu sono tinha haver com a conversa eu não faço idéia. – Eu quero saber se você dorme bem.
- Bem demais, às vezes fica difícil levantar da cama pra ir trabalhar e muitas vezes eu sinto tanto sono no trabalho que fico tentada a deitar em um dos sacos de dormir e tirar um cochilo – eu ri, o Dr. Carlilsle me acompanhou.
- Bom, até agora temos desmaio, enjôo, sono... e quanto ao seu corpo, sentiu alguma mudança nele?
- Visiveis não... – ok eu não ia falar de alguns assuntos com o Dr. primeiro porque ele é homem, segundo porque eu nem o conheço direito e terceiro porque eu sinceramente não estava vendo razão para essas perguntas...
- , eu sou médico ok? Não precisa se sentir acanhada em me contar nada. O que você disser aqui, ficará aqui. – Ta certo, esquece o que eu falei do Dr. dois segundos atrás, eu posso não conhce-lo, ele pode ser homem, mas me passou uma baita confiança agora.
- Eu to me sentindo meio inchada, sabe... não é exatamente inchada, é como se algumas partes estivessem, maiores... sei lá, eu não sei te explicar.
- Os seios aumentaram e estão mais sensíveis e o quadril também parece estar mais largo, não é isso? – ele falou o que eu não conseguia.
- É – sussurrei.
- Mais uma pergunta. – ele me olhou sério – quando foi seu ultimo período menstrual.
Ok o mundo parou nessa hora. De repente todas as perguntas do Dr. Cullen fizeram sentido, mas me faltou coragem para admitir.
- Está... está atrasada – murmurei. Eu não precisava fazer as contas pra saber. Eu tinha certeza agora que minha menstruação estava atrasada há dois meses... Dois... me...ses. OMG dois meses era exatamente o tempo desde a minha noite com Jacob.
- Você está grávida, . – Dr. Cullen falou com tanta convicção que me deu medo. Acho que no fundo eu ainda queria que fosse mentira. – E pelo que conversamos, você teve uma crise hipoglicemica.
- O que... o que é isso? – perguntei.
- Seu bebê só pode ser alimentado através de você. A simbiose entre mãe e feto sempre irá privilegiar o mais fraco, então mesmo que você não se alimente, seu bebê vai buscar os nutriente que precisa em você. Ele acaba ‘pegando’ as suas reservas de glicose o que te deixa sentindo esse mal estar todo. Você e seu bebê precisam que você se alimente bem e regularmente.
Meu...bebê... Ai meu Deus, onde eu me enfiei... claro que ser mãe é maravilhoso, mas na minha situação...
- Dr. Cullen...
- Por favor, só Carlisle. – ele pediu.
- Carlisle, eu entendi o que você disse, mas acho que preciso ficar um pouco sozinha.
- Claro, mas antes vou providenciar algo pra você comer. – ele saiu e voltou minutos depois com uma cestinha com algumas frutas e uma jarra de suco. – Aqui – ele me entregou o que trazia – Hoje você come frutas, elas tem o açúcar que seu corpo precisa.
- Obrigada – falei.
- Eu aconselho você a procurar um obstetra, eu não sou especialista em gravidez, então não posso te ajudar, mas no hospital de Forks existem alguns médicos muito competentes.
- Eu vou procurar um, obrigada mais uma vez Carlisle. – agradeci, mas antes que ele saísse do quarto eu fiz mais um pedido – Dr.? – ele se virou pra mim – Não fala nada com ninguém, por favor.
- Como eu já te disse, o que foi dito aqui ficará aqui. – ele saiu e eu comecei a entrar em desespero, que só fez aumentar quando Embry abriu a porta do quarto fazendo o ambiente ficar menor que já era.
- , o que aconteceu, anjo? – ele perguntou visivelmente preocupado.
- Nada – falei.
- Como nada? O Dr. Cullen acabou de sair daqui, você está chorando...
- Eu passei mal, Embry, foi só isso. Tive uma crise hipoglicemica, mas o Dr. mandou que eu comesse algumas frutas e eu iria melhorar...
- E por que você está chorando?
- Nada demais – ele obviamente não acreditou. Eu olhei pra ele pra tentar dar mais credito às minhas palavras, mas ao ver os olhos de Embry meu desespero aumentou, como eu ia fazer com ele? Como ele reagiria ao saber que eu estava esperando um filho de Jake? – Embry... – comecei a falar sentindo um bolo se formar na minha garganta – nós não podemos continuar...
- Continuar o que ?
- Continuar juntos. – falei com dificuldade – E acho melhor acabar aqui.
- Acabar? Mas por que? O que eu fiz?
- Nada, Emb, você não fez nada... é só que não dá mais.
- Não dá mais? Mas a gente mal tentou! – ele se abaixou ao meu lado ficando com o rosto na altura do meu – Eu sei que posso te fazer feliz, basta você deixar.
- Eu nunca duvidei que você pudesse me fazer feliz, Embry. – ele secou uma lágrima que caia do meu olho – Acontece que eu não posso fazer você feliz. Como eu vou viver com isso? Como eu vou ter paz sabendo que você não é feliz?
- Te ter do meu lado, já me faz feliz. – ele falou baixo.
- Não é suficiente, eu tenho que te amar, e eu não te amo Embry.
- Mas você pode aprender, um dia...
- Não Embry – falei mais alto, colocando mais firmeza na minha voz. – Isso acaba aqui. Você vai encontrar alguém que vai te amar como você merece.
- Eu nunca vou amar alguém como eu amo você. – ele falou entre dentes. – Eu não quero alguém que não seja você.
- Eu não posso mais Embry. Me desculpe, eu sei que estou fazendo com você o mesmo que Jake fez comigo, mas eu não posso mais ficar com você, eu não posso mais te iludir.
- Não – ele choramingou – Eu não quero ficar sem você.
- Vai embora, Embry – pedi sentindo meu coração ser esmagado pelas minhas palavras. Eu podia não amar Embry como eu amava Jake, mas eu sentia um tipo estranho de amor por ele, algo que eu não sabia como explicar.
- Eu te amo – ele tentou me beijar, mas eu o afastei.
- Por favor, vai embora. – sussurrei e ele se levantou caminhando em direção à porta. – Eu não quero ver mais ninguém, por favor.
Flashback off
Depois que Embry saiu eu ainda vi Jacob, ele entrou no quarto pra saber como eu estava e eu disse qualquer coisa a ele. Eu não pensava nas palavras, a única coisa que passava pela minha cabeça é que o pai do meu filho estava bem na minha frente e eu não podia dizer a ele que nós teríamos um bebê juntos. Por que? Simples, porque eu não queria Jacob comigo por pena ou por obrigação. Ele disse que nós não poderíamos ficar juntos, e isso é algo que nem um filho pode mudar. Eu não me humilharia a ponto de pedir pelo amor de Jacob.
Me levantei e tranquei a porta e voltei para a cama, eu não queria ver mais ninguém. Minhas mãos desceram até minha barriga. Um calor estranho tomou conta do meu peito. Éramos só nós dois agora, eu e meu bebê. Fiquei longos minutos sentada com as mãos no ventre, apenas imaginando como seria o amanhã. Fui despertada pelas batidas de Jake na porta.
- abre pra mim – ele pediu com a voz ansiosa. O primeiro pensamento que me ocorreu foi que Carlisle não havia cumprido o que combinamos, ele havia contado pra Jake.
- Não quero conversar Jake. – falei começando a chorar mais, eu não queria que ele soubesse desse filho, pelo menos não agora.
- por favor, é importante, abre. – Droga, droga, droga. Ele devia saber, só isso o deixaria tão ansioso e... eufórico.
- Não Jake, sai daqui e me deixa sozinha. – gritei pedindo a Deus que ele ouvisse e saísse da minha porta. Eu tinha medo que ele a arrombasse, mas algo o fez sair de lá.
Eu não dormi, não consegui pregar o olho. Minha cabeça rodava, eu não sabia o que fazer da minha vida agora que eu viveria por dois. De uma única coisa eu tinha certeza, eu não seria mais sozinha, eu teria alguém pra ser sempre meu, que estaria comigo. Alguém que eu poderia amar como eu não fui amada, alguém pra quem eu poderia dar todo o amor que Violet nunca me deu. Eu seria mãe, uma mãe muito diferente da minha.
Depois de pensar muito, eu finalmente tomei uma decisão. Me levantei e fui até o armário, pegando minha mala e colocando nela tudo o que me pertencia. Sim eu faria o que sempre fiz de melhor. Eu iria fugir.
Troquei minha roupa e coloquei todas as outras na mala. Abri a porta do quarto com cuidado, já era bem tarde, algo perto das três da manhã, mas Jake era uma pessoa imprevisível no que diz respeito aos hábitos noturnos, sendo que era comum pega-lo vagando pela casa de madrugada.
Fui até a cozinha deixar as coisas que o Dr. tinha levado pra mim mais cedo, coloquei tudo na pia e me virei para voltar para o quarto, mas eu senti uma fome repentina. Fui até a geladeira e peguei o que precisava para preparar um sanduíche. Acabei fazendo dois, e os comendo. Nossa parecia que eu não via comida há muitos dias. Quando estava satisfeita fui até o meu quarto e peguei minha mala, levando-a até o carro. Depois voltei e peguei meu violão, o guardando também.
Ao voltar pro quarto eu percebi que não podia ir embora sem me explicar para algumas pessoas. Claro que eu não iria contar tudo, mas eu tinha que pelo menos agradecer por tudo que fizeram por mim aqui. Peguei um caderno e uma caneta e comecei a escrever, decidi endereçar a carta à Rachel, ela era dona da casa onde eu vivi todo esse tempo, e eu não conseguiria escrever nada pra Jake, mesmo.
Rach,
Antes de qualquer coisa queria agradecer imensamente por você ter me permitido ficar aqui com vocês. La Push foi com certeza a melhor coisa que me aconteceu na vida. Vocês me receberam tão bem aqui que eu realmente me senti parte dessa imensa família.
Por favor, não fique brava por eu não ter me despedido, e acredite, eu tive meus motivos pra fugir. De um abraço em todos por mim e peça desculpas a eles por eu ter partido sem dizer adeus.
Diga ao Seth que ele foi um irmão incrível, e que eu o amo muito, mas que farei questão de bater nele se não cuidar da Mel. Diga a Mel que eu sinto por ter feito mais uma fez o que prometi nunca mais fazer – eu fugi sem dizer tchau.
Diga à Sue que ela é uma mãezona, a mãe que eu não tive e a mãe que eu quero ser. Dê um abraço no Quill, no Jared, na Kim, na Emily, no Sam, no Colin e no Brad. E no Paul também... a propósito, me desculpe por não estar ai quando vocês se casarem. Desejo toda a felicidade do mundo à vocês dois.
Amo vocês Rach. Obrigada por tudo.
.Óbvio, eu terminei de escrever chorando, o que me fez gastar um tempo até me recuperar e deixar a carta no quarto de Rachel. Quando sai de lá foi impossível controlar a vontade de ver Jacob, talvez se eu entrasse no quarto dele devagar ele não acordaria.
Abri a porta fazendo o máximo de silencio que conseguia, mas pro meu espanto ele não estava dormindo. Ele nem mesmo estava no quarto. Eu ia fechar a porta e sair dali, mas uma camisa dele jogada displicentemente sobre a cama me chamou mais atenção do que eu queria. Dei uma olhada no corredor, para certificar que eu estava sozinha e entrei no quarto. Minhas pernas me guiaram automaticamente até a cama e minhas mãos – seguindo o exemplo das minhas pernas – pegaram a camisa de Jake. Levei-a até meu nariz e aspirei o perfume único de Jake impregnado no tecido.
Eu podia desistir de tudo, podia simplesmente contar pro Jake sobre o bebê e seguir a vida do jeito que desse, mas será que eu estava preparada pra isso? Será que eu conseguiria viver com alguém que eu sabia estar comigo por uma obrigação? E o mais importante, como Jacob reagiria ao saber que vai ser pai? Muitas duvidas, nenhuma resposta. Larguei a camisa na cama e sai depressa, eu não iria implorar pelo amor de Jacob, nem iria usar meu filho como isca para isso.
Peguei as chaves do meu carro e botei – mais uma vez – o pé na estrada. Eu teria que ser rápida em me afastar de Forks, caso contrário teria muitas chances de eu ser encontrada. Dirigi o mais rápido que eu pude em direção à ‘Deus sabe onde’.
POV – Terry
Sinceramente agora eu tive vontade de dar as palmadas que sempre impedi que levasse... Eu confesso que fiquei feliz quando finalmente a anta do Jacob enxergou o imprinting, mas ai vem minha adorada irmã e foge. Tudo bem que ela teve um motivo pra fugir... Caraca minha baixinha está grávida, motivo suficiente pra eu querer acabar com o Black, mas deixa isso pra outra hora.
- Eu tenho que fazer alguma coisa Patch. – falei.
- Não, não tem. – Patch me respondeu com aquela tranqüilidade que me dava nos nervos. – Livre arbítrio, lembra?
- Argh... já falei que odeio essa coisa... – Livre arbítrio... isso até agora só serviu pra colocar e Jacob a quilômetros de distancia um do outro.
- Vamos ter que voltar àquela conversa sobre como eles dois escolheram a vida deles antes de nascer??? Sobre como o espírito deles antes de reencarnar escolheu exatamente essa vida?
- Não, não precisa repetir tudo – reclamei – eu posso pelo menos ficar lá perto dela?
- Não antes de eu fazer isso – Patch se aproximou e tocou meu ombro. Senti uma vibração no meu peito que surgiu e se foi rapidamente.
- O que foi isso? – perguntei o encarando.
- Eu tirei de você o poder de entrar nos sonhos.
- Você o que?... Você não confia em mim?
- Quer a sinceridade ou quer que eu minta? – ele sorriu. Droga Patch era esperto demais às vezes. – Escuta Terry, se você apressar as coisas não é só e Jacob que vão ter aprendizados tomados deles, você também vai.
- Como assim? – Terry suspirou fundo e se aproximou de mim mais uma vez.
- Você tem uma razão pra estar aqui. As pessoas que morrem vão para um lugar onde elas vão estudar e se preparar para voltar para o mundo dos vivos. Algumas outras que já cumpriram sua missão vão para um plano onde vão usufruir das maravilhas recebidas por terem feito o bem. E outras, como você, vem pra cá, pra aprender a ser um anjo. Mas se você continuar nesse desespero de resolver tudo de uma vez, e colocar o carro na frente dos bois, tudo o que você vai conseguir é ir para o plano onde os que vão reencarnar estão.
- Eu vou ser um anjo? – perguntei espantado, aquela noticia era uma novidade.
- Se você completar o treinamento, sim.
- Por que você não me falou isso antes? – eu já teria me comportado se soubesse disso antes.
- Porque não era a hora.
- E porque agora é a hora?
- Porque a pessoa a quem você vai proteger já está se preparando para nascer. – ele sorriu de novo – E em breve ela será responsabilidade sua, e qualquer erro, qualquer ‘travessura’ sua, você vai virar um anjo caído.
- Anjo Caído?
- Uma alma que não está nem no Céu nem no Inferno. Preso na Terra, sem suas asas você vai se sentir fraco e incompleto.
- Eu vou ter asas? – outra novidade.
- Todos os anjos tem asas... – Patch riu como se minha pergunta fosse a coisa mais idiota que ele ouviu.
- Porque eu não vejo a sua?
- Porque você ainda não é um anjo. As asas são feitas de um material celestial, só os anjos podem ver.
-Então eu tenho que me comportar agora?
- Isso mesmo.
- Pode devolver meu poder então – falei, ok eu me sentia meio ridículo pedindo isso, mas eu me sentia também meio infantil com Patch tendo que tomar algo de mim para eu me comportar.
- Talvez depois – ele falou sumindo.
O que eu podia fazer? Quando Patch sumia assim eu não o encontrava até que ele quisesse me ver. A única coisa que me restava era ficar perto da minha irmã.
Me forcei a estar no banco do carona do carro, ao lado de que ainda tinha algumas lágrimas presas nos olhos.
- Pra onde você vai, pequena? – falei mesmo sabendo que ela não me escutaria. Estiquei minha mão tocando no rosto dela eu queria poder enxugar aquelas lágrimas.
- O que vai ser de nós agora? – perguntou colocando uma das mãos na barriga e chorando mais. – Pra onde nós vamos?
- Eu não concordo com sua decisão maninha, mas eu vou estar aqui pra proteger vocês. – falei tão seguro das minhas palavras que cheguei a me assustar.
- Deus as coisas eram tão mais fácies antes – ainda murmurava pra sua barriga – E eu sempre achei que minha vida na casa de Violet e Goerge fosse ruim... o que eu consegui saindo de lá? Um coração partido... um filho que eu vou ter que criar sozinha...
- Você fez amigos pequena. – continuei meu monólogo, eu sabia que não me ouvia, mas eu sentia necessidade de falar com ela.
- Eu me sinto tão perdida – ela sussurrou – tão sozinha...
- Mas eu estou aqui – falei perto do ouvido dela – Eu sempre vou estar.
tencionou o corpo e parou o carro no acostamento. Um medo grande me invadiu, será que ela estava sentindo alguma coisa? Não precisa ser um expert pra saber que todo esse nervosismo não faz bem pra gravidez dela.
- Terry? – ela sussurrou baixinho e foi a minha vez de tencionar – Deus... eu sinto você aqui...
- É porque eu to aqui, .
- Eu sinto tanto sua falta... – ele encostou a cabeça no volante e começou a chorar – Se você estivesse aqui minha vida não ia estar essa bagunça.
- As coisas vão se organizar, pequena. – passei a mão pelo cabelo dela, e queria muito poder consolá-la, mas eu sentia que não havia nada que eu pudesse fazer agora a não ser permanecer sentado ao lado dela.
respirou fundo e ligou o carro dando partida novamente, eu não sabia pra onde ela iria, mas eu estaria com ela, onde quer que ela fosse.
POV – Jake
Estávamos todos reunidos na casa dos Cullen, que fedia muito mais que o normal, uma vez que a aglomeração de vampiros era absurda. E o pior, a maioria desses vampiros se alimentava de humanos, o que fazia meu interior se agitar com vontade de acabar com aqueles que destruíam a vida humana.
- Mas você não pode – Edward falou respondendo meus pensamentos – eles estão aqui pra ajudar.
- Tá incomodado é só dar o fora cachorro. – a loira falou de um canto qualquer.
- Vontade não me falta loira. – respondi mesmo sem saber onde ela estava – mas meu dever é proteger os humanos e Renesmee é meia humana, sendo assim... – interrompi minha frase uma vez que o complemento dela era óbvio.
Ta eu tinha que admitir que estar aqui não me agradava, que eu não queria proximidade com os Cullen e muito menos com Bella que era uma página virada na minha vida – vida que agora só tinha espaço para a dona de um par de olhos azuis céu. Eu sei que minha intenção quando vim pra cá era deixar tudo certo e me mandar, eu poderia deixar o comando nas mãos do meu beta, e me preocupar apenas em gastar todo o meu tempo me perdendo nos braços e no perfume da minha escolhida, mas quando cheguei aqui e vi a filha de Edward e Bella – Renesmee – foi impossível não aceitar lutar pela vida dela.
A garotinha é linda, talvez fossem os olhos dela, cor de chocolate ao leite, que me encantaram tanto, eles eram a exata cor dos olhos de Bella quando ela ainda era humana. Apesar de aparentar ter uns quatro anos, a pequena tinha meses de vida. E ela era esperta. Pelo que os Cullen me contaram, ela conseguiu convencer todos os vampiros que ela não é uma ameaça, que ela não é perigosa nem nada do tipo. Tudo bem que ela havia me convencido também, eu que a queria morta alguns meses atrás, quando eu ainda achava que amava Bella.
Nessie – como eu a chamava, Renesmee é um nome muito esquisito para uma bonequinha como ela – era o tipo de criança que eu queria ter como filha. Tirando claro o fato que ela era uma criança que conseguia derrubar com facilidade um leão da montanha e – por mais nojento que isso soe – sugar todo o sangue dele.
- Estava tudo ótimo até você insultar minha filha – Edward reclamou.
- Você não iria se importar se não estivesse xeretando minha cabeça – falei – ‘o que os olhos não vêem o coração não sente’ não é isso que dizem por ai?
- Ler pensamentos não é o tipo da coisa que dá pra ligar e desligar Jacob – ele retrucou.
- Bom você tem outras vinte mentes pra ler...
- Mas nenhuma me dá as razões que a sua me dá – ele falou baixo, mas não o suficiente pra que eu não ouvisse. Ignorei, era melhor que travar uma discussão com esse vampiro cabeça dura... será que ele não via que eu não tenho mais o menor interesse na mulher dele?
- Fica difícil quando você pensa que minha filha é o que você queria como filha pra você... – ele falou perto e baixo o suficiente pra que só eu ouvisse.
'Edward, eu acho que ficar lendo a cabeça das pessoas ta te deixando meio biruta' – pensei, eu até podia dizer isso em voz alta pra constrangê-lo pelo ciúme idiota que ele estava sentindo, mas eu não precisava de ninguém, além de Edward óbvio, sabendo os pensamentos que tive – eu pensei aquilo de modo retórico... eu não quero a Renesmee como minha filha, eu só disse que se um dia tiver uma filha queria que ela fosse doce e carinhosa como a sua. – balancei a cabeça pra ele ver o quanto eu estava achando ele um imbecil.
- O que vocês dois tanto conversam? – Bella perguntou aparecendo por trás de Edward.
- Nada importante – falei sorrindo pra Nessie que me sorria de volta. Incrível, já passava da meia noite a menina ainda estava acordada... filha de vampiro, Jacob, falei pra mim mesmo – Já era hora de você estar dormindo, não? – perguntei pra ela.
- Não quis pregar os olhos enquanto não visse você. – Bella afirmou e Edward bufou fazendo uma careta.
- Bom já me viu, agora pode dormir. – brinquei e Nessie esticou os braços pra mim, eu já disse o quanto ela é adorável, né? Pois é não resisti e a peguei no colo. Eu sinceramente não sei o que aconteceu comigo, eu odiava essa menininha porque ela havia quase matado Bella. Desde o dia do nascimento dela, e da conseqüente transformação de Bella, eu nunca havia sequer olhado pra Renesmee, mas agora eu me sentia até confortável perto dela.
- Renesmeè, você não devia aceitar ir no colo do pulguento, vai ficar fedorenta agora. – Rosalie reclamou como se Nessie estivesse brincando na terra com um vestido novo.
- Eu gosto do Jake, tia Rose. – Nessie respondeu na voz de soprano dela. Rosalie jogou o cabelo pra trás e murmurou algo como ‘é filha da Bella mesmo’. Eu ri.
Nessie esticou a mãozinha e colocou no meu pescoço, o choque pelas imagens que ela enviava pra minha cabeça foi o mesmo da primeira vez, acho que isso não era algo com o que nós pudéssemos nos acostumar.
Ela me mostrava imagens de Bella cantando pra ela, o que era engraçado, eu nunca imaginei que Bella era o tipo de pessoa que cantava assim. Nessie deu dois tapinhas no meu pescoço pra chamar minha atenção. Novamente a imagem de Bella cantando pra ela, seguida de uma de Edward, outra de Rosalie e uma de Esme. Todos cantavam pra ela, era isso que ela queria me mostrar? A imagem seguinte era como um espelho do que estava acontecendo, Nessie no colo e eu olhando pra ela, ela me mostrava que era diferente comigo... ahhh ela queria que eu cantasse pra ela também.
- Quer que eu cante pra você? – perguntei e ela fez que sim com a cabeça –Eu não tenho a voz bonita como os outros. – justifiquei, na verdade eu nem sabia como era minha voz numa canção, eu nunca tinha parado pra cantar, pelo menos não que eu me lembrasse.
- Não me importo – ela falou baixinho.
- Acho que você devia começar a treinar, Jacob – Carlisle me falou de onde estava na sala eu o olhei com o cenho franzido, afinal eu não entendia o que ele queria dizer – acho que você vai querer ter filhos um dia – ele sorriu sem graça – principalmente agora que encontrou seu imprinting...
Ele tinha razão nesse ponto, eu ia querer sim ter muitos filhos com . Falar em trouxe à tona todo o sentimento que eu tinha conseguido reprimir me distraindo com Nessie. Toda a vontade de vê-la, o arrependimento por tê-la tratado como eu tratei, a saudade, o amor sem fim que agora – tendo sido libertado no meu peito – transbordava de vontade de ser repartido com a mulher da minha vida.
Mais dois tapinhas de Nessie no meu pescoço me fizeram voltar – parcialmente – à tona. Então ela queria que eu cantasse pra ela, certo? Isso seria bem constrangedor. Olhei as pessoas à minha volta, mas a maioria não parecia prestar a mínima atenção ao que acontecia entre Nessie e eu, e os que prestavam, tinham um ‘incentivo’ mudo no olhar. É eu ia cantar, talvez fosse mais fácil pensar que eu poderia estar fazendo isso com a filha que eu teria um dia com , e não com a filha de Edward e Bella.
De repente, eu me lembrei do sonho que tive, da garotinha na praia. Com os olhos azuis de ,o jeitinho de sorrir também era do meu imprinting... A canção quileute saiu dos meus lábios sem o menor esforço, fluiu naturalmente e eu não fazia idéia de como ela estava soando aos ouvidos aguçados dos vampiros presentes, mas também não estava ligando pra isso.
Fechei os olhos e comecei a visualizar a cena mais perfeita de todas. ‘Um quarto pequeno, todo decorado em rosa e branco, um bebezinho minúsculo aconchegado nos meus braços, protegido ali onde ninguém poderia fazer mal à ela, e parada na porta a poucos passos de mim. Eu cantava pro bebê que dormia tranquilamente a mesma canção que minha mãe cantou pra mim. A canção que todas as noites ela repetia para que eu aprendesse e cantasse um dia para os meus filhos.’
- Ela já dormiu, Jake – a voz Bella soou perto me fazendo interromper a canção – é melhor irmos pra campina agora.
E foi nessa hora que o clima da casa esfriou. Apesar de ter mais de dez vampiros reunidos aqui o clima desde que cheguei estava ameno, ninguém parecia preocupado que em poucos instantes todos poderiam estar mortos, eu estranhei a principio, mas depois entendi que era por causa de Nessie. Ela podia até ter uma inteligência além da idade dela, um desenvolvimento super rápido, mas ainda era só um bebê e mesmo que metade vampira, uma preocupação desse tamanho não seria saudável pra ela.
...
(n/a: a partir daqui o capitulo contém spoilers de Amanhcer, alguns com pequenas alterações pra se encaixar no POV de Jake, uma vez que no livro foi contado por Bella)
A clareira onde nos reuníamos era a mesma onde houve a batalha contra os recém-criados. Edward havia montado uma barraca para Nessie a alguns metros da floresta para que ela pudesse dormir com mais segurança.
Os preparos para esse momento já eram feitos há dias, mas essas ultimas horas pareciam ser mais tensas que o começo, quando não havia nenhuma esperança. No começo da manhã todos se reuniram, trazendo a prova muda de seus preparativos. Meu irmãos também chegaram junto aos raios de sol.
Carlisle havia organizado todos de forma simples, os Cullen e os Denali no meio, como uma família só e as testemunha em colunas ao lado. Eu e meu bando ficamos escondidos atrás deles, ainda na floresta. Nós éramos o elemento ‘quase’ surpresa. Quase porque os Volturi sabiam sobre nós, graças à vampira que dedurou os Cullen, mas ele não faziam idéia de quantos nós éramos. Depois de algum tempo ali esperando, um silvo de Edward, liberado por entre dentes trincados, nos deu o sinal de que eles estavam vindo.
Eles surgiram da floresta em frente a nós, uma formação perfeita, capuzes pretos e cinzas que pareciam flutuar sobre o chão. Trinta e dois mantos medonhos. E mais atrás, outros quarenta vampiros que não pareciam fazer parte do grupo dos italianos.
- Testemunhas – Edward sussurrou respondendo meu pensamento – Eles não siginificam nada para os Volturi, Aro apenas gosta de uma platéia.
‘Nós acabamos fácil com esses velhotes’ Jared sussurrou em nossos pensamentos.
‘Olha só aqueles três... são mais assustadores que o Drácula um e o Drácula dois que estão do nosso lado...’ foi a vez de Paul falar. Drácula um e Drácula dois era como nós nos referíamos aos vampiros romenos. Os dois já tinham milênios de existência e os três importantes da Itália pareciam ter a mesma velhice deles.
‘Foco pessoal’ pedi ‘temos que ficar atentos pro caso da briga estourar, eu não quero perder nenhum de vocês’.
‘Assim você me emociona chefinho’ Leah destilou o sarcasmo do dia.
‘Chega, atenção no que está acontecendo’ parei de prestar atenção na conversa interna da matilha e me concentrei nos mantos que avançavam cheios de presunção.
‘Acho que nós devíamos mostrar a eles que os Cullen não estão sozinhos’ Seth murmurou.
‘É isso ai, vamos fazer uma entrada triunfal... vamos deixar os velhotes de queixo caído...’ Paul incentivou. Mas até que a idéia não era ruim, os Volturi estavam muito confiantes de uma vitória certa, era hora dos guerreiros quileutes mostrarem que os Cullen não sairiam dessa sem lutar.
‘Hora de nos juntarmos à festa, pessoal' Saimos do nosso esconderijo e nos aproximamos dos aliados dos Cullen, nos dividindo nas laterais.
Assim que nossos corpos enormes ficaram visíveis, toda a formação italiana parou. Os olhos nos avaliando, como eu imaginava eles não tinham idéia do nosso numero, e – ao que parece – dezessete lobos era algo que colocava medo.
‘Nós vamos tocar o terror’
‘Sem piadas, Matt’. Reclamei um dos lobos mais jovens. Com esse aparecimento de vampiros aqui, era de esperar um surto de febre e transformações, e eles eram cada vez mais jovens, o que significava nenhuma responsabilidade e nenhuma maturidade. Para a maioria deles estar aqui era divertido.
‘Desculpa, Jake. Vou me concentrar’ Matt falou visivelmente envergonhado.
‘Você vai ter oportunidades de se divertir como lobo garoto’. Falei como pedido de desculpas por ter sido duro com ele.
- Aro meu velho amigo. Já faz séculos. – Carlisle falou tirando o nosso foco da conversa da matilha.
Um silencio perturbador se instaurou na clareira. Até os vento parou era como se o mundo tivesse medo de agir tamanha era a tensão no lugar. Um dos três velhotes italianos deu um passo à frente, uma outra figura de manto negro se moveu com ele. Ele devia ser o tal Aro, a quem Carlisle se referiu.
A guarda se agitou com esse ato, ao que aprece eles não esperavam que seu líder se manifestasse assim. Rosnados, grunhidos e presas expostas se destacaram, alguns membros da guarda chegaram a se abaixar em posição de ataque.
- Paz – o tal Aro falou numa voz estranha, quase um sussurro. Geralmente vampiros tinham vozes com mais... presença, digamos assim. – Belas palavras Carlisle, mas parecem deslocadas, considerando o exercito que você reuniu para me matar e matar os que me são caros.
Carlisle sacudiu a cabeça e esticou a mão para Aro.
- Basta tocar minha mão para saber que essa nunca foi a minha intenção. – ele disse e os olhos de Aro se estreitaram.
A discussão dos dois continuava, e eu me desliguei dela, me concentrando em observar cada ponto da formação da guarda, analisar cada expressão dos vampiros que iríamos enfrentar. Eu buscava fraquezas, pontos onde eu poderia mandar meus irmãos avançarem, onde eu saberia com certeza que eles venceriam.
‘Nós não somo fracos’. Embry reclamou ‘Podemos dar conta de qualquer um aqui’.
‘Eu sei disso’ falei ‘Eu só não quero perder nenhum de vocês. Eu já tive muita coisa tirada de mim por sanguessugas’.
Voltei a me concentrar nas estratégias que usaria. Estava tão focado nisso que me assustei quando Bella me chamou.
- Jacob! Emmett! – voltei a me concentrar na conversa e vi que Edward estava no meio do campo, ao lado de Aro.
‘O italiano quer conhecer Nessie’ Seth me explicou ‘Bella quer que você vá junto’
Assenti e me aproximei de Bella, imediatamente Nessie entrelaçou os dedinhos no meu pelo.
- Companhia interessante vocês têm – um dos vampiros de manto cinza que estava perto do Aro falou. Senti uma certa ironia na voz dele, o que me fez rosnar baixo.
Bella se entreteve numa conversa com o outro vampiro de manto cinza que também estava com Aro, eu não me prendi aos dois, ao que parece eles tinham algo um contra o outro, talvez desde a época que Bella foi atrás de Edward na Itália. Mas isso não importava, eu estava agora prestando atenção na forma que Aro olhava para Nessie. Ele parecia fascinado.
- Ouço seu coração estranho, sinto seu cheiro estranho. – ele voltou seus olhos para Bella – Na verdade, jovem Bella, a imortalidade a tornou extraordinária. É como se tivesse sido feita para essa vida.
Bella assentiu sem dizer nada, apenas um leve mover da cabeça.
- Gostou do meu presente? – Aro perguntou olhando um pingente que pendia do pescoço de Bella. Um coisa grande e muito extravagante, algo que não era nem de longe a cara de Bella.
- Posso cumprimentar sua filha, adorável Bella? – Aro continuou falando.
Bella parecia contrariada ao dar dois passos e se aproximar de Aro. No fundo eu também me sentia contrariado, era errado deixar um ser tão pequeno e indefeso como Renesmee à mercê dos Volturi.
- Mas ela é excepcional, tão parecida com você e com Edward. – Aro murmurou baixo – Olá Renesmee? – ele completou com a voz mais alta.
- Olá Aro – Nessie respondeu com a voz de soprano soando firme, mais firme que a de muitos vampiros que se dispuseram a ficar do lado dos Cullen.
- O que é isso? – sibilou um dos vampiros de manto negro que ficou pra trás. Ele tinha a mesma pele ‘fina’ de Aro e tinha cara de quem comeu comida estragada.
- Meio mortal, meio imortal – Aro falou ao que questionou e ao restante da guarda – Concebida e trazida à luz por essa recém-criada quando ainda era humana.
- Impossível – o ranziza reclamou.
- Acha então que eles me enganaram irmão? Aro falou alterado, mas ainda sorrindo para Nessie. – O coração que você está ouvindo também é um truque?
O velhote ranziza emburrou Aro ladrou mais uns dois ou três sermões para o ‘irmão’ e voltou a se concentrar em Nessie. Ele esticou a mão pra ela, a principio eu estranhei, mas então me lembrei que Carlisle disse que Aro tinha um poder como o de Edward, com a diferença que pra ler os pensamentos ele devia tocar a pessoa.
Nessie ignorou a mão estendida pra ela e se afastou um pouco de Bella, se esticando para poder colocar as mãozinhas no rosto do vampiro italiano. O sorriso dele aumentou.
- Brilhante – ele sussurrou.
- Por favor? – Nessie pediu, a que ela se referia eu não sabia.
- É claro que não desejo machucar seus entes queridos, preciosa Renesmee. – Aro falou gentil, mas eu consegui perceber a entonação diferente ao chamar Nessie de preciosa. – O que me faz imaginar... – ele completou tirando os olhos de Nessie e os colocando em mim.
- Não funciona assim – disse Edward.
- Foi só uma idéia errante – Aro disse enquanto ainda me avaliava.
‘Esse excremento de vampiro não ta pensando o que eu to pensando não né?’ Paul reclamou e uma imagem surgiu na mente de todos. Nós lobos do lado contrário da campina, parados como cães de guarda dos vampiros.
- Eles não nos pertencem, Aro. Eles não seguem nossos comandos dessa maneira. Estão aqui porque querem.
‘Filho da puta!’ Paul rosnou me fazendo acompanhá-lo, só que meu rosnado teve um efeito maior, um efeito alpha que dizia claramente pra esse vampiro miserável enfiar a língua dele no...
‘Tá bom Jake, já entendemos... tem menores no recinto então por favor pensamentos menos obcenos, ok?’ Leah falou, mas eu senti que ela concordava com cada pensamento que eu tive. ‘Sim concordo, exceto quando esses pensamentos se referem à bonequinha de porcelana...’ é estava demorando para ela destilar seu veneno...
Os dois, Edward e Aro, ainda discutiam sobre nós lobos, virei minha cabeça pra Edward querendo saber o que eu tinha perdido enquanto debatia com Leah.
- Ele está intrigado com a idéia de... cães de guarda – Edward murmurou.
Ruminei aquela informação por meio segundo então minha cabeça foi atacada por reclamações.
‘Miseraveis só no pesadelo deles eu seria cachorrinho desse bando fedorento’
‘Eu devia ir lá arrancar a cabeça deles’
‘Cães de guarda, manda a mãe dele ser cão de guarda...’
‘Aposto que nem mãe esse trapo velho tem, isso ai é filho de chocadeira.’
‘CHEGA!’ gritei.
- Imagino que isso responda a pergunta – Aro disse rindo – Este bando escolheu seu lado.
‘E eu escolhi arrancar sua cabeça e enfiá-la no seu rabo.’ Paul ladrou.
Edward rugiu e se inclinou pra frente pronto a atacar o vampiro, os dois da guarda que estavam junto à Aro se colocaram em posição de ataque, eu me preparei também. Mas Aro dispensou os dois guarda-costas dele, fazendo Edward voltar à sua posição.
- Há muito o que discutir, muito o que decidir. Se vocês e seu protetor peludo me derem licença meus caros Cullen, eu e meus irmãos temos que conferenciar.
‘Peludos? Quem esse cara acha que é pra falar assim da gente?’ Paul reclamou
‘Alguém importante...’ Colin falou ‘Olha só, primeiro os Cullen juntam esse bando de vampiro só pra enfrentar ele, depois... olha o medo que todo mundo tem dessa guarda?’
‘Eu não tenho medo de ninguém’ falei ‘Esse cara vai aprontar alguma. Eu sei o que Edward viu na mente dele... ele quer a Nessie. Ele quer o poder da Nessie.’
Ta certo, eu não sei que sede assassina foi essa que me invadiu, mas eu não ia deixar esse cara fazer nenhum mal à Renesmee. Eu sentia que tinha que protegê-la de qualquer forma. Senti Edward, Bella e Emmett recuando, mas eu não voltei na rapidez deles. Meus pelos estavam eriçados e meus dentes prontos pra serem fincados no pescoço de Aro, mas as mãozinhas de Nessie segurando a ponta do meu rabo me fizeram acalmar um pouco e recuar.
Eu não voltei ao meu lugar ao lado dos meus irmãos, eu me coloquei próximo à Bella e Nessie, de alguma forma meu lugar, hoje, era ali.
- Obrigado – Edward sussurrou – Por estar tão disposto a salvar minha filha.
‘Você faria o mesmo se fosse eu no seu lugar’. Pensei.
- Sim eu faria. – ele respondeu com um sorriso mínimo no rosto.
Os três vampiros conversavam do outro lado. Aro parecia ter acreditado no que os Cullen diziam sobre Nessie, mas o outro, queria apenas uma coisa: destruição.
Não importava o argumento que o outro usava, Aro tinha uma resposta que o mostrava que não fazia sentido atacar, que eles não teriam como justificar tal ato.
- Os lobisomens – O velhote emburrado falou como cartada final.
- Ah irmão... – Aro murmurou.
- Defenderá essa aliança também? Os Filhos da Lua têm sido nossos inimigos mais amargos desde a aurora dos tempos. Nós quase os levamos à extinção na Europa e na Ásia. E, no entanto, Carlisle estimula uma relação familiar com essa enorme infestação... sem duvida uma tentativa de nos destronar. Melhor para proteger seu estilo de vida distorcido.
‘Uma dentada só Jake... só uma dentada nesse gasparzinho...’ Paul pediu ‘Que diabo de Filho da Lua é esse que esse cara ta falando?’
- Caius, estamos no meio do dia – Edward falou após pigarrear para chamar atenção. – Estes não são Filhos da Lua, obviamente. Não têm nenhuma relação com os seus inimigos do outro lado do mundo.
- Vocês criaram mutantes aqui. – o tal Caius acusou Edward.
- Eles nem são lobisomens. Aro pode lhe contar tudo sobre isso, se não acredita em mim.
- Meu caro Caius – Aro falou gentilmente com o irmão – eu o teria alertado a não insistir nesse ponto, se tivesse me contado seus pensamentos. Embora as criaturas se considerem como lobisomens, elas não o são. Um nome mais preciso para elas seria transfiguradores. A opção pela forma de lobo foi puramente fortuita. Podia ter sido urdo, falcão ou pantera, quando aconteceu a primeira transformação. Essas criaturas nada têm a ver com os Filhos da Lua. Elas meramente herdaram essa habilidade de seus pais. É genético... eles não dão continuidade a sua espécie infectando os outros, como fazem os lobisomens.
Caius olhou para Aro, com irritação.
- Eles conhecem nosso segredo.
- Eles são criaturas de nosso mundo sobrenatural, irmão. Talvez ainda mais dependentes que do sigilo que nós; não podem nos expor. Cuidado, Caius. Alegações falsas não nos levam a lugar nenhum.
‘Se o que ele disse é verdade’ Seth murmurou ‘então quer dizer que pode haver outros como nós pelo mundo? Outro que tomam forma de outros animais?’
‘Talvez Seth’ falei ‘Mas não é hora pra isso.’
‘Pode não ser agora, mas pensa Jake. Se existem outros como nós, e se Aro vê que de alguma forma nós estamos lado a lado com os Cullen, ele pode sair por ai atrás de animais de guarda pra ele...’
‘Vamos deixar esse assunto pra depois, Seth. Quando não estivermos em risco de morrer, mas nós temos mesmo que discutir isso com os Cullen. É uma possibilidade provável e nós teremos que estar preparados.’
A discussão de Aro e Caius já havia mudado de foco, agora Caius interrogava uma vampira loira, e pela forma que as Denali – Kate e Tanya eu acho – reagiam à essa conversa, eu imaginei que Caius interrogava a vampira que havia acusado os Cullen.
A vampira agora se desculpava por ter denunciado algo que não existia, por não ter reparado antes que Nessie não era um bebê imortal.
...
Eu devo ter perdido algo pois em um instante a vampira se desculpava e no outro ela estava cercada de mantos negros. Um som de metal sendo rasgado e chamas consumiam o que antes era uma vampira. Kate e Tanya se rebelaram e se jogaram para frente prontas a atacar.
Uma delas foi segurada por Carlisle e a outra por um dos vampiros que estava perto dela. Eu entendi então o que Caius queria. Todas as desculpas para atacar os Cullen tinham se esvaído. Não havia como acusá-los porque não havia crime, então eles apelaram para um ataque de ‘defesa’. Eles queriam que nosso lado atacasse primeiro, ai eles poderiam alegar estar apenas se defendendo.
‘Malditos filhos da mãe.’ Reclamei.
‘Eles vão achar um jeito Jake...’ Leah rosnou ‘Eles vão encontrar uma desculpa para atacar’
‘E nós vamos estar prontos para a luta’. Falei firme.
Aro se aproximou para ‘ouvir’ algumas das testemunhas dos Cullen. Começando pela esquerda e ficando terrivelmente próximo de Paul e Jared.
‘Relaxem rapazes’ ordenei ‘não vamos dar a eles o que eles querem. Uma desculpa para atacar’.
Paul rosnou alguns muitos palavrões.
‘Vamos nos ocupar de outra coisa’ falei buscando distrair a atenção de Paul do pescoço de Aro ‘As defesas deles, nós devemos avaliá-las, saber quais são os melhores pontos onde atacar primeiro. Os Cullen não podem discutir isso agora, mas nós podemos, temos a vantagem de ninguém, exceto Edward nos ouvir’.
‘Edward falou que as melhores armas de Aro são os que usam manto cinza escuro.’ Seth falou, ele era quem tinha mais contato com os Cullen, então o que tinha mais informações sobre os Volturi ‘A menina tem o dom de provocar uma sensação de dor, digamos assim, ela pode queimar uma pessoa com esse dom. O que está ao lado dela, pode bloquear todos os seus sentidos. Visão, olfato, audição... você fica completamente indefeso e imóvel. O outro é um rastreador. Esse é o principal alvo, segundo Edward, se quisermos dar alguma chance de quem quiser fugir. O grandão não tem poder nenhum, mas tem força. É o melhor lutador dos Cullen. Tem uma outra, que eu não sei quem dentre eles ela é, mas ela tem o poder de quebrar laços de afeição. Na minha opinião ela é um risco pra nós...’
‘Como assim?’ perguntei
‘Se ela alcançar você, Jake, e quebrar o laço de amor, amizade, responsabilidade e respeito que você tem por nós, ficaremos sem um alpha. Ou seja, ficaremos perdido e vulneráveis, porque por mais força que tenhamos, não somos nada sem um lider’.
‘Mais alguém com quem devemos nos preocupar?’ falei.
‘Não, acho que esses são os perigos eminentes... sem eles fica fácil vencer os outros.’
Minha atenção saiu por um momento das estratégias que eu armava com meu bando, quando vi Bella conversando com Nessie, ela estava se despedindo da filha.
- Lembra o que eu disse a você? – Bella perguntou. Os olhos de Nessie encheram de lágrimas e ela sussurrou.
- Eu amo você.
- Eu também amo você – Bella disse e tocou um medalhão no pescoço de Nessie – Mais do que a minha própria vida.
Eu gemi buscando uma explicação para o que estava acontecendo ali. Bella se esticou na ponta dos pés e falou no meu ouvido.
- Preciso de você meu amigo. Só você pode fazer isso por mim. Espere até que eles estejam totalmente distraído, depois corra com ela. Vá para o lugar mais longe daqui possível. Quando estiver o mais distante que conseguir a pé, ela terá o aquilo de que vocês precisam para continuar por ar.
Eu encarei Bella sabendo que apesar de no momento eu ser um animal ela entederia a minha expressão. Eu não podia simplesmente abandonar meu bando, não podia deixá-los sem um guia, sem um líder. Por mais que meu coração se apertasse em imaginar o risco que Nessie corria aqui, eu não podia ir... não podia deixar ...
‘E você pode morrer?’ Embry falou ‘Se você ficar, você pode morrer Jake, o que vai ser de se você morrer? Ela pode não dar o braço a torcer, mas ela te ama. Muito. E é um amor que não vai acabar... eu tentei Jake, você mais que ninguém sabe que eu tentei fazê-la me amar, mas ela é seu imprinting, e nada nem ninguém nesse mundo vai mudar isso. Como parte do seu bando, como seu irmão, eu o aconselho a aceitar o pedido de Bella. Saia daqui com Nessie, vá a reserva pegue e viva com as duas longe daqui’.
‘Faço minhas as palavras de Embry.’ Seth falou.
‘Vai ser osso não ter você aqui, chefe, mas se isso é o certo, eu te apoio’. Quill concordou
‘Tem meu apoio também, deixa com a gente que não vai sobrar nem cinza de sangussuga aqui’. Foi a vez de Paul. Sendo seguido de Jared, Colin, Brad, Matt e todos os outros lobos. Todos menos uma...
‘Se eu falar que você vai ser um medroso fugindo vai mudar alguma coisa?’ Leah ladrou ‘Não, não vai. Então pega logo o filhote de sanguessuga e a sua bonequinha de porcelana e da o fora daqui.’ Eu sabia que esse era o jeito de Leah dizer que me apóia, sem ter que dar o braço a torcer.
‘Eu não quero que vocês se arrisquem mais que o necessário. Nosso povo precisa de vocês, então ajudem, mas se a coisa ficar feia demais caiam fora. E isso é uma ordem. Eu vou voltar, assim que tudo esfriar eu volto pra La push, por que lá é meu lugar, é minha casa e é onde minha família vive. Eu vou estar sempre em contato com vocês, sempre vou estar na minha forma lupina pra saber como as coisas estão aqui.’
‘Certo chefe’ quinze lobos falaram em uníssono.
Edward terminou de se despedir da filha e a colocou nas minhas costas. Eu me virei pra Bella, pra que ela tivesse certeza que eu a ajudaria – mais uma vez.
- Você é o único a quem poderíamos confiá-la. Sei que pode protegê-la, Jacob. – Bella murmurou.
Então todos ali começaram a se despedir... seria esse o fim? A coisa começou a ficar feia, quando ainda sem Aro ter dado qualquer parecer, sua guarda começou a usar os poderes contra os Cullen. O que gerou todo o alvoroço foi o momento onde a baixinha que podia causar dor com a mente descobriu o poder de Bella – poder esse quem nem nós mesmo sabíamos ser tão intenso.
Bella havia erguido um escudo sobre todos do nosso lado. Nada que os Volturi fizessem iria nos atingir, desde que Bella estivesse de pé. Os vampiros aliados começaram a dividir os Volturi entre si, junto à divisão deles, estava a divisão do meu bando, cada um escolhia aonde iria ajudar, quem iria matar. Nós estávamos em vantagem numérica, mas ninguém contava vitoria antes da hora porque eles conheciam o poder dos italianos.
Aro ainda tentou mais uma vez convencer os aliados dos Cullen a se juntarem a eles, mas ninguém aqui queria passar para o lado negro da força, na verdade eles queriam era acabar com essa supremacia Volturi de uma vez por todas.
- Sendo assim vamos votar – Aro disse.
- A criança representa o desconhecido. Não há motivo para permitir que um risco desses continue a existir. Ela deve ser destruída, junto com todos que a protegem. – Caius falou com um sorriso de expectativa.
- Não vejo nenhum perigo imediato. Por ora, a criança é suficientemente segura. Podemos reavaliar depois. Vamos embora em paz.
- Cabe a mim o voto de minerva, ao que parece. – Aro falou. Até parece que isso não era a intenção desde que eles se reuniram...
- Sim! – sibilou Edward de repente. Olhei pra ele buscando qualquer evidencia que algo estava acontecendo, mas vi apenas uma sombra de esperança, a mesma que vi no dia que Nessie nasceu, quando ele pode ouvi-la e soube que conseguiria manter Bella e a filha com ele.
- Aro? – Edward voltou a falar.
- Sim Edward? Há mais alguma coisa?
- Talvez. Primeiro posso esclarecer uma questão?
- Certamente.
- O perigo que você prevê vindo da minha filha... ele tem origem inteiramente em sua incapacidade de deduzi como ela se desenvolverá? É esse o xis da questão?
- Sim amigo Edward. Se pudéssemos ter certeza de que, enquanto cresce, ela será capaz de permanecer escondida do mundo humano... de não colocar em risco a segurança de nossa obscuridade...
- Então se pudéssemos ter certeza exatamente do que ela se tornará... então não haveria necessidade de um conselho deliberativo?
- Se houvesse alguma maneira de estar absolutamente certo, então sim, não haveria o que debater.
- E poderíamos nos despedir em paz, como bons amigos novamente.
‘Que porra Edward, chega logo no finalmente!’ pensei.
- É claro meu jovem amigo. Nada me agradaria mais.
- Então tenho algo mais a oferecer.
- Ela é absolutamente única. Seu futuro só pode ser conjecturado.
- Não absolutamente única, rara, certamente, mas não única.
Todos do nosso lado se sobressaltaram com a declaração de Edward, afinal ninguém sabia como Nessie seria no futuro, ninguém sabia nada dela
- Por que não se junta a nós Alice? – Edward falou fazendo todos os vampiros assustarem e sussurrarem ‘Alice’.
Alice tinha fugido com Jasper há alguns dias. Todos achavam que ela havia feito isso para se proteger de Aro, afinal de todos os poderes do clã Cullen, Alice e Edward eram os que Aro mais cobiçava... e Bella, agora também entrava nessa lista. Mas ao que parece, Alice havia apenas saído em busca de suas próprias testemunhas.
Uma delas era uma vampira e o outro era estranho, ele tinha todas as características de um vampiro, mas seus coração batia, eu podia ouvir o sangue circular em seu corpo. Ele era como... como Nessie.
Nahuel – como ele se chamava – era também um meio-vampiro, ele assegurou aos Volturi que aos sete anos Nessie pararia de crescer e teria sempre a aparência de uma adolescente. E ainda que ela não teria veneno, pois as irmãs dele não tinham, ao contrário dele que poderia transformar uma pessoa, como havia feito à vampira que estava com ele.
Depois de todo o discurso do garoto, Aro assentiu solenemente e se virou para a sua guarda.
- Meus caros, não lutaremos hoje. – ele disse e se virou para os Cullen – Fico feliz que tenhamos podido resolver tudo sem violência. Meu amigo Carlisle... que satisfação poder chamá-la de amigo de novo! Espero que não haja ressentimentos. Sei que entende o fardo severo que o dever coloca em nossos ombros.
- Va em paz Aro e lembre-se, por favor que ainda temos nosso anonimato a proteger, e evite que sua guarda cace nessa região.
‘Disso nós nos encarregamos’ Paul pensou já imaginando um dos sanguessugas caçando por aqui e os lobos o dividindo em fatias.
‘E eu quero mesmo que façam isso, mas com cuidado, não podemos confiar nessa laia’ falei ‘Fiquem atentos e garantam que eles não matem ninguém aqui, e se matarem vocês sabem o que fazer.’
Tomei um susto quando Bella quase me escalou para tirar Nesssie das minhas costas.
- Nessie, Nessie, Nessie! – ela cantarolou e eu ladrei uma risada. Bella nunca gostou do apelido que dei à filha dela. – Cale a boca.
- Vou poder ficar com vocês? – Nessie perguntou.
- Pra sempre. – Bella respondeu.
- Pra sempre. – Edward concordou.
Me afastei dos três pronto para correr em direção à La Push, em direção à minha escolhida, mas a voz de Bella me fez parar.
- Vamos comemorar, Jake. – ela falou – Vem conosco.
‘Não posso’ pensei sabendo que Edward traduziria pra ela.
- Por que? – ela perguntou.
- Ele quer ir pra casa Bella, quer ver ...
- Mas você pode vê-la depois – Bella choramingou.
‘Até mais Edward’ falei em pensamentos e me afastei, eu não ia estender uma sessão ‘quero voltar ao passado’ com Bella.
Antes que eu tomasse velocidade, Bella parou na minha frente.
- Volte pra forma humana – ela pediu – quero falar com você e quero ouvir oq eu você tem a dizer.
Relutante eu fui até de trás de uma arvore e me transformei.
- O que é agora Bella.
- Por que você está se afastando? A gente estava bem há minutos atrás.
- A gente não estava bem Bella. Eu estava do lado do correto. Eu tinha que proteger Nessie, e foi o que eu fiz.
- Então venha comigo, por ela.
- Não força a barra Bella. Não tem chance das coisas voltarem a ser como eram antes, e eu acho que já te falei isso um milhão de vezes.
- É por causa dela, não é? Por causa da humana que ta na sua casa.
- É sim, é por causa da . Eu finalmente enxerguei que ela é a minha escolhida.
- O... seu... imprinting?
- É Bella, meu imprinting. E agora me da licença que eu tenho que ir vê-la. – falei passando por ela indo em direção à La Push.
- Espera – ela segurou meu braço.
- Bella, chega ta. Já deu. Você tem sua família feliz e completa agora. Dá um tempo pra mim, me deixa. Eu demorei pra enxergar que era minha felicidade, mas agora eu vi e não vou perder mais nenhum segundo. Eu não sou mais o Jake de antes, eu cresci e estou tentando viver minha vida. Então por favor, faça você o mesmo.
Não esperei uma resposta dela apenas corri. Quando vi que estava a uma distancia segura eu tirei a bermuda e me transformei.
...
Entrei em casa com o coração acelerado. Já era tarde, a batalha tinha me tirado quase um dia inteiro. Fui direto ao quarto de ver como ela estava, contar pra ela tudo sobre mim, sobre os lobos, e principalmente, pedir perdão por ter sido um cego burro.
Abri a porta pronto pra ver o par de olhos azuis mais lindos do mundo, mas pra minha surpresa ela não estava lá. Talvez ela tivesse ido trabalhar hoje. Peguei uma camisa no meu quarto e ia saindo quando senti o perfume dela lá, estava fraco, mas estava presente. Não só no meu quarto, mas na minha camisa também. O que teria feito no meu quarto com minha camisa?
Balancei a cabeça pra espantar as idéias, calcei um tênis e fui até minha moto. Pilotei rápido até Forks, Diana estava fechando a loja quando estacionei na calçada.
- Jacob. – ela me cumprimentou.
- Oi Diana, a ta por ai?
- Não, eu ia mesma te perguntar sobre ela, ela não veio trabalhar hoje.
- Ela passou mal ontem – falei – talvez seja por isso... ela deve estar na casa da Sue... bom eu vou procurá-la lá.
Me despedi e voltei para a moto, voltando rápido para La Push. Fui até a casa de Sue, que também não sabia de . Meiio relutante frente à idéia, eu fui até a casa de Embry, mas a mãe dele também não a tinha visto. Emily tambémnão sabia onde estava.
Procurei na praia, no centro da reserva, no penhasco. Nada, nenhum um sinal de onde ela podia estar. Fui pra casa na esperança dela ter voltado pra lá. Encontrei Rachel e Paul abraçados na sala. O alivio estampado no rosto da minha irmã.
- Jake. – ela sussurrou vindo me abraçar – Que bom que você está bem.
- Cadê ? – perguntei.
- Eu não a vi de manhã, e quando voltei ao meu quarto perto da hora do almoço, eu encontrei isso. – ela me estendeu um papel.
Era um bilhete de , dizendo que ela estava indo embora, que não podia ficar ali mais. Ler aquelas palavras foi ter meu coração arrancado de mim. Eu preferia ter morrido naquela batalha a ter que ver isso que estava nas minhas mãos.
No final do bilhete, em uma linha que foi riscada, mas que eu conseguia ler perfeitamente estava escrito:
Diga ao Jake que... que eu estou bem... e que eu o desculpo pelo que aconteceu. Ele... vocês vão estar comigo sempre.
Se ela me desculpava, por que ia embora então? O que tinha acontecido pra ela tomar essa decisão? Por que a porra da minha vida não podia ser fácil pelo menos uma vez?
Simples, Jacob, porque você é um idiota fodido que nunca faz o que é certo.
CONTINUA...
N/a: Eu demorei, eu sei... não me matem!!! Eu ia postar ontem mas quando cheguei em casa da casa da minha madre, encontrei meu marido dodói e tive que cuidar dele... e vocês sabem que homem doente é a coisa mais dengosa desse mundo!
Enfim, ai está o capitulo – gigante diga-se de passagem – eu tentei ao máximo não copiar muito do livro BD, mas pra descrever a batalha foram necessários alguns spoilers... então quem não gosta me perdoe... como era um POV do Jake, diferente do livro que é relatado pela Bella, eu tive que mudar algumas coisas, acrescentar ou retirar algumas falas... ainda mais porque no livro o que se referia à Jake era em relação ao imprinting dele com Nessie.
Bom, espero que tenham lido esse capitulo com a mente aberta... eu TIVE que aproximar o Jake da Nessie, caso contrário, qual seria a razão para a aliança dos lobos e dos Cullen????? Então Jake se encantou pela Nessie sim, mas fiquem tranqüilas por que ELA não vai ficar entre Jake e a PP...
Respirem fundo porque ainda tem MUITA emoção por vir... e muita baixaria... vcs viram só a Bella Bitch nesse capitulo??? Não dá uma dentro... ela ainda vai aprontar muitas dessas... aguardem e confiem....
Mas o que vcs acharam??? Deem suas opiniões... ahhh e aproveitando o espaço... MUITO obrigada a TODAS que me deixam reviews maravilhosos... já disse que amo vocês??? E Raquel, eu não tinha pensado o capitulo passado daquele jeito não flor, mas quando fui escrever, não consegui encaixar o que tinha pensado na história, ia ficar sem sentido e tb eu achei que estava enrolando demais pro Jake perceber o imprinting... do jeito que eu pensava ele só ia se dar conta que Nannah era a escolhida dele daqui uns quatro ou cinco capitulos... se fosse assim acho que ia ter uma caravana chagando em Minas pronta pra matar a autora aqui.... kkkkkk.... mas enfim, espero que a fic esteja do agrado de vcs...
Nos vemos semana que vem???? Bjos...
CAPITULO 22 – A DROP IN THE OCEAN
“Que eu te amo
Que eu te amei o tempo todo
Eu sinto sua falta
Estive afastado por muito tempo
Eu continuo sonhando que você estará comigo
E você nunca irá embora
Paro de respirar se eu não te ver mais”
(Jake)
Eu me sentia perdido... e eu sentia o peso da minha cegueira... se eu não tivesse sido tão fraco. Sim fraco. Seu tivesse um pouco mais de força eu não teria me agarrado tanto ao que minha mãe falou. Se eu tivesse lutado contra o que me cercava como homem e não como um menino indefeso, perdido, medroso... eu teria visto, eu teria sabido de cara, desde a primeira vez que vi os olhos azuis dela, que era minha. Que era por ela que eu esperava, que era ela quem meu coração chamava, quem meu corpo e minha alma pediam. Agora eu estava aqui, encolhido no canto do meu quarto, lendo e relendo a carta que ela deixou.
A única coisa – além do brilho dos olhos dela – que rodava minha cabeça, era o ‘por que’. Por que ela se foi? Por que ela deixou pra trás todos que a deram o amor que ela merecia... Por que abandonar, Seth, Sue, Mel, Embry... por que me deixar. Eu preferia não tê-la pra mim, mas tê-la aqui, onde eu poderia ver seus olhos, seu sorriso...
Eu cheguei a duvidar por um minuto se Rachel estava realmente certa, se era mesmo meu imprinting, por que se fosse verdade, se fosse real, ela não iria me deixar, mesmo que magoada, com raiva de mim, por tudo o que fiz, ela não consegui ria ficar longe. Mas a dor que eu sinto agora, por não estar perto dela, por não saber onde ela esta, me diz que sim, é a minha escolhida, eu só não vi isso antes talvez porque estivesse olhando para outro lugar... eu via , mas meus olhos não queriam enxergar que era ela, porque estavam sempre em busca de outra... sei lá cada vez que eu penso nisso eu fico mais confuso.
Se eu pudesse ao menos saber pra onde ela tinha ido. Eu ordenei que todos a procurassem depois que vi a carta, eu mesmo corri meio estado atrás de qualquer sinal, qualquer pista, mas não achei nada. A porra da chuva que caia fez o favor de lavar qualquer rastro que tenha deixado. Pra saber dela agora só se eu tivesse um bola de cristal capaz de mostrar o futuro...
...Espera...
- Alice! – sussurrei pra mim mesmo enquanto me levantava e saia correndo.
- Jake, aonde você vai? – Rachel perguntou quando eu passava feito furacão pela sala. Eu não respondi, não conseguia, um fio de esperança se acendia em mim e eu queria chegar logo até Alice.
Corri com toda minha velocidade, na forma humana mesmo, eu não queria perder tempo me transformando. Entrei na casa dos Cullen sem nem mesmo bater na porta. Estavam todos na sala com Nahuel, a vampira tia dele e as três amazonas. Alice estava sentada numa poltrona e corri até ela e me ajoelhei na sua frente, em outro momento eu me sentiria humilhado por me ajoelhar frente à um vampiro, mas agora eu faria qualquer coisa se isso fosse trazer minha de volta.
- Por favor você precisa encontrá-la – pedi, minha voz saindo engasgada pela ansiedade e pelo desespero.
- Encontrar quem Jacob? – Alice perguntou me olhando assustada, eu tinha certeza que a expressão de todos era como a dela, mas não queria conferir, meus olhos estavam cravados nas orbes douradas da vidente, ela era minha ultima e única esperança.
- – falei – ela foi embora, eu preciso dela, você pode vê-la, por favor, me ajuda.
- Ta bom, calma Jacob, eu vou tentar, mas você precisa se acalmar – ela pediu. Eu senti uma onda de calma me invadir. Jasper. Eu agradeceria ele depois, agora o que importava eram os olhos de Alice que ficaram sem foco... ela procurava .
- O que está acontecendo? – Alguém perguntou atrás de mim.
- O imprinting de Jacob fugiu, antes que ele pudesse contar pra ela sobre os lobos. Antes que ele pudesse esclarecer tudo pra que eles dois ficassem juntos – Edward respondeu por mim.
- Vai ver ela descobriu antes que ele era lobo e não quis isso pra vida dela. – Rosalie falou.
- Rose, agora não. Por favor. – Esme reclamou. Mas o que Rosalie falou chamou minha atenção. Será que havia descoberto sobre nós e ficado com medo?
- Eu não consigo... não consigo vê-la – Alice falou chamando minha atenção.
- Como assim não consegue vê-la – perguntei.
- Vai ver ela morreu – Rosalie falou como quem comenta sobre o tempo. Eu me virei pronto para arrancar aquela cabeça loira dela.
- Rosalie é melhor você sair daqui agora – Edward rosnou.
- Não espera, talvez Rose esteja certa. – Bella falou se aproximando de mim – fugiu quando a região estava cheia de vampiros. Foi dito aos nossos amigos, para não caçarem em Forks... mas ninguém sabe onde ela poderia estar... talvez Seattle, Por Angeles, Tacoma...
Minhas resistências caíram, eu me voltei para Alice com um pedido mudo nos olhos de que ela me dissesse que minha estava viva, caso contrário, eu também morreria.
- Não – Alice falou – ela não morreu, eu posso sentir que ela esta viva, eu só não consigo vê-la. Eu não sei explicar, é como quando Bella estava grávida. O futuro de é um borrão pra mim, mas ele ainda existe.
- Isso é estranho... será que ela esta com algum lobo da matilha? – Edward perguntou.
- Acho que não, Seth, confere pra mim. – falei.
Me afastei um pouco de Alice me sentando no chão ao lado da poltrona onde ela estava sentada. No mesmo instante que eu me recostei na lateral da poltrona, senti mãos pequenas e quentes – se comparadas às dos vampiros da casa – tocarem meu rosto.
Uma imagem minha chorando apareceu na minha cabeça. Nessie se sentou na minha perna e encostou a cabeça no meu peito. ‘Por que você está triste?’ foi a pergunta muda dela.
- Porque minha alma se foi – falei mesmo sabendo que ela não entenderia.
- Não chora. – Nessie falou enxugando uma lágrima do meu rosto. – Eu canto pra você.
Ela começou a cantarolar uma melodia. Mesmo tão pequena ela tinha uma voz tão afinada e calma. Era bom de ouvir, mas eu precisava ficar sozinho. Precisava pensar e o cheiro de vampiro aqui não deixava.
- Obrigado – sussurrei pra Nessie e a desci do meu colo me levantando em seguida – eu vou sair, quero ficar sozinho. Qualquer novidade – me virei pra Embry e Seth – uivem.
“De joelhos, eu pedirei
Última chance para uma última dança
Porque com você, eu resistiria
Todo o inferno para segurar sua mão
Eu daria tudo
Eu daria tudo por nós
Dou qualquer coisa, mas eu não vou desistir
Porque você sabe, você sabe, você sabe”
()
Eu estava decidida a fugir pra longe, mas quando, passando pela estrada eu avistei o penhasco onde ficava a caverna, não tive como sair dali sem me despedir do único lugar onde consegui ser completamente feliz.
Dei a volta e parei o carro na praia, fui caminhando até a entrada da caverna e entrei lá, apesar do medo de escorregar em uma das pedras e cair. Sentei bem perto da lagoa, de forma que a ponta dos meus dedos dos pés conseguiam sentir a temperatura fria da água.
Fechei os olhos, me lembrando de cada instante do meu momento com Jake aqui. Os toques, os beijos, a forma como ele me olhava, como se eu fosse uma estrela que tinha acabado de cair nas mãos dele. Eu me senti única e especial naquele pequeno momento com ele ali.
E era isso que me matava, como ele podia ser tão incrível e perfeito num dia e no outro me dispensar como ele fez? Com aquela desculpa ridícula que ele usou? Não havia como ele fingir tudo o que demonstrava sentir por mim aquele dia.
Não sei se eu queria acreditar que a nossa noite aqui na caverna foi real pra acalmar meu coração ou para saber que meu bebê foi feito num momento onde eu amava e era amada. Eu não sei como lidaria com a idéia de que meu filho – ou filha – foi concebido numa noite de diversão pra Jake.
Desci minha mão até minha barriga e abaixei os olhos, no mesmo instante uma lágrima caiu na minha mão.
- ? – ouvi uma voz rouca soar atrás de mim. Me virei em câmera lenta e dei de cara com Jacob parado na entrada da caverna.
- Jake? O que você faz aqui? – perguntei me levantando.
(Jake)
- Eu... eu vim pensar... não imaginava encontrar você aqui... – falei surpreso e feliz por encontrá-la.
- Eu já estou indo... – ela falou saindo.
- Não vai... fica – pedi.
- Melhor não. – ela continuou seguindo, meu coração se apertou, eu não podia deixá-la partir mais uma vez, não agora que ela estava ao alcance das minhas mãos.
Segurei a mão dela assim que ela passou por mim, um único passo nos separava, nossos olhares se encontraram e eu senti laços fortes me segurarem ali. Eu senti minha vida ser unida à de , minha alma foi sugada pra dentro daquele mar azul que eram os olhos dela. Eu faria qualquer coisa, seria qualquer coisa por ela.
- Me deixa ficar com você, me deixa cuidar de você.
- Pra que? – ela falou me encarando com os olhos magoados – Pra você me falar meia dúzia de palavras bonitas, me embriagar com sua presença, me seduzir e depois me descartar? Acho que essa eu passo.
- Me desculpa. Eu errei, mas eu quero pedir desculpas... eu quero ficar com você.
- Seu tempo passou Jake, é meio tarde para apagar o que aconteceu. Eu não quero isso, não quero você comigo por pena ou por obrigação. Eu quero você por você me querer.
- Eu não quero ficar com você por obrigação... nem por pena. O imprint...
- CHEGA! – ela gritou me interrompendo – CHEGA DESSA HISTÓRIA DE IMPRINTING, EU TO FARTA DISSO, EU TO FARTA DE MENTIRAS, DE DESCULPAS ESFARRAPADAS. NÃO QUERO QUE VOCÊ FIQUE COMIGO PORQUE SE SENTE OBRIGADO, PELO QUE ACONTECEU ENTRE NÓS... POR FAVOR, PELO MENOS UMA VEZ ME FALA A VERDADE, JACOB, ME FALA O QUE VOCÊ REALMENTE SENTE.
- VOCÊ QUER SABER O QUE EU SINTO? - também gritei – EU TE AMO!
“Uma gota no oceano
Uma mudança no tempo
Eu estava rezando
Para que você e eu
Ficássemos juntos no final
É como desejar pela chuva
Enquanto permaneço no deserto
Mas estou segurando você
Mais perto que nunca
Porque você é meu paraíso”
()
Me assustei e fiquei encarando Jake de olhos arregalados enquanto ele continuava falando agora baixo.
- Eu te amo , com todas as minhas forças, de todas as formas possíveis. Te amo como minha irmã, como minha filha, como minha amiga, como minha mulher. Eu simplesmente te amo. Sem obrigação, é livre, é puro... eu só fui cego demais, enxerguei tudo isso muito tarde. Eu quase perdi você, e quase morri por isso. E o imprinting não era uma desculpa, eu só não tinha percebido ele entre nós. Mas eu percebo agora, eu olhos nesses seus olhos e eu sinto... sinto que esse é o meu lugar no mundo, com você, aonde você estiver. Eu não estou te amando por obrigação , eu te amo porque quero te amar, porque de tudo o que fiz nessa vida, a coisa mais certa foi deixar você entrar no meu coração.
“O paraíso não parece
Mais tão longe
O paraíso não parece estar longe
O paraíso não parece
Mais tão longe
O paraíso não parece estar longe”
- Cala a boca, Jake – falei acabando com o espaço entre nós e o puxando pra me beijar, seus lábios tomaram os meus com a urgência que tanto tempo distante nos forçava a ter, sua língua invadiu minha boca com pressa, com sede. Eu também tinha sede dele, eu também queria arrancar todo o sabor dali, matar a vontade que me corroia – Eu também te amo – falei quebrando nosso beijo – te amo demais... vocês são as coisas mais importantes da minha vida. – falei me referindo a ele e ao nosso bebê.
(Jake)
- Nós? – perguntei – Que nós? Eu e Embry? Não acredito que eu me declaro pra você e você se lembra dele?
- Embry? – ela perguntou me olhando confusa – Que diabos o Embry ta fazendo nessa conversa?
- Você disse ‘vocês são as coisas mais importantes da minha vida’ – expliquei – se não é o Embry quem é?
- Oh meu Deus, você não sabe! – ela exclamou colocando a mão na boca.
- Não sei de que? – comecei a me preocupar, se não era Embry, quem era? Existia outra pessoa na vida de ?
- Eu achei que Carlisle tinha te contado... – ok primeiro Embry entrava na conversa agora era Carlisle – esse lugar – falou se aproximando mais da lagoa, eu a acompanhei com medo que ela se machucasse nas pedras.
- O que tem esse lugar? – perguntei
- Lembra que você disse que ele seria ainda mais especial?
- Lembro. Ele me lembra o quanto eu te amo... mas , pelo amor de Deus, me fala o que eu não sei. – pedi.
Ela se virou pra mim sorrindo. Um sorriso lindo que quase fez meu coração parar. Ela se aproximou bastante, deixando apenas um palmo de distancia entre nós, colocou uma mão no meu rosto e segurou minha mão esquerda com a outra.
- Aquela noite deu um fruto Jake – senti minha mão que ela segurava ser colocada em sua barriga. Uma lágrima escorreu do olho de no mesmo instante em que eu olhava para as nossas mãos pousadas no ventre dela – Eu estou esperando um filho seu. – ela sussurrou.
()
Jake estava estático, nem a respiração dele eu conseguia perceber. Meu coração começou a se apertar, quando ele se declarou eu senti que meu mundo tinha voltado a brilhar, principalmente porque não era algo por obrigação como eu imaginei a principio, isso se confirmou quando eu percebi que ele não sabia da gravidez. Então eu fiquei feliz, porque eu achei que ele iria gostar da idéia de ser pai. Mas agora, Jake parado encarando nossas mãos juntas sobre minha barriga, feito uma estatua, sem esboçar uma mínima reação, me desesperava. Outras lágrimas se juntaram à que tinha caído pelo meu olho, mas essas ao contrario da primeira eram de tristeza, de desespero.
- ? – Jake perguntou tirando os olhos da minha barriga e os colocando no meu rosto –Amor, o que foi? Por que você está chorando?
- Você... você... não o quer... – falei entre as lágrimas.
- Como não quero? Você pirou? Você tem noção do quanto eu to feliz por saber que eu vou ser pai? E de um filho seu... seu minha pequena, a mulher que eu mais amo nesse mundo!
- Mas você não falou nada, você ficou ai parado. – falei chorando mais.
- Você é absurda, – ele me abraçou sorrindo – Eu fiquei sem reação porque eu nunca imaginei que depois de ter tanta coisa arrancada de mim, eu teria dois presentes tão maravilhosos, tão especiais... – ele me afastou do seu abraço e segurou meu rosto entre suas mãos – eu nunca imaginei que poderia ser abençoado com tanto amor...
“Uma gota no oceano
Uma mudança no tempo
Eu estava rezando
Para que você e eu
Ficássemos juntos no final
É como desejar pela chuva
Enquanto permaneço no deserto
Mas estou segurando você
Mais perto que nunca
Porque você é meu paraíso”
Ele tomou meus lábios mais uma vez, nosso beijo se misturava às minhas lágrimas, subi minhas mãos por baixo da camisa dele, apertando aqueles músculos que, apesar de só ter sentido tão de perto uma única vez, minhas mãos pareciam conhecer há tempos. Jake grunhiu e apertou mais suas mãos na minha cintura.
Meu corpo se esquentou com esse gesto e eu me apertei ainda mais contra ele, sentindo o quanto Jake estava se animando com nosso beijo. E eu o queria, Deus como eu o queria agora. Desci minhas mãos até a barra da camisa dele e a puxei pra cima. Jake se afastou de mim para passar a camisa pela cabeça, aproveitei o tempo para respirar, logo os lábios dele estava novamente sobre os meus.
Minha jaqueta já tinha ido parar no chão, agora eu lutava contra os botões da minha blusa. As mãos de Jake substituíram as minhas e os botões voaram longe quando ele abriu minha blusa com força, me ocupei de desabotoar sua bermuda. Mais uma vez eu precisava de respirar, então Jake desceu seus lábios pelo meu pescoço, revezando beijo, mordidas e chupões.
(Jake)
Nossa respiração era rápida e superficial, o desejo entre nós dois era palpável. Eu queria mais do que queria ar pra respirar. O meu desejo já me era incomodo, tanto que quando desabotoou minha bermuda e a puxou pra baixo eu quase cantei de alegria. As mãos pequenas de estavam me maltratando da forma que subiam pelo meu abdômen e peito até chegarem na minha nuca.
Havia fogo em todo lugar, minhas mãos reconheciam sua pela, minha boca reconhecia o sabor da pele dela. Levantei-a no meu colo e escorreguei até o chão, deixando-a sentada sobre meu quadril. A ação de foi o teste final para a minha resistência, ela entendeu meu ato como um incentivo e começou a roçar seu quadril sobre o meu, me deixando ainda mais quente – como se isso fosse possível.
Me inclinei de lado e coloquei deitada de costas no chão, exatamente como há dois meses, na nossa primeira vez aqui. Tirei suas botas, as jogando de lado, em seguida desabotoei sua calça e a passei pelas pernas dela, observando a forma como o tecido passava sobre a pele dela, invejando aquilo, desejando ser minhas mãos ali, e foi exatamente o que fiz. Joguei a calça de lado e me ocupei de deslizar meus dedos pela pele dela, sentindo a textura, a temperatura...
Me inclinei até que meus lábios se encostaram no ouvido dela. ‘Kwop Klawtlay’ – sussurrei. suspirou fundo e uma lágrima caiu de seu olho, eu a capturei com um beijo, depois voltei a tomar os lábios da minha escolhida. Eu tentei ser calmo, mas no momento que nossas línguas se encontraram, nós viramos fogo e pólvora. Uma explosão e sem que eu me desse conta
estava por cima de mim e nós dois éramos um só.
()
Não tínhamos tempo para as caricias, não mais. No momento que nossas línguas se encontraram eu e Jake éramos apenas a necessidade de matar a saudade, o desejo. Nós teríamos oportunidade para todos os tipos de carinho depois, porque sim, eu não o deixaria fugir de novo, nem eu fugiria, nunca mais. Agora eu tinha encontrado o meu lugar, eu tinha encontrado tudo o que mais quis na vida. Eu tinha encontrado um amor diferente do que conheci, um amor que vicia e que nos faz querer viver cada dia só pra ter um pouco mais dele.
Nós chegamos juntos ao orgasmo e eu me senti mais uma vez completa, só que dessa vez meu conto de fadas não acabaria pela manhã, porque eu não deixaria acabar. Querendo ou não, Jacob Black agora era meu e nada nem ninguém o tiraria de mim.
-Eu te amo. – falei depois de me aconchegar em seu peito.
- Também de amo, pequena. E não vou deixar você me escapar nunca mais. – ele deu um beijo na minha testa.
- Eu sei. – falei.
- Ah sabe? – ele afastou meu rosto do seu peito de jeito que eu olhasse pra ele – Como você está tão certa do que sabe.
- Porque vocês quileutes não dizem eu te amo em sua língua nativa sem ser sério, sem ser pra sempre.
- Como você sabe disso? – ele perguntou me encarando admirado.
- No casamento de Emily, eu ouvi quando Sam disse isso pra ela, e perguntei a Rachel o que era, ela me falou que significava ‘eu te amo’ em sua língua materna, e me contou também que isso só é dito quando os quileutes encontram um amor verdadeiro e eterno.
- Kwop Klawtlay. – ele repetiu me beijando mais uma vez.
"Poque você é meu paraíso..."
N/a: Quem gritou finalmente levanta a mão! o/o/o/o/o/o/... Demorou mas finalmente os pombinhos se uniram... VIVA!!!!! E agora como vão ser as coisas??? Jake e a PP viveram felizes para sempre... é o fim de Crossroads??? OMG, OMG.... 
Cenas ds próximos capitulos...
... Mas tem como acabar com isso Jake, basta você querer... (Bella)
... Mas eu não quero deixar de amá-la! Eu quero amar  por toda minha vida. Ela me salvou do buraco  onde você me jogou, ela foi minha luz quando eu estava perdido na escuridão (...) eu vou amá-la até onde ela me permitir... (Jake)
... eu não quero que você fiquei com ela Jake. Você é meu. Meu amigo, meu sol... (Bella)
... ela não vai ser eterna pra você. Ela vai envelhecer, vai morrer... (Bella)
... Então eu vou ficar feliz de deixar esse mundo junto com ela... (Jake)
... NÃO. Eu não permito, você não pode me deixar Jake. Não pode... (Bella)
... Bella, eu não to pedindo sua permissão, eu não to perguntando se você gosta ou não de  ou do fato de eu amá-la mais que amei você... (Jake)
... Eu não vou suportar viver sem você... (Bella)
... É melhor aprender a lidar com isso então (...) Nosso tempo acabou Bells... (Jake) 
Entonces... você acham mesmo que a fic vai acabar assim??? Na-na-ni-na-não... ainda tem muuuuuita coisa pra acontecer.... Isso ai em cima *apontapracima* são techos de algo que vai acontecer mais pra frente... se vocês acham que Bella é uma bitch, é porque vocês ainda não viram NADA...
Flores team Bella e/ou Team Kris... NÃO ME MATEM nem me odeiem... essa é a Bella da minha fic, então não se sintam ofendidas tá... Só pra garantir que não tenh nada contra a Bella (apesar dela ser uma songa de vez em quando) tenho uma fic no Nyah onde ela é uma mocinha e tanto... chama Doce Inferno...
Mereço coments??? Então botem os dedinhos pra trabalhar... Ahhh e NÃO posso me esquecer de forma alguma de agradecer à Luh (ou Luiza ou Priscila, flor nunca sei qual nick vc vai usar, mas sempre sei quem é vc aqui na fic ou no face, ou na tag, enfim...)... ela me deu ótimas idéias pra esse capitulo e pra outros mais pra frente, fez essa capinha diva que eu coloquei no capitulo e fez o video LINDO que é link na musica 1... THANKS LUH ^^...
Chega de notinha né... afff vai acabar ficando maior que o capitulo... Obrigada a todas que comentaram no capitulo passado, vcs são show!!!! Bjos e até semana que vem!!!!
Feliz era pouco pra descrever o que eu sentia agora, essa era a segunda vez que eu acordava aqui na caverna abraçada a Jake, e o melhor era saber que dessa vez ele não me abandonaria pela manhã. Me aconcheguei mais no peito de Jake, onde eu me encontrava deitada, ele estreitou os braços ao meu redor e deu um beijo na minha cabeça;
- Como você descobriu? – perguntei quebrando os silencio.
- Descobri o que? – ele rebateu.
- Que eu era seu imprinting.
- Rachel que me abriu os olhos, ela que me mostrou o que eu não estava querendo ver...
- Então se não fosse pela Rach, você ainda estaria esperando o seu imprinting?
- E você estaria longe... – ele sussurrou.
- Mas agora eu to aqui – falei levantando a cabeça e apoiando meu queixo em minhas mãos que estavam espalmadas em seu peito – e eu não vou mais embora.
- Nunca mais? – ele perguntou sorrindo
- Nunca mais. – respondi me esticando para dar um selinho nele.
- Eu queria ficar com você aqui a vida toda – Jake falou me afastando e se sentando – mas acho melhor voltarmos pra casa, ta todo mundo louco atrás de você.
- Não quero voltar – fiz bico – quero ficar aqui com você.
- Nós vamos ter muito tempo pra ficar juntinhos assim. – ele me deu um beijo longo.
Nos trocamos e saímos da caverna seguindo até onde eu havia deixado meu carro.
- – Jake me chamou antes de entrarmos no carro eu me virei pra ele e o vi com a expressão séria – Tem algumas coisas que você precisa saber, sobre mim... sobre os quileutes... mas eu não sei como te falar.
- Você está me preocupando – falei.
- É que eu tenho medo da sua reação quando você souber... – ele disse me olhando com um olhar agoniado e o desviando em seguida.
- Hey... olha pra mim – me aproximei e segurei seu rosto entre minhas mãos – não importa o que você vai me contar, eu sei quem você é, e eu te amo. Nada nesse mundo vai mudar o que eu sinto. Eu farei tudo pra aceitar e entender o que quer que seja que você vai me contar.
- Obrigado – ele sussurrou contra meus lábios – Você nem imagina o quanto eu fico feliz em saber disso.
- Agora me fala o que é tão importante.
- Aqui não – ele pegou minha mão me guiando para o lado do carona do carro – Em casa nós conversamos. Depois que tomarmos um banho e comermos alguma coisa, eu estou faminto! – como se concordando com Jake, meu estomago roncou – viu, vocês também estão com fome.
Ele colocou as mãos quentes sobre minha barriga, o que me fez sorrir e não bater nele por ter me deixado curiosa.
- Não acredito que você me preocupou, me deixou curiosa pra não me contar nada. – falei entrando no carro.
- Desculpa, pequena. – ele fechou a porta e deu a volta para ocupar o seu lugar ao volante – É algo muito complicado pra eu te contar assim...
- Tudo bem Jake, mas saiba que não vou te dar sossego até você me contar.
- Não se preocupe, isso não é algo que eu vou me esquecer. Eu preciso que você saiba de tudo. – olhei pra ele de sobrancelhas arqueadas.
- Como assim precisa. – perguntei.
- É algo que faz parte da minha vida, algo que eu vou carregar comigo pra sempre. Então você precisa saber.
- Nossa desse jeito até parece que você carrega uma maldição, tipo como se você fosse a fera e pra se livrar da maldição precisasse de um beijo de amor verdadeiro – brinquei.
- É mais ou menos isso, mas sem o beijo de amor verdadeiro... e eu não classificaria como maldição...
Olhei pra ele totalmente descrente, ou Jake estava tirando uma com minha cara ou eu estava ouvindo coisas. Ele estava sério, não tinha nem uma mínima expressão de quem estivesse brincando.
- É sério isso? – perguntei, mas ele não me respondeu, continuou olhando pra frente guiando o carro numa velocidade acima do permitido.
- Chegamos – ele falou e eu percebi que já estávamos na porta da casa dele de onde saiam Rachel, Paul, Seth, Mel e Embry todos com caras que variavam entre super preocupados e muito bravos.
- Nunca mais faça isso, ouviu bem? – Seth falou passando por todos até chegar a mim – Como você some assim e preocupa todo mundo? Por que fazer isso com quem te ama tanto?
- Desculpa Seth, eu fiquei assustada com algumas coisas e não pensei direito. Mas eu to aqui agora... – me desculpei.
- Assustada com o que? – ele desviou os olhos de mim e olhou pra Jake que balançou negativamente a cabeça.
- Coisas que vão ser explicadas na hora certa, Seth – Jake falou me puxando pra perto dele.
- Nós merecemos uma explicação agora Jake. – Rachel falou – nos deixou aflitos, se essa é a razão dela, então deixe ela nos contar.
- Deixa em paz, Rach. – Jake reclamou.
- Não deixo não. Pode começar a se explicar, mocinha. – Rachel se virou pra mim com as mãos na cintura e o cenho franzido.
Eu ia abrir a boca pra falar, mas as palavras me faltaram, minhas pernas tremeram e eu perdi completamente a noção do que ia dizer quando meus olhos focalizaram a pessoa parada na varanda da casa dos Black.
- Que merda ele ta fazendo aqui? – perguntei azeda olhando pros cinco parados na minha frente.
- Fui eu quem chamou. – Mel falou séria – Você sumiu e não me deu outra alternativa. Eu não sabia mais onde te procurar...
- Você prometeu não contar pra ele onde eu estava. – falei ainda encarando George Howard, antes conhecido como meu pai.
- E eu não contei, afinal eu não sabia onde você estava.
- Bom agora você sabe. – falei – Eu vou sair daqui, quando ele tiver ido embora, vocês me procuram e eu conto o que vocês querem saber.
Me virei em direção ao carro, Jake que se manteve o tempo todo ao meu lado me dando apoio me seguiu.
- Você devia ouvir o que ele tem pra falar, – Mel falou me fazendo virar e olhar pra ela.
- Ele teve dez anos pra me falar o que quisesse, mas ele quis me ignorar. Bom agora é a minha vez. – abri a porta do carro e já estava pronta pra me sentar quando senti as mãos de Mel no meu braço.
- Ele está sofrendo tanto quanto você. Eu me arriscaria até a dizer que ele sofre mais. Você perdeu o Terry, ele perdeu os dois filhos. Ele não tem ninguém, você tem todos nós.
- Eu fiquei muito tempo sem ter ninguém, tendo ele morando na mesma casa que eu, porque eu me importaria com ele, se ele nunca deu bola pro que eu sentia?
- Ele é seu pai, . – Mel retrucou.
- Ele deixou de ser meu pai dez anos atrás. – falei sentindo lágrimas molharem meu rosto – Não fui eu quem escolheu isso, foi ele.
Entrei no carro e fechei a porta. Jake, que já estava no volante, arrancou me tirando de lá. Eu não me preocupei pra onde ele estava me levando, dobrei as pernas e abracei meus joelhos escondendo meu rosto que já estava banhado de lágrimas.
O carro parou, não levantei meu rosto para olhar onde estávamos. Senti as mãos quentes de Jake me puxarem pro colo dele, onde ele me abraçou apertado, fazendo com que as lágrimas virassem um choro descontrolado.
- Não chora, pequena. Eu não consigo te ver assim. Dói demais. – ele pediu agoniado, mas eu não conseguia controlar meu choro.
Um tempo depois, eu me sentia um pouco mais calma, apesar de uma ou outra lágrima ainda cair. Jake me abraçava com um dos braços e com o outro ele fazia carinho nas minhas costas.
- Eu esperei tanto tempo por uma reação dele – falei me referindo à George – Qualquer uma, podia ser uma bronca por eu chegar tarde, ou por uma nota baixa. Um pedido pra abaixar o som, pra não ver TV até tarde, mas nada, ele nunca disse nada. Ele nunca se importou. Eu nem mesmo sei o que eu fiz pra ele me odiar.
- Ele não te odeia, pequena. Não tem como alguém odiar você. Você é tão boa, tão carinhosa...
- Então porque ele não falava mais comigo? Porque ele não me tratava como filha? – perguntei voltando a chorar.
- Você tem a chance de ter todas as respostas, amor. – Jake levantou meu rosto para que eu o olhasse – Você pode ir lá e perguntar pra ele tudo o que está te matando por dentro.
- Eu não quero ele na minha vida de novo. – falei.
- E quem disse que ele precisa voltar pra sua vida? Você só precisa ouvir. Mais nada. Você vai lá, ouve o que ele tem pra dizer e ele vai embora. Pronto. Pelo menos as suas duvidas não vão mais existir, e você não vai mais chorar assim...
- Você vai comigo? – pedi – Fica do meu lado enquanto eu converso com ele?
- Eu vou estar sempre onde você me quiser. – ele me deu um selinho e me colocou de volta no banco do carona.
Não demorou e nós estávamos na porta da casa dele. Jake desceu do carro primeiro, abrindo a porta pra mim em seguida. Eu hesitei um pouco antes de descer do carro, todos os anos sem a presença do meu ‘herói’ – era como eu via meu pai até meus oito anos – voltaram à minha memória, fazendo meu coração doer. Jake se abaixou perto de mim.
- Eu não vou sair do seu lado – ele falou – eu vou ficar segurando sua mão, o tempo todo.
Ele esticou a mão na minha frente e eu prontamente a segurei apertado. Jake me ajudou a descer do carro e seguiu comigo até a porta. Sua mão se mantinha firme na minha.
Assim que abrimos a porta e entramos, todos os que estava na sala se viraram pra nos olhar. George ainda estava lá, sentado ao lado de Mel. Seth e Embry estavam de pé atrás do sofá e Rachel e Paul perto da cozinha.
- Eu só vou conversar – falei com a voz ainda embargada – Isso não significa que eu vá colocá-lo da minha vida outra vez.
- Eu só preciso que me escute mesmo, não peço nada além disso.
- Então comece. – falei.
Mel se levantou, levando Seth com ela. Embry os seguiu e Rachel e Paul já não estavam mais na sala. Jake caminhou comigo até a poltrona que ficava em frente ao sofá onde George estava sentado.
I try not to think
About the pain I feel inside
Did you know you used to be my hero?
All the days you spent with me
Now seem so far away
And it feels like you don't care anymore
Eu tento não pensar
Na dor que eu sinto por dentro
Você sabia que deveria ser meu herói?
Todos os dias que você passou comigo
Agora parecem tão distantes
E eu sinto como se você não se importasse mais
- Ela não vai aparecer aqui – George falou e eu o olhei com as sobrancelhas arqueadas – Violet, ela não vai aparecer por aqui. Nós nos separamos, depois que você fugiu de casa.
- Eu não fugi de casa, eu me mudei – falei sustentando o olhar dele – eu tinha cansado de tudo o que vocês me faziam passar, tinha me cansado de carregar a culpa pela morte do Terry que Violet insistia em jogar nas minhas costas. Eu tinha me cansado de ver você me ignorar o tempo todo.
- Me desculpe filha – ele falou e eu vi algumas lágrimas escaparem de seus olhos – eu te julguei e te condenei por uma coisa que você nunca teve culpa.
- Por quê? – perguntei as lágrimas tomavam conta dos meus olhos também – Eu só tinha oito anos, tudo o que eu queria era ser uma garota feliz e amada pelos pais. A Violet eu entendo, ela nunca me quis, nunca me amou, mas você? Nós tínhamos um relacionamento bom, você parecia me amar, e de repente você me esqueceu, era como se eu nunca tivesse feito parte da família. Se não fosse o Terry, eu não sei o que seria de mim.
- Você não é minha filha, – ele falou olhando pro chão.
- Foi exatamente assim que sempre senti – respondi me levantando, não fazia sentido nenhum ficar ali o ouvindo se ele pensava exatamente o mesmo que eu.
- Não, eu quis dizer que você não é mesmo minha filha, você é filha de outro homem. – ele agora me olhava e eu senti o chão fugir dos meus pés, Jake me segurou, ele também olhava George com cara de espanto – é melhor você se sentar, a história é comprida.
Automaticamente eu voltei a me sentar na poltrona.
- Sua mãe queria muito fazer um curso de especialização em artes plásticas, ela se inscreveu na faculdade para os testes, mas como ele tinha ficado muito tempo sem praticar por causa do Terry, pra cuidar dele, ela achou que não conseguiria passar, então ela decidiu seduzir um dos professores que fariam a avaliação. Os dois dormiram juntos. – George fez uma parada para respirar, eu imaginava o quanto deveria ser difícil pra ele falar tudo isso, reviver essa traição, pra mim também era difícil acreditar – Dois meses depois, saíram os resultados da avaliação e sua mãe passou, mas a surpresa pra ela foi descobrir que estava grávida. Eu quando soube fiquei radiante, eu teria mais um filho, ou filha que era o que eu mais queria. Mas sua mãe queria abortar, dizia ser por causa da especialização, que ela queria muito fazer, mas uma gravidez ia atrapalhar tudo.
- Dessa parte eu sabia – falei – eu sempre soube que Violet teve que desistir do sonho dela por minha causa, e sempre achei que ela me odiasse por isso, por eu ser a prova do fracasso dela.
- Eu também pensava assim, filha – ele continuou – até aquele dia que nós discutimos – eu me lembrava bem desse dia, o dia em que ele começou a me ignorar, o dia que eu perdi meu pai. George tirou um papel do bolso do terno e esticou pra mim.
Eu não tinha forças nem vontade de pegar aquilo, foi Jake quem o fez. Ele desdobrou o papel. Era o meu desenho, o desenho que eu tinha feito pra ele e que Violet havia rasgado.
- Você guardou – falei com a voz tremula pelas lágrimas.
- Na verdade foi Marta quem guardou – Marta era a nossa empregada, ela era muito carinhosa comigo e com Terry, mas ainda não era o carinho que eu queria receber, não era carinho de mãe – ela sabia que um dia eu me arrependeria de ter feito o que fiz com você. Pena que eu demorei demais. – fiquei em silencio, apenas olhando o desenho. No papel estávamos eu, o Terry e meu pai, feitos em rabiscos de uma criança de oito anos, nós três estávamos sorrindo num parque de diversões, era a retratação do dia mais feliz da minha vida – quando sua mãe me falou que você não era minha filha, que você era fruto da traição dela, eu quis voltar no tempo, quis voltar no dia que ela me falou que iria abortar e quis permitir que ela o fizesse.
Meus olhos se arregalaram com aquela revelação, fiquei sem reação e o papel caiu de minhas mãos se assentando no tapete. Meu coração disparou em batidas irregulares, minha mão apertou a de Jake, que passou o braço livre ao meu redor e sussurrou um ‘eu te amo’ em meu ouvido. Ele queria me mostrar que independente do que acontecesse ali, ele estaria comigo no final.
- Eu senti muita raiva de Violet e de você. Hoje eu sei que foi irracional, você era uma criança inocente, não tinha culpa da traição da sua mãe, mas eu fiquei cego pela dor de ser traído e de carregar nos meus ombros a responsabilidade por tal ato. – ele respirou fundo mais uma vez passando a mão pelos cabelos grisalhos – Quando Terry morreu eu achei que Deus estava me punindo, que estava me levando o meu único filho eu me revoltei. Terry era tudo o que eu tinha de meu, o único que daria seqüência ao meu sangue, mas quando eu acordei e vi que você não estava em casa, eu senti o desespero. Eu percebi que eu te amava como minha filha, independente de você não ser meu sangue. Você era minha porque Deus tinha colocado você na minha vida. Eu demorei pra ver isso filha, foi preciso perder o Terry, perder você e ficar sozinho pra entender o quanto eu tinha sido cruel com você.
“Eu liguei pra policia, eu fiz tudo o que eu podia pra encontrar você, mas você tinha ido embora sem deixar um mínimo rastro pra trás. Eu então contratei um detetive particular, o melhor de Los Angeles, coloquei todo o meu dinheiro numa busca insana pra te encontrar. Quando Violet percebeu que eu estava vivendo pra encontrar você, ela surtou, gritou comigo disse que eu era burro por perder tempo com uma bastarda. E foi ai que eu vi que o tempo todo era ela que me envenenava que me impedia de te amar.
Ele se levantou e ajoelhou na minha frente
- Eu a internei numa clinica de recuperação, porque todos os médicos que procurei me disseram que ela estava passando por uma depressão pós-traumática. E com ela longe eu me dediquei com mais afinco a te encontrar. Nomeei outra pessoa como presidente da empresa, passei a receber apenas os lucros, lucros estes que eu colocava na sua busca. Eu já estava desistindo, todas as minhas esperanças tinham se esvaído e eu vi que esse era o preço que eu teria que pagar por ter sido não cruel com você. E quando Mel me ligou, dizendo que você esteve aqui, eu nem pensei direito, peguei o primeiro avião e vim correndo pra cá. Essa era a minha unica chance de te pedir perdão. – ele segurou minha mão livre e olhou dentro dos meus olhos.
- Filha, eu sei que tudo o que eu fiz no passado não me torna merecedor de ser perdoado por você, eu te machuquei, eu te abandonei no momento que você mais precisou de mim, eu sei também que talvez eu não possa mais fazer parte da sua vida, mas eu só queria ter a chance de dizer que eu te amo , eu me arrependo de todos os dias que deixei passar sem te dizer isso. Você tem todas as razões do mundo pra me odiar, mas você vai ser sempre minha filha, filha do meu coração e eu vou sempre ter muito orgulho de dizer isso.
Eu senti todas as minhas lágrimas rolarem pelo meu rosto, meu coração batia acelerado. Sem pensar em nada eu apenas me abaixei e abracei George.
- Eu senti tanto a sua falta – falei chorando e senti que ele também chorava.
- Ah minha boneca, me perdoa, me perda por todas as vezes que eu te neguei meu amor e meu carinho.
- Esquece isso – falei afrouxando meu abraço, coloquei o rosto dele entre minhas mãos – agora é uma vida nova, sem passado, sem mágoas.
- Eu te amo tanto filha.
- Eu também te amo pai. – chamá-lo de pai fez meu coração bater forte, parcialmente curado, afinal ainda haveria sempre um buraco nele, uma dor, um espaço não preenchido, o lugar onde deveria estar o amor da minha mãe, mas Violet seria sempre a mulher que me deu a luz, nunca a mãe que me amou.
Nós dois choramos juntos, até que Jake aproximou com dois copos de água, entregando um pra mim e um pra George... pro meu pai, dizendo que eu devia me acalmar, que tantas emoções não fariam bem pra mim. George nos olhou confuso.
- Acho que você devia dar a noticia ao seu pai, pequena. – Jake falou sorrindo – Ele vai gostar de saber. Pelo menos eu rezo pra ele gostar e não querer me matar depois...
Eu ri. George ainda estava confuso.
- A família vai crescer, pai. – falei vendo seu rosto iluminar quando o chamei de pai, mas sua expressão ficar séria quando ele se deu conta do que eu havia dito – Eu to esperando um filho do Jake. – completei.
George ficou branco de repente e sua boca se abriu num ‘O’. Ele revezava olhares entre Jake e eu. Até que ele parou o olhar sério sobre Jake.
- Espero que suas intenções agora sejam sérias com ela – George falou fazendo sua melhor cara de mau.
- Minhas intenções são as melhores... a propósito, aproveitando que o senhor está aqui. – Jake falou caminhando até a porta e chamando os outros para entrar. Cada um se acomodou num canto da sala pequena, que com a presença de Jake, Seth e Paul em todo seu tamanho, ficava ainda menor. Só Embry não entrou, eu imaginava o quão difícil estava sendo pra ele ver Jake e eu juntos. Mas isso era preocupação pra outra hora, agora o que importava era Jake parado ao lado da poltrona onde eu estava sentada, olhando pro meu pai.
- O que você vai fazer Jake? – Rachel perguntou com um sorriso maroto no rosto.
- Senhor Howard – Jake começou – a principio eu ia fazer isso sem falar com o senhor, devido às circunstancias, mas como as coisas mudaram, pra melhor, claro, eu posso antes de fazer qualquer coisa, perguntar ao senhor se eu posso ter a honra de me casar com sua filha.
N/a: Ta todo mundo bem ai???? Quem chorou levanta a mão? *autoralevantandoamão* Eu chorei pra escrever... chorei horrores... Mas hein, gostaram da reconciliação? eu fazer a PP demorar pra perdoar o pai, mas acontece que lá no fundo tudo o que ela queria era tê-lo perto dela de novo, então o perdão não podia demorar...
E o que vocês acharam do final???? Quem ai está preparada para ser a Senhora Black??? O casamento não vem agora não, mas o pedido sai semana que vem.... Ebaaaaaaaa....
E o Embry, como vocês acham que ele vai reagir??? E a respeito do que Jake TEM que contar?? Como será que vocês vão reagir ao saber que seu amado, gostoso e 'fisucusudo' futuro marido se transforma num big lobo????
Comentem e vocês saberam....
Por falar em comentar, onde estão minhas leitoras???? Claro que não estou me referindo à Luh, Anix, Binha (foférrima que comenta sempre aqui e no Nyah), Myh, Camy, Raquel e todas as outras que comentam sempre. Estou falando das leitoras que apreceram um dia que dei bronca e depois sumiram!!! What? Where r u girls????? Assim eu perco o animo e CR entra em haitus!!!!! Vamos aparecer leitoras gasparzinho.....
Ahhh e o que vcs acharam do papis de vcs lá na capa???? Bjos e até semana que vem!!!
CAPITULO 24 – WRAPPED IN YOUR ARMS
POV -
Um silêncio enorme tomou conta da sala, nem uma mínima respiração era ouvida e meu coração batia tão acelerado que eu podia apostar que todos ali estavam o ouvindo.
- Bom depois do que vocês me contaram eu devia dizer que é mais que sua obrigação se casar com minha filha – George falou sério – mas olhando pra ela agora, e vendo como seus olhos estão brilhantes, e isso com certeza não se deve à nossa reaproximação e sim ao pedido que você acabou de fazer, eu sei que ela é feliz com você, então só me resta dizer que você é bem vindo à família, filho.
Jake abriu um sorriso imenso e se abaixou na minha frente.
- Na cultura quileute, nós não damos um anel de noivado às nossas escolhidas. – ele tirou uma pulseira delicada do bolso. – Eu fiz no dia que percebi que você era minha escolhida, enquanto eu esperava pra poder vir aqui e contar tudo pra você. Eu coloquei aqui cada lembrança dos nossos momentos juntos, e todo o amor que tenho por você. Nossas vidas vão estar sempre entrelaçadas como as fitas dessa pulseira.
Ele pegou minha mão para colocar a pulseira no meu braço, mas antes ele me olhou nos olhos e falou ainda com um sorriso no rosto.
- , eu demorei tempo demais pra perceber, mas agora tudo o que eu mais quero na vida é você do meu lado. Você me faria o homem mais feliz desse mundo, aceitando se casar comigo. Você aceita?
Eu não sabia se conseguiria responder a pergunta dele sem me desmanchar em lágrimas.
- E...Eu... Claro que eu aceito Jake. – falei me jogando em seus braços.
Todos na sala começaram a nos aplaudir, enquanto Jake me beijava.
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- Eu só não entendi uma coisa – Rachel falou quando estávamos brindando o noivado meu e de Jake – O que vocês contaram pro George que te obrigaria a casar com ?
Jake riu, sendo acompanhado por mim, meu pai e Paul.
- Princesa, você realmente não entendeu? – Paul falou me fazendo o olhar, ele sabia? – Está na cara que ta grávida!
Rachel, Mel e Seth olharam pra mim e pra Jake.
- É sério isso? – Seth perguntou e Jake fez que sim com a cabeça.
- OMG! Eu vou ser tia! – Rachel gritou vindo me abraçar – Ahhh eu não acredito. Paul, eles passaram na nossa frente!
- A gente ainda tem muito tempo princesa. – Paul a abraçou por trás depois de parabenizar Jake, que agora recebia o abraço de Seth. Eu pude ouvi Seth sussurrar “Magoa ela e eu te arrebento”, o que fez Jake rir.
Todos estávamos comemorando novamente, quando um estrondo vindo da floresta chamou nossa atenção. Jake, Seth e Paul saíram correndo, George os acompanhou, mas Mel não deixou que ele saísse. Poucos minutos depois Jake voltou sozinho, dizendo que foi apenas uma arvore velha que caiu. Eu não acreditei muito, mas não quis aumentar a conversa.
Mel e George se despediram, ela levaria meu pai para um hotel em Forks. Ele saiu com a promessa de voltar amanhã. Rachel foi atrás de Paul e eu e Jake ficamos sozinhos.
- Feliz? – Jake perguntou me abraçando por trás quando ainda estávamos na varanda.
- Bastante – respondi me virando pra ele – Agora me conta, o que realmente aconteceu na floresta?
- Uma árvore caiu. – ele respondeu sem me olhar nos olhos eu peguei seu rosto entre minhas mãos o fazendo me encarar.
- Jake, eu sei que a arvore não caiu sozinha, me fala o que foi. – ele respirou fundo antes de falar.
- Foi o Embry. – ele falou rápido, mas eu consegui entender.
- O... Embry? – perguntei confusa.
- Vamos entrar, eu tenho muita coisa pra te contar. – ele falou me puxando pra dentro de casa.
Fomos até o quarto de Jake, onde ninguém nos incomodaria, me sentei na cama e ele me acompanhou, fechando a porta assim que passou por ela.
- Os quileutes acreditam que nosso povo descende dos lobos... e existem algumas lendas que falam que nossos guerreiros, numa época difícil, podiam se transformar em grandes lobos e proteger nossa tribo. Você vai ouvir mais detalhadamente sobre as lendas dos quileutes na fogueira... agora o que você precisa saber, é que as lendas, elas são reais, amor.
- Reais? Tipo existem mesmo guerreiros que se transformam em lobos gigantes? – perguntei sem acreditar.
- Não exatamente guerreiros, nós somos mais protetores...
- Nós? – minha voz subiu uma oitava – Como... como assim nós?
- Eu, Embry, Seth, Paul, Jared, Quil, Leah, Colin e alguns outros garotos...
Olhei pra Jake esperando ele começar a rir por ter me pregado uma peça, mas ele continuou me encarando sério. Então o que ele disse no carro, sobre ser algo que o acompanharia a vida toda, e o fato de Embry ter derrubado uma árvore minutos atrás, começaram a fazer sentido na minha cabeça.
- Oh meu Deus... – sussurrei – por isso vocês carregam tanto mistério, falam coisas que não devem ser ditas, ou falam em códigos... Ou somem durante períodos longos do dia... são tão grandes e fortes... e quentes... Eu nunca imaginei isso. – me levantei da cama caminhando até a janela, o vento frio me fez tremer um pouco. Jake se aproximou rápido me fazendo olhar pra ele.
- Amor, eu quero que você saiba que nunca, nunca vai correr perigo aqui, pelo contrário, você vai estar mais protegida perto de nós que longe...
- O que mais? – perguntei eu sabia que tinha mais coisa escondida ali – O que mais eu tenho que saber?
- Mais nada, apenas que eu também sou um lobo...
- E Isabella – perguntei, as lembranças das coisas estranhas que ela havia feito voltando à minha mente, agora elas não pareciam mais ser tanta loucura.
- O que tem ela? – Jake rebateu.
- Ela é estranha – falei – e não venha me falar que é impressão minha. Você acabou de me dizer que vira um lobo, então o que eu vi em Isabella, e que antes eu achei que fosse coisa da minha cabeça, pode muito bem ser real.
- O que você viu?
- Eu vi os olhos dela mudarem de cor, vi ela rosnar pra mim, vi ela aparecer de repente como se tivesse pulado de uma das imensas árvores da floresta... O que tem de errado com ela?
- Bella é uma vampira, assim como os outros Cullen.
- Vampira?
- É, vampira... existem muitos deles. Alguns como os Cullen, outros diferentes...
- O que os Cullen tem de especial?
- Eles não se alimentam de sangue humano...
Fiquei em silencio, eu não tinha o que dizer, tudo parecia tão irreal.
- , eu não queria ter que te contar isso, desde que nos conhecemos eu queria você longe desse mundo sobrenatural onde eu vivo, mas agora, você é parte dele. Não tem como te afastar desse mundo, sem te afastar de mim.
- Eu preciso pensar Jake... – falei – Preciso ficar sozinha e pensar...
POV - Jake
- Não me afasta de você. Não fica com medo de mim – implorei – eu não saberia viver sem você.
- Eu só quero pensar, Jake. É muita coisa pra um dia só. Meu pai que não é meu pai de verdade, Embry quebrando arvores, lobos, vampiros. Eu preciso de um banho, preciso de um tempo pra mim, de um pouco de realidade.
- Eu te amo – sussurrei em seu ouvido antes dela sair do meu quarto.
- Vou me lembrar disso sempre. – ela falou me olhando com os olhos cansados.
Me joguei na cama assim que ouvi a porta do banheiro se fechar. Não demorou muito e Rachel entrou no meu quarto.
- Tudo bem? – ela perguntou se sentando.
- Eu achei que ela aceitaria melhor – murmurei – Emily, você, Kim aceitaram tão facilmente...
- Jake nós crescemos ouvindo as lendas, nós sabíamos de toda essa magia que roda nosso povo, só não tínhamos consciência que ela era real. Então quando descobrimos que tudo era verdade, nós acreditamos, porque crescemos nesse meio, mas é de fora, ela só viu coisas assim em filmes. Querer que ele aceite tudo muito fácil é pedir demais...
- E se ela não me quiser mais? – perguntei.
- Você é cego, ou se faz? – Rachel sorriu – te ama demais, Jake. Por mais difícil que seja acreditar, uma hora isso acontece. Dê a ela espaço pra pensar.
- Obrigado. – falei a beijando na testa e me levantando.
- Onde você vai? – Rachel perguntou.
- Preparar algo pra ela comer. não se alimenta há muito tempo, e meu filho precisa de nutrientes. – foi impossível não sorrir ao dizer meu filho. Rachel me sorriu de volta.
Fui até a cozinha e preparei alguns sanduíches e um suco. Comi minha parte e deixei a de lá. Passei pela porta do banheiro e vi que já havia terminado seu banho, o cheiro dela estava fresco, era um cheiro bom de flores e dia de chuva.
Entrei no banheiro pra tomar banho – ou talvez apenas pra sentir o cheiro dela que ela mais concentrado ali – inspirei fundo, enchendo meus pulmões do cheiro dela. Tirei a roupa e entrei debaixo do chuveiro. A expressão confusa no rosto de ainda cintilava por trás das minha pálpebras fechadas. Será que ela me aceitaria? Eu sei que ela disse antes que não importava qual fosse o meu segredo, ela sempre me amaria, mas será mesmo que ela seria capaz de amar alguém como eu? Alguém que vai carregar pra sempre a obrigação de se transformar num lobo?
Escorei a cabeça no box, deixando a água cair nas minhas costas, e me desliguei de tudo. Apenas as lembranças do momento meu e de na caverna podiam passar, o momento onde eu a tive pela segunda vez nos meus braços.
“É este o quadro inteiro
Ou isso é apenas o início?
É desse jeito que você me ama?
Você está conquistando meu coração
Eu costumei a tentar e andar só
Mas eu tenho a iniciativa de crescer
E quando me disse pra só confiar
Eu finalmente estou permitindo
Eu permito”
Eu posso até estar sendo um louco desesperado, um medroso, mas me deixa sem defesa, eu fico à mercê das vontades dela. Se ela me disser, quando eu sair desse banheiro, que ela não quer como marido, como companheiro, um cara que toda hora explode num lobo, eu não vou ter nada a fazer, a não ser sair da vida dela. E isso me mataria.
Por isso eu não queria sair daqui. Quanto mais tempo eu passasse dentro desse banheiro, mais tempo seria sem ela me olhar e dizer que não me quer mais.
- Jake? – Rachel chamou batendo na porta – Você não é único habitante dessa casa! Cai fora daí logo!
Contra minha vontade, eu desliguei o chuveiro me enrolei numa toalha e sai. Passei por Rachel que estava com um bico enorme e fui pro meu quarto me trocar. Vesti só uma bermuda, eu iria pra ronda daqui a pouco, então não precisava de mais que isso. Sentei na cama sem coragem pra sair do quarto. Eu podia pular a janela e ir direto pra ronda, mas a preocupação com , em saber se ela havia comido, se ela estava bem, me fez levantar e ir até a sala.
- Está na varanda – Paul falou quando entrei na sala procurando por – Rach me falou que você contou pra ela. – assenti – Paciência, cara. O mundo foi feito em sete dias.
Me joguei no sofá ao lado dele, tomando o controle de suas mãos.
- É fácil falar, difícil fazer. – falei mudando de canal
- Hey, eu estava assistindo! – ele reclamou quando coloquei em um canal automotivo.
- Você tem casa folgado. – falei sem olhar pra ele.
- Jake, você já é chato, quando ta carente fica seis vezes pior. – Eu ia reclamar, mas a porta da sala foi aberta.
O cheiro dela chegou até mim junto com o vento que entrou pela porta aberta.
- Eu quero ver – falou parando na minha frente – Seu lobo, eu quero ver.
Paul se engasgou com a cerveja que bebia e eu olhei desorientado. Se ela tinha ficado tão perturbada por me ouvir falar que virava um lobo, pensa se ela visse?
- Acho melhor não. – falei.
- Porque? – ela retrucou.
- Pode ser perigoso.
- Rachel já te viu como lobo, Paul? – ela perguntou a Paul sem desviar os olhos de mim. Paul ficou calado – Responde, criatura. – ela desviou os olhos pra ele – Rachel já viu o seu lobo?
Paul assentiu.
- Então eu também quero ver o seu, Jake. – ela falou segura – Se sou seu imprinting, eu tenho esse direito.
- É arriscado – tentei mais uma vez. Na verdade eu tinha medo que ela visse meu lobo e ai sim decidisse não querer mais nada comigo.
- Não me importo. – ela falou.
- Eu tenho medo – confessei – Medo que você o veja e não me queira mais.
se ajoelhou na minha frente e cravou seus olhos nos meus.
- Você disse que seu lobo é parte de você. Que é algo que vai estar com você pro resto da sua vida. Bom, se eu vou ficar com você pra sempre, então eu devo ser apresentada ao seu lobo. – ela ficou em silencio por alguns minutos, apenas com os olhos fixos nos meus – eu não vou a lugar nenhum, nem vou me afastar de você, por pior que seja a situação. Mas eu preciso ver Jake.
A forma como ela disse que precisava ver, e o seu olhar ainda preso ao meu, não me deixaram outra alternativa, eu tinha que obedecer a vontade dela.
- Você me promete não correr? Eu juro que não te farei nenhum mal, mas você tem que me prometer ficar parada aonde eu te colocar. Não quero você correndo o risco de se perder na floresta.
- Eu não vou sair do lugar, prometo. – ela falou ainda me olhando.
Apenas me levantei, segurando sua mão e a levando comigo. Caminhei com ela até um lugar da floresta onde seria seguro me transformar. Coloquei parada perto de algumas árvores e me afastei uns bons metros dela.
Já distante o suficiente, tirei minha bermuda. me encarava confusa, mas eu não dei importância a isso. Me preparei já sentindo a quentura tão familiar tomar conta dos meus braços, pernas e costas. Então eu deixei vir, o tremor subiu por minha espinha e em segundos eu estava em quatro patas.
Mantive minha cabeça abaixada, não tinha coragem de olhar pra . Ouvi o leve roçar das folhas no chão e meus sentidos se aguçaram, se estivesse fugindo eu seria rápido em me destransformar e alcançá-la, mas mãos leves tocando o pelo do meu rosto me fizeram acordar dos meus pensamentos.
segurou ambos os lados da minha cabeça e a puxou pra cima, me fazendo a olhar nos olhos. Suas mãos alisaram as laterais da minha cabeça, chegando próximo à minha orelha – uma vez que pelo meu tamanho ela não alcançava mais.
“Estou vendo de forma muito mais clara
Olhando através de seus olhos
Eu jamais poderia encontrar lugar mais seguro
Mesmo se eu tentasse...
Todas as vezes que eu precisei de ti
Nunca saiste do meu lado
Eu estou agarrada à cada palavra sua
Nunca me deixe partir
Não me deixe partir”
- Você é lindo – ela falou, depois ficando na ponta dos pés sussurrou na minha orelha – Volta pra mim.
Entendi na hora que ela me queria de volta na minha forma humana. Eu deixei o calor e o tremor retrocederem, voltando às duas pernas quando os braços de ainda estavam em volta de mim. Aproveitei a posição e a enlacei pela cintura, a trazendo pra mais perto.
- Obrigada por me aceitar – falei.
- Eu te amo. – foi o que ela me respondeu me fazendo sorrir como um idiota e a tomar num beijo urgente. – Jake... – ela sussurrou contra meus lábios – você está sem roupa...
- Ótimo vamos tirar a sua também... – sussurrei de volta.
- Jake! – ela me repreendeu afastando seus lábios dos meus – Nós estamos no meio da floresta...
- E daí? – falei buscando sua boca pra mais um beijo.
- Pelo que acabei de saber, existem outros lobos, e eu sinceramente não preciso de nenhum voyeur* aqui não...
- Eles não vão se aproximar – falei distribuindo beijos em seu pescoço – e também eu não to me importando muito pra quem vai olhar, não.
- Mesmo que for o Embry? – interrompi meus beijos. Embry era um caso a parte, eu não queria ele olhando para nenhuma mínima parte de . Vesti minha bermuda depressa a pegando do colo e correndo pra dentro de casa. Nem mesmo parei para ver se Rachel e Paul estavam na sala, eu tinha coisas mais importantes pra me preocupar agora.
“E eu estou aqui para ficar
Nada pode nos separar
E eu sei, eu estou bem
Você me nina suavemente
Envolvido em seus braços...
Estou em casa”
N/a: Então amadas, o que acharam???? Desculpa pela falta do Lemon no final, mas não consegui fazer... fico devendo....
Pra quem pediu no capitulo passado, capitulo que vem tem Terry, Embry e Seth... Então comentem bastante... Bjos!!!! Ahhhh e vou aproveitar o espaço aqui pra recomendar uma fic... ou melhor três... Tinha que ser você, Encontro em Paris e Next to you. Team Jake, Team Taylor e Team Edward respectivamente. São da Luh (Encontro em Paris é com parceria com a Myh) essa minha amiga foferrima, que me presenteia com idéias divinas e capinhas MARAVILHOSAS!!! Te adoro Luh!!!!!
Então amadas quem ainda não leu, vai lá... As fics são DIVAS!!!
Ahhh e BinhaBlack.... PARABÉNS PRA NÓS!!!!! Aewww!!!!! Ganhamos o concurso da Camy e vamos ser Best Friends.... Uhuhhhhh.....
E PARABÉNS também pra Camy que ganhou o concurso de crônicas.... VOCÊ MERECE FLOR!!!!!!
Entonces nos vemos semana que vem.... Bjokas... Meus coments hein????
CAPITULO 25 - O OUTRO LADO DA HISTÓRIA 
POV – Embry
De tudo o que passei na minha vida – incluindo não fazer idéia de quem é meu pai – nada doeu mais que ver e Jake chegando juntos e ouvi-lo pedir ela em casamento. Mas eu tenho que ser masoquista o suficiente pra ainda estar aqui próximo da casa de Jacob só pra ouvir mais sobre a intensa alegria dos dois.
‘Pelo menos está feliz’ é o que eu dizia pra mim mesmo, mas recebia de volta a resposta da minha consciência ‘Você é um imbecil, ela podia estar feliz com você.’
Eu devia ir embora, era isso que eu devia fazer. Sair daqui, ir pra longe, encontrar uma garota que realmente gostasse de mim, como homem e não como seu melhor amigo, aquele que te apóia, te faz sorrir e te ampara quando o outro literalmente, fudeu com sua vida.
- ...Está na cara que ta grávida! – ouvi Paul falar e todas as minhas forças, minha coerência, minha racionalidade foi pro espaço.
Sai correndo sem rumo e sem pensar no que eu estava fazendo, nem mesmo me dei conta que já havia me explodido num lobo gigante e corria a toda velocidade pela floresta, mal me atentando às árvores no caminho.
E foi exatamente uma delas que me fez desviar da minha rota. Eu estava tão rápido, tão desesperado pelo que eu tinha acabado de ouvir que não prestei atenção na árvore que ficava cada vez mais próxima. Resultado, bati com tudo nela. Cai já voltando à minha forma humana, uma dor terrível tomou conta do meu braço esquerdo, me fazendo morder a língua pra não gritar.
Eu chorava, só não sabia se de dor pelo ombro machucado ou pelo coração completamente partido. Não é como se eu esperasse ter qualquer chance com , nem como se eu fosse tentar tomá-la do Jake, afinal eu sabia da força de um imprinting, mas eu esperava pelo menos me acostumar com a idéia de vê-los juntos antes de ter que ouvir isso. Ela daria um filho a ele, ele teria tudo o que eu cheguei a sonhar.
Eu tinha que ficar feliz, porra, Jake é meu melhor amigo desde sempre, se alguém sabe o quanto ele penou sofrendo pelo amor platônico com Bella, esse alguém sou eu. E eu tenho consciência que ele é a pessoa que mais merece ser amado nesse mundo, mas eu não tenho culpa de amar a mulher dele. ‘Porra, já to ficando incoerente por causa dessa dor’ pensei. ‘Não você está incoerente porque é burro e não segurou a ’ minha consciência me respondeu.
Tentei me levantar pra sair dali, um dos garotos provavelmente já havia ouvido o barulho da arvore que eu derrubei e eu não queria nenhum deles me vendo nessa situação degradante. Consegui me sentar e olhei para meu ombro que doía terrivelmente vendo que o mesmo estava deslocado.
- Isso vai doer pra burro – falei pra mim mesmo antes de segurar o ombro e trazer ele de volta para o lugar. Mais uma vez mordi a língua para reprimir um grito.
- O barulho veio daqui – ouvi a voz de Seth e tentei me levantar para sumir dali antes que ele me achasse.
- Embry? – Jake perguntou antes que eu conseguisse me esconder – Cara o que aconteceu?
- Nada – falei.
- Nada? E esse ombro inchado? – Seth perguntou.
- Não foi nada! – gritei me levantando com dificuldade.
- Você ouviu... – Jake falou calmo, sem me olhar – Você ouviu que ta grávida.
Eu não respondi, nem o olhei. Jake sabia quais são os meus sentimentos por , assim como ele sabia o quanto eu estava tentando lutar contra eles.
- Jake é melhor você voltar pra casa – Seth falou – e Paul, você pode ir buscar uma roupa pro Embry? Carlisle tem que dar uma olhada no ombro dele.
- Certo – Paul respondeu e saiu levando Jake junto com ele.
- Ta difícil né? – Seth perguntou depois que Jake e Paul tinham se afastado.
- É meu ombro doi bastante – respondi.
- Não to falando do ombro não. To falando da e do Jake. – tentei segurar um suspiro, mas ele saiu assim mesmo.
- Ta tão óbvio assim? – perguntei.
- Um pouco... afinal pessoas normais não saem por ai derrubando árvores. Sabe existem formas mais eficientes de se fazer isso... machados, serras elétricas... – eu ri um pouco – ela é imprinting do chefe. – Seth falou sério.
- Eu sei, mas vai falar isso pro meu coração.
- Isso não pode acontecer, Embry. Não tem como um lobo se apaixonar pelo escolhida de outro, principalmente quando esse outro é o alpha.
- Porra Seth, se eu soubesse como acabar com isso eu já tinha acabado. – falei com raiva – Você acha que eu sou feliz assim? Você acha mesmo que eu queria ouvir que a mulher que eu amo vai se casar e ter um filho com meu melhor amigo? Porra talvez tivesse sido melhor eu bater com a cabeça nessa porra de árvore e morrer logo de uma vez.
- Hey, calma, ok? – Seth falou tentando me acalmar – Tem que ter uma resposta pra isso, tem que ter um sentido. Você não pode amar tanto uma escolhida de outro.
- Tem resposta – falei irônico – eu sou um filho da puta, fudido que não faz idéia de quem é meu pai e como se isso não bastasse me apaixonei pela única mulher no mundo que nunca vou poder ter. A resposta é essa, eu sou um imbecil, fadado a viver eternamente desejando a mulher do meu melhor amigo.
- Não Embry, as coisas tem que fazer algum sentido. Você não pode simplesmente se apaixonar pelo imprinting do Jake, tem que haver alguma razão nisso.
- Pára Seth – falei cansado – pára de ficar procurando razão no que não existe...
Seth ia retrucar, mas Paul apareceu com uma bermuda nas mãos que eu tratei de pegar e me vestir logo, caminhando na direção da casa dos Cullen.
- Você consegue se transformar? – Seth perguntou andando ao meu lado.
- Consigo, mas não quero.
- Por que?
- Porque não to afim de deixar que os outros que estão em ronda vejam o que ta na minha cabeça agora, e nem quero me esforçar pra esconder isso.
- E o que ta na sua cabeça?
- Ta falando sério? – perguntei parando de frente pra Seth – Se eu quisesse te contar, eu me transformaria e deixaria você ver.
- Embry eu sou seu amigo, pode confiar.
- Eu sei Seth, mas sei também que você é mais amigo do Jake. E acredite isso não me incomoda – falei quando ele tentou protestar – Eu sei que se eu te contar, você até pode não correr e falar pro Jake, mas vai tentar me dissuadir.
- O que você te pensando em fazer?
- Nada porra. Eu não to pensando em fazer nada. Me deixa Seth. – falei e comecei a andar depressa. Eu tinha falado demais, Seth provavelmente percebeu algo, mas não importava, eu estava decidido a não deixar . E estaria sempre perto dela, pro que ela precisasse, se eu poderia ser apenas o melhor amigo dela, eu faria isso bem feito.
POV – Terry
Eu me sentia bem mais leve agora, mais tranqüilo, sabendo que finalmente estava segura nos braços de Jacob. Bem que Patch disse que eles podiam até demorar, mas no fim os dois caminhariam pra ficar juntos.
- Eu sempre digo a verdade, você é que insiste em não acreditar...
- Lá vem o convencido – falei pra Patch que chegava perto se gabando.
- Não estou me ‘gabando’, estou apenas constatando um fato. – ele sorriu amigável.
- E agora? – perguntei – O que eu faço, já que chegou ao seu destino...
- Continua seu treinamento. Sua irmã pode ter chegado ao primeiro ponto do destino dela, mas você ainda tem uma missão. Você precisa estar pronto para quando sua protegida chegar...
- É o bebê da , não é? Minha protegida é minha sobrinha. – falei constatando um fato.
- Sim, é. E ela vai precisar muito de você, Terry.
- Por que? – perguntei já me preocupando - Minha sobrinha nem nasceu e já ta correndo perigo?
- Apenas se concentre em treinar direito, memorize todas as regras, pra que você não corra o risco de ser punido e restituído de seu posto. Não infringir nenhuma ordem ou regra, não fazer nada que não seja o ordenado a você, nunca, Terry, nunca aja por conta própria, a menos que seja para manter a sua protegida viva.
- E quais são as regras? – perguntei.
- Basicamente, todas as que você fez questão de ignorar em relação à . Não interferir o livre arbítrio, não ficar entrando nos sonhos sem uma razão especifica, não apressar as coisas... e principalmente, nunca aparecer pra um humano, seja ele quem for, seja a situação qual for. – ele ficou sério – Terry, aparição pra um humano sem uma permissão dos arcanjos é algo estritamente proibido, por favor guarde isso em mente, não se esqueça disso nunca.
- Pode deixar, eu não vou errar, Patch. Vou cumprir todas as ordens, vou seguir o caminho certo e fazer o impossível para não meter os pés pelas mãos.
- Que bom saber disso.
- Posso mudar o assunto? – perguntei observando uma cena que acontecia no mundo terreno.
- Sim, sobre o que quer falar?
- Como vai ser pra ele? – mostrei Embry que caminhava cabisbaixo em direção à residência dos vampiros Cullen – tudo bem que eu não queria ele com . Mas também não acho justo vê-lo sofrer tanto.
- Algumas pessoas sé aprendem com o sofrimento, Terry. Embry vai ter o momento de felicidade dele, ele vai encontrar o conforto e a alegria na hora certa.
- E por que ele não se afasta dela, já que ficar perto o faz sofrer tanto?
- Algumas coisas são mais forte que podemos entender, às vezes mesmo que doa profundamente, é preciso estar onde não queremos.
- Por que você insistem em falar em códigos? – perguntei o vendo sorrir.
- Quando for a hora certa, você vai entender tudo o que eu falo, mesmo que eu diga em outra língua. – ele se virou e começou a se afastar. Você é estranho. Pensei sabendo que ele leria na minha cabeça. – Loucos são entendidos apenas por outros loucos. – ele respondeu alto me fazendo rir.
Voltei minha atenção pra Embry, eu queria fazer algo por ele, mas agora eu não podia mais. Eu não me arriscaria em fazer nada estúpido, minha sobrinha dependia de mim....
N/a: Eu sei que ficou pequeno.... mas eu não quis misturar aqui o POV da PP e do Jake, ia ficar muito 'qubrado', então na semana eu tento fazer outra att com os POV's deles, ok?
E ai as flores que queriam Terry, Seth e Embry, o que acharam??? Eu soltei um baita spoiler nesse capitulo né???? Pois é... mas essa história pode surpreender vcs ainda....
Vamos comentar, né??? Por favor, primeiro capitulo postado no nosso cantinho, ele merece uma boa recepção.... então comentem bastante, ok? Aproveitem e quem ainda não leu leiam as fics da Luh.... Bjokas... e até a próxima...
CAPITULO 26 - PERIGO
POV –
Os meses tinham se passado rápido, Rachel e Paul haviam se casado numa cerimônia simples mas muito emocionante. Jake fez questão de levar Rachel até o altar e entregá-la à Paul, e no jantar de comemoração meu ‘noivo’ falou palavras lindas para a irmã. Rebecca também estava presente, ela o marido e as gêmeas lindas e encantadoras, eles passaram algumas semanas em casa conosco, mas depois do casamento, com Rachel se mudando para a casa de Paul, Peter comprou uma pequena casa pra eles. Jake não gostou muito, ele queria a irmã perto dele, mas Rachel disse que nós dois merecíamos um cantinho só nosso, pricipalmente depois que fizemos o primeiro ultrassom e descobrimos que precisaríamos de muito espaço em casa.
Flashback on
- Jake não precisa dessa agonia toda – reclamei Jake que andava de um lado pro outro na sala de espera do hospital onde eu faria o ultrassom.
- É a primeira vez que vamos ver nosso bebê, eu tenho direito de estar nervoso – ele se sentou ao meu lado.
- Não quero nem pensar quando for o dia do parto. – eu ri. Jake ia falar alguma coisa, mas a enfermeira chamou meu nome o fazendo pular da cadeira como se tivesse tomado um choque.
Entramos na sala de exames onde uma médica nos esperava com um sorriso no rosto.
- Bom dia, eu sou Anne Becker. – ela falou nos cumprimentando, eu apertei a mão dela e Jake deu apenas um sorriso, afinal se a médica tocasse na mão dele, o ultrassom seria esquecido e ela teimaria em internar Jake. – Primeiro ultra, certo? – ela perguntou.
- Sim – falei me sentando.
- Imagino como vocês devem estar nervosos. – ela olhou pra Jake que ainda estava inquieto –Então não vamos esperar muito, não é? Por favor ‘mãe’ vá ali naquele banheiro e coloque a camisola que está lá.
Me levantei e fui até o banheiro onde vesti uma daquelas camisolas verdes de hospital, terminei de me vestir e voltei para a sala, a médica já estava sentada entre um computador e uma maca e Jake numa cadeira do lado oposto dela.
- Pode deitar aqui querida – a médica me indicou a maca. Assim que deitei ela colocou um lençol sobre meu quadril e levantou a camisola até acima da minha barriga, que estava com apenas um volume pequeno –Isso é um pouco gelado – ela falou antes de colocar um gel sobre meu ventre, colocando um aparelhinho em seguida.
Bem de frente pra maca havia uma TV presa à parede, a Dra. Becker apertou alguns botões no teclado do computador e logo TV se encheu com uma imagem escura com algumas manchas brancas.
- Olha só, essa aqui é a cabecinha – ela falou mostrando uma imagem maior – estamos vendo ela de cima. Aqui – ela moveu o aparelho – é a coluna vertebral, está perfeitinha, estão vendo? – e desse outro lado – ela moveu de novo – fica o rosto... – ela interrompeu a fala no meio e franziu o cenho, eu comecei a me preocupar.
- Alguma coisa errada doutora? – foi Jake quem perguntou.
- Errado não – ela falou suavizando a expressão e movendo de novo o aparelho, quando a imagem parou na tela eu entendi o porque do choque da médica.
Eu podia não entender nada daquelas imagens, mas a que estava congelada na minha frente era suficientemente clara. Lágrimas começaram a rolar pelos meus olhos e isso foi a gota pra Jake.
- Amor, você está chorando, o que foi? – ele perguntou agoniado – Dra tem algum problema com meu filho?
- Não Sr. Black, nenhum problema com... seus filhos. – a Dra Becker sorriu pra Jake – olhe a tela – ela indicou a TV que Jake passou a olhar – são dois bebês e não um.
- Dois? – Jake perguntou rindo – Nós vamos ter dois bebês?
O restante do ultrassom foi só de risos e lágrimas, principalmente quando ouvimos os coraçõeszinhos.
Flashback off
Eu e Jake decidimos não nos casar agora, seria melhor esperar nossos bebês nascerem primeiro. Ele estava todo bobo com a idéia de ser pai, fica o tempo todo tocando minha barriga, conversando com ela sempre que estávamos juntos, era literalmente um babão. E eu adorava isso.
Meu pai era outro que vivia preocupado comigo, ligava sempre e vez ou outra vinha me visitar. Ele também tinha insistido pra que eu aceitasse um cartão de crédito, segundo ele se eu ficasse com o cartão não precisaria ficar pedindo dinheiro pro Jake, já que trabalhar estava fora de cogitação, ninguém deixava e todos faziam plantão ao meu lado com medo que se eu ficasse sozinha eu fosse trabalhar. Acabei aceitando o cartão do meu pai...
Agora eu ficava em casa o tempo todo, nunca sozinha, afinal essa era a casa do alpha, o que significava o lugar de reuniões e encontros da matilha. Só no dia que eu vi a casa cheia, com todos os meninos-lobos, eu entendi o que Emily sentia quando Sam era o alpha. Ser a mulher do líder nos faz de certa forma ter que cuidar desses garotos que cresceram cedo demais. Eu me assustei no começo, tinha que fazer muita comida, porque eles comem um absurdo, tinha que estar organizando tudo o tempo todo, mas com o passar do tempo eu fui me acostumando com isso. Só era difícil ter que ver Embry todos os dias.
Eu ainda não me conformava pelo que fiz com ele, eu nunca quis que ele sofresse e por mais que ele diga que está tudo bem, eu posso ver a mágoa nos olhos dele quando Jake está perto. E Jake parece que faz de propósito, ele fica o tempo todo que Embry está aqui me abraçando, com a mão na minha barriga... como se dissesse “ela é minha e ninguém vai mudar isso” por mais que isso seja verdade, eu realmente sou dele e ninguém vai me fazer sentir diferente, não é preciso ficar esfregando na cara do Embry que ele perdeu. O mais difícil pra mim foi vê-lo depois que ele derrubou a árvore. A batida deu a ele o ombro deslocado e uma luxação no úmero, foram duas semanas vendo Embry com o braço enfaixado.
- Pensando em quê? – Jake perguntou me abraçando por trás. Eu estava na cozinha preparando algo pros lobos que logo chegariam para uma reunião.
- Na minha vida – me virei pra ele – e em como ela está perfeita.
- Eu posso deixá-la melhor – ele falou já distribuindo beijos no meu pescoço. Rapidamente eu estava sentada em cima da pia.
- Jake, daqui a pouco os meninos estão aqui – reclamei tentando buscar a coerência que seus lábios no meu decote me tiravam.
- Eles ainda vão demorar – Jake tirou minha blusa e a jogou de lado. Eu enrubesci, como tem acontecido desde que minha barriga começou a aparecer, se antes de ter esse barrigão não era fácil ficar nua na frente de Jake agora era ainda mais difícil – Já falei pra você deixar de ser boba, e parar com essa vergonha sem sentido – Jake falou tirando minhas mãos que estavam cruzadas sobre minha barriga – Você está linda, a mais linda de todas as mulheres do mundo.
Ele tomou meus lábios e suas mãos passeavam ora por minhas costas ora por meus seios e barriga. Jake me levantou e deu alguns passos pra trás, se sentando numa cadeira e me colocando sentada em seu colo. Rapidamente meu short foi arrancado do meu corpo e o de Jake também foi parar em um canto qualquer, com facilidade Jake escorregou pra dentro de mim, nós dois gememos juntos.
Nossas bocas encontraram o caminho uma da outra e nós nos perdemos no nosso momento. Jake era carinhoso, suas investidas eram lentas, mesmo com todo tesão do momento ele não se esquecia que eu estava grávida e me tratava como uma boneca de porcelana. Mas mesmo devagar e com calma, nós dois juntos éramos quentes, não como fogo e pólvora, mas como lava, queimando lentamente, mas com o mesmo calor. Chegamos ao ápice abraçados – da forma que minha barriga permitia – e ofegantes.
- Eu te amo – ele sussurrou no meu ouvido – Te amo demais minha pequena.
- Também te amo – levantei minha cabeça e olhei em seus olhos – mas nós precisamos de um banho antes que os garotos cheguem.
Jake concordou rindo e me tirou de cima dele, me colocando de pé e se levantou. Eu comecei a andar na direção do banheiro e levei um susto quando ele me pegou no colo – outra mania que ele havia adquirido, me carregar no colo pra cima e pra baixo.
- Eu estou com 6 meses de gravidez e você está assim... – falei – não quero nem pensar quando eu estiver com 8.
- Quando você estiver com 8, você vai ficar quietinha sentada, enquanto eu faço tudo pra você. – ele respondeu me dando um selinho em seguida.
- Vou ficar mal acostumada assim. – falei e nós rimos.
Jake me pôs de pé no chão do banheiro e ligou o chuveiro, só me deixou entrar no Box quando a água estava – nas palavras dele – na temperatura perfeita. Ele mesmo fez questão de me ensaboar, o que fez inevitável nos amarmos mais uma vez. Quase uma hora depois nós estávamos saindo do banho, eu vesti um vestido rápido e voltei pra cozinha.
- Você não devia ficar cozinhando o tempo todo – Jake reclamou entrando na cozinha – Rach podia vir te ajudar, ou a Kim...
- Elas me ajudam, Jake. Só que hoje a Kim teve que levar a mãe dela no médico e Rachel está ajudando Becky com as gêmeas. – falei.
- Hum – ele resmungou e eu ri – E o que você está fazendo ai? – ele chegou perto me abraçando por trás.
- Muffins. – falei sem parar de mexer na massa – Só não sei se ficarão como os da Emy.
- Ficarão ótimos. – ele falou depositando um beijo na curva do meu pescoço.
- Amor, se eu cozinha sola de sapato, eu tenho certeza que você vai dizer que é um manjar dos deuses. Já entendi a coisa do imprinting, você vai sempre querer me fazer feliz.
- Não é assim – ele fez bico – eu gosto do que você faz de verdade, não só por causa do imprinting.
- Eu sei seu bobo – dei um selinho nele – Não precisa fazer bico.
Jake bufou e se sentou na cadeira. Ficamos em silencio um tempo, eu fazendo a massa dos muffins e Jake me olhando. O olhar dele sobre cada um dos meus movimentos começou a me deixar sem jeito, eu nunca gostei de ser o centro das atenções, então resolvi dar algum serviço pra ele.
- Me ajuda aqui – pedi e antes que eu pudesse terminar minha fala, ele já estava do meu lado – coloque a massa nas formas, enquanto eu faço os ovos, okay?
- Sim senhora – ele bateu continência me fazendo rir.
Ficamos ali mais alguns minutos, até que os meninos começaram a chegar e a bagunça começou. Primeiro vieram os mais novos, Colin, Brad, Matt, Josh e Lana – a segunda loba do bando. Depois Seth chegou com Quill, Paul e Leah – que só veio por causa da reunião, desde que eu e Jake nos assumimos juntos e todos ficaram sabendo da minha gravidez, ela nem olhava na minha cara. Embry chegou depois com Jared e a casa pareceu ficar ainda menor.
Todos me cumprimentaram como sempre faziam, com todo o respeito que a mulher do alpha, merece, o que pra mim se explicava melhor como ‘medo do Jake’, só Seth não seguia os outros, ele sempre me dava um abraço apertado e sempre conversava com ‘seus sobrinhos’. Jake fechava a cara, mesmo sabendo que Seth tem um imprinting e que nunca me olharia com olhos que não fosse de ‘irmão’, era inevitável pra ele sentir ciúmes.
- Então cambada, vamos começar a trabalhar né? – Jake falou tentando por ordem nos meninos que conversavam mais alto que tudo. A comida acabou num piscar de olhos e agora eles conversavam uns com os outros.
- Fala chefe – Seth brincou chamando a atenção dos outros para o que Jake queria falar. Eles começaram a conversar sobre estratégias de ronda, quem seriam as novas duplas, quem irar treinar Lana, que era a mais nova.
- Na minha opinião, Lana devia fazer ronda com a Leah – Jared falou e Leah fez cara feia – Ninguém melhor que uma loba pra mostrar à Lana como são as coisas agora...
- Eu não sou babá de ninguém – Leah resmungou.
- Nem eu preciso de babá – foi a vez de Lana falar.
- Ótimo, então se vira sozinha. – Leah retrucou, Lana ia falar alguma coisa, mas Jake a interrompeu.
- Parou, né? Eu não vou colocar as duas juntas, porque não quero ser responsável pelo primeiro caso de assassinato no bando. Lana você vai fazer ronda com o Colin, okay?
- Sem problemas – Lana respondeu lançando um sorriso tímido pra Colin.
- Colin? – Jake perguntou – Algo contra minha decisão?
- Nadinha – Colin piscou pra Lana.
- Ok, foi só eu que percebi ou rolou alguma coisa estranha entre vocês dois? – Brad perguntou olhando de Lana pra Colin.
- Alguma coisa contra, Brad? Ta com ciúme? – Colin provocou.
- Eu acho que ele ficou mordido, Colin, afinal ele quer você só pra ele. – Matt brincou e isso foi o que faltava pras brincadeiras recomeçarem, eu achei que Jake fosse brigar, mas ele começou a rir junto dos ‘mais velhos’.
Ouvi baterem na porta e fiz sinal pra Jake que estava se levantando pra atender que eu iria. Abri a porta e dei de cara com uma garota baixinha com cabelo preto espetado, olhos dourados como os de Bella, Edward e Carlisle e pele pálida. Ela era uma dos Cullen.
- Olá – falei, mas antes que ela pudesse me responder Jake estava protetoramente na minha frente e todos os outros lobos já se prostavam entre a garota e eu.
- O que ta fazendo aqui, sanguessuga? – Paul perguntou.
- Eu procurei algum de vocês na fronteira, mas não tinha ninguém lá, vocês deviam proteger melhor suas terras, assim como eu passei, outro vampiro poderia ter passado...
- Como protegemos nossa terra é problema nosso, e você violou o tratado... sinto muito – Paul avançou na direção da garota, mas Seth tratou de segurá-lo.
- Paul, se acalme – Jake falou se aproximando, não antes de me passar para o que estava mais próximo, que era ironicamente, Embry. – Alice não violaria o tratado sem uma razão.
- Não faria mesmo, só vim aqui porque tive uma visão Jacob. Algo muito sério.
- Todos pra ronda, exceto Seth, Quill, Paul e Embry – Jake falou sem desviar os olhos de Alice, quando todos os garotos saíram ele se virou para ela – entre.
- Eu ainda não contei pra ninguém, Edward não estava em casa, então ele também não sabe de nada. – Alice falou enquanto entrava.
- Fala logo o que você viu, Alice. – Jake pediu.
- Um vampiro – ela respondeu o olhando séria – vindo atrás de .
Senti o sangue fugir do meu rosto, minhas pernas perderam a força e eu comecei a cair, mas antes que alcançasse o chão mãos quentes me seguraram.
- , ? – ouvi a voz de Embry perto antes de apagar.
POV – Jake
A vida às vezes é uma merda! Quando pensamos que está tudo bem, lá vem os problemas bater na nossa porta. Saber que um sanguessuga apareceria atrás da minha bagunçou todos os meus pensamentos, mas vê-la cair desmaiada nos braços de Embry me deixou sem ação. Esse negócio de imprinting deixa a gente meio besta, eu não posso cogitar a idéia de ver chorando, com dor, com medo ou qualquer outra coisa que apague a felicidade dela que eu fico sem saber como agir.
- Coloque ela deitada no sofá – Alice falou com Embry fazendo minha atenção voltar ao problema real.
- , amor, acorda... – pedi tirando Embry do caminho e me abaixando perto de .
- Me deixe olhá-la, Jacob. – Alice pediu – tantos anos com Carlisle me deram uma noção de medicina. – ela avaliou os pulsos de –ela está bem, foi só uma queda de pressão.
- Jake – sussurrou.
- Eu to aqui pequena – falei me aproximando do rosto dela.
- O que... o que esse vampiro quer comigo? – me perguntou agoniada.
- Não interessa, ele não vai chegar perto de você. Eu não vou deixar.
- Eu to com medo – ela falou baixinho e uma lágrima correu do olho dela.
- Shhh, não precisa ter medo. Você está segura aqui. Nós vamos redobrar as rondas, vamos ficar atentos a tudo. Ninguém vai chegar perto de vocês.
- Nós também vamos proteger vocês, – Alice falou – Jake lutou pela nossa família várias vezes, e nós não deixaremos a família dele de lado.
- Obrigado – falei – Seth, acompanhe Alice até a fronteira. Quill chame todos os lobos, reunião na clareira, agora. Paul vá buscar a Rachel pra ficar com . – ordenei e todos saíram rápido. – E você – falei pra – não se preocupe com nada. Eu vou te proteger, vou manter você e nossos filhos seguros, mesmo que isso custe a minha vida.
Dei um beijo longo nela, pra que ela sentisse que eu estaria ali sempre pra mantê-la segura, e me levantei. Me virei para pedir que alguém ficasse com até eu voltar da reunião, e dei de cara com Embry, o único lobo que havia sobrado na minha casa. Fiquei ali parado, sem coragem de deixar minha mulher com o cara que era apaixonado por ela.
- Você cuida dela, enquanto eu resolvo tudo na clareira – pedi o olhando de modo que ele soubesse que qualquer vacilo eu resolveria com ele depois.
- Pode deixar, vou mantê-la segura pra você. – ele falou me encarando firme. Era por isso que Embry era meu melhor amigo, porque eu sabia que independente dos sentimentos dele, ele sempre respeitaria nossa amizade.
- Eu volto logo – falei com antes de sair correndo em direção à clareira.
Todos já estavam reunidos e com caras de preocupação, a minha cara não devia estar melhor, tratei de começar logo a reunião.
- Alice viu um vampiro vindo atrás de – falei – então nós vamos intensificar as rondas e aumentar a vigilância. Paul, Embry, Leah e Jared fazem ronda pela manhã. Josh, Lana, Matt e Quill ficam à tarde e Brad, Seth, Colin e eu à noite, mas eu vou estar sempre dando apoio nos outros turnos.
- Pode deixar Jake, por nós não vai passar nada. – Colin garantiu.
- Eu sei disso – falei – mas por precaução quero que vocês descansem quando não estiverem na ronda.
- E a escola? – Lana perguntou.
- Vocês vão continuar normalmente. Por isso escalei vocês à tarde e à noite. Os do turno da manhã começam às oito e serão rendidos às quatro. Os do turno da tarde serão rendidos à meia noite. E os do turno da noite às oito da manhã. Alguma duvida? – Ninguém se manifestou. – Certo então. Josh, Lana, Seth e Matt vocês começam, o restante vão pra casa descansar, eu preciso de vocês aqui atentos então não quero ninguém com sono.
- Ninguém vai deixar nada chegar perto da sua princesa, Jacob. – Leah falou saindo.
- Eu não estou protegendo só a , Leah. – falei alto a fazendo parar e me olhar – é claro que meu objetivo principal é ela. Mas eu também estou protegendo a reserva. Eu melhor que qualquer um sei as conseqüências de se ter um vampiro por aqui.
Ninguém falou mais nada, cada um seguiu seu caminho e os quatro que fariam ronda se encaminharam para a floresta. Eu segui pra casa, ter deixado sozinha depois de desmaiar estava me dando nos nervos.
Corri na forma humana mesmo e cheguei em casa rápido, lá dentro estava silencioso, mas eu podia perceber duas respirações distintas, uma leve e ritmada, a outra era mais rápida. e Embry. Rachel não havia chegado e minha mulher tinha ficado sozinha com Embry. Apressei meu passo e entrei vendo Embry sentado, com os pés de no seu colo, tive que morder a língua pra não dar um berro e mandar ele tirar as mãos da minha mulher, mas ela estava dormindo e isso além de acordá-la a assustaria.
- Já pode ir – falei pra Embry tirando com cuidado as pernas de do colo dele – você começa a ronda às sete.
- Eu posso começar agora – ele falou antes de sair.
- Seth, Matt, Josh e Lana já estão fazendo ronda.
- Eu posso ajudá-los – ele insistiu.
- Não. Você vai pra casa descansar. Eu quero vocês atentos nas rondas.
- Mas eu não estou cansado, eu posso aumentar a segurança. precisa de segurança.
- Eu sei do que a minha mulher precisa, Embry. – falei já stressado com a insistência dele.
- Eu não duvido disso, Jake. – ele falou calmo – eu sei que você morreria por ela e pelos bebês. E você sabe que eu faria o mesmo. Eu também morreria por eles. Me deixa ajudar.
- Ok. Você quer ajudar? Vai até a casa dos Cullen e conta pra eles o que nós decidimos, e como ficaram as rondas. Aproveita e vê que estratégias eles planejaram.
- Certo – ele se rendeu – O que eu tenho que falar com eles?
Expliquei tudo a Embry que saiu em seguida. Eu peguei do sofá e a levei pro quarto, onde ela ficaria mais confortável.
Nós agora estávamos dormindo no quarto que era do meu pai, pois ele era maior. Os garotos já tinham se juntado numa reforma rápida e colocaram uma porta separando nosso quarto do quarto que seria dos bebês que antes era da Rachel. Meu quarto virou uma pequena biblioteca pra . George tinha mandado todos os livros dela pra cá depois que eles fizeram as pazes. Assim como boa parte das outras coisas dela, ficaram apenas algumas na casa dele em LA, que segundo não condiziam com a condição ‘quase-casada’ dela.
Por mais cuidado que eu tive ao pegá-la, ela acabou acordando assim que a coloquei na cama.
- Você voltou – ela sorriu pra mim, aquele sorriso que me desmontava todo e me deixava o mais idiota dos homens.
- Eu sempre volto pra vocês. – falei beijando sua testa e sua barriga.
- Eu fiquei com medo. – ela sussurrou
- Medo de que?
- Do tal vampiro aparecer e machucar um de vocês...
- Não precisa se preocupar com isso. Nós damos conta de um vampiro.
- Acho que por mais que você fale, eu não vou me acostumar, sempre vou ter medo por vocês – ela deitou no meu peito e se encolheu – eu só te peço pra ter cuidado, ta bom?
- Sempre. – falei – Sempre terei cuidado para poder voltar inteiro pra vocês.
Ficamos ali deitados até que voltou a dormir. Eu acabei cochilando também, acordei com os uivos altos. Levantei depressa mas tomando cuidado pra não acordar e corri pra floresta, pulando a janela mesmo. Um piscar de olhos e eu já corria na forma de lobo.
‘O que aconteceu?’ perguntei
‘Vampiro’ Jared respondeu. 'O mesmo miserável que matou o Billy'
O fedor do vampiro chegou ao meu focinho junto com as palavras de Jared. Acelerei minha corrida, o desgraçado era meu e ninguém o alcançaria antes de mim.
N/a: Oi amadas.... a tensão está no ar.... Saibam que esse vampiro não vai ser o unico problema pra pp e pro Jake.... algo mais vai balançar esses dois... o que será???? OMG.... gente eu dei sim um mega salto na gravidez da pp, mas tem explicação... eu não consegui escrever NADA.... sério estava mais pra enchimento de linguiça que pra um capitulo... então pulei os caps e coloquei o que eu achava importante num flashback... massss se vcs quiserem algum detalhe que talvez eu tenha deixado passar, peçam nos coments, ok? Eu tentei fazer uma att dupla, mas não consegui... mas na att de quarta terá capitulo novo, okay? bjos....
CAPITULO 27 - JEALOUS
POV –
Jake estava pirando. Desde o dia que Alice apareceu aqui falando que um vampiro viria atrás de mim, e, no mesmo dia, eles encontraram o vampiro que matou Billy, ele só pensa em estar nas rondas, não fica em casa, eu estou sempre acompanhada de um dos meninos ou de Rachel e Kim. Nunca dele. Ele nem mesmo foi comigo na consulta onde fiquei sabendo o sexo dos nossos bebês. Nós teríamos um casal, eu ainda tentei conversar com ele para que escolhêssemos os nomes, mas eu mal tinha contado pra ele a novidade e ele teve que sair correndo para atender um chamado dos lobos.
Agora eu estava aqui, em mais uma madrugada sozinha, vendo o lobo que estava de guarda pela janela da cozinha. Hoje era Embry, na verdade era Embry na maioria das vezes, ele estava sempre por perto, cuidando de mim de alguma forma que não irritasse muito o Jake. Se bem que ele andava tão distante que nem isso o irritava mais.
- Você devia estar dormindo – Embry falou me fazendo assustar e os gêmeos pularem na minha barriga.
- Que susto Emb. – reclamei.
- Desculpa, mas você devia estar dormindo.
- Eu vim buscar um copo d’agua. Já estou indo pra cama.
- A casa está segura – ele falou antes que eu entrasse no quarto – Não precisa se preocupar.
- Eu não me preocupo com isso – falei – me preocupo com vocês, que praticamente não vivem, passam o tempo todo em rondas...
- É nosso dever, . Não se martirize por isso, okay?
- Vou tentar. – sorri – Bom noite La Push.
- Boa noite L.A.
Dormi assim que deitei na cama. Uma coisa muito boa nos tantos efeitos da gravidez, era que eu estava sempre com sono, então as noites sem o Jake aqui eram um pouco menos difíceis.
Eu estava na floresta,em uma campina florida, o sol estava forte, algo raro em La Push e meus dois filhos brincavam correndo por entre as flores quando de repente um brilho forte apareceu por entre as árvores.
Um frio subiu pela minha espinha, como um aviso de perigo. Corri na direção dos meus filhos, mas eles não estavam mais lá. Olhei em todos os lugares e não os vi. Um medo começou a tomar conta de mim.
- Jake! – gritei. Eu sabia que Jake estava na ronda, ele estaria por perto e ouviria meu chamado – JAKE! – gritei com mais força.
- Ele não vai te ouvir – ouvi uma voz falar atrás de mim e quando me virei vi um vampiro parado sorrindo, uma linha vermelha corria do canto do seu lábio até seu queixo.
Eu não quis imaginar nada de ruim, mas as imagens chegaram na minha cabeça rápido demais para serem evitadas. Eu vi Jake caído com uma marca de mordida no pescoço.
- Sabe, o gosto dele não era tão bom quanto o do pai dele... – vampiro falou se aproximando – O sangue dele tinha um sabor ruim, acre demais... mas o dos filhotes dele... hummm aqueles ali eram incríveis... pena que eram tão pequenos.
- Não – sussurrei sentindo minhas pernas fraquejarem.
- Sim – ele sorriu maquiavélico – Mas não se preocupe, não vai ter tempo pra saudade, você logo vai se encontrar com eles...
Ele avançou rápido e eu senti os dentes dele furarem a pele do meu pescoço.
Acordei assustada demais e muito ofegante. Assim que me sentei na cama uma dor forte surgiu no meu ventre. Apertei os lábios evitando gritar. Com dificuldade fui até meu celular, Jake havia me prometido que deixaria o dele preso à sua pata para que pudesse saber quando eu precisasse dele.
Disquei o numero que já sabia de cor. Mais uma pontada de dor. O telefone chamou várias vezes e nada de Jake atender. Tentei mais uma vez e nada. A dor estava cada vez mais forte, então eu me lembrei de Embry.
- Embry! – chamei alto, nem precisava, bastava um sussurro e ele estaria aqui na porta do meu quarto.
E como eu imaginei, em segundos Embry já estava ao meu lado.
- Algum problema? – ele perguntou me olhando assustado.
- Dói. – falei me encolhendo com mais uma pontada de dor.
- Dói? Onde? o que ta acontecendo?
- Não sei – falei – eu tive um pesadelo, acordei assustada e comecei a sentir muita dor.
- Vou te levar pro hospital – ele me pegou no colo já correndo comigo pro carro de Jake.
Num segundo estávamos parando na porta do hospital de Forks.
- Boa noite – uma enfermeira nos atendeu.
- Boa noite – Embry respondeu – Ela esta sentindo dor.
- Quantos meses?
- Quase sete – respondi.
- Está muito cedo ainda... coloque ela aqui nessa maca por favor – ela indicou uma maca a Embry que ainda estava comigo nos braços.
- São.. gêmeos – falei me lembrando que a Dra. Becker havia me falado que era normal gêmeos nascerem um pouco antes do tempo.
- Ah isso explica muito. – a enfermeira falou sorrindo – Você vem comigo querida, o papai fica aqui, logo traremos noticias.
- Eu ia explicar que o Embry não era o pai, mas uma nova dor não me permitiu falar.
POV – Jake
Voltei pra casa correndo mais que o normal, eu colocava toda minha força para lançar meu corpo cada vez mais à frente. Ele estava ali, tão perto... cravei mais as minha patas no chão acelerei mais a corrida, eu era só um borrão no meio da floresta.
Aproveitei uma depressão no solo e me lancei pra frente. Cai em cima do sanguessuga miserável. Nós rolamos pelo chão, batendo em árvore, rocha e o que mais tivesse pela frente. Consegui cravar meus dentes num dos braços dele e o arranquei fora. O grito dele foi alto, mas era como musica nos meus ouvidos.
Aproveitei que ele tinha se distraído com o braço arrancado e mordi uma de suas pernas. Ele deu um chute no meu focinho com a outra, o que me impediu de arrancar fora a perna dele. Mesmo com o chute eu ainda estava em vantagem, usei disso para me lançar à frente batendo com a cabeça no tórax dele e o imprensando contra uma árvore.
Ouvi quando a pele dele começou a trincar, dei dois passos pra trás e repeti a ação, fazendo ele chocar mais uma vez contra a árvore. Ele caiu eu aproveitei disso para me destransformar, era loucura, eu sabia, mas eu queria que ele me ouvisse antes de ir definitivamente para o inferno.
- O que você veio fazer aqui? – perguntei o pegando pelo pescoço.
- Matar a garota.
- Quem mandou?
- Não sei o nome, recebi uma carta, nela dizia que se eu matasse a garota seria bem recompensado.
- E você achou que sairia daqui com ela, fácil assim?
- Não foi difícil matar o velhote...
Meu sangue ferveu quando eu percebi que era do meu pai que ele estava falando.
- Porque você o matou?
- Diversão... – ele riu e eu não agüentei mais me segurar.
- Então agora se divirta no inferno. – num movimento rápido eu arranquei a cabeça dele.
- Jake? – Ouvi Seth me chamar.
- Aqui. – falei olhando o vampiro morto aos meus pés.
- Cara você deu conta dele sozinho? – Colin perguntou de boca aberta.
- A raiva às vezes é nosso maior combustível. – falei saindo dali. – Cuidem disso pra mim.
Voltei à forma de lobo e corri de volta pra casa, eu queria contar pra que não havia mais vampiro atrás dela, pelo menos por enquanto, afinal nós teríamos que descobrir quem mandou matá-la. Entrei e fui direto ao quarto onde não encontrei .
- Amor? – chamei indo ao quarto dos bebês. Nada. – , onde você está? – Olhei em todos os lugares e não a encontrei, um frio tomou conta do meu corpo, uma sensação estranha de que algo estava errado com , tomou conta de mim.
Peguei meu celular para ligar pra ela e quase cai pra trás quando vi 15 chamadas não atendidas. Retornei a ligação pra ela e me surpreendi quando ouvi Embry antender o celular.
- O que você está fazendo com o celular de ? – perguntei.
- Jake? – ele parecia estar aliviado em me ouvir – Cara onde você estava? Eu já te liguei umas mil vezes...
- O que você está fazendo com o celular de ? – perguntei mais uma vez.
- Eu tive que trazê-la ao hospital. – não ouvi mais nada, peguei um tênis e uma camisa e sai de casa correndo.
Cheguei rápido ao hospital de Forks, coloquei o carro de para correr no limite máximo que o motor conseguia, eu provavelmente teria que dar uma olhada nele depois. Entrei feito um furacão na recepção, mas fui barrado por uma enfermeira.
- Você procura?.... – ela me olhou tentando ser gentil, mas eu estava nervoso demais pra perceber.
- Minha mulher chegou aqui hoje...
- Há que horas? – ela perguntou olhando alguns papéis.
- Não sei exatamente. Eu não estava com ela. Mas ela está grávida, de gêmeos...
- Qual o nome dela?
- Howard.
- Ah sim, claro sei quem é... ela veio com um rapaz... Embry Call, certo? – ela tirou os olhos dos papéis e me encarou.
- Sim é essa mesmo. – falei – eu quero vê-la.
- Venha comigo – ela saiu andando por um corredor e eu a segui. Vi Embry sentado numa cadeira alguns metros à minha frente.
- Ela está dormindo agora – a enfermeira falou - e eu aconselharia a não acordá-la, para que ela não corra o risco dos bebês nascerem antes da hora.
- Eu só quero olhar ela um pouco – pedi – prometo não acordá-la, eu só quero poder vê-la e ter certeza que ela está bem.
- Só uma olhadinha rápida. – ela falou abrindo a porta para que eu passasse.
estava deitada na maca, com o soro preso ao braço direito e um aparelhinho preso no seu dedo indicador.
- Ela está bem agora – a enfermeira falou baixinho ao meu lado – os bebês também estão bem, ela só precisa descansar.
- Eu vou esperar ela acordar lá fora – dei um beijo na testa dela e sai. Embry continuava no mesmo lugar.
- Onde você estava? – ele perguntou me encarando – Ela precisou de você, e você não estava lá.
- Ahh me desculpe se eu estava caçando o vampiro que queria matá-la. – falei baixo para que nenhum humano ouvisse.
- E você pelo menos conseguiu?
- Nesse momento ele deve estar correndo do capeta. – falei – Por que você trouxe ela?
- Eu estava de vigia na sua casa hoje...
- Você? Mas eu deixei o Brad lá antes de sair.
- Eu sei, mas Brad tinha uma avaliação pra faculdade hoje, e eu cobri ele.
- Por que ninguém me avisou isso?
- Porque eu era o único que podia cobrir o Brad, e nós dois sabíamos que você não me deixaria ficar perto de ...
- E eu estava certo... olha você aqui... aposto que as enfermeiras acharam que você era o pai...
- A culpa não é minha se você decidiu dar as costas pra sua mulher e pros seus filhos.
- Eu estava tentando protegê-los! – me defendi – E você se aproveitou disso né? Se aproveitou da minha ausência pra ficar rondando ela...
- Eu só fiz o que estava ao meu alcance. Eu não podia ver sozinha e ignorar porque é o que você quer. Pra ela basta você a ignorando.
- Escuta bem Embry, porque eu vou falar uma única vez. – falei parando na frente dele, que agora estava de pé – Você. Está. Proibido. De. Chegar. Perto. Da . Minha. . E isso é uma ordem.
Embry engoliu seco e saiu sem me dizer uma só palavra. Eu voltei pro quarto, onde fiquei até que acordasse. O médico apareceu um tempo depois, trazendo pra mim a alta de e o nome de algumas vitaminas que ela teria que tomar. Assim que a minha pequena acordou eu a tirei dali.
- Onde você esteve que não foi me ajudar. Eu te liguei várias vezes. – ela falou triste quando estávamos no carro.
- Desculpa, amor. Eu não tive como prestar atenção no celular. Estava atrás do vampiro.
- Você sempre está atrás desse vampiro Jake, ma quem acaba ficando pra trás mesmo sou eu...
- Eu o peguei – falei tentando desviar a conversa dela daquele foco.
- Pegou? Tipo você matou ele? – fiz que sim com a cabeça – Deus, que alivio...
- Eu disse que não deixaria ele chegar perto de você. – ela sorriu fraquinho – Agora me conta, o que aconteceu com você?
- Eu não sei bem... tive um pesadelo, e acordei assustada, ai comecei a sentir umas dores na barriga. Tentei te ligar, mas você não atendia, ai eu lembrei do Embry e pedi ajuda a ele.
- Isso não vai mais se repetir, eu não vou sair do seu lado.
POV –
Era bom finalmente ter Jake do meu lado, mas ele parecia estar incomodado com alguma coisa, eu sentia isso mesmo sem olhar pra ele.
- Qual o problema, Jake? – perguntei
- Não tem problema nenhum – ele desconversou olhando pela janela para desviar os olhos de mim.
- Jacob Black, eu te conheço e sei das coisas que você sente sem nem mesmo te olhar, então fala logo.
- Tudo bem... – ele respirou fundo – É o Embry... eu não gosto do quanto ele fica em cima de você... ele não desgruda, tipo mesmo quando ele ta de longe ainda fica te observando... isso me irrita.
- Resumindo, você ta com ciúme dele.
- Não é ciúme, eu só estou incomodado... Caramba ele já te beijou, já te tocou. E você é minha...
- Ah obrigada por me fazer sentir como seu videogame favorito... – reclamei – Jake, eu vou precisar repetir que é você que eu amo?
- Só pra me deixar feliz por ouvir isso – ele sorriu.
- Escuta, eu não sei explicar a ligação que Embry e eu temos... eu sinto que preciso dele, entende? Eu preciso estar perto dele...
- Mas não está certo... você tinha que se sentir completa comigo.
- E eu me sinto Jake... você completa meu lado mulher... o Embry ele completa algo que eu ainda não consigo entender.
- Eu não quero ele perto de você.
- Não começa Jake. Não tem como você impedir uma pessoa de se aproximar de mim.
- Tenho sim – ele falou, mas eu não tive tempo de perguntar mais nada, o carro parou na porta de casa e eu fui praticamente arrancada de dentro dele por Rachel.
- Rach é melhor você ter calma se não quiser que volte para o hospital. – Becky falou.
- Você está bem? – Rach perguntou esbaforida – E os bebês? Como meus sobrinhos estão?
- Calma Rach, eu estou bem, os bebês estão bem... foi só um susto.
- E que susto – ela falou me abraçando – E você Jacob, ta fazendo o que ai que ainda não pegou no colo e a levou pra dentro?
- Eu posso andar – reclamei quando Jake se aproximou pra me pegar.
- Pode mas não precisa. – Jake me levantou e eu revirei os olhos. Assim que ele me ajeitou em seus braços eu olhei para o outro lado da rua e vi Embry, meio escondido.
- O que o Embry ta fazendo escondido ali? – perguntei e Jake se virou para olhar onde eu mostrava. Jake fechou a cara e eu pude ouvir seu peito vibrar pelo rosnado.
- Boa pergunta – Jake falou com o maxilar travado.
- Me põe no chão – pedi, mas Jake fez que não me ouviu – Jacob me põe no chão.
Dessa vez ele me obedeceu, claro que obedeceria, eu usei aquele truque lindo que um imprinting tem. Assim como os lobos obedeceriam Jake quando ele usasse o tom de alpha, Jake me obedeceria se eu usasse o tom de imprinting.
- La Push, o que você está fazendo ai? – perguntei caminhando na direção de Embry, que se afastava a cada passo que eu dava – Qual o problema, Embry?
- Ne..nenhum – ele gaguejou – Eu tenho que ir, só passei aqui pra ver se você estava bem.
- Bom, você podia ter entrado e me perguntado, não precisava se esconder ai. A menos que... – então tudo fez sentido. Eu me virei para encarar Jake que estava logo atrás de mim.
- É melhor entrarmos – Jake falou. Eu me voltei pra Embry pra pedir que ele também entrasse, mas ele não estava mais lá.
- O que você fez com ele Jake? – perguntei, eu sabia a resposta, mas queria ouvi-la da boca de Jake.
- Nada.
- Vou precisar perguntar de novo? – falei o olhando nos olhos.
- Amor, depois eu te falo, agora você precisa se deitar, não pode ficar nervosa...
- Eu não vou me deitar enquanto você não me disser o que fez para que Embry não se aproximasse de mim. Você disse no carro que tinha como você fazer isso. Anda fala logo Jacob.
- Eu dei a ele uma ordem de alpha para que ele não se aproximasse de você – ele falou sem me olhar nos olhos.
- Eu sabia. – falei e ele me olhou – Mas eu queria ouvir de você. Como você pode Jake? Depois do que eu te falei no carro?
- Você não precisa dele desse jeito. Você só pensa que precisa.
- Sabe o que é engraçado? – perguntei e respondi antes mesmo dele se pronunciar – Você não se importava com o que Edward pensava sobre você ficar o tempo todo perto de Bella, o tempo todo correndo atrás dela e tentando convencê-la de que você era melhor pra ela. E o Embry, desde que soube que eu sou seu imprinting, nunca insinuou que eu deveria te deixar e ficar com ele. Ele sempre te respeitou. E é assim que você agradece? É assim que você o trata depois dele ter salvo a vida da sua mulher e dos seus filhos? Porque só Deus sabe o que poderia ter acontecido comigo e com nossos filhos se Embry não estivesse tão perto.
- Se acalma, por favor. – Jake pediu suplicante.
- Eu não quero me acalmar, Jake. Eu só quero que você confie um pouco mais no amor que eu sinto por você. Para e presta atenção em tudo o que aconteceu desde que nós nos acertamos. Eu te perdoei por você me abandonar na manha seguinte a nós termos feito amor pela primeira vez, eu aceitei você ser um lobo, porque pra mim não importa a sua forma, EU TE AMO. Eu aceitei a sua ausência nas ultimas semanas, porque eu sabia que você estava me protegendo e protegendo seu povo. E só o que eu peço é que você pare com a porra do ciúme idiota que você tem do seu melhor amigo, que é, você queria ou não, uma pessoa muito importante pra mim. – parei minha fala para respirar fundo. Jake estava de cabeça baixa, mas eu podia ver sua testa enrugada pela preocupação com meu bem estar e com o bem estar dos nossos filhos – Eu vou entrar – falei e ele me olhou – sozinha. Você vai repensar as suas atitudes.
Passei por ele e entrei em casa, o deixando parado no mesmo lugar, apenas me olhando afastar.
n/a: Uhhh consegui terminar de betar o capitulo... entonces att dupla de CR... ebaaaaa... to boazinha né... então comentemmm
CAPITULO 28 – LEAVING
POV-
Doia muito fazer isso com Jake, mas doía ainda mais a desconfiança dele. Tudo bem, eu entendo que Embry sentiu – ou sente – algo mais que amizade por mim, mas o que importa é que eu não sinto, e mesmo que Embry tente algo, eu não vou corresponder.
- , fazer isso é mais forte que Jake. É o imprinting, ele vai sempre ter mais ciúme de você que os ‘homens normais’ tem de suas mulheres – Rachel tentou explicar.
- Não adianta defender ele, Rachel – falei me sentando no sofá – Jacob está errado. Será possível que ele precisa de mais provas do quanto eu o amo? Será que tudo o que eu fiz até agora não foi suficiente?
- Você namorou o Embry... – Rachel se sentou ao meu lado.
- Sim, eu namorei, porque Embry, mesmo sabendo que eu amava Jacob, quis tentar me fazer feliz, porque seu irmão tinha me dado um belo pé na bunda e me deixado com o coração quebrado.
- Ele já pediu desculpas por isso.
- E eu já o perdoei. Por que eu amo o Jake.
- Então se afasta do Embry.
- Não – falei – eu não posso. Eu preciso dele. E antes que você me pergunte por que, eu já digo que não sei. Eu só sei que preciso dele.
- Eu nunca vi um imprinting tão complicado como o seu e do Jake. – Rachel bufou e ligou a TV.
- Vou me deitar – falei.
- Vai deixar o Jake lá fora até quando? – Paul entrou em casa perguntando – Ele está lá parado no mesmo lugar onde você o deixou.
- Isso significa que ele não está interessado em consertar o que fez. Que fique lá então, ele não vai ficar doente, nem sentir frio – falei indo pro meu quarto.
Eu estava cansada demais. Troquei de roupa, coloquei um vestido soltinho mais confortável e me deitei. Acordei algumas horas mais tarde, Jake não estava no quarto.
Me levantei e não o encontrei em nenhum lugar da casa, tudo que achei foi um bilhete de Rachel, dizendo que ela tinha ido pra casa, e que Jake estava na ronda.
Olhei pela janela da cozinha e não vi nenhum lobo perto da casa, mas eu sabia que um deles estava lá, como ‘guarda-costas’.
Se Jake não havia voltado, era porque ele não tinha retirado a ordem de manter Embry afastado de mim, e isso me deixava mais magoada que ele podia imaginar. Eu tinha sido sincera, eu também queria saber por que a presença de Embry era tão vital. Parecia que quando ele estava perto tudo estava completo. Quer dizer, quase tudo, afinal ainda tinha algo faltando, eu me sentia como um quebra-cabeças com uma peça faltando, tinha aquele buraco ali que incomodava muito. Voltei pra cama, onde eu ficaria sozinha hoje.
oOo
Já fazia uma semana desde que tudo aconteceu, e Jake ainda não tinha aparecido em casa. Estava dormindo na casa de Rachel. Seth e Mel haviam praticamente se mudado para minha casa. Seth dormia no sofá sempre que não estava na ronda e Mel ficava comigo na minha cama. O risco de perder os meus bebês, eu já não tinha, mas ele ainda podiam nascer a qualquer instante.
Todos esses dias longe de Jake me deixaram muito mal, mas eu aprendi a controlar minhas emoções. Ficar triste e nervosa não faria bem aos meus filhos, mas eu também não iria voltar atrás no que disse a Jake, não era racional o ciúme que ele estava sentindo de Embry, e eu não o desculparia até que ele corrigisse o erro com meu amigo.
Com tudo que tinha acontecido eu acabei tomando uma decisão difícil, mas que faria Jake pensar melhor em seus atos.
- Pode levar pro carro, Seth – falei indicando as malas em cima da cama.
- Tem certeza? Eu acho que você ta pegando pesado demais, . – Seth reclamou pela trilhonésima vez.
- Eu tenho certeza sim. Se Jake não tirou a ordem que deu a Embry é por que ele não faz questão nenhuma de estar comigo, então não vai fazer diferença pra ele onde eu vou estar.
- Eu não sei se posso concordar com isso, . Jake além de meu alpha, é meu amigo.
- Seth, se você não levar essas malas pro carro, eu mesma vou levar. – falei cansada dessa discussão – A escolha é sua.
Ele bufou e pegou com facilidade as três malas – duas minhas e uma dos bebês – na cama.
- Vai levar a mala dos bebês, também? – Mel perguntou quando passamos por ela na sala – vai ficar tanto tempo assim?
- O tempo que vou ficar depende de Jacob – falei – E eu estou levando as coisas dos bebês por precaução, afinal eles podem nascer a qualquer momento.
- Coloquei tudo no carro – Seth falou voltando pra sala.
- Então vamos. – saí – Pare na casa da Rachel por favor – pedi quando Seth estava no carro.
- Vai conversar com ele? – Seth perguntou entendendo que eu estava indo na casa de Rachel conversar com Jake.
- Vou me despedir, deixar que ele saiba por que eu estou indo. – Seth me olhou confuso – Eu não estou fugindo Seth.
Seth não disse mais nada, apenas dirigiu. O caminho até a casa de Rachel era curto, mas isso não era tão importante, eu não precisava criar coragem para partir, eu já havia decidido, e nada que Jake fizesse me faria mudar de idéia, exceto aceitar que errou e tirar a ordem estúpida que deu a Embry.
- Quer que eu vá com você? – Seth perguntou quando abri a porta pra descer.
- Não precisa – falei já saindo do carro.
Jacob estava sentado no sofá, o sorriso que ele abriu ao me ver era de iluminar o mundo.
- – ele sussurrou se levantando.
- Eu vim me despedir – falei rápido antes que ele me alcançasse. Jake travou no lugar onde estava e me olhou com uma expressão que eu definiria facilmente como desespero.
- Despedir?
- Sim, me despedir. Eu estou indo pra Califórnia. Vou voltar pra casa do meu pai.
- Por que?
- Por que não faz sentido eu tirar Seth e Mel da casa deles pra me fazer companhia porque meu noivo não está comigo em casa.
- Mas eu não estou com você porque você não deixa. Vontade não me falta – ele se aproximou – Vontade de te abraçar, de te tocar, de te beijar, de sentir seu cheiro, de ter o seu rosto como a primeira imagem do meu dia...
- Foi você que me obrigou a isso - falei firme, por mais que meu corpo pedisse eu não cederia aos encantos de Jake – foi você que deu aquela ordem estúpida pro Embry...
- E você ta feliz agora? – ele falou nervoso – Você não tem ele na sua vida, nem eu.
- Não Jake, eu não estou feliz. Eu estou tudo menos feliz. – falei impedindo as lágrimas que enchiam meus olhos de cair. Eu não ia chorar, não ali, não agora – eu estou cansada. Cansada dessa sua teimosia e desse amor que você diz sentir por mim, mas não demonstra...
- Eu não demonstro? Eu? Não sou eu que faço tanta questão de ter meu passado ao meu redor.
- Eu não vou discutir isso com você. Eu vim aqui me despedir, apenas isso.
- Você não pode me deixar.
- Eu não sou um lobo da sua matilha, Jacob. – falei sem olhar pra ele – Você não pode me dar uma ordem pra que eu fique.
- Por favor, fica. – ele pediu chorando – Não faz isso com a gente, não faz isso com nosso amor.
- Eu ficar ou partir, está nas suas mãos Jake. Nosso amor está nas suas mãos, e na sua decisão de assumir que errou e corrigir esse erro.
- E os meus filhos, você não pode me afastar deles.
- E não vou. Sinta-se a vontade pra vê-los quando quiser.
- Eu não vou deixar você ir – ele falou avançando e segurando meus braços, eu podia sentir ele perto, sua respiração quente batendo no meu rosto – eu te amo e não vou permitir que você se afaste. - ele me beijou, urgente e desesperado, e aquilo partiu ainda mais meu coração, mas Jake precisava do que eu ia fazer, precisava para entender que eu era a mulher dele, não a propriedade dele, e para confiar mais no meu amor por ele. Por isso, por mais que me doesse, eu me afastei.
- Me deixa ir. – falei usando o tom de imprinting, mas uma vez. Eu não queria nunca mais ter que fazer isso, não queria nunca mais ver a expressão sofrida que eu via agora no rosto de Jake saí dali depressa, eu não podia mais ficar ou choraria na frente dele. Entrei no carro e pedi Seth que saísse dali logo.
- ! – ouvi Jake gritar, mas não me virei para vê-lo.
POV – Jake
“Se você for me deixar, baby
Deixe morfina na minha porta
Porque eu vou precisar de todo medicação
Pra perceber que o que costumávamos ter
Não vai mais acontecer”
Deixe morfina na minha porta
Porque eu vou precisar de todo medicação
Pra perceber que o que costumávamos ter
Não vai mais acontecer”
‘Deixem ele sozinho’ ouvi alguém falar pros outros lobos que estavam em ronda, mas não me interessava quem era. As imagens dos meus momentos com rolavam soltas na minha cabeça, como um filme tendo suas cenas aceleradas.
‘Hey, Jake, você não pode mais seguir por aqui assim’ Jared pensou e eu me dei conta que a floresta tinha acabado, por onde o carro seguia agora não tinha onde eu me esconder dos olhos humanos, minha Nanah seguia em frente, pra longe de mim ‘ela volta logo’ Jared voltou a pensar me empurrando de volta pra La Push.
“Por que não haverá luz do sol
Se eu te perder, baby
Não haverá céu azul
Se eu te perder, baby
Meu olhos farão como as nuvens
Se você se você se for Todos os dias vai chover...”
Se eu te perder, baby
Não haverá céu azul
Se eu te perder, baby
Meu olhos farão como as nuvens
Se você se você se for Todos os dias vai chover...”
UMA SEMANA DEPOIS
- Porra Jake, vai ficar largado ai? – Paul entrou na minha casa nervoso depois de quase derrubar a porta.
- Não enche – respondi, essa era minha única resposta ultimamente.
- Não enche o caramba, levanta daí logo, porra. – ele parou na minha frente – Sabe você tem uma matilha sob sua responsabilidade.
- Vocês são todos crescidos, podem se virar sem mim.
- Qual a parte do ‘lider’ você não entende. – ele cruzou os braços – Nós podemos ser todos crescidos pra tomar conta da nossa vida humana, mas na forma de lobo, não agimos sem um comando.
- Você quer um comando? – perguntei me levantando – Vão se ferrar.
Deixei Paul na sala com a cara fechada e fui até a cozinha onde peguei mais cerveja, voltei e me sentei no mesmo lugar onde eu estava. Abri a cerveja, mas antes que ela chegasse à minha boca a garrafa foi tomada das minhas mãos e atirada na parede.
- Eu não vou me ferrar – Paul falou me encarando – E não vou deixar você se ferrar, nem ferrar a sua vida. Sabe por quê? Porque apesar de você ser um filho da mãe, ignorante, burro e indigno de qualquer amor que possa te dar, nem ela nem a Rachel merecem ver o estado em que você se encontra.
- Você me deve uma cerveja. – falei ignorando o que ele havia falado e abrindo outra garrafa.
- Deixa de ser burro, Jake! – ele falou alto – Ela ta lá esperando você ir buscá-la.
- Se ela me quisesse não teria ido embora. – falei sentindo o coração doer pela falta que minha fazia.
- Ela foi embora porque você não quis tirar aquela ordem estúpida que você deu pro Embry.
- Estúpida? Como você reagiria se seu melhor amigo ficasse rondando a Rachel?
- Se ele estivesse a protegendo quando eu não dei atenção suficiente pra ela, eu o agradeceria. – eu tive que rir depois disso.
- Eu estava dando atenção à ela. Eu estava procurando o filho da puta que queria matá-la.
- Coisa que nós podíamos fazer junto com você. Jake, você estava em todas as rondas. Você estava o tempo todo for de casa. ficava aqui sozinha. Eu tenho certeza que ela sentia sua falta.
- Eu também sentia falta dela. – falei – Mas o medo do vampiro pegá-la falava mais alto.
- Que dia você vai entender que não está sozinho? Que nós antes de sermos do seu bando, somos seus amigos, seus irmãos e que nunca deixaríamos nada de ruim acontecer com sua mulher e com seus filhos?
- Eu sou um imbecil. – falei largando a cerveja de lado – Eu perdi minha mulher por uma infantilidade.
- Assumir as burradas é um bom começo – Paul riu – mas acho que ir buscar sua família seria melhor.
- Ela não quer. Ela me pediu, me ordenou que a deixasse ir.
- Você é mesmo um idiota. – Paul riu mais e eu o olhei sem entender – Ela quer tanto que você a busque que te deu todas as dicas pra isso, mesmo que tenha sido inconsciente.
- O que você está dizendo?
- Ela ordenou que você a deixasse ir, não que você não a trouxesse de volta.
Só depois de Paul falar eu entendi. não tinha me proibido de ir lá, pelo contrário ela disse que eu poderia ir vê-la quando eu quisesse, eu é que fui covarde e tive medo dela me rejeitar quando eu aparecesse na sua porta, então se eu podia aparecer lá eu podia trazê-la de volta, bastava eu assumir que errei... e corrigir meu erro.
- Onde você vai? – Paul perguntou quando eu me levantei pra sair.
- Conversar com Embry – falei.
“Por você eu vou tentar
eu vou tentar, eu vou tentar, eu vou tentar
Eu vou pegar essas peças quebradas
até que eu esteja sangrando
Se isso fizer você ser minha”
eu vou tentar, eu vou tentar, eu vou tentar
Eu vou pegar essas peças quebradas
até que eu esteja sangrando
Se isso fizer você ser minha”
Eu sentia uma falta enorme de , não era algo físico, como todo mundo pensava, era falta da presença dela, era necessidade de ter certeza da segurança dela, mas vai fazer esse povo ignorante entender isso. Todo mundo achava que eu estava apaixonado pela mulher do meu alpha, mas eu não condenava ninguém, afinal eu mesmo cheguei a pensar isso. Eu também achei que estava apaixonado por ela, mas depois dessa ordem de Jake, depois de ser obrigado a me afastar dela, eu percebi que não era paixão, só que eu também não sabia explicar o que era.
O mais difícil era não pensar nisso, cada vez que eu me forçava a não pensar os sentimentos estavam lá, me perturbando. Por isso eu evitava ao máximo me transformar, eu ficava na minha forma de lobo apenas na ronda, e quando estava eu me concentrava na conversa dos outros garotos, eu buscava me distrair com tudo, não queria de forma alguma que meus pensamentos chegassem a Jake, não queria que ele sentisse ainda mais raiva de mim, e eu sabia que tinha gente ali pronto pra pegar o primeiro escorregão dos meus pensamentos e colocá-lo na cabeça de Jake.
- Embry – ouvi Jake me chamar e levantei os olhos pra encará-lo – to precisando falar com você.
- Senta ai – falei indicando o lugar vago no tronco ao meu lado. Eu tinha saído pra andar na praia, ver se me distraia da minha cabeça confusa.
- Me desculpa – ele falou depois de alguns minutos de silencio.
- Te desculpar? Pelo quê?
- Pela ordem idiota que te dei, por ter te tratado mal quando você estava cuidando de por mim...
- Stressa não. Você foi um idiota, mas acho que eu teria feito o mesmo. – ele riu.
- Obrigado por estar perto quando ela precisou.
- Você pode ficar com raiva do que eu vou falar, mas eu vou dizer assim mesmo – ele me olhou com a sobrancelha arqueada – De alguma forma estranha, que eu não consigo entender, eu sinto que meu lugar é perto dela.
- Eu não gosto disso...
- Eu sei... me desculpe, mas é o que acontece. É o que eu sinto...
- Eu queria entender isso. – Jake falou sério olhando o mar – Queria saber por quê vocês se sentem assim..
- Vocês?
- É sente o mesmo – ele explicou – ela me disse que sentia uma necessidade de ter você perto, que você completava algo que estava faltando... foi isso que me deixou com raiva, por isso te dei a ordem. Eu é que tenho que completá-la...
- Jake, eu não amo como eu achei que amava antes de vocês perceberem o imprinting. Não é como mulher que eu a quero. Tudo bem que eu achei que era isso, mas não é. E ela também não me quer como homem...
- Como você tem tanta certeza?
- Como? Presta atenção, man. Ela te perdoou depois de você ter transado com ela e ter dado um pé na bunda dela. Ela aceitou que ia se casar com um cara que vira lobo pra caçar vampiros... ela entendeu todas as noites que você teve que deixá-la sozinha pra poder achar o vampiro que queria matá-la, por que ela sabia que você estava a protegendo e protegendo seu povo... se isso não é a forma mais clara dela te amar então eu não faço a menor idéia do que é amor.
- Mas se ela me amasse ela não teria ido embora.
- Ela foi embora exatamente porque ela te ama.
- Como alguém que ama pode abandonar?
- Ela não te abandonou, ela fez você enxergar que estava sendo infantil e que estava cego pro amor dela. E agora eu aposto que ela ta esperando você ir buscá-la.
- E se ela não quiser voltar? E se ela não me quiser mais?
- Eu saio pela reserva vestido de Lady Gaga e dançando o Poker Face. – nós rimos – Ela vai voltar, man. Pode confiar.
- Eu vou lá então. – Jake se levantou – E a ordem está retirada, mas... não fica muito em cima não falou?
- Pode deixar. – me levantei também – vou me esforçar pra ser só o amigo...
- Isso ai.... se comporta e talvez, só talvez eu te convido pra ser padrinho de um dos meus filhos, mas eu vou pensar, não sei se quero você na minha família não.
- Vai zoando... sabe eu sou lobo, não envelheço... você vai ter uma filha...
- Nem brinca – ele falou sério – Vou me lembrar de deixar minha filha bem longe de você. – nós rimos de novo e Jake saiu em direção à casa dele. ia voltar, e eu ia fazer o possível para cumprir minha promessa a Jake.
 
 











 
35 comentários:
OI!!! tem espaço para leitora nova aki? começei a ler essa fic no TFI e queria terminar de ler antes de comentar e quando cheguei ontem para ler fiquei deseperada e começei a caçar essa fic em todos os lugares!!! até que encontrei e nossa vou dizer que adorei a fic e pode ter certeza que estarei aqui nos proximos capitulos...
Bjos
Oie parceiraaa.Tá tão perfeito tudo aki.Estou com pena do Embry,tadinho,to vendo que ele vai sofrer pacas.Mas vou continuar acompanhando sempre.Bjoss
Nossa esse capítulo ficou bem emocionante, eu tbm não quero ver o embry sofrendo ele não merece, mas o jake merece ser feliz tbm e eu sempre vou preferir o meu jake kkk. Aguardo o próximo ansiosa. Bjos e parabéns pelo novo cantinho.
Que capítulo heim?! Ain, tadinho do Embry, deu uma vontade tremenda de colocar esse lobinho no colo. Isso que é amor, prefere estar ao lado da PP, mesmo sabendo que ela só pode lhe oferecer uma sincera amizade. Ele é um fofo, merece de verdade alguém que o faça feliz. Mas tudo tem sua hora certa e a dele vai chegar, é só esperar. Como diz o ditado: nada como um dia após o outro.
Hum, pelo visto nosso aprendiz de anjo vai ter um belo trabalho pela frente, nossa pequenina nem nasceu e já corre perigo?! O que será que você está armando heim, Nannah?
Será que o Embry terá alguma ligação com a filha da PP? Olha eu aqui querendo adivinhar o que vai acontecer. Tá parei!! Também sempre erro mesmo. rsrsrsrsrsrs
Ain, amandoooooooo!!!
O cantinho Black E Cullen está DIVINOOOOO!!!
Bjsssss!!!!
Nannahhhhhh... Amei ver o capítulo pelo ponto de vista do Embry. Estou com uma dozinha dele... Ele tá tão carente e tristezinho... Mas será que o imprinting dele está crescendo dentro da PP, por isso ele não consegue ficar longe da PP? Achei tão legal que o Terry seja o anjo da guarda da sobrinha, pelo menos ela estará sendo guardada pelo tiozão que vai amá-la com certeza.
Vou aguardar pelo próximo capítulo com ansiedade.
Adorei a nossa nova casa, e sempre estarei por aqui pra falar com vocês meninas!Beijos!
Ahhh tadinho do Embry, clato que eu amo o Jake, mas o La Push é um amorzinho... Bom tenho minhas suspeitas a respeito do futuro do Embry, e realmente eu espero estar certa!!!
Poxa Flor, vc me deu mô susto qd vi q CR não estava + no TFI... Adora essa fic!!!
Boa sorte com o blog...
Bjks
Nossa que dó do Emb, ele ta sofrendo tanto e mesmo assim vai continuar ao lado da PP!
Hum e ele tem ligação com a filha da PP sim só pode ser isso!
E o Terry esse vai suar muito pra se manter dentro das regaras e não interferir em nada! Ele já vai ter um trabalhão cuidado da bebê e é que ela nem nasceu ainda!
Curiosaa demais pelos proximos capitulos!
Bjos flor!
Capitulo pequeno, mas perfeito
tava com saudades do Terry.. adoro ele..
que dó, que dó que eu estou do Embry
ele não merecia isso, mas não era pra ser
eu ainda acho que o filho (que acho que é filha) vai ser o imprinting do Embry.. só essa a solução pra ele amar tanto a PP e não conseguir ficar longe dela
eu sabia que o Terry ia ser o anjo da guarda da filha da PP... ele irá proteger sua sobrinha
o Seth é sempre tão fofo, tão amigo, tão lindo... quero ele pra mim..kkkk
agora eu tenho que falar... espero muito, muito mesmo que o Terry aprenda as regras e não troquei os pés pelas mãos.. por que se isso acontecer... ai babal..kkk
mas acredito nele e sei que ele não fará nada pra que isso aconteça
capitulo lindo
Oi, capitulo pequeno mas bem sujestivo, tatinho do Embry, que dó, O que será que vai acontecer?, E quem vai ser o Imprint do Embry?, to curiosa, e o Seth que é isso sempre amigo, prestativo, ele é um fofo. Adorei, vou estar sempre por aqui para ver as postagens,bjos
Adorei um pov do Embry, coitadinho tá spfrendo tanto...
Bem, acho que isso que não o deixa se separar de mim é que minha filha vai ser o impriting dele! Adivinhei? haha Quero ver! Apesar de achar essa coisa de impriting com crianças muito injusto com os lobinhos, pq eles deixam de aproveitar a juventude deles e tal (mesmo não envelhecendo fisicamente), ficam sem pegar ngm até essa bendita criança crescer pq como o Quil disse em Amanhecer que ele não vê mais os rostos das outras garotas.. Maldade demais isso! hahaha
Não demora, please!! *.*
Nossa gêmeos, trabalho dobrado para os dois!
E esse vampiro que está atras da PP, é o mesmo que matou o Billy?!
PP e Embry, um caso a parte quero saber o que vai ser da relação entre eles!
Como assim o vampiro não será o unico problema, Nannah o que vai acontecer ainda menina! Espero que quarta chegue rapidinho! Adorei!
Bem parceira eu bem que tentei comentar ontem,mas o sono me venceu.Mas está tudo divino e achei vom vc ter adiantado a gravidez,pq senão iria ficar tudo muito cansativo.E o ciúmes do Jake é tão fofo.Enfim,tá Perfeito.
OH MEU DEUS.O que foi isso?Eu amei esse presentinho #pulandofeitolouca
Eu nem sei o que dizer...MA.RA.VI.LHO.SO.
Amei tudo mas a última parte foi demais.A pp finalmente soltou os cachorros pra Jake.Fiquei com uma vontade de pegar Embry no colo agora.Tadinho dele.Enfim estou esperando anciosamente o próximo cap.Bjosss
Amei a tt dupla do CR!!!
To com a impressão de que quem quer matar a Nannah é um vampiro conhecido!!!(isso se nao for uma certa vampira com dor de cutuvelo savy?) Tenho quase certeza que a filha do Jake é a impressão do Embry!!!
Por mais que entenda o ciumes do Jake não vou mentir que gostei da PP ter falado tudo aquilo pro Jake O Embry só esta ajudando e tem muito respeito pelo Jake (não gosto quando so dois brigam mas fazer o que)Jacob Black nao seria o mesmo se não passasse por mais uma complicação antes do tão desejado final feliz kkkkk.
Bjos Nannah e esperando os proximos capitulos praticamente quicando na cadeira ♥
Ain, que presentão para esse domingo tão tedioso.
Ownt, temos um vampiro querendo acabar com a PP?! Não sei porque, mas algo me diz que isso é coisa de uma sanguessuga egoísta, que não aceita de jeito nenhum que nosso lobinho tenha encontrado alguém. Mas se fosse isso a Alice teria visto, ou não por causa dos lobos. Aff, acho melhor parar de tentar advinhar, já estou sentindo cheiro de fumaça. rsrsrsr
Nossa, Jake me deixou furiosa agora (isso é coisa rara), como pôde ser tão estúpido com o Embry? Ele só estava ajudando e ao invés de agradecer, o Jake me faz uma burrada dessas, ahh, mas a PP mostrou quem é que manda. rsrsrsrs
Adoooorei!! Jake mereceu ouvir aquelas verdades, afinal ele já está deixando o ciúmes falar mais alto e isso não está certo.
Own, teremos gêmeos, ameeei!!! Hum, e agora mais do que nunca acho que o Embry está tão ligado a PP, devido a essa lobinha que está para nascer. Ehhhh, esse lobo já foi fisgado. rsrsrs
Nannah, capítulo DIVINOOOO!!!!
Amandoooooo, bjssss!!!!
Adorei a att dupla..iupi!!!!
Poxa, a 1ª transa da PP com o Jake e eles já fabricam gêmeos... Isso é que são óvulos e espermas potentes... O Jake vai ser um paizão!
Por que será que um vampiro quer matar a PP? Por que será que ela está sendo caçada como um prêmio? São tantas emoções...
E o Embry, quanto mais ele vai ter que se machucar para sentir a própria felicidade?
O Jake ciumento fica completamente irracional, ao invés de agradecer ao Embry por ter salvo a PP e os Bebês, ele deu uma de ciumento ao extremo e deu a ordem de alfa para o Embry se afastar, fazendo ele e a PP sofrerem, já que ela gosta da companhia do amigo.
Adorei a PP dando uma bronca no Jake e pondo ele de castigo para pensar no que ele tinha feito. Vê-lo cabisbaixo e respeitando a ordem dela foi hilário... Amei a Att dupla e vc Nannah é divina!!! Beijos
Pausa para dirigir tudo.............
que att dupla foi essa?!?!
Primeiro saber que vou ter gemeos!! Nossa..não esperava!!!
Depois esse vampiro que veio atras de mim...tensoooo
o ciumes do Jake com o Embry... tadinho do Embry só quer ajudar!!!
depois saber que eu vou ter um casal e o Jake nem foi comigo na consulta...e tudo por causa do maldito vampiro
e tem o pesadelo, que foi bem horrivel, a ida pro hospital e que bom que foi só um susto!!!
e a revelação do tal vampiro... quem será que mandou matar ela e o porque???
Será que tem a ver com os bebês?? Sei lá... o Terry irá ser o anjo da guarda deles e o Patch falou aquelas coisas... brotou uma pontinha de duvida aqui na minha caxola..kkkk... Será que os babys do Jacob, comigo vão ser especial a ponto de algum vampiro querem eles e a mim mortos???? Será???kkkkk
mas voltando a falar dos capitulos... não gostei e não aprovei a atitude do Jacob!!! Ele foi longe demais... dar uma ordem de alfa pra ele ficar longe de mim?!?! Ele se deixou levar por um ciumes sem cabimento...
eu e nem o Embry demos motivos pra isso...
Adorei tudo o que eu disse pro Jake, vamos ver se assim ele para com essas ideias de mandar o Embry pra longe de mim e de ficar com esse ciumes
Alem dele demorar pra perceber que eu era o imprinting dele, fica duvidando do que sinto por ele... Por favor ne.. vamos dar uma balançada nessa cabeça do Jake, pra ver se ele acorda!!!
capitulos espetacular
Adorei essa ATT dupla, esses capitulos foram muito bons.
Nossa o que era esse Jacob com raiva?????
E o Embry, por mais que ele ame a pp, ele sempre respeitou a desisao dela e a amizade de Jacob acima de tudo.
Adorei o que ela disse para o Jacob no final do capitulo, tava na hora dela parar para pensar nesmo.
E que perigo é esse que ronda ela, que é a pessoa que pediu para matar a pp, sabe me ocorreu uma pessoa, mas quando o Billy morreu a pp ainda não estava na vida do Jake, e isso me deixou meio em duvida, mas fico com minhas suspeitas.
Bjos Nannah, posta logo ta não deixa a gente esperando muito não.
Mais um capítulo perfeito!!!
Jake é tão cabeça dura, que a PP precisou deixá-lo, pra ver se ele tomava uma atitude. Meu coração ficou apertadinho, apertadinho, ao ver o sofrimento deles e tudo culpa da teimosia e do ciúmes sem razão, do alfa.
Paul subiu no meu conceito, não é que ele finalmente deu um belo conselho e um leve puxão de orelha no Jake. rsrsrs
Só mesmo o Paul para colocar ordem na cabeça confusa e teimosa desse lobo.
Ownt, Jake e Embry fazendo as pazes foi lindo, enfim o nosso lobo aceitou que errou e foi lá pedir desculpas. rsrrsrs
Só acho que essa temporada de paz, vai acabar assim que a filha do alfa nascer. rsrsrsrs
Tadinho do Embry, já vi que ele vai estar ferrado. rsrsrsrs
Amandooooooo, bjssss!!!!
Só me explica uma coisa.
COMO VOCÊ CONSEGUE FAZER TANTOS CAPITULOS PERFEITOS?????
Esse capitul foi maravilhoso, deu uma dor no coração de ver o jeito que tratei o Jake, mas ele precisava ouvir, precisava ver que estava errado e assumir esse erro.
Doeu tanto ver ele me pedindo para ficar e o desespero em seu olhar, mas fiz o certo.
E o Paul?? Me saiu um otimo conselheiro, disse tudo que tava na cara dele e ele não quis ver.
A atitude do Embry foi muito digna, enfim ele percebeu que não é apaixonado por ela, mas que é estranho esse negocio dos dois terem uma nessecidade de estar perto um do outro é, me conta um segredo o Embry é o imprint da filha do Jake né?? Só isso explica os dois sentirem isso, se bem que tudo que eu esperava para essa fic mudo, você nos surpreende a cada capitulo, que não irei me admirar se você arrumar uma outra explicação para isso que os dois sentem.
Agora é torcer para tudo dar certo, posta logo. Bjo
Nossa, é cada capitulo melhor do que o outro como pode?!
Eita Jake BURRO! BURRO! IDIOTA! ESTUPIDO! Mas é sempre assim os homens nunca entendem se uma mulher diz pra ele ficar longe, é simplesmente o contrario ela o quer bem perto!
A PP foi dura com ele, mas foi merecido ele não deveria ter feito o que fez com o Embry, pelo menos ele percebeu o erro apesar de ser tarde! Agradeço ao Paul por isso! E a conversa entre ele e o Embry, é bom eles se entendendo mesmo que seja aos poucos, agora o bicho vai pegar quando os Babys nascerem. Embry fez uma brincadeirinha no fim do capitulo, mas que vai acabar se tornando realidade, quero só ver a reação do Jake quanto a isso! Quero ver como será o reencontro do Jake e da PP?! SERÁ QUE ELE VAI CHEGAR NA HORA QUE OS BEBÊS ESTARAM NASCENDO?! AMEI! AMEI!
Quanta informação nos útimos capitulos.Apesar de saber parcialmente algumas coisa que vão acontecer,você sempre me surpreende.
Bom mas voltando ao cap,ñ me matem depois disso mas to amando o Jake sofrer assim.Poxa foi sacanagem o que ele fez com o Embry.Isso ñ pode produção.Eu posso consolar o Embry se ele quiser.Amei o Paul dando uma de conselheiro para O jake.Só assim pro nosso lobão acordar pra vida.Achei muito justo o gelo que a pp deu nele.Só faltou uma coisinhaaa,tinha que ter uma trilha sonora para o momento ficar mais emocionante.
Vc é demais parceira.To amando como sempre.
capitulo PERFEITO
Não acredito que a PP teve coragem de ir embora e deixar o Jake!!!
Mas foi um boa ideia.. assim ele viu que estava errado!!! Se bem que ele demorou um pouco, mas isso é normal do Jake ne?! Ele nunca enxerga nada logo de cara...kkkk
o Paul deu um otimo conselho em.. só os outros mesmo para abrir os olhos do Jacob
Gostei da conversa do Embry e do Jacob.. que bom que ele entendeu que não é algo carnal que liga os dois.. mas o que será que é em???
O que o Embry disse no final.. eu estou achando que isso vai acontecer!!! É bom o Jake ficar de olho em..kkkk
mas que eu acho que o Embry vai ter um imprinting pela a filha do Jake isso eu acho...
passa pela a minha cabeça.. que o motivo do ligamento do Embry e da PP.. é essa gravidez!!!
mas só com o tempo isso será respondido...
Nannah.. agora eu só tenho uma coisa pra te pedir... QUERO MAIS CAPITULOS..kkkkkkkk
OHMYGOD!! Eu não sabia que a fic tava sendo atualizada aqui!!! Eu perdi muitos caps GOSH!! Vou repor tudo isso né?! Nannah!! Eu não te abandonei não flor Y.Y
Vou comentar todos os caps que eu perdi, ok?
Bom, começando com o cap.25... GENTE TADINHO DO EMBRY! Eu adoro ele e não queria que ele sofresse T_T Ainda mais assim, ouvindo a conversa e sabendo que além de noivos a PP está grávida! É de massacrar qualquer um...
Agora, eu sempre falo que eu amo o Terry tbm e tals, mas eu simplesmente não consigo parar de falar – ou seria escrever? - isso!!! Ele e o Patch são umas gracinhas *-* Eu adoro quando o Patch fala todo misterioso com o Terry e ele fica confuso..HAUSHUAHSUHA! Agora, quem será que vai colocar a filha da PP em perigo?? Concordo com o Terry...a garota mal nasceu e já está correndo perigo ;X Eu tenho CERTEZA que a filha da PP vai ser o imprinting do Embry!! A menos que ele sofra um imprinting com o filho do Jake!! HUASHUASHUAHSUAHSUAHUA’ Brinks ;)
Adoro quando eu leio que o Jake ficou todo bobão com os filhos dele *-* É TÃO FOFO! Geralmente os pais ficam todos bestas msm ;D
Gente, que fogo esses dois tem né?!! MAS É CLARO NÉ, ESTAMOS FALANDO DO JAKE E QUALQUER UMA PERTO DO JAKE TERIA DISPOSIÇÃO!!
Cara!! E agora? Cadê o sossego, cadê?? Lá vem esses vampiros malditos ferrando a vida dos outros de novo ò.ó Não me refiro a Alice e aos outros Cullen pq eu gosto deles...menos a Bella U.U
Pq a Leah tem que ser tão desagradável? Eu sei que ela sofreu e tals, mas isso não é desculpa p/ ser um GRANDE.PÉ.NO.SACO.ALHEIO!! Que raiva! Bem feito tbm, o Jake deu um sacode nela u_u
Aí, não tô falando que esses vampiros só atazanam a vida dos outros?? Lá vem esse troço que matou o Billy – ainda não me acostumei com o fato dele ter morrido T.T – de volta p/ atrair mais confusão!!
Como se não bastasse, o Jake ainda fica obsessivo pela ideia de proteger a PP e ir atrás do vamp dos infernos e a esquece completamente!! Ele não quer dar brecha p/ Embry, mas deixa ela tecnicamente de bandeja!! Acho o Jake meio extremista as vezes...acho que é pelo fato dele ser um lobo e tals.
E agora?!! ESSE PESADELO FOI MAU PRESSÁGIO!!!! AHHH QUE MEDO!! Tadinha da PP Ç.Ç Eu quase enfartei pq em um momento de loucura achei que ela fosse perder o bebê!!! Já vi isso em uma fic e fiquei meio traumatizada D:
ÊÊÊÊ!! O Embry veio me salvar!! (eu tô misturando entre PP e “eu” mas abafa) E o Jake...não estava. De novo. Que feio hein??!!
Achei SUPER FODÁSTICO o Jake detonando o Vampiro...nem precisa dizer que aquele ódio todo foi em grande parte pq ele assassinou o Billy né?!! Pois merecia ter uma morte lenta ò.ó
continua...
Finalmente o Alpha se lembrou de ir ver como a PP estava né?!! Achei muito “Bundão” da parte dele ficar todo nervosinho com o Embry!! Ridículo! O cara era o ÚNICO que tava lá p/ ajudar é assim que ele agradece?? Bravo, Jake! O cara salvou a vida dos filhos dele e tbm da PP, pq vai que uma coisa muito ruim acontecesse e ela morresse tbm?!! E aí? Mas nãão, ele tinha que se comportar como um cuzão e ainda dar uma ordem de Alpha p/ cima do Embry!! Fiquei revoltada msm U.U
Por ficar tão nervosa, eu simplesmente ADOREI a bronca que a PP deu no Jacob! Ele simplesmente mereceu cada palavra que saiu da boca dela e a atitude foi completamente certa e apoiada por mim u.u Ah poxa, eu amo muito esse lobo, mas ele foi muito idiota e infantil...o Embry, desde que soube do imprinting do Jacob com a PP, nunca tentou se insinuar ou ficou correndo atrás dela como o Jake vivia fazendo com a Bella; pelo contrário ele a respeitou e foi leal ao seu melhor amigo, a única coisa que ele fez foi a proteger quando o Jacob não podia e foi assim que ele agradeceu...dando uma ordem ao Embry p/ não se aproximar da PP!
Eu fiquei sim com um pouco de dó do Jake quando a PP decidiu ir p/ a casa do pai dela, principalmente quando ele começou a chorar...aquilo partiu o meu coração, mas eu achei super certa a atitude dela; afinal, ele tinha que aprender a confiar e a deixar um pouco de ser obsessivo...
Man, não acreditei que ele levou mais de QUATRO DIAS e um sacolejo do Paul p/ cair na real com relação à PP e o Embry!! Pq homem é tão lento?? O_O
Bom, o importante é que ele se deu conta e foi se desculpar com o Embry. É assim que as coisas tem que ser...melhores amigos não podem ficar brigados desse jeito por uma coisa idiota U_U Agora, que eu rachei de rir com a imagem mental do Embry vestido de Lady Gaga catando Poker Face, eu rachei!! HAUHSUAHSUAHSUAHSUAHSUHSAUSHA’ É por isso que eu gosto dele ;)
Nem ficou no ar né, aquela insinuação do Embry a respeito da filha do Jake?!! Ahh eu tô louca p/ ver isso!! *----------------*
Boooommmm....acho que é isso né?! Ficou muito grande, mas eu tinha que comentar todos os capítulos que eu perdi!! Na verdade acho que nem foi tão grande assim levando em conta os outros que eu já escrevi sobre um cap só =D É pq sempre tem muita coisa p/ ser comentada.
ADOREII TODOS OS CAPS E VC SABE DISSO NÉ AMORE DE MI VIDA?!!
Agora que eu já sei que vc tah postando aqui eu nem vou sumir mais u.u rsrsrs
BjaO
Terry lindinho vou sentir sua falta Angel.Mas como sei que ele vai voltar eu fico feliz.Mas esta família tá em protegida heim,tantos anjos.Que cute este parto.Amei amei amei tudo
Ameeei ,CONTINUAAAA !
Nossa quero muito saber de onde vem tanta criatividade Nah suas fics são perfeitas essa então é linda muito linda,me fez chorar muito.´Parabéns minha querida!
LOUCA PRA SABER COMO TERMINA ESSA LINDA HISTÓRIA,AMEI CADA CAP.TADINHA DA PP UM VAMPIRO ATRÁS DELA IGUAL EM DA MAGIA A SEDUÇÃO,MAS ESSE VAMPIRO FOI MANDADO,E ESTOU CURIOSA PRA SABER POR QUEM,PORTANTO NANNAH Ñ DEMORA TA FLOR.BJOS
OI!!! tem espaço para leitora nova aki? começei a ler essa fic ontem e terminei hj, quanto eu terminei meu primeiro pensamento foi " CADA A CONTINUAÇÃO" serio, eu preciso de mais... então por favor não demora para fazer att dessa fic perfeita.
Pelo o amor de Deus continua postando, a fanfiction é perfeita parabéns por isso,mas não deixa de postar não
continue postando por favor!!!
Omg! Essa fic é perfeita *0*. Estou amando. Foi só eu, ou algume mais percebeu que o imprinted so Embry é a filha da PP? OMG! O meu Jake vai surtar kkkkkkk. Posta mais!!!!!!!!!!!!Pleasa ><
precisa continuar. urgente pela mor de Deus! li tudo em um dia e eu to quase morrendo... Continua!!!!!!!!!!!!!!!
Cade ? Cade ? Cade a continuaçao ????? E necessito, agora mds perfeita, morrendl de amores, continuaaaaaaaaa
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