Voltar para página principal

Voltar para página principal
Voltar para página principal

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Amor de Alma - By Nannah Andrade



CAPITULO 1

La Push – 2005

- Vamos lá Jake é só uma festa numa boate... Cara há quanto tempo você não sai de casa pra se divertir? – Embry falou tentando me convencer a sair com ele e os outros garotos.

- Sou o alpha agora, tenho responsabilidades, Embry – argumentei.

- Balela. As coisas estão tranquilas agora que os Cullen foram embora, principalmente porque os vamps já sabem que aqui tem quem proteja os humanos e nós não vamos deixar eles passarem por nós tão facilmente. – ele contra argumentou.

- Pois é, pra impedir que eles passem temos que estar aqui. – falei terminando de arrumar algumas coisas no meu quarto – Vão vocês Embry, eu vou ficar de boa aqui, pode acreditar.

- Vai ficar de boa uma ova, você vem com a gente por bem ou por mal – ele desescorou da porta, onde esteve por mais de meia hora na ladainha de tentar me convencer, e abriu meu armário.

- Para de mexer nas minhas coisas, cara, eu não vou sair. – reclamei – Porra Embry, eu acabei de arrumar isso ai.

- Caramba Jake, não to querendo dar uma de Alice Cullen não, mas você bem que ta precisando de um banho de loja... Cara, não tem nada decente aqui pra você usar!

- Ótimo, mais um motivo pra eu não ir e você parar de encher meu saco.

- Mas nem que a vaca tussa vou parar de te encher. Se agora o problema pra você ir é roupa, eu resolvo. – ele tirou uma calça jeans que Rachel tinha me dado de aniversário do meu armário e jogou na cama – Vai tomar banho que eu volto.

- Tá bom, mãe - zoei ele que antes de sair me mostrou o dedo do meio.

Por um lado Embry tinha razão, eu precisava mesmo me distrair um pouco. Desde a batalha dos Cullen contra os figurões italianos que as coisas tinham se acalmado aqui, pegamos um vampiro ou outro que aparecia nas nossas terras em busca de uma aventura ou então querendo confirmar se nós éramos reais. Nenhum deles voltou pra casa pra contar história.

Mas todo o tempo eu sentia falta de alguma coisa. Sei lá era um vazio que ficava incomodando dentro do peito. Embry ficava me enchendo falando que era falta de mulher, talvez fosse, mas eu ainda não tinha encontrado a mulher certa.

Não que eu estivesse esperando meu imprinting, eu sabia que ele podia não acontecer. Eu também não ficava sentado esperando a mulher perfeita cair no meu colo, podia até não sair com a frequência que Embry, Seth e os outros lobos solteiros saiam, mas vez ou outra eu conseguia dar uma escapulida, principalmente depois que Becky se separou e voltou pra casa.

Ela agora morava com nosso pai e eu tinha decidido morar sozinho, primeiro para evitar que minha irmã acabasse descobrindo o segredo dos lobos, e segundo pra ter um canto meu, assim não incomodaria meu pai se quisesse ficar mais a vontade com alguma garota.

Só que mesmo assim ainda não tinha encontrado ela. Leah ainda reclamava falando que era praga de Bella, que minha amiga tinha feito uma macumba pra mim, porque eu não quis ir embora com eles para o Alaska. Implicância da Leah, claro, ela tinha que encontrar uma forma de reclamar por eu ainda ser amigo de Bella.

- Jake? – fala do diabo ele mostra o rabo, pensei ao ouvir a voz de Leah.

- No banho – falei de dentro do banheiro.

- Ok, vou esperar na sala. – ela respondeu e eu pude ouvir a tv sendo ligada.

Terminei meu banho mais rápido e fui pro meu quarto, me enxuguei e vesti uma boxer preta e a calça que Embry tinha deixado em cima da cama. Sai pra sala ainda enxugando o cabelo, Leah estava sentada no sofá assistindo um desses programas de talk show.

- Hey – ela se levantou - Você vai na boate também, né?

Eu não quis comentar, mas essa pergunta dela na verdade queria dizer “Ou você vai por bem ou eu te levo arrastado”.

- Vou sim Lee. – falei – Mas antes tenho que dizer, você arrasou na produção.

- Gostou? – ela deu uma voltinha – É eu caprichei hoje, vai que consigo algo que presta...

- Pode deixar que vou estar lá pra garantir que o algo preste – brinquei e ela fechou a cara.

- Você sabe que eu te arrebento se você der uma de alpha protetor né? – ela falou com a cara fechada – É sério Jake.

- Não vou fazer nada – levantei as mãos me rendendo.

- Acho bom.

- Voltei – Embry anunciou ao passar pela porta, mas estacou no lugar ao ver Leah, soltando o famoso assobio – Caramba Leah, você está...

- Linda? É eu sei, meus pais me fizeram assim... – Leah esnobou.

- Linda você já é. – Embry murmurou – Hoje você está... Estupenda.

- Tá bom cabeção. Obrigada. – Leah falou tentando se fazer de durona, mas eu percebi que ela tinha ficado envergonhada. – Vou lá em casa ver se Seth já tá pronto. Até mais pra vocês.

Ela saiu rápido, eu e Embry continuamos parados no meio da sala.

- Será que eu consigo alguma coisa com essa mulher hoje? – Embry perguntou voltando pro planeta.

- Você vai chegar na Lee? – perguntei sem acreditar.

- O que? Acha que só você tem coragem? – ele me olhou rindo. Eu e Leah tínhamos nos envolvido um tempo atrás, logo depois que os Cullen foram embora. Não foi esquisito como pensávamos que poderia ser, mas também não foi o que esperávamos.

Nós meio que namoramos por uns seis meses, Leah praticamente se mudou pra minha casa e minha primeira vez foi com ela, mas nós éramos amigos demais e muito iguais também. No fim das contas percebemos que nós éramos mais amigos com benefícios que namorados e decidimos que era hora do relacionamento acabar. A sorte é que nossa amizade ficou maior e mais forte.

- Acha que eu tenho chance? – Embry perguntou e eu me lembrei de como Lee ficou mexida com o elogio que ele fez.

- Vai fundo, você tem chance sim. – falei e ele sorriu.

- Aqui – ele me esticou algumas camisas – Escolhe uma delas, eu acho a preta mais legal, mas você que sabe. E toma esse sapato também, e me faça o favor de visitar Port Angeles qualquer dia desses e dar um tapa nesse seu visual.

- Tá, tá... vou pensar nisso. – falei pegando o que ele tinha trazido e levando para o quarto. Escolhi a camiseta preta que ele tinha sugerido e coloquei uma jaqueta de couro por cima, calcei os sapatos e dei uma bagunçada no cabelo.

- Porra chefia, você ficou pinta agora. – Embry falou quando eu apareci na sala.

- Menos Embry, bem menos. – peguei as chaves da minha moto nova – Vai de quê?

- De carro – ele pulou do sofá indo na direção da saída – Minha mãe me emprestou o dela.

- Certo então. – tranquei a casa e fui pra garagem – Vou passar nos Clearwater, ou você quer dar carona pra Leah?

- Deixa comigo. – ele falou antes de sumir na direção da casa dele.

No fim acabei indo de moto sozinho. Leah foi com Embry, Seth foi na minha moto antiga que eu dei a ele, Jared e Kim no carro de Jared, dando carona para Colin e Brad. Paul e Quil preferiram não ir. Paul porque Rachel estava grávida, podia ganhar o bebê a qualquer hora e Quil por causa de Claire, que agora tinha 6 anos.

A boate ficava em Tacoma, tinha um bocado de chão até lá e eu aproveitei disso pra acelerar a moto com tudo que ela podia, era bom sentir o vento no rosto, a sensação de liberdade. Só reduzi quando já estava entrando na cidade, eu não queria causar nenhum acidente, parei um pouco no acostamento pra colocar o capacete.

Ele era só um acessório pra mim, mesmo que eu caísse da moto não me machucaria seriamente, mas se fosse pego por algum policial não teria como explicar isso pra ele, então o melhor era usar o capacete dentro da cidade. Pela minha parada os dois carros, de Embry e Jared conseguiram me alcançar, Seth o fez antes, mas também parou para colocar o capacete. Voltei a ligar a moto e em poucos minutos estava estacionando na frente da boate.

O lugar não era muito grande, mas a fila na porta estava enorme. Era gente que não acabava mais e eu fiquei me perguntando como entraríamos.

- Espero que tenha pensado em como vamos entrar, Embry – Leah falou assim que desceu do carro.

- Claro que pensei, gata. – Embry tirou do bolso da jaqueta que usava os convites e entregou para cada um de nós – Lá dentro vocês trocam isso pela pulseira do nosso camarote.

- Nosso camarote? – Lee o encarava com as sobrancelhas arqueadas.

- Isso mesmo, nosso camarote. Vocês pensaram que eu ia comprar um convitinho qualquer pra ficar espremido no meio de todo mundo? Não mesmo, nós vamos ter privacidade meu povo.

- Embry você acabou de ganhar alguns bons pontos comigo. – Leah deu um beijo no rosto de Embry e seguiu para onde os seguranças estavam conferindo os convites, mas ela parou antes de alcança-los e se voltou para Embry – Mas eu te aconselho a começar a correr caso isso aqui seja falso.

- Tá doida mulher? – Embry falou ofendido – Acha mesmo que eu ia te entregar convites falsos? Pode confiar, são de verdade, comprei caro isso ai...

Lee continuou o caminho e esticou o convite para o segurança. O cara examinou o papel e o devolveu pra Lee, abrindo passagem para ela. Pude perceber Embry respirar aliviado.

- O alivio é porque? – perguntei – Tinha chance do convite não ser aceito?

- Não. – ele me olhou assustado – Eles são quentes, eu comprei mesmo, mas vai que eu dava o azar de ter qualquer problema justo no da Leah?

- Relaxa cara, você ganhou pontos com ela... – ele riu e entregou o convite dele para o segurança entrando logo em seguida praticamente seguindo o rastro de Lee.

...

O lado de dentro da boate era barulhento, cheio e com muitas luzes dançando de um lado para o outro, exatamente como em qualquer outra boate. A batida da musica era bem legal e eu me sentia até animado, Leah e Embry tinham razão eu devia mesmo ter vindo aqui, precisava me divertir um pouco.

Vi meus amigos no camarote no andar de cima, mas optei por não ir lá por enquanto. Fui até o bar e pedi uma cerveja, sentei ali mesmo e fiquei olhando as pessoas ao meu redor.

Tinha muita mulher bonita ali, mas foi um anjo de cabelos ruivos e pele branca na pista de dança que chamou minha atenção. Ela se balançava no ritmo da musica, mas parecia estar meio tímida ali, realmente aquele não era o lugar dela, mas sim sentada numa nuvem.

De onde eu estava não conseguia vê-la perfeitamente, muitas pessoas ficavam passando entre nós dois e tirando minha visão. Resolvi que era hora de subir pro camarote, de lá eu conseguiria acompanhar cada movimento dela.

Cada um estava no seu canto no camarote. Jared e Kim estavam sentados bebendo e curtindo um ao outro, Embry estava tentando convencer Leah a ir dançar com ele e Seth, Colin e Brad já estavam correndo para a pista de dança. Eu escorei na grade que dava pra pista e fiquei de lá olhando o anjo.

- Sabe cara, ir lá falar com ela surte efeito mais rápido. – Embry falou se escorando ao meu lado.

- Ela está linda demais dançando pra eu ir atrapalhar. – falei.

- Ahh certo, você tá esperando a hora pra atacar... esse é meu amigo...

- Talvez sim, talvez não... ainda não decidi se vou falar com ela. – murmurei.

- Qual é Jake, vai lá. A garota é linda e vai cair na sua, eu tenho certeza. – Embry incentivou.

- Deixa o Jake em paz Embry – Leah reclamou.

- Só se você for dançar comigo. – Embry choramingou.

- Ta bom coisa chata, vamos logo. – Leah puxou ele pelo braço e os dois foram para a pista de dança.

Desviei a atenção da pista por meros segundos e quando voltei a olhar pra lá não vi o anjo. Busquei por ela e a encontrei sentada num banco no bar. Tinha um cara conversando com ela, foquei minha atenção ali pra ver se eles estavam juntos, mas ela parecia estar incomodada com ele, e o tapa que ela deu na mão que ele colocou no joelho dela foi o que me confirmou que o anjo não queria aquele cara ali.

Desci rápido as escadas do camarote e fui na direção dos dois. O cara estava forçando a barra com ela e por mais que o anjo tentasse afastá-lo ele se aproximava mais dela.

- Me deixa em paz, por favor. – ouvi a voz doce dela pedir.

- Dança uma música comigo – o cara visivelmente bêbado insistiu – Só uma musiquinha, hein...

- Não quero mais dançar, só quero ir pra casa. – ela tentou se desviar dele para sair, mas ele a segurou pela cintura e a prensou no balcão.

- Então me deixa te levar pra casa. – ele falou próximo demais.

 - Me solta. – ela agora estava assustada.

Consegui passar por todas as pessoas que estavam entre nós e parei bem atrás do cara.

- Acho que a moça te pediu pra soltar ela – falei sério. O cara não a soltou, só olhou pra mim por cima do ombro.

- E eu acho que não pedi sua opinião. – ele falou.

- Mas eu opinei assim mesmo. Agora solta a garota.

- Ou...

- Ou você vai ficar sem bater punheta por um bom tempo. – o anjo arregalou os olhos e colocou uma das mãos na boca. O cara a soltou e se virou pra mim.

- Acha que só por que é grande vou ter medo de você? – ele riu forçado e mais dois apareceram atrás dele. Eu devia imaginar que ele teria alguns escudeiros com ele.

- Olha só cara, eu não quero brigar, certo? Só quero que você deixe a garota em paz. – falei, eu não podia puxar briga com esse cara, um único soco meu podia matar ele.

- Tá com medinho, grandão? – ele provocou.

- Não, não to com medo. Só não quero e não vou caçar confusão.

- Sinto te informar, mas você já conseguiu arrumar confusão. – ele levantou o punho direito com a intenção clara de acertar um soco no meu estomago, mas eu parei a mão dele antes que ele me atingisse.

- Escuta bem porque eu vou falar uma vez só. – falei baixo enquanto apertava a mão dele, não o suficiente para quebrar, só pra doer por umas duas horas, ou dois dias – Você vai dar o fora daqui, vai correr pra sua casa e não vai repetir o que fez aqui com garota nenhuma. Se você tentar chegar numa garota e ela topar, ok, mas você não vai forçar a barra outra vez, estamos combinados? – ele balançou a cabeça freneticamente concordando, eu o soltei e ele saiu da minha frente correndo.

- Você está bem? – perguntei a anjo que ainda estava parada me olhando de olhos arregalados.

- Só um pouco... assustada. – ela murmurou.

- Senta aqui – puxei um banco pra ela – Vou te conseguir uma água.

Chamei o barman e voltei até ela com uma garrafinha de água mineral.

- Aqui, bebe devagar. – pedi.

- Acho que eu preferiria algo com álcool. – ela brincou, mas bebeu a água de uma só vez.

- Me desculpe pela forma como falei com aquele idiota na sua frente. – falei – eu devia ter escolhido melhor as minhas palavras.

- Você me salvou de um louco que queria me agarrar, eu não tenho do que reclamar, na verdade tenho que te agradecer.

- Você está sozinha aqui? – perguntei.

- Não, estou com minha prima, Laís... A propósito, sou Daniela. – ela esticou a mão pra mim.

- Jacob – segurei a mão dela, fria em comparação com a minha.

- Uau, que mão quente. – ela murmurou e soltou minha mão.

- Então Daniela, onde está sua prima? – mudei de assunto antes que ela quisesse saber o porquê da minha temperatura alta.

- Provavelmente atracada com alguém num canto escuro.

- Como você vai voltar pra casa? – perguntei.

- Vou esperar por ela.

- Posso te fazer companhia. – falei – Eu poderia te oferecer uma carona também, mas como ainda sou um desconhecido sei que você recusaria.

- Eu recusaria sim, mas não por medo de você. É que eu tenho que chegar em casa com Laís, caso contrário meu tio me mata.

- Você não mora com seus pais? – perguntei querendo saber mais sobre ela.

- Não. Eu não conheci meu pai, e minha mãe morreu quando eu tinha 12 anos, desde então vivo com meus tios.

- Eu sinto muito pela sua mãe.

- Ta tudo bem, já me acostumei com a falta dela...

- Eu sei como é, também perdi a minha quando era pequeno. – ela me deu um sorriso tímido e mudou de assunto.

- Você vai mesmo perder a sua noite aqui comigo?

- Quem disse que estar aqui com você me faz perder a noite? A sua companhia é muito agradável.

- Então pelo menos vamos encontrar um lugar pra você se sentar também – ela falou tentando enxergar um banco vazio.

- Eu estou num camarote com alguns amigos, na verdade não deve ter é mais ninguém lá, mas se você quiser podemos nos sentar lá.

- Por mim tudo bem. – ela desceu do banco. – Onde fica o camarote?

- Ali na frente. – começamos a seguir por entre as pessoas, mas nos primeiros passos já tínhamos nos afastado muito. Voltei até onde Daniela estava e a coloquei na minha frente, deixando uma das minhas mãos no ombro dela, pra que nós dois não fossemos mais separados.

Ao contrário do que eu imaginava ainda tinha gente no camarote, Seth e uma garota, eu só não conseguia identificar onde começava um e terminava o outro. Levei Daniela para o lado oposto do que os dois pombinhos estavam e me sentei com ela numa mesa.

- Quer beber alguma coisa? – perguntei.

- Algo não muito forte, por favor. – Deixei ela lá e voltei a descer até o bar, peguei mais uma cerveja pra mim e um drink desses coloridos pra ela.

- Obrigada – ela falou ao pegar a bebida da minha mão – Você faz o que da vida, Jacob?

- Eu tenho uma pequena oficina mecânica em La Push, e estou terminando a faculdade de Engenharia Mecânica na Western em Seattle.

- Engenheiro mecânico é quem desenha motores de carros e coisas desse tipo, não é?

- É sim.

- Então você gosta de carros?

- Muito. Sou realmente apaixonado por carros e motos. – dei mais um gole na minha cerveja – e você, estuda, trabalha?

- Estudo Administração na WU (n/a: Washington University) e faço estágio na empresa do meu tio.

- Por que me parece que você queria fazer outra coisa? – perguntei. Ela não falou com tanta animação que fazia administração.

- Porque eu realmente queria fazer outra coisa – ela falou baixinho.

- Queria fazer o que?

- Moda. – ela deu um risinho tímido – Sempre gostei de desenhar roupas, e de vestir minhas bonecas, ou de vestir a Laís... ela bem que me ouvia antes, mas agora veste o que dá na telha e às vezes fica horrível...

- Porque você está fazendo administração e não moda, então?

- Porque meu tio quer que eu faça administração pra tomar conta das coisas dele quando ele morrer.

- Mas você nunca falou pra ele que não é isso que você quer?

- Acho que isso é o mínimo que eu posso fazer pelos meus tios... – ela parecia triste – Eles me receberam na vida deles quando eu não tinha mais ninguém... eu tenho que ser grata.

- Bom, se você pensa assim... – dei de ombros – mas você pode fazer um curso de moda depois que se formar...

- É eu já pensei nisso também. – ela sorriu.

Seth e a garota começaram a barulhar demais no canto onde eles estavam, a principio eu achei que nem fosse tanto barulho assim que fosse apenas minha audição sensível, mas quando Daniela começou a olhar seguidas vezes na direção deles eu entendi que eles estavam incomodando.

Alcancei um porta-copos na mesa e joguei em Seth, que estava de costas pra mim.

- Mas que por... – ele ia reclamar quando me viu – Er... hey Jake, nem vi você ai...

- É, mas nós te vimos aqui... vimos e ouvimos... quer que eu te indique o caminho de um motel? – Daniela envermelhou as bochechas e deu uma olhada rápida na direção de Seth e da ‘companheira’ dele, mas depois ela voltou a olhar pros dois tentando enxergar a garota que estava se escondendo atrás de Seth.

- Laís? – Daniela perguntou e a garota de cabelo preto esticou o pescoço saindo do esconderijo.

- Oi prima.

- Essa é sua prima? – perguntei a Daniela.

- Eu te disse que ela devia estar em algum canto escuro...

- Eu não acredito que você estava me difamando pros outros Dani. – a prima Laís reclamou saindo de trás de Seth e vindo, arrumando a roupa, até onde eu e Daniela estávamos.

- Eu não preciso fazer isso por você, Laís, seus gemidos cinco minutos atrás já foram capazes de te difamar...

- Fazer o quê se o Seth é gostoso? – Laís se sentou na cadeira de frente pra mim e pra Daniela, e Seth se aproximou, parecia um pombo com peito estufado por conta do elogio que recebeu.

- Você não tá precisando de outra cerveja não, Jake? – Seth perguntou e eu vi que ele queria falar alguma coisa comigo, em particular.

- Claro, claro. – falei me levantando – Quer mais alguma coisa, Daniela?

- Só que você me chame de Dani. – ela me dirigiu um sorriso lindo.

- Eu já volto – segui Seth até o bar.

- Jake, aconteceu cara. – ele me olhou sério.

- Aconteceu o quê? – perguntei sem entender.

- Imprinting.

- Pela prima de Daniela? – ele fez que sim com a cabeça.

- To começando a entender porque vocês estavam tão... próximos.

- Foi definitivamente a coisa mais louca que me aconteceu. Ela é tão... perfeita. – ele falou olhando na direção do camarote. Segui o olhar dele e vi as duas escoradas na grade olhando na nossa direção. Meu olhar foi puxado pelo olhar de Daniela e nós sorrimos um para o outro.

- Vamos voltar – falei pegando outra cerveja e mais uma bebida pra Dani, apesar dela não ter pedido. Seth me seguiu levando o mesmo pra ele e pra Laís.

Ficamos os quatro sentados conversando, até que Laís praticamente deu um ataque quando começou uma música – que segundo ela era a mais perfeita das musicas perfeitas – e ela saiu arrastando Seth pra dançar.

- Tenho que dizer que estou meio impressionada com Laís. – Dani falou.

- Por quê?

- Ela nunca ficou tanto tempo com um cara numa boate. Acho que seu amigo fisgou minha prima.

- Quantos anos Laís tem? – perguntei mais pra saber se Seth teria problemas com o pai da garota.

- 18. Ela é dois anos mais nova que eu. Por que a pergunta?

- Só curiosidade. – olhei para a pista de dança e vi Leah e Embry agarrados um no outro, não consegui reprimir um sorriso.

- O que é engraçado? – Dani perguntou.

- Só dois amigos meus, parecem cão e gato quando estão juntos, mas acho que deram um tempo agora. – indiquei os dois e Dani riu.

- Vamos dançar? – ela falou se colocando de pé e me esticando a mão.

 - Vamos – segurei a mão dela e a segui para a pista de dança.

Passei por Leah e Embry, Jared e Kim e Seth e Laís pelo caminho, todos eles me dirigiram um olhar satisfeito.

A musica mudou quando chegamos no meio da pista. Se quando vi Dani dançando de longe ela parecia um anjo, de perto era uma deusa, a mais perfeita de todas... Afrodite era fichinha perto dela. Eu me esforçava para coordenar meus movimentos e a observar ao mesmo tempo, caso contrário eu ficaria feito um idiota babando nela.

Eu estava completamente enfeitiçado por ela, não era imprinting, eu sabia, eu não senti a ligação, mas era algo forte, algo que me fazia querer ficar com ela pro resto da vida. O que eu sentia por Bella não passava nem perto do que eu estava sentindo agora.

Eu queria beijá-la. Como eu queria beijá-la, principalmente quando ela se aproximava dançando, colando seu corpo no meu, com os lábios entreabertos e os olhos brilhantes.

- Você dança muito bem – falei no ouvido dela quando a musica acabou.

- Que nada, eu tive um bom parceiro. – ela falou alto tentando soar mais alta que o som, mal ela sabia que eu ouviria perfeitamente bem o menor sussurro dela.

Nós estávamos muito próximos, poucos centímetros separavam nossos lábios e era praticamente inevitável que nos beijássemos, mas quando estávamos quase lá, Dani se afastou.

- Acho melhor eu ir pra casa. Meu tio vai ficar preocupado com Laís. – ela falou.

 - Ok, vamos... procurar ela e Seth então. – segurei a mão de Dani e nós dois começamos a andar pela pista de dança atrás de Seth e Laís.

- Laís, hora de ir embora. – Dani falou quando os encontramos agarrados de novo, perto dos banheiros.

- Mas já? – Laís reclamou como uma criança.

- Tio John vai ficar preocupado. – Dani respondeu ignorando o bico da prima.

- Meu pai é um chato. – Laís se afastou de Seth, mas ele continuou com a mão na cintura dela.

- Já está tarde também Laís, e são duas horas até Port Angeles. – Dani justificou.

- Vocês estão de carro? – perguntei.

- Sim, ele está estacionado lá fora. – Dani respondeu.

- Eu te acompanho até lá.

- Eu também – Seth completou.

- Não tenho certeza que é seguro vocês duas seguirem sozinhas até Port Angeles. – falei escorado na janela do motorista, Dani já estava ao volante. Seth estava pendurado na outra janela grudado em Laís num beijo que parecia não acabar nunca. – Está muito tarde.

- Não tem tanto perigo assim Jake. – ela falou me fazendo sorrir ao me chamar pelo meu apelido.

- Tem sim. – falei – Eu vou seguindo vocês. Tenho certeza que Seth vai fazer o mesmo.

- Tudo bem, eu sei que não vai adiantar dizer que não precisa, você vai me seguindo assim mesmo. – ela sorriu.

- Me espere aqui. – pedi e fui até minha moto. Mandei uma mensagem pro celular de Embry avisando que já tinha ido embora. Seth veio correndo pegar a moto dele também e nós seguimos até o carro das meninas. Assim que nos viu, Dani ligou o carro e nós fomos embora.

Ela dirigia bem, era cuidadosa, o que me deixava tranquilo ao imaginar ela indo pra faculdade em Seattle sozinha.

Chegamos rápido em Port Angeles, não tão rápido como eu chegaria se estivesse sozinho claro. Dani começou a dirigir na nossa frente, indicando o caminho da casa delas, alguns minutos mais tarde estávamos parando na frente de uma grande casa na West 5th St*.

- Chegamos – ela falou descendo do carro. Laís mal tinha esperado o carro parar e Seth tirar o capacete e já estava pendurada no pescoço dele.

- Você dirige bem. – falei descendo da moto e escorando no carro junto com ela.

- Eu sei ser cuidadosa – ela falou rindo – Aqueles dois vão se desgrudar um dia? – ela brincou apontando Seth e Laís.

- Acho que não – falei sabendo que quando Laís descobrisse sobre o imprinting e os lobos a coisa ia ficar bem mais melosa.

- Você e Seth também moram aqui em Port Angeles?

- Não, moramos em La Push. – falei.

- O lugar perto de Forks? Que tem umas praias lindas?

- É. Você já foi lá? – perguntei.

- Não, vi algumas fotos de uns colegas de faculdade. Eles passaram o ultimo feriado lá. É um lugar muito lindo.

- E chuvoso. – ri – Mas quando o sol resolve aparecer é mesmo lindo.

- Talvez eu vá junto dos meus colegas da próxima vez. – ela falou com um sorriso tímido.

- Eu vou gostar disso. – respondi baixo e vi as bochechas dela ficarem rosadas.

- Acho melhor eu entrar. – ela se endireitou – Foi um prazer conhecer você, Jake.

- O prazer foi todo meu.

- E obrigada pela escolta. – ela ficou na ponta dos pés e me deu um beijo no rosto – Boa noite. E cuidado na estrada de volta pra casa, ok?

- Pode deixar. – eu sorri e dei um beijo na testa dela – Boa noite.

Ela sorriu de volta e andou para a varanda.

- Laís, larga o Seth logo. – Dani pediu e Laís se soltou de Seth com uma dificuldade enorme.

- Boa noite princesa. – Seth se despediu da morena e nós dois fomos pra casa.

...

Mal pisei em casa e meu celular vibrou indicando mensagem.

De: Lee
Para: Jake
Saiu cedo... levou a garota pra casa???

Leah curiosa, respondi rápido.

De: Jake
Para: Lee
Curiosa. Ela não está comigo, a deixei em casa, em Port Angeles. Vou dormir sozinho hoje. E você??? Pensa que não te vi com Embry???? A noite continua ou vai parar ai na boate mesmo?

Apertei o botão para enviar e esperei a resposta, que chegou rápida.

De: Lee
Para: Jake
Intrometido. Não é da sua conta o que vou fazer hoje. (rs) Embry é uma surpresa que eu não imaginava acontecer... mas é só o que vou falar... agora e a sua garota? Ela não quis você? Te deu um passa fora?? (rs)

De: Jake
Para: Lee
Não, ela não me deu um passa fora. Só que ela não é mulher pra uma noite... prefiro conhece-la bem e tê-la pra vida inteira.

De: Lee
Para: Jake
Oh meu Deus, você se apaixonou Jacob Black! Por favor liga pra ela amanhã, não a perca!

Só quando Leah mencionou para eu ligar pra ela é que eu me toquei que eu não peguei o telefone de Dani.

- Burro! – falei pra mim mesmo. Deixei o celular no criado mudo ao lado da minha cama e comecei a tirar a roupa pra dormir.

Eu até tinha pensado em tomar um banho, mas percebi o perfume de Dani na minha pele e decidi dormir sentindo o cheiro dela.

Me joguei na cama pronto pra dormir, quando ouvi o celular vibrar de novo. Leah não ia mesmo me deixar em paz. Abri a mensagem e me assustei com o numero desconhecido no visor.

De: Desconhecido
Para: Jake
Boa noite. Tenha bons sonhos. Adorei conhecer você, meu herói. xoxo Dani.

O sorriso que tomou conta do meu rosto era gigantesco. Eu não sabia como, mas ela tinha conseguido meu numero, e isso me deixava mega feliz. Me apressei em gravar o numero dela na memoria do meu telefone.

De: Jake
Para: Dani
Também gostei muito de conhecer você anjo. Como conseguiu meu numero? Não que eu não tenha gostado.

De: Dani
Para: Jake
Pedi para Laís que pediu para Seth. Me desculpe, eu queria te desejar boa noite mais uma vez, não resisti quando vi que Laís estava conversando com seu amigo. Eles já estão no telefone há quase uma hora, acredita?... ah e adorei o ‘anjo’.

Eu acreditava, e queria estar falando com Dani também, para ouvir a voz dela, mas ela precisava descansar.

De: Jake
Para: Dani
Queria passar a noite conversando com você também, mas não posso tirar as suas horas de descanso... e você é definitivamente um anjo.

De: Dani
Para: Jake
Eu realmente estou cansada. Rs. Vou te ver outra vez?

De: Jake
Para: Dani
Sempre que você quiser.

De: Dani
Para: Jake
Isso me deixa feliz. Boa noite Jake. S2

De: Jake
Para: Dani
Boa noite meu anjo. ;*

Coloquei o telefone de volta na mesa de cabeceira e me deitei, eu demoraria muito pra dormir com todas as lembranças frescas na minha cabeça. Eu podia sentir que Dani estava entrando pra mudar de vez minha vida.

N/A: Não se preocupem que não tem erro de script, ainda não tem personagem interativo porque ela ainda vai surgir... Agora me digam, o que acharam? Deixem coments já tenho 4 caps adiantados, então logo pode ter mais.... Bjos....


CAPITULO 2

Acordei cedo e totalmente bem disposto, vesti uma calça de flanela, fiz minha higiene matinal e fui para a cozinha preparar meu café da manhã.

Estava tão animado que nem me importei quando bateram na minha porta, mesmo sendo cedo ainda.

- Bom dia, chefe – Seth falou entrando e Leah surgiu logo atrás dele.

- Bom dia, Jake. – Lee também me cumprimentou.

- Bom dia. A que devo a visita tão cedo? – perguntei voltando pra cozinha com os dois me seguindo de perto.

- Laís. – Seth falou se sentando à mesa – Eu quero contar pra ela sobre os lobos.

- Não acha que está muito cedo? – perguntei.

- Eu disse o mesmo... acho que ele poderia pelo menos esperar seu namoro com a menina da boate engatar, porque eu sei que vai engatar...

- Leah, eu não sai com Dani nem uma única vez, porque aquele encontro na boate não conta, aquilo foi o acaso, e você já está praticamente me casando com ela.

- Pfff... eu vi vocês dois dançando Jake. Vi como vocês se olhavam... você está apaixonado por ela e ela por você....

- Hey vamos voltar ao meu assunto, por favor? – Seth reclamou – Então Jake, eu posso contar pra Laís?

- Não sem antes ela saber das lendas. – falei – Faz o seguinte, vai até o conselho e marca um dia pra fazermos uma fogueira, você convida Laís e meu pai conta as lendas, ai depois você conversa e conta tudo pra ela.

- Ok, vou no conselho agora. – ele se levantou.

- Aproveita e chama os garotos, fala que vai ter reunião mais tarde, quero todos aqui.

- Eu aviso.

- Eu ajudo Seth a avisar – Leah se levantou.

- Nem pensar, você senta ai – puxei ela pra que voltasse a se sentar – Vai me contar o que aconteceu ontem...

- Qual é Jake, não é porque namoramos um tempo que criamos tanta intimidade assim... me erra.

- Não, eu não vou te errar... fala logo Lee. Você e Embry rolou alguma coisa?

- Caramba que curioso você! – ela reclamou – Rolou sim, mas eu não vou te contar detalhes. E ai do cabeçudo do Embry se contar!

- Eu não quero saber de detalhes, quero saber de você. Como você está com isso?

- Normal. Embry não é o primeiro cara do bando que transa comigo...

- Falando assim parece que você transou com o bando todo, Lee. Quando na verdade fomos só Embry e eu.

- Vai querer saber se ele foi melhor que você? – ela falou rindo.

- Hahaha não quero saber... confio no meu taco... – nós dois rimos juntos.

- A garota....

- Dani. – falei pra que Lee parasse de chamar ela de garota.

- Tá, tá... a Dani... é sério mesmo? Tipo você está mesmo gostando dela?

- Acho que sim... eu não sei explicar o que eu tô sentindo. – falei – é algo mais forte do que o que senti por Bella, mas não é imprinting, entende?

- É uma vontade doida de ficar perto e querer tocar o tempo todo, mas ao mesmo tempo um medo louco de tudo se desfazer em pó... e uma fraqueza miserável que te faz sentir um ninguém quando a pessoa não está por perto só que te faz sentir a maior pessoa do mundo quando está ao lado dela? – Leah me olhava séria, eu provavelmente estava de boca aberta, porque ela tinha descrevido exatamente o que eu sentia – Pela sua cara de idiota – ela continuou – eu vejo que é isso mesmo... você está amando essa garota Jake. Eu sei porque era isso que eu sentia pelo Sam.

- Caramba Lee, nunca imaginei que fosse algo assim... – falei sentindo um pouco de pena dela por ela ter sofrido tanto.

- Já passou Jake, eu não sinto mais isso, nem sofro por não sentir... – ela sorriu e se levantou pra pegar mais café – Agora quanto à Dani... você devia ir atrás dela. Não deixa ela escapar, você precisa de um amor na sua vida e de alguma forma eu sinto que é ela.

- Eu também sinto isso – falei – O vazio que eu sentia sumiu, eu sei que ela tá entrando na minha vida pra mudar tudo.

- Então segura ela. – Leah colocou a xícara na pia e andou na direção da porta – Eu vou indo. Vou acordar o preguiçoso do Embry que ainda deve estar babando no meu travesseiro.

- Embry dormiu na sua casa? – perguntei, um pouco alto demais e ela me fuzilou com olhos – Desculpa, fui pego de surpresa pela informação.

- Surpresa? Você achou que eu ia transar com Embry na casa dele, tipo com a mãe dele no quarto do lado?

- Não é isso, é só que eu não imaginei que você o levaria pra sua casa... mas tá de boa, vai lá acordar ele, afinal ele tem que estar na reunião.

- É eu vou mesmo... – ela falou – Essa conversa ta ficando esquisita.

(...)

Os meninos estavam mais uma vez lotando minha sala. Era assim agora, como eu era o alpha das duas matilhas, as reuniões aconteciam aqui. A única coisa que eles ficavam reclamando era que não tinha mais a comida boa de Emily.

Vez ou outra a nossa ‘mãezona’ ainda aparecia por aqui nas reuniões e preparava alguma coisa, mas ultimamente ele não tem vindo por causa do Samuel Jr. que nasceu há poucos meses... então eram Leah e Kim que se viravam na cozinha.

- Então chefia, qual o problema? – Embry perguntou.

- Não tem problema especificamente. – falei – só achei que devíamos reorganizar as coisas. Eu sei que as rondas tem sido eventuais, mas eu percebi que elas têm sido feitas repetidas vezes pelas mesmas pessoas.

- Como assim? – Leah saiu da cozinha para ouvir melhor.

- Rachel me ligou um dia desses e reclamou que Paul está fazendo mais rondas que outros lobos. – continuei – eu comecei a reparar e vi que ela estava certa, e que Quill também está mais vezes na ronda, e Jared e Leah também, ou seja, os solteiros e mais novos estão sobrecarregando os mais velhos pra poder se divertir.

- Não é assim não – Brad se levantou reclamando.

- Ah não? Então me diz ai espertão quando foi a ultima ronda que você fez? – Paul perguntou, mas Brad ficou calado – Sem problema, eu respondo por você, foi há três meses.

- E qual é a necessidade de ficar correndo nessa floresta se não tem mais vampiro nenhum por essas bandas? – Brad tentou argumentar.

- A questão, Brad – falei – é que os figurões italianos sabem da nossa existência, e você viu no dia da batalha que eles se interessaram em nos ter nas filas da guarda deles. Nós não vamos é óbvio, mas isso não impede que eles venham atrás da gente.

- Jake, acorda, já se passaram 4 anos e ninguém veio atrás de nós? Eles nem devem lembrar mais disso. – ele retrucou.

- Ai é que está Brad. Edward me disse antes de ir embora, que às vezes pro vampiro o tempo não passa como pra nós humanos. Muitas vezes eles contam os anos como dias... e talvez também seja exatamente o que eles querem: que nós nos deixemos descuidar. Que nós esqueçamos das nossas fronteiras e deixemos a porta da reserva aberta com um convite de “entre e fique a vontade” em letras garrafais. – todos eles ficaram calados olhando pra mim – As ronda continuam até a segunda ordem. E todos, eu disse todos, vão participar.

- Você vai reorganizar os horários, certo? – Paul perguntou.

- Sim. Foi pra isso que chamei vocês aqui. Não é preciso que vocês fiquem o dia inteiro na ronda. Durante o dia todos estamos acordados e atentos para o que está acontecendo, então vocês podem levar o dia normal, basta ficar de olho em qualquer barulho ou movimento estranho.

- E em qualquer cheiro estranho também. – Leah completou.

- Isso mesmo, Lee. – continuei – durante a noite, eu quero apenas alguns turnos. Algumas voltas na floresta pra garantir que não tem nada de estranho por lá. Dois por noite é suficiente. Dividam-se em duplas e escolham um dia da semana.

Eu ia continuar quando meu celular tocou e o nome na tela me fez sorrir. “Dani”.

- Vão se decidindo ai que eu vou atender lá fora. – falei saindo com um coro de ‘uhuhhhh’ ficando pra trás.

- Oi anjo. – falei ao atender.

- Oi Jake. To te atrapalhando?

­- ­De maneira nenhuma. É muito bom ouvir sua voz. – ela deu uma risada tímida.

­- Er... eu liguei pra te fazer um convite. – ela parecia insegura em falar – Um amigo do meu tio vai inaugurar uma loja aqui em Port Angeles, eu achei que talvez fosse interessante pra você. A loja vai ser meio que uma mistura de oficina mecânica, montadora de automóveis e concessionária.

- Eu ouvi falar de algo assim na faculdade... – comentei.

- Então você topa ir comigo? É que eu não queria ir sozinha... e meu tio está insistindo pra eu ir porque vai ser importante pra minha carreira e blá blá blá.

- Vai ser maravilhoso te acompanhar. – quase completei que seguiria ela até a lua se ela me pedisse, mas resolvi deixar quieto – Quando vai ser?

- No próximo sábado, às 22h, eu peço Seth pra te levar o endereço, acho que ele vem aqui ver a Laís hoje...

- Eu pego você ai na sua casa, sábado às quinze pras 22h, pode ser?

- Não precisa se incomodar, eu te encontro lá.

- Eu faço questão. Te pego ai.

- Ok então... Acho que vou parar de te incomodar agora...

- Você não me incomoda, nunca. – falei, mas eu não estava pronto pra deixar de ouvir a voz dela ainda – Escuta, você vai estar muito ocupada hoje?

­- Não, porque?

- Eu preciso comprar roupas, e queria uma ajuda feminina...

- Adoraria ajudar você, você vai comprar aqui em Port Angeles ou em Forks mesmo?

- Ai em Port Angeles. Posso passar na sua casa? Às 16h?

- Vou estar te esperando.

- Ok, então.

- Nos vemos mais tarde...

­- Até mais tarde, anjo.

Precisei de toda minha força pra desligar o telefone. Eu estava virando um dependente em Dani, e isso porque nem mesmo tinha a beijado.

- Hey alpha, já que o romance ai acabou você bem que podia vir terminar a reunião né? To querendo ir ver minha garota. – Seth reclamou da porta.

Voltei pra dentro e reorganizei as ronda e tudo mais e dispensei os garotos, eu tinha que me arrumar pra encontrar Dani. Tomei um banho e coloquei um jeans e uma camisa branca. Calcei meu tênis e sai. Antes enviei uma sms pra Dani avisando que estava saindo de La Push e que em uns quarenta minutos estava passando lá.

Antes que eu sentasse na moto meu celular vibrou indicando o recebimento de uma mensagem.

De: Dani
Para: Jake
Quarenta minutos? Está louco Jake? Leva pelo menos uma hora pra chegar aqui. Não venha correndo, por favor. Não quero que aconteça um acidente.

Eu sorri com a preocupação dela, pena que eu não poderia dizer que era uma preocupação a toa, afinal ela não sabia sobre os lobos. Ainda.

De: Jake
Para: Dani
Minha moto é rápida e segura. Vou estar ai rapidinho e inteiro.

Liguei a moto e acelerei para Port Angeles. Mesmo que eu fosse um humano normal, não teria tanto perigo correr na estrada que liga Forks a Port Angeles num domingo. Era tudo deserto apenas um carro ou outro passava por mim, e como eu podia ouvi-los se aproximando, eu reduzia a velocidade antes.

Cheguei rápido na casa de Dani, em mais de quarenta minutos, pra que ela não ficasse brava, mas em menos de uma hora, pra que eu pudesse vê-la de novo mais rápido.

Dani saiu de casa assim que parei a moto na porta. Ela estava linda vestida numa calça jeans clara justa e com uma blusa soltinha de alças. Tão delicada e tão linda.

- Oi. – ela disse sorrindo.

- Você está linda – falei e a vi corar.

- Obrigada. Você veio correndo, né? – ela tento fazer cara de brava, ficando ainda mais linda.

- Só um pouquinho – falei – Eu gosto de sentir a velocidade.

- Eu não. Fiquei preocupada com você. E se acontecesse alguma coisa?

- Mas não aconteceu. – sorri e estiquei um capacete pra ela – Vamos?

- Só se você me prometer que não vai mais correr nessa coisa. – ela fez uma careta para a moto.

- Você não gosta de motos? – perguntei, ela fez que não com a cabeça e colocou o capacete.

- Você me indica algum lugar? – perguntei colocando meu capacete também.

- Você pode ir até o calçadão da baía, mas pra ser bem sincera acho perda de tempo... eu te sugiro uma loja de departamentos que tem a algumas ruas da baía... tem de tudo lá...

- Onde é essa loja? – perguntei.

- Na Lincoln Ave. – ela subiu na moto. Senti ondas de calor atravessarem meu corpo quando ela me abraçou pela cintura, colando o corpo no meu.

Estacionei a moto na porta da tal loja de departamentos. Dani desceu e me entregou o capacete, que eu prendi no guidom da moto fazendo o mesmo com o meu capacete em seguida.

- Você está procurando o que especificamente? – ela perguntou assim que entramos na loja.

- Calças, camisas, bermudas, sapatos... Segundo Embry, to precisando de um tapa no meu visual.

- Embry é?...

- Um amigo meu... aquele que eu te mostrei dançando ontem, com outra amiga minha.

- Ah... a gata e o rato. – ela brincou me fazendo rir.

- Isso mesmo.

- Então, vamos começar né? – ela riu e me puxou pela mão, parando numa das sessões da loja.

Dani pegou várias camisas, colocando algumas na minha frente como se para conferir se combinavam comigo. Ela fazia careta para algumas e as colocava de volta no lugar, as que ela gostava simplesmente jogava pra mim. Ela fez o mesmo na hora de escolher as calças, e as bermudas.

- Tem certeza que essa vai ficar legal? – perguntei mostrando uma camisa mais social que ela tinha me entregado, era tão Edward.

- Tenho. – ela falou – Confia em mim. vai ficar lindo, principalmente se você vestir com esse jeans e colocar um tênis mais social...

- Tá bom, eu acredito, Srta. Eu entendo de moda. – brinquei ela pôs língua pra mim e me empurrou na direção do provador.

- Anda, experimenta todas.

- Não precisa, eu sei que vão servir. – falei, se eu fosse experimentar essas roupas uma a uma, ia ficar uma eternidade aqui, era roupa demais.

- Deixa de ser reclamão. Eu quero ver como elas vão ficar em você.

- Mas olha o mundo de roupa que tem aqui. – mostrei as roupas no meu braço – Vai demorar a vida toda.

- Exagerado... – ela riu – Então faz assim, experimenta essas. – ela tirou algumas peças reduzindo a pilha à metade – as outras são iguais a elas, só muda a cor e um detalhe ou outro...

- Bem melhor. – falei e ela me empurrou para uma das cabines vazias.

- Eu quero ver. – ela gritou do lado de fora. Coloquei as roupas num banco que tinha do lado de dentro e vesti a primeira, um jeans e a camisa “Edward” saindo para mostrar a Dani.

- Eu disse que ficaria lindo. – ela falou sorrindo – Mas fica melhor se você usar as mangas dobradas assim.

- Realmente ficou legal – falei olhando no espelho.

- Eu imagino que não seja o tipo de roupa que você costuma usar – ela falou me olhando pelo espelho.

- Não é. – respondi – Mas vai ser bom mudar um pouco. Eu sinto que de alguma forma tudo na minha vida vai mudar.

Ela mordeu os lábios e ficou vermelha, me encarando com aqueles olhos verdes lindos.

- É melhor você experimentar as outras. – ela voltou a se sentar numa cadeira que tinha perto dos provadores.

Eu experimentei todas as outras, mostrando-as a Dani, que sempre me indicava a melhor forma de combinar as peças.

- Você devia mesmo fazer moda. – falei quando estávamos saindo depois que eu paguei as compras.

- Administração também é uma área boa. – ela argumentou – Eu terei várias opções no que trabalhar quando me formar.

- Mas vai optar por cuidar dos negócios do seu tio. – falei – Por falar nisso ele trabalha em quê?

- Ele tem uma empresa de consultoria. Ele ajuda outros empresários a organizar seus negócios. Faz os planejamentos, os arranjos de funcionários, a organização das finanças... coisas assim.

- Então depois que você se formar vai ficar atrás de uma mesa cuidando do futuro de outras empresas.

- Mais ou menos isso. – ela sorriu fraco – Mas confesso que fiquei pensando no que você disse ontem, sobre eu fazer o curso de moda quando me formar. Só não sei o que meu tio vai pensar disso...

- A vida é sua Dani, é você quem tem que decidir. – falei e resolvi mudar de assunto, porque ela estava ficando com o olhar triste. – Você tinha razão – falei dependurando as sacolas no guidom da moto – dá pra encontrar de tudo aqui nessa loja.

Indiquei com a cabeça as sacolas que tinham camisas, calças, bermudas e sapatos.

- Mas ainda temos que ir em outra loja. – ela sorriu sapeca.

- Outra?

- Sim. Temos que comprar uma roupa pra você usar na festa próximo sábado. – ela me olhou sorrindo – Eu estou sendo abusada né? Desculpa... mesmo, é que a ideia de produzir alguém me deixa empolgada.

- Não se desculpe... – falei – faça de mim seu boneco hoje.

- Jura? – os olhos dela brilharam depois ela ficou séria – Jake, não me faça promessas que vão te fazer se arrepender depois.

- Nunca vou me arrepender de passar um tempo com você – falei fazendo-a corar.

- Então vamos, tem uma loja ótima pra escolher sua roupa. Fica na baía... – ela me pegou pela mão, esperando eu tirar as sacolas da moto antes de me arrastar pelas ruas de Port Angeles.

Eu estava amando esse jeito maluco dela. Andaria por toda Port Angeles pra ficar ao lado dela.

- Você ficou lindo! – ela falou depois que eu experimentei cinco roupas diferentes – Não que você não seja lindo... quer dizer... qualquer roupa fica bem em você... – ela se enrolava na fala ficando com as bochechas vermelhas.

- Eu entendi, anjo. – falei a interrompendo – Também gostei dessa roupa.

Ela havia escolhido uma camisa azul marinho com gola “v” e uma calça jeans escura, um sapato e um blazer preto por cima da camisa.

- Então vamos? – ela perguntou se levantando na direção do caixa.

- Faz o seguinte, vai levando essas sacolas pra moto que eu vou pagar e te espero lá.

- Tem certeza? – ela arqueou um sobrancelha – Eu posso te esperar.

- Tenho certeza – falei – Me espera lá.

Ela assentiu e saiu da loja. A verdade é que eu queria que ela se afastasse pra que eu pudesse comprar um presente pra ela, sem que ela visse. Eu percebi o quanto ela tinha gostado de um vestido, e como ela ficou o olhando por horas.

Fui até uma das vendedoras e indiquei o vestido, como ela tinha percebido Dani comigo, ela soube me vender o tamanho certo de Dani. Paguei pelo vestido e por minha roupa e fui me encontrar com ela na minha moto.

- Quer comer alguma coisa? – perguntei – Eu estou morrendo de fome.

- Tem um restaurante legal logo ali, o que acha de comermos lá. – ela apontou na direção do Diary Queen – É bem simples, mas a comida é boa. Tem o Bella Itália também, se você preferir...

- Não, vamos no Diary Queen. – Dani passou o braço pelo meu e nós fomos na direção do restaurante.

(...)

Nós entramos no restaurante e ficamos conversando enquanto esperávamos pelos nossos pedidos. Dani tinha escolhido um risoto e um filé de peixe grelhado e eu um hambúguer com batata frita.

- Você tem ideia do quanto de gordura tem nesse pedaço de carne que você está comendo? – Dani perguntou me olhando séria.

- Não vou sair da minha forma – brinquei – vou continuar lindão e gostoso...

- Eu não to falando disso – ela riu – mas toda essa gordura vai pras veias do seu coração, sabia?

- Minha saúde está e vai continuar perfeita, pode ficar tranquila quanto à isso – sorri tentando acalmá-la, mas ela me olhava curiosa – Você vai entender, cedo ou tarde. – falei, Dani deu de ombros e voltou a se concentrar na comida.

Eu fazia todo o esforço do mundo pra não parecer um idiota, porque era exatamente como ela me fazia sentir. O jeito dela sorrir, mexer o cabelo, o biquinho que ela fazia de vez em quando, ou como os olhos dela brilhavam quando ela falava de algo que gosta, tudo isso me fazia querer ficar o dia todo ali, só olhando pra ela.

- Vamos? – ela falou pegando a bolsa que estava na cadeira ao lado dela.

- Nem pense em querer pagar essa conta. – falei antes dela tirar a carteira da bolsa.

- Jake, você já gastou demais hoje, deixe isso por minha conta. – ela fez biquinho.

- Nem pensar – falei tirando a minha carteira e colocando uma nota de 50 dolares dentro da pastinha com a conta.

- Isso é machismo. – ela resmungou.

- Não é não, eu te convidei para sair hoje, então eu pago.

- Isso quer dizer que quando eu te convidar, eu posso pagar? – ela disse risonha.

- Talvez... – sorri me levantando e afastando a cadeira para ela.

- Pra casa agora? – ela perguntou.

- Sim. – falei – Queria ficar mais tempo com você, mas tenho que te devolver para o seu tio antes que ele fique bravo comigo...

- Tá com medo do Sr. Stewart? – ela perguntou risonha.

Nós seguimos andando até a aonde minha moto tinha ficado.

- Entregue – falei ao pararmos na frente da casa de Dani.

- Adorei passear hoje, sempre que precisar de companhia me ligue.

- Olha que eu ligo mesmo – brinquei a fazendo rir.

- Então até sábado, Jake – ela me deu um beijo no rosto e se virou para entrar.

- Sábado? – foi minha vez de fazer bico – Falta tanto pra sábado... achei que pudéssemos almoçar juntos em Seattle qualquer dia desses.

- Talvez. – ela sorriu – Eu te ligo pra combinarmos.

- Dani, espera – pedi. Ela voltou a parar na minha frente.

Eu peguei a sacola do guidom da moto e a entreguei.

- O que é isso? – ela me olhava confusa.

- Um presente – falei, ela abriu a sacola vendo o vestido dentro.

- Eu não acredito que você comprou um vestido pra mim, Jake. – ela falou com uma expressão entre o brava e o surpresa.

- Eu vi que você gostou dele, e quis te dar um presente. – me expliquei.

- É lindo. – ela sorriu – E eu amei.

- Que bom, quero que você o use sábado, pode ser?

- Com certeza.

- Até breve. – dei um beijo no rosto dela e coloquei o capacete, ligando a moto em seguida.

(...)

Mal parei a moto na porta da minha casa e Leah apareceu – do nada, diga-se de passagem – pulando na minha frente.

- Então como foi? – ela perguntou.

- Oi, Lee, eu estou bem e você? – falei a fazendo revirar os olhos.

- Eu sei que você está bem, Jacob. Essa sua cara de pateta entrega isso. – ela falou pegando algumas sacolas da minha mão – Compras? Realmente você estava precisando. Dani foi com você?

- O que isso? – perguntei me virando pra ela assim que entrei na sala – Interrogatório?

- Ah cala a boca Jake. – ela colocou as sacolas no sofá – Até parece que você não fez um interrogatório hoje de manhã, querendo saber tudo sobre Embry e eu...

- Outch! Me pegou. – eu ri – Ok, sim eu fui fazer compras com Dani e nós jantamos juntos. Satisfeita?

- Não rolou nada? – ela estava de sobrancelhas arqueadas.

- Não Lee, não rolou nada. Nós estamos nos conhecendo. – falei. peguei as sacolas para leva-las pro meu quarto – Eu vou tomar um banho.

Deixei as coisas na minha cama, depois eu arrumaria tudo no lugar, tirei minha roupa e fui para o banheiro. Leah ainda estava na sala, eu podia ouvir o som da TV ligada. Fechei os olhos e deixei a agua quente cair nas minhas costas, minha mente foi instantaneamente levada pra Dani. O que ela estaria fazendo agora? Ela estaria lembrando de mim? Ela estava tão mexida comigo como eu estava com ela?

Sai do banheiro e vesti uma bermuda e fui pra sala.

- Dani acabou de ligar – Leah falou apontando para o meu celular que estava em cima da mesa de centro.

- O que ela falou? – perguntei pegando o telefone.

- Nada. Só perguntou quem era e disse que te ligava depois.

- Eu devo ligar pra ela ou esperar que ela me ligue? – perguntei encarando o telefone na minha mão

- Liga pra ela, oras! – Leah me olhou como se fosse óbvio. Eu ainda fiquei uns minutos olhando o telefone. – Ok, estou indo embora...

- Não to te mandando embora – falei.

- Mas eu estou indo assim mesmo. – ela riu – Embry me chamou pra ir ao cinema.

- Vai sair com Embry de novo? – a olhei.

- Vou. E isso não é da sua conta. – ela saiu sem me dar chance de falar qualquer coisa a mais.

Liguei para Dani, mas o telefone tocou várias vezes e ela não atendeu. Tentei mais duas vezes, mas ela não atendia. Deixei o telefone de volta na mesa e me sentei no sofá, ela devia estar no banho por isso não podia atender. Fiquei ali tentando focar minha atenção na TV e não no fato de Dani não ter atendido o telefone, eu estava completamente dependente dela.


CAPITULO 3



Parei na porta da casa dos Cullen no Alaska. A razão pra eu ter vindo aqui? Duas na verdade. Eu queria ver como Bella e Renesmee, minha afilhada, estavam e queria conversar um assunto sério com Emmett, algo que eu ainda não acreditava que ia fazer, mas por Dani eu faria.

- Jake! – Bella saiu na porta assim que estacionei a moto.

- Hey Bells, como vão as coisas? – perguntei a abraçando, foi automático para nós dois franzir o nariz, ainda não tínhamos nos acostumado com o cheiro um do outro, e duvido que um dia nos acostumaríamos.

- Tudo tranquilo por aqui. – ela sorriu – E em La Push? Como estão Billy, Rachel e Rebecca?

- Todos bem – falei – o bebê de Rach e Paul nasce logo.

- E você? – ela me olhou com aquele olhar que parece ver minha alma – É impressão minha ou tem um brilho diferente nos seus olhos?

- Tem um brilho novo na minha vida – falei – E ele tem nome e endereço...

- Alguém alcançou seu coração? – ela sorriu – Finalmente! Qual o nome dela?

- Daniela.

- E vocês estão juntos a quanto tempo?

- Não estamos juntos... ainda. Estamos nos conhecendo. – ela sorriu – E a Ness? Cadê ela?

- Renesmee, Jake. Para de chamar minha filha por nome de monstro.

- Bells, você colocou um nome muito comprido e difícil nessa menina, acostume-se porque eu vou chama-la de Ness. – ela revirou os olhos, se o cabelo dela fosse loiro eu teria enxergado a Rosalie nesse momento.

- Ela foi caçar com Edward. Ele é o único que consegue isso, já que ela insistiu em só comer a comida de Esme agora...

- Não culpe a garota, Esme cozinha bem. – falei – E o grandão, está por ai?

- Emmett? – ela perguntou e eu confirmei, por acaso tinha outro grandão naquela casa? – Na sala.

Entramos e eu encontrei o grandão, como sempre, jogando videogame.

- Hey big dog... sentiu saudades de perder pra mim? – ele brincou sem tirar os olhos do jogo.

- Na verdade – falei me sentando ao lado dele – Eu vim te fazer uma proposta...

- Não... nem pensar, a Rose me satisfaz, não estou afim de testar novas experiências...

Dei um pedala forte na cabeça dele, o fazendo se desequilibrar pra frente. Ele riu alto.

- Fala ai. – ele largou o videogame de lado – O que você quer?

- Ainda está interessado na minha moto? – ele arregalou os olhos e me olhou sem acreditar.

- Aquela belezura? Por que você está me oferecendo ela?

- Vai vender sua moto Jake? – Bella se sentou no braço do sofá ao meu lado – Por que, está precisando de dinheiro?

- Não. Não é isso. – falei, aposto que Bella tinha pensado que pode me arrumar o dinheiro que eu estivesse precisando – E eu não quero vender a moto. Na verdade quero trocá-la.

- Trocar? – Emmett me olhou sem entender. Eu não sabia que vampiros podiam ser tão lentos.

- É trocar, minha moto pelo seu Jeep. – falei – Você sabe que ela vale bem mais que o Jeep...

- Sim eu sei – ele falou se inclinando pra frente e apoiando os cotovelos nos joelhos - trocar meu Jeep... por aquela belezura de moto... porra é tentador...

- Por que você quer trocar pelo Jeep Jake? – Bella perguntou.

- Dani não gosta de motos. – falei – E como eu pretendo sair muitas outras vezes com ela...

- Leva o meu carro então – Bella falou – Eu nem uso ele mesmo.

- Eu agradeço Bells, sei que sua intenção é boa, mas uma Ferrari é demais para La Push...

- Tem o Volvo... Edward não vai se importar... além do mais eu sei que ele pode comprar outro depois...

- Não Bells. – falei – Meu interesse é o Jeep. Eu vim aqui fazer a proposta pro Emmett porque sei que ele gostou da moto quando eu comprei. Mas se ele não quiser a troca, eu vendo a moto e compro um Jeep, como eu disse, ela vale mais.

- Não. – Emmett praticamente gritou – Eu fico com a moto. Tá louco de vender aquela belezura para outra pessoa?

- Então tá feita a troca? – perguntei ele levantou e subiu as escadas correndo, voltando em segundos e me jogando as chaves e os documentos do carro.

Entreguei ele as chaves e os documentos da moto, o vendo sorrir feito criança.

- Vou dar uma volta. – ele levantou e saiu correndo.

- Parece criança – Bella se sentou ao meu lado – Então você abriu mão da moto, sua paixão, pela garota. Ela é especial mesmo...

- Bastante – falei – Será que Edward e Ness demoram? Tenho que voltar pra casa, tenho aula amanhã.

- Eles já devem estar voltando. – ela sorriu – Renesmee cresceu muito.

- Pelo menos a preocupação com isso já acabou, né?

- Sim. Nahuel ajudou bastante. Renesmee aparenta ter hoje uns 15 ou 16 anos, e em três anos chega à fase adulta e aparência de 20. Mas sabemos que ela não envelhecerá mais, apesar de não ser completamente imortal.

- Bom ela tem oito vampiros pra cuidar dela. – falei – e uma matilha bem grande como reforço.

- Sim eu sei que o padrinho dela não vai a deixar desamparada. – Bella sorriu – É bom saber que nós não nos afastamos Jake. Eu gosto de ter você na minha vida.

- Da maneira certa agora. – falei.

- É da maneira certa.

Minutos depois Edward entrou pela porta da frente e um furacão veio atrás dele pulando no meu colo.

- Tio Jake! – Ness falou sorrindo.

- Caramba garota, olha só o seu tamanho! – falei retribuindo o abraço apertado que ela me dava.

- Sim, cresci bastante... você teria percebido se viesse me visitar mais vezes. – ela fez bico.

- Me desculpe. – falei – Estive ocupado.

- Daniela? – Edward falou do nada – Finalmente encontrou alguém... achei que você fosse ficar pra titio.

- Vai fazendo piadinha – falei. Eu teria encontrado meu par a muito tempo se você não metesse essa sua cara de estátua no meio do caminho. Completei em pensamentos o fazendo fechar a cara. Depois nós rimos e Bella e Ness ficaram nos olhando esquisito.

Ficamos ali conversando um pouco, Esme como sempre preparou um de seus pratos incrivelmente bons, apesar do cheiro de vampiro, depois eu voltei pra casa.

Tomei um banho assim que cheguei, eu cheirava vampiro e isso era meio incomodo. Dani não tinha me retornado e ainda não atendia as minhas ligações, e eu já estava começando a me preocupar. Liguei pra Seth, ele tinha encontrado Laís hoje, e saberia se aconteceu alguma coisa com Dani.

- Fala Jake. – Seth respondeu assim que atendeu.

- Você sabe se aconteceu alguma coisa com Dani? – perguntei de uma vez.

- Até a hora que eu sai de lá não, por que?

- Que horas você saiu de lá?

- Há uns vinte minutos. Por que Jake? Você tá me deixando preocupado.

- Ela me ligou depois que eu a deixei em casa, mas eu estava tomando banho, Leah que atendeu. Dani disse que ligaria de novo, mas não retornou e não atende minhas ligações.

- Talvez ela não queria falar com você. – ele falou como quem diz, ‘olha está chovendo’.

- Por que ela não iria querer falar comigo?

- Ah Jake, sei lá. Olha vocês dois estudam em Seattle, amanhã você procura ela e pergunta o que aconteceu.

- Ta, ta... mas se você souber de alguma coisa, me avisa.

- Aviso sim. Agora vai dormir, Jake.

Desliguei o telefone e o deixei na mesa de cabeceira. O sono demorou uma vida inteira pra chegar, minha cabeça estava cheia demais e eu não conseguia me concentrar o suficiente para dormir.

(...)

Acordei cedo, eu devia ter dormido umas duas horas no máximo, mas não importava. Me levantei depressa, tomei um banho rápido e fiz minha higiene matinal e me troquei. Nem preocupei em tomar café, eu comeria qualquer coisa quando chegasse em Seattle, eu queria mesmo era sair cedo de casa pra encontrar Dani antes que ela saísse para a faculdade. A WU era muito grande e eu nem mesmo sabia em que período do curso de administração ela estava, então demoraria uma vida pra encontra-la. Seria mais fácil estar na porta da casa dela quando ela saísse.

Acelerei o Jeep com tudo que ele podia, bati meu record chegando em Port Angeles em vinte e cinco minutos. Por sorte não tinha nenhum policial rodiviario no caminho, caso contrario eu estaria multado e atrasado.

Parei na porta da casa de Dani no momento exato que ela estava saindo. Muita sorte, eu quase a perdi. Desci do Jeep e fui até ela que estava abrindo a porta do carro.

- Dani. – chamei a fazendo estacar no lugar e me olhar com os olhos tristes – O que aconteceu?

- Nada. – ela falou indiferente e ia sentar no banco do motorista, mas eu a impedi segurando o braço dela e fechando a porta do carro.

- Mentira, aconteceu alguma coisa. Você me ligou ontem, e disse que retornaria e não retornou e também não atendeu as minhas ligações.

- Eu não quis te atrapalhar, afinal você estava acompanhado. – ela falou magoada.

- Acompanhado?

- É. Pela mulher que atendeu o telefone.

- A Leah?

- Não sei se o nome dela é Leah, eu não quis esperar a resposta dela... e quer saber, não me interessa também. Nós não temos nenhum compromisso, Jacob.

- Leah é minha amiga, Dani. Minha melhor amiga. – falei segurando as mãos dela – Não vou mentir pra você, nós nos relacionamos uma vez, mas não deu certo, justamente porque somos amigos demais. Leah é irmã de Seth e é aquela que eu te mostrei dançando com Embry.

- Vocês não estão juntos? – ela perguntou insegura, mordendo o lábio.

- Não. Eu já disse pra você, não tenho namorada, não tenho ninguém no momento.

- Me desculpe. – ela falou ficando envergonhada – Eu fui infantil.

- Ta tudo bem – falei – E eu te desculpo se você aceitar uma carona. Vamos comigo hoje?

- De moto? – ele fez uma careta.

- Não. – eu ri e apontei para o Jeep do outro lado da rua – Não tenho mais moto.

- O que você fez com a moto? – ela me olhou assustada.

- Troquei com um amigo. – falei pegando as coisas dela de dentro do carro e a levando ao Jeep.

- Você trocou sua moto? Por que?

- Eu quis mudar um pouco... – menti, se eu dissesse que era por causa dela ela poderia ficar brava.

- Você é maluco, Jacob. – ela falou rindo entrando no carro quando abri a porta pra ela. – Pra que tudo isso? – ela perguntou mostrando as fivelas do cinto de segurança depois que eu assumi o lugar do motorista.

- Isso é um arnês de offroad. Aqui deixa eu te ajudar. – afivelei o cinto dela e dei partida. – Quer ouvir musica? – perguntei quando já estávamos na estrada que levava à Seattle.

- Sim, posso escolher?

- Claro. – ela sorriu e ligou o rádio, mudando as estações até parar em uma que tocava, se eu não estava enganado, 30 seconds to Mars.

- Eu gosto dessa musica – ela falou voltando a se escorar no banco. Minutos depois eu podia ouvi-la cantarolando a musica baixinho.

(...)

Eu tentava a todo custo manter minha atenção na aula e não deixar meus pensamentos voarem, mas era inevitável não lembrar dela. Meu celular vibrou no bolso e eu o peguei vendo que era um mensagem.

De: Dani
Para: Jake
Aula chata de matemática financeira.

Eu sorri e a respondi.

De: Jake
Para: Dani
Aula chata de estrutura mecânica.

De: Dani
Para: Jake
Vamos fugir?

De: Jake
Para: Dani
Te pego em dez minutos.

Me levantei devagar e sai aproveitando a distração do professor. O bom de ser lobo era que eu conseguia ser silencioso e discreto. Apressei o passo até o Jeep e dirigi rápido até o prédio de administração na WU.

Ela estava escorada em uma árvore, parecendo se esconder de alguém. Parei o carro próximo à ela e Dani entrou correndo e se abaixou.

- Vai depressa. – ela sussurrou.

- O que aconteceu? – perguntei.

- Meu tio. – ela sussurrou de novo e apontou para um homem que estava parado na porta do prédio.

- O que ele está fazendo aqui?

- Pisa no acelerador que eu te conto. – ela falou se abaixando quando passei com o carro perto do tio dela.

Tentei dirigir rápido, mas sem chamar atenção e quando passei com o carro ao lado do tio de Dani, ela se encolheu ainda mais no banco.

- Então, conta o por quê de se esconder do seu tio. – pedi quando já estávamos distantes do campus.

- Meu tio é um dos colaboradores do curso – ela falou entediada – Ele sempre vai até o campus pra ‘avaliar’ o curso e os professores, mas eu bem sei que a real razão é me supervisionar.

- Nossa, seu tio é cuidadoso ao extremo. – falei.

- Meu tio é um chato. – ela reclamou e mudou de assunto – Então, pra onde vamos?

- Você escolhe. – falei.

- Posso escolher mesmo? – ela me olhou com os olhos brilhando – Então vamos ao aquário. Eu sou apaixonada por aquele lugar.

- Ao aquário então. – virei à direita na N 107th Street e comecei a dirigir em direção ao aquário que ficava no Píer 59.

Estacionei o carro e ajudei Dani a descer e nós compramos os ingressos pra entrar. Como estávamos num período onde a maioria das pessoas está trabalhando ou estudando, o aquário estava vazio.

- Você já veio aqui alguma vez? – Dani perguntou me levando pela mão.

- Não. – falei

- Bom, então eu vou te explicando o caminho, ok? – ela me estava sorrindo, e eu amava esse sorriso dela.

- Ok.

- Esse primeiro aquário é o “Windowon Washington Waters”, é um pouco da vida marinha nativa de Washington.

- Temos muitos desses peixes em La Push. – falei – Meu pai ia saber falar sobre cada um deles.

- Sério? Seu pai gosta de peixes?

- Bastante.

- Bom, o próximo é o “CrashingWavesExhibition” – ela me mostrou outro aquário – Esse aqui foi criado especialmente para recriar as condições encontradas na zona de influencia das marés da costa oeste dos EUA.

Ela me mostrou algumas espécies dentre as muitas que tinha no tanque enorme. Aquilo devia ter uns dez metros de comprimento e pelo menos um de profundidade. Mas não era o que ela me falava que me chamava tanta atenção, e sim a forma como ela falava, parecia uma menininha num parque de diversões.

- E esse aqui é o meu favorito. – ela me puxou para o terceiro tanque. – o “Life on Edge” reúne uma série de animais de diversas espécies. Eu acho incrível o colorido disso aqui.

- Realmente, é lindo. – falei.

Passamos ainda por um tanque com algumas águas vivas e um polvo gigante do pacífico, e por outro com tubarões das águas da região de Washington. Dani se encantou mais uma vez por um tanque com peixes coloridos.

Ela me mostrava cada canto daquele aquário como se conhecesse aquilo ali da vida toda e essa minha suspeita se confirmou quando chegamos na área dos mamíferos marinhos e ela cumprimentou uma garota que cuidava das lontras e a garota entregou a Dani o balde de peixes para que ela as alimentasse.

- Você está em casa aqui, não é? – falei rindo quando ela devolveu o balde vazio para a garota.

- Venho nesse aquário desde que me mudei pra casa do meu tio. Eu gosto de ficar aqui, pensando.

- É um lugar incrível. Adorei o passeio. – falei passando o braço pelo ombro dela. – Vamos comer alguma coisa agora?

- Vamos sim. – ela sorriu.

Fomos até um restaurante no píer vizinho, dessa vez eu escolhi uma comida mais saudável pra Dani não ficar tão preocupada com minha saúde.

- Eu quero te fazer um convite. – falei durante nosso almoço.

- Que convite? – ela desviou a atenção do prato para me olhar.

- Vai ter uma fogueira em La Push. – falei – É uma reunião pequena, comum pra nós. É onde os lideres do conselho contam lendas do nosso povo. Meu pai e minha irmã vão estar lá, além dos meus amigos também, Seth convidou a Laís.

- Eu vou adorar conhecer seus amigos e sua família. – ela sorriu – Quando vai ser?

- No domingo.

- Ok, eu vou. – dessa vez fui eu que sorri. Era a minha chance de dizer a ela o que eu sentia e o que eu sou. Eu só rezava pra ela me aceitar depois de saber sobre os lobos – É melhor a gente voltar.

- Claro, eu te deixo em casa. – paguei a conta e sai de Seattle com Dani.


CAPITULO 4

No sábado seguinte...

- Anda Jake ou você vai se atrasar! – Leah reclamou.

- Eu ainda nem sei o que você está fazendo aqui, Lee. – falei saindo do banheiro.

- Garantindo que você esteja apresentável e no horário, o que vai ser meio complicado, visto que já são nove e vinte, ou seja, você tem vinte minutos para estar lindo e cheiroso na porta da casa de Dani.

- Lee, relaxa que tem tempo de sobra.

- Pelo menos você não vai de moto, assim você não corre o risco de amassar a roupa ou bagunçar o cabelo. – Leah parou de falar por dois minutos pra depois recomeçar – Mas ainda assim eu não consigo acreditar que você trocou aquela moto linda por um carro.

- Não é qualquer carro Leah. – falei – É um Jeep Wrangler. Ele é perfeito pra andar aqui em La Push, que tem mais lama que em qualquer outro lugar do mundo.

- Sim, mas aquele carro fede a vampiro. – ela fez careta.

- Talvez porque ele tenha sido do Emmett antes de ser meu. – falei o obvio.

- Anda Jacob! – Leah gritou – Você vai se atrasar.

- Já to pronto chatura. – falei entrando na sala.

- Uau, que beca – ela riu – Foi Dani quem escolheu?

- Foi. – respondi – Agora eu vou indo antes que você decida me levar no lombo da sua loba.

- Até parece que vou carregar essa sua bunda gorda nas minhas costas.

- Você não achava minha bunda gorda quando era você quem apertava ela... – brinquei.

- Não precisa ficar me lembrando dos erros da minha vida. – ela riu e começou a me empurrar para fora da casa – Vai logo, sua garota está te esperando.

Segui mais uma vez o caminho que eu já sabia de cor, se bobear o Jeep iria sozinho até a casa de Dani, tantas foram as vezes que vim aqui. Dessa vez ela não estava me esperando na porta como sempre, sendo assim, quando parei o Jeep na porta, liguei para o celular dela.

- Oi Jake. – ela falou ao atender, era sempre tão bom ouvir a voz dela.

- Oi anjo. Eu já estou aqui na porta.

- Eu sei, vi você chegando, mas meu tio quer que você entre. Ele quer conhecer você. – ela falou com a voz entediada.

Eu iria conhecer a família dela? Isso significava um passo a mais, não é mesmo? Tudo bem que eu e Dani ainda não tínhamos nem nos beijado, mas eu sentia que tínhamos uma ligação forte...

- Jake? Você ainda tá ai? – ela perguntou me tirando dos meus devaneios – Olha se você não quiser entrar, não precisa... isso é ideia maluca do meu tio....

- Abre a porta pra mim. – falei descendo do carro.

Dani abriu a porta assim que meus pés tocaram um ultimo degrau da varanda. Ela estava linda usando o vestido que eu tinha comprado pra ela.

- Você parece um anjo. – falei dando um beijo no rosto dela. Dani envermelhou as bochechas e me pegou pela mão.

- Obrigada. – ela murmurou – Vem deixa eu te apresentar aos meus tios.

Ela me levou até a sala onde uma mulher de meia idade e um homem estavam sentados no sofá. Laís estava do outro lado da sala, com um bico maior que o mundo.

- Tio John, tia Anabeth, esse é meu... amigo, Jacob Black. – Dani me apresentou se embolando ao me chamar de amigo.

- Muito prazer Sr. Stewart e Sra. Stewart. – estiquei a mão e que o tio de Dani se apressou em apertar.

- Black... um sobrenome diferente, mas que eu nunca ouvi. Você é de onde Jacob? – John perguntou. Pelo canto do olho eu pude perceber Dani o fuzilar com os olhos.

- Sou de La Push, sr., uma reserva indígena perto de Forks.

- Bem longe... – ele murmurou – E você faz o que da vida?

- Eu trabalho em uma oficina mecânica, e estou terminando o curso de Engenharia Mecânica na Western.

- Engenharia? É um curso muito bom, mas com pouca oferta de empregos...

- Na verdade, eu pretendo abrir um negócio próprio.  – falei.

- Você conhece o tal Clearwater, não conhece? – ele perguntou desviando os olhos para Laís por alguns segundos.

- Sim, Seth é um dos meus melhores amigos.

- E que tipo de pessoa esse seu melhor amigo é?

- Pai! – Laís reclamou.

- Seth é um bom garoto sr. Stewart. – falei não me custaria muito ajudar o garoto – ele é esforçado e está terminando os estudos. Ele pretende entrar na faculdade ano que vem, só não decidiu ainda o que fazer.

- Por que eu sinto, olhando pra você, que eu não devia confiar minha sobrinha e minha filha a dois garotos que não conheço?

- Ok, chega. – Dani reclamou – Isso está ficando ridículo. Vamos Jake ou nós nos atrasaremos para a inauguração. E tio, não assuste o Seth quando ele chegar.

Ela saiu me levando pela mão depois de compartilhar um olhar significativo com Laís que ainda estava com um bico enorme.

- Meu tio é louco, só pode. – ela reclamou ao entrar no carro, me fazendo rir.

- Ele só quer garantir a segurança de vocês duas. – falei dando partida. Ela me olhou de sobrancelhas arqueadas.

- Liga pro Seth – ela pediu – Avisa ele o que ele vai encontrar pra que ele esteja preparado.

Peguei o celular e disquei o numero de Seth, ele atendeu no segundo toque.

- Já está indo pra casa da Laís? – perguntei.

- Sim, to saindo daqui, por que?

- Dani pediu pra eu te ligar e te preparar para o que você vai enfrentar. – falei o ouvindo prender a respiração – Acabei de conhecer ser sogro.

- E como ele é?

- Tipo pai protetor.

- Eu tenho chance de passar por ele?

- Se você se portar como homem, sim. Se for um menininho amedrontado, não. – ele gemeu um muxoxo do outro lado – Seth lembra o que você vai ganhar no final. A sua garota.

- Você tá certo, eu vou conseguir a Laís. Valeu por me avisar Jake. – ele já parecia mais animado.

- Me conta amanhã como foi. – falei o fazendo rir. Dani também riu – Vou desligar agora, tenho uma festa pra ir.

- Divirtam-se. – Seth brincou e desligou.

- Então, vamos? – perguntei parando na porta do espaço onde acontecia a inauguração. Eu desci do carro e abri a porta do lado de Dani a ajudando a descer.

- Eu tenho que repetir, você está linda. – falei no ouvido dela quando estávamos entrando no galpão.

- Você está me deixando vermelha, Jake. – ela reclamou baixinho.

- E você fica ainda mais linda com as bochechas coradas.

- Daniela Stewart! – ouvimos alguém falar e nos viramos, encontrando um senhor de cabelos grisalhos baixinho parado a alguns passos de distancia. – Que bom ver você aqui.

- Olá James. – Dani sorriu e abraçou o senhor – Você achou que eu não viria?

- Você é jovem demais pra gostar de um ambiente assim. Acho que algo mais animado é mais a sua cara. – o senhor sorriu.

- Bom eu encontrei uma companhia que com certeza vai me fazer achar tudo aqui mais interessante. – ela me puxou mais pra frente – Esse é Jacob Black, um... amigo. Ele está se formando em Engenharia Mecânica na Western. Jake esse é James Smith, o dono disso tudo aqui.

- Sr. Smith – cumprimentei.

- Só James, por favor. E vou me dar a liberdade de te chamar de Jacob. – ele sorriu apertando minha mão – Bom, eu espero que vocês dois aproveitem a festa e que Jacob consiga fazer você se divertir, Daniela.

- Vou me esforçar pra isso – falei James saiu rindo.

- Então, por onde começamos nossa diversão? – Dani se virou pra mim.

- Conseguindo algo pra você beber? – sugeri.

- Ótima ideia. – ela sorriu.

Saímos atrás de um garçom e depois de conseguir um coquetel pra Dani e uma bebida pra mim, nós saímos pelo galpão olhando tudo. Onde seria a oficina, ou assistência técnica, eu mostrei Dani o que eu fazia na oficina que trabalhava em La Push, mas foi na concessionária que eu me perdi.

- Você parece uma criança numa loja de brinquedos. – Dani falou quando eu estava literalmente babando num Aston Martin Vantage Coupê.

- Eu me sinto assim – falei – Esses carros são todos incríveis.

- Bom então me mostre o quanto eles são incríveis, porque pra mim são apenas carro bonitos. – ela riu.

- Tá preparada pra ouvir muito? – perguntei. Ela assentiu com a cabeça e eu a trouxe pra perto de mim.

- Começa por esse aqui, que você parece ter gostado muito. – ela mostrou o Aston Martin.

- Esse é incrível. – falei – E eu já tive o prazer de andar num dele. Ele é rápido, é confortável e elegante. Ele tem 425 cavalos de potência e vai de 0 a 100 em 4.8 segundos.

- Ok eu imagino que 425 cavalos de potência não significa que debaixo do capô tenha algum animal...

- Não. – eu ri – Cavalos de potência é uma forma de medida da potência do motor. Foi Watt quem criou, ele trabalhava içando carvão das minas usando seus cavalos, os animais mesmo, e ele queria calcular a potência desses animais, então depois de todas as observações e pesquisas, que se eu for te explicar aqui vai levar uma noite inteira, além de ser bem chato pra você, ele nomeou como forma de medida, cavalos a vapor.

- Humm... interessante. – ela falou correndo os olhos pelo Aston Martin – Eu gostei dos bancos de couro. – ela falou alisando o banco pela janela aberta do carro – Mas confesso que se pudesse escolher um desses carros pra comprar, eu não compraria esse.

- Qual você escolheria? – perguntei.

- Aquele ali. – ela mostrou um Porsche Cabriolet preto conversível – Ele é lindo. Me faz lembrar os filmes de Hollywood.

- É um bom carro também. Tem se não me engano 350 cavalos de potencia.

- Menos que o Aston Martin. – ela murmurou passando a mão pelo capô do Porsche.

- Sim. Menos.

Demos mais algumas voltas pelo salão, eu mostrei Dani mais alguns carros, só que depois a levei para onde estava sendo realizado o coquetel, ficar olhando carros, pra quem não tem a paixão que a maioria dos homens têm, pode ser chato e eu não queria aborrecer Dani.

- A gente podia ter ficado lá mais um pouco. – ela falou quando consegui uma mesa pra nos sentarmos.

- Não, eu já vi carros suficientes. – falei pegando da bandeja de um garçom que passava por nossa mesa duas taças com refrigerante pra nós dois.

Dani cumprimentava várias pessoas que passavam por ela, amigos do Sr. Stewart, segundo ela, mas dava pra ver pela expressão dela que ela não estava confortável ali.

- Você precisa de alguma coisa? – perguntei me inclinando pra perto dela.

- Sair daqui. – ela sussurrou. –Isso aqui tá chato. Vamos dar uma volta na baía?

- Claro.

Nós saímos do galpão de mãos dadas e fomos andando até o carro e de lá até o píer. Ela me contava várias coisas sobre a infância dela, e o quanto a mãe a fazia falta. Contou como ela e Laís pareciam mais irmãs que se fossem irmãs de verdade...

- Meu Deus eu não paro de falar! – ela comentou rindo – Jake você tem que me reclamar, pode me mandar ficar quieta, não vou ficar brava.

- Não, continua, eu gosto de ouvir você falar...

- Nem pensar, chega, acho que você já sabe mais de mim que a Laís... – nós rimos – Me fala de você agora...

- Não tem muito pra saber de mim...

- Então me deixa saber o pouco que tem. Me conta qualquer coisa... o que você gosta de fazer, o que você não gosta. Me fala sobre sua faculdade, seus amigos... está interessado em alguém? – ela falou com as bochechas vermelhas.

- Eu gosto de conversar com você. – falei – estou feliz por estar terminando a faculdade, é bom ver meu pai se orgulhando de mim... eu não gosto muito de algumas responsabilidades que tenho, mas eu as cumpro com a seriedade que elas pedem... e eu estou sim interessado em alguém. Muito interessado. – falei a olhando.

- E porque você não tentou nada ainda – ela me olhou através dos cílios esparsos.

- Tive medo de assustá-la... sabe como é, dar uma de tarado...

- Eu acho que você devia tentar uma aproximação. – ela levantou o rosto e sustentou meu olhar. Eu sorri com o que ela tinha dito, se eu tinha entendido direito, ela estava me pedindo pra me aproximar, e vontade disso não me faltava.

Segurei uma das mãos dela por alguns minutos, podia parecer bem infantil, mas eu estava nervoso em beijá-la. Eu sentia como se quando eu encostasse meus lábios nos dela ela desaparecesse numa nuvem de vapor e era tão bom ter ela por perto. Subi minhas mãos pelos braços dela e segurei seu rosto a centímetros de meu, ela se esticou na ponta dos pés e nossos lábios se encontraram.

Era pra ser um beijo calmo, mas eu não sei se era a vontade de nós dois que era grande demais, ou se era o luar na marina que criava um clima, ou se simplesmente era pra ser assim mesmo, eu só sei que quando nossas línguas se tocaram era fogo em todo lugar.

Dani jogou as mãos ao redor do meu pescoço e se ocupou de puxar o cabelo na minha nuca, e isso era bom, ela ainda não sabia, mas era meu ponto fraco. Desci as minhas mãos do rosto dela para a cintura onde tinha mais apoio e aprofundei o beijo.

- Eu... preci...so... respi... rar... – Dani murmurou sem afastar os lábios do meu. Dei mais alguns selinhos nela e me afastei um pouco.Ela encostou a testa no meu peito, com a respiração rápida tentando recuperar o fôlego.

- Eu estava doido pra fazer isso desde a primeira vez que te vi. – falei e ela riu.

- Porque não fez? – ela levantou a cabeça para me olhar – Eu teria adorado.

- Bom saber, porque agora não vou mais parar de te beijar. – me inclinei e selei nossos lábios mais uma vez.

- Droga – ela murmurou.

- O que foi?

- Já era difícil deixar você ir pra casa, agora então...

- Acho que não vou conseguir te soltar mais – falei voltando a encostar meus lábios nos dela – Você está presa aqui nos meus braços.

- Eu não acho nem um pouquinho ruim. – ela riu – vem, vamos nos sentar ali.

Caminhamos até a beira do píer onde ficamos sentados abraçados, não demorou muito para estarmos nos beijando de novo, era difícil ficar com a boca longe da dela.

- Tenho que agradecer Laís. – ela falou recostada no meu peito e olhando o mar – Ela praticamente me arrastou para aquela boate.

- Embry e Leah fizeram o mesmo comigo – falei – Eu não queria ir, mas eles praticamente me ameaçaram.

- Você saía muito, Jake? – ela perguntou de repente.

- Eu não era um mulherengo baladeiro como Embry, mas sim eu saía de vez em quando...

- E provavelmente levava muitas mulheres pra casa. – ela falou baixinho me fazendo rir – O que foi?

- Eu levava. – falei – Mas desde o dia que vi esses seus olhos verdes eu nunca mais quis mulher nenhuma...

O sorriso que ela abriu era enorme me tentando a beija-la de novo. E de novo. E de novo. Ouvimos ao longe o celular de Dani tocando, depois foi a vez do meu.

- Eu não quero atender. – ela falou escondendo o rosto no meu pescoço – Provavelmente é alguém querendo me tirar daqui e eu não quero ir embora.

- Atende e fala que eu te sequestrei. – falei rindo – Que eu não vou devolver enquanto não tiver beijos suficientes...

- Oh meu Deus – ela falou colocando as mãos no peito e com os olhos arregalados – Estou presa pela eternidade!

Nós dois rimos e eu a puxei pra mais um beijo. O celular de Dani estava tocando pela milésima vez, nós o ignoramos no começo, mas agora estava começando a irritar.

- Fala Laís. – Dani reclamou ao atender – Ele o quê? Não eu não demoro, estarei ai em dois minutos.

- O que foi? – perguntei quando ela guardou o telefone na bolsa.

- Meu tio acordou e viu que eu ainda não voltei, Laís falou que ele está uma fera. Vamos eu tenho que ir embora.

Levei ela no Jeep e parei na porta da casa. Laís estava na varanda, sentada no colo de Seth. Ajudei Dani a descer do carro e nós fomos de mãos dadas até os dois.

- Mamãe conseguiu dobrar a fera. – Laís falou sem se desgrudar do pescoço de Seth – Mas eu suspeito que você vai ouvir um pouquinho amanhã.

- Não sei por que o drama do tio John. – Dani fez um biquinho e se sentou num banco do lado oposto de Laís e Seth – Amanhã é domingo, não é como se eu tivesse que acordar cedo.

- Isso é porque você não viu o quanto ele implicou comigo quando o Seth chegou. – Laís reclamou – Parecia um agente do FBI interrogando um terrorista.

- Mas eu consegui dobrar ele. – Seth falou orgulhoso.

- É, conseguiu. – Laís falou revirando os olhos – Depois de falar que tinha escolhido cursar administração na faculdade.

- Você disse isso mesmo? – Dani perguntou espantada – Mas só por dizer, ou por que quer mesmo fazer administração.

- Vou confessar que a principio foi só pra convencer seu tio, mas depois, quando ele começou a falar sobre ser administrador, eu comecei a me interessar de verdade.

Dani deu um sorriso satisfeito, eu sabia o que estava passando na cabeça dela. Seth fazendo administração poderia ser o que assumiria os negócios de John e assim Dani poderia seguir o que queria.

- Você tem que entrar agora? – perguntei dando um beijo no ombro dela que negou com a cabeça – Então a gente pode ficar aqui mais um pouquinho?

- Deixa só eu entrar rapidinho, pra tia Anabeth saber que eu cheguei. – ela se levantou e me deu um selinho demorado, entrando em seguida.

- OMG! Vocês dois estão juntos? – Laís perguntou depois que Dani entrou. Eu confirmei sorrindo – Ahhhh até que enfim a Dani desencalhou... ela estava precisando de um namorado.

Só quando Laís falou eu me toquei que eu e Dani não tínhamos definido que tipo de relacionamento tínhamos. Mas eu resolveria isso assim que ela voltasse.

Não demorou muito para ela passar pela porta com duas latinhas de refrigerante e uma vasilha com o que pareciam ser uvas.

- Voltei. – ela falou sorrindo e se sentou do meu lado, me entregando uma lata de refrigerante. Eu coloquei a lata de lado e levantei Dani, a sentando no meu colo.

- Quer namorar comigo? – perguntei de uma vez. Ela me olhou assustada, abriu e fechou a boca várias vezes e depois sorriu.

- Claro que eu quero. – ela falou por fim e me beijou – Quero muito.

- Hey por que não trouxe pra nós também? – Laís perguntou de cara fechada.

- Não pensei que vocês quisessem, me desculpe, eu vou buscar pra vocês. – Dani ia se levantar mais eu a segurei.

- Não, você não vai sair daqui agora.  – falei – toma Seth, fica com o meu – joguei o refri – Seu tio não vai brigar com você? – perguntei preocupado, eu não queria que ela levasse bronca por ter ficado comigo até mais tarde.

- Não, ele só deve estar preocupado. – ela me deu um selinho, mas eu a segurei pela cintura e aprofundei o beijo.

- Jake você chamou a Dani pra festa na fogueira? – Seth perguntou me fazendo interromper o beijo para responder.

- Sim. – falei – e ela aceitou ir.

- É amanhã, não é? – Dani me perguntou, eu confirmei com a cabeça – O que eu tenho que vestir?

- O que te deixar confortável. – falei – E algo quente, nós vamos estar no penhasco e apesar da fogueira lá vai estar frio e eu não quero que você adoeça.

- Não precisa ser algo formal? Você disse que era uma festa onde sua família estaria...

- Não se preocupe com isso. – falei – Vista o que te deixar confortável, porque linda você fica de qualquer jeito.

Ficamos ali namorando até que a mãe de Laís apareceu na porta mandando as duas entrarem.

- Te vejo amanhã? – perguntei dando mais um selinho nela.

- Eu vou com Laís, não vai fazer sentido você e Seth virem aqui só pra buscar a gente.

- Ok, eu espero você em La Push então. – dei um longo beijo nela e entrei no carro, só arranquei quando ela já tinha entrado.

oOo

- Bom dia! – Rachel falou assim que abri a porta – Como meu irmão desnaturado não vai me ver, eu sou obrigada a vir aqui.

- Desculpa Rach, eu estive bem distraído essas ultimas semanas... – falei envergnhado, já tinha um tempinho que eu não ia ver meu pai e Rachel.

- Eu soube. – ela sorriu – Ela é bonita?

- Linda. – falei tirando algumas coisas do sofá para que Rachel se sentasse, não era certo ela ficar de pé com aquele barrigão todo – Você a propósito, também está linda.

- Háhá, me engana que eu gosto eu estou enorme de gorda, Jake.

- Que isso, você está iluminada. – ela sorriu – E como está meu sobrinho.

- Forte como o pai. – ela suspirou se esticando no sofá – Esse menino chuta tanto que nem me deixa dormir mais.

- Falta pouco, né?

- Sim, eu estou ansiosa pra vê-lo.

- Paul também. – eu ri – Chega até ser cansativo ficar na cabeça dele.

- Você está desviando do assunto, Jacob Black. – ela fechou a cara – Me fala sobre a garota. Qual o nome dela?

- Daniela – falei – Dani. Ela é incrível Rach. Tão linda e doce e carinhosa...

- Ok, eu tenho que perguntar, não fica com raiva. – ela falou se ajeitando melhor – Ela retribui o que você sente? Por que sinceramente Jake, eu não vou suportar ver você sofrendo por outra Bella.

- Não precisa se preocupar com isso. – falei – Dani retribui. Ontem mesmo nós começamos a namorar oficialmente, e hoje ela vem conhecer vocês e conhecer as lendas.

- E você vai contar pra ela? Sobre você ser lobo?

- Vou. Eu sei que podia esperar mais um pouco, que ela não é meu imprinting, então não precisava saber agora, mas eu tenho medo de demorar a contar e depois ela achar que eu não confiei nela, entende?

- Entendo. E acho melhor também, assim você não corre o risco de se envolver demais, se por acaso ela não quiser saber de você quando souber o que você é, não vai ser tão doloroso. Apesar de torcer pra que isso não aconteça.

- Eu também to rezando pra ela entender e me aceitar. – confessei – Eu tenho muito medo dela não querer ficar comigo, eu não sei se saberia ficar sem ela. Eu to dependente de Dani.

- Isso não é bom. – Rach falou séria – Sei lá, será que não é melhor você se afastar um pouco?

- Eu não consigo. – falei – É como se ela já fizesse parte de mim.

- Bom, vamos esperar até à noite então. – ela sorriu – Vamos ver o que vai acontecer...

- Mesmo que ela não me aceite, eu não vou desistir dela. – falei – Eu vou insistir até que ela entenda que não é tão terrível assim a minha condição.

- E eu vou te ajudar em tudo que puder. – Rach segurou minha mão – Pode ter certeza que eu vou.

- Obrigado. – sussurrei – E como está o pai?

- Bem. E reclamando que você não vai mais ver ele, eu te aviso, você está enrolado com aquele ali.

- Eu vou lá. Prometo.

- Acho bom. – ela tentou se levantar e eu a ajudei – Eu vou pra casa, essa barriga ta pesada demais.

- Espera, eu te levo.

 - No colo? Porque não tem chance de me fazer subir naquela sua moto da morte. – ela falou me fazendo rir. Rachel nunca gostou da minha moto, por mais que soubesse que eu não me machucaria nela.

- Não tenho mais moto. – falei – Dani não gostava dela então eu a troquei com Emmett, ele ficou com a moto e eu com o Jeep dele.

- Ah já estou amando a minha cunhada. Ela fez você se livrar daquela passagem pro inferno!

- É, mas não conta pra ela. – pedi – Dani não sabe que eu troquei a moto por causa dela e eu tenho certeza que se ela souber vai ficar brava comigo.

- Ok, da minha boca não sai nada. – ela sorriu – E obviamente eu vou aceitar a carona, porque não me anima nem um pouco caminhar de volta pra casa.

- Vou só vestir uma camisa. – corri no meu quarto e vesti uma blusa e peguei minha carteira, meu celular e as chaves do carro – Vamos?

Ajudei Rach a descer as escadas da varanda e a subir no carro, não devia ser nada fácil andar com aquele barrigão por ai.

- Rach quando você quiser sair e Paul não puder te levar, me liga, ok? Não fica andando sozinha...

- Eu não precisaria andar se meu irmão desalmado fosse na minha casa me ver. – ela fez cara de brava, mas depois riu – Pode deixar que eu te ligo sim.

Parei o Jeep na porta da casa do meu pai e ajudei Rach a descer do carro. Eu ia aproveitar e ver o velho, antes que ele fosse lá na minha casa me puxar a orelha.

- Pai? – Rach chamou – Vem ver, eu trouxe o filho pródigo de volta.

Meu pai saiu do quarto dele sorrindo. Eu caminhei até ele e o abracei.

- A benção meu pai. – falei segurando a mão dele.

- Deus te abençoe filho. – ele sorriu – A matilha está te consumindo tanto assim, que nem sobrou tempo pra vir ver seu pai?

- Matilha? – Rach riu se esticando no sofá – Ele não veio aqui por causa de mulher mesmo.

- Mulher ou mulheres? – Meu pai me olhou com as sobrancelhas arqueadas.

- Mulher – falei puxando uma cadeira e me sentando de frente pra ele – Uma só. A mais linda de todas.

- Está apaixonado?

- Muito. – eu ri – E vou trazê-la na fogueira hoje, pra conhecer o senhor e as lendas.

- Você vai contar que é lobo? – ele parecia preocupado – Antes, ela é seu imprinting?

- Não, não é. Eu não senti a ligação que eu vi na cabeça de quem é imprinted. Não senti aquela força toda me ligando a ela, entende? – ele fez que sim com a cabeça – Mas ao mesmo tempo eu sinto necessidade de ficar com ela. É como se ela fosse tudo o que eu esperei a vida toda.

- Você está amando. – ele falou – E eu fico feliz por isso, por ver você viver tão intensamente. Estou ansioso pra conhecê-la. Como ela se chama?

- Dani. – foi só citar o nome dela e meu celular tocou.

- É ela não é? – meu pai perguntou rindo, eu fiz que sim com a cabeça – Vá lá fora atendê-la.

Eu me levantei e fui até a varanda.

- Oi Jake. – a voz melodiosa que eu tanto amava soou do outro lado.

- Oi anjo.

- Eu te acordei? – ela perguntou sem jeito.

- Não, mas mesmo que tivesse me acordado, eu ia amar ter a sua voz como a primeira coisa do meu dia.

- Não fala essas coisas que eu me apaixono mais. – ela riu – Mas não foi pra isso que te liguei. Lembra que te falei que eu ia pra ai com Lais?

- Lembro, claro.

- Pois é, ela vai pra casa do Seth e eu não quero ir até o penhasco onde vai ser a fogueira segurando vela, será que tem como você ir me buscar na casa do Seth?

- Hummm não sei... isso vai te custar um preço. – brinquei.

- Não me leve à falência!!!! Quantos beijos eu vou ter que te dar???? – ela entrou na brincadeira.

- Vou fazer os cálculos e te respondo mais tarde.

- Ok então... – ela riu – Te vejo mais tarde.

- Estou ansioso e morrendo de saudades.

- Beijo.

- Beijo anjo.

 - Seja quem for essa garota eu já estou amando ela. – Rachel falou assim que entrei – Acho que nunca vi esse sorriso no seu rosto.

- Filho, ainda que ela seja verde, tenha anteninhas e mãos com três dedos, eu já gosto dela.

- Hahahaha vocês estão muito piadistas hoje. – falei – Relaxa pai, a Dani não é uma extraterrestre e ela é linda.

- Você vai trazê-la aqui em casa né? – Rachel falou – Acho que eu não dou conta de ir até a fogueira... essa barriga pesa muito.

- E seu marido lobo serve pra que? – meu pai perguntou – Aquele preguiçoso pode muito bem te levar no colo.

- Falando de mim? – Paul perguntou entrando na sala com uma sacola de pães na mão.

- Sim. – meu pai falou – Você vai levar a Rach no colo pra fogueira.

- Claro que vou. – Paul falou como se fosse óbvio – Vocês acham que eu vou deixar minha morena por fora da fofoca do dia em La Push? Todos os lobos estão falando da garota que laçou o coração do alpha...

- Mas vocês são um bando de mexeriqueiras mesmo, hein? – falei ajudando Rach a se levantar para se sentar à mesa do café.

- Cuidado com os lobos mais novos... – Paul falou rindo – Colin já tá de olho espichado, ele disse que ela nem é seu imprinting mesmo, então ele vai poder olhar a vontade.

- Arranco os olhos dele fora se ele chegar perto da minha Dani.

- Vixe sogrão a coisa é séria. Viu como ele falou todo possessivo? Aposto que se Colin estivesse aqui ele ia mandar uma ordem alpha pro garoto se afastar.

- Chega Paul. – Rach brigou com ele – E Jake relaxa, ninguém vai olhar pra sua Dani.

Nós ficamos ali sentado tomando café. Há tempos eu não fazia isso, tanto tempo que eu nem percebi o quanto eu sentia falta de estar com a minha família.

oOo

- Você está linda – falei quando Dani desceu do carro e já estava presa nos meus braços.

- Você também caprichou. – ela se esticou e me deu um selinho.

- Vamos andando? Acho que Seth e Laís ainda demoram um pouco pra conseguir desgrudar as bocas. – eu ri olhando os dois.

- Vamos. – ela passou o braço pelo meu e nós dois seguimos para o penhasco.

- Você devia ter vindo com um casaco mais quente. – reclamei – Vai sentir frio com esse ai.

- E pra que você serve? – ela me olhou com os olhos em fendas – Achei que ter um namorado implicava em ter um cobertor de orelha. Principalmente quando o namorado é quente que nem você.

Eu ri e a abracei.

- Por falar nisso. – Dani voltou a falar – Por que você é quente assim? Às vezes parece que você está com febre o tempo todo.

- Você vai entender hoje, quando ouvir as lendas. – eu parei de andar e fiquei de frente pra ela, puxando seu rosto para que ela me encarasse – Olha só Dani, hoje você vai ouvir muita coisa sobre o meu povo, vai conhecer muita coisa que a maioria dos quileutes pensa ser só história e eu preciso que você ouça o que meu pai vai contar e que me escute depois. Por favor, não tire nenhuma conclusão antes de me ouvir.

- Você está me assustando Jake. – ela falou séria.

- Me desculpe, eu não quero te assustar. – eu a abracei – Só quero que você confie em mim e no que eu sinto por você.

- Ok, chega dessa conversa estranha. – ela ficou na ponta dos pés e me beijou – Eu não sei o que você quer dizer, mas eu prometo que vou te ouvir antes de decidir qualquer coisa, se é que vou precisar decidir algo...

- É só o que eu precisava ouvir. – falei e voltei a beijá-la.

- Hey vocês dois se desgrudem e subam logo. – Embry passou por nós reclamando. Eu ri e voltei a caminhar com Dani.

- Dani esse é Embry Call, o melhor amigo.

- Oi. – Dani sorriu e acenou pra Embry que sorriu de volta pra ela.

Assim que chegamos no local onde a fogueira já estava acesa, eu avistei meu pai e Rachel. Ele estava sentado na cadeira dele e Rachel em um tronco largo de árvore, Paul estava sentando atrás dela, servindo de ‘encosto’ para as costas da minha irmã.

- Pai.  – chamei ao me aproximar deles – Essa é Dani. Anjo, esse é meu pai Billy Black.

- Olá senhor Black. – Dani falou baixinho.

- Por favor querida, me chame de Billy. – meu pai sorriu – Eu nem sou tão velho assim.

- Com certeza não, Billy. – Dani falou rindo.

- Filho, você por favor me dê licença, mas eu vou dar uma abraço apertado e um beijo no rosto da minha nora. – Dani se inclinou pra baixo recebendo o abraço e o beijo do meu pai.

- Tá mas não se empolga muito não velhote, vou ficar muito bravo se eu perder ela pra você.

- Cuidado que as chances são altas. – ele brincou.

- Liga não anjo, esse ai tá ficando mais velho e mais piadista com o passar do tempo. – falei passando o braço pela cintura  de Dani e a levei mais perto de Rachel – Essa daqui é uma das minhas irmãs, Rachel.

- Até que enfim eu estou te conhecendo. – Rachel falou e fez menção de se levantar.

- Por favor não se levante! – Dani pediu e se inclinou para abraçar minha irmã, assim como ela tinha feito antes com meu pai – Nossa você é linda.

- Ah sim... quem fala isso é a rainha da beleza para a gorda do ano... – Rach revirou os olhos.

- Que isso. – Dani falou e se sentou ao lado da minha irmã – Não existe mulher mais bonita que uma mulher grávida. Uma mulher quando está grávida tem uma beleza exterior, pois tudo nela se ilumina, a pele fica mais bonita, o cabelo brilha mais... e ela tem ainda a beleza interior, pois ela traz vida dentro de si. Não existe como competir com essa beleza, Rachel. Aceite você é linda e ponto.

- Jacob eu espero que você já tenha pedido essa garota em casamento, porque eu definitivamente não aceito outra cunhada! – Rachel falou dramatizando, como sempre, e limpando uma lágrima do canto do olho – Obrigada. – ela sussurrou pra Dani que sorriu.

- Jake não me apresentou, mas eu sou Paul, o cunhado dele. – Paul falou esticando a mão para Dani.

- E o responsável por fazer a Rachel ficar tão linda. – Dani sorriu fazendo Rach revirar os olhos de novo.

- Vem anjo, deixa eu te apresentar o resto do pessoal. – falei a tirando dali antes que Paul começasse com suas habituais gracinhas.

Apresentei ela à Sue e o Sr. Ateara, e depois a levei ao grupinho onde estavam Quill, com Claire, Jared e Kim , Seth e Laís e Leah.

- Você é a Dani. – Leah falou quando apresentei as duas.

- E você a Leah. – Dani respondeu – Eu preciso te pedir desculpas.

- Desculpas.


- Pelo dia que desliguei na sua cara. Eu fui muito infantil naquele dia, sério me desculpe, eu geralmente não sou assim.

- Tudo bem você estava com ciúmes apenas. – Leah sorriu – E você ainda não tinha percebido o quanto Jake está caído por você.

- É eu não tinha percebido mesmo... – Dani ficou vermelha.

- Tá bom, chega dessa conversa... Vem Dani, vamos comer alguma coisa. – levei ela até a mesa onde Emily e Sue tinham preparado alguns ‘quitutes’.

Me senti incomodado como se eu e Dani estivéssemos sendo observados e automaticamente minha cabeça se virou, encontrando Collin parado há alguns metros encarando Dani.

Ok, podia ser paranoia minha por causa do que Paul tinha dito, mas eu não estava gostando nenhum um pouco da forma como ele encarava a minha namorada.

- Espera aqui só um minuto. – falei com Dani e fui até onde Embry estava conversando com Leah – Embry – chamei – me faz um favor?

- Até dois, que foi?

- Manda o Collin tirar os olhos da Dani, ou eu vou lá arrancar os olhos dele.

- Onde ele está? – Embry perguntou procurando Collin.

- Na beira do penhasco, na direção de onde Sue está.

- Er... ele não tá lá não chefia. – Embry falou e eu me virei para o lugar onde ele tinha visto Collin e realmente o garoto não estava lá – Ihhh acho que vai dar merda... – Embry sussurrou e eu segui o olhar dele.

Dizer que minha visão se pintou de vermelho era tentar amenizar as coisas. O filho da puta estava todo se exibindo para Dani, no lugar até onde minutos atrás eu estava, e o que deixava as coisas mais tensas era que ele estava com uma mão – que por acaso pedia para ser arrancada – na cintura de Dani.

Ela estava sem jeito e tentava tirar a mão dele de lá, mas o imbecil estava usando a força de transmorfo dele.

- Eu vou quebrar a cara desse moleque. – falei e Embry segurou meu braço.

- Não arma confusão. – Embry pediu – Isso vai deixar a Dani constrangida, vai estragar a festa... depois você se acerta com ele, porque eu concordo que esse folgado tá merecendo uma surra.

- Eu não vou brigar. – falei tentando controlar os tremores que já tomavam conta de mim. Me soltei de Embry e caminhei a passos decididos até onde Dani estava.

Percebi que todos os lobos estavam atentos ao que estava acontecendo e todos estavam prontos para intervir, mas eu ia mesmo fazer o que tinha dito a Embry, por Dani e por meu pai eu não ia brigar, hoje.

- Littlesea. – falei no meu tom de alpha – Cai. Fora.

- Que hostilidade Jake, eu só estava me apresentando... – ele falou com um sorrisinho de canto.

- Me desculpe a sinceridade, mas você estava sendo insistente e inconveniente, Collin. – Dani falou séria, eu ainda não a tinha visto assim, ela era sempre doce com todos – Se você me der licença.

Ela deu as costas pra Collin e saiu me puxando pela mão.

- Ela tem dono. – falei baixo para só Collin ouvir.

- Veremos. – ele riu e saiu.

- Ele é um chato. – Dani falou quando estávamos distante de todos – Um chato insistente.

- Ele não vai mais te incomodar – segurei ela pela cintura e a puxei para um beijo.

- Aqui é lindo. – Dani falou quando nos afastamos. Ela olhava o mar com admiração – As fotos que vi não eram fieis à realidade.

- Ainda vou te trazer aqui pra você ver o por do sol. – falei – Você vai se encantar ainda mais.

- Vou cobrar. – ela me deu um selinho.

Sue nos chamou, meu pai ia começar a contar as lendas. Meu coração se apertou, era agora que eu saberia se Dani ia me aceitar como eu sou ou não.




CAPITULO 5 – LENDAS QUILEUTES

Era sempre mágico quando meu pai contava as lendas da tribo. Eu me sentia ser transportado para a época onde tudo aconteceu.

Dani estava com os olhos brilhando, ela estava atenta a todas as palavras do meu pai, parecia uma criança ouvindo um conto de fadas. Eu só rezava para ela não me rejeitar quando soubesse a verdade.

- Foi assim que a mágica veio até nós, mas esse não é o fim da história... – meu pai falou e como era em todas as reuniões na fogueira, ele olhou para o Velho Quil Ateara.

Trecho de Eclipse on (Obs.: Trecho retirado do livro Eclipse, retirei apenas as falas de Bella e adaptei como de Jake. APENAS AS FALAS DE JAKE SÃO MINHAS, O RESTANTE É DO ORIGINAL DE STEPHENIE MEYER)

- Esta foi a história dos espíritos guerreiros – o Velho Quil começou – Essa é a história do sacrifício da terceira esposa. Muitos anos depois de Taha Aki ter desistido de seu espírito lobo, quando ele já era um homem velho, um problema começou ao norte, com os Makah. Várias mulheres jovens da tribo deles havia desaparecido, e eles colocaram a culpa nos lobos das redondezas, a quem eles temiam e desconfiavam. Os homens-lobo ainda podiam ouvir os pensamentos uns dos outros enquanto em sua forma de lobo, assim como seus ancestrais haviam feito enquanto estavam na forma de espíritos. Eles sabiam que nenhum em seu grupo era o culpado. Taha Aki tentou pacificar o chefe de Makah, mas havia medo demais. Taha Aki não queria ter uma guerra em suas mãos. Ele já não era um guerreiro pra liderar seu povo. Ele encarregou seu filho lobo mais velho, Taha Wi, de encontrar o verdadeiro culpado antes que as hostilidades começassem.

"Taha Wi liderou os outro cinco lobos em seu bando em uma procura pelas montanhas, procurando por alguma evidência sobre o desaparecimento das Makah. Eles se depararam com uma coisa que eles nunca haviam visto antes - um cheiro doce, estranho na floresta que queimava seus narizes a ponto de doer. Eles não sabiam que criatura podia ter deixado aquele cheiro, mas eles o seguiram”

"Eles acharam traços fracos de cheiro humano, e de sangue humano, pela trilha. Eles estavam certos de que esse era o inimigo que eles estavam procurando. A jornada deles os levou pra tão longe ao norte que Taha Wi mandou metade do bando, os mais novos, de volta pra o porto pra avisar Taha Aki.

"Taha Wi e seus dois irmãos não retornaram. Os irmãos mais novos procuraram pelos seus ancestrais, mas só encontraram silêncio. Taha Aki lamentou por seus filhos. Ele desejava vingar a morte dos filhos, mas ele já era velho."

"Ele foi ao chefe de Makah ainda com as roupas da manhã e o contou o que havia acontecido. O chefe de Makah acreditou em seu pesar, e as tensões acabaram entre as tribos.

"Um ano depois, duas donzelas de Makah desapareceram de suas casas na mesma noite. Os Makah chamaram os lobos Quileute imediatamente, que encontraram o mesmo fedor doce em todo lugar no vilarejo dos Makah. Os lobos foram caçar de novo.

"Apenas um retornou. Ele era Yaha Uta, o filho mais velho da terceira esposa de Taha Aki, e o mais novo no bando. Ele trouxe algo consigo que nunca havia sido visto antes pelos Quileute - um cadáver estranho, frio de pedra, que ele carregava aos pedaços. Todos aqueles que tinham o sangue de Taha Aki, até mesmo aqueles que não eram lobos, podiam sentir o cheiro forte da criatura morta. Esse era o inimigo dos Makah.

"Yaha Uta descreveu o que havia acontecido: ele e seus irmãos haviam encontrado a criatura, que se parecia com um homem mas era duro como um pedra de granito, com duas filhas de Makah. Uma garota já estava morta, branca e sem sangue no chão. A outra estava nos braços da criatura, a boca dele em seu pescoço. Ela podia estar viva quando eles chegaram na cena odiosa, mas a criatura rapidamente quebrou seu pescoço e jogou seu corpo sem vida no chão enquanto eles se aproximavam. Seus lábios brancos estavam cobertos com o sangue dela, e seus olhos brilhavam vermelhos.

"Yaha Uta descreveu a força feroz e a velocidade da criatura. Um de seus irmãos rapidamente se tornou uma vítima quando subestimou aquela força. A criatura o partiu como se fosse um boneco. Yaha Uta e seus irmãos foram mais cautelosos. Eles trabalharam juntos, chegando nas criaturas pelos seus lados, manobrando-a. Eles tiveram que atingir o limite de sua força e de sua velocidade de lobo, coisa que eles jamais haviam testado antes. A criatura era dura como pedra e fria como gelo. Eles descobriram que seus dentes podiam machucá-lo. Eles começaram a rasgar a criatura em pequenos pedaços enquanto lutavam com ela.

"Mas a criatura aprendeu com velocidade, a logo estava compativel com as manobras deles. Ele pôs as mãos no irmão de Yaha Uta. Yaha Uta encontrou uma abertura em seu pescoço, e atacou. Os dentes dele arrancaram a cabeça da criatura, mas as mãos continuaram apertando o seu irmão.

"Yaha Uta rasgou a criatura em pedaços irreconhecíveis, rasgando os pedaços numa tentativa desesperada de salvar seu irmão. Ele estava atrasado, mas, no final, a criatura foi destruída.

"Ou assim eles pensaram. Yaha Uta espalhou os pedaços para os anciões examinarem. Uma mão destroçada estava ao lado de um pedaço do braço de granito da criatura. Dois pedaços se tocaram quando os anciões os uniram com pontos, e a mão foi em direção ao braço, tentando se unir novamente.

"Aterrorizados, os anciões tocaram fogo no que restou. Uma grande nuvem de fumaça forte, vil, poluiu o ar. Quando ja não haviam nada além das cinzas, eles separaram as cinzas em pequenos sacos e os separou a grandes espaços uns dos outros - uns no oceano, alguns na floresta, alguns nas cavernas dos penhascos. Taha Aki usava um dos saquinhos em seu pescoço, pra que ele pudesse ser avisado se um dia a criatura tentasse se juntar de novo.

O Velho Quil pausou e olhou para o meu pai. Ele puxou uma fita de couro do seu pescoço. Preso na ponta havia um velho saquinho, escurecido com o tempo. Dani ofegou e apertou minha mão. Eu passei o braço pelo ombro dela e a apertei mais contra mim.

"Eles o chamaram de O Frio, O Bebedor de Sangue, e viveram com medo de que ele não estivesse sozinho. Eles só tinham mais um lobo protetor, o jovem Yaha Uta. Eles não tiveram que esperar muito. A criatura tinha uma parceira, outra bebedora de sangue, que veio até os Quileute em busca de vingança.

"As histórias dizem que A Mulher Fria era a coisa mais linda que os olhos humanos já haviam visto. Ela parecia com a deusa do alvorecer quando entrou na vila naquela manhã; o sol estava brilhando pelo menos dessa vez, e ele cintilava na pele branca dela e iluminava seu cabelo loiro que chegava nos joelhos. O rosto dela era mágico em sua beleza, os olhos eram pretos em seu rosto. Alguns caíram de joelhos pra adorá-la.

"Ela perguntou alguma coisa em uma voz alta, penetrante, em uma linguagem que ninguém nunca tinha ouvido. As pessoas ficaram abobalhadas, sem saber o que dizê-las. Não havia ninguém com o sangue de Taha Aki entre as testemunhas a não ser um garotinho. Ele se apertou a sua mãe e gritou que o cheiro estava machucando o nariz dele. Um dos anciões, que estava a caminho do conselho, ouviu o garoto e se deu conta do que havia chegado pra eles. Ele gritou pra que as pessoas corressem. Ela o matou primeiro.

"Haviam vinte testemunhas da chegada da Mulher Fria. Dois sobreviveram, apenas porque ela ficou distraída com o sangue, e parou pra saciar sua sede. Eles correram pra Taha Aki, que estava no conselho com os outros anciões, seus filhos, e sua terceira esposa.

"Yaha Uta se transformou em seu espírito lobo assim que ele ouviu as notícias. Ele foi sozinho combater a bebedora de sangue. Taha Aki, e sua terceira esposa, e seus anciões seguiram ele.

"No inicio eles não conseguiram encontrar a criatura, só as evidências de seu ataque. Corpos estavam quebrados, alguns completamente sem sangue, espalhados pela estrada por onde ela havia aparecido. Aí eles ouviram os gritos e correram para o porto.

"Vários Quileutes haviam corrido para os navios para se refugiarem. Ela nadou atrás deles como um tubarão, e quebrou o casco do navio deles com sua incrível força. Quando o navio afundou, ela agarrou aqueles que tentaram fugir a nado, e quebrou eles também.

"Ela viu o grande lobo na costa, e esqueceu dos nadadores flutuando. Ela nadou tão rápido que se transformou num vulto, pingando e gloriosa, ela veio ficar de pé na frente de Yaha Uta. Ela apontou para ele uma vez com seu dedo branco e fez outra pergunta incompreensível. Yaha Uta esperou.

"Foi uma luta apertada. Ela não era tão boa lutadora quanto o seu parceiro havia sido. Mas Yaha Uta estava sozinho - não havia ninguém pra distraí-la da fúria com ele.

"Quando Yaha Uta perdeu, Taha Aki gritou em desafio. Ele tropeçou para a frente e se transformou em um lobo ancião, com pêlo branco. O lobo era velho, mas esse era o Espírito Homem de Taha Aki, e sua raiva o tornou forte. A luta recomeçou.

"A terceira esposa de Taha Aki havia acabado de ver seu filho morrer diante de seus olhos. Agora o seu marido lutava, e ela não tinha esperanças de que ele pudesse vencer. Ela havia ouvido cada palavra que a vítima havia dito no conselho. Ela havia ouvido a história da primeira vitória de Yaha Uta, e ela sabia que a distração de seus irmãos haviam salvado ele.

"A terceira pegou uma faca do cinto de um dos filhos que estava ao seu lado. Eles eram todos filhos jovens, ainda não eram homens, e sabia que eles morreriam quando o seu marido falhasse.

"A terceira esposa correu em direção à Mulher Fria com a adaga erguida. A Mulher Fria sorriu, pouco distraída da sua luta com o lobo velho. Ela não tinha medo de uma mulher humana fraca e nem da faca que não causaria nenhum arranhão em sua pele, e ela estava prestes a dar o golpe de misericórdia em Taha Aki.

"E aí, a terceira esposa fez algo que A Mulher Fria não estava esperando. Ela caiu de joelhos aos pés da bebedora de sangue e enfiou a faca em seu próprio coração.

"O sangue escorreu pelos dedos da terceira esposa e espirrou na Mulher Fria. A bebedora de sangue não pôde resistir à luxuria do sangue fresco que estava deixando o corpo da terceira esposa. Instintivamente, ela se virou para a mulher que estava morrendo, por um segundo inteiramente consumida pelo sangue.

"Os dentes de Taha Aki se fecharam no pescoço dela. Aquele não foi o fim da batalha, mas agora, Taha Aki não estava mais sozinho. Vendo a mãe deles morrer, dois filhos mais novos sentiram tanta raiva que se lançaram para a frente como seus espíritos lobos, apesar de ainda não serem homens. Com seu pai, eles exterminaram a criatura.

"Taha Aki nunca se reuniu à tribo. Ele nunca se transformou em homem de novo. Ele deitou por um dia ao lado do corpo da terceira esposa, rosnando toda vez que alguém tentava encostar nela, e aí ele foi para a floresta e nunca mais retornou.

"Problemas com os frios eram raros e aconteciam de vez em quando. Os filhos de Taha Aki guardaram a tribo até que seus filhos fossem velhos o suficiente pra ficarem em seu lugar. Nunca houveram mais de três lobos de cada vez. Era o suficiente. Ocasionalmente um bebedor de sangue aparecia por essas terras, mas eles eram pegos de surpresa, sem esperar os lobos. De vez em quando um lobo morria, mas eles nunca foram dizimados de novo como da primeira vez. Eles haviam aprendido como lutar com os frios, e eles passaram o conhecimento de lobo pra lobo, de mente de lobo pra mente de lobo, de espírito pra espírito, de pai pra filho.

"O tempo passou, e os descendentes de Taha Aki já não se transformavam mais em lobos quando atingiam a idade adulta. Só muito raramente, se um frio estava por perto, os lobos retornavam, e o bando continuava pequeno.

"Um grupo maior chegou, e os seus próprios bisavôs se prepararam pra lutar contra eles. Mas o líder falou com Ephraim Black como se fosse um homem, e prometeu não machucar os Quileutes. Os seus estranhos olhos amarelos davam alguma espécie de prova do que ele dizia sobre eles não serem iguais aos outros bebedores de sangue. Os lobisomens estavam em menor número; não havia necessidade dos frio pedirem um acordo sendo que eles podiam ter vencido a batalha. Ephraim aceitou. Eles cumpriram com a sua parte, apesar de que a presença deles tendia a puxar outros.

"E o número deles forçou o bando a atingir um número que a tribo nunca havia visto. Exceto, é claro, no tempo de Taha Aki. E então os filhos da nossa tribo carregam novamente o fardo e dividem o sacrifício que seus pais suportaram antes deles".

Eu podia ouvir o coração de Dani acelerado e a respiração dela suspensa. Arrisquei um olhar para Laís e a vi de olhos arregalados, ela olhou pra Seth e a compreensão pareceu surgir para ela. Era certo que isso aconteceria, ela era destinada a Seth, mas Dani não era assim pra mim, ela podia escolher não viver ao meu lado, não carregar esse fardo.

- Ephraim Black... – Dani sussurrou sem me olhar nos olhos – Ele é seu...

- Bisavô. – falei.

- Então você... – os olhos dela finalmente encontraram os meus.

- Você prometeu não tirar nenhuma conclusão sem conversar comigo antes. – falei baixo.

- Conversar? – ela arqueou uma sobrancelha – Conversar Jake? O que você tem pra me falar, que tudo o que foi dito aqui é mentira? Que é lenda? Por que eu não sei explicar como, mas eu sinto que é verdade... eu senti a magia do seu povo aqui era como se o próprio Taha Aki falasse pelo seu pai, mas é tudo tão complicado, tão intenso.

- Eu te amo Dani. – falei numa tentativa desesperada de mantê-la do meu lado, porque eu sentia que ela estava me deixando – Por favor, acredita nisso.

- Eu acredito Jake. Acredito que você me ama, só que isso tudo... Lobisomem Jake? Bebedores de Sangue? É demais... eu preciso processar tudo isso... eu tenho que ir pra casa.

- Eu vou te ver de novo? – perguntei, mas eu temia a resposta.

- Eu vou deixar você saber se eu quiser te ver de novo. – Ela se levantou e saiu.

POV Especial – Dani

- Dani espera. – ouvi Leah e parei até que ela me alcançasse.

- Você sabia disso? – perguntei – Quando você namorou o Jake, você sabia o que ele é?

- Sim. – ela falou – Não só sabia como sou lobisomem também.

- Você também? – minha voz saiu aguda demais – Quem mais.

- Seth, Embry, Paul, Quill e alguns outros. – ela respirou fundo – Olha Dani, eu sei que não é uma coisa fácil de aceitar, não foi fácil pra muita gente que cresceu ouvindo essas histórias, claro que não na versão que você ouviu hoje... essa versão é segredo.

- Eu não vou contar pra ninguém. – falei sabendo que ela tinha esse medo – Olha Leah eu preciso de um tempo, preciso pensar.

- Ok, mas me deixa te levar até a casa da minha mãe. É fácil se perder na floresta quando não se conhece a região.

- Certo, mas sem falar de lobisomens.

- Não vou falar nada, só garantir que você chegue no carro segura.

Leah foi realmente sem dizer uma só palavra, apenas murmurou um até logo quando eu entrei no carro e dei partida. Ela tinha me garantido que Seth levaria Laís em segurança para casa depois.

Minha cabeça era um turbilhão com tudo aquilo. Não fazia sentido nenhum Jake ser um lobisomem, mas ao mesmo tempo eu sentia que aquilo era verdade. Parei o carro de qualquer jeito na porta de casa e entrei de uma vez, eu não me sentia bem, estava gelada, minha cabeça doía e meu estomago estava embrulhado.

Abri a porta e subi as escadas correndo, indo direto para o banheiro, me debrucei sobre o vaso e vomitei violentamente. Minha cabeça rodava e foi preciso muito esforço para que eu conseguisse me levantar e lavar meu rosto e minha boca.

Por sorte meus tios não estavam em casa, eles me encheriam de perguntas se me vissem assim. Andei a passos lentos até o meu quarto e me joguei na cama, meu celular apitou o recebimento de uma mensagem, puxei ele do bolso de trás da minha calça.

Era de Jake. Eu fiquei em duvida se lia ou não, acabei cedendo e li.
_____________________________________________________________________________
De: Jake
Para: Dani
Oi Dani, Jacob me emprestou o celular pra falar com você, eu pensei em ligar, mas acho que você ainda não está pronta para falar. Só quero que saiba que qualquer duvida que tenha, qualquer coisa que queira saber, eu estou aqui para lhe responder. Não tenha medo querida, apenas ouça seu coração. Com carinho. Billy.
_________________________________________________________________________
Coloquei o celular na mesa de cabeceira e alcancei meu notebook. Acessei o Google, eu queria saber o quanto essas histórias podiam ser verdade, e eu começaria pela crença popular. Digitei ‘lobisomens’ na caixa de pesquisa e apertei enter.

Apareceram dezenas de páginas, a maioria delas com o que eu já sabia a respeito de lobisomens, aquilo que era dito em filmes de Hollywood. Tentei ‘lendas quileutes’ e achei muitos escritos sobre a origem do povo quileute e sua cultura. As lendas eram retratadas de uma forma mais simples que a que Billy e o Sr. Ateara tinham contado, não havia citação de nomes e nem falava sobre a existência, até hoje, do saquinho com parte dos restos mortais do sugador de sangue. Tentei sugadores de sangue, e achei muita coisa sobre vampiros, eu já imaginava que era deles que se tratava.

O acervo sobre vampiros era muito parecido com o de lobisomens, o mesmo que eu vi nos versões de Hollywood, sugadores de sangue, vazios de sentimentos, fortes, frios, rápidos, beleza além do imaginável... parti para a minha ultima tentativa, digitei no campo de busca “Ephraim Black”.

O bisavô de Jake tinha sido um morador exemplar da reserva, sempre buscando o bem maior e a segurança dos quileutes, e um marido carinhoso um pai amoroso e um avô compreensivo e divertido. Nada mais. Nem uma insinuação, menção ou suposição dele ter sido um lobisomem.

Fechei o computador e me levantei o colocando na escrivaninha, tirei a roupa que estava usando e vesti um pijama qualquer, me encolhendo como uma bola na cama depois. Como podia tudo ser um conto de fadas pela manhã e à noite virar um conto de terror?

Peguei no sono no meio dos meus pensamentos confusos e em algum momento que não cheguei a perceber qual, eu estava sonhando, pelo menos eu esperava isso.

“Os olhos vermelhos me encaravam com fúria, mas eu não sentia medo, era como se outra pessoa tivesse tomado meu corpo. Eu precisava estar aqui e enfrentá-lo, eu não podia deixá-lo machucar meu lobo, meu Jake.

Ele deu dois passos a frente, o estranho de pele pálida e olhos coléricos. Mesmo sabendo que ele era o mal encarnado eu conseguia ver beleza nele, era como um anjo da morte, lindo e fatal.

Ele estava mais próximo e de repente eu comecei a sentir medo. Toda aquela coragem e decisão em enfrentá-lo tinham ido embora porque eu era uma humana frágil apenas, não havia nada que eu pudesse fazer por Jake.

Eu buscava com desespero a eu corajosa de segundos antes, mas eu não a encontrei e tudo que pude fazer foi gritar por Jake. Meu lobo protetor, mas ele não chegou a tempo, eu senti as presas perfurarem minha pele e a ultima coisa que vi foi o olhar negro de Jake.

Acordei com um susto. Droga de sonho idiota. Isso que dá ficar pesquisando lendas sem sentido antes de dormir.

- Dani? – Laís falou sonolenta se sentando na cama – Tudo bem?

- Tudo – falei jogando as cobertas de lado e me levantando – Foi só um pesadelo.

- Você vai procurar o Jake hoje?

- Não.

- Você deixou ele arrasado ontem. – ela falou se levantando também – Olha, Seth me explicou tudo... e se você deixar o Jake te explicar, você vai entender que não é tão ruim assim eles serem lobi...

- Não termina essa frase. – pedi indo para o banheiro, eu queria fugir dessa conversa – Não me lembra das coisas que ouvi ontem, porque eu ainda quero acreditar que tudo faz parte do pesadelo que tive.

- Mas não faz. – ela parou atrás de mim, me encarando pelo espelho – É real Dani. Jake é um lobisomem, assim como Seth. E você não imagina como é linda a forma de lobo deles... eu vi ontem, o Seth me mostrou.

- Você tem que se afastar dele Laís. – falei me virando pra ela - Você não vê o quanto é perigoso ficar perto deles? Você viu o fim que teve a terceira esposa e todos os outros quileutes?

- Isso foi a séculos atrás, Dani. Hoje é diferente, eles sabem como se defender. – ela me seguiu falando enquanto eu voltava pro quarto - Seth me disse que eles enfrentaram um grupo grande de vampiros há alguns anos, e que eles derrotaram todos eles... e me disse também que há quatro anos eles ficaram frente a frente com o maior e mais perigoso grupo de vampiros que existe, eles não chegaram a lutar, mas os lobos sabiam que venceriam se isso acontecesse.

- Chega Laís, não adianta falar dos feitos incríveis dos lobisomens contra vampiros. Isso não vai mudar o que eu penso.

- Você não pode fazer isso com o Jake. Ele tá sofrendo. – ela tentou mais uma vez – Seth disse que a sorte é que você não é imprinting de Jake como eu sou de Seth, caso contrário ele estaria sofrendo muito mais...

- Imprinting? Que diabos é isso? – perguntei, mas me arrependi, pois não me interessava mais nada sobre lobos e vampiros...

- Imprinting é o mesmo que alma gêmea. – ela falou praticamente se derretendo – É o que eu sou pro Seth, o que Emily é pro Sam e Kim pro Jared... é como num conto de fadas... todo lobo tem...

- Todo lobo? – a olhei e ela me confirmou com a cabeça – E eu não sou do Jake, ou seja, um dia ele vai achar a alma gêmea dele e eu vou ser chutada...

- Não. Eu me expressei mal. – ela tentou me alcançar antes que eu fechasse a porta do banheiro, mas eu fui mais rápida.

Estava ai mais um motivo pra eu me afastar. E se Jacob encontrasse a alma gêmea dele quando nós dois estivéssemos bem e felizes? Eu ia sofrer.

Deixei o assunto Jacob, lobos e lendas de lado e tomei um banho. Quando voltei pro quarto Laís estava me esperando, mas eu não dei chance pra ela falar, peguei meu Ipod e liguei no volume máximo, colocando os fones de ouvido, esse era nosso sinal quando não queríamos conversar.

Vi pelo canto do olho que ela foi para o banheiro e me foquei em me trocar apenas. Pena que nem sempre quando queremos nos distrair o destino ajuda, no meu caso era “What Hurts the Most” de Rascall Flatts tocando no meu ouvido. Eu quis desligar, mas não fui forte o suficiente.
________________________________________________________________________
Eu consigo aguentar a chuva no teto desta casa vazia, isso não me incomoda
Eu posso tirar algumas lágrimas agora e depois apenas deixar elas rolarem
Eu não tenho medo de chorar
De vez em quando em um tempo, mesmo pensando que continuar sem você me chateia
Há alguns dias
Como agora e novamente, em que eu finjo que estou bem, mas não é isso que me incomoda
_________________________________________________________________________

- Anda Laís, não vou te esperar o dia todo! – reclamei. Há semanas o problema ‘Laís se atrasando para a escola’ não me incomodava, isso porque era Jake quem estava me levando pra faculdade, e agora eu teria que voltar à minha rotina.

- Você poderia não se atrasar se aceitasse a carona que está te esperando do outro lado da rua. – Laís falou enquanto descia as escadas.

Eu vi do que ela falava assim que abri a porta. O Jeep de Jake estava parado do outro lado da rua, e eu podia ver os olhos negros dele me encarando lá de dentro.

- Vamos logo. – falei entrando do lado do motorista.

Laís ligou o som assim que eu arranquei com o carro e eu juro que imaginei ser pegadinha comigo, na rádio tocava novamente a musica de Rascall Flatts e mais uma vez eu fui fraca para desligar.
_________________________________________________________________________
O que mais dói, é estar tão perto
E ter tanto pra dizer
Ver você indo embora
E nunca saber, o que poderia ter sido
E não ver que amar você
É o que eu estava tentando fazer
________________________________________________________________

Por que ele não me contou tudo antes? Antes de eu me envolver tanto? Mas também as provas estavam todas lá, na minha cara. Ele é forte demais, grande demais, quente demais... isso não é normal, pessoas normais não são como Jacob. Mas droga, eu gostava dele assim, e eu odiava gostar.

Laís não dizia nada, por incrível que pareça ela estava mais silenciosa que em qualquer outro dia e a porcaria da musica continuava me fazendo pensar em Jake e no quanto era errado eu gostar dele.

Nós éramos de mundos totalmente diferentes, ele era de um mundo que pra mim só existia em livros dos Irmãos Grimm, ou de Anne Rice talvez, como ele queria que eu simplesmente aceitasse o fato dele se transformar em lobisomem e sair correndo à caça de vampiros?

É difícil lidar com a dor de perder você em todo lugar que eu vou
Mas eu estou fazendo isso
É difícil forçar o sorriso quando eu vejo nossos velhos amigos e estou sozinho
Ainda mais difícil, me levantar, trocar de roupa, viver com esse arrependimento


Deixei Laís na escola dela e segui para Seattle. O melhor era retomar minha vida e deixar Jake pra trás. Ia doer, mas era uma dor necessária, eu não podia me envolver mais, não podia entrar numa história com ele e fingir que o que ouvi ontem não existe.

- Pensa bem Dani. – Laís falou antes de descer do carro – Não perde o Jake, vocês dois foram feitos um pro outro, são simplesmente perfeitos juntos.

- Laís eu vou me atrasar mais. – falei tentando ignorar o que ela estava dizendo, mas não conseguindo enganar nem a mim mesma.

- Ok, não vou falar mais nada. – ela fechou a porta do carro e seguiu para a escola.

Eu voltei a dirigir, pelo retrovisor eu podia ver o Jeep de Jake atrás do meu carro.

Mas eu sei que se pudesse fazer isso novamente
Eu trocaria, daria todas as palavras que eu guardei em meu coração, que eu deixei não ditas


Estacionei na mesma vaga de sempre e desci. Meus cadernos foram para o chão quando eu esbarrei no peitoral de Jake.

- Eu preciso conversar com você. – ele pediu se abaixando para me ajudar a catar minhas coisas.

- Nâo Jake. – falei – Eu não quero conversar agora, me dê um tempo, ok?

- Quanto tempo?

- Não sei. Quando eu me sentir preparada para conversar, eu te procuro, agora eu tenho que ir, ou vou me atrasar.

Deixei ele no estacionamento e corri para a minha sala, seria praticamente impossível me concentrar em qualquer coisa, mas se eu queria arrancar o que sentia por Jake, eu ia ter que me esforçar.

5 Semanas depois....

As semanas não passavam, elas se arrastavam. Todos os dias eu via Jake na porta da minha casa na hora de ir pra faculdade. Ele me seguia e depois que eu entrava no campus ele ia embora. Por várias vezes eu quis ir até ele e dizer que ele fosse embora, mas eu não conseguia.

- Senhorita Stewart? – o professor de Gerenciamento de Projetos, o Sr. Kinlow, me chamou.

- Sim? – falei voltando meu foco pra aula.

- Eu estava dizendo à turma sobre a empresa do seu tio. – ele continuou falando e eu me esforçando para manter o foco na aula – E sobre como o Gerenciamento de Projetos é importante na segurança de uma empresa.

- Sim claro. – falei – Muitos empresários que não se preocuparam com essa área recorrem hoje ao meu tio buscando ajuda para resolver problemas e conflitos simples que podiam nunca ter acontecido.

- Isso é algo muito importante... – o professor continuou falando, mas eu já tinha me distraído novamente, dessa vez pelo meu celular vibrando pelo recebimento de uma mensagem.

____________________________________________________________________________
De: Jake
Para: Dani
Estou com saudades anjo. E me esforçando muito para não te ligar.
_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________
De: Dani
Para: Jake
Preciso de tempo e espaço. Por favor Jake, não força a barra, é tudo complicado demais.
________________________________________________________________________

Enviei a mensagem sentindo meu coração se apertar, mas por mais que doesse eu precisava me desligar e o melhor a fazer era arrancar de uma vez, como fazemos com curativos.

- Você esteve distante a aula toda. – o Sr. Kinlow falou quando a aula acabou – Algum problema?

- Nada muito sério. – dei um sorriso forçado.

- Espero que não atrapalhe a elaboração do seu Projeto Final. – ele falou me lembrando do trabalho que valia mais da metade da nota do semestre – Já escolheu a empresa onde vai aplicar o projeto?

- Eu estou... trabalhando nisso – desconversei – Preciso ir agora, até amanhã professor.

- Até amanhã, Daniela. – ele saiu e eu peguei o caminho contrário dele.

- Dani! – ouvi meu nome ser chamado e me virei vendo Austin correndo na minha direção – Oi, eu queria saber se você já encontrou companhia para o projeto do Sr. Kinlow.

Austin era um garoto que desde o primeiro dia de aula na faculdade tentava se aproximar de mim para ‘algo mais’ que amizade, mas eu nunca o vi com olhos assim, ele sempre foi mais o tipo amigo de infância. Principalmente agora que sempre que eu pensava em um ‘namorado’ era o rosto de Jake que surgia na minha mente.

- Sabe o que é Austin, eu vou fazer esse trabalho sozinha mesmo... – falei.

- Tem certeza? O Sr. Kinlow disse que é mais fácil fazer em dupla, ou em grupo... e nós dois podíamos sei lá, sair pra jantar e discutir os detalhes.

- Olha só Austin, eu vou ser bem sincera com você, ok? Eu estava meio que namorando um cara e nós dois estamos passando por um momento... complicado... eu acho que não vai ter futuro, mas ao mesmo tempo eu gosto dele... eu to confusa demais... a verdade é essa... então é melhor cada um de nós fazer seu próprio trabalho...

- Você sabe que meu pai tem uma empresa grande né? – ele insistiu – Ele pode nos ajudar... ou pode encontrar alguém que ajude... ninguém nega nada para o meu pai.

- É eu sei. – falei. O pai de Austin era praticamente o Tony Stark de Seattle. Ele era milionário e tinha tudo o que queria nas mãos, e Austin sempre pensou que podia ser igual ao pai, e que mencionando o dinheiro dele, eu iria correndo feito um cachorrinho – Mas sabe, eu gosto de alcançar sozinha os meus objetivos... se seu pai nos ajudar, ou encontrar alguém que possa, qual vai ser a moral de tudo? No fim eu vou estar pagando pelo meu diploma ao invés de batalhar para conquistá-lo.

- Mas dinheiro é sempre o melhor caminho... – ele deu um sorriso de quem está se achando – Por exemplo... comigo você não precisaria matar aula e ir passear num aquário pra depois almoçar num restaurantezinho... eu posso te dar muito mais que o mecânico com quem você estava saindo...  é ele o cara de que você falava, não é?

- Como você sabe essas coisas? – perguntei, eu não tinha contado nada a ninguém.

- Como eu te disse, o dinheiro é o melhor caminho. E quando eu quero uma coisa, eu consigo, não importa o tempo que demore.

- Você é doente Austin. – ia me virar para sair, mas ele me segurou pelo braço.

- É melhor você pensar com carinho sobre a nossa parceria no projeto. – ele falou e por um segundo eu senti um tom ameaçador na voz dele – Seria bem melhor você me escolher por livre e espontânea vontade.

- Me solta. – pedi começando a sentir medo dele – Austin, você está me machucando, me solta.

- Solta ela. – ouvi a voz rouca de Jake – Agora.

Austin me soltou ainda sorrindo, dois minutos depois dois seguranças se aproximaram parando cada um de um lado dele.

- Vamos embora. – pedi puxando Jake, que tremia muito. Ele relutou um pouco, mas me seguiu – Se acalme – pedi, pois ele ainda estava tremendo muito.

- Me distrai – ele falou andando de um lado para o outro puxando o cabelo.

- Jake, você tá me assustando, por que você está tremendo tanto? – perguntei.

- Eu vou me transformar se eu não me controlar. – ele falou baixo – Tenho que sair daqui. Agora.

Ele olhava para os lados procurando uma saída.

- Entra no Jeep – falei – eu tiro você daqui.

Foi difícil colocar ele dentro do carro, mas ele acabou cedendo. Eu não sabia muito bem como dirigir um carro tão grande, mas imaginava que não era tão diferente de dirigir meu carro.

- Pra onde? – perguntei, Jake estava com o rosto entre as mãos e ainda tremia bastante.

- Onde tenha floresta. – ele pediu, a voz saindo abafada pela mão – o mais rápido que você puder.

Dirigi até a estrada que levava para Port Angeles e nos primeiros sinais de mata eu parei o Jeep.

Jake mal me esperou estacionar e já desceu do carro, correndo numa velocidade que eu não acreditaria, seu não estivesse vendo. Respirei fundo e desci do carro o trancando em seguida, por mais que eu quisesse manter distancia de toda essa coisa de lobisomens eu estava preocupada com Jake, ele tremia muito.

- Jake? – chamei quando passei pelas primeiras árvores, entrando mais pra dentro da floresta. Vi a camisa dele caída no chão e os sapatos um pouco mais a frente. – Jake? – chamei de novo.

Andei mais um pouco e parei ofegante com a cena na minha frente.

POV – Jake

Eu devia ter me controlado, mas foi tão difícil. Tudo estava sendo difícil demais. Deixar Dani ir embora foi como arrancar fora meu coração. Tinha tanto medo nos olhos dela, medo do que eu era, da maldição que eu carregava. E agora ver aquele cara segurando ela e dizendo todas aquelas ameaças me levou ao meu limite. Eu tentava me controlar e não entrar em fase, tudo o que eu não precisava era que Dani visse meu lobo, mas eu já estava tão cheio de stress e medo que simplesmente não consegui segurar.

- Jake? – Dani me chamou pela segunda vez. Eu tinha três opções. 1, me destransformar e ficar sem roupa na frente dela, o que ia deixá-la bem perturbada. 2, correr pra longe daqui e deixá-la sozinha no meio da floresta e 3, deixar ela ver meu lobo, o que ia deixá-la ainda mais perturbada.

Ela parou na minha frente antes que eu pudesse me decidir por uma das três opções.

- Oh meu Deus. – ela sussurrou ficando branca – É... você Jake?

Abaixei a cabeça sem coragem de encará-la. Meu coração batia freneticamente e eu estava – pela primeira vez na vida – morrendo de medo. Enfrentar os recém criados, perder Bella, enfrentar os Volturi, tudo isso foi fichinha perto do medo que eu tinha agora de Dani sair correndo e nunca mais querer me ver.

- Quando disseram que vocês eram lobisomens – ela falou baixo – Eu imaginei uma criatura esquisita e feia como as de Hollywood... nunca pensei que você fosse um cachorro grandão. – ela ficou em silencio um tempo – Você pode voltar a ser você? Pra nós conversarmos?

Eu levantei os olhos sem saber como eu diria a ela que minha calça já era.

- Jake? você pode voltar ao normal pra conversar comigo? – ela perguntou de novo. Eu vi alguns pedaços da minha calça no chão e peguei um deles com a boca, jogando nos pés dela – Que isso? – ela se abaixou e pegou o pedaço de pano – É sua calça? Ou era?

Balancei a cabeça afirmando.

- Ah entendi... você ficou sem roupas... – ela riu ficando vermelha e se virou de costas.

Voltei ao normal rápido.

- Eu tenho uma muda de roupa no porta malas do carro. – falei – Você pode pegar pra mim?

- Ok. – ela riu de novo e me jogou minha camisa por cima do ombro.

“Só você mesmo Jacob Black” pensei e tapei o importante com a camisa. Dani voltou rápido com uma bermuda.

- Aqui senhor lobo. – ela brincou e ficou me olhando – Ah é tenho que me virar. – ela riu de novo.

Vesti a bermuda e a camisa.

- Pronto, estou decente. – falei – Vamos conversar no carro.

- Ok. – ela me seguiu, distante demais pro meu gosto, eu queria abraçá-la – Toma, você dirige agora. – ela me entregou minha chave.

Destravei o carro e abri a porta do carona pra ela, dei a volta ocupando o lugar do motorista.

- Quer conversar aqui mesmo ou quer ir para outro lugar? – perguntei.

- Aqui tá bom. – ela respirou fundo – Olha só isso tudo é muito confuso pra mim. Essa coisa de lobo e de vampiro... eu achava, que isso era só coisa de cinema. Eu queria muito me afastar, esquecer você e toda a história que eu ouvi ontem, mas eu não consigo.

Eu sorri com o que ela disse, mas tratei logo de escondê-lo.

- Mas não se anime. – ela falou me lançando um olhar de alerta – Eu ainda tenho que entender muita coisa pra aceitar ficar com você.

- O que você quer entender? Posso te levar pra conversar com meu pai, ou com o conselho, ou mesmo com alguma das garotas...

- A primeira coisa eu acho que você mesmo pode me explicar. Imprinting. – ela me olhou triste – O que é isso exatamente, e qual a chance de acontecer com você.

- Imprinting é quando você encontra a razão da sua vida, é quando tudo deixa de ter sentido e só aquela pessoa importa, nada mais. Ela é seu ar, seu caminho, sua vida é tudo.

- E como eu vou ficar quando isso acontecer com você? Quando você encontrar seu imprinting? – ela estava triste.

- Isso não é obrigatório, Dani. – falei me arriscando em segurar a mão dela – Acontece com alguns lobos, mas não com todos... Jared, Sam, Seth, Paul e Quill tiveram, quatro casos em um bando de mais de dez lobos... além do mais, eu tenho você, que é a razão da minha vida. Desde que eu vi você dançando naquela boate eu não quero mais nada que não seja você. Eu não preciso de imprinting, e se for necessário eu parar de me transformar pra você se sentir segura o suficiente pra voltar pra mim, eu paro.

- Não precisa parar... seu povo precisa de você. – ela falou olhando nossas mãos juntas – E os vampiros? – ela perguntou.

- O que tem os vampiros?

- Eles são inimigos dos lobisomens, pelo que entendi. – ela falou e eu confirmei com a cabeça – Eu tenho medo Jake. Eu quero saber exatamente aonde eu estou me metendo.

- Você acha que pode correr algum risco se envolvendo comigo?

- É claro que eu acho! – ela falou – Eu não faço ideia do que é esse mundo sobrenatural que você vive!

- Eu não deixaria nada de ruim te acontecer. – falei me aproximando dela – Eu nunca te colocaria em risco Dani, entenda uma coisa, ao meu lado você vai estar mais protegida que em qualquer outro lugar.

- Você jura? – ela me encarou com os olhos verdes brilhantes.

- Juro pela minha vida. – o sorriso que ela me deu era tudo o que eu precisava.

Puxei Dani para o meu colo e a beijei. Pareciam ter sido anos separados quando foram apenas algumas semanas.

- Mas escute uma coisa! – ela interrompeu o beijo e me olhou séria – Nunca, nunca mais minta pra mim, ok? Nem me esconda nada. Me conta tudo, independente do que seja.

- Ok, eu prometo, mas agora eu quero te beijar mais. – eu segurei a nuca dela a trazendo pra mais perto.

22 comentários:

Binhablack disse...

Own!! Esses dois são fofos juntos, mas eu ficarei melhor claro. *--*
Embry e Leah realmente são como cão e gato, mas já estão se entendendo. rsrsrs
Seth não perdeu tempo, já estava atracado com o imprinting. E por sorte a Laís também soube aproveitar. rsrsrs
Dani é um anjo mesmo, conseguiu levantar o astral do meu moreno.
Amandooooooo demais!!!
Bjssss!!!!

Vailda disse...

Lindo Nanna o Jake salvando a Dani,depois ela mandando mensagem,ai q meigo,todas as suas fics são maravilhosas e essa promete.Será q a Dani é o imprinting do Jake?Muito ansiosa pelo próximo cap.Bjos

Myh disse...

Amei essa primeiro capitulo!!
Muito fofo! Lindo por demais!!
Mesmo que não fosse interativa eu ia amar!!
Jake sempre o heroi ne?!
Mas quem será eu? O que vou fazer na vida do Jake?!
Estou tão curiosa!!
Meu Seth lindo teve um imprinting?! Que fofo... Rs'
Leah e Jake tiveram algo?! Adoro eles dois.. E acho que eles se combinam demais!!
Mas tambem adoro a Leah e o Embry!!
Nannah.. Adoro suas fics!! Você é uma deusa das ideias Maravilhosas!! huahua!

Binhablack disse...

Own, Dani e Jake estão cada vez mais envolvidos e olha que ainda nem trocaram um beijinho. Ain, são lindos juntos!! E isso só me faz pensar em como eu vou sugir na vida dele. Dani é um anjo sem sombra de dúvidas! ^_^
Leah e Jacob são hilários juntos, me acabo de rir com esses dois fuxicando a vida amorosa um do outro. E pelo que vi, Leah e Jake tem mais em comum do que aparentavam.
Leah e Embry estão juntos e se dando bem, que bom para essa loba. Ela mais do que ninguém merece.
Ain, foi um dia e tanto em Port Angeles. E a escolha do restaurante não seria a outra nunca, puxa, tinha que se chamar Bella Itália?! o.O Isso só pode ser perseguição. Jake não escolheria mesmo esse restaurante. A comida não desceria bem. rsrsrsrs
Ain, não sei porque, mas não gostei da Dani não ter atendido o telefone. Tem coisa aí e não é boa... :(
Amandoooooooo demais, demais, demais, como sempre né?! ^_^
Bjsssss!!!!

Vailda disse...

Amei,amei,amei,o Jake e a Dani se dando super bem,foi lindo ele ter dado um presente á ela,tb ñ gostei do nome do outro restaurante,lembra a dor q Jake sentiu por ter amado a Bella.To amando o fato da Lyah e Embry tarem saindo juntos,ela merece ser feliz.A Dani ficou com ciúmes da Lee e por isso ñ atendeu q chato.Ansiosa pra ler o px cap.Bjos

Anônimo disse...

adorei o inicio desta fic, gosto de ver jcob sem o efeito do imprinting, amando sem magia
é diferente e emocionante, pois fico pensando o que ele fará quando realmente acontecer com ele(imprinting), mas vamos aguardar o desenrolar desta hiatória pois acho que vai nos surpreender

Myh disse...

Owwwwn... Amei esse capitulo!!
Não parei de sorrir com cada parte!! Muito fofo!
Dani e Jacob estão tão lindo e fofo juntos!!
Adoro ver o Jacob bobo assim! Rs'
E ele e a Leah... Adoro essa amizade!!
Leah nem parece a mesma de antes!! Tão mais pra cima, mais alegre!!
Espero que de tudo certo com ela e o Embry!!
Por que será que a Dani não atendeu?!
Será que foi por causa da Leah?!
Ou aconteceu algo mais grave?!
Espero que não...
Ansiosa para o proximo capitulo!

Biah M. Salvatore disse...

Awwwn hey sister, ca estou eu lendo essa fanfic linda demais. Tudo tão. fofo... mas eu pensei que rolaria pelo menos um beijinho depois desse shopping :( mas né ... vamos aguardar e ver o que Nannah trará no proximo ;) bjos e poste logo se não eu enlouqueço kkkkkk

Binhablack disse...

Omg, Jake trocou sua moto, seu xodó por causa da Dani?! o.O Isso que é amor, nossa, quero um Jake pra mim. :(
E, enfim, Bella e companhia não passam de amigos, velhos conhecidos de velha data. Menos uma para me preocupar, pelo menos por enquanto. ¬¬
Ain, esses dois estão cada vez mais envolvidos. Adoooro, mas já estou louca pela minha aparição, não sei porque!! ¬¬
Hum, e agora ela saberá a verdade, será que ela aceitará? Se ela o ama de verdade, com certeza sim!
Adorandooooooo demais, demais!!!!
Bjksssss!!!!

Unknown disse...

OMg!muito fofo esses dois,adoro ve o jake se dando bem

Adorei a parte que ele é só paderinho da ness sem imprinting esquisito

OWNNNN jake trocou a moto dele com Emett só por que ela não gostou de ve lo andando em alta velocidade,diz isso é amor ou não é?

Epor ultimo aquelas trocas de msg me lembrou muito 50 tons de cinza.

Myh disse...

Own... Muito lindo! Perfeito esse capitulo... *-*
Jake e Dani são fofos juntos!!
Mas to louca para saber quando eu vou aparecer!!! E por quee u irei aparecer na vida do Jake e sem falar no que vai acontecer com a Dani!!
Jake aceitou a vida que a Bella escolheu e sua cria?! E ainda é padrinho dela?!
Melhor isso.. do que babando por essa monstrinha!!
Nossa... trocou a moto pelo o Jeppe?! Isso que é estar gostando da Dani em...
Fugindo?! Só esses dois...
Curiosa para saber o que a Dani vai achar de tudo quando descobrir e a Lais tambem!!
Quero ler mais... Rs'

Unknown disse...

Owntt *--* qe fic maais liinda .. Ja começou me conquistando. Esses 2 juntoos sao tao fofoos ! Esta me dando uma dó ter qe aparecer no decorrer da fic .. kkkkkkkkkkkkkk . Espero qe ao menos sejam felizes até eu chegar .kkkkkkkk . Ja imagino até quem eu seja. Vamos ver se eh do jeito qe estou pensando kkkkkkkkkkkkk . #videnteon
agora eh esperar pra ver cmo vai ser a fogueira .. Seth contando tdo a Lais e o Jake para a Dani. Cmo será a reação dellas !??? #curious

Binhablack disse...

Nossa, o tio de Dani é bem protetor mesmo, coitado de Seth deve ter passado um sufoco antes de ter a idéia de puxar o saco falando em cursar administração, se bem que ele acabou gostando, né?! ^_^
Quem sabe, com isso, o tio dela a deixa livre para cursar o que ela realmente deseja? Vamos torcer para isso.
Ain, finalmente o senhor beijo saiu e aproveitaram bem o dia para colocá os atrasados em dia. rsrsrs
O povo de La Push se encantaram com a Dani, mas quem não se apaixona por essa garota tão doce?! Ela é perfeita, mas não chega ao meu pé. u.u rsrsrs
Collin só se aproveitando e por um fio, achei que ele tinha sofrido o imprinting, mas graças a deus, foi só galinhagem mesmo, humpft! Mas se deu mal, Dani não deu chance e Jake já deu um chega para lá no safado. ¬¬
Agora vamos ver como ela vai se se comportar depois das verdades por trás das lendas, tomara que ela não maltrate o meu lobinho. :(
Adorandooooo demais, demais!!
Bjksssss!!!

Myh disse...

Cada vez mais eu amo o Jake com a Dani!! são tão lindo juntos!! tão fofos!
Só que a minha curiosidade só aumenta tambem.. Quero logo saber quando eu vou aparecer!! E o que vai acontecer com a Dani!!!
Ate que enfim eles deram o primeiro beijo!! Foi lindo...
Esse tio da Dani em... Muito protetor!!
Collin esta pedido pra morrer!! Só pode...
Serio que ele vai provocar o alpa?! Ele não tem medo da morte?!
Jacob não vai deixar barato.. to só vendo!!
Mas eu apoio o Jake... Deve mesmo arrancar algumas partes dele!! Como mãos, pernas, olhos e por ai vai!! hahahaha
E agora?! Como será a reação da Dani?! Eu acho que ela vai entender.. Vai ficar assustada, mas no fim o que vai prevalecer é o amor dela por ele!!
Nannah.. Quando eu vou aparecer?! To muito curiosa... hehe!
Amei o capitulo! Perfeito"!

Unknown disse...

esse colin não tem medo dá morte não é? mexer logo com a garota do alfa é pedir pra morrer
Não sei mais rodas fics que eu leio que o jake tem ou encontra alguém ele é pintado como um homem possessivo mais atéque é engrasado
Vamos esperar pra ver qal é a reação dela

Binhablack disse...

Omg, será que ela vai mesmo abandonar o meu lobinho?! :( Magoooei!!
Espero sinceramente que não, ele já sofreu demais e agora que está feliz seria uma catástrofe se ela o deixar por causa da lenda. Ahhhh, eu vou ter que aparecer logo, antes que meu moreno sofra mais uma desilusão.
Amandoooooo demais, demais!!!
Bjkssss!!!

Myh disse...

Owww.. Tadinho do Jake!! Não merecia essa reação da Dani!!
Eu sei que é muito para ela aceitar e assimilar!! Mas ela não vê que ele só quer o bem dela!! Ele é o bonzinho da historia!!
Espero que a Dani repense essa decisão e volte logo pro Jake!!
Jacob sempre sofre!! Ele realmente não tem sorte com o Amor!!
Mas quem sabe a Lais aceitando, a Dani não aceita tambem?!
Torço muito por isso! Quero ver o Jake feliz novamente!!
Sempre fico encantada com essa historia Quileute!! Uma das mais lindas!! Pena que no filme foi pouco mostrado!! Mas fazer o que ne?!
Adorei esse capitulo!
E ainda estou ansiosa para me ver na historia!! Quero saber quem serei e o farei!! :D

Vailda disse...

Dani eu te adoro,mas se você fizer o Jake sofrer vai se ver comigo ok,então acho muito bom você pensar direitinho e dar uma resposta bem positiva pro meu gato(to surtada de novo kkk).Gostei do capítulo,mas fiquei triste com a reação da Dani no fim,sei que isso tudo é complicado,mas ela deveria ter seu coração mais aberto.Bjos

Unknown disse...

AMEI LER A FIC CONTINUE POSTANDO

Caliandra disse...

cara, quem é que dispensa um cara desses? só sendo louca msm, ainda bem que ela está se recuperando.. kk..

Binhablack disse...

Own, ela demorou, mas enfim o aceitou... *o* Quem diria, a forma de cachorro gigante, ao invés de afastá-los mais, foi o suficiente para dar a ela a confiança que ela necessitava... também fofo daquele jeito, quem em sã consciência diria não à ele. u.u
Affs, mas já vi que teremos um idiota no caminho. ¬¬ Um filhinho de papai que não aceita um não! Argh!! E ele está disposto a tudo, até mesmo ficar vigiando a Dani. Ain, todo cuidado será pouco para se lhe dar com ele.
Também fico me perguntando o que será da Dani, quando a PP chegar.. Ain, eles são fofos juntos, mas não vejo a hora de euzinha entrar em cena. u.u Também quero meu lobo, oras!!
E o pesadelo, heim?! Nuss, fiquei até arrepiada... será problemas a se aproximar? :\ Louquinha para descobrir. ^_^
Amandoooooo demais, demais!!
Bjinhossss!!!

Gabriela Ribeiro disse...

Me apaixonei pela história não parei de ler até acabar. Muita paixão entre os dois e muita coisa fofa. Amei!
Demais e tenho certeza que vai ficar melhor ainda!!!!!!!!!!!!!