CAPITULO 1
La Push – 2005
- Vamos lá Jake é só uma festa
numa boate... Cara há quanto tempo você não sai de casa pra se divertir? –
Embry falou tentando me convencer a sair com ele e os outros garotos.
- Sou o alpha agora, tenho
responsabilidades, Embry – argumentei.
- Balela. As coisas estão
tranquilas agora que os Cullen foram embora, principalmente porque os vamps já
sabem que aqui tem quem proteja os humanos e nós não vamos deixar eles passarem
por nós tão facilmente. – ele contra argumentou.
- Pois é, pra impedir que eles
passem temos que estar aqui. – falei terminando de arrumar algumas coisas no
meu quarto – Vão vocês Embry, eu vou ficar de boa aqui, pode acreditar.
- Vai ficar de boa uma ova, você
vem com a gente por bem ou por mal – ele desescorou da porta, onde esteve por
mais de meia hora na ladainha de tentar me convencer, e abriu meu armário.
- Para de mexer nas minhas
coisas, cara, eu não vou sair. – reclamei – Porra Embry, eu acabei de arrumar
isso ai.
- Caramba Jake, não to querendo
dar uma de Alice Cullen não, mas você bem que ta precisando de um banho de
loja... Cara, não tem nada decente aqui pra você usar!
- Ótimo, mais um motivo pra eu
não ir e você parar de encher meu saco.
- Mas nem que a vaca tussa vou
parar de te encher. Se agora o problema pra você ir é roupa, eu resolvo. – ele
tirou uma calça jeans que Rachel tinha me dado de aniversário do meu armário e
jogou na cama – Vai tomar banho que eu volto.
- Tá bom, mãe - zoei ele que
antes de sair me mostrou o dedo do meio.
Por um lado Embry tinha razão, eu
precisava mesmo me distrair um pouco. Desde a batalha dos Cullen contra os
figurões italianos que as coisas tinham se acalmado aqui, pegamos um vampiro ou
outro que aparecia nas nossas terras em busca de uma aventura ou então querendo
confirmar se nós éramos reais. Nenhum deles voltou pra casa pra contar
história.
Mas todo o tempo eu sentia falta
de alguma coisa. Sei lá era um vazio que ficava incomodando dentro do peito.
Embry ficava me enchendo falando que era falta de mulher, talvez fosse, mas eu
ainda não tinha encontrado a mulher certa.
Não que eu estivesse esperando
meu imprinting, eu sabia que ele podia não acontecer. Eu também não ficava
sentado esperando a mulher perfeita cair no meu colo, podia até não sair com a
frequência que Embry, Seth e os outros lobos solteiros saiam, mas vez ou outra
eu conseguia dar uma escapulida, principalmente depois que Becky se separou e
voltou pra casa.
Ela agora morava com nosso pai e
eu tinha decidido morar sozinho, primeiro para evitar que minha irmã acabasse
descobrindo o segredo dos lobos, e segundo pra ter um canto meu, assim não
incomodaria meu pai se quisesse ficar mais a vontade com alguma garota.
Só que mesmo assim ainda não
tinha encontrado ela. Leah ainda
reclamava falando que era praga de Bella, que minha amiga tinha feito uma
macumba pra mim, porque eu não quis ir embora com eles para o Alaska.
Implicância da Leah, claro, ela tinha que encontrar uma forma de reclamar por
eu ainda ser amigo de Bella.
- Jake? – fala do diabo ele mostra o rabo, pensei ao ouvir a voz de Leah.
- No banho – falei de dentro do
banheiro.
- Ok, vou esperar na sala. – ela
respondeu e eu pude ouvir a tv sendo ligada.
Terminei meu banho mais rápido e
fui pro meu quarto, me enxuguei e vesti uma boxer preta e a calça que Embry
tinha deixado em cima da cama. Sai pra sala ainda enxugando o cabelo, Leah
estava sentada no sofá assistindo um desses programas de talk show.
- Hey – ela se levantou - Você
vai na boate também, né?
Eu não quis comentar, mas essa
pergunta dela na verdade queria dizer “Ou
você vai por bem ou eu te levo arrastado”.
- Vou sim Lee. – falei – Mas
antes tenho que dizer, você arrasou na produção.
- Gostou? – ela deu uma voltinha
– É eu caprichei hoje, vai que consigo algo que presta...
- Pode deixar que vou estar lá
pra garantir que o algo preste – brinquei e ela fechou a cara.
- Você sabe que eu te arrebento
se você der uma de alpha protetor né? – ela falou com a cara fechada – É sério
Jake.
- Não vou fazer nada – levantei
as mãos me rendendo.
- Acho bom.
- Voltei – Embry anunciou ao
passar pela porta, mas estacou no lugar ao ver Leah, soltando o famoso assobio
– Caramba Leah, você está...
- Linda? É eu sei, meus pais me
fizeram assim... – Leah esnobou.
- Linda você já é. – Embry
murmurou – Hoje você está... Estupenda.
- Tá bom cabeção. Obrigada. –
Leah falou tentando se fazer de durona, mas eu percebi que ela tinha ficado
envergonhada. – Vou lá em casa ver se Seth já tá pronto. Até mais pra vocês.
Ela saiu rápido, eu e Embry
continuamos parados no meio da sala.
- Será que eu consigo alguma
coisa com essa mulher hoje? – Embry perguntou voltando pro planeta.
- Você vai chegar na Lee? – perguntei
sem acreditar.
- O que? Acha que só você tem
coragem? – ele me olhou rindo. Eu e Leah tínhamos nos envolvido um tempo atrás,
logo depois que os Cullen foram embora. Não foi esquisito como pensávamos que
poderia ser, mas também não foi o que esperávamos.
Nós meio que namoramos por uns
seis meses, Leah praticamente se mudou pra minha casa e minha primeira vez foi
com ela, mas nós éramos amigos demais e muito iguais também. No fim das contas
percebemos que nós éramos mais amigos com benefícios que namorados e decidimos
que era hora do relacionamento acabar. A sorte é que nossa amizade ficou maior
e mais forte.
- Acha que eu tenho chance? –
Embry perguntou e eu me lembrei de como Lee ficou mexida com o elogio que ele
fez.
- Vai fundo, você tem chance sim.
– falei e ele sorriu.
- Aqui – ele me esticou algumas
camisas – Escolhe uma delas, eu acho a preta mais legal, mas você que sabe. E
toma esse sapato também, e me faça o favor de visitar Port Angeles qualquer dia
desses e dar um tapa nesse seu visual.
- Tá, tá... vou pensar nisso. –
falei pegando o que ele tinha trazido e levando para o quarto. Escolhi a
camiseta preta que ele tinha sugerido e coloquei uma jaqueta de couro por cima,
calcei os sapatos e dei uma bagunçada no cabelo.
- Porra chefia, você ficou pinta
agora. – Embry falou quando eu apareci na sala.
- Menos Embry, bem menos. –
peguei as chaves da minha moto nova – Vai de quê?
- De carro – ele pulou do sofá
indo na direção da saída – Minha mãe me emprestou o dela.
- Certo então. – tranquei a casa
e fui pra garagem – Vou passar nos Clearwater, ou você quer dar carona pra
Leah?
- Deixa comigo. – ele falou antes
de sumir na direção da casa dele.
No fim acabei indo de moto
sozinho. Leah foi com Embry, Seth foi na minha moto antiga que eu dei a ele,
Jared e Kim no carro de Jared, dando carona para Colin e Brad. Paul e Quil
preferiram não ir. Paul porque Rachel estava grávida, podia ganhar o bebê a
qualquer hora e Quil por causa de Claire, que agora tinha 6 anos.
A boate ficava em Tacoma, tinha
um bocado de chão até lá e eu aproveitei disso pra acelerar a moto com tudo que
ela podia, era bom sentir o vento no rosto, a sensação de liberdade. Só reduzi
quando já estava entrando na cidade, eu não queria causar nenhum acidente,
parei um pouco no acostamento pra colocar o capacete.
Ele era só um acessório pra mim,
mesmo que eu caísse da moto não me machucaria seriamente, mas se fosse pego por
algum policial não teria como explicar isso pra ele, então o melhor era usar o
capacete dentro da cidade. Pela minha parada os dois carros, de Embry e Jared
conseguiram me alcançar, Seth o fez antes, mas também parou para colocar o
capacete. Voltei a ligar a moto e em poucos minutos estava estacionando na
frente da boate.
O lugar não era muito grande, mas
a fila na porta estava enorme. Era gente que não acabava mais e eu fiquei me
perguntando como entraríamos.
- Espero que tenha pensado em
como vamos entrar, Embry – Leah falou assim que desceu do carro.
- Claro que pensei, gata. – Embry
tirou do bolso da jaqueta que usava os convites e entregou para cada um de nós
– Lá dentro vocês trocam isso pela pulseira do nosso camarote.
- Nosso camarote? – Lee o
encarava com as sobrancelhas arqueadas.
- Isso mesmo, nosso camarote.
Vocês pensaram que eu ia comprar um convitinho qualquer pra ficar espremido no
meio de todo mundo? Não mesmo, nós vamos ter privacidade meu povo.
- Embry você acabou de ganhar
alguns bons pontos comigo. – Leah deu um beijo no rosto de Embry e seguiu para
onde os seguranças estavam conferindo os convites, mas ela parou antes de
alcança-los e se voltou para Embry – Mas eu te aconselho a começar a correr
caso isso aqui seja falso.
- Tá doida mulher? – Embry falou
ofendido – Acha mesmo que eu ia te entregar convites falsos? Pode confiar, são
de verdade, comprei caro isso ai...
Lee continuou o caminho e esticou
o convite para o segurança. O cara examinou o papel e o devolveu pra Lee,
abrindo passagem para ela. Pude perceber Embry respirar aliviado.
- O alivio é porque? – perguntei
– Tinha chance do convite não ser aceito?
- Não. – ele me olhou assustado –
Eles são quentes, eu comprei mesmo, mas vai que eu dava o azar de ter qualquer
problema justo no da Leah?
- Relaxa cara, você ganhou pontos
com ela... – ele riu e entregou o convite dele para o segurança entrando logo
em seguida praticamente seguindo o rastro de Lee.
...
O lado de dentro da boate era
barulhento, cheio e com muitas luzes dançando de um lado para o outro,
exatamente como em qualquer outra boate. A batida da musica era bem legal e eu
me sentia até animado, Leah e Embry tinham razão eu devia mesmo ter vindo aqui,
precisava me divertir um pouco.
Vi meus amigos no camarote no
andar de cima, mas optei por não ir lá por enquanto. Fui até o bar e pedi uma
cerveja, sentei ali mesmo e fiquei olhando as pessoas ao meu redor.
Tinha muita mulher bonita ali,
mas foi um anjo de cabelos ruivos e pele branca na pista de dança que chamou
minha atenção. Ela se balançava no ritmo da musica, mas parecia estar meio
tímida ali, realmente aquele não era o lugar dela, mas sim sentada numa nuvem.
De onde eu estava não conseguia
vê-la perfeitamente, muitas pessoas ficavam passando entre nós dois e tirando
minha visão. Resolvi que era hora de subir pro camarote, de lá eu conseguiria
acompanhar cada movimento dela.
Cada um estava no seu canto no
camarote. Jared e Kim estavam sentados bebendo e curtindo um ao outro, Embry
estava tentando convencer Leah a ir dançar com ele e Seth, Colin e Brad já
estavam correndo para a pista de dança. Eu escorei na grade que dava pra pista
e fiquei de lá olhando o anjo.
- Sabe cara, ir lá falar com ela
surte efeito mais rápido. – Embry falou se escorando ao meu lado.
- Ela está linda demais dançando
pra eu ir atrapalhar. – falei.
- Ahh certo, você tá esperando a
hora pra atacar... esse é meu amigo...
- Talvez sim, talvez não... ainda
não decidi se vou falar com ela. – murmurei.
- Qual é Jake, vai lá. A garota é
linda e vai cair na sua, eu tenho certeza. – Embry incentivou.
- Deixa o Jake em paz Embry –
Leah reclamou.
- Só se você for dançar comigo. –
Embry choramingou.
- Ta bom coisa chata, vamos logo.
– Leah puxou ele pelo braço e os dois foram para a pista de dança.
Desviei a atenção da pista por
meros segundos e quando voltei a olhar pra lá não vi o anjo. Busquei por ela e
a encontrei sentada num banco no bar. Tinha um cara conversando com ela, foquei
minha atenção ali pra ver se eles estavam juntos, mas ela parecia estar incomodada
com ele, e o tapa que ela deu na mão que ele colocou no joelho dela foi o que
me confirmou que o anjo não queria aquele cara ali.
Desci rápido as escadas do
camarote e fui na direção dos dois. O cara estava forçando a barra com ela e
por mais que o anjo tentasse afastá-lo ele se aproximava mais dela.
- Me deixa em paz, por favor. –
ouvi a voz doce dela pedir.
- Dança uma música comigo – o
cara visivelmente bêbado insistiu – Só uma musiquinha, hein...
- Não quero mais dançar, só quero
ir pra casa. – ela tentou se desviar dele para sair, mas ele a segurou pela
cintura e a prensou no balcão.
- Então me deixa te levar pra
casa. – ele falou próximo demais.
- Me solta. – ela agora estava assustada.
Consegui passar por todas as
pessoas que estavam entre nós e parei bem atrás do cara.
- Acho que a moça te pediu pra
soltar ela – falei sério. O cara não a soltou, só olhou pra mim por cima do
ombro.
- E eu acho que não pedi sua
opinião. – ele falou.
- Mas eu opinei assim mesmo.
Agora solta a garota.
- Ou...
- Ou você vai ficar sem bater
punheta por um bom tempo. – o anjo arregalou os olhos e colocou uma das mãos na
boca. O cara a soltou e se virou pra mim.
- Acha que só por que é grande
vou ter medo de você? – ele riu forçado e mais dois apareceram atrás dele. Eu
devia imaginar que ele teria alguns escudeiros com ele.
- Olha só cara, eu não quero
brigar, certo? Só quero que você deixe a garota em paz. – falei, eu não podia
puxar briga com esse cara, um único soco meu podia matar ele.
- Tá com medinho, grandão? – ele
provocou.
- Não, não to com medo. Só não
quero e não vou caçar confusão.
- Sinto te informar, mas você já
conseguiu arrumar confusão. – ele levantou o punho direito com a intenção clara
de acertar um soco no meu estomago, mas eu parei a mão dele antes que ele me
atingisse.
- Escuta bem porque eu vou falar
uma vez só. – falei baixo enquanto apertava a mão dele, não o suficiente para
quebrar, só pra doer por umas duas horas, ou dois dias – Você vai dar o fora
daqui, vai correr pra sua casa e não vai repetir o que fez aqui com garota
nenhuma. Se você tentar chegar numa garota e ela topar, ok, mas você não vai
forçar a barra outra vez, estamos combinados? – ele balançou a cabeça
freneticamente concordando, eu o soltei e ele saiu da minha frente correndo.
- Você está bem? – perguntei a
anjo que ainda estava parada me olhando de olhos arregalados.
- Só um pouco... assustada. – ela
murmurou.
- Senta aqui – puxei um banco pra
ela – Vou te conseguir uma água.
Chamei o barman e voltei até ela com
uma garrafinha de água mineral.
- Aqui, bebe devagar. – pedi.
- Acho que eu preferiria algo com
álcool. – ela brincou, mas bebeu a água de uma só vez.
- Me desculpe pela forma como
falei com aquele idiota na sua frente. – falei – eu devia ter escolhido melhor
as minhas palavras.
- Você me salvou de um louco que
queria me agarrar, eu não tenho do que reclamar, na verdade tenho que te
agradecer.
- Você está sozinha aqui? –
perguntei.
- Não, estou com minha prima, Laís...
A propósito, sou Daniela. – ela esticou a mão pra mim.
- Jacob – segurei a mão dela,
fria em comparação com a minha.
- Uau, que mão quente. – ela
murmurou e soltou minha mão.
- Então Daniela, onde está sua
prima? – mudei de assunto antes que ela quisesse saber o porquê da minha temperatura
alta.
- Provavelmente atracada com
alguém num canto escuro.
- Como você vai voltar pra casa?
– perguntei.
- Vou esperar por ela.
- Posso te fazer companhia. –
falei – Eu poderia te oferecer uma carona também, mas como ainda sou um
desconhecido sei que você recusaria.
- Eu recusaria sim, mas não por
medo de você. É que eu tenho que chegar em casa com Laís, caso contrário meu
tio me mata.
- Você não mora com seus pais? –
perguntei querendo saber mais sobre ela.
- Não. Eu não conheci meu pai, e
minha mãe morreu quando eu tinha 12 anos, desde então vivo com meus tios.
- Eu sinto muito pela sua mãe.
- Ta tudo bem, já me acostumei
com a falta dela...
- Eu sei como é, também perdi a
minha quando era pequeno. – ela me deu um sorriso tímido e mudou de assunto.
- Você vai mesmo perder a sua
noite aqui comigo?
- Quem disse que estar aqui com
você me faz perder a noite? A sua companhia é muito agradável.
- Então pelo menos vamos
encontrar um lugar pra você se sentar também – ela falou tentando enxergar um
banco vazio.
- Eu estou num camarote com
alguns amigos, na verdade não deve ter é mais ninguém lá, mas se você quiser
podemos nos sentar lá.
- Por mim tudo bem. – ela desceu
do banco. – Onde fica o camarote?
- Ali na frente. – começamos a
seguir por entre as pessoas, mas nos primeiros passos já tínhamos nos afastado
muito. Voltei até onde Daniela estava e a coloquei na minha frente, deixando
uma das minhas mãos no ombro dela, pra que nós dois não fossemos mais
separados.
Ao contrário do que eu imaginava
ainda tinha gente no camarote, Seth e uma garota, eu só não conseguia
identificar onde começava um e terminava o outro. Levei Daniela para o lado
oposto do que os dois pombinhos estavam e me sentei com ela numa mesa.
- Quer beber alguma coisa? – perguntei.
- Algo não muito forte, por
favor. – Deixei ela lá e voltei a descer até o bar, peguei mais uma cerveja pra
mim e um drink desses coloridos pra ela.
- Obrigada – ela falou ao pegar a
bebida da minha mão – Você faz o que da vida, Jacob?
- Eu tenho uma pequena oficina
mecânica em La Push, e estou terminando a faculdade de Engenharia Mecânica na
Western em Seattle.
- Engenheiro mecânico é quem
desenha motores de carros e coisas desse tipo, não é?
- É sim.
- Então você gosta de carros?
- Muito. Sou realmente apaixonado
por carros e motos. – dei mais um gole na minha cerveja – e você, estuda,
trabalha?
- Estudo Administração na WU (n/a: Washington University) e faço
estágio na empresa do meu tio.
- Por que me parece que você
queria fazer outra coisa? – perguntei. Ela não falou com tanta animação que
fazia administração.
- Porque eu realmente queria
fazer outra coisa – ela falou baixinho.
- Queria fazer o que?
- Moda. – ela deu um risinho
tímido – Sempre gostei de desenhar roupas, e de vestir minhas bonecas, ou de
vestir a Laís... ela bem que me ouvia antes, mas agora veste o que dá na telha
e às vezes fica horrível...
- Porque você está fazendo
administração e não moda, então?
- Porque meu tio quer que eu faça
administração pra tomar conta das coisas dele quando ele morrer.
- Mas você nunca falou pra ele
que não é isso que você quer?
- Acho que isso é o mínimo que eu
posso fazer pelos meus tios... – ela parecia triste – Eles me receberam na vida
deles quando eu não tinha mais ninguém... eu tenho que ser grata.
- Bom, se você pensa assim... –
dei de ombros – mas você pode fazer um curso de moda depois que se formar...
- É eu já pensei nisso também. –
ela sorriu.
Seth e a garota começaram a
barulhar demais no canto onde eles estavam, a principio eu achei que nem fosse
tanto barulho assim que fosse apenas minha audição sensível, mas quando Daniela
começou a olhar seguidas vezes na direção deles eu entendi que eles estavam
incomodando.
Alcancei um porta-copos na mesa e
joguei em Seth, que estava de costas pra mim.
- Mas que por... – ele ia
reclamar quando me viu – Er... hey Jake, nem vi você ai...
- É, mas nós te vimos aqui...
vimos e ouvimos... quer que eu te indique o caminho de um motel? – Daniela
envermelhou as bochechas e deu uma olhada rápida na direção de Seth e da
‘companheira’ dele, mas depois ela voltou a olhar pros dois tentando enxergar a
garota que estava se escondendo atrás de Seth.
- Laís? – Daniela perguntou e a
garota de cabelo preto esticou o pescoço saindo do esconderijo.
- Oi prima.
- Essa é sua prima? – perguntei a
Daniela.
- Eu te disse que ela devia estar
em algum canto escuro...
- Eu não acredito que você estava
me difamando pros outros Dani. – a prima Laís reclamou saindo de trás de Seth e
vindo, arrumando a roupa, até onde eu e Daniela estávamos.
- Eu não preciso fazer isso por
você, Laís, seus gemidos cinco minutos atrás já foram capazes de te difamar...
- Fazer o quê se o Seth é
gostoso? – Laís se sentou na cadeira de frente pra mim e pra Daniela, e Seth se
aproximou, parecia um pombo com peito estufado por conta do elogio que recebeu.
- Você não tá precisando de outra
cerveja não, Jake? – Seth perguntou e eu vi que ele queria falar alguma coisa
comigo, em particular.
- Claro, claro. – falei me
levantando – Quer mais alguma coisa, Daniela?
- Só que você me chame de Dani. –
ela me dirigiu um sorriso lindo.
- Eu já volto – segui Seth até o
bar.
- Jake, aconteceu cara. – ele me
olhou sério.
- Aconteceu o quê? – perguntei
sem entender.
- Imprinting.
- Pela prima de Daniela? – ele
fez que sim com a cabeça.
- To começando a entender porque
vocês estavam tão... próximos.
- Foi definitivamente a coisa
mais louca que me aconteceu. Ela é tão... perfeita. – ele falou olhando na
direção do camarote. Segui o olhar dele e vi as duas escoradas na grade olhando
na nossa direção. Meu olhar foi puxado pelo olhar de Daniela e nós sorrimos um
para o outro.
- Vamos voltar – falei pegando
outra cerveja e mais uma bebida pra Dani, apesar dela não ter pedido. Seth me
seguiu levando o mesmo pra ele e pra Laís.
Ficamos os quatro sentados
conversando, até que Laís praticamente deu um ataque quando começou uma música
– que segundo ela era a mais perfeita das musicas perfeitas – e ela saiu
arrastando Seth pra dançar.
- Tenho que dizer que estou meio
impressionada com Laís. – Dani falou.
- Por quê?
- Ela nunca ficou tanto tempo com
um cara numa boate. Acho que seu amigo fisgou minha prima.
- Quantos anos Laís tem? –
perguntei mais pra saber se Seth teria problemas com o pai da garota.
- 18. Ela é dois anos mais nova
que eu. Por que a pergunta?
- Só curiosidade. – olhei para a
pista de dança e vi Leah e Embry agarrados um no outro, não consegui reprimir
um sorriso.
- O que é engraçado? – Dani
perguntou.
- Só dois amigos meus, parecem
cão e gato quando estão juntos, mas acho que deram um tempo agora. – indiquei
os dois e Dani riu.
- Vamos dançar? – ela falou se
colocando de pé e me esticando a mão.
- Vamos – segurei a mão dela e a segui para a
pista de dança.
Passei por Leah e Embry, Jared e
Kim e Seth e Laís pelo caminho, todos eles me dirigiram um olhar satisfeito.
A musica mudou quando chegamos no
meio da pista. Se quando vi Dani dançando de longe ela parecia um anjo, de
perto era uma deusa, a mais perfeita de todas... Afrodite era fichinha perto
dela. Eu me esforçava para coordenar meus movimentos e a observar ao mesmo
tempo, caso contrário eu ficaria feito um idiota babando nela.
Eu estava completamente
enfeitiçado por ela, não era imprinting, eu sabia, eu não senti a ligação, mas
era algo forte, algo que me fazia querer ficar com ela pro resto da vida. O que
eu sentia por Bella não passava nem perto do que eu estava sentindo agora.
Eu queria beijá-la. Como eu
queria beijá-la, principalmente quando ela se aproximava dançando, colando seu
corpo no meu, com os lábios entreabertos e os olhos brilhantes.
- Você dança muito bem – falei no
ouvido dela quando a musica acabou.
- Que nada, eu tive um bom
parceiro. – ela falou alto tentando soar mais alta que o som, mal ela sabia que
eu ouviria perfeitamente bem o menor sussurro dela.
Nós estávamos muito próximos, poucos
centímetros separavam nossos lábios e era praticamente inevitável que nos
beijássemos, mas quando estávamos quase lá, Dani se afastou.
- Acho melhor eu ir pra casa. Meu
tio vai ficar preocupado com Laís. – ela falou.
- Ok, vamos... procurar ela e Seth então. –
segurei a mão de Dani e nós dois começamos a andar pela pista de dança atrás de
Seth e Laís.
- Laís, hora de ir embora. – Dani
falou quando os encontramos agarrados de novo, perto dos banheiros.
- Mas já? – Laís reclamou como
uma criança.
- Tio John vai ficar preocupado.
– Dani respondeu ignorando o bico da prima.
- Meu pai é um chato. – Laís se
afastou de Seth, mas ele continuou com a mão na cintura dela.
- Já está tarde também Laís, e são
duas horas até Port Angeles. – Dani justificou.
- Vocês estão de carro? –
perguntei.
- Sim, ele está estacionado lá
fora. – Dani respondeu.
- Eu te acompanho até lá.
- Eu também – Seth completou.
- Não tenho certeza que é seguro
vocês duas seguirem sozinhas até Port Angeles. – falei escorado na janela do
motorista, Dani já estava ao volante. Seth estava pendurado na outra janela
grudado em Laís num beijo que parecia não acabar nunca. – Está muito tarde.
- Não tem tanto perigo assim
Jake. – ela falou me fazendo sorrir ao me chamar pelo meu apelido.
- Tem sim. – falei – Eu vou
seguindo vocês. Tenho certeza que Seth vai fazer o mesmo.
- Tudo bem, eu sei que não vai
adiantar dizer que não precisa, você vai me seguindo assim mesmo. – ela sorriu.
- Me espere aqui. – pedi e fui
até minha moto. Mandei uma mensagem pro celular de Embry avisando que já tinha
ido embora. Seth veio correndo pegar a moto dele também e nós seguimos até o
carro das meninas. Assim que nos viu, Dani ligou o carro e nós fomos embora.
Ela dirigia bem, era cuidadosa, o
que me deixava tranquilo ao imaginar ela indo pra faculdade em Seattle sozinha.
Chegamos rápido em Port Angeles,
não tão rápido como eu chegaria se estivesse sozinho claro. Dani começou a
dirigir na nossa frente, indicando o caminho da casa delas, alguns minutos mais
tarde estávamos parando na frente de uma grande casa na West 5th St*.
- Chegamos – ela falou descendo
do carro. Laís mal tinha esperado o carro parar e Seth tirar o capacete e já
estava pendurada no pescoço dele.
- Você dirige bem. – falei
descendo da moto e escorando no carro junto com ela.
- Eu sei ser cuidadosa – ela
falou rindo – Aqueles dois vão se desgrudar um dia? – ela brincou apontando
Seth e Laís.
- Acho que não – falei sabendo
que quando Laís descobrisse sobre o imprinting e os lobos a coisa ia ficar bem
mais melosa.
- Você e Seth também moram aqui
em Port Angeles?
- Não, moramos em La Push. –
falei.
- O lugar perto de Forks? Que tem
umas praias lindas?
- É. Você já foi lá? – perguntei.
- Não, vi algumas fotos de uns
colegas de faculdade. Eles passaram o ultimo feriado lá. É um lugar muito
lindo.
- E chuvoso. – ri – Mas quando o
sol resolve aparecer é mesmo lindo.
- Talvez eu vá junto dos meus
colegas da próxima vez. – ela falou com um sorriso tímido.
- Eu vou gostar disso. – respondi
baixo e vi as bochechas dela ficarem rosadas.
- Acho melhor eu entrar. – ela se
endireitou – Foi um prazer conhecer você, Jake.
- O prazer foi todo meu.
- E obrigada pela escolta. – ela
ficou na ponta dos pés e me deu um beijo no rosto – Boa noite. E cuidado na
estrada de volta pra casa, ok?
- Pode deixar. – eu sorri e dei
um beijo na testa dela – Boa noite.
Ela sorriu de volta e andou para
a varanda.
- Laís, larga o Seth logo. – Dani
pediu e Laís se soltou de Seth com uma dificuldade enorme.
- Boa noite princesa. – Seth se
despediu da morena e nós dois fomos pra casa.
...
Mal pisei em casa e meu celular
vibrou indicando mensagem.
De: Lee
Para: Jake
Para: Jake
Saiu cedo... levou a garota pra casa???
Leah curiosa, respondi rápido.
De: Jake
Para: Lee
Para: Lee
Curiosa. Ela não está
comigo, a deixei em casa, em Port Angeles. Vou dormir sozinho hoje. E você???
Pensa que não te vi com Embry???? A noite continua ou vai parar ai na boate
mesmo?
Apertei o botão para enviar e esperei a resposta, que chegou
rápida.
De: Lee
Para: Jake
Para: Jake
Intrometido. Não é da
sua conta o que vou fazer hoje. (rs) Embry é uma surpresa que eu não imaginava acontecer...
mas é só o que vou falar... agora e a sua garota? Ela não quis você? Te deu um
passa fora?? (rs)
De: Jake
Para: Lee
Para: Lee
Não, ela não me deu um
passa fora. Só que ela não é mulher pra uma noite... prefiro conhece-la bem e
tê-la pra vida inteira.
De: Lee
Para: Jake
Para: Jake
Oh meu Deus, você se
apaixonou Jacob Black! Por favor liga pra ela amanhã, não a perca!
Só quando Leah mencionou para eu ligar pra ela é que eu me
toquei que eu não peguei o telefone de Dani.
- Burro! – falei pra mim mesmo. Deixei o celular no criado
mudo ao lado da minha cama e comecei a tirar a roupa pra dormir.
Eu até tinha pensado em tomar um banho, mas percebi o
perfume de Dani na minha pele e decidi dormir sentindo o cheiro dela.
Me joguei na cama pronto pra dormir, quando ouvi o celular
vibrar de novo. Leah não ia mesmo me deixar em paz. Abri a mensagem e me
assustei com o numero desconhecido no visor.
De: Desconhecido
Para: Jake
Para: Jake
Boa noite. Tenha bons
sonhos. Adorei conhecer você, meu herói. xoxo Dani.
O sorriso que tomou conta do meu rosto era gigantesco. Eu
não sabia como, mas ela tinha conseguido meu numero, e isso me deixava mega
feliz. Me apressei em gravar o numero dela na memoria do meu telefone.
De: Jake
Para: Dani
Para: Dani
Também gostei muito de
conhecer você anjo. Como conseguiu meu numero? Não que eu não tenha gostado.
De: Dani
Para: Jake
Para: Jake
Pedi para Laís que
pediu para Seth. Me desculpe, eu queria te desejar boa noite mais uma vez, não
resisti quando vi que Laís estava conversando com seu amigo. Eles já estão no
telefone há quase uma hora, acredita?... ah e adorei o ‘anjo’.
Eu acreditava, e queria estar falando com Dani também, para
ouvir a voz dela, mas ela precisava descansar.
De: Jake
Para: Dani
Para: Dani
Queria passar a noite
conversando com você também, mas não posso tirar as suas horas de descanso... e
você é definitivamente um anjo.
De: Dani
Para: Jake
Para: Jake
Eu realmente estou
cansada. Rs. Vou te ver outra vez?
De: Jake
Para: Dani
Para: Dani
Sempre que você
quiser.
De: Dani
Para: Jake
Para: Jake
Isso me deixa feliz.
Boa noite Jake. S2
De: Jake
Para: Dani
Para: Dani
Boa noite meu anjo. ;*
Coloquei o telefone de volta na
mesa de cabeceira e me deitei, eu demoraria muito pra dormir com todas as
lembranças frescas na minha cabeça. Eu podia sentir que Dani estava entrando
pra mudar de vez minha vida.
N/A: Não se preocupem que não tem erro de script, ainda não tem personagem interativo porque ela ainda vai surgir... Agora me digam, o que acharam? Deixem coments já tenho 4 caps adiantados, então logo pode ter mais.... Bjos....
Liguei para Dani, mas o telefone tocou várias
vezes e ela não atendeu. Tentei mais duas vezes, mas ela não atendia. Deixei o
telefone de volta na mesa e me sentei no sofá, ela devia estar no banho por
isso não podia atender. Fiquei ali tentando focar minha atenção na TV e não no
fato de Dani não ter atendido o telefone, eu estava completamente dependente
dela.
CAPITULO 2
Acordei cedo e totalmente bem
disposto, vesti uma calça de flanela, fiz minha higiene matinal e fui para a
cozinha preparar meu café da manhã.
Estava tão animado que nem me
importei quando bateram na minha porta, mesmo sendo cedo ainda.
- Bom dia, chefe – Seth falou
entrando e Leah surgiu logo atrás dele.
- Bom dia, Jake. – Lee também me
cumprimentou.
- Bom dia. A que devo a visita
tão cedo? – perguntei voltando pra cozinha com os dois me seguindo de perto.
- Laís. – Seth falou se sentando
à mesa – Eu quero contar pra ela sobre os lobos.
- Não acha que está muito cedo? –
perguntei.
- Eu disse o mesmo... acho que
ele poderia pelo menos esperar seu namoro com a menina da boate engatar, porque
eu sei que vai engatar...
- Leah, eu não sai com Dani nem
uma única vez, porque aquele encontro na boate não conta, aquilo foi o acaso, e
você já está praticamente me casando com ela.
- Pfff... eu vi vocês dois
dançando Jake. Vi como vocês se olhavam... você está apaixonado por ela e ela
por você....
- Hey vamos voltar ao meu
assunto, por favor? – Seth reclamou – Então Jake, eu posso contar pra Laís?
- Não sem antes ela saber das
lendas. – falei – Faz o seguinte, vai até o conselho e marca um dia pra
fazermos uma fogueira, você convida Laís e meu pai conta as lendas, ai depois
você conversa e conta tudo pra ela.
- Ok, vou no conselho agora. –
ele se levantou.
- Aproveita e chama os garotos,
fala que vai ter reunião mais tarde, quero todos aqui.
- Eu aviso.
- Eu ajudo Seth a avisar – Leah
se levantou.
- Nem pensar, você senta ai –
puxei ela pra que voltasse a se sentar – Vai me contar o que aconteceu ontem...
- Qual é Jake, não é porque
namoramos um tempo que criamos tanta intimidade assim... me erra.
- Não, eu não vou te errar...
fala logo Lee. Você e Embry rolou alguma coisa?
- Caramba que curioso você! – ela
reclamou – Rolou sim, mas eu não vou te contar detalhes. E ai do cabeçudo do
Embry se contar!
- Eu não quero saber de detalhes,
quero saber de você. Como você está com isso?
- Normal. Embry não é o primeiro
cara do bando que transa comigo...
- Falando assim parece que você
transou com o bando todo, Lee. Quando na verdade fomos só Embry e eu.
- Vai querer saber se ele foi
melhor que você? – ela falou rindo.
- Hahaha não quero saber...
confio no meu taco... – nós dois rimos juntos.
- A garota....
- Dani. – falei pra que Lee
parasse de chamar ela de garota.
- Tá, tá... a Dani... é sério
mesmo? Tipo você está mesmo gostando dela?
- Acho que sim... eu não sei
explicar o que eu tô sentindo. – falei – é algo mais forte do que o que senti
por Bella, mas não é imprinting, entende?
- É uma vontade doida de ficar
perto e querer tocar o tempo todo, mas ao mesmo tempo um medo louco de tudo se
desfazer em pó... e uma fraqueza miserável que te faz sentir um ninguém quando
a pessoa não está por perto só que te faz sentir a maior pessoa do mundo quando
está ao lado dela? – Leah me olhava séria, eu provavelmente estava de boca aberta,
porque ela tinha descrevido exatamente o que eu sentia – Pela sua cara de
idiota – ela continuou – eu vejo que é isso mesmo... você está amando essa
garota Jake. Eu sei porque era isso que eu sentia pelo Sam.
- Caramba Lee, nunca imaginei que
fosse algo assim... – falei sentindo um pouco de pena dela por ela ter sofrido
tanto.
- Já passou Jake, eu não sinto
mais isso, nem sofro por não sentir... – ela sorriu e se levantou pra pegar
mais café – Agora quanto à Dani... você devia ir atrás dela. Não deixa ela
escapar, você precisa de um amor na sua vida e de alguma forma eu sinto que é
ela.
- Eu também sinto isso – falei – O
vazio que eu sentia sumiu, eu sei que ela tá entrando na minha vida pra mudar
tudo.
- Então segura ela. – Leah
colocou a xícara na pia e andou na direção da porta – Eu vou indo. Vou acordar
o preguiçoso do Embry que ainda deve estar babando no meu travesseiro.
- Embry dormiu na sua casa? –
perguntei, um pouco alto demais e ela me fuzilou com olhos – Desculpa, fui pego
de surpresa pela informação.
- Surpresa? Você achou que eu ia
transar com Embry na casa dele, tipo com a mãe dele no quarto do lado?
- Não é isso, é só que eu não
imaginei que você o levaria pra sua casa... mas tá de boa, vai lá acordar ele,
afinal ele tem que estar na reunião.
- É eu vou mesmo... – ela falou –
Essa conversa ta ficando esquisita.
(...)
Os meninos estavam mais uma vez
lotando minha sala. Era assim agora, como eu era o alpha das duas matilhas, as
reuniões aconteciam aqui. A única coisa que eles ficavam reclamando era que não
tinha mais a comida boa de Emily.
Vez ou outra a nossa ‘mãezona’
ainda aparecia por aqui nas reuniões e preparava alguma coisa, mas ultimamente
ele não tem vindo por causa do Samuel Jr. que nasceu há poucos meses... então
eram Leah e Kim que se viravam na cozinha.
- Então chefia, qual o problema?
– Embry perguntou.
- Não tem problema
especificamente. – falei – só achei que devíamos reorganizar as coisas. Eu sei
que as rondas tem sido eventuais, mas eu percebi que elas têm sido feitas
repetidas vezes pelas mesmas pessoas.
- Como assim? – Leah saiu da
cozinha para ouvir melhor.
- Rachel me ligou um dia desses e
reclamou que Paul está fazendo mais rondas que outros lobos. – continuei – eu
comecei a reparar e vi que ela estava certa, e que Quill também está mais vezes
na ronda, e Jared e Leah também, ou seja, os solteiros e mais novos estão
sobrecarregando os mais velhos pra poder se divertir.
- Não é assim não – Brad se
levantou reclamando.
- Ah não? Então me diz ai espertão
quando foi a ultima ronda que você fez? – Paul perguntou, mas Brad ficou calado
– Sem problema, eu respondo por você, foi há três meses.
- E qual é a necessidade de ficar
correndo nessa floresta se não tem mais vampiro nenhum por essas bandas? – Brad
tentou argumentar.
- A questão, Brad – falei – é que
os figurões italianos sabem da nossa existência, e você viu no dia da batalha
que eles se interessaram em nos ter nas filas da guarda deles. Nós não vamos é óbvio,
mas isso não impede que eles venham atrás da gente.
- Jake, acorda, já se passaram 4
anos e ninguém veio atrás de nós? Eles nem devem lembrar mais disso. – ele
retrucou.
- Ai é que está Brad. Edward me
disse antes de ir embora, que às vezes pro vampiro o tempo não passa como pra
nós humanos. Muitas vezes eles contam os anos como dias... e talvez também seja
exatamente o que eles querem: que nós nos deixemos descuidar. Que nós
esqueçamos das nossas fronteiras e deixemos a porta da reserva aberta com um
convite de “entre e fique a vontade”
em letras garrafais. – todos eles ficaram calados olhando pra mim – As ronda
continuam até a segunda ordem. E todos, eu disse todos, vão participar.
- Você vai reorganizar os
horários, certo? – Paul perguntou.
- Sim. Foi pra isso que chamei
vocês aqui. Não é preciso que vocês fiquem o dia inteiro na ronda. Durante o
dia todos estamos acordados e atentos para o que está acontecendo, então vocês
podem levar o dia normal, basta ficar de olho em qualquer barulho ou movimento
estranho.
- E em qualquer cheiro estranho
também. – Leah completou.
- Isso mesmo, Lee. – continuei –
durante a noite, eu quero apenas alguns turnos. Algumas voltas na floresta pra
garantir que não tem nada de estranho por lá. Dois por noite é suficiente.
Dividam-se em duplas e escolham um dia da semana.
Eu ia continuar quando meu
celular tocou e o nome na tela me fez sorrir. “Dani”.
- Vão se decidindo ai que eu vou
atender lá fora. – falei saindo com um coro de ‘uhuhhhh’ ficando pra trás.
- Oi anjo. – falei ao atender.
- Oi Jake. To te atrapalhando?
- De maneira nenhuma. É muito bom ouvir sua voz. – ela deu uma
risada tímida.
- Er... eu liguei pra te fazer um convite. – ela parecia insegura
em falar – Um amigo do meu tio vai
inaugurar uma loja aqui em Port Angeles, eu achei que talvez fosse interessante
pra você. A loja vai ser meio que uma mistura de oficina mecânica, montadora de
automóveis e concessionária.
- Eu ouvi falar de algo assim na
faculdade... – comentei.
- Então você topa ir comigo? É que eu não queria ir sozinha... e meu
tio está insistindo pra eu ir porque vai ser importante pra minha carreira e
blá blá blá.
- Vai ser maravilhoso te
acompanhar. – quase completei que seguiria ela até a lua se ela me pedisse, mas
resolvi deixar quieto – Quando vai ser?
- No próximo sábado, às 22h, eu peço Seth pra te levar o endereço, acho
que ele vem aqui ver a Laís hoje...
- Eu pego você ai na sua casa,
sábado às quinze pras 22h, pode ser?
- Não precisa se incomodar, eu te encontro lá.
- Eu faço questão. Te pego ai.
- Ok então... Acho que vou parar de te incomodar agora...
- Você não me incomoda, nunca. –
falei, mas eu não estava pronto pra deixar de ouvir a voz dela ainda – Escuta,
você vai estar muito ocupada hoje?
- Não, porque?
- Eu preciso comprar roupas, e
queria uma ajuda feminina...
- Adoraria ajudar você, você vai comprar aqui em Port Angeles ou em
Forks mesmo?
- Ai em Port Angeles. Posso
passar na sua casa? Às 16h?
- Vou estar te esperando.
- Ok, então.
- Nos vemos mais tarde...
- Até mais tarde, anjo.
Precisei de toda minha força pra
desligar o telefone. Eu estava virando um dependente em Dani, e isso porque nem
mesmo tinha a beijado.
- Hey alpha, já que o romance ai
acabou você bem que podia vir terminar a reunião né? To querendo ir ver minha
garota. – Seth reclamou da porta.
Voltei pra dentro e reorganizei
as ronda e tudo mais e dispensei os garotos, eu tinha que me arrumar pra
encontrar Dani. Tomei um banho e coloquei um jeans e uma camisa branca. Calcei
meu tênis e sai. Antes enviei uma sms pra Dani avisando que estava saindo de La
Push e que em uns quarenta minutos estava passando lá.
Antes que eu sentasse na moto meu
celular vibrou indicando o recebimento de uma mensagem.
De: Dani
Para: Jake
Para: Jake
Quarenta minutos? Está
louco Jake? Leva pelo menos uma hora pra chegar aqui. Não venha correndo, por
favor. Não quero que aconteça um acidente.
Eu sorri com a preocupação dela, pena
que eu não poderia dizer que era uma preocupação a toa, afinal ela não sabia
sobre os lobos. Ainda.
De: Jake
Para: Dani
Para: Dani
Minha moto é rápida e
segura. Vou estar ai rapidinho e inteiro.
Liguei a moto e acelerei para Port
Angeles. Mesmo que eu fosse um humano normal, não teria tanto perigo correr na
estrada que liga Forks a Port Angeles num domingo. Era tudo deserto apenas um
carro ou outro passava por mim, e como eu podia ouvi-los se aproximando, eu
reduzia a velocidade antes.
Cheguei rápido na casa de Dani, em
mais de quarenta minutos, pra que ela não ficasse brava, mas em menos de uma
hora, pra que eu pudesse vê-la de novo mais rápido.
Dani saiu de casa assim que parei
a moto na porta. Ela estava linda vestida numa calça jeans clara justa e com
uma blusa soltinha de alças. Tão delicada e tão linda.
- Oi. – ela disse sorrindo.
- Você está linda – falei e a vi
corar.
- Obrigada. Você veio correndo,
né? – ela tento fazer cara de brava, ficando ainda mais linda.
- Só um pouquinho – falei – Eu
gosto de sentir a velocidade.
- Eu não. Fiquei preocupada com
você. E se acontecesse alguma coisa?
- Mas não aconteceu. – sorri e
estiquei um capacete pra ela – Vamos?
- Só se você me prometer que não
vai mais correr nessa coisa. – ela fez uma careta para a moto.
- Você não gosta de motos? –
perguntei, ela fez que não com a cabeça e colocou o capacete.
- Você me indica algum lugar? –
perguntei colocando meu capacete também.
- Você pode ir até o calçadão da
baía, mas pra ser bem sincera acho perda de tempo... eu te sugiro uma loja de
departamentos que tem a algumas ruas da baía... tem de tudo lá...
- Onde é essa loja? – perguntei.
- Na Lincoln Ave. – ela subiu na
moto. Senti ondas de calor atravessarem meu corpo quando ela me abraçou pela
cintura, colando o corpo no meu.
Estacionei a moto na porta da tal
loja de departamentos. Dani desceu e me entregou o capacete, que eu prendi no
guidom da moto fazendo o mesmo com o meu capacete em seguida.
- Você está procurando o que
especificamente? – ela perguntou assim que entramos na loja.
- Calças, camisas, bermudas,
sapatos... Segundo Embry, to precisando de um tapa no meu visual.
- Embry é?...
- Um amigo meu... aquele que eu
te mostrei dançando ontem, com outra amiga minha.
- Ah... a gata e o rato. – ela
brincou me fazendo rir.
- Isso mesmo.
- Então, vamos começar né? – ela
riu e me puxou pela mão, parando numa das sessões da loja.
Dani pegou várias camisas,
colocando algumas na minha frente como se para conferir se combinavam comigo.
Ela fazia careta para algumas e as colocava de volta no lugar, as que ela
gostava simplesmente jogava pra mim. Ela fez o mesmo na hora de escolher as calças,
e as bermudas.
- Tem certeza que essa vai ficar
legal? – perguntei mostrando uma camisa mais social que ela tinha me entregado,
era tão Edward.
- Tenho. – ela falou – Confia em
mim. vai ficar lindo, principalmente se você vestir com esse jeans e colocar um
tênis mais social...
- Tá bom, eu acredito, Srta. Eu entendo de moda. – brinquei ela pôs
língua pra mim e me empurrou na direção do provador.
- Anda, experimenta todas.
- Não precisa, eu sei que vão
servir. – falei, se eu fosse experimentar essas roupas uma a uma, ia ficar uma
eternidade aqui, era roupa demais.
- Deixa de ser reclamão. Eu quero
ver como elas vão ficar em você.
- Mas olha o mundo de roupa que
tem aqui. – mostrei as roupas no meu braço – Vai demorar a vida toda.
- Exagerado... – ela riu – Então
faz assim, experimenta essas. – ela tirou algumas peças reduzindo a pilha à
metade – as outras são iguais a elas, só muda a cor e um detalhe ou outro...
- Bem melhor. – falei e ela me
empurrou para uma das cabines vazias.
- Eu quero ver. – ela gritou do
lado de fora. Coloquei as roupas num banco que tinha do lado de dentro e vesti
a primeira, um jeans e a camisa “Edward” saindo
para mostrar a Dani.
- Eu disse que ficaria lindo. –
ela falou sorrindo – Mas fica melhor se você usar as mangas dobradas assim.
- Realmente ficou legal – falei
olhando no espelho.
- Eu imagino que não seja o tipo
de roupa que você costuma usar – ela falou me olhando pelo espelho.
- Não é. – respondi – Mas vai ser
bom mudar um pouco. Eu sinto que de alguma forma tudo na minha vida vai mudar.
Ela mordeu os lábios e ficou
vermelha, me encarando com aqueles olhos verdes lindos.
- É melhor você experimentar as
outras. – ela voltou a se sentar numa cadeira que tinha perto dos provadores.
Eu experimentei todas as outras,
mostrando-as a Dani, que sempre me indicava a melhor forma de combinar as
peças.
- Você devia mesmo fazer moda. –
falei quando estávamos saindo depois que eu paguei as compras.
- Administração também é uma área
boa. – ela argumentou – Eu terei várias opções no que trabalhar quando me
formar.
- Mas vai optar por cuidar dos
negócios do seu tio. – falei – Por falar nisso ele trabalha em quê?
- Ele tem uma empresa de
consultoria. Ele ajuda outros empresários a organizar seus negócios. Faz os
planejamentos, os arranjos de funcionários, a organização das finanças...
coisas assim.
- Então depois que você se formar
vai ficar atrás de uma mesa cuidando do futuro de outras empresas.
- Mais ou menos isso. – ela
sorriu fraco – Mas confesso que fiquei pensando no que você disse ontem, sobre
eu fazer o curso de moda quando me formar. Só não sei o que meu tio vai pensar
disso...
- A vida é sua Dani, é você quem
tem que decidir. – falei e resolvi mudar de assunto, porque ela estava ficando
com o olhar triste. – Você tinha razão – falei dependurando as sacolas no
guidom da moto – dá pra encontrar de tudo aqui nessa loja.
Indiquei com a cabeça as sacolas
que tinham camisas, calças, bermudas e sapatos.
- Mas ainda temos que ir em outra
loja. – ela sorriu sapeca.
- Outra?
- Sim. Temos que comprar uma
roupa pra você usar na festa próximo sábado. – ela me olhou sorrindo – Eu estou
sendo abusada né? Desculpa... mesmo, é que a ideia de produzir alguém me deixa
empolgada.
- Não se desculpe... – falei –
faça de mim seu boneco hoje.
- Jura? – os olhos dela brilharam
depois ela ficou séria – Jake, não me faça promessas que vão te fazer se arrepender
depois.
- Nunca vou me arrepender de
passar um tempo com você – falei fazendo-a corar.
- Então vamos, tem uma loja ótima
pra escolher sua roupa. Fica na baía... – ela me pegou pela mão, esperando eu
tirar as sacolas da moto antes de me arrastar pelas ruas de Port Angeles.
Eu estava amando esse jeito
maluco dela. Andaria por toda Port Angeles pra ficar ao lado dela.
- Você ficou lindo! – ela falou
depois que eu experimentei cinco roupas diferentes – Não que você não seja
lindo... quer dizer... qualquer roupa fica bem em você... – ela se enrolava na
fala ficando com as bochechas vermelhas.
- Eu entendi, anjo. – falei a
interrompendo – Também gostei dessa roupa.
Ela havia escolhido uma camisa
azul marinho com gola “v” e uma calça jeans escura, um sapato e um blazer preto
por cima da camisa.
- Então vamos? – ela perguntou se
levantando na direção do caixa.
- Faz o seguinte, vai levando
essas sacolas pra moto que eu vou pagar e te espero lá.
- Tem certeza? – ela arqueou um
sobrancelha – Eu posso te esperar.
- Tenho certeza – falei – Me
espera lá.
Ela assentiu e saiu da loja. A
verdade é que eu queria que ela se afastasse pra que eu pudesse comprar um
presente pra ela, sem que ela visse. Eu percebi o quanto ela tinha gostado de
um vestido, e como ela ficou o olhando por horas.
Fui até uma das vendedoras e
indiquei o vestido, como ela tinha percebido Dani comigo, ela soube me vender o
tamanho certo de Dani. Paguei pelo vestido e por minha roupa e fui me encontrar
com ela na minha moto.
- Quer comer alguma coisa? –
perguntei – Eu estou morrendo de fome.
- Tem um restaurante legal logo
ali, o que acha de comermos lá. – ela apontou na direção do Diary Queen – É bem
simples, mas a comida é boa. Tem o Bella Itália também, se você preferir...
- Não, vamos no Diary Queen. –
Dani passou o braço pelo meu e nós fomos na direção do restaurante.
(...)
Nós entramos no restaurante e
ficamos conversando enquanto esperávamos pelos nossos pedidos. Dani tinha
escolhido um risoto e um filé de peixe grelhado e eu um hambúguer com batata
frita.
- Você tem ideia do quanto de
gordura tem nesse pedaço de carne que você está comendo? – Dani perguntou me
olhando séria.
- Não vou sair da minha forma –
brinquei – vou continuar lindão e gostoso...
- Eu não to falando disso – ela
riu – mas toda essa gordura vai pras veias do seu coração, sabia?
- Minha saúde está e vai
continuar perfeita, pode ficar tranquila quanto à isso – sorri tentando
acalmá-la, mas ela me olhava curiosa – Você vai entender, cedo ou tarde. –
falei, Dani deu de ombros e voltou a se concentrar na comida.
Eu fazia todo o esforço do mundo
pra não parecer um idiota, porque era exatamente como ela me fazia sentir. O
jeito dela sorrir, mexer o cabelo, o biquinho que ela fazia de vez em quando,
ou como os olhos dela brilhavam quando ela falava de algo que gosta, tudo isso
me fazia querer ficar o dia todo ali, só olhando pra ela.
- Vamos? – ela falou pegando a
bolsa que estava na cadeira ao lado dela.
- Nem pense em querer pagar essa
conta. – falei antes dela tirar a carteira da bolsa.
- Jake, você já gastou demais
hoje, deixe isso por minha conta. – ela fez biquinho.
- Nem pensar – falei tirando a
minha carteira e colocando uma nota de 50 dolares dentro da pastinha com a
conta.
- Isso é machismo. – ela
resmungou.
- Não é não, eu te convidei para
sair hoje, então eu pago.
- Isso quer dizer que quando eu
te convidar, eu posso pagar? – ela disse risonha.
- Talvez... – sorri me levantando
e afastando a cadeira para ela.
- Pra casa agora? – ela
perguntou.
- Sim. – falei – Queria ficar
mais tempo com você, mas tenho que te devolver para o seu tio antes que ele
fique bravo comigo...
- Tá com medo do Sr. Stewart? –
ela perguntou risonha.
Nós seguimos andando até a aonde
minha moto tinha ficado.
- Entregue – falei ao pararmos na
frente da casa de Dani.
- Adorei passear hoje, sempre que
precisar de companhia me ligue.
- Olha que eu ligo mesmo –
brinquei a fazendo rir.
- Então até sábado, Jake – ela me
deu um beijo no rosto e se virou para entrar.
- Sábado? – foi minha vez de
fazer bico – Falta tanto pra sábado... achei que pudéssemos almoçar juntos em
Seattle qualquer dia desses.
- Talvez. – ela sorriu – Eu te
ligo pra combinarmos.
- Dani, espera – pedi. Ela voltou
a parar na minha frente.
Eu peguei a sacola do guidom da
moto e a entreguei.
- O que é isso? – ela me olhava
confusa.
- Um presente – falei, ela abriu
a sacola vendo o vestido dentro.
- Eu não acredito que você
comprou um vestido pra mim, Jake. – ela falou com uma expressão entre o brava e
o surpresa.
- Eu vi que você gostou dele, e
quis te dar um presente. – me expliquei.
- É lindo. – ela sorriu – E eu
amei.
- Que bom, quero que você o use
sábado, pode ser?
- Com certeza.
- Até breve. – dei um beijo no
rosto dela e coloquei o capacete, ligando a moto em seguida.
(...)
Mal parei a moto na porta da
minha casa e Leah apareceu – do nada, diga-se de passagem – pulando na minha
frente.
- Então como foi? – ela
perguntou.
- Oi, Lee, eu estou bem e você? –
falei a fazendo revirar os olhos.
- Eu sei que você está bem,
Jacob. Essa sua cara de pateta entrega isso. – ela falou pegando algumas
sacolas da minha mão – Compras? Realmente você estava precisando. Dani foi com
você?
- O que isso? – perguntei me
virando pra ela assim que entrei na sala – Interrogatório?
- Ah cala a boca Jake. – ela
colocou as sacolas no sofá – Até parece que você não fez um interrogatório hoje
de manhã, querendo saber tudo sobre Embry e eu...
- Outch! Me pegou. – eu ri – Ok,
sim eu fui fazer compras com Dani e nós jantamos juntos. Satisfeita?
- Não rolou nada? – ela estava de
sobrancelhas arqueadas.
- Não Lee, não rolou nada. Nós
estamos nos conhecendo. – falei. peguei as sacolas para leva-las pro meu quarto
– Eu vou tomar um banho.
Deixei as coisas na minha cama,
depois eu arrumaria tudo no lugar, tirei minha roupa e fui para o banheiro.
Leah ainda estava na sala, eu podia ouvir o som da TV ligada. Fechei os olhos e
deixei a agua quente cair nas minhas costas, minha mente foi instantaneamente
levada pra Dani. O que ela estaria fazendo agora? Ela estaria lembrando de mim?
Ela estava tão mexida comigo como eu estava com ela?
Sai do banheiro e vesti uma
bermuda e fui pra sala.
- Dani acabou de ligar – Leah
falou apontando para o meu celular que estava em cima da mesa de centro.
- O que ela falou? – perguntei
pegando o telefone.
- Nada. Só perguntou quem era e
disse que te ligava depois.
- Eu devo ligar pra ela ou
esperar que ela me ligue? – perguntei encarando o telefone na minha mão
- Liga pra ela, oras! – Leah me
olhou como se fosse óbvio. Eu ainda fiquei uns minutos olhando o telefone. –
Ok, estou indo embora...
- Não to te mandando embora –
falei.
- Mas eu estou indo assim mesmo.
– ela riu – Embry me chamou pra ir ao cinema.
- Vai sair com Embry de novo? – a
olhei.
- Vou. E isso não é da sua conta.
– ela saiu sem me dar chance de falar qualquer coisa a mais.
CAPITULO 3
Parei na porta da casa dos Cullen
no Alaska. A razão pra eu ter vindo aqui? Duas na verdade. Eu queria ver como
Bella e Renesmee, minha afilhada, estavam e queria conversar um assunto sério
com Emmett, algo que eu ainda não acreditava que ia fazer, mas por Dani eu
faria.
- Jake! – Bella saiu na porta
assim que estacionei a moto.
- Hey Bells, como vão as coisas?
– perguntei a abraçando, foi automático para nós dois franzir o nariz, ainda
não tínhamos nos acostumado com o cheiro um do outro, e duvido que um dia nos
acostumaríamos.
- Tudo tranquilo por aqui. – ela
sorriu – E em La Push? Como estão Billy, Rachel e Rebecca?
- Todos bem – falei – o bebê de
Rach e Paul nasce logo.
- E você? – ela me olhou com
aquele olhar que parece ver minha alma – É impressão minha ou tem um brilho
diferente nos seus olhos?
- Tem um brilho novo na minha
vida – falei – E ele tem nome e endereço...
- Alguém alcançou seu coração? –
ela sorriu – Finalmente! Qual o nome dela?
- Daniela.
- E vocês estão juntos a quanto
tempo?
- Não estamos juntos... ainda.
Estamos nos conhecendo. – ela sorriu – E a Ness? Cadê ela?
- Renesmee, Jake. Para de chamar
minha filha por nome de monstro.
- Bells, você colocou um nome
muito comprido e difícil nessa menina, acostume-se porque eu vou chama-la de
Ness. – ela revirou os olhos, se o cabelo dela fosse loiro eu teria enxergado a
Rosalie nesse momento.
- Ela foi caçar com Edward. Ele é
o único que consegue isso, já que ela insistiu em só comer a comida de Esme
agora...
- Não culpe a garota, Esme
cozinha bem. – falei – E o grandão, está por ai?
- Emmett? – ela perguntou e eu
confirmei, por acaso tinha outro grandão naquela casa? – Na sala.
Entramos e eu encontrei o
grandão, como sempre, jogando videogame.
- Hey big dog... sentiu saudades
de perder pra mim? – ele brincou sem tirar os olhos do jogo.
- Na verdade – falei me sentando
ao lado dele – Eu vim te fazer uma proposta...
- Não... nem pensar, a Rose me
satisfaz, não estou afim de testar novas experiências...
Dei um pedala forte na cabeça
dele, o fazendo se desequilibrar pra frente. Ele riu alto.
- Fala ai. – ele largou o videogame
de lado – O que você quer?
- Ainda está interessado na minha
moto? – ele arregalou os olhos e me olhou sem acreditar.
- Aquela belezura? Por que você
está me oferecendo ela?
- Vai vender sua moto Jake? –
Bella se sentou no braço do sofá ao meu lado – Por que, está precisando de
dinheiro?
- Não. Não é isso. – falei,
aposto que Bella tinha pensado que pode me arrumar o dinheiro que eu estivesse
precisando – E eu não quero vender a moto. Na verdade quero trocá-la.
- Trocar? – Emmett me olhou sem entender.
Eu não sabia que vampiros podiam ser tão lentos.
- É trocar, minha moto pelo seu
Jeep. – falei – Você sabe que ela vale bem mais que o Jeep...
- Sim eu sei – ele falou se
inclinando pra frente e apoiando os cotovelos nos joelhos - trocar meu Jeep...
por aquela belezura de moto... porra é tentador...
- Por que você quer trocar pelo
Jeep Jake? – Bella perguntou.
- Dani não gosta de motos. –
falei – E como eu pretendo sair muitas outras vezes com ela...
- Leva o meu carro então – Bella
falou – Eu nem uso ele mesmo.
- Eu agradeço Bells, sei que sua
intenção é boa, mas uma Ferrari é demais para La Push...
- Tem o Volvo... Edward não vai
se importar... além do mais eu sei que ele pode comprar outro depois...
- Não Bells. – falei – Meu
interesse é o Jeep. Eu vim aqui fazer a proposta pro Emmett porque sei que ele
gostou da moto quando eu comprei. Mas se ele não quiser a troca, eu vendo a
moto e compro um Jeep, como eu disse, ela vale mais.
- Não. – Emmett praticamente
gritou – Eu fico com a moto. Tá louco de vender aquela belezura para outra
pessoa?
- Então tá feita a troca? –
perguntei ele levantou e subiu as escadas correndo, voltando em segundos e me
jogando as chaves e os documentos do carro.
Entreguei ele as chaves e os
documentos da moto, o vendo sorrir feito criança.
- Vou dar uma volta. – ele
levantou e saiu correndo.
- Parece criança – Bella se
sentou ao meu lado – Então você abriu mão da moto, sua paixão, pela garota. Ela
é especial mesmo...
- Bastante – falei – Será que
Edward e Ness demoram? Tenho que voltar pra casa, tenho aula amanhã.
- Eles já devem estar voltando. –
ela sorriu – Renesmee cresceu muito.
- Pelo menos a preocupação com
isso já acabou, né?
- Sim. Nahuel ajudou bastante.
Renesmee aparenta ter hoje uns 15 ou 16 anos, e em três anos chega à fase
adulta e aparência de 20. Mas sabemos que ela não envelhecerá mais, apesar de
não ser completamente imortal.
- Bom ela tem oito vampiros pra
cuidar dela. – falei – e uma matilha bem grande como reforço.
- Sim eu sei que o padrinho dela
não vai a deixar desamparada. – Bella sorriu – É bom saber que nós não nos
afastamos Jake. Eu gosto de ter você na minha vida.
- Da maneira certa agora. –
falei.
- É da maneira certa.
Minutos depois Edward entrou pela
porta da frente e um furacão veio atrás dele pulando no meu colo.
- Tio Jake! – Ness falou
sorrindo.
- Caramba garota, olha só o seu
tamanho! – falei retribuindo o abraço apertado que ela me dava.
- Sim, cresci bastante... você
teria percebido se viesse me visitar mais vezes. – ela fez bico.
- Me desculpe. – falei – Estive
ocupado.
- Daniela? – Edward falou do nada
– Finalmente encontrou alguém... achei que você fosse ficar pra titio.
- Vai fazendo piadinha – falei. Eu teria encontrado meu par a muito tempo se
você não metesse essa sua cara de estátua no meio do caminho. Completei em pensamentos
o fazendo fechar a cara. Depois nós rimos e Bella e Ness ficaram nos olhando
esquisito.
Ficamos ali conversando um pouco,
Esme como sempre preparou um de seus pratos incrivelmente bons, apesar do
cheiro de vampiro, depois eu voltei pra casa.
Tomei um banho assim que cheguei,
eu cheirava vampiro e isso era meio incomodo. Dani não tinha me retornado e
ainda não atendia as minhas ligações, e eu já estava começando a me preocupar.
Liguei pra Seth, ele tinha encontrado Laís hoje, e saberia se aconteceu alguma
coisa com Dani.
- Fala Jake. – Seth respondeu
assim que atendeu.
- Você sabe se aconteceu alguma
coisa com Dani? – perguntei de uma vez.
- Até a hora que eu sai de lá
não, por que?
- Que horas você saiu de lá?
- Há uns vinte minutos. Por que
Jake? Você tá me deixando preocupado.
- Ela me ligou depois que eu a
deixei em casa, mas eu estava tomando banho, Leah que atendeu. Dani disse que
ligaria de novo, mas não retornou e não atende minhas ligações.
- Talvez ela não queria falar com
você. – ele falou como quem diz, ‘olha está chovendo’.
- Por que ela não iria querer
falar comigo?
- Ah Jake, sei lá. Olha vocês
dois estudam em Seattle, amanhã você procura ela e pergunta o que aconteceu.
- Ta, ta... mas se você souber de
alguma coisa, me avisa.
- Aviso sim. Agora vai dormir,
Jake.
Desliguei o telefone e o deixei
na mesa de cabeceira. O sono demorou uma vida inteira pra chegar, minha cabeça
estava cheia demais e eu não conseguia me concentrar o suficiente para dormir.
(...)
Acordei cedo, eu devia ter
dormido umas duas horas no máximo, mas não importava. Me levantei depressa,
tomei um banho rápido e fiz minha higiene matinal e me troquei. Nem preocupei
em tomar café, eu comeria qualquer coisa quando chegasse em Seattle, eu queria
mesmo era sair cedo de casa pra encontrar Dani antes que ela saísse para a
faculdade. A WU era muito grande e eu nem mesmo sabia em que período do curso
de administração ela estava, então demoraria uma vida pra encontra-la. Seria
mais fácil estar na porta da casa dela quando ela saísse.
Acelerei o Jeep com tudo que ele
podia, bati meu record chegando em Port Angeles em vinte e cinco minutos. Por
sorte não tinha nenhum policial rodiviario no caminho, caso contrario eu
estaria multado e atrasado.
Parei na porta da casa de Dani no
momento exato que ela estava saindo. Muita sorte, eu quase a perdi. Desci do
Jeep e fui até ela que estava abrindo a porta do carro.
- Dani. – chamei a fazendo
estacar no lugar e me olhar com os olhos tristes – O que aconteceu?
- Nada. – ela falou indiferente e
ia sentar no banco do motorista, mas eu a impedi segurando o braço dela e fechando
a porta do carro.
- Mentira, aconteceu alguma
coisa. Você me ligou ontem, e disse que retornaria e não retornou e também não
atendeu as minhas ligações.
- Eu não quis te atrapalhar,
afinal você estava acompanhado. – ela falou magoada.
- Acompanhado?
- É. Pela mulher que atendeu o
telefone.
- A Leah?
- Não sei se o nome dela é Leah,
eu não quis esperar a resposta dela... e quer saber, não me interessa também.
Nós não temos nenhum compromisso, Jacob.
- Leah é minha amiga, Dani. Minha
melhor amiga. – falei segurando as mãos dela – Não vou mentir pra você, nós nos
relacionamos uma vez, mas não deu certo, justamente porque somos amigos demais.
Leah é irmã de Seth e é aquela que eu te mostrei dançando com Embry.
- Vocês não estão juntos? – ela
perguntou insegura, mordendo o lábio.
- Não. Eu já disse pra você, não
tenho namorada, não tenho ninguém no momento.
- Me desculpe. – ela falou
ficando envergonhada – Eu fui infantil.
- Ta tudo bem – falei – E eu te
desculpo se você aceitar uma carona. Vamos comigo hoje?
- De moto? – ele fez uma careta.
- Não. – eu ri e apontei para o
Jeep do outro lado da rua – Não tenho mais moto.
- O que você fez com a moto? –
ela me olhou assustada.
- Troquei com um amigo. – falei
pegando as coisas dela de dentro do carro e a levando ao Jeep.
- Você trocou sua moto? Por que?
- Eu quis mudar um pouco... –
menti, se eu dissesse que era por causa dela ela poderia ficar brava.
- Você é maluco, Jacob. – ela
falou rindo entrando no carro quando abri a porta pra ela. – Pra que tudo isso?
– ela perguntou mostrando as fivelas do cinto de segurança depois que eu assumi
o lugar do motorista.
- Isso é um arnês de offroad. Aqui deixa eu te ajudar. –
afivelei o cinto dela e dei partida. – Quer ouvir musica? – perguntei quando já
estávamos na estrada que levava à Seattle.
- Sim, posso escolher?
- Claro. – ela sorriu e ligou o
rádio, mudando as estações até parar em uma que tocava, se eu não estava
enganado, 30 seconds to Mars.
- Eu gosto dessa musica – ela
falou voltando a se escorar no banco. Minutos depois eu podia ouvi-la
cantarolando a musica baixinho.
(...)
Eu tentava a todo custo manter
minha atenção na aula e não deixar meus pensamentos voarem, mas era inevitável
não lembrar dela. Meu celular vibrou no bolso e eu o peguei vendo que era um
mensagem.
De: Dani
Para: Jake
Para: Jake
Aula chata de
matemática financeira.
Eu sorri e a respondi.
De: Jake
Para: Dani
Para: Dani
Aula chata de estrutura mecânica.
De: Dani
Para: Jake
Para: Jake
Vamos fugir?
De: Jake
Para: Dani
Para: Dani
Te pego em dez minutos.
Me levantei devagar e sai aproveitando
a distração do professor. O bom de ser lobo era que eu conseguia ser silencioso
e discreto. Apressei o passo até o Jeep e dirigi rápido até o prédio de
administração na WU.
Ela estava escorada em uma árvore,
parecendo se esconder de alguém. Parei o carro próximo à ela e Dani entrou
correndo e se abaixou.
- Vai depressa. – ela sussurrou.
- O que aconteceu? – perguntei.
- Meu tio. – ela sussurrou de novo e
apontou para um homem que estava parado na porta do prédio.
- O que ele está fazendo aqui?
- Pisa no acelerador que eu te conto.
– ela falou se abaixando quando passei com o carro perto do tio dela.
Tentei dirigir rápido, mas sem chamar
atenção e quando passei com o carro ao lado do tio de Dani, ela se encolheu
ainda mais no banco.
- Então, conta o por quê de se
esconder do seu tio. – pedi quando já estávamos distantes do campus.
- Meu tio é um dos colaboradores do
curso – ela falou entediada – Ele sempre vai até o campus pra ‘avaliar’ o curso
e os professores, mas eu bem sei que a real razão é me supervisionar.
- Nossa, seu tio é cuidadoso ao
extremo. – falei.
- Meu tio é um chato. – ela reclamou e
mudou de assunto – Então, pra onde vamos?
- Você escolhe. – falei.
- Posso escolher mesmo? – ela me olhou
com os olhos brilhando – Então vamos ao aquário. Eu sou apaixonada por aquele
lugar.
- Ao aquário então. – virei à direita
na N 107th Street e comecei a dirigir em direção ao aquário que ficava no Píer
59.
Estacionei o carro e ajudei Dani a
descer e nós compramos os ingressos pra entrar. Como estávamos num período onde
a maioria das pessoas está trabalhando ou estudando, o aquário estava vazio.
- Você já veio aqui alguma vez? – Dani
perguntou me levando pela mão.
- Não. – falei
- Bom, então eu vou te explicando o
caminho, ok? – ela me estava sorrindo, e eu amava esse sorriso dela.
- Ok.
- Esse primeiro aquário é o “Windowon
Washington Waters”, é um pouco da vida marinha nativa de Washington.
- Temos muitos desses peixes em La
Push. – falei – Meu pai ia saber falar sobre cada um deles.
- Sério? Seu pai gosta de peixes?
- Bastante.
- Bom, o próximo é o
“CrashingWavesExhibition” – ela me mostrou outro aquário – Esse aqui foi criado
especialmente para recriar as condições encontradas na zona de influencia das
marés da costa oeste dos EUA.
Ela me mostrou algumas espécies dentre
as muitas que tinha no tanque enorme. Aquilo devia ter uns dez metros de
comprimento e pelo menos um de profundidade. Mas não era o que ela me falava
que me chamava tanta atenção, e sim a forma como ela falava, parecia uma
menininha num parque de diversões.
- E esse aqui é o meu favorito. – ela
me puxou para o terceiro tanque. – o “Life on Edge” reúne uma série de animais
de diversas espécies. Eu acho incrível o colorido disso aqui.
- Realmente, é lindo. – falei.
Passamos ainda por um tanque com
algumas águas vivas e um polvo gigante do pacífico, e por outro com tubarões
das águas da região de Washington. Dani se encantou mais uma vez por um tanque
com peixes coloridos.
Ela me mostrava cada canto daquele
aquário como se conhecesse aquilo ali da vida toda e essa minha suspeita se
confirmou quando chegamos na área dos mamíferos marinhos e ela cumprimentou uma
garota que cuidava das lontras e a garota entregou a Dani o balde de peixes
para que ela as alimentasse.
- Você está em casa aqui, não é? –
falei rindo quando ela devolveu o balde vazio para a garota.
- Venho nesse aquário desde que me
mudei pra casa do meu tio. Eu gosto de ficar aqui, pensando.
- É um lugar incrível. Adorei o
passeio. – falei passando o braço pelo ombro dela. – Vamos comer alguma coisa
agora?
- Vamos sim. – ela sorriu.
Fomos
até um restaurante no píer vizinho, dessa vez eu escolhi uma comida mais
saudável pra Dani não ficar tão preocupada com minha saúde.
- Eu
quero te fazer um convite. – falei durante nosso almoço.
- Que
convite? – ela desviou a atenção do prato para me olhar.
- Vai
ter uma fogueira em La Push. – falei – É uma reunião pequena, comum pra nós. É
onde os lideres do conselho contam lendas do nosso povo. Meu pai e minha irmã
vão estar lá, além dos meus amigos também, Seth convidou a Laís.
- Eu
vou adorar conhecer seus amigos e sua família. – ela sorriu – Quando vai ser?
- No
domingo.
- Ok,
eu vou. – dessa vez fui eu que sorri. Era a minha chance de dizer a ela o que
eu sentia e o que eu sou. Eu só rezava pra ela me aceitar depois de saber sobre
os lobos – É melhor a gente voltar.
-
Claro, eu te deixo em casa. – paguei a conta e sai de Seattle com Dani.
CAPITULO 4
No sábado seguinte...
- Anda Jake ou você vai se
atrasar! – Leah reclamou.
- Eu ainda nem sei o que você
está fazendo aqui, Lee. – falei saindo do banheiro.
- Garantindo que você esteja
apresentável e no horário, o que vai ser meio complicado, visto que já são nove
e vinte, ou seja, você tem vinte minutos para estar lindo e cheiroso na porta
da casa de Dani.
- Lee, relaxa que tem tempo de
sobra.
- Pelo menos você não vai de
moto, assim você não corre o risco de amassar a roupa ou bagunçar o cabelo. –
Leah parou de falar por dois minutos pra depois recomeçar – Mas ainda assim eu
não consigo acreditar que você trocou aquela moto linda por um carro.
- Não é qualquer carro Leah. –
falei – É um Jeep Wrangler. Ele é perfeito pra andar aqui em La Push, que tem
mais lama que em qualquer outro lugar do mundo.
- Sim, mas aquele carro fede a
vampiro. – ela fez careta.
- Talvez porque ele tenha sido do
Emmett antes de ser meu. – falei o obvio.
- Anda Jacob! – Leah gritou –
Você vai se atrasar.
- Já to pronto chatura. – falei
entrando na sala.
- Uau, que beca – ela riu – Foi
Dani quem escolheu?
- Foi. – respondi – Agora eu vou
indo antes que você decida me levar no lombo da sua loba.
- Até parece que vou carregar
essa sua bunda gorda nas minhas costas.
- Você não achava minha bunda
gorda quando era você quem apertava ela... – brinquei.
- Não precisa ficar me lembrando
dos erros da minha vida. – ela riu e começou a me empurrar para fora da casa –
Vai logo, sua garota está te esperando.
Segui mais uma vez o caminho que
eu já sabia de cor, se bobear o Jeep iria sozinho até a casa de Dani, tantas
foram as vezes que vim aqui. Dessa vez ela não estava me esperando na porta
como sempre, sendo assim, quando parei o Jeep na porta, liguei para o celular
dela.
- Oi Jake. – ela falou ao atender, era sempre tão bom ouvir a voz
dela.
- Oi anjo. Eu já estou aqui na
porta.
- Eu sei, vi você chegando, mas meu tio quer que você entre. Ele quer
conhecer você. – ela falou com a voz entediada.
Eu iria conhecer a família dela?
Isso significava um passo a mais, não é mesmo? Tudo bem que eu e Dani ainda não
tínhamos nem nos beijado, mas eu sentia que tínhamos uma ligação forte...
- Jake? Você ainda tá ai? – ela perguntou me tirando dos meus
devaneios – Olha se você não quiser
entrar, não precisa... isso é ideia maluca do meu tio....
- Abre a porta pra mim. – falei descendo
do carro.
Dani abriu a porta assim que meus
pés tocaram um ultimo degrau da varanda. Ela estava linda usando o vestido que
eu tinha comprado pra ela.
- Você parece um anjo. – falei
dando um beijo no rosto dela. Dani envermelhou as bochechas e me pegou pela
mão.
- Obrigada. – ela murmurou – Vem
deixa eu te apresentar aos meus tios.
Ela me levou até a sala onde uma
mulher de meia idade e um homem estavam sentados no sofá. Laís estava do outro
lado da sala, com um bico maior que o mundo.
- Tio John, tia Anabeth, esse é
meu... amigo, Jacob Black. – Dani me apresentou se embolando ao me chamar de
amigo.
- Muito prazer Sr. Stewart e Sra.
Stewart. – estiquei a mão e que o tio de Dani se apressou em apertar.
- Black... um sobrenome
diferente, mas que eu nunca ouvi. Você é de onde Jacob? – John perguntou. Pelo
canto do olho eu pude perceber Dani o fuzilar com os olhos.
- Sou de La Push, sr., uma
reserva indígena perto de Forks.
- Bem longe... – ele murmurou – E
você faz o que da vida?
- Eu trabalho em uma oficina
mecânica, e estou terminando o curso de Engenharia Mecânica na Western.
- Engenharia? É um curso muito
bom, mas com pouca oferta de empregos...
- Na verdade, eu pretendo abrir
um negócio próprio. – falei.
- Você conhece o tal Clearwater,
não conhece? – ele perguntou desviando os olhos para Laís por alguns segundos.
- Sim, Seth é um dos meus
melhores amigos.
- E que tipo de pessoa esse seu
melhor amigo é?
- Pai! – Laís reclamou.
- Seth é um bom garoto sr.
Stewart. – falei não me custaria muito ajudar o garoto – ele é esforçado e está
terminando os estudos. Ele pretende entrar na faculdade ano que vem, só não
decidiu ainda o que fazer.
- Por que eu sinto, olhando pra
você, que eu não devia confiar minha sobrinha e minha filha a dois garotos que
não conheço?
- Ok, chega. – Dani reclamou –
Isso está ficando ridículo. Vamos Jake ou nós nos atrasaremos para a
inauguração. E tio, não assuste o Seth quando ele chegar.
Ela saiu me levando pela mão
depois de compartilhar um olhar significativo com Laís que ainda estava com um
bico enorme.
- Meu tio é louco, só pode. – ela
reclamou ao entrar no carro, me fazendo rir.
- Ele só quer garantir a
segurança de vocês duas. – falei dando partida. Ela me olhou de sobrancelhas
arqueadas.
- Liga pro Seth – ela pediu –
Avisa ele o que ele vai encontrar pra que ele esteja preparado.
Peguei o celular e disquei o
numero de Seth, ele atendeu no segundo toque.
- Já está indo pra casa da Laís?
– perguntei.
- Sim, to saindo daqui, por que?
- Dani pediu pra eu te ligar e te
preparar para o que você vai enfrentar. – falei o ouvindo prender a respiração
– Acabei de conhecer ser sogro.
- E como ele é?
- Tipo pai protetor.
- Eu tenho chance de passar por
ele?
- Se você se portar como homem,
sim. Se for um menininho amedrontado, não. – ele gemeu um muxoxo do outro lado
– Seth lembra o que você vai ganhar no final. A sua garota.
- Você tá certo, eu vou conseguir
a Laís. Valeu por me avisar Jake. – ele já parecia mais animado.
- Me conta amanhã como foi. –
falei o fazendo rir. Dani também riu – Vou desligar agora, tenho uma festa pra
ir.
- Divirtam-se. – Seth brincou e
desligou.
- Então, vamos? – perguntei
parando na porta do espaço onde acontecia a inauguração. Eu desci do carro e
abri a porta do lado de Dani a ajudando a descer.
- Eu tenho que repetir, você está
linda. – falei no ouvido dela quando estávamos entrando no galpão.
- Você está me deixando vermelha,
Jake. – ela reclamou baixinho.
- E você fica ainda mais linda
com as bochechas coradas.
- Daniela Stewart! – ouvimos
alguém falar e nos viramos, encontrando um senhor de cabelos grisalhos baixinho
parado a alguns passos de distancia. – Que bom ver você aqui.
- Olá James. – Dani sorriu e
abraçou o senhor – Você achou que eu não viria?
- Você é jovem demais pra gostar
de um ambiente assim. Acho que algo mais animado é mais a sua cara. – o senhor
sorriu.
- Bom eu encontrei uma companhia
que com certeza vai me fazer achar tudo aqui mais interessante. – ela me puxou
mais pra frente – Esse é Jacob Black, um... amigo. Ele está se formando em
Engenharia Mecânica na Western. Jake esse é James Smith, o dono disso tudo
aqui.
- Sr. Smith – cumprimentei.
- Só James, por favor. E vou me
dar a liberdade de te chamar de Jacob. – ele sorriu apertando minha mão – Bom,
eu espero que vocês dois aproveitem a festa e que Jacob consiga fazer você se
divertir, Daniela.
- Vou me esforçar pra isso –
falei James saiu rindo.
- Então, por onde começamos nossa
diversão? – Dani se virou pra mim.
- Conseguindo algo pra você
beber? – sugeri.
- Ótima ideia. – ela sorriu.
Saímos atrás de um garçom e
depois de conseguir um coquetel pra Dani e uma bebida pra mim, nós saímos pelo
galpão olhando tudo. Onde seria a oficina, ou assistência técnica, eu mostrei
Dani o que eu fazia na oficina que trabalhava em La Push, mas foi na
concessionária que eu me perdi.
- Você parece uma criança numa
loja de brinquedos. – Dani falou quando eu estava literalmente babando num
Aston Martin Vantage Coupê.
- Eu me sinto assim – falei –
Esses carros são todos incríveis.
- Bom então me mostre o quanto
eles são incríveis, porque pra mim são apenas carro bonitos. – ela riu.
- Tá preparada pra ouvir muito? –
perguntei. Ela assentiu com a cabeça e eu a trouxe pra perto de mim.
- Começa por esse aqui, que você
parece ter gostado muito. – ela mostrou o Aston Martin.
- Esse é incrível. – falei – E eu
já tive o prazer de andar num dele. Ele é rápido, é confortável e elegante. Ele
tem 425 cavalos de potência e vai de 0 a 100 em 4.8 segundos.
- Ok eu imagino que 425 cavalos
de potência não significa que debaixo do capô tenha algum animal...
- Não. – eu ri – Cavalos de
potência é uma forma de medida da potência do motor. Foi Watt quem criou, ele
trabalhava içando carvão das minas usando seus cavalos, os animais mesmo, e ele
queria calcular a potência desses animais, então depois de todas as observações
e pesquisas, que se eu for te explicar aqui vai levar uma noite inteira, além
de ser bem chato pra você, ele nomeou como forma de medida, cavalos a vapor.
- Humm... interessante. – ela
falou correndo os olhos pelo Aston Martin – Eu gostei dos bancos de couro. –
ela falou alisando o banco pela janela aberta do carro – Mas confesso que se
pudesse escolher um desses carros pra comprar, eu não compraria esse.
- Qual você escolheria? –
perguntei.
- Aquele ali. – ela mostrou um
Porsche Cabriolet preto conversível – Ele é lindo. Me faz lembrar os filmes de
Hollywood.
- É um bom carro também. Tem se
não me engano 350 cavalos de potencia.
- Menos que o Aston Martin. – ela
murmurou passando a mão pelo capô do Porsche.
- Sim. Menos.
Demos mais algumas voltas pelo
salão, eu mostrei Dani mais alguns carros, só que depois a levei para onde
estava sendo realizado o coquetel, ficar olhando carros, pra quem não tem a
paixão que a maioria dos homens têm, pode ser chato e eu não queria aborrecer
Dani.
- A gente podia ter ficado lá
mais um pouco. – ela falou quando consegui uma mesa pra nos sentarmos.
- Não, eu já vi carros
suficientes. – falei pegando da bandeja de um garçom que passava por nossa mesa
duas taças com refrigerante pra nós dois.
Dani cumprimentava várias pessoas
que passavam por ela, amigos do Sr. Stewart, segundo ela, mas dava pra ver pela
expressão dela que ela não estava confortável ali.
- Você precisa de alguma coisa? –
perguntei me inclinando pra perto dela.
- Sair daqui. – ela sussurrou.
–Isso aqui tá chato. Vamos dar uma volta na baía?
- Claro.
Nós saímos do galpão de mãos
dadas e fomos andando até o carro e de lá até o píer. Ela me contava várias
coisas sobre a infância dela, e o quanto a mãe a fazia falta. Contou como ela e
Laís pareciam mais irmãs que se fossem irmãs de verdade...
- Meu Deus eu não paro de falar!
– ela comentou rindo – Jake você tem que me reclamar, pode me mandar ficar
quieta, não vou ficar brava.
- Não, continua, eu gosto de ouvir
você falar...
- Nem pensar, chega, acho que
você já sabe mais de mim que a Laís... – nós rimos – Me fala de você agora...
- Não tem muito pra saber de
mim...
- Então me deixa saber o pouco
que tem. Me conta qualquer coisa... o que você gosta de fazer, o que você não gosta.
Me fala sobre sua faculdade, seus amigos... está interessado em alguém? – ela falou
com as bochechas vermelhas.
- Eu gosto de conversar com você.
– falei – estou feliz por estar terminando a faculdade, é bom ver meu pai se
orgulhando de mim... eu não gosto muito de algumas responsabilidades que tenho,
mas eu as cumpro com a seriedade que elas pedem... e eu estou sim interessado
em alguém. Muito interessado. – falei a olhando.
- E porque você não tentou nada
ainda – ela me olhou através dos cílios esparsos.
- Tive medo de assustá-la... sabe
como é, dar uma de tarado...
- Eu acho que você devia tentar
uma aproximação. – ela levantou o rosto e sustentou meu olhar. Eu sorri com o
que ela tinha dito, se eu tinha entendido direito, ela estava me pedindo pra me
aproximar, e vontade disso não me faltava.
Segurei uma das mãos dela por
alguns minutos, podia parecer bem infantil, mas eu estava nervoso em beijá-la.
Eu sentia como se quando eu encostasse meus lábios nos dela ela desaparecesse
numa nuvem de vapor e era tão bom ter ela por perto. Subi minhas mãos pelos
braços dela e segurei seu rosto a centímetros de meu, ela se esticou na ponta
dos pés e nossos lábios se encontraram.
Era pra ser um beijo calmo, mas
eu não sei se era a vontade de nós dois que era grande demais, ou se era o luar
na marina que criava um clima, ou se simplesmente era pra ser assim mesmo, eu
só sei que quando nossas línguas se tocaram era fogo em todo lugar.
Dani jogou as mãos ao redor do
meu pescoço e se ocupou de puxar o cabelo na minha nuca, e isso era bom, ela
ainda não sabia, mas era meu ponto fraco. Desci as minhas mãos do rosto dela
para a cintura onde tinha mais apoio e aprofundei o beijo.
- Eu... preci...so... respi... rar... – Dani murmurou sem
afastar os lábios do meu. Dei mais alguns selinhos nela e me afastei um
pouco.Ela encostou a testa no meu peito, com a respiração rápida tentando
recuperar o fôlego.
- Eu estava doido pra fazer isso desde a primeira vez que te
vi. – falei e ela riu.
- Porque não fez? – ela levantou a cabeça para me olhar – Eu
teria adorado.
- Bom saber, porque agora não vou mais parar de te beijar. –
me inclinei e selei nossos lábios mais uma vez.
- Droga – ela murmurou.
- O que foi?
- Já era difícil deixar você ir pra casa, agora então...
- Acho que não vou conseguir te soltar mais – falei voltando
a encostar meus lábios nos dela – Você está presa aqui nos meus braços.
- Eu não acho nem um pouquinho ruim. – ela riu – vem, vamos
nos sentar ali.
Caminhamos até a beira do píer onde ficamos sentados
abraçados, não demorou muito para estarmos nos beijando de novo, era difícil
ficar com a boca longe da dela.
- Tenho que agradecer Laís. – ela falou recostada no meu
peito e olhando o mar – Ela praticamente me arrastou para aquela boate.
- Embry e Leah fizeram o mesmo comigo – falei – Eu não
queria ir, mas eles praticamente me ameaçaram.
- Você saía muito, Jake? – ela perguntou de repente.
- Eu não era um mulherengo baladeiro como Embry, mas sim eu
saía de vez em quando...
- E provavelmente levava muitas mulheres pra casa. – ela
falou baixinho me fazendo rir – O que foi?
- Eu levava. – falei – Mas desde o dia que vi esses seus
olhos verdes eu nunca mais quis mulher nenhuma...
O sorriso que ela abriu era enorme me tentando a beija-la de
novo. E de novo. E de novo. Ouvimos ao longe o celular de Dani tocando, depois
foi a vez do meu.
- Eu não quero atender. – ela falou escondendo o rosto no
meu pescoço – Provavelmente é alguém querendo me tirar daqui e eu não quero ir
embora.
- Atende e fala que eu te sequestrei. – falei rindo – Que eu
não vou devolver enquanto não tiver beijos suficientes...
- Oh meu Deus – ela falou colocando as mãos no peito e com
os olhos arregalados – Estou presa pela eternidade!
Nós dois rimos e eu a puxei pra mais um beijo. O celular de
Dani estava tocando pela milésima vez, nós o ignoramos no começo, mas agora
estava começando a irritar.
- Fala Laís. – Dani reclamou ao atender – Ele o quê? Não eu
não demoro, estarei ai em dois minutos.
- O que foi? – perguntei quando ela guardou o telefone na
bolsa.
- Meu tio acordou e viu que eu ainda não voltei, Laís falou
que ele está uma fera. Vamos eu tenho que ir embora.
Levei ela no Jeep e parei na porta da casa. Laís estava na
varanda, sentada no colo de Seth. Ajudei Dani a descer do carro e nós fomos de
mãos dadas até os dois.
- Mamãe conseguiu dobrar a fera. – Laís falou sem se
desgrudar do pescoço de Seth – Mas eu suspeito que você vai ouvir um pouquinho
amanhã.
- Não sei por que o drama do tio John. – Dani fez um biquinho
e se sentou num banco do lado oposto de Laís e Seth – Amanhã é domingo, não é
como se eu tivesse que acordar cedo.
- Isso é porque você não viu o quanto ele implicou comigo
quando o Seth chegou. – Laís reclamou – Parecia um agente do FBI interrogando
um terrorista.
- Mas eu consegui dobrar ele. – Seth falou orgulhoso.
- É, conseguiu. – Laís falou revirando os olhos – Depois de
falar que tinha escolhido cursar administração na faculdade.
- Você disse isso mesmo? – Dani perguntou espantada – Mas só
por dizer, ou por que quer mesmo fazer administração.
- Vou confessar que a principio foi só pra convencer seu
tio, mas depois, quando ele começou a falar sobre ser administrador, eu comecei
a me interessar de verdade.
Dani deu um sorriso satisfeito, eu sabia o que estava
passando na cabeça dela. Seth fazendo administração poderia ser o que assumiria
os negócios de John e assim Dani poderia seguir o que queria.
- Você tem que entrar agora? – perguntei dando um beijo no
ombro dela que negou com a cabeça – Então a gente pode ficar aqui mais um
pouquinho?
- Deixa só eu entrar rapidinho, pra tia Anabeth saber que eu
cheguei. – ela se levantou e me deu um selinho demorado, entrando em seguida.
- OMG! Vocês dois estão juntos? – Laís perguntou depois que
Dani entrou. Eu confirmei sorrindo – Ahhhh até que enfim a Dani desencalhou...
ela estava precisando de um namorado.
Só quando Laís falou eu me toquei que eu e Dani não tínhamos
definido que tipo de relacionamento tínhamos. Mas eu resolveria isso assim que
ela voltasse.
Não demorou muito para ela passar pela porta com duas
latinhas de refrigerante e uma vasilha com o que pareciam ser uvas.
- Voltei. – ela falou sorrindo e se sentou do meu lado, me
entregando uma lata de refrigerante. Eu coloquei a lata de lado e levantei
Dani, a sentando no meu colo.
- Quer namorar comigo? – perguntei de uma vez. Ela me olhou
assustada, abriu e fechou a boca várias vezes e depois sorriu.
- Claro que eu quero. – ela falou por fim e me beijou –
Quero muito.
- Hey por que não trouxe pra nós também? – Laís perguntou de
cara fechada.
- Não pensei que vocês quisessem, me desculpe, eu vou buscar
pra vocês. – Dani ia se levantar mais eu a segurei.
- Não, você não vai sair daqui agora. – falei – toma Seth, fica com o meu – joguei
o refri – Seu tio não vai brigar com você? – perguntei preocupado, eu não
queria que ela levasse bronca por ter ficado comigo até mais tarde.
- Não, ele só deve estar preocupado. – ela me deu um
selinho, mas eu a segurei pela cintura e aprofundei o beijo.
- Jake você chamou a Dani pra festa na fogueira? – Seth
perguntou me fazendo interromper o beijo para responder.
- Sim. – falei – e ela aceitou ir.
- É amanhã, não é? – Dani me perguntou, eu confirmei com a
cabeça – O que eu tenho que vestir?
- O que te deixar confortável. – falei – E algo quente, nós
vamos estar no penhasco e apesar da fogueira lá vai estar frio e eu não quero
que você adoeça.
- Não precisa ser algo formal? Você disse que era uma festa
onde sua família estaria...
- Não se preocupe com isso. – falei – Vista o que te deixar
confortável, porque linda você fica de qualquer jeito.
Ficamos ali namorando até que a mãe de Laís apareceu na
porta mandando as duas entrarem.
- Te vejo amanhã? – perguntei dando mais um selinho nela.
- Eu vou com Laís, não vai fazer sentido você e Seth virem
aqui só pra buscar a gente.
- Ok, eu espero você em La Push então. – dei um longo beijo
nela e entrei no carro, só arranquei quando ela já tinha entrado.
oOo
- Bom dia! – Rachel falou assim que abri a porta – Como meu
irmão desnaturado não vai me ver, eu sou obrigada a vir aqui.
- Desculpa Rach, eu estive bem distraído essas ultimas
semanas... – falei envergnhado, já tinha um tempinho que eu não ia ver meu pai
e Rachel.
- Eu soube. – ela sorriu – Ela é bonita?
- Linda. – falei tirando algumas coisas do sofá para que
Rachel se sentasse, não era certo ela ficar de pé com aquele barrigão todo –
Você a propósito, também está linda.
- Háhá, me engana que eu gosto eu estou enorme de gorda,
Jake.
- Que isso, você está iluminada. – ela sorriu – E como está
meu sobrinho.
- Forte como o pai. – ela suspirou se esticando no sofá –
Esse menino chuta tanto que nem me deixa dormir mais.
- Falta pouco, né?
- Sim, eu estou ansiosa pra vê-lo.
- Paul também. – eu ri – Chega até ser cansativo ficar na
cabeça dele.
- Você está desviando do assunto, Jacob Black. – ela fechou
a cara – Me fala sobre a garota. Qual o nome dela?
- Daniela – falei – Dani. Ela é incrível Rach. Tão linda e
doce e carinhosa...
- Ok, eu tenho que perguntar, não fica com raiva. – ela
falou se ajeitando melhor – Ela retribui o que você sente? Por que sinceramente
Jake, eu não vou suportar ver você sofrendo por outra Bella.
- Não precisa se preocupar com isso. – falei – Dani
retribui. Ontem mesmo nós começamos a namorar oficialmente, e hoje ela vem
conhecer vocês e conhecer as lendas.
- E você vai contar pra ela? Sobre você ser lobo?
- Vou. Eu sei que podia esperar mais um pouco, que ela não é
meu imprinting, então não precisava saber agora, mas eu tenho medo de demorar a
contar e depois ela achar que eu não confiei nela, entende?
- Entendo. E acho melhor também, assim você não corre o
risco de se envolver demais, se por acaso ela não quiser saber de você quando
souber o que você é, não vai ser tão doloroso. Apesar de torcer pra que isso
não aconteça.
- Eu também to rezando pra ela entender e me aceitar. –
confessei – Eu tenho muito medo dela não querer ficar comigo, eu não sei se
saberia ficar sem ela. Eu to dependente de Dani.
- Isso não é bom. – Rach falou séria – Sei lá, será que não
é melhor você se afastar um pouco?
- Eu não consigo. – falei – É como se ela já fizesse parte
de mim.
- Bom, vamos esperar até à noite então. – ela sorriu – Vamos
ver o que vai acontecer...
- Mesmo que ela não me aceite, eu não vou desistir dela. –
falei – Eu vou insistir até que ela entenda que não é tão terrível assim a
minha condição.
- E eu vou te ajudar em tudo que puder. – Rach segurou minha
mão – Pode ter certeza que eu vou.
- Obrigado. – sussurrei – E como está o pai?
- Bem. E reclamando que você não vai mais ver ele, eu te
aviso, você está enrolado com aquele ali.
- Eu vou lá. Prometo.
- Acho bom. – ela tentou se levantar e eu a ajudei – Eu vou
pra casa, essa barriga ta pesada demais.
- Espera, eu te levo.
- No colo? Porque não
tem chance de me fazer subir naquela sua moto da morte. – ela falou me fazendo
rir. Rachel nunca gostou da minha moto, por mais que soubesse que eu não me
machucaria nela.
- Não tenho mais moto. – falei – Dani não gostava dela então
eu a troquei com Emmett, ele ficou com a moto e eu com o Jeep dele.
- Ah já estou amando a minha cunhada. Ela fez você se livrar
daquela passagem pro inferno!
- É, mas não conta pra ela. – pedi – Dani não sabe que eu
troquei a moto por causa dela e eu tenho certeza que se ela souber vai ficar
brava comigo.
- Ok, da minha boca não sai nada. – ela sorriu – E
obviamente eu vou aceitar a carona, porque não me anima nem um pouco caminhar
de volta pra casa.
- Vou só vestir uma camisa. – corri no meu quarto e vesti
uma blusa e peguei minha carteira, meu celular e as chaves do carro – Vamos?
Ajudei Rach a descer as escadas da varanda e a subir no
carro, não devia ser nada fácil andar com aquele barrigão por ai.
- Rach quando você quiser sair e Paul não puder te levar, me
liga, ok? Não fica andando sozinha...
- Eu não precisaria andar se meu irmão desalmado fosse na
minha casa me ver. – ela fez cara de brava, mas depois riu – Pode deixar que eu
te ligo sim.
Parei o Jeep na porta da casa do meu pai e ajudei Rach a
descer do carro. Eu ia aproveitar e ver o velho, antes que ele fosse lá na
minha casa me puxar a orelha.
- Pai? – Rach chamou – Vem ver, eu trouxe o filho pródigo de
volta.
Meu pai saiu do quarto dele sorrindo. Eu caminhei até ele e
o abracei.
- A benção meu pai. – falei segurando a mão dele.
- Deus te abençoe filho. – ele sorriu – A matilha está te
consumindo tanto assim, que nem sobrou tempo pra vir ver seu pai?
- Matilha? – Rach riu se esticando no sofá – Ele não veio
aqui por causa de mulher mesmo.
- Mulher ou mulheres? – Meu pai me olhou com as sobrancelhas
arqueadas.
- Mulher – falei puxando uma cadeira e me sentando de frente
pra ele – Uma só. A mais linda de todas.
- Está apaixonado?
- Muito. – eu ri – E vou trazê-la na fogueira hoje, pra
conhecer o senhor e as lendas.
- Você vai contar que é lobo? – ele parecia preocupado –
Antes, ela é seu imprinting?
- Não, não é. Eu não senti a ligação que eu vi na cabeça de
quem é imprinted. Não senti aquela força toda me ligando a ela, entende? – ele
fez que sim com a cabeça – Mas ao mesmo tempo eu sinto necessidade de ficar com
ela. É como se ela fosse tudo o que eu esperei a vida toda.
- Você está amando. – ele falou – E eu fico feliz por isso,
por ver você viver tão intensamente. Estou ansioso pra conhecê-la. Como ela se
chama?
- Dani. – foi só citar o nome dela e meu celular tocou.
- É ela não é? – meu pai perguntou rindo, eu fiz que sim com
a cabeça – Vá lá fora atendê-la.
Eu me levantei e fui até a varanda.
- Oi Jake. – a voz
melodiosa que eu tanto amava soou do outro lado.
- Oi anjo.
- Eu te acordei? – ela
perguntou sem jeito.
- Não, mas mesmo que tivesse me acordado, eu ia amar ter a
sua voz como a primeira coisa do meu dia.
- Não fala essas
coisas que eu me apaixono mais. – ela riu – Mas não foi pra isso que te liguei.
Lembra que te falei que eu ia pra ai com Lais?
- Lembro, claro.
- Pois é, ela vai pra
casa do Seth e eu não quero ir até o penhasco onde vai ser a fogueira segurando
vela, será que tem como você ir me buscar na casa do Seth?
- Hummm não sei... isso vai te custar um preço. – brinquei.
- Não me leve à falência!!!!
Quantos beijos eu vou ter que te dar???? – ela entrou na brincadeira.
- Vou fazer os cálculos e te respondo mais tarde.
- Ok então... –
ela riu – Te vejo mais tarde.
- Estou ansioso e morrendo de saudades.
- Beijo.
- Beijo anjo.
- Seja quem for essa
garota eu já estou amando ela. – Rachel falou assim que entrei – Acho que nunca
vi esse sorriso no seu rosto.
- Filho, ainda que ela seja verde, tenha anteninhas e mãos
com três dedos, eu já gosto dela.
- Hahahaha vocês estão muito piadistas hoje. – falei –
Relaxa pai, a Dani não é uma extraterrestre e ela é linda.
- Você vai trazê-la aqui em casa né? – Rachel falou – Acho
que eu não dou conta de ir até a fogueira... essa barriga pesa muito.
- E seu marido lobo serve pra que? – meu pai perguntou –
Aquele preguiçoso pode muito bem te levar no colo.
- Falando de mim? – Paul perguntou entrando na sala com uma
sacola de pães na mão.
- Sim. – meu pai falou – Você vai levar a Rach no colo pra
fogueira.
- Claro que vou. – Paul falou como se fosse óbvio – Vocês
acham que eu vou deixar minha morena por fora da fofoca do dia em La Push?
Todos os lobos estão falando da garota que laçou o coração do alpha...
- Mas vocês são um bando de mexeriqueiras mesmo, hein? –
falei ajudando Rach a se levantar para se sentar à mesa do café.
- Cuidado com os lobos mais novos... – Paul falou rindo –
Colin já tá de olho espichado, ele disse que ela nem é seu imprinting mesmo,
então ele vai poder olhar a vontade.
- Arranco os olhos dele fora se ele chegar perto da minha
Dani.
- Vixe sogrão a coisa é séria. Viu como ele falou todo
possessivo? Aposto que se Colin estivesse aqui ele ia mandar uma ordem alpha
pro garoto se afastar.
- Chega Paul. – Rach brigou com ele – E Jake relaxa, ninguém
vai olhar pra sua Dani.
Nós ficamos ali sentado tomando café. Há tempos eu não fazia
isso, tanto tempo que eu nem percebi o quanto eu sentia falta de estar com a
minha família.
oOo
- Você está linda – falei quando Dani desceu do carro e já
estava presa nos meus braços.
- Você também caprichou. – ela se esticou e me deu um
selinho.
- Vamos andando? Acho que Seth e Laís ainda demoram um pouco
pra conseguir desgrudar as bocas. – eu ri olhando os dois.
- Vamos. – ela passou o braço pelo meu e nós dois seguimos
para o penhasco.
- Você devia ter vindo com um casaco mais quente. – reclamei
– Vai sentir frio com esse ai.
- E pra que você serve? – ela me olhou com os olhos em
fendas – Achei que ter um namorado implicava em ter um cobertor de orelha.
Principalmente quando o namorado é quente que nem você.
Eu ri e a abracei.
- Por falar nisso. – Dani voltou a falar – Por que você é
quente assim? Às vezes parece que você está com febre o tempo todo.
- Você vai entender hoje, quando ouvir as lendas. – eu parei
de andar e fiquei de frente pra ela, puxando seu rosto para que ela me
encarasse – Olha só Dani, hoje você vai ouvir muita coisa sobre o meu povo, vai
conhecer muita coisa que a maioria dos quileutes pensa ser só história e eu
preciso que você ouça o que meu pai vai contar e que me escute depois. Por
favor, não tire nenhuma conclusão antes de me ouvir.
- Você está me assustando Jake. – ela falou séria.
- Me desculpe, eu não quero te assustar. – eu a abracei – Só
quero que você confie em mim e no que eu sinto por você.
- Ok, chega dessa conversa estranha. – ela ficou na ponta
dos pés e me beijou – Eu não sei o que você quer dizer, mas eu prometo que vou
te ouvir antes de decidir qualquer coisa, se é que vou precisar decidir algo...
- É só o que eu precisava ouvir. – falei e voltei a
beijá-la.
- Hey vocês dois se desgrudem e subam logo. – Embry passou
por nós reclamando. Eu ri e voltei a caminhar com Dani.
- Dani esse é Embry Call, o melhor amigo.
- Oi. – Dani sorriu e acenou pra Embry que sorriu de volta
pra ela.
Assim que chegamos no local onde a fogueira já estava acesa,
eu avistei meu pai e Rachel. Ele estava sentado na cadeira dele e Rachel em um
tronco largo de árvore, Paul estava sentando atrás dela, servindo de ‘encosto’
para as costas da minha irmã.
- Pai. – chamei ao me
aproximar deles – Essa é Dani. Anjo, esse é meu pai Billy Black.
- Olá senhor Black. – Dani falou baixinho.
- Por favor querida, me chame de Billy. – meu pai sorriu –
Eu nem sou tão velho assim.
- Com certeza não, Billy. – Dani falou rindo.
- Filho, você por favor me dê licença, mas eu vou dar uma
abraço apertado e um beijo no rosto da minha nora. – Dani se inclinou pra baixo
recebendo o abraço e o beijo do meu pai.
- Tá mas não se empolga muito não velhote, vou ficar muito
bravo se eu perder ela pra você.
- Cuidado que as chances são altas. – ele brincou.
- Liga não anjo, esse ai tá ficando mais velho e mais
piadista com o passar do tempo. – falei passando o braço pela cintura de Dani e a levei mais perto de Rachel – Essa
daqui é uma das minhas irmãs, Rachel.
- Até que enfim eu estou te conhecendo. – Rachel falou e fez
menção de se levantar.
- Por favor não se levante! – Dani pediu e se inclinou para
abraçar minha irmã, assim como ela tinha feito antes com meu pai – Nossa você é
linda.
- Ah sim... quem fala isso é a rainha da beleza para a gorda
do ano... – Rach revirou os olhos.
- Que isso. – Dani falou e se sentou ao lado da minha irmã –
Não existe mulher mais bonita que uma mulher grávida. Uma mulher quando está
grávida tem uma beleza exterior, pois tudo nela se ilumina, a pele fica mais
bonita, o cabelo brilha mais... e ela tem ainda a beleza interior, pois ela
traz vida dentro de si. Não existe como competir com essa beleza, Rachel.
Aceite você é linda e ponto.
- Jacob eu espero que você já tenha pedido essa garota em
casamento, porque eu definitivamente não aceito outra cunhada! – Rachel falou
dramatizando, como sempre, e limpando uma lágrima do canto do olho – Obrigada.
– ela sussurrou pra Dani que sorriu.
- Jake não me apresentou, mas eu
sou Paul, o cunhado dele. – Paul falou esticando a mão para Dani.
- E o responsável por fazer a
Rachel ficar tão linda. – Dani sorriu fazendo Rach revirar os olhos de novo.
- Vem anjo, deixa eu te
apresentar o resto do pessoal. – falei a tirando dali antes que Paul começasse
com suas habituais gracinhas.
Apresentei ela à Sue e o Sr.
Ateara, e depois a levei ao grupinho onde estavam Quill, com Claire, Jared e
Kim , Seth e Laís e Leah.
- Você é a Dani. – Leah falou
quando apresentei as duas.
- E você a Leah. – Dani respondeu
– Eu preciso te pedir desculpas.
- Desculpas.
- Pelo dia que desliguei na sua
cara. Eu fui muito infantil naquele dia, sério me desculpe, eu geralmente não
sou assim.
- Tudo bem você estava com ciúmes
apenas. – Leah sorriu – E você ainda não tinha percebido o quanto Jake está
caído por você.
- É eu não tinha percebido
mesmo... – Dani ficou vermelha.
- Tá bom, chega dessa conversa...
Vem Dani, vamos comer alguma coisa. – levei ela até a mesa onde Emily e Sue
tinham preparado alguns ‘quitutes’.
Me senti incomodado como se eu e
Dani estivéssemos sendo observados e automaticamente minha cabeça se virou,
encontrando Collin parado há alguns metros encarando Dani.
Ok, podia ser paranoia minha por
causa do que Paul tinha dito, mas eu não estava gostando nenhum um pouco da
forma como ele encarava a minha namorada.
- Espera aqui só um minuto. –
falei com Dani e fui até onde Embry estava conversando com Leah – Embry –
chamei – me faz um favor?
- Até dois, que foi?
- Manda o Collin tirar os olhos
da Dani, ou eu vou lá arrancar os olhos dele.
- Onde ele está? – Embry
perguntou procurando Collin.
- Na beira do penhasco, na
direção de onde Sue está.
- Er... ele não tá lá não chefia.
– Embry falou e eu me virei para o lugar onde ele tinha visto Collin e
realmente o garoto não estava lá – Ihhh acho que vai dar merda... – Embry
sussurrou e eu segui o olhar dele.
Dizer que minha visão se pintou
de vermelho era tentar amenizar as coisas. O filho da puta estava todo se
exibindo para Dani, no lugar até onde minutos atrás eu estava, e o que deixava
as coisas mais tensas era que ele estava com uma mão – que por acaso pedia para
ser arrancada – na cintura de Dani.
Ela estava sem jeito e tentava
tirar a mão dele de lá, mas o imbecil estava usando a força de transmorfo dele.
- Eu vou quebrar a cara desse
moleque. – falei e Embry segurou meu braço.
- Não arma confusão. – Embry
pediu – Isso vai deixar a Dani constrangida, vai estragar a festa... depois
você se acerta com ele, porque eu concordo que esse folgado tá merecendo uma
surra.
- Eu não vou brigar. – falei
tentando controlar os tremores que já tomavam conta de mim. Me soltei de Embry
e caminhei a passos decididos até onde Dani estava.
Percebi que todos os lobos
estavam atentos ao que estava acontecendo e todos estavam prontos para
intervir, mas eu ia mesmo fazer o que tinha dito a Embry, por Dani e por meu
pai eu não ia brigar, hoje.
- Littlesea. – falei no meu tom
de alpha – Cai. Fora.
- Que hostilidade Jake, eu só
estava me apresentando... – ele falou com um sorrisinho de canto.
- Me desculpe a sinceridade, mas
você estava sendo insistente e inconveniente, Collin. – Dani falou séria, eu
ainda não a tinha visto assim, ela era sempre doce com todos – Se você me der
licença.
Ela deu as costas pra Collin e
saiu me puxando pela mão.
- Ela tem dono. – falei baixo
para só Collin ouvir.
- Veremos. – ele riu e saiu.
- Ele é um chato. – Dani falou
quando estávamos distante de todos – Um chato insistente.
- Ele não vai mais te incomodar –
segurei ela pela cintura e a puxei para um beijo.
- Aqui é lindo. – Dani falou
quando nos afastamos. Ela olhava o mar com admiração – As fotos que vi não eram
fieis à realidade.
- Ainda vou te trazer aqui pra
você ver o por do sol. – falei – Você vai se encantar ainda mais.
- Vou cobrar. – ela me deu um
selinho.
Sue nos chamou, meu pai ia
começar a contar as lendas. Meu coração se apertou, era agora que eu saberia se
Dani ia me aceitar como eu sou ou não.
CAPITULO 5 – LENDAS QUILEUTES
Era sempre mágico quando meu pai
contava as lendas da tribo. Eu me sentia ser transportado para a época onde
tudo aconteceu.
Dani estava com os olhos
brilhando, ela estava atenta a todas as palavras do meu pai, parecia uma criança
ouvindo um conto de fadas. Eu só rezava para ela não me rejeitar quando
soubesse a verdade.
- Foi assim que a mágica veio até
nós, mas esse não é o fim da história... – meu pai falou e como era em todas as
reuniões na fogueira, ele olhou para o Velho Quil Ateara.
Trecho de Eclipse on (Obs.:
Trecho retirado do livro Eclipse, retirei apenas as falas de Bella e adaptei
como de Jake. APENAS AS FALAS DE JAKE SÃO MINHAS, O RESTANTE É DO ORIGINAL DE
STEPHENIE MEYER)
- Esta foi a história dos
espíritos guerreiros – o Velho Quil começou – Essa é a história do sacrifício
da terceira esposa. Muitos anos depois de Taha Aki ter desistido de seu
espírito lobo, quando ele já era um homem velho, um problema começou ao norte,
com os Makah. Várias mulheres jovens da tribo deles havia desaparecido, e eles
colocaram a culpa nos lobos das redondezas, a quem eles temiam e desconfiavam.
Os homens-lobo ainda podiam ouvir os pensamentos uns dos outros enquanto em sua
forma de lobo, assim como seus ancestrais haviam feito enquanto estavam na
forma de espíritos. Eles sabiam que nenhum em seu grupo era o culpado. Taha Aki
tentou pacificar o chefe de Makah, mas havia medo demais. Taha Aki não queria
ter uma guerra em suas mãos. Ele já não era um guerreiro pra liderar seu povo. Ele
encarregou seu filho lobo mais velho, Taha Wi, de encontrar o verdadeiro
culpado antes que as hostilidades começassem.
"Taha Wi liderou os outro
cinco lobos em seu bando em uma procura pelas montanhas, procurando por alguma
evidência sobre o desaparecimento das Makah. Eles se depararam com uma coisa
que eles nunca haviam visto antes - um cheiro doce, estranho na floresta que
queimava seus narizes a ponto de doer. Eles não sabiam que criatura podia ter
deixado aquele cheiro, mas eles o seguiram”
"Eles acharam traços fracos
de cheiro humano, e de sangue humano, pela trilha. Eles estavam certos de que
esse era o inimigo que eles estavam procurando. A jornada deles os levou pra
tão longe ao norte que Taha Wi mandou metade do bando, os mais novos, de volta pra
o porto pra avisar Taha Aki.
"Taha Wi e seus dois irmãos
não retornaram. Os irmãos mais novos procuraram pelos seus ancestrais, mas só encontraram
silêncio. Taha Aki lamentou por seus filhos. Ele desejava vingar a morte dos
filhos, mas ele já era velho."
"Ele foi ao chefe de Makah
ainda com as roupas da manhã e o contou o que havia acontecido. O chefe de
Makah acreditou em seu pesar, e as tensões acabaram entre as tribos.
"Um ano depois, duas
donzelas de Makah desapareceram de suas casas na mesma noite. Os Makah chamaram
os lobos Quileute imediatamente, que encontraram o mesmo fedor doce em todo
lugar no vilarejo dos Makah. Os lobos foram caçar de novo.
"Apenas um retornou. Ele era
Yaha Uta, o filho mais velho da terceira esposa de Taha Aki, e o mais novo no
bando. Ele trouxe algo consigo que nunca havia sido visto antes pelos Quileute
- um cadáver estranho, frio de pedra, que ele carregava aos pedaços. Todos
aqueles que tinham o sangue de Taha Aki, até mesmo aqueles que não eram lobos,
podiam sentir o cheiro forte da criatura morta. Esse era o inimigo dos Makah.
"Yaha Uta descreveu o que
havia acontecido: ele e seus irmãos haviam encontrado a criatura, que se
parecia com um homem mas era duro como um pedra de granito, com duas filhas de
Makah. Uma garota já estava morta, branca e sem sangue no chão. A outra estava
nos braços da criatura, a boca dele em seu pescoço. Ela podia estar viva quando
eles chegaram na cena odiosa, mas a criatura rapidamente quebrou seu pescoço e
jogou seu corpo sem vida no chão enquanto eles se aproximavam. Seus lábios
brancos estavam cobertos com o sangue dela, e seus olhos brilhavam vermelhos.
"Yaha Uta descreveu a força
feroz e a velocidade da criatura. Um de seus irmãos rapidamente se tornou uma
vítima quando subestimou aquela força. A criatura o partiu como se fosse um
boneco. Yaha Uta e seus irmãos foram mais cautelosos. Eles trabalharam juntos,
chegando nas criaturas pelos seus lados, manobrando-a. Eles tiveram que atingir
o limite de sua força e de sua velocidade de lobo, coisa que eles jamais haviam
testado antes. A criatura era dura como pedra e fria como gelo. Eles
descobriram que seus dentes podiam machucá-lo. Eles começaram a rasgar a
criatura em pequenos pedaços enquanto lutavam com ela.
"Mas a criatura aprendeu com
velocidade, a logo estava compativel com as manobras deles. Ele pôs as mãos no
irmão de Yaha Uta. Yaha Uta encontrou uma abertura em seu pescoço, e atacou. Os
dentes dele arrancaram a cabeça da criatura, mas as mãos continuaram apertando o
seu irmão.
"Yaha Uta rasgou a criatura
em pedaços irreconhecíveis, rasgando os pedaços numa tentativa desesperada de
salvar seu irmão. Ele estava atrasado, mas, no final, a criatura foi destruída.
"Ou assim eles pensaram.
Yaha Uta espalhou os pedaços para os anciões examinarem. Uma mão destroçada
estava ao lado de um pedaço do braço de granito da criatura. Dois pedaços se
tocaram quando os anciões os uniram com pontos, e a mão foi em direção ao
braço, tentando se unir novamente.
"Aterrorizados, os anciões tocaram
fogo no que restou. Uma grande nuvem de fumaça forte, vil, poluiu o ar. Quando
ja não haviam nada além das cinzas, eles separaram as cinzas em pequenos sacos
e os separou a grandes espaços uns dos outros - uns no oceano, alguns na floresta,
alguns nas cavernas dos penhascos. Taha Aki usava um dos saquinhos em seu
pescoço, pra que ele pudesse ser avisado se um dia a criatura tentasse se
juntar de novo.
O Velho Quil pausou e olhou para
o meu pai. Ele puxou uma fita de couro do seu pescoço. Preso na ponta havia um
velho saquinho, escurecido com o tempo. Dani ofegou e apertou minha mão. Eu
passei o braço pelo ombro dela e a apertei mais contra mim.
"Eles o chamaram de O Frio,
O Bebedor de Sangue, e viveram com medo de que ele não estivesse sozinho. Eles
só tinham mais um lobo protetor, o jovem Yaha Uta. Eles não tiveram que esperar
muito. A criatura tinha uma parceira, outra bebedora de sangue, que veio até os
Quileute em busca de vingança.
"As histórias dizem que A
Mulher Fria era a coisa mais linda que os olhos humanos já haviam visto. Ela
parecia com a deusa do alvorecer quando entrou na vila naquela manhã; o sol
estava brilhando pelo menos dessa vez, e ele cintilava na pele branca dela e
iluminava seu cabelo loiro que chegava nos joelhos. O rosto dela era mágico em
sua beleza, os olhos eram pretos em seu rosto. Alguns caíram de joelhos pra
adorá-la.
"Ela perguntou alguma coisa
em uma voz alta, penetrante, em uma linguagem que ninguém nunca tinha ouvido.
As pessoas ficaram abobalhadas, sem saber o que dizê-las. Não havia ninguém com
o sangue de Taha Aki entre as testemunhas a não ser um garotinho. Ele se
apertou a sua mãe e gritou que o cheiro estava machucando o nariz dele. Um dos
anciões, que estava a caminho do conselho, ouviu o garoto e se deu conta do que
havia chegado pra eles. Ele gritou pra que as pessoas corressem. Ela o matou
primeiro.
"Haviam vinte testemunhas da
chegada da Mulher Fria. Dois sobreviveram, apenas porque ela ficou distraída
com o sangue, e parou pra saciar sua sede. Eles correram pra Taha Aki, que
estava no conselho com os outros anciões, seus filhos, e sua terceira esposa.
"Yaha Uta se transformou em
seu espírito lobo assim que ele ouviu as notícias. Ele foi sozinho combater a
bebedora de sangue. Taha Aki, e sua terceira esposa, e seus anciões seguiram
ele.
"No inicio eles não
conseguiram encontrar a criatura, só as evidências de seu ataque. Corpos
estavam quebrados, alguns completamente sem sangue, espalhados pela estrada por
onde ela havia aparecido. Aí eles ouviram os gritos e correram para o porto.
"Vários Quileutes haviam
corrido para os navios para se refugiarem. Ela nadou atrás deles como um
tubarão, e quebrou o casco do navio deles com sua incrível força. Quando o
navio afundou, ela agarrou aqueles que tentaram fugir a nado, e quebrou eles
também.
"Ela viu o grande lobo na
costa, e esqueceu dos nadadores flutuando. Ela nadou tão rápido que se
transformou num vulto, pingando e gloriosa, ela veio ficar de pé na frente de
Yaha Uta. Ela apontou para ele uma vez com seu dedo branco e fez outra pergunta
incompreensível. Yaha Uta esperou.
"Foi uma luta apertada. Ela
não era tão boa lutadora quanto o seu parceiro havia sido. Mas Yaha Uta estava
sozinho - não havia ninguém pra distraí-la da fúria com ele.
"Quando Yaha Uta perdeu,
Taha Aki gritou em desafio. Ele tropeçou para a frente e se transformou em um
lobo ancião, com pêlo branco. O lobo era velho, mas esse era o Espírito Homem
de Taha Aki, e sua raiva o tornou forte. A luta recomeçou.
"A terceira esposa de Taha
Aki havia acabado de ver seu filho morrer diante de seus olhos. Agora o seu
marido lutava, e ela não tinha esperanças de que ele pudesse vencer. Ela havia
ouvido cada palavra que a vítima havia dito no conselho. Ela havia ouvido a
história da primeira vitória de Yaha Uta, e ela sabia que a distração de seus irmãos
haviam salvado ele.
"A terceira pegou uma faca
do cinto de um dos filhos que estava ao seu lado. Eles eram todos filhos jovens,
ainda não eram homens, e sabia que eles morreriam quando o seu marido falhasse.
"A terceira esposa correu em
direção à Mulher Fria com a adaga erguida. A Mulher Fria sorriu, pouco distraída
da sua luta com o lobo velho. Ela não tinha medo de uma mulher humana fraca e
nem da faca que não causaria nenhum arranhão em sua pele, e ela estava prestes
a dar o golpe de misericórdia em Taha Aki.
"E aí, a terceira esposa fez
algo que A Mulher Fria não estava esperando. Ela caiu de joelhos aos pés da
bebedora de sangue e enfiou a faca em seu próprio coração.
"O sangue escorreu pelos dedos
da terceira esposa e espirrou na Mulher Fria. A bebedora de sangue não pôde
resistir à luxuria do sangue fresco que estava deixando o corpo da terceira
esposa. Instintivamente, ela se virou para a mulher que estava morrendo, por um
segundo inteiramente consumida pelo sangue.
"Os dentes de Taha Aki se
fecharam no pescoço dela. Aquele não foi o fim da batalha, mas agora, Taha Aki
não estava mais sozinho. Vendo a mãe deles morrer, dois filhos mais novos
sentiram tanta raiva que se lançaram para a frente como seus espíritos lobos, apesar
de ainda não serem homens. Com seu pai, eles exterminaram a criatura.
"Taha Aki nunca se reuniu à
tribo. Ele nunca se transformou em homem de novo. Ele deitou por um dia ao lado
do corpo da terceira esposa, rosnando toda vez que alguém tentava encostar
nela, e aí ele foi para a floresta e nunca mais retornou.
"Problemas com os frios eram
raros e aconteciam de vez em quando. Os filhos de Taha Aki guardaram a tribo
até que seus filhos fossem velhos o suficiente pra ficarem em seu lugar. Nunca
houveram mais de três lobos de cada vez. Era o suficiente. Ocasionalmente um
bebedor de sangue aparecia por essas terras, mas eles eram pegos de surpresa, sem
esperar os lobos. De vez em quando um lobo morria, mas eles nunca foram dizimados
de novo como da primeira vez. Eles haviam aprendido como lutar com os frios, e
eles passaram o conhecimento de lobo pra lobo, de mente de lobo pra mente de
lobo, de espírito pra espírito, de pai pra filho.
"O tempo passou, e os
descendentes de Taha Aki já não se transformavam mais em lobos quando atingiam
a idade adulta. Só muito raramente, se um frio estava por perto, os lobos
retornavam, e o bando continuava pequeno.
"Um grupo maior chegou, e os
seus próprios bisavôs se prepararam pra lutar contra eles. Mas o líder falou
com Ephraim Black como se fosse um homem, e prometeu não machucar os Quileutes.
Os seus estranhos olhos amarelos davam alguma espécie de prova do que ele dizia
sobre eles não serem iguais aos outros bebedores de sangue. Os lobisomens
estavam em menor número; não havia necessidade dos frio pedirem um acordo sendo
que eles podiam ter vencido a batalha. Ephraim aceitou. Eles cumpriram com a
sua parte, apesar de que a presença deles tendia a puxar outros.
"E o número deles forçou o
bando a atingir um número que a tribo nunca havia visto. Exceto, é claro, no
tempo de Taha Aki. E então os filhos da nossa tribo carregam novamente o fardo
e dividem o sacrifício que seus pais suportaram antes deles".
Eu podia ouvir o coração de Dani
acelerado e a respiração dela suspensa. Arrisquei um olhar para Laís e a vi de
olhos arregalados, ela olhou pra Seth e a compreensão pareceu surgir para ela.
Era certo que isso aconteceria, ela era destinada a Seth, mas Dani não era
assim pra mim, ela podia escolher não viver ao meu lado, não carregar esse
fardo.
- Ephraim Black... – Dani
sussurrou sem me olhar nos olhos – Ele é seu...
- Bisavô. – falei.
- Então você... – os olhos dela
finalmente encontraram os meus.
- Você prometeu não tirar nenhuma
conclusão sem conversar comigo antes. – falei baixo.
- Conversar? – ela arqueou uma
sobrancelha – Conversar Jake? O que você tem pra me falar, que tudo o que foi
dito aqui é mentira? Que é lenda? Por que eu não sei explicar como, mas eu
sinto que é verdade... eu senti a magia do seu povo aqui era como se o próprio
Taha Aki falasse pelo seu pai, mas é tudo tão complicado, tão intenso.
- Eu te amo Dani. – falei numa
tentativa desesperada de mantê-la do meu lado, porque eu sentia que ela estava
me deixando – Por favor, acredita nisso.
- Eu acredito Jake. Acredito que
você me ama, só que isso tudo... Lobisomem Jake? Bebedores de Sangue? É
demais... eu preciso processar tudo isso... eu tenho que ir pra casa.
- Eu vou te ver de novo? –
perguntei, mas eu temia a resposta.
- Eu vou deixar você saber se eu
quiser te ver de novo. – Ela se levantou e saiu.
- Ok, eu prometo, mas agora eu quero te beijar
mais. – eu segurei a nuca dela a trazendo pra mais perto.
POV Especial – Dani
- Dani espera. – ouvi Leah e
parei até que ela me alcançasse.
- Você sabia disso? – perguntei –
Quando você namorou o Jake, você sabia o que ele é?
- Sim. – ela falou – Não só sabia
como sou lobisomem também.
- Você também? – minha voz saiu
aguda demais – Quem mais.
- Seth, Embry, Paul, Quill e
alguns outros. – ela respirou fundo – Olha Dani, eu sei que não é uma coisa
fácil de aceitar, não foi fácil pra muita gente que cresceu ouvindo essas
histórias, claro que não na versão que você ouviu hoje... essa versão é
segredo.
- Eu não vou contar pra ninguém.
– falei sabendo que ela tinha esse medo – Olha Leah eu preciso de um tempo,
preciso pensar.
- Ok, mas me deixa te levar até a
casa da minha mãe. É fácil se perder na floresta quando não se conhece a
região.
- Certo, mas sem falar de
lobisomens.
- Não vou falar nada, só garantir
que você chegue no carro segura.
Leah foi realmente sem dizer uma
só palavra, apenas murmurou um até logo quando eu entrei no carro e dei
partida. Ela tinha me garantido que Seth levaria Laís em segurança para casa depois.
Minha cabeça era um turbilhão com
tudo aquilo. Não fazia sentido nenhum Jake ser um lobisomem, mas ao mesmo tempo
eu sentia que aquilo era verdade. Parei o carro de qualquer jeito na porta de
casa e entrei de uma vez, eu não me sentia bem, estava gelada, minha cabeça
doía e meu estomago estava embrulhado.
Abri a porta e subi as escadas
correndo, indo direto para o banheiro, me debrucei sobre o vaso e vomitei
violentamente. Minha cabeça rodava e foi preciso muito esforço para que eu
conseguisse me levantar e lavar meu rosto e minha boca.
Por sorte meus tios não estavam
em casa, eles me encheriam de perguntas se me vissem assim. Andei a passos
lentos até o meu quarto e me joguei na cama, meu celular apitou o recebimento
de uma mensagem, puxei ele do bolso de trás da minha calça.
Era de Jake. Eu fiquei em duvida
se lia ou não, acabei cedendo e li.
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De: Jake
Para: Dani
Oi Dani, Jacob me emprestou o
celular pra falar com você, eu pensei em ligar, mas acho que você ainda não
está pronta para falar. Só quero que saiba que qualquer duvida que tenha,
qualquer coisa que queira saber, eu estou aqui para lhe responder. Não tenha
medo querida, apenas ouça seu coração. Com carinho. Billy.
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Coloquei o celular na mesa de
cabeceira e alcancei meu notebook. Acessei o Google, eu queria saber o quanto
essas histórias podiam ser verdade, e eu começaria pela crença popular. Digitei
‘lobisomens’ na caixa de pesquisa e apertei enter.
Apareceram dezenas de páginas, a
maioria delas com o que eu já sabia a respeito de lobisomens, aquilo que era
dito em filmes de Hollywood. Tentei ‘lendas quileutes’ e achei muitos escritos
sobre a origem do povo quileute e sua cultura. As lendas eram retratadas de uma
forma mais simples que a que Billy e o Sr. Ateara tinham contado, não havia
citação de nomes e nem falava sobre a existência, até hoje, do saquinho com
parte dos restos mortais do sugador de sangue. Tentei sugadores de sangue, e
achei muita coisa sobre vampiros, eu já imaginava que era deles que se tratava.
O acervo sobre vampiros era muito
parecido com o de lobisomens, o mesmo que eu vi nos versões de Hollywood,
sugadores de sangue, vazios de sentimentos, fortes, frios, rápidos, beleza além
do imaginável... parti para a minha ultima tentativa, digitei no campo de busca
“Ephraim Black”.
O bisavô de Jake tinha sido um
morador exemplar da reserva, sempre buscando o bem maior e a segurança dos
quileutes, e um marido carinhoso um pai amoroso e um avô compreensivo e
divertido. Nada mais. Nem uma insinuação, menção ou suposição dele ter sido um
lobisomem.
Fechei o computador e me levantei
o colocando na escrivaninha, tirei a roupa que estava usando e vesti um pijama
qualquer, me encolhendo como uma bola na cama depois. Como podia tudo ser um
conto de fadas pela manhã e à noite virar um conto de terror?
Peguei no sono no meio dos meus
pensamentos confusos e em algum momento que não cheguei a perceber qual, eu
estava sonhando, pelo menos eu esperava isso.
“Os olhos vermelhos me encaravam com fúria, mas eu não sentia medo, era
como se outra pessoa tivesse tomado meu corpo. Eu precisava estar aqui e
enfrentá-lo, eu não podia deixá-lo machucar meu lobo, meu Jake.
Ele deu dois passos a frente, o estranho de pele pálida e olhos
coléricos. Mesmo sabendo que ele era o mal encarnado eu conseguia ver beleza
nele, era como um anjo da morte, lindo e fatal.
Ele estava mais próximo e de repente eu comecei a sentir medo. Toda
aquela coragem e decisão em enfrentá-lo tinham ido embora porque eu era uma
humana frágil apenas, não havia nada que eu pudesse fazer por Jake.
Eu buscava com desespero a eu corajosa de segundos antes, mas eu não a
encontrei e tudo que pude fazer foi gritar por Jake. Meu lobo protetor, mas ele
não chegou a tempo, eu senti as presas perfurarem minha pele e a ultima coisa
que vi foi o olhar negro de Jake.
Acordei com um susto. Droga de
sonho idiota. Isso que dá ficar pesquisando lendas sem sentido antes de dormir.
- Dani? – Laís falou sonolenta se
sentando na cama – Tudo bem?
- Tudo – falei jogando as
cobertas de lado e me levantando – Foi só um pesadelo.
- Você vai procurar o Jake hoje?
- Não.
- Você deixou ele arrasado ontem.
– ela falou se levantando também – Olha, Seth me explicou tudo... e se você
deixar o Jake te explicar, você vai entender que não é tão ruim assim eles
serem lobi...
- Não termina essa frase. – pedi
indo para o banheiro, eu queria fugir dessa conversa – Não me lembra das coisas
que ouvi ontem, porque eu ainda quero acreditar que tudo faz parte do pesadelo
que tive.
- Mas não faz. – ela parou atrás
de mim, me encarando pelo espelho – É real Dani. Jake é um lobisomem, assim
como Seth. E você não imagina como é linda a forma de lobo deles... eu vi
ontem, o Seth me mostrou.
- Você tem que se afastar dele
Laís. – falei me virando pra ela - Você não vê o quanto é perigoso ficar perto
deles? Você viu o fim que teve a terceira esposa e todos os outros quileutes?
- Isso foi a séculos atrás, Dani.
Hoje é diferente, eles sabem como se defender. – ela me seguiu falando enquanto
eu voltava pro quarto - Seth me disse que eles enfrentaram um grupo grande de
vampiros há alguns anos, e que eles derrotaram todos eles... e me disse também
que há quatro anos eles ficaram frente a frente com o maior e mais perigoso
grupo de vampiros que existe, eles não chegaram a lutar, mas os lobos sabiam
que venceriam se isso acontecesse.
- Chega Laís, não adianta falar
dos feitos incríveis dos lobisomens contra vampiros. Isso não vai mudar o que
eu penso.
- Você não pode fazer isso com o
Jake. Ele tá sofrendo. – ela tentou mais uma vez – Seth disse que a sorte é que
você não é imprinting de Jake como eu sou de Seth, caso contrário ele estaria
sofrendo muito mais...
- Imprinting? Que diabos é isso?
– perguntei, mas me arrependi, pois não me interessava mais nada sobre lobos e
vampiros...
- Imprinting é o mesmo que alma
gêmea. – ela falou praticamente se derretendo – É o que eu sou pro Seth, o que
Emily é pro Sam e Kim pro Jared... é como num conto de fadas... todo lobo
tem...
- Todo lobo? – a olhei e ela me
confirmou com a cabeça – E eu não sou do Jake, ou seja, um dia ele vai achar a
alma gêmea dele e eu vou ser chutada...
- Não. Eu me expressei mal. – ela
tentou me alcançar antes que eu fechasse a porta do banheiro, mas eu fui mais
rápida.
Estava ai mais um motivo pra eu
me afastar. E se Jacob encontrasse a alma gêmea dele quando nós dois
estivéssemos bem e felizes? Eu ia sofrer.
Deixei o assunto Jacob, lobos e
lendas de lado e tomei um banho. Quando voltei pro quarto Laís estava me
esperando, mas eu não dei chance pra ela falar, peguei meu Ipod e liguei no
volume máximo, colocando os fones de ouvido, esse era nosso sinal quando não
queríamos conversar.
Vi pelo canto do olho que ela foi
para o banheiro e me foquei em me trocar apenas. Pena que nem sempre quando
queremos nos distrair o destino ajuda, no meu caso era “What Hurts the Most” de
Rascall Flatts tocando no meu ouvido. Eu quis desligar, mas não fui forte o
suficiente.
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Eu consigo aguentar a chuva no teto desta casa
vazia, isso não me incomoda
Eu posso tirar algumas lágrimas agora e depois
apenas deixar elas rolarem
Eu não tenho medo de chorar
De vez em quando em um tempo, mesmo pensando que
continuar sem você me chateia
Há alguns dias
Como agora e novamente, em que eu finjo que estou bem,
mas não é isso que me incomoda
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- Anda Laís, não vou te esperar o
dia todo! – reclamei. Há semanas o problema ‘Laís se atrasando para a escola’
não me incomodava, isso porque era Jake quem estava me levando pra faculdade, e
agora eu teria que voltar à minha rotina.
- Você poderia não se atrasar se
aceitasse a carona que está te esperando do outro lado da rua. – Laís falou
enquanto descia as escadas.
Eu vi do que ela falava assim que
abri a porta. O Jeep de Jake estava parado do outro lado da rua, e eu podia ver
os olhos negros dele me encarando lá de dentro.
- Vamos logo. – falei entrando do
lado do motorista.
Laís ligou o som assim que eu
arranquei com o carro e eu juro que imaginei ser pegadinha comigo, na rádio
tocava novamente a musica de Rascall
Flatts e mais uma vez eu fui fraca para desligar.
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O que mais dói, é estar tão perto
E ter tanto pra dizer
Ver você indo embora
E nunca saber, o que poderia ter sido
E não ver que amar você
É o que eu estava tentando fazer
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Por que ele não me contou tudo
antes? Antes de eu me envolver tanto? Mas também as provas estavam todas lá, na
minha cara. Ele é forte demais, grande demais, quente demais... isso não é
normal, pessoas normais não são como Jacob. Mas droga, eu gostava dele assim, e
eu odiava gostar.
Laís não dizia nada, por incrível
que pareça ela estava mais silenciosa que em qualquer outro dia e a porcaria da
musica continuava me fazendo pensar em Jake e no quanto era errado eu gostar
dele.
Nós éramos de mundos totalmente
diferentes, ele era de um mundo que pra mim só existia em livros dos Irmãos
Grimm, ou de Anne Rice talvez, como ele queria que eu simplesmente aceitasse o
fato dele se transformar em lobisomem e sair correndo à caça de vampiros?
É difícil lidar com a dor de perder você em todo lugar que eu vou
Mas eu estou fazendo isso
É difícil forçar o sorriso quando eu vejo nossos velhos amigos e estou
sozinho
Ainda mais difícil, me levantar, trocar de roupa, viver com esse
arrependimento
Deixei Laís na escola dela e
segui para Seattle. O melhor era retomar minha vida e deixar Jake pra trás. Ia
doer, mas era uma dor necessária, eu não podia me envolver mais, não podia
entrar numa história com ele e fingir que o que ouvi ontem não existe.
- Pensa bem Dani. – Laís falou
antes de descer do carro – Não perde o Jake, vocês dois foram feitos um pro
outro, são simplesmente perfeitos juntos.
- Laís eu vou me atrasar mais. –
falei tentando ignorar o que ela estava dizendo, mas não conseguindo enganar
nem a mim mesma.
- Ok, não vou falar mais nada. –
ela fechou a porta do carro e seguiu para a escola.
Eu voltei a dirigir, pelo
retrovisor eu podia ver o Jeep de Jake atrás do meu carro.
Mas eu sei que se pudesse fazer isso novamente
Eu trocaria, daria todas as palavras que eu guardei em meu coração, que
eu deixei não ditas
Estacionei na mesma vaga de
sempre e desci. Meus cadernos foram para o chão quando eu esbarrei no peitoral
de Jake.
- Eu preciso conversar com você.
– ele pediu se abaixando para me ajudar a catar minhas coisas.
- Nâo Jake. – falei – Eu não
quero conversar agora, me dê um tempo, ok?
- Quanto tempo?
- Não sei. Quando eu me sentir
preparada para conversar, eu te procuro, agora eu tenho que ir, ou vou me
atrasar.
Deixei ele no estacionamento e
corri para a minha sala, seria praticamente impossível me concentrar em
qualquer coisa, mas se eu queria arrancar o que sentia por Jake, eu ia ter que
me esforçar.
5 Semanas depois....
As semanas não passavam, elas se
arrastavam. Todos os dias eu via Jake na porta da minha casa na hora de ir pra
faculdade. Ele me seguia e depois que eu entrava no campus ele ia embora. Por
várias vezes eu quis ir até ele e dizer que ele fosse embora, mas eu não
conseguia.
- Senhorita Stewart? – o
professor de Gerenciamento de Projetos, o Sr. Kinlow, me chamou.
- Sim? – falei voltando meu foco
pra aula.
- Eu estava dizendo à turma sobre
a empresa do seu tio. – ele continuou falando e eu me esforçando para manter o
foco na aula – E sobre como o Gerenciamento de Projetos é importante na
segurança de uma empresa.
- Sim claro. – falei – Muitos
empresários que não se preocuparam com essa área recorrem hoje ao meu tio
buscando ajuda para resolver problemas e conflitos simples que podiam nunca ter
acontecido.
- Isso é algo muito importante...
– o professor continuou falando, mas eu já tinha me distraído novamente, dessa
vez pelo meu celular vibrando pelo recebimento de uma mensagem.
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De: Jake
Para: Dani
Estou com saudades anjo. E me
esforçando muito para não te ligar.
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De: Dani
Para: Jake
Preciso de tempo e espaço. Por
favor Jake, não força a barra, é tudo complicado demais.
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Enviei a mensagem sentindo meu
coração se apertar, mas por mais que doesse eu precisava me desligar e o melhor
a fazer era arrancar de uma vez, como fazemos com curativos.
- Você esteve distante a aula
toda. – o Sr. Kinlow falou quando a aula acabou – Algum problema?
- Nada muito sério. – dei um
sorriso forçado.
- Espero que não atrapalhe a
elaboração do seu Projeto Final. – ele falou me lembrando do trabalho que valia
mais da metade da nota do semestre – Já escolheu a empresa onde vai aplicar o
projeto?
- Eu estou... trabalhando nisso –
desconversei – Preciso ir agora, até amanhã professor.
- Até amanhã, Daniela. – ele saiu
e eu peguei o caminho contrário dele.
- Dani! – ouvi meu nome ser
chamado e me virei vendo Austin correndo na minha direção – Oi, eu queria saber
se você já encontrou companhia para o projeto do Sr. Kinlow.
Austin era um garoto que desde o
primeiro dia de aula na faculdade tentava se aproximar de mim para ‘algo mais’
que amizade, mas eu nunca o vi com olhos assim, ele sempre foi mais o tipo
amigo de infância. Principalmente agora que sempre que eu pensava em um
‘namorado’ era o rosto de Jake que surgia na minha mente.
- Sabe o que é Austin, eu vou
fazer esse trabalho sozinha mesmo... – falei.
- Tem certeza? O Sr. Kinlow disse
que é mais fácil fazer em dupla, ou em grupo... e nós dois podíamos sei lá,
sair pra jantar e discutir os detalhes.
- Olha só Austin, eu vou ser bem
sincera com você, ok? Eu estava meio que namorando um cara e nós dois estamos
passando por um momento... complicado... eu acho que não vai ter futuro, mas ao
mesmo tempo eu gosto dele... eu to confusa demais... a verdade é essa... então
é melhor cada um de nós fazer seu próprio trabalho...
- Você sabe que meu pai tem uma
empresa grande né? – ele insistiu – Ele pode nos ajudar... ou pode encontrar
alguém que ajude... ninguém nega nada para o meu pai.
- É eu sei. – falei. O pai de
Austin era praticamente o Tony Stark de Seattle. Ele era milionário e tinha
tudo o que queria nas mãos, e Austin sempre pensou que podia ser igual ao pai,
e que mencionando o dinheiro dele, eu iria correndo feito um cachorrinho – Mas
sabe, eu gosto de alcançar sozinha os meus objetivos... se seu pai nos ajudar,
ou encontrar alguém que possa, qual vai ser a moral de tudo? No fim eu vou
estar pagando pelo meu diploma ao invés de batalhar para conquistá-lo.
- Mas dinheiro é sempre o melhor
caminho... – ele deu um sorriso de quem está se achando – Por exemplo... comigo
você não precisaria matar aula e ir passear num aquário pra depois almoçar num
restaurantezinho... eu posso te dar muito mais que o mecânico com quem você
estava saindo... é ele o cara de que
você falava, não é?
- Como você sabe essas coisas? –
perguntei, eu não tinha contado nada a ninguém.
- Como eu te disse, o dinheiro é
o melhor caminho. E quando eu quero uma coisa, eu consigo, não importa o tempo
que demore.
- Você é doente Austin. – ia me virar
para sair, mas ele me segurou pelo braço.
- É melhor você pensar com
carinho sobre a nossa parceria no projeto. – ele falou e por um segundo eu
senti um tom ameaçador na voz dele – Seria bem melhor você me escolher por
livre e espontânea vontade.
- Me solta. – pedi começando a
sentir medo dele – Austin, você está me machucando, me solta.
- Solta ela. – ouvi a voz rouca
de Jake – Agora.
Austin me soltou ainda sorrindo,
dois minutos depois dois seguranças se aproximaram parando cada um de um lado
dele.
- Vamos embora. – pedi puxando
Jake, que tremia muito. Ele relutou um pouco, mas me seguiu – Se acalme – pedi,
pois ele ainda estava tremendo muito.
- Me distrai – ele falou andando
de um lado para o outro puxando o cabelo.
- Jake, você tá me assustando,
por que você está tremendo tanto? – perguntei.
- Eu vou me transformar se eu não
me controlar. – ele falou baixo – Tenho que sair daqui. Agora.
Ele olhava para os lados
procurando uma saída.
- Entra no Jeep – falei – eu tiro
você daqui.
Foi difícil colocar ele dentro do
carro, mas ele acabou cedendo. Eu não sabia muito bem como dirigir um carro tão
grande, mas imaginava que não era tão diferente de dirigir meu carro.
- Pra onde? – perguntei, Jake
estava com o rosto entre as mãos e ainda tremia bastante.
- Onde tenha floresta. – ele
pediu, a voz saindo abafada pela mão – o mais rápido que você puder.
Dirigi até a estrada que levava
para Port Angeles e nos primeiros sinais de mata eu parei o Jeep.
Jake mal me esperou estacionar e
já desceu do carro, correndo numa velocidade que eu não acreditaria, seu não
estivesse vendo. Respirei fundo e desci do carro o trancando em seguida, por
mais que eu quisesse manter distancia de toda essa coisa de lobisomens eu
estava preocupada com Jake, ele tremia muito.
- Jake? – chamei quando passei
pelas primeiras árvores, entrando mais pra dentro da floresta. Vi a camisa dele
caída no chão e os sapatos um pouco mais a frente. – Jake? – chamei de novo.
Andei mais um pouco e parei
ofegante com a cena na minha frente.
POV – Jake
Eu devia ter me controlado, mas
foi tão difícil. Tudo estava sendo difícil demais. Deixar Dani ir embora foi
como arrancar fora meu coração. Tinha tanto medo nos olhos dela, medo do que eu
era, da maldição que eu carregava. E agora ver aquele cara segurando ela e
dizendo todas aquelas ameaças me levou ao meu limite. Eu tentava me controlar e
não entrar em fase, tudo o que eu não precisava era que Dani visse meu lobo,
mas eu já estava tão cheio de stress e medo que simplesmente não consegui
segurar.
- Jake? – Dani me chamou pela
segunda vez. Eu tinha três opções. 1, me destransformar e ficar sem roupa na
frente dela, o que ia deixá-la bem perturbada. 2, correr pra longe daqui e
deixá-la sozinha no meio da floresta e 3, deixar ela ver meu lobo, o que ia
deixá-la ainda mais perturbada.
Ela parou na minha frente antes
que eu pudesse me decidir por uma das três opções.
- Oh meu Deus. – ela sussurrou
ficando branca – É... você Jake?
Abaixei a cabeça sem coragem de
encará-la. Meu coração batia freneticamente e eu estava – pela primeira vez na
vida – morrendo de medo. Enfrentar os recém criados, perder Bella, enfrentar os
Volturi, tudo isso foi fichinha perto do medo que eu tinha agora de Dani sair correndo
e nunca mais querer me ver.
- Quando disseram que vocês eram
lobisomens – ela falou baixo – Eu imaginei uma criatura esquisita e feia como
as de Hollywood... nunca pensei que você fosse um cachorro grandão. – ela ficou
em silencio um tempo – Você pode voltar a ser você? Pra nós conversarmos?
Eu levantei os olhos sem saber
como eu diria a ela que minha calça já era.
- Jake? você pode voltar ao
normal pra conversar comigo? – ela perguntou de novo. Eu vi alguns pedaços da
minha calça no chão e peguei um deles com a boca, jogando nos pés dela – Que
isso? – ela se abaixou e pegou o pedaço de pano – É sua calça? Ou era?
Balancei a cabeça afirmando.
- Ah entendi... você ficou sem
roupas... – ela riu ficando vermelha e se virou de costas.
Voltei ao normal rápido.
- Eu tenho uma muda de roupa no porta
malas do carro. – falei – Você pode pegar pra mim?
- Ok. – ela riu de novo e me
jogou minha camisa por cima do ombro.
“Só você mesmo Jacob Black” pensei e tapei o importante com a
camisa. Dani voltou rápido com uma bermuda.
- Aqui senhor lobo. – ela brincou
e ficou me olhando – Ah é tenho que me virar. – ela riu de novo.
Vesti a bermuda e a camisa.
- Pronto, estou decente. – falei
– Vamos conversar no carro.
- Ok. – ela me seguiu, distante
demais pro meu gosto, eu queria abraçá-la – Toma, você dirige agora. – ela me
entregou minha chave.
Destravei o carro e abri a porta
do carona pra ela, dei a volta ocupando o lugar do motorista.
- Quer conversar aqui mesmo ou
quer ir para outro lugar? – perguntei.
- Aqui tá bom. – ela respirou
fundo – Olha só isso tudo é muito confuso pra mim. Essa coisa de lobo e de
vampiro... eu achava, que isso era só coisa de cinema. Eu queria muito me
afastar, esquecer você e toda a história que eu ouvi ontem, mas eu não consigo.
Eu sorri com o que ela disse, mas
tratei logo de escondê-lo.
- Mas não se anime. – ela falou
me lançando um olhar de alerta – Eu ainda tenho que entender muita coisa pra
aceitar ficar com você.
- O que você quer entender? Posso
te levar pra conversar com meu pai, ou com o conselho, ou mesmo com alguma das
garotas...
- A primeira coisa eu acho que
você mesmo pode me explicar. Imprinting.
– ela me olhou triste – O que é isso exatamente, e qual a chance de acontecer
com você.
- Imprinting é quando você encontra
a razão da sua vida, é quando tudo deixa de ter sentido e só aquela pessoa
importa, nada mais. Ela é seu ar, seu caminho, sua vida é tudo.
- E como eu vou ficar quando isso
acontecer com você? Quando você encontrar seu imprinting? – ela estava triste.
- Isso não é obrigatório, Dani. –
falei me arriscando em segurar a mão dela – Acontece com alguns lobos, mas não
com todos... Jared, Sam, Seth, Paul e Quill tiveram, quatro casos em um bando
de mais de dez lobos... além do mais, eu tenho você, que é a razão da minha
vida. Desde que eu vi você dançando naquela boate eu não quero mais nada que
não seja você. Eu não preciso de imprinting, e se for necessário eu parar de me
transformar pra você se sentir segura o suficiente pra voltar pra mim, eu paro.
- Não precisa parar... seu povo
precisa de você. – ela falou olhando nossas mãos juntas – E os vampiros? – ela
perguntou.
- O que tem os vampiros?
- Eles são inimigos dos
lobisomens, pelo que entendi. – ela falou e eu confirmei com a cabeça – Eu
tenho medo Jake. Eu quero saber exatamente aonde eu estou me metendo.
- Você acha que pode correr algum
risco se envolvendo comigo?
- É claro que eu acho! – ela
falou – Eu não faço ideia do que é esse mundo sobrenatural que você vive!
- Eu não deixaria nada de ruim te
acontecer. – falei me aproximando dela – Eu nunca te colocaria em risco Dani,
entenda uma coisa, ao meu lado você vai estar mais protegida que em qualquer
outro lugar.
- Você jura? – ela me encarou com
os olhos verdes brilhantes.
- Juro pela minha vida. – o
sorriso que ela me deu era tudo o que eu precisava.
Puxei Dani para o meu colo e a
beijei. Pareciam ter sido anos separados quando foram apenas algumas semanas.
- Mas escute uma coisa! – ela interrompeu o beijo e me olhou
séria – Nunca, nunca mais minta pra mim, ok? Nem me esconda nada. Me conta
tudo, independente do que seja.

22 comentários:
Own!! Esses dois são fofos juntos, mas eu ficarei melhor claro. *--*
Embry e Leah realmente são como cão e gato, mas já estão se entendendo. rsrsrs
Seth não perdeu tempo, já estava atracado com o imprinting. E por sorte a Laís também soube aproveitar. rsrsrs
Dani é um anjo mesmo, conseguiu levantar o astral do meu moreno.
Amandooooooo demais!!!
Bjssss!!!!
Lindo Nanna o Jake salvando a Dani,depois ela mandando mensagem,ai q meigo,todas as suas fics são maravilhosas e essa promete.Será q a Dani é o imprinting do Jake?Muito ansiosa pelo próximo cap.Bjos
Amei essa primeiro capitulo!!
Muito fofo! Lindo por demais!!
Mesmo que não fosse interativa eu ia amar!!
Jake sempre o heroi ne?!
Mas quem será eu? O que vou fazer na vida do Jake?!
Estou tão curiosa!!
Meu Seth lindo teve um imprinting?! Que fofo... Rs'
Leah e Jake tiveram algo?! Adoro eles dois.. E acho que eles se combinam demais!!
Mas tambem adoro a Leah e o Embry!!
Nannah.. Adoro suas fics!! Você é uma deusa das ideias Maravilhosas!! huahua!
Own, Dani e Jake estão cada vez mais envolvidos e olha que ainda nem trocaram um beijinho. Ain, são lindos juntos!! E isso só me faz pensar em como eu vou sugir na vida dele. Dani é um anjo sem sombra de dúvidas! ^_^
Leah e Jacob são hilários juntos, me acabo de rir com esses dois fuxicando a vida amorosa um do outro. E pelo que vi, Leah e Jake tem mais em comum do que aparentavam.
Leah e Embry estão juntos e se dando bem, que bom para essa loba. Ela mais do que ninguém merece.
Ain, foi um dia e tanto em Port Angeles. E a escolha do restaurante não seria a outra nunca, puxa, tinha que se chamar Bella Itália?! o.O Isso só pode ser perseguição. Jake não escolheria mesmo esse restaurante. A comida não desceria bem. rsrsrsrs
Ain, não sei porque, mas não gostei da Dani não ter atendido o telefone. Tem coisa aí e não é boa... :(
Amandoooooooo demais, demais, demais, como sempre né?! ^_^
Bjsssss!!!!
Amei,amei,amei,o Jake e a Dani se dando super bem,foi lindo ele ter dado um presente á ela,tb ñ gostei do nome do outro restaurante,lembra a dor q Jake sentiu por ter amado a Bella.To amando o fato da Lyah e Embry tarem saindo juntos,ela merece ser feliz.A Dani ficou com ciúmes da Lee e por isso ñ atendeu q chato.Ansiosa pra ler o px cap.Bjos
adorei o inicio desta fic, gosto de ver jcob sem o efeito do imprinting, amando sem magia
é diferente e emocionante, pois fico pensando o que ele fará quando realmente acontecer com ele(imprinting), mas vamos aguardar o desenrolar desta hiatória pois acho que vai nos surpreender
Owwwwn... Amei esse capitulo!!
Não parei de sorrir com cada parte!! Muito fofo!
Dani e Jacob estão tão lindo e fofo juntos!!
Adoro ver o Jacob bobo assim! Rs'
E ele e a Leah... Adoro essa amizade!!
Leah nem parece a mesma de antes!! Tão mais pra cima, mais alegre!!
Espero que de tudo certo com ela e o Embry!!
Por que será que a Dani não atendeu?!
Será que foi por causa da Leah?!
Ou aconteceu algo mais grave?!
Espero que não...
Ansiosa para o proximo capitulo!
Awwwn hey sister, ca estou eu lendo essa fanfic linda demais. Tudo tão. fofo... mas eu pensei que rolaria pelo menos um beijinho depois desse shopping :( mas né ... vamos aguardar e ver o que Nannah trará no proximo ;) bjos e poste logo se não eu enlouqueço kkkkkk
Omg, Jake trocou sua moto, seu xodó por causa da Dani?! o.O Isso que é amor, nossa, quero um Jake pra mim. :(
E, enfim, Bella e companhia não passam de amigos, velhos conhecidos de velha data. Menos uma para me preocupar, pelo menos por enquanto. ¬¬
Ain, esses dois estão cada vez mais envolvidos. Adoooro, mas já estou louca pela minha aparição, não sei porque!! ¬¬
Hum, e agora ela saberá a verdade, será que ela aceitará? Se ela o ama de verdade, com certeza sim!
Adorandooooooo demais, demais!!!!
Bjksssss!!!!
OMg!muito fofo esses dois,adoro ve o jake se dando bem
Adorei a parte que ele é só paderinho da ness sem imprinting esquisito
OWNNNN jake trocou a moto dele com Emett só por que ela não gostou de ve lo andando em alta velocidade,diz isso é amor ou não é?
Epor ultimo aquelas trocas de msg me lembrou muito 50 tons de cinza.
Own... Muito lindo! Perfeito esse capitulo... *-*
Jake e Dani são fofos juntos!!
Mas to louca para saber quando eu vou aparecer!!! E por quee u irei aparecer na vida do Jake e sem falar no que vai acontecer com a Dani!!
Jake aceitou a vida que a Bella escolheu e sua cria?! E ainda é padrinho dela?!
Melhor isso.. do que babando por essa monstrinha!!
Nossa... trocou a moto pelo o Jeppe?! Isso que é estar gostando da Dani em...
Fugindo?! Só esses dois...
Curiosa para saber o que a Dani vai achar de tudo quando descobrir e a Lais tambem!!
Quero ler mais... Rs'
Owntt *--* qe fic maais liinda .. Ja começou me conquistando. Esses 2 juntoos sao tao fofoos ! Esta me dando uma dó ter qe aparecer no decorrer da fic .. kkkkkkkkkkkkkk . Espero qe ao menos sejam felizes até eu chegar .kkkkkkkk . Ja imagino até quem eu seja. Vamos ver se eh do jeito qe estou pensando kkkkkkkkkkkkk . #videnteon
agora eh esperar pra ver cmo vai ser a fogueira .. Seth contando tdo a Lais e o Jake para a Dani. Cmo será a reação dellas !??? #curious
Nossa, o tio de Dani é bem protetor mesmo, coitado de Seth deve ter passado um sufoco antes de ter a idéia de puxar o saco falando em cursar administração, se bem que ele acabou gostando, né?! ^_^
Quem sabe, com isso, o tio dela a deixa livre para cursar o que ela realmente deseja? Vamos torcer para isso.
Ain, finalmente o senhor beijo saiu e aproveitaram bem o dia para colocá os atrasados em dia. rsrsrs
O povo de La Push se encantaram com a Dani, mas quem não se apaixona por essa garota tão doce?! Ela é perfeita, mas não chega ao meu pé. u.u rsrsrs
Collin só se aproveitando e por um fio, achei que ele tinha sofrido o imprinting, mas graças a deus, foi só galinhagem mesmo, humpft! Mas se deu mal, Dani não deu chance e Jake já deu um chega para lá no safado. ¬¬
Agora vamos ver como ela vai se se comportar depois das verdades por trás das lendas, tomara que ela não maltrate o meu lobinho. :(
Adorandooooo demais, demais!!
Bjksssss!!!
Cada vez mais eu amo o Jake com a Dani!! são tão lindo juntos!! tão fofos!
Só que a minha curiosidade só aumenta tambem.. Quero logo saber quando eu vou aparecer!! E o que vai acontecer com a Dani!!!
Ate que enfim eles deram o primeiro beijo!! Foi lindo...
Esse tio da Dani em... Muito protetor!!
Collin esta pedido pra morrer!! Só pode...
Serio que ele vai provocar o alpa?! Ele não tem medo da morte?!
Jacob não vai deixar barato.. to só vendo!!
Mas eu apoio o Jake... Deve mesmo arrancar algumas partes dele!! Como mãos, pernas, olhos e por ai vai!! hahahaha
E agora?! Como será a reação da Dani?! Eu acho que ela vai entender.. Vai ficar assustada, mas no fim o que vai prevalecer é o amor dela por ele!!
Nannah.. Quando eu vou aparecer?! To muito curiosa... hehe!
Amei o capitulo! Perfeito"!
esse colin não tem medo dá morte não é? mexer logo com a garota do alfa é pedir pra morrer
Não sei mais rodas fics que eu leio que o jake tem ou encontra alguém ele é pintado como um homem possessivo mais atéque é engrasado
Vamos esperar pra ver qal é a reação dela
Omg, será que ela vai mesmo abandonar o meu lobinho?! :( Magoooei!!
Espero sinceramente que não, ele já sofreu demais e agora que está feliz seria uma catástrofe se ela o deixar por causa da lenda. Ahhhh, eu vou ter que aparecer logo, antes que meu moreno sofra mais uma desilusão.
Amandoooooo demais, demais!!!
Bjkssss!!!
Owww.. Tadinho do Jake!! Não merecia essa reação da Dani!!
Eu sei que é muito para ela aceitar e assimilar!! Mas ela não vê que ele só quer o bem dela!! Ele é o bonzinho da historia!!
Espero que a Dani repense essa decisão e volte logo pro Jake!!
Jacob sempre sofre!! Ele realmente não tem sorte com o Amor!!
Mas quem sabe a Lais aceitando, a Dani não aceita tambem?!
Torço muito por isso! Quero ver o Jake feliz novamente!!
Sempre fico encantada com essa historia Quileute!! Uma das mais lindas!! Pena que no filme foi pouco mostrado!! Mas fazer o que ne?!
Adorei esse capitulo!
E ainda estou ansiosa para me ver na historia!! Quero saber quem serei e o farei!! :D
Dani eu te adoro,mas se você fizer o Jake sofrer vai se ver comigo ok,então acho muito bom você pensar direitinho e dar uma resposta bem positiva pro meu gato(to surtada de novo kkk).Gostei do capítulo,mas fiquei triste com a reação da Dani no fim,sei que isso tudo é complicado,mas ela deveria ter seu coração mais aberto.Bjos
AMEI LER A FIC CONTINUE POSTANDO
cara, quem é que dispensa um cara desses? só sendo louca msm, ainda bem que ela está se recuperando.. kk..
Own, ela demorou, mas enfim o aceitou... *o* Quem diria, a forma de cachorro gigante, ao invés de afastá-los mais, foi o suficiente para dar a ela a confiança que ela necessitava... também fofo daquele jeito, quem em sã consciência diria não à ele. u.u
Affs, mas já vi que teremos um idiota no caminho. ¬¬ Um filhinho de papai que não aceita um não! Argh!! E ele está disposto a tudo, até mesmo ficar vigiando a Dani. Ain, todo cuidado será pouco para se lhe dar com ele.
Também fico me perguntando o que será da Dani, quando a PP chegar.. Ain, eles são fofos juntos, mas não vejo a hora de euzinha entrar em cena. u.u Também quero meu lobo, oras!!
E o pesadelo, heim?! Nuss, fiquei até arrepiada... será problemas a se aproximar? :\ Louquinha para descobrir. ^_^
Amandoooooo demais, demais!!
Bjinhossss!!!
Me apaixonei pela história não parei de ler até acabar. Muita paixão entre os dois e muita coisa fofa. Amei!
Demais e tenho certeza que vai ficar melhor ainda!!!!!!!!!!!!!
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